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UMA PANDEMIA AGRAVADA EM UM PAÍS DE

DESIGUALDADES SOCIAIS

Fonte imagem: ANFIP/ Camille Perissé/Agência IBGE Notícias

Cresce o sofrimento da classe trabalhadora no Brasil neste contexto pandêmico. Além


dos ataques via pacotes do governo em parceria com o Congresso por meio de medidas como o
congelamento ou redução salarial, a classe é a mais atingida pela COVID 19, considerando o
universo de casos confirmados. Segundo os dados do Portal Covid 19, a doença no Brasil está
concentrada na faixa etária que vai de 20 a 49 anos, apesar da taxa de letalidade ser maior en-
tre os idosos. No entanto, é importante salientar que as periferias do país contabilizam o maior
número de mortes, o que demonstra que a classe social é fator determinante na letalidade cau-
sada pela COVID 19.

A tríade Bolsonaro, Guedes e Congresso salva bancos enquanto milhões de brasileiros


penam e ficam a deriva em filas quilométricas aguardando um auxílio cuja gestão não acompa-
nha mínimas regras para amenizar as atuais condições sanitárias contra a pandemia. O presi-
dente declara abertamente seu desprezo pela vida da população pobre, comete vários atos con-
tra a Constituição e as instituições do país e nada de mais concreto acontece. Apoiado por mili-
tares, frações da burguesia e de grupos religiosos fundamentalistas, ele permanece reiterando a
velha politica de aliança fisiologista do Congresso, a despeito do desgaste com determinados
setores da elite.

O campo das forças do trabalho que já vinham frágeis na defensiva dos ataques neolibe-
rais, tem hoje limitado seu campo de atuação diante da impossibilidade de ir as ruas, bem co-
Fonte imagem: Folha de São Paulo

mo as dificuldades de uma pauta politica unificada para além da disputa eleitoral. Além disso,
escolhas neoliberais de partidos como o PT, PC do B e PDT nas votações do Congresso e nos
governos dos Estados fragilizam ainda mais o campo da resistência neste contexto pandêmico.
Apesar dos limites circunstanciais para ir as ruas, já ocorrem movimentos espontâneos recen-
tes a partir das provocações de caráter fascista de uma base que ainda apoia o presidente, a
exemplo da organização das torcidas de times de futebol neste último final de semana do mês
de maio.

Com os atuais limites sanitários das atividades presenciais cresce a ocupação da luta
ideológica nos espaços virtuais e na disputa de parte da classe trabalhadora. Assim se busca
reafirmar o conhecimento cientifico através de várias iniciativas por lives, conferências, onde
universidades, entidades e sindicatos cumprem um papel importante e fortalecem as informa-
ções, orientações, bem como inciativas solidárias e o combate ao obscurantismo reiterado pelo
governo Bolsonaro. Neste contexto é preciso qualificar e intensificar esta disputa, mas na pers-
pectiva de acúmulo organizativo dos interesses classistas dos/as trabalhadores/as. Daí a im-
portância de qualificar e adensar o conteúdo do Fora Bolsonaro. E o conteúdo se refere em es-
pecial à serventia do fascismo para fazer reformas contra os direitos dos trabalhadorxs. É pre-
ciso denunciar a direção ultraliberal da politica econômica de Paulo Guedes que busca esvaziar
todas as conquistas históricas da classe trabalhadora.

EXPEDIENTE
Coletivo Flor do Urucum—Boletim Informativo Nossas mídias e contatos:
Textos: Coletivo Flor do Urucum coletivoflordourucum@gmail.com
Edição e diagramação: Poliana Cansada www.facebook.com/ColetivoFlordoUrucum
Data: junho/2020
O SERVIÇO SOCIAL NO ENFRETAMENTO DA PANDEMIA
pandemia COVID 19 expõe ao Serviço Social desafios
históricos de suas atribuições e competências nos espa-
ços institucionais que se agravam, mas encontra uma

Fonte imagem: CFESS


categoria resistente no cotidiano e ainda com entidades
representativas e organizativas politicamente, o Conjun-
to CFESS-CRESS, ABEPSS e ENESSO.

Nos mais diversos espaços sócio ocupacionais,


em especial, nas áreas de saúde, assistência social e pre-
vidência Social, de maneira diferenciados estamos lidan-
Centenas de assistentes sociais estão entre os
do diretamente com o aprofundamento das expressões
profissionais da saúde que estão na linha de frente con-
da questão social (desemprego, aumento da pobreza,
tra a pandemia. As dificuldades históricas do Serviço So-
ausência de moradia, o crescimento da população em
cial quanto ao respeito de suas atribuições e competên-
situação de rua, ataques aos direitos da classe trabalha-
cias nos espaços institucionais se agravam, mas encontra
dora). E é bem verdade, que há décadas alertamos e de-
uma categoria resistente no cotidiano e ainda um con-
nunciamos a crescente desproteção social pelo Estado
junto organizativo politico forte. Há décadas a profissão
neoliberal e os impactos sociais da privatização e mer-
vem alertando e denunciando a crescente desproteção
cantilização das políticas públicas, bem como a apropria-
social pelo Estado neoliberal e os impactos sociais da
ção do fundo público pelo capital. Entretanto, temos a
privatização e apropriação do fundo público pelo capital.
convicção de um momento crítico como este, podemos e
A pandemia do novo coronavírus/Covid 19, que devemos reafirmar os princípios explicitados no nosso
assola o Brasil e o mundo, jamais poderíamos imaginar Código de Ética. E por sermos uma categoria historica-
alguns meses atrás. Uma pandemia nessa magnitude, a mente engajada na luta social, reafirmamos cotidiana-
exemplo da gripe espanhola, que ocorreu entre o período mente a defesa de uma sociedade pautada pelos princí-
de janeiro de 1918 a dezembro de 1920, infectou cerca pios da igualdade e da liberdade, da justiça social. Tensi-
500 milhões de pessoas em todo mundo, com estimativa onamos cotidianamente nos espaços contraditórios das
de 100 milhões de mortes. A última pandemia em 2009, instituições, a disputa pelo fundo público em favor dos
a Gripe H1N1, atingiu cerca de 70 países e 50 estados interesses da maioria da população. Não poderia ser di-
norte-americanos. Tivemos casos no Brasil. Mas, nada ferente neste contexto de pandemia.
comparável a magnitude dessa pandemia. O no-
Diante disso, reunimos três entrevistas com pro-
vo coronavírus - COVID19, descoberto em dezembro na
fissionais que estão em contato direito com a população
China, se disseminou para mais de 160 países em pouco
usuária das Políticas de Saúde, Educação e Previdência
menos de três meses.
Social que socializaram acerca da requisições e altera-
Ao chegar ao Brasil, já poderíamos dimensionar ções dos processos de trabalhos no contexto de agrava-
os efeitos deletérios sobre a classe trabalhadora, ampli- mento da pobreza e o aumento de demandas pelos servi-
ando ainda mais, as desigualdades sociais. Assim como ços públicos.
para os demais trabalhadores/as da política de saúde, a
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DESAFIOS DXS ASSISTENTES SOCIAIS NO COTIDIANO DE
ATENDIMENTO DO INSS
Por: Ana Claúdia Targino, Cícero Renato R. Jacob, Danielle Monteiro e Irene Jucá

O mundo vivencia uma crise sanitária que como: assegurar nossas atribuições específicas/
assola toda a humanidade e que desorganiza toda a privativas sem colocar em xeque o espaço profissio-
vida seja no âmbito privado, seja no âmbito público. nal, tendo em vista ainda os ataques sofridos pelo
No Brasil, percebe-se que a situação se agrava, pois Serviço Social como vem ocorrendo por meio das
além do inimigo invisível da COVID-19, temos outro propostas governamentais de desvio de função e/ou
a combater, sendo bem visível e que está à frente do de sua extinção.
Poder Executivo, ameaçando a vida da classe traba-
Ainda como desafio, tem-se a preocupação
lhadora pela ausência e/ou descaso de ações no tra-
to da propagação da pandemia e, por conseguinte de prestar um atendimento de qualidade aos segu-
rados e requerentes bem como dar suporte a rede
no trato da doença. Também ameaça a sobrevivên-
cia das/os trabalhadoras/es por meio de suas refor- socioassistencial e de saúde através do trabalho re-
mas, entre elas a da Previdência que já foi aprovada moto, tendo em vista que o Serviço Social, conside-
e, aproveita o estado de calamidade pública para rando o caráter pedagógico de sua atuação, coloca-
promover mais ataques aos demais serviços públi- se como espaço para decodificar essa forma de aten-
dimento virtual da instituição na busca do acesso e
cos e direitos sociais.
materialização dos direitos dos usuários que em sua
Segundo Granemann (2016, 673), a Previ- maioria não tem acesso à internet e/ou dificuldades
dência Social foi a política social dentre as que inte- de domínio/inserção ao mundo virtual e, com isola-
gram a Seguridade Social, a que mais sofreu con- mento social, a dificuldade de acesso a estes e aos
trarreformas (em todos os governos), todavia desde demais bens e serviços públicos para devida infor-
o ano de 2016, os tais ataques mação e orientação apro-
têm sido mais intensos, não fundam-se. Ressaltando
somente em seu conteúdo, ainda, a dificuldade dos
mas na sua forma de atender a profissionais de acompa-
população como é o caso do nhar e assimilar as infor-
INSS Digital, que reduz drasti- mações e normativas refe-
camente o atendimento pre- rentes aos serviços que se-
sencial nas agências, ou seja, rão disponibilizados/
atualmente cerca de 90% dos prestados pela instituição
atendimentos do INSS ocor- que ocorrem com uma mai-
rem pelos canais remotos or velocidade e de maneira
Fonte imagem: CFESS
(Internet e telefone). desencontrada; a instabili-
dade e/ou dificuldade de acesso aos sistemas corpo-
O Serviço Social da Previdência Social asse- rativos, o isolamento/distanciamento dos demais
gurado no artigo 88 da lei nº 8213/1991, atualmen- colegas e/ou do ambiente de trabalho; ocasionando
te é um dos atendimentos presenciais garantidos a uma preocupação e insegurança profissional na so-
população que requisita os serviços e benefícios pre-
cialização das informações e orientações.
videnciários ou assistenciais nas agências do Insti-
tuto Nacional de Seguro Social - INSS. O menciona- Sem contar ainda que o cenário nos impõe
do artigo assegura que “compete ao Serviço Social administrar no mesmo espaço físico e temporal:
esclarecer junto aos beneficiários seus direitos soci- vida pessoal, doméstica e profissional; e sendo uma
ais e os meios de exercê-los e estabelecer conjunta- profissão majoritariamente feminina, que em tem-
mente com eles o processo de solução dos proble- pos de “normalidade” já somos sobrecarregadas de
mas que emergirem da sua relação com a Previdên- responsabilidades (tarefas domésticas, cuidados
cia Social, tanto no âmbito interno da instituição com crianças e/ou idosos, dentre outros), imagina
como na dinâmica da sociedade.”. nesse momento atípico que nos exige mais e novas
atitudes no cuidado de si, do outro e do ambiente
Assim, percebe-se que nesse contexto de que estamos; e ainda manter ou buscar um mínimo
pandemia, o primeiro desafio do Serviço Social é o
de sanidade mental/emocional.
trabalho remoto já que, historicamente, nossa pro-
fissão atuou atendendo de forma direta a população Diante dessa conjuntura um tanto que pavo-
e como ratifica o Conselho Federal de Serviço Social rosa, nos resta buscar seguir com esperança na
– CFESS no tema alusivo às comemorações do Dia construção de novos tempos e também com cora-
da/o Assistente Social de 2020: "Trabalhamos em gem como bem nos aponta Guimarães Rosa: “A vi-
vários espaços, sempre com a população. Serviço da é assim: esquenta e esfria, aperta daí afrouxa,
Social: conheça e valorize essa profissão". Observa- sossega e depois desinquieta. O que ela quer da
se 4que o trabalho remoto nos traz inquietações, tais gente é coragem.”
DESAFIOS DXS ASSISTENTES SOCIAIS NO COTIDIANO DE ATENDIMENTO
DA POLITICA DE ASSISTENCIA ESTUDANTIL

Por: Socorro Maciel assistente social da UNILAB - Universidade de Integração Internacional da


Lusofonia Afro-Brasileira

Os desafios no trabalho do Serviço Social da Unilab no contexto pandêmico são de variadas ordens, das
quais pontuo as condições técnico operativas e ético-políticas do exercício profissional a partir de debate realizado
de forma remota com assistentes sociais da instituição:

 agudização das expressões da questão social entre os/as usuários/as da assistência estudantil, ampliando a
pressão sobre a política e seus/as executores/as;

 inadequação dos locais de realização do trabalho, bem como de móveis e equipamentos, gerando desconforto
para as profissionais;

 sobrecarga de trabalho, causando prolongamento das jornadas em decorrência do grande volume de solic-
itações de benefícios;

 dificuldade de acesso a informações necessárias à realização do trabalho, em virtude da impossibilidade de


acesso remoto a parte dos arquivos eletrônicos;

 Aligeiramento dos processos de trabalho em decorrência dos prazos exíguos orientados pelo governo federal;

 Ampliação da possibilidade de erro nas análises de benefícios, gerando pressão sobre as profissionais em decor-
rência da fragilidade das condições do exercício profissional;

 limitação orçamentária x perfil de vulnerabilidade extrema;

 dificuldades de comunicação com usuários/as;

 Comprometimento da transparência quanto aos recursos existentes.

DESAFIOS DXS ASSISTENTES SOCIAIS NO COTIDIANO DE


ATENDIMENTO DA POLITICA DE SAÚDE
Acredito que a principal dificuldade, como em
todo serviço de emergência, é a imediaticidade das de-

Por: Viviane de Albuquerque Araujo -UPA- mandas. Na UPA em que trabalho só tem uma assistente
Jangurussu social por plantão e nesse momento da pandemia a so-
Nesse momento de pandemia estamos tra- brecarga das demandas triplicaram e outras demandas
balhando de forma mais intensa o nosso *acolhimento* cotidianas do serviço não deixaram de existir, somado a
aos familiares, buscando sensibilizar sobre a pandemia, isso temos a constante reafirmação do que é o trabalho
sobre os direitos do paciente e sobre a rotina da unidade, do assistente social visto que, outras categorias se acham
o intermédio entre direitos dentro da própria instituição; no " direito" de dizer o que nos compete. Outro desafio é
a *escuta qualificada*, e a *orientação e encaminhamen- articular políticas públicas setoriais em épocas de pan-
to*, principalmente a direitos previdenciários, auxílio demia. Os direitos sociais por rotina já são violados, o
emergencial e a defensoria pública. fato de estarmos em épocas de covid, justifica o estado de
exceção em não se garantir direitos. E cabe ao serviço
Muitos usuários não têm clareza do trabalho do
social viabilizar respostas imediatas.
assistente social e somado a isso tem a inquietação da
família pela falta de informação e de acesso ao paciente 5
e a equipe médica.
PANDEMIA, VIOLÊNCIA SEXISTA E O SERVIÇO SOCIAL

Fonte imagem: Estadão


A pandemia do coronavírus escancarou a forma como o capitalismo patriarcal afeta e
se apropria da vida das mulheres trabalhadoras. Esta encontrou um país marcado pela
violência contra a mulher endêmica, pelo trabalho feminino preconizado, por um meio-
ambiente arrasado e um setor público desmantelado, especialmente as políticas que
integram a seguridade social e as de enfrentamento a violência contra a mulher.

A violência contra a mulher é um problema de saúde pública global com proporções


endêmicas, que atinge mais de um terço de todas as mulheres do mundo e nesse atual
momento, elas estão vivenciando uma dupla pandemia.

No Brasil, em 2019, enquanto houve um aumento de 7,3% nos casos de feminicídios


no Brasil, o orçamento de combate à violência contra a mulher caiu 95% no primeiro ano do
governo Bolsonaro, revertendo conquistas para a igualdade de gênero e eliminando o debate
crítico sobre a violência contra as mulheres.

É sob essas condições objetivas e subjetivas desfavoráveis que as respostas


profissionais são mobilizadas pelos assistentes sociais e nos coloca o desafio de analisar
teoricamente o real, solo onde ocorre a nossa intervenção profissional, face à combinação do
receituário neoliberal, com redefinição e restrição de investimentos públicos nas políticas
sociais e do avanço do neoconservadorismo. Precisamos ultrapassar a leitura simplificada
da realidade social e não reproduzir práticas profissionais que culpabilizam e revitimizam as
mulheres e que, portanto, vão de encontro aos princípios e valores do nosso projeto ético-
político.

Diante da retração de direitos, precisamos dar respostas às demandas dos usuários


em consonância com os valores emancipatórios e buscar fortalecer os vínculos com os
sujeitos coletivos que resistem ao capitalismo patriarcal para a construção de um projeto
político de uma sociedade sem exploração de classe, sem discriminação e opressão de
gênero, raça e etnia, que garanta mais liberdade e autonomia para as mulheres.
PARA ASSISTIR E REFLETIR: FILMES QUE ABORDAM O RACISMO

Harlem, bairro de Nova York, 1987. É


nesse contexto que a jovem de 16 anos
Claireece “Preciosa” Jones enfrenta uma
série de dificuldades. Discriminação, agres-
são e opressão são alguns dos fatores que
fazem parte do seu cotidiano.

Ficha técnica:

Título: Precious: Based on the Novel Push by Sapphire (Original)


Ano produção:2009 - Dirigido por Lee Daniels
Estreia:6 de Novembro de 2009 ( Brasil ) - Duração:110 minutos
Classificação: 16 - Não recomendado para menores de 16 anos
Gênero: Drama

“Não importa o quão ruim eu me sinta, meu coração


não para de bater e meus olhos se abrem pela
manhã” (Preciosa)

13ª Emenda—Estudiosos, ativistas e po-


líticos analisam a correlação entre a cri-
minalização da população negra dos
EUA e o boom do sistema prisional do
país.
Fonte: Catraca Livre

QUEM SOMOS
Danielle Alves - bacharel em Serviço Social e doutoranda em Educação da UFC
Danielle de Araújo Monteiro- assistente social INSS
Erlenia Sobral - assistente social, professora do curso de Serviço Social da UECE
Irene Jucá Paiva Aguiar - assistente social INSS
Juliana Paiva Grangeiro- assistente social da área organizacional
Maria Lenilúcia Pereira Gomes - assistente social da Prefeitura Municipal de Maracanaú
Rayane Lima Duda - assistente social do Hospital Universitário Walter Cantídio
Régia Maria Prado Pinto - assistente social IJF / Doutoranda da UERJ
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Roberta Menezes Sousa - assistente social, professora do curso de serviço social do IFCE

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