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DESIGUALDADES SOCIAIS
O campo das forças do trabalho que já vinham frágeis na defensiva dos ataques neolibe-
rais, tem hoje limitado seu campo de atuação diante da impossibilidade de ir as ruas, bem co-
Fonte imagem: Folha de São Paulo
mo as dificuldades de uma pauta politica unificada para além da disputa eleitoral. Além disso,
escolhas neoliberais de partidos como o PT, PC do B e PDT nas votações do Congresso e nos
governos dos Estados fragilizam ainda mais o campo da resistência neste contexto pandêmico.
Apesar dos limites circunstanciais para ir as ruas, já ocorrem movimentos espontâneos recen-
tes a partir das provocações de caráter fascista de uma base que ainda apoia o presidente, a
exemplo da organização das torcidas de times de futebol neste último final de semana do mês
de maio.
Com os atuais limites sanitários das atividades presenciais cresce a ocupação da luta
ideológica nos espaços virtuais e na disputa de parte da classe trabalhadora. Assim se busca
reafirmar o conhecimento cientifico através de várias iniciativas por lives, conferências, onde
universidades, entidades e sindicatos cumprem um papel importante e fortalecem as informa-
ções, orientações, bem como inciativas solidárias e o combate ao obscurantismo reiterado pelo
governo Bolsonaro. Neste contexto é preciso qualificar e intensificar esta disputa, mas na pers-
pectiva de acúmulo organizativo dos interesses classistas dos/as trabalhadores/as. Daí a im-
portância de qualificar e adensar o conteúdo do Fora Bolsonaro. E o conteúdo se refere em es-
pecial à serventia do fascismo para fazer reformas contra os direitos dos trabalhadorxs. É pre-
ciso denunciar a direção ultraliberal da politica econômica de Paulo Guedes que busca esvaziar
todas as conquistas históricas da classe trabalhadora.
EXPEDIENTE
Coletivo Flor do Urucum—Boletim Informativo Nossas mídias e contatos:
Textos: Coletivo Flor do Urucum coletivoflordourucum@gmail.com
Edição e diagramação: Poliana Cansada www.facebook.com/ColetivoFlordoUrucum
Data: junho/2020
O SERVIÇO SOCIAL NO ENFRETAMENTO DA PANDEMIA
pandemia COVID 19 expõe ao Serviço Social desafios
históricos de suas atribuições e competências nos espa-
ços institucionais que se agravam, mas encontra uma
O mundo vivencia uma crise sanitária que como: assegurar nossas atribuições específicas/
assola toda a humanidade e que desorganiza toda a privativas sem colocar em xeque o espaço profissio-
vida seja no âmbito privado, seja no âmbito público. nal, tendo em vista ainda os ataques sofridos pelo
No Brasil, percebe-se que a situação se agrava, pois Serviço Social como vem ocorrendo por meio das
além do inimigo invisível da COVID-19, temos outro propostas governamentais de desvio de função e/ou
a combater, sendo bem visível e que está à frente do de sua extinção.
Poder Executivo, ameaçando a vida da classe traba-
Ainda como desafio, tem-se a preocupação
lhadora pela ausência e/ou descaso de ações no tra-
to da propagação da pandemia e, por conseguinte de prestar um atendimento de qualidade aos segu-
rados e requerentes bem como dar suporte a rede
no trato da doença. Também ameaça a sobrevivên-
cia das/os trabalhadoras/es por meio de suas refor- socioassistencial e de saúde através do trabalho re-
mas, entre elas a da Previdência que já foi aprovada moto, tendo em vista que o Serviço Social, conside-
e, aproveita o estado de calamidade pública para rando o caráter pedagógico de sua atuação, coloca-
promover mais ataques aos demais serviços públi- se como espaço para decodificar essa forma de aten-
dimento virtual da instituição na busca do acesso e
cos e direitos sociais.
materialização dos direitos dos usuários que em sua
Segundo Granemann (2016, 673), a Previ- maioria não tem acesso à internet e/ou dificuldades
dência Social foi a política social dentre as que inte- de domínio/inserção ao mundo virtual e, com isola-
gram a Seguridade Social, a que mais sofreu con- mento social, a dificuldade de acesso a estes e aos
trarreformas (em todos os governos), todavia desde demais bens e serviços públicos para devida infor-
o ano de 2016, os tais ataques mação e orientação apro-
têm sido mais intensos, não fundam-se. Ressaltando
somente em seu conteúdo, ainda, a dificuldade dos
mas na sua forma de atender a profissionais de acompa-
população como é o caso do nhar e assimilar as infor-
INSS Digital, que reduz drasti- mações e normativas refe-
camente o atendimento pre- rentes aos serviços que se-
sencial nas agências, ou seja, rão disponibilizados/
atualmente cerca de 90% dos prestados pela instituição
atendimentos do INSS ocor- que ocorrem com uma mai-
rem pelos canais remotos or velocidade e de maneira
Fonte imagem: CFESS
(Internet e telefone). desencontrada; a instabili-
dade e/ou dificuldade de acesso aos sistemas corpo-
O Serviço Social da Previdência Social asse- rativos, o isolamento/distanciamento dos demais
gurado no artigo 88 da lei nº 8213/1991, atualmen- colegas e/ou do ambiente de trabalho; ocasionando
te é um dos atendimentos presenciais garantidos a uma preocupação e insegurança profissional na so-
população que requisita os serviços e benefícios pre-
cialização das informações e orientações.
videnciários ou assistenciais nas agências do Insti-
tuto Nacional de Seguro Social - INSS. O menciona- Sem contar ainda que o cenário nos impõe
do artigo assegura que “compete ao Serviço Social administrar no mesmo espaço físico e temporal:
esclarecer junto aos beneficiários seus direitos soci- vida pessoal, doméstica e profissional; e sendo uma
ais e os meios de exercê-los e estabelecer conjunta- profissão majoritariamente feminina, que em tem-
mente com eles o processo de solução dos proble- pos de “normalidade” já somos sobrecarregadas de
mas que emergirem da sua relação com a Previdên- responsabilidades (tarefas domésticas, cuidados
cia Social, tanto no âmbito interno da instituição com crianças e/ou idosos, dentre outros), imagina
como na dinâmica da sociedade.”. nesse momento atípico que nos exige mais e novas
atitudes no cuidado de si, do outro e do ambiente
Assim, percebe-se que nesse contexto de que estamos; e ainda manter ou buscar um mínimo
pandemia, o primeiro desafio do Serviço Social é o
de sanidade mental/emocional.
trabalho remoto já que, historicamente, nossa pro-
fissão atuou atendendo de forma direta a população Diante dessa conjuntura um tanto que pavo-
e como ratifica o Conselho Federal de Serviço Social rosa, nos resta buscar seguir com esperança na
– CFESS no tema alusivo às comemorações do Dia construção de novos tempos e também com cora-
da/o Assistente Social de 2020: "Trabalhamos em gem como bem nos aponta Guimarães Rosa: “A vi-
vários espaços, sempre com a população. Serviço da é assim: esquenta e esfria, aperta daí afrouxa,
Social: conheça e valorize essa profissão". Observa- sossega e depois desinquieta. O que ela quer da
se 4que o trabalho remoto nos traz inquietações, tais gente é coragem.”
DESAFIOS DXS ASSISTENTES SOCIAIS NO COTIDIANO DE ATENDIMENTO
DA POLITICA DE ASSISTENCIA ESTUDANTIL
Os desafios no trabalho do Serviço Social da Unilab no contexto pandêmico são de variadas ordens, das
quais pontuo as condições técnico operativas e ético-políticas do exercício profissional a partir de debate realizado
de forma remota com assistentes sociais da instituição:
agudização das expressões da questão social entre os/as usuários/as da assistência estudantil, ampliando a
pressão sobre a política e seus/as executores/as;
inadequação dos locais de realização do trabalho, bem como de móveis e equipamentos, gerando desconforto
para as profissionais;
sobrecarga de trabalho, causando prolongamento das jornadas em decorrência do grande volume de solic-
itações de benefícios;
Aligeiramento dos processos de trabalho em decorrência dos prazos exíguos orientados pelo governo federal;
Ampliação da possibilidade de erro nas análises de benefícios, gerando pressão sobre as profissionais em decor-
rência da fragilidade das condições do exercício profissional;
Por: Viviane de Albuquerque Araujo -UPA- mandas. Na UPA em que trabalho só tem uma assistente
Jangurussu social por plantão e nesse momento da pandemia a so-
Nesse momento de pandemia estamos tra- brecarga das demandas triplicaram e outras demandas
balhando de forma mais intensa o nosso *acolhimento* cotidianas do serviço não deixaram de existir, somado a
aos familiares, buscando sensibilizar sobre a pandemia, isso temos a constante reafirmação do que é o trabalho
sobre os direitos do paciente e sobre a rotina da unidade, do assistente social visto que, outras categorias se acham
o intermédio entre direitos dentro da própria instituição; no " direito" de dizer o que nos compete. Outro desafio é
a *escuta qualificada*, e a *orientação e encaminhamen- articular políticas públicas setoriais em épocas de pan-
to*, principalmente a direitos previdenciários, auxílio demia. Os direitos sociais por rotina já são violados, o
emergencial e a defensoria pública. fato de estarmos em épocas de covid, justifica o estado de
exceção em não se garantir direitos. E cabe ao serviço
Muitos usuários não têm clareza do trabalho do
social viabilizar respostas imediatas.
assistente social e somado a isso tem a inquietação da
família pela falta de informação e de acesso ao paciente 5
e a equipe médica.
PANDEMIA, VIOLÊNCIA SEXISTA E O SERVIÇO SOCIAL
Ficha técnica:
QUEM SOMOS
Danielle Alves - bacharel em Serviço Social e doutoranda em Educação da UFC
Danielle de Araújo Monteiro- assistente social INSS
Erlenia Sobral - assistente social, professora do curso de Serviço Social da UECE
Irene Jucá Paiva Aguiar - assistente social INSS
Juliana Paiva Grangeiro- assistente social da área organizacional
Maria Lenilúcia Pereira Gomes - assistente social da Prefeitura Municipal de Maracanaú
Rayane Lima Duda - assistente social do Hospital Universitário Walter Cantídio
Régia Maria Prado Pinto - assistente social IJF / Doutoranda da UERJ
7
Roberta Menezes Sousa - assistente social, professora do curso de serviço social do IFCE