Você está na página 1de 31

 

 
SUMÁRIO 
1. NOÇÕES PRELIMINARES ................................................................................................................................ 4 
2. CONCEITO DE TRIBUTO ................................................................................................................................. 4 
3. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA .......................................................................................................................... 8 
3.1 COMPETÊNCIA PRIVATIVA ................................................................................................................... 10 
3.2 COMPETÊNCIA RESIDUAL ..................................................................................................................... 10 
3.3. COMPETÊNCIA COMUM ..................................................................................................................... 10 
3.4 COMPETÊNCIA EXTRAORDINÁRIA ....................................................................................................... 10 
4. ESPÉCIES DE TRIBUTOS ................................................................................................................................ 10 
4.1 IMPOSTOS ............................................................................................................................................ 11 
4.1.1 IMPOSTOS RESIDUAIS .................................................................................................................. 12 
4.1.2 IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO DE GUERRA ................................................................................... 12 
4.2 TAXAS ................................................................................................................................................... 13 
4.3 CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA ............................................................................................................ 18 
4.4. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO ............................................................................................................ 20 
4.5 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS, ECONÔMICAS E CORPORATIVAS .............................................................. 22 
5. OUTRAS CLASSIFICAÇÕES ............................................................................................................................ 28 
DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO ................................................................................................. 32 
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA ............................................................................................................................... 32 
 

   
ATUALIZADO EM 03/01/20201 

SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL 

 
1. Noções preliminares
 
A disciplina jurídica dos tributos, antes compreendida pelo direito financeiro, constitui hoje um campo 
específico da ciência jurídica.  
 
Dado  o  extraordinário  desenvolvimento  do  direito  dos  tributos,  ganhou  autonomia  o  conjunto  de 
princípios e regras que disciplinam essa parcela da atividade financeira do Estado, podendo falar hoje em um 
ramo  autônomo  da  ciência  jurídica,  apartado  do  direito  financeiro.  Essa  divisão  é  evidenciada  pela  própria 
organização da nossa Constituição Federal (Título VI “Da Tributação e do Orçamento”). 
 
Assim,  diz‐se  que  o  direito  tributário  é  a  disciplina  jurídica  dos  tributos,  compreendendo  todo  o 
conjunto de princípios e normas reguladores da criação, fiscalização e arrecadação das prestações de natureza 
tributária.  
 
Além das regras previstas no próprio Texto Constitucional, as normas gerais sobre Direito Tributário 
estão na Lei n. 5.172/66, o Código Tributário Nacional.  
 
O CTN é formalmente uma lei ordinária, mas com a entrada em vigor da Constituição Federal de 1988, 
as normas gerais sobre Direito Tributário passaram a sujeitar‐se a uma reserva de lei complementar. Por isso, o 
CTN foi recepcionado pela nova ordem constitucional como lei complementar. 
 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
III ‐ estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: 
 
2. Conceito de tributo 
 

 
1
  As  FUCS  são constantemente  atualizadas e  aperfeiçoadas  pela  nossa equipe.  Por  isso,  mantemos um  canal  aberto  de 
diálogo  (setordematerialciclos@gmail.com)  com  os  alunos  da  #famíliaciclos,  onde  críticas,  sugestões  e  equívocos, 
porventura identificados no material, são muito bem‐vindos. Obs1. Solicitamos que o e‐mail enviado contenha o título do 
material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas 
jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos 
eventos anteriormente citados.  
O artigo 3º do Código Tribunal Nacional nos apresenta o conceito mais completo de tributo, definindo‐
o como “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não 
constitua  sanção  de  ato  ilícito,  instituída  em  lei  e  cobrada  mediante  atividade  administrativa  plenamente 
vinculada.”  
 
A doutrina destrincha esse conceito para analisar cada um de seus elementos da seguinte forma: 
 
a) Prestação pecuniária: significa afirmar que o tributo corresponde a um pagamento em moeda pelo 
contribuinte, não entrando nesse conceito o pagamento in natura ou mediante a prestação de serviços (in 
labore). Embora o art. 3º se refira a essa característica, a Lei Complementar 104 de 2001 alterou o art. 156 do 
Código Tributário Nacional para incluir como causa de extinção do crédito tributário a dação em pagamento, 
que corresponde à entrega, pelo contribuinte, de bens imóveis no lugar da prestação devida via tributo. Além 
disso, é preciso ressaltar que o CTN admite o pagamento do tributo em cheque (art. 162, inciso I). 
 
Art. 162. O pagamento é efetuado: 
I ‐ em moeda corrente, cheque ou vale postal; 
II ‐ nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico. 
 
#ATENÇÃO: Conforme ensina a doutrina, a dação em pagamento é admitida como forma de extinção do crédito 
tributário desde que preenchidas três condições: a) existência de lei específica autorizando; b) haja manifesto 
interesse  do  fisco no  bem; c) o bem oferecido seja imóvel. Não  é possível  a  dação  em pagamento de  bens 
móveis porque isto representaria uma violação aos princípios constitucionais da isonomia e necessidade prévia 
de licitação. 
 
#DEOLHONAJURIS: O Tribunal julgou procedente pedido formulado em ação direta ajuizada pelo Governador 
do Distrito Federal para declarar a inconstitucionalidade da Lei distrital 1.624/97, que dispõe sobre o pagamento 
de débitos das microempresas, das empresas de pequeno porte e das médias empresas, mediante dação em 
pagamento de materiais destinados a atender a programas de Governo do Distrito Federal. Entendeu‐se que a 
norma  impugnada  viola  o  art.  37,  XXI,  da  CF,  porquanto  afasta  a  incidência  do  processo  licitatório,  por  ele 
exigido, para aquisição de materiais pela Administração Pública, bem como o art. 146, III, da CF, que prevê caber 
à lei complementar o estabelecimento de normas gerais em matéria de legislação tributária, eis que cria nova 
causa de extinção de crédito tributário. ADIn 1.917/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 26‐4‐2007. 
 
b)  Prestação  compulsória:  o  caráter  obrigatório  dos  tributos  possui  fundamento  no  princípio  da 
legalidade (insculpido no art. 5º, II, da Constituição Federal), e na supremacia do interesse público – que orienta 
e limita a atuação estatal nos ramos do Direito Público brasileiro. O contribuinte, enquanto tal, não pode optar 
por não pagar o tributo (essa situação somente pode advir de ato de vontade estatal, manifestado pelos meios 
legais adequados – ex.: isenção). 
 
c) Prestação que não constitui sanção de ato ilícito: tributo não é a mesma coisa que multa. O dever 
de pagar tributo surge da realização de um ato conforme ao direito (fato gerador), ao passo que a obrigação 
de pagar uma multa nasce como resposta do ordenamento jurídico à prática de um ato ilícito (infração). Disso 
decorre que é proibido ao Poder Público valer‐se das chamadas sanções políticas para impor o pagamento de 
obrigação tributária. 
 
#DEOLHONAJURIS: Supremo Tribunal Federal, tendo presentes os postulados constitucionais que asseguram a 
livre prática de atividades econômicas lícitas, de um lado, e a liberdade de exercício profissional, de outro – e 
considerando,  ainda,  que  o  Poder  Público  dispõe  de  meios  legítimos  que  lhe  permitem  tornar  efetivos  os 
créditos tributários ‐, firmou orientação jurisprudencial, hoje consubstanciada em enunciados sumulares, no 
sentido  de  que  a  imposição,  pela  autoridade  fiscal,  de  restrições  de  índole  punitiva,  quando  motivadas  tais 
limitações pela mera inadimplência do contribuinte, revela‐se contrária às liberdades públicas ora referidas. O 
Estado não pode valer‐se de meios indiretos de coerção, convertendo‐os em instrumentos de acertamento da 
relação tributária, para, em função deles – e mediante interdição ou grave restrição ao exercício da atividade 
empresarial,  econômica  ou  profissional  –,  constranger  o  contribuinte  a  adimplir  obrigações  fiscais 
eventualmente  em  atraso.  Exemplo  de  sanção  tributária  claramente  desproporcional  em  sentido  estrito  é  a 
interdição  de  estabelecimento  comercial  ou  industrial  motivada  pela  impontualidade  do  sujeito  passivo 
tributário relativamente ao cumprimento de seus deveres tributários. Embora contumaz devedor tributário, um 
sujeito  passivo  jamais  pode  ver  aniquilado  completamente  o  seu  direito  à  livre  iniciativa  em  razão  do 
descumprimento do dever de recolher os tributos por ele devidos aos cofres públicos. O Estado deve responder 
à impontualidade do sujeito passivo com o lançamento e a execução céleres dos tributos que entende devidos, 
jamais com o fechamento da unidade econômica. RE 550.769/RJ. 
O  Estado  não  pode  adotar  sanções  políticas  para  constranger  o  contribuinte  ao  pagamento  de  tributos  em 
atraso. STJ. 1ª Turma. RMS 53.989‐SE, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 17/04/2018 (Info 626). 

Por  outro  lado,  e  é  preciso  que  não  se  confunda,  o  Poder  Público  pode  se  valer  de  instrumentos 
tributários  com  efeito  sancionatório  (não  são  sanções  políticas,  portanto)  para  estimular  ou  desestimular 
determinado  comportamento  do  contribuinte.  Exemplo  bastante  comum  adotado  pelo  Fisco  é  a  tributação 
progressiva sancionatória, manifestação própria de uma característica de alguns tributos: a extrafiscalidade. 
 
Art. 153, CF. Compete à União instituir impostos sobre: 
VI ‐ propriedade territorial rural; 
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:    
I  ‐  será  progressivo  e  terá  suas  alíquotas  fixadas  de  forma  a  desestimular  a  manutenção  de  propriedades 
improdutivas; 
 
Art. 182, CF. § 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano 
diretor,  exigir,  nos  termos  da  lei  federal,  do  proprietário  do  solo  urbano  não  edificado,  subutilizado  ou  não 
utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: 
II ‐ imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; 
 
d) Prestação instituída por lei: tal característica está intimamente ligada ao caráter compulsório do 
tributo. Somente a ordem legal pode impor o pagamento de tributos, de maneira que a vontade dos particulares 
é inócua frente ao poder de império do Estado. O princípio da legalidade tributária exige que todos os aspectos 
da hipótese de incidência tributária (aspectos pessoal, material, territorial, temporal e quantitativo) estejam 
definidos em lei. Somente após a definição legal desses cinco aspectos considera‐se instituído o tributo. 
 
Art. 114, CTN. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à 
sua ocorrência. 
 
e) Prestação cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: significa afirmar que 
a atividade Estatal, prestada mediante seus servidores e membros, que visa a cobrança e arrecadação aos cofres 
públicos,  não  é  uma  escolha  discricionária.  E  essa  atividade  administrativa  plenamente  vinculada  a  que  se 
refere o art. 3º do CTN corresponde exatamente ao LANÇAMENTO do tributo. 
 
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, 
assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação 
correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito 
passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. 
 Parágrafo  único.  A  atividade  administrativa  de  lançamento  é  vinculada  e  obrigatória,  sob  pena  de 
responsabilidade funcional. 
 
#OLHAOGANCHO: Qual a natureza jurídica da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais 
(CFEM)? A resposta ainda não está consolidada nem na jurisprudência, nem na doutrina. Certo é que a CFEM 
não  constitui  tributo.  Com  previsão  no  art.  20,  §1º,  da  CF,  a  CFEM  consiste  em  um  instrumento  de 
contraprestação pela exploração financeira de recursos minerais e riquezas do solo. Para a 1ª Turma do STJ, a 
CFEM tem natureza jurídica de preço público (REsp 756.530/DF). Já a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal 
vem se posicionando no sentido de que a exação seria uma simples “participação no resultado da exploração” 
(RE 228.800/DF). 
 
3. Competência tributária 
 
Competência tributária é a aptidão para criar tributos. Todos os entes federativos – União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios – têm, dentro de certos limites, o poder de criar determinados tributos e definir 
seu alcance, obedecidos os critérios de partilha de competência estabelecidos pela Constituição. 
 
Sendo  uma  competência  legislativa,  a  competência  tributária  é  atribuída  exclusivamente  pela 
Constituição Federal, inexistindo qualquer possibilidade de ser conferida ou modificada por leis, constituições 
estaduais ou qualquer outro veículo normativo. 
 
A Constituição Federal não cria tributos; ela outorga competência tributária, ou seja, atribui aptidão 
para criar tributos. 
 
Como regra, a lei ordinária é o veículo idôneo à criação ou instituição do tributo, e, por consequência, 
à  sua  eventual  modificação  ou  revogação  (como  regra).  Por  isso,  a  competência  tributária  implica  a 
competência para legislar, inovando o ordenamento jurídico, criando o tributo ou modificando sua expressão 
qualitativa ou quantitativa, respeitados os limites fixados na Constituição. 
 
A  competência  tributária  é  indelegável.  Ao  seu  destinatário  é  dado  não  exercê‐la,  ou  fazê‐lo 
parcialmente, mas não lhe é permitido transferir a competência. O princípio da indelegabilidade da competência 
tributária está previsto no CTN: 
 
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, 
ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa 
jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição. 
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito 
público que a conferir. 
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público 
que a tenha conferido. 
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da 
função de arrecadar tributos. 
 
Como  visto,  a  titularidade  da  competência  tributária  é  exclusiva  de  pessoas  jurídicas  de  direito 
público integrantes da Administração Direta. Não se deve confundi‐la, no entanto, com a capacidade tributária 
ativa,  que  corresponde  à  aptidão,  de  natureza  administrativa,  de  cobrar  ou  arrecadar  tributos  aos  cofres 
públicos. 
 
Embora  a  competência  tributária  seja  indelegável,  nada  impede  a  delegação  legal  da  capacidade 
tributária ativa, e isso ocorre por meio da denominada parafiscalidade.2 
 
#SELIGA: A parafiscalidade é, pois, a delegação, por meio de lei, da capacidade tributária ativa. Exemplo típico 
é a arrecadação de contribuição pelos conselhos de fiscalização. Esse instituto, no entanto, não pode favorecer 
empresas  privadas  voltadas  à  obtenção  de  lucro,  porque  seria  uma  forma  de  violar  a  isonomia  e  a  livre 
concorrência. 
 
Além de indelegável, a competência tributária é:  
 
a)  Privativa:  a  competência  atribuída  a  determinada  entidade  federativa  exclui  seu  exercício  pelas 
demais pessoas políticas. 
 
b)  Facultativa:  o  legislador  não  está  constitucionalmente  obrigado  a  criar  os  tributos  de  sua 
competência. 
 
#ATENÇÃO: Parte da doutrina defende a inconstitucionalidade do art. 11 da Lei Complementar 101/2000, a Lei 
de Responsabilidade Fiscal, o qual dispõe: 
Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva 
arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação. 

 
2
 Não confunda com a extrafiscalidade. 
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o disposto 
no caput, no que se refere aos impostos. 
 
c)  Irrenunciável:  a  entidade  federativa  não  pode  abrir  mão  definitivamente  de  sua  competência 
tributária. 
 
d) Imprescritível: a falta de uso não faz a competência tributária desaparecer nem ser transferida a 
outra entidade. 
 
Art. 8º, CTN. O não‐exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa 
daquela a que a Constituição a tenha atribuído. 
 
A  doutrina  costuma  identificar  quatro  modalidades  de  competência  tributária:  privativa,  residual, 
comum e extraordinária. 
 
3.1 Competência privativa 
 
Atribuída  com exclusividade a  determinado ente político.  Exemplo: o Imposto de Importação é de 
competência privativa da União. 
 
3.2 Competência residual 
 
Atribuída  à  União  para  instituir,  por  lei  complementar,  impostos  não  previstos  na  Constituição 
Federal e novas fontes de custeio da Seguridade Social. 
 
3.3. Competência comum 
 
Atribuída a todos os entes políticos. Exemplo: taxas e contribuições de melhoria. 
 
3.4 Competência extraordinária  
 
Conferida  à  União,  no  caso  de  guerra  externa  ou  sua  iminência,  para  instituição  de  impostos 
extraordinários de guerra. 
 
4. Espécies de tributos 
 
A Constituição Federal atribui à lei complementar a função de conceituar tributo e suas espécies. O 
Código  Tributário  Nacional,  ainda  na  vigência  da  Constituição  de  1946  e  da  Emenda  18/65,  cuidou  dessas 
definições, com algumas deficiências. 
 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
III ‐ estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: 
a)  definição  de  tributos  e  de  suas  espécies,  bem  como,  em  relação  aos  impostos  discriminados  nesta 
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; 
 
A Constituição não se preocupou em definir as espécies de tributos nem em classificá‐las, limitando‐
se a indicar os impostos, as taxas, a contribuição de melhoria, os empréstimos compulsórios, as contribuições 
sociais,  as  contribuições  de  intervenção  no  domínio  econômico,  a  contribuição  para  custeio  do  regime 
previdenciário e a contribuição para custeio do serviço de iluminação pública. 
 
Sempre existiu grande controvérsia acerca de quantas espécies tributárias são admitidas no Direito 
brasileiro. Muitas são as teorias, mas vamos nos ater às mais cobradas em provas (e, portanto, mais relevantes): 
a teoria tripartite e a teoria quinquipartida.  
 
A primeira, teoria tripartite (ou tricotômica), foi a adotada expressamente pelo CTN, que considera 
como tributos apenas os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria. Para essa teoria, os empréstimos 
compulsórios e as contribuições especiais não configuram espécies autônomas de tributos, mas se encaixam 
dentro da classificação já existente (ou são taxas, ou impostos, ou contribuições de melhoria). Essa, porém, é a 
concepção minoritária. 
 
A segunda, a teoria pentapartida (ou quinária), é a teoria adotada pelo Supremo Tribunal Federal (RE 
138.284 e RE 146.733) e, segundo a Corte, pela Constituição Federal, e identifica a existência de cinco espécies 
tributárias: os impostos, as taxas, os empréstimos compulsórios, as contribuições especiais e as contribuições 
de melhoria. 
 
4.1 Impostos 
 
Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer 
atividade específica relativa ao contribuinte. 
 
Art. 16, CTN. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer 
atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. 
 
O fato gerador do imposto é uma situação que não supõe nem se conecta com nenhuma atividade do 
Estado  especificamente  dirigida  ao  contribuinte.  Portanto,  para  que  o  Estado  exija  do  contribuinte  certo 
imposto, não é preciso que ele, Estado, lhe preste algo determinado em troca. Para tanto, o legislador deve 
escolher  determinadas  situações  materiais  que  evidenciem  a  capacidade  contributiva  do  indivíduo  (e  essas 
situação serão tipificadas como fatos geradores da obrigação tributária). 
 
4.1.1 Impostos residuais 
 
Art. 154. A União poderá instituir: 
I ‐ mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não‐cumulativos e 
não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; 
 
Trata‐se da chamada competência impositiva residual, isto é, da competência para instituir impostos 
novos  ainda  não  previstos  entre  os  atualmente  atribuídos  pela  Constituição  às  entidades  federativas.  Os 
requisitos são:  
 
‐ Instituição pela União; 
‐ Por meio de lei complementar; 
‐ Devem ser não cumulativos; 
‐ Não podem gerar situação de bitributação.  
 
4.1.2 Imposto extraordinário de guerra 
 
Art. 154. A União poderá instituir: 
II  ‐  na  iminência  ou  no  caso  de  guerra  externa,  impostos  extraordinários,  compreendidos  ou  não  em  sua 
competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. 
 
Trata‐se de tributo de emergência, razão pela qual a Constitucional autoriza sua cobrança incidindo 
em  bitributação,  isto  é,  recaindo  sobre  base  de  cálculo  ou  fato  gerador  de  imposto  já  existente  (ainda  que 
estadual ou municipal). 
 
4.2 Taxas 
 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: 
II ‐ taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos 
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; 
 
As taxas são tributos cujo fato gerador é configurado por uma atuação estatal específica, referível ao 
contribuinte, que pode consistir no exercício regular do poder de polícia OU na prestação ao contribuinte, ou 
colocação  à  sua  disposição,  de  serviço  público  específico  e  divisível.  O  Estado,  pois,  exerce  determinada 
atividade e, por isso, cobra a taxa da pessoa a quem dela se aproveita. 
 
Art. 77, CTN. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito 
de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, 
efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. 
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto 
nem ser calculada em função do capital das empresas.  
 
As taxas são criadas e disciplinadas sempre por meio de lei ordinária editada pela entidade federativa 
competente para sua instituição. A sua base de cálculo é o custo da atividade estatal a ser remunerada pela 
cobrança do tributo. Deve haver uma necessária correlação lógica entre a base de cálculo da taxa e sua hipótese 
de incidência. Por isso, também, a CF e o CTN preceituam que as taxas não podem ter base de cálculo ou fato 
gerador idêntico ao de imposto (e evita a bitributação). 
 
#DEOLHONASÚMULA: 
Súmula vinculante 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base 
de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra. 
 
#DEOLHONAJURIS: É inconstitucional taxa de combate a sinistros instituída por lei municipal. A prevenção e o 
combate a incêndios são atividades desenvolvidas pelo Corpo de Bombeiros, sendo consideradas atividades de 
segurança pública, nos termos do art. 144, V e § 5º da CF/88. A segurança pública é atividade essencial do Estado 
e, por isso, é sustentada por meio de impostos (e não por taxa). Desse modo, não é possível que, a pretexto de 
prevenir sinistro relativo a incêndio, o Município venha a se substituir ao Estado, com a criação de tributo sob o 
rótulo de taxa. Tese fixada pelo STF: “A segurança pública, presentes a prevenção e o combate a incêndios, faz‐
se,  no  campo  da  atividade  precípua,  pela  unidade  da  Federação,  e,  porque  serviço  essencial,  tem  como  a 
viabilizá‐la a arrecadação de impostos, não cabendo ao Município a criação de taxa para tal fim.” STF. Plenário. 
RE 643247/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 1º/8/2017 (repercussão geral) (Info 871). 

a)  Taxa  de  polícia:  é  cobrada  em  razão  da  atividade  do  Estado,  que  verifica  o  cumprimento  das 
exigências legais pertinentes e concede a licença (ou o ato administrativo correspondente); são instituídas pelo 
ente político a que couber a atribuição. 
 
Art. 78. Considera‐se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, 
interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente 
à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades 
econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito 
à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.                 
Parágrafo  único.  Considera‐se  regular  o  exercício  do  poder  de  polícia  quando  desempenhado  pelo  órgão 
competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando‐se de atividade que a lei 
tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. 
 
Ao contrário das taxas de serviço, que podem ser cobradas pela utilização efetiva ou potencial, as 
taxas de polícia só podem ser arrecadadas se o Estado tiver efetivamente realizado a atividade de polícia. Não 
se admite cobrança de taxa por fiscalização potencial ou posta à disposição do contribuinte. 
 
#OUSESABER: O STF, em diversos julgados, tem aceitado a PRESUNÇÃO do exercício do poder de polícia, para 
fins  de  cobrança  de  taxa,  quando  EXISTENTE  O  ÓRGÃO  FISCALIZADOR,  mesmo  que  NÃO  seja  comprovada  a 
realização de fiscalização individualizada no estabelecimento de cada contribuinte. Ressalte‐se que, com esse 
entendimento,  não  foi  dispensada  a  exigência  de  EFETIVO  exercício  do  poder  de  polícia,  legitimadora  da 
cobrança  da  taxa  respectiva.  Houve  apenas  uma  presunção  desse  exercício  pela  Suprema  Corte,  a  qual 
entendeu SUFICIENTE a manutenção de um órgão de controle em devido funcionamento pelo sujeito ativo do 
tributo, dispensando a vistoria “porta a porta” (que não mais se coaduna com a realidade atual).  
 
b) Taxa de serviço: tem por fato gerador uma atuação estatal consistente na execução de um serviço 
público, específico e divisível, efetivamente prestado ou posto à disposição do contribuinte. Serviços divisíveis 
são aqueles suscetíveis de ser fruídos por cada usuário. Serviços indivisíveis, portanto, não comportam taxação. 
 
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram‐se: 
I ‐ utilizados pelo contribuinte: 
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; 
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade 
administrativa em efetivo funcionamento; 
II  ‐  específicos,  quando  possam  ser  destacados  em  unidades  autônomas  de  intervenção,  de  utilidade,  ou  de 
necessidades públicas; 
III ‐ divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários. 
 
A utilização do serviço público, para que a taxa seja devida, pode ser efetiva ou potencial. Ocorre que 
a  disponibilização  de  um  serviço  público  tem  um  custo  e,  mesmo  que  o  contribuinte  decida  não  utilizar,  o 
prestador pode exigir um valor fixo mínimo somente pelo fato de o serviço estar disponível para utilização a 
qualquer momento. 
 
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: O STF declarou a inconstitucionalidade de Lei do Estado do Amapá, 
que  instituiu  a  Taxa  de  Controle,  Acompanhamento  e  Fiscalização  das  Atividades  de  Exploração  e 
Aproveitamento  de  Recursos  Hídricos  (TFRH).  A  Corte  entendeu  que  o  valor  cobrado  é  muito  superior  em 
relação ao custo da atividade estatal relacionada (fiscalização das empresas que exploram recursos hídricos). 
Logo, não há proporcionalidade entre o custo da atividade estatal e o valor que será pago pelos particulares pela 
taxa. Isso viola as características da taxa, que é um tributo orientado pelo princípio da retributividade e que 
possui  caráter  contraprestacional  e  sinalagmático.  Além  disso,  a  lei  previa  que  apenas  30%  dos  valores 
arrecadados com a taxa seriam utilizados em atividades relacionadas com a política de recursos hídricos e os 
70% restantes iriam para a conta única do Tesouro Estadual. Isso demonstra o caráter arrecadatório desta taxa. 
Por fim, ao onerar excessivamente as empresas que exploram recursos hídricos, a referida taxa adquiriu feições 
verdadeiramente  confiscatórias,  dificultando,  ou  mesmo  inviabilizando,  o  desenvolvimento  da  atividade 
econômica. Houve, portanto, violação ao que prevê o art. 150, IV, da CF/88, que proíbe que os tributos sejam 
utilizados com efeito de confisco. STF. Plenário. ADI 6211/AP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 4/12/2019 
(Info 962). 
 
#DEOLHONAJURIS: As taxas municipais de fiscalização e funcionamento não podem ter como base de cálculo o 
número de empregados ou ramo de atividade exercida pelo contribuinte. STF. 2ª Turma. ARE 990914/SP, Rel. 
Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2017 (Info 870). A taxa de fiscalização e funcionamento pode ter como base 
de cálculo a área de fiscalização, na medida em que traduz o custo da atividade estatal de fiscalização. STF. 1ª 
Turma. RE 856185 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 04/08/2015. 
 
Em  um  determinado  Município,  foi  instituída  uma  taxa  de  localização  e  funcionamento  de  estabelecimento 
industrial e comercial. Assim, os estabelecimentos comerciais e industriais eram obrigados a pagar uma taxa ao 
Município  por  conta  da  fiscalização  que  ele  exercia  nesses  empreendimentos  (taxa  de  poder  de  polícia). 
Comumente, era conhecida como “alvará de funcionamento”. Ocorre que a lei municipal previu que a base de 
cálculo dessa taxa seria o número de empregados da empresa. Assim, quanto mais trabalhadores, maior a base 
de cálculo. Esse critério escolhido é constitucional? NÃO. O STF entendeu que o número de empregados não 
pode  ser  utilizado  como  base  de  cálculo  para  a  cobrança  da  taxa  de  localização  e  funcionamento  de 
estabelecimento industrial e comercial. O legislador municipal, ao escolher o número de empregados para fixar 
a base de cálculo, levou em consideração qualidades externas e estranhas ao exercício do poder de polícia, sem 
pertinência  quanto  ao  aspecto  material  da  hipótese  de  incidência.  A  taxa  é  tributo  contraprestacional 
(vinculado), usado na remuneração de atividade específica, seja serviço ou exercício do poder de polícia e, por 
isso, não pode fixar a base de cálculo usando como critério os sinais presuntivos de riqueza do contribuinte. O 
valor das taxas deve estar relacionado  com o custo  do serviço que as motiva, ou com a atividade  de  polícia 
desenvolvida. STF. 1ª Turma. RE 554951/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 15/10/2013 (Info 724). 
 
Não viola a legalidade tributária a lei que, prescrevendo o teto, possibilita o ato normativo infralegal fixar o valor 
de taxa em proporção razoável com os custos da atuação estatal, valor esse que não pode ser atualizado por ato 
do  próprio  conselho  de  fiscalização  em  percentual  superior  aos  índices  de  correção  monetária  legalmente 
previstos. STF. Plenário. RE 838284/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/10/2016 (repercussão geral) (Info 
842 e 844). 
 
A  isenção  do  recolhimento  da  taxa  para  emissão,  renovação,  transferência  e  expedição  de  segunda  via  de 
certificado de registro de arma de fogo particular prevista no art. 11, § 2º, da Lei nº 10.826/2003 não se estende 
aos policiais rodoviários federais aposentados. STJ. 1ª Turma. REsp 1530017‐PR, Rel. Min. Regina Helena Costa, 
julgado em 21/09/2017 (Info 612). 
 
O valor cobrado pelo Tribunal de Justiça para que o interessado possa desarquivar autos de processos findos 
possui natureza jurídica de TAXA. As taxas somente podem ser instituídas por meio de lei em sentido estrito 
(princípio constitucional da legalidade tributária). Se essa taxa de desarquivamento é instituída por Portaria do 
TJ,  é  inconstitucional.  STJ.  Corte  Especial.  AI  no  RMS  31170‐SP,  Rel.  Min.  Teori  Albino  Zavascki,  julgado  em 
18/4/2012. 
 
A concessionária de água e esgoto pode cobrar “tarifa de esgotamento sanitário” mesmo na hipótese em que 
realiza apenas a coleta e o transporte dos dejetos sanitários, sem fazer o tratamento final dos efluentes. Assim, 
é legal a cobrança de tarifa de esgoto na hipótese em que a concessionária realize apenas uma — e não todas 
—  das  quatro  etapas  em  que  se  desdobra  o  serviço  de  esgotamento  sanitário  (a  coleta,  o  transporte,  o 
tratamento e a disposição final de dejetos). STJ. 2ª Turma. REsp 1330195‐RJ, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 
6/12/2012  (Info  514).  STJ.  1ª  Seção.  REsp  1339313‐RJ,  Rel.  Min.  Benedito  Gonçalves,  julgado  em  12/6/2013 
(recurso repetitivo) (Info 530). 
 
#DEOLHONASSÚMULAS: 
Súmula 407‐STJ: É legítima a cobrança da tarifa de água fixada de acordo com as categorias de usuários e as 
faixas de consumo. 
Súmula 412‐STJ: A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita‐se ao prazo prescricional 
estabelecido no Código Civil. 
 
#SELIGA: Existe diferença entre taxa e preço público? A taxa é um tributo, sendo, portanto, objeto de uma 
obrigação instituída por lei; já o preço é obrigação contratual, assumida voluntariamente – ao contrário da taxa, 
que é imposta pela lei a todas as pessoas que se encontrem na situação de usuários (efetivos ou potenciais) de 
determinado serviço estatal. 
 
E a tarifa? 
A tarifa, uma espécie de preço público, é o preço de venda do bem, exigido por empresas prestacionistas de 
serviços públicos (concessionárias e permissionárias), como se fossem vendedoras. 
Segundo  Eduardo  Sabbag,  “a  característica  essencial  que  deve  diferenciar  taxa  de  preço  público  está  na 
inerência  ou  não  da  atividade  à  função  do  Estado.  Ou  seja,  se  houver  notória  vinculação  do  serviço  com  o 
desempenho de função estatal, teremos a taxa. Por outro lado, se houver desvinculação deste serviço com a 
ação  estatal,  inexistindo  óbice  ao  desempenho  da  atividade  por  particulares,  teremos  a  tarifa.  Nesse  passo, 
ressalte‐se que, hodiernamente, o critério considerado importante para distinguir tais institutos não é o de saber 
se o pagamento é voluntário ou compulsório, mas, sim, de averiguar se a atividade concretamente executada 
pelo  Poder  Público  configura  um  serviço  público  ou  não.  Nesse  passo,  sempre  que  o  serviço,  específico  e 
divisível, deva ser prestado pela Administração Pública diretamente, por ordem constitucional ou legal, o regime 
será o de taxa, mesmo que a lei adote outro. Nos casos em que a realização do serviço puder ser delegada a 
outra entidade, pública ou privada, o legislador poderá escolher entre o regime de taxa e o de tarifa (sobre este 
tema, ver julgado, da lavra do Ministro Carlos Velloso, no RE 209.365‐3/SP).” 
 
E o pedágio? 
Conforme entendimento do STF (ADI 800), o pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias conservadas 
pelo Poder Público, cuja cobrança está autorizada pelo inciso V, parte final, do art. 150 da Constituição de 1988, 
não tem natureza jurídica de taxa, mas sim de preço público, não estando a sua instituição, consequentemente, 
sujeita ao princípio da legalidade estrita”. 
 
4.3 Contribuição de melhoria3 
 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: 
III ‐ contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. 
 
Esse tributo, a exemplo das taxas, conecta‐se com determinada atuação estatal, qual seja, a realização 
de  uma  obra  pública  de  que  decorra,  para  os  proprietários  de  imóveis  adjacentes,  uma  valorização  de  suas 
propriedades.  
 
São,  pois,  tributos  vinculados  de  competência  comum  entre  União,  Estados,  Distrito  Federal  e 
Municípios, cobrados quando a realização de uma obra pública causa acréscimo no valor do imóvel localizado 
nas  áreas  beneficiadas  direta  ou  indiretamente  pela  obra.  Assim,  a  melhoria  decorre  diretamente  da  obra, 
sendo diretamente proporcional essa correspondência. 
 
#ATENÇÃO: A contribuição de melhoria não se legitima pela simples realização da obra. 
 
A  doutrina  aponta  que  o  fundamento  último  para  a  instituição  dessa  espécie  tributária  é  evitar  o 
locupletamento injustificado de proprietários favorecidos por obras públicas. 
 
A grande semelhança entre serviços públicos e obras públicas vem criando dificuldades para identificar 
se, em face de uma determinada atividade estatal, o tributo correto a ser cobrado seria taxa ou contribuição de 
melhoria. Para o Direito Administrativo, a diferença entre obra e serviço deve ser feita com base no critério da 
preponderância. Se em determinada atuação prepondera o resultado final sobre a atividade, trata‐se de uma 
obra pública. É o caso do asfaltamento de rua (pavimentação), verdadeira obra pública ensejadora, se valorizar 
imóvel particular, da cobrança de contribuição de melhoria. Porém, havendo predominância da atividade sobre 
o resultado final, a atuação da Administração tem natureza jurídica de serviço público autorizando a cobrança 
de taxa. Exemplo: recapeamento asfáltico. 
 
#ATENÇÃO:  “A  realização  de  pavimentação  nova,  suscetível  de  vir  a  caracterizar  benefício  direto  a  imóvel 
determinado com incremento do seu valor pode justificar a cobrança de contribuição de melhoria, o que não 
acontece com o “mero recapeamento de via pública já asfaltada”, que constitui simples serviço de manutenção 
e conservação.” RE 116.148, STF. 

 
3
 O Decreto‐lei n. 195/67 define o devido processo legal para cobrança da contribuição de melhoria. 
#ATENÇÃO: Decisão: Vistos. Município de Tupã interpõe recurso extraordinário, com fundamento na alínea 
“a”do  permissivo  constitucional,  contra  decisão  que  negou  provimento  aos  embargos  infringentes, 
consignando que: “(...) No caso vertente, é pressuposto do tributo, portanto, que o imóvel beneficiado tenha 
seu valor aumentado em razão da obra. No entanto, o bem pertencente ao contribuinte, conforme restou 
provado no autos, já era servido por pavimentação asfáltica, de forma que o mero reparo, ainda que sob a 
forma de recapeamento, não é capaz de trazer ao imóvel nem uma sensível valorização. Nenhum imóvel 
vale mais ou menos porque o asfalto passa em sua frente está em bom ou mau estado de conservação. Com 
efeito, não havendo sequer sensível valorização do bem, é manifestamente ilegal a cobrança do tributo, 
mormente na forma que lhe é peculiar, ou seja, contribuição de melhoria. E diga‐se de passagem, mesmo 
que  no  caso  fosse  possível  a  cobrança  por  meio  de  taxa, o  recapeamento  asfáltico  não  guarda  a 
característica  de  ser  divisível,  indispensável  à  espécie.  O  asfalto  que  passa  pela  frente  de  um  imóvel 
beneficia  a  população  de  um  modo  geral,  ou  seja,  é  ‘uti  universi’,  por  natureza  imensuráveis 
individualmente, insuscetível portanto de ser cobrado por meio de taxa (…)”. Alega o recorrente violação 
dos artigos 30, III, e 145, II, da Constituição Federal, uma vez que: “A r. Sentença dos Embargos Infringentes, 
prolatada pelo MM Juízo de primeira instância às fls. 54/58, e manteve a r. sentença de fls. 39/43, negando 
provimento, julgou ilegal a taxa de pavimentação (melhoria asfáltica), quando, na verdade, através de tais 
normas nada mais se fez do que se exercitar a competência municipal, assegurada pela própria Lei Maior”. 
Contra‐arrazoado,  o  recurso  extraordinário  foi  admitido.  Decido.  Não  merece  trânsito  o  apelo  extremo. 
Verifico que o art. 30, III, da Constituição Federal carece do necessário prequestionamento, sendo certo que 
não foram opostos embargos de declaração para sanar eventual omissão no acórdão recorrido. Incidem na 
espécie  as  Súmulas  nºs  282  e  356  desta  Corte.  Ademais,  o  Plenário  desta  Corte,  no  julgamento  do  RE  nº 
140.779/SP, Relator o Ministro Ilmar Galvão, entendeu pela impossibilidade da remuneração do serviço de 
pavimentação asfáltica por meio de taxa, já que o tributo tem por fato gerador benefício resultante de obra 
pública, próprio de contribuição de melhoria. O julgado restou assim do: “EMENTA: TRIBUTÁRIO. MUNICÍPIO 
DE  SANTO  ANDRÉ/SP.  TAXA  DE  PAVIMENTAÇÃO  ASFÁLTICA.  LEI  Nº  3.999/72,  ART.  244. 
INCONSTITUCIONALIDADE. Tributo que tem por fato gerador benefício resultante de obra pública, próprio de 
contribuição  de  melhoria,  e  não  a  utilização,  pelo  contribuinte,  de  serviço  público  específico  e  divisível, 
prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Impossibilidade de sua cobrança como contribuição, por 
inobservância das formalidades legais que constituem o pressuposto do lançamento dessa espécie tributária. 
Inocorrência da alegada afronta ao art. 18, II, da EC 01/69. Inconstitucionalidade, que se declara, do art. 276 
da Lei nº 3.999, de 29 de dezembro de 1972, do Município de Santo André/SP. Recurso não conhecido” (DJ 
de  8/9/95).  No  mesmo  sentido:  RE  nº  579.574/RJ,  Relator  o  Ministro  Ayres  Britto,  DJe  de  2/4/12.  Ante  o 
exposto,  nos  termos  do  artigo  557,  caput,  do  Código  de  Processo  Civil,  nego  seguimento  ao  recurso 
extraordinário.  Publique‐se.  Brasília,  17  de  dezembro  de  2012.Ministro  Dias  ToffoliRelatorDocumento 
assinado digitalmente. (STF ‐ RE: 704954 SP, Relator: Min. DIAS TOFFOLI, Data de Julgamento: 17/12/2012, 
Data de Publicação: DJe‐023 DIVULG 01/02/2013 PUBLIC 04/02/2013) 
 
O  valor  exigido  do  sujeito  passivo  a  título  de  contribuição  de  melhoria  encontra  dois  limites 
estabelecidos pela legislação: a) limite total; b) limite individual. O limite total ou global é a despesa realizada 
(custo da obra). O limite individual está vinculado à condição de cada imóvel isoladamente analisada. 
 
Art.  81,  CTN.  A  contribuição  de  melhoria  cobrada  pela  União,  pelos  Estados,  pelo  Distrito  Federal  ou  pelos 
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de 
que  decorra  valorização  imobiliária,  tendo  como  limite  total  a  despesa  realizada  e  como  limite  individual  o 
acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. 
 
4.4. Empréstimo compulsório 
 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: 
I  ‐  para  atender  a  despesas  extraordinárias,  decorrentes  de  calamidade  pública,  de  guerra  externa  ou  sua 
iminência; 
II ‐ no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto 
no art. 150, III, "b". 
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa 
que fundamentou sua instituição. 
 
Art. 15, CTN. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos compulsórios: 
I ‐ guerra externa, ou sua iminência; 
II  ‐  calamidade  pública  que  exija  auxílio  federal  impossível  de  atender  com  os  recursos  orçamentários 
disponíveis; 
III ‐ conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo. 
Parágrafo  único.  A  lei  fixará  obrigatoriamente  o  prazo  do  empréstimo  e  as  condições  de  seu  resgate, 
observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei. 
 
Corresponde ao ingresso de recursos temporários nos cofres do Estado, gerando, em sequência, a 
obrigação  do  Estado  de  restituir  a  importância  auferida.  Os  recursos  arrecadas  devem  ser  destinados  ao 
atendimento das despesas que fundamentaram a instituição do empréstimo. A competência para instituição 
dos empréstimos compulsórios é exclusiva da União. 
 
Sua  instituição  ocorre  por  meio  de  LEI  COMPLEMENTAR.  Assim,  é  uma  exceção  à  regra  de  que  os 
tributos em geral são instituídos por lei ordinária. 
 
A Constituição Federal prevê a instituição de empréstimos compulsórios pela União em duas situações: 
a)  despesas  extraordinárias,  decorrentes  de  calamidade  pública  e  de  guerra  externa  efetiva  ou 
iminente; 
b) investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. 
 
#NÃOCONFUNDA:  A  Constituição  Federal  não  indica  quais  os  possíveis  fatos  geradores  dos  empréstimos 
compulsórios. Ela apenas define situações (guerra externa ou sua iminência, calamidade pública, investimento 
público urgente e relevante) que condicionam o exercício da competência tributária e direcionam a aplicação 
do produto da arrecadação. À lei complementar que instituir o empréstimo compulsório caberá definir‐lhe o 
fato gerador 
 
A calamidade pública deve corresponder a uma situação emergencial transitória provocada pela ação 
humana ou evento da natureza e cujo enfrentamento exija uma captação extraordinária de recursos pelo Poder 
Público junto à iniciativa  privada. Embora a competência para instituição de empréstimos compulsórios seja 
exclusiva da União, a calamidade pública não precisa ser de proporção nacional, podendo ter seu alcance restrito 
ao âmbito territorial até mesmo de um único Município. Nesse caso, o empréstimo compulsório é de cobrança 
imediata,  não  se  sujeitando  nem  à  anterioridade  anual,  nem  à  nonagesimal,  podendo  ser  cobrado  no  dia 
seguinte ao da publicação da lei complementar. 
 
Não existe qualquer possibilidade de criação de empréstimo compulsório para custear guerra interna, 
civil ou de secessão. Nesse caso de guerra externa ou sua iminência, o empréstimo compulsório também será 
cobrado imediatamente (não precisar observar a anterioridade). 
 
Por  outro  lado,  no  caso  de  investimento  público  de  caráter  urgente  e  relevante  interesse  nacional 
predomina amplamente a orientação segundo a qual deve observar simultaneamente a anterioridade anual e 
nonagesimal. 
 
#ATENÇÃO: O art. 15, III, do CTN foi tacitamente revogado pela Constituição de 1988 na medida em que as 
únicas hipóteses de empréstimo compulsório para despesas extraordinárias são aquelas previstas no art. 148, I, 
do Texto Maior (calamidade pública e guerra externa). 
 
A lei complementar de criação dessa espécie tributária sempre deve declarar para qual finalidade a 
exação está sendo instituída. 
 
#DEOLHONAJURIS: Segundo o STF, a restituição precisa ser efetuada na mesma espécie em que o tributo foi 
recolhido (isto é, se foi pago em dinheiro o resgate deve ser em dinheiro). RE 175.385/CE. 
 
*#STJ: No empréstimo compulsório sobre energia elétrica, são devidos juros remuneratórios sobre a diferença 
de correção monetária não paga nem convertida em ações, no percentual de 6% ao ano, nos termos do art. 2º 
do Decreto‐Lei nº 1.512/76. STJ. 1ª Seção. EDv nos EAREsp 790.288‐PR, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 
12/06/2019 (Info 656). 
 
4.5 Contribuições sociais, econômicas e corporativas 
 
O art. 149 da Constituição Federal agrupa três figuras indicadas como “contribuições”: 
 
‐ Contribuições sociais; 
‐ Contribuições de intervenção no domínio econômico; 
‐ Contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas. 
 
Todas elas são de competência da União, que deve utilizá‐las como instrumento de sua atuação nas 
respectivas áreas. 
 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico 
e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas 
áreas,  observado  o  disposto  nos  arts.  146,  III,  e  150,  I  e  III,  e  sem  prejuízo  do  previsto  no  art.  195,  §  6º, 
relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o 
custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à 
da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. 
 
#ATENÇÃO:  O  §1º  do  art.  149  faculta  aos  Estados,  ao  Distrito  Federal  e  aos  Municípios  a  instituição  de 
contribuições, cobráveis de seus funcionários, para o custeio, em benefício destes, de sistema previdenciário. 
Essas exações participam da natureza das contribuições sociais, destinadas à seguridade social, embora atuem 
no âmbito restrito do funcionalismo público dos Estados, DF e Municípios. 
 
#OLHAOGANCHO  #DEOLHONAJURIS:  A  partir  de  14/4/2010  deve  ser  reconhecida  a  natureza  contratual  da 
relação  firmada  entre  os  servidores  do  Estado  de  Minas  Gerais  e  o  IPSEMG,  instituída  pelo  art.  85  da  Lei 
Complementar Estadual nº 64/2002, sendo garantida a restituição de indébito somente àqueles que, após essa 
data, não tenham aderido expressa ou tacitamente aos serviços de saúde disponibilizados. STJ. 1ª Seção. REsp 
1348679‐MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 23/11/2016 (recurso repetitivo) (Info 604). 
 
Contribuições  especiais  são,  portanto,  tributos  finalísticos  qualificados  pela  destinação.  Em  regra, 
compete à União instituir contribuições especiais, com exceção daquelas previstas nos arts. 149, §1º, e 149‐A, 
da CF. 
 
a) Contribuições destinadas à seguridade social (ou contribuições sociais) 
 
 Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, 
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e 
das seguintes contribuições sociais:    
I ‐ do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:      
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física 
que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;    
b) a receita ou o faturamento;    
c) o lucro;     
II  ‐  do  trabalhador  e  dos  demais  segurados  da  previdência  social,  não  incidindo  contribuição  sobre 
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;    
III ‐ sobre a receita de concursos de prognósticos. 
IV ‐ do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.   
 
Esse rol não é exaustivo, pois o art. 195, §4º, da CF abre a possibilidade de a lei instituir outras fontes 
destinadas  a  garantir  a  manutenção  ou  expansão  da  seguridade  social.  É  uma  disciplina  análoga  à  da 
competência residual conferida à União para a criação de novos impostos. Mas essas novas contribuições não 
poderão ter natureza cumulativa nem fato gerador ou base de cálculo próprios dos impostos já discriminados 
na Constituição Federal. 
 
As contribuições sociais devem respeitar a regra da anterioridade nonagesimal. 
 
Art.  195,  CF.  §  6º  As  contribuições  sociais  de  que  trata  este  artigo  só  poderão  ser  exigidas  após  decorridos 
noventa  dias  da  data  da  publicação  da  lei  que  as  houver  instituído  ou  modificado,  não  se  lhes  aplicando  o 
disposto no art. 150, III, "b". 
 
É importante não confundir contribuições sociais, que são todas aquelas voltadas genericamente ao 
custeio  da  Seguridade  Social  (Previdência  +  Assistência  +  Saúde),  com  contribuições  previdenciárias. 
Contribuições  previdenciárias  são  somente  aquelas  especificamente  destinadas  a  custear  benefícios 
previdenciários, devidas pelos segurados e pelas empresas. 
 
Segundo o STF, entendem‐se como “contribuições sociais” as (I) contribuições sociais gerais (aquelas 
não destinadas à seguridade), as (II) contribuições de seguridade social e as (III) outras contribuições sociais. 
 
As “contribuições sociais gerais” são de competência da União e estão regradas pelo mesmo regime 
jurídico  das  demais  contribuições  previstas  no  art.  149  da  CF.  Sujeitam‐se  integralmente  ao  regime 
constitucional  tributário,  sem  comportar  nenhuma  exceção.  Além  disso,  são  instituídas  por  lei  ordinária  e 
observam o princípio da anterioridade comum. 
 
As “contribuições sociais gerais” são a contribuição ao salário‐educação (art. 212, § 5.º, da CF) e as 
contribuições ao Sistema “S” (art. 240 da CF). 
 
Já as contribuições para a seguridade social possuem quatro fontes de custeio, previstas no art. 195, I 
a IV, da CF: o importador (art. 195, IV, da CF); a receita de loterias (art. 195, III, da CF); o trabalhador (art. 195, 
II, da CF); o empregador e empresa (art. 195, I, da CF). 
 
Por fim, o STF associa as “outras contribuições” às que podem ser criadas no plano da competência 
residual da União, conforme se prevê no art. 195, § 4.º, da CF. 
 

#ATENÇÃO: Por força do art. 195, § 4º, da CF, a criação de novas fontes de custeio da seguridade deve obedecer 
aos seguintes condicionamentos: a) competência exclusiva da União; b) necessidade de lei complementar; c) 
vedação de edição de medida provisória para tal finalidade; d) o tributo deve ser não cumulativo; e) não pode 
ter fato gerador ou base de cálculo já utilizados para arrecadação de outra contribuição já existente. 
 
#JÁCAIU:  
(TJSP 188, 2019) Com relação às  contribuições sociais, pode‐se  afirmar que  constituem espécie de  tributo e 
diferem dos impostos pela destinação do produto da arrecadação. 
 
b) Contribuições para intervenção no domínio econômico 
 
São tributos federais utilizados pela União como ferramenta de regulação sobre setores estratégicos 
da economia. Submetem‐se às duas anterioridades (anual e nonagesimal). 
 
Existem atividades econômicas que necessitam sofrer intervenção do Estado Federal, de modo a se 
provocar ora um controle fiscalizatório, regulando o fluxo de produção, ora uma atividade de fomento, tendente 
à melhoria do setor beneficiado, pontualmente selecionada. Assim, as CIDEs devem ter as finalidades ligadas às 
disposições constitucionais relativas à ordem econômica e financeira, sob a égide do art. 170, I a IX e seguintes 
da CF. 
 
Segundo as regras constitucionais específicas, não incidirão sobre receitas decorrentes de exportação; 
incidirão  sobre  a  importação  de  produtos  estrangeiros  ou  serviços;  poderão  ter  alíquotas:  a)  ad  valorem 
(variáveis conforme o valor do bem): tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, 
no caso da importação, o valor aduaneiro; b) específica: tendo por base a unidade de medida adotada. 
 
#DEOLHONAJURIS:  A  contribuição  destinada  ao  SEBRAE  possui  natureza  de  contribuição  de  intervenção  no 
domínio econômico (art. 149 da CF/88) e não necessita de edição de lei complementar para ser instituída. STF. 
Plenário. RE 635682/RJ, rel. Min. Gilmar Mendes, 25/4/2013. (Info 703) 

#DEOLHONASÚMULA: 
Súmula 499‐STJ: As empresas prestadoras de serviços estão sujeitas às contribuições ao Sesc e Senac, salvo se 
integradas noutro serviço social. 

*#DEOLHONAJURIS  #DIZERODIREITO  #STJ:  As  entidades  dos  serviços  sociais  autônomos  não  possuem 
legitimidade passiva nas ações judiciais em que se discute a relação jurídico‐tributária entre o contribuinte e a 
União e a repetição de indébito das contribuições sociais recolhidas. Os serviços sociais são meros destinatários 
de subvenção econômica e, como pessoas jurídicas de direito privado, não participam diretamente da relação 
jurídico‐tributária entre contribuinte e ente federado. O direito que tais entidades possuem à receita decorrente 
da subvenção não gera interesse jurídico a ponto  de justificar a  ocorrência de litisconsórcio com a  União. O 
interesse dos serviços sociais autônomos nesta lide é reflexo e meramente econômico. STJ. 1ª Seção. EREsp 
1.619.954‐SC, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 10/04/2019 (Info 646). 

c) Contribuições no interesse de categorias profissionais ou econômicas 
 
São tributos destinados ao custeio das atividades das instituições fiscalizadoras e representativas de 
categorias  econômicas  ou  profissionais,  que  exercem  funções  legalmente  reputadas  como  de  interesse 
público. Também chamadas de contribuição‐anuidade, buscam prover de recursos os órgãos controladores e 
fiscalizadores  das  profissões,  ou  seja,  os  Conselhos  Regionais  de  Fiscalização,  como  o  CREA,  CRM,  CRC,  CRE, 
entre  outros,  cujas  atividades  são  legalmente  entendidas  como  de  interesse  público.  Esses  órgãos  são, 
geralmente, pessoas jurídicas de direito público. Estão submetidas à anterioridade anual e nonagesimal. 
 
O fato gerador dessas contribuições reside no exercício, pelo contribuinte, de determinada atividade 
profissional ou econômica, a que se atrelam as funções de interesse público exercidas pela entidade credora das 
contribuições (fiscalização, representatividade, defesa de interesses etc.). 
 
As entidades profissionais exercem a atribuição administrativa de cobrar o tributo, podendo também 
aplicar os recursos arrecadados em suas finalidades, mas a instituição e regramento normativo da contribuição 
constituem competências indelegáveis da União. 
 
#OLHAOGANCHO: São compatíveis com a Constituição Federal os dispositivos da Lei nº 13.467/2017 (Reforma 
Trabalhista) que extinguiram a obrigatoriedade da contribuição sindical e condicionaram o seu pagamento à 
prévia e expressa autorização dos filiados. No âmbito formal, o STF entendeu que a Lei nº 13.467/2017 não 
contempla normas gerais de direito tributário (art. 146, III, “a”, da CF/88). Assim, não era necessária a edição de 
lei complementar para tratar sobre matéria relativa a contribuições. Também não se aplica ao caso a exigência 
de  lei  específica  prevista  no  art.  150,  §  6º,  da  CF/88,  pois  a  norma  impugnada  não  disciplinou  nenhum  dos 
benefícios fiscais nele mencionados, quais sejam, subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de 
crédito presumido, anistia ou remissão. Sob o ângulo material, o STF afirmou que a Constituição assegura a livre 
associação profissional ou sindical, de modo que ninguém é obrigado a filiar‐se ou a manter‐se filiado a sindicato 
(art. 8º, V, da CF/88). O princípio constitucional da liberdade sindical garante tanto ao trabalhador quanto ao 
empregador a liberdade de se associar a uma organização sindical, passando a contribuir voluntariamente com 
essa  representação.  Não  há  nenhum  comando  na  CF/88  determinando  que  a  contribuição  sindical  é 
compulsória. Não se pode admitir que o texto constitucional, de um lado, consagre a liberdade de associação, 
sindicalização e expressão (art. 5º, IV e XVII, e art. 8º) e, de outro, imponha uma contribuição compulsória a 
todos  os  integrantes  das  categorias  econômicas  e  profissionais.  STF.  Plenário.  ADI  5794/DF,  Rel.  Min.  Edson 
Fachin, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado em 29/6/2018 (Info 908). 
 
É inconstitucional, por ofensa ao princípio da legalidade tributária, lei que delega aos conselhos de fiscalização 
de profissões regulamentadas a competência de fixar ou majorar, sem parâmetro legal, o valor das contribuições 
de interesse das categorias profissionais e econômicas, usualmente cobradas sob o título de anuidades, vedada, 
ademais, a atualização desse valor pelos conselhos em percentual superior aos índices legalmente previstos. 
STF. Plenário. RE 704292/PR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/10/2016 (repercussão geral) (Info 844). 
 
A  Lei  nº  12.514/2011,  que  trata  sobre  as  contribuições  (anuidades)  devidas  aos  Conselhos  Profissionais,  é 
constitucional. Sob o ponto de vista formal, esta Lei, apesar de ser fruto de uma MP que originalmente dispunha 
sobre outro assunto, não pode ser declarada inconstitucional porque foi editada antes do STF declarar ilegítima 
a prática do “contrabando legislativo” (ADI 5127/DF). Ainda quanto ao aspecto formal, esta Lei não trata sobre 
normas gerais de Direito Tributário, motivo pelo qual não precisava ser veiculada por lei complementar. Sob o 
ponto de vista material, a Lei respeitou os princípios da capacidade contributiva, da vedação ao confisco e da 
legalidade. STF. Plenário. ADI 4697/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 06/10/2016 (Info 842). 
 
c) Contribuição para iluminação pública 
 
Art. 149‐A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para 
o custeio  do  serviço de iluminação pública, observado o  disposto no art. 150, I e III.   (Incluído  pela Emenda 
Constitucional nº 39, de 2002) 
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia 
elétrica.  
 
Criada pela Emenda Constitucional 39/2002, atribui competência aos Municípios e ao Distrito Federal, 
em razão da declaração de inconstitucionalidade pelo STF da antiga taxa de iluminação pública. 
 
#DEOLHONASÚMULA: 
Súmula vinculante 41: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.  
 
Admite‐se a cobrança da Cosip na fatura da energia elétrica (o valor do tributo pode ser exigido junto 
com a conta de luz). Sua instituição deve observar a anterioridade anual e nonagesimal. 
 
5. Outras classificações 
 
Os  tributos  dizem‐se  federais,  estaduais  ou  municipais,  conforme  correspondam  à  competência 
tributária da União, dos Estados, ou dos Municípios. Os tributos estaduais são também conferidos ao Distrito 
Federal e, nos Territórios Federais, à União. Os impostos municiais são igualmente atribuídos ao Distrito Federal 
e, nos Territórios Federais, à União. 
 
a) Tributos federais: art. 153, art. 154, I (impostos residuais), art. 154, II (imposto extraordinário de 
guerra), art. 148 (empréstimos compulsórios), art. 149 e 195 (contribuições especiais), todos da CF; além de 
taxas e contribuições de melhoria. 
 
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: 
I ‐ importação de produtos estrangeiros; 
II ‐ exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; 
III ‐ renda e proventos de qualquer natureza; 
IV ‐ produtos industrializados; 
V ‐ operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; 
VI ‐ propriedade territorial rural; 
VII ‐ grandes fortunas, nos termos de lei complementar. 
 
Art. 154. A União poderá instituir: 
I ‐ mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não‐cumulativos e 
não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; 
II  ‐  na  iminência  ou  no  caso  de  guerra  externa,  impostos  extraordinários,  compreendidos  ou  não  em  sua 
competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. 
 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: 
I  ‐  para  atender  a  despesas  extraordinárias,  decorrentes  de  calamidade  pública,  de  guerra  externa  ou  sua 
iminência; 
II ‐ no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto 
no art. 150, III, "b". 
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa 
que fundamentou sua instituição. 
 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico 
e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas 
áreas,  observado  o  disposto  nos  arts.  146,  III,  e  150,  I  e  III,  e  sem  prejuízo  do  previsto  no  art.  195,  §  6º, 
relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 
 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, 
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e 
das seguintes contribuições sociais:    
I ‐ do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:      
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física 
que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;    
b) a receita ou o faturamento;    
c) o lucro;     
II ‐ do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria 
e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;    
III ‐ sobre a receita de concursos de prognósticos. 
IV ‐ do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. 
 
b) Tributos estaduais: art. 155, art. 149, §1º, da CF, além de taxas e contribuições de melhoria. 
 
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:    
I ‐ transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;     
II ‐ operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual 
e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;     
III ‐ propriedade de veículos automotores.  
 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico 
e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas 
áreas,  observado  o  disposto  nos  arts.  146,  III,  e  150,  I  e  III,  e  sem  prejuízo  do  previsto  no  art.  195,  §  6º, 
relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para 
o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior 
à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.    
 
c)  Tributos  municipais:  art.  156,  art.  149,  §1º,  da  CF,  além  de  taxas,  contribuição  de  melhoria  e 
contribuição de iluminação pública. 
 
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
I ‐ propriedade predial e territorial urbana; 
II ‐ transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, 
e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; 
III ‐ serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.  
 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico 
e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas 
áreas,  observado  o  disposto  nos  arts.  146,  III,  e  150,  I  e  III,  e  sem  prejuízo  do  previsto  no  art.  195,  §  6º, 
relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para 
o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior 
à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.    
 
Art. 149‐A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para 
o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.     
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia 
elétrica. 
 
Conforme o sujeito ativo da obrigação tributária seja ou não o Estado (aqui compreendendo União, 
Estados‐membros, DF e Municípios), o tributo diz‐se fiscal ou parafiscal. 
 
Segundo o objetivo visado pela lei de incidência seja: (a) prover de recursos a entidade arrecadadora: 
ou (b) induzir comportamentos, diz‐se que os tributos têm finalidade arrecadatória (ou fiscal) ou finalidade 
regulatória (ou extrafiscal). A extrafiscalidade, em maior ou menor grau, pode estar presente nas várias figuras 
tributárias. 
 
Outra  classificação  dos  tributos,  que  os  separa  em  reais  ou  pessoais,  depende  de  se  verificar  se 
predominam  características  objetivas  ou  subjetivas  na  configuração  do  fato  gerador.  Se  o  tributo  leva  em 
consideração aspectos pessoais do contribuinte (nível de renda, estado civil, etc.), ele se diz pessoal. Real será 
o tributo que ignore esses aspectos. 
 
Os  tributos  podem,  ainda,  ser  vinculados  ou  desvinculados  (tributos  bilaterais  ou  unilaterais). 
Vinculados são aqueles que pressupõem uma atividade estatal a ser por eles remunerada. Os desvinculados 
independem de uma atividade estatal relativa ao contribuinte. 
 
Uma  classificação,  de  fundo  econômico,  mas  com  reflexos  jurídicos,  é  a  que  divide  os  tributos  em 
diretos e indiretos. Os primeiros são devidos, ‘de direito”, pelas mesmas pessoas que, “de fato”, suportam o 
ônus do tributo (exemplo clássico é o Imposto de Renda). Os indiretos, ao contrário, são devidos, “de direito”, 
por  uma  pessoa  (dita  “contribuinte  de  direito”),  mas  suportados  por  outra  (“contribuinte  de  fato”):  o 
“contribuinte de direito” recolhe o tributo, mas repassa o respectivo encargo financeiro para o “contribuinte de 
fato”. Exemplo clássico dessa última divisão são os impostos que gravam o consumo de bens e serviços (IPI, 
ICMS e ISS). 
 
Consoante grave apenas uma das fases do processo produtivo, ou mais de uma delas, o tributo diz‐se 
monofásico (exemplo: IOF) ou plurifásico (exemplo: IPI e ICMS). 
 
A classificação dos tributos em cumulativos e não cumulativos diz respeito à técnica de aplicação dos 
tributos multifásicos; os cumulativos incidem em várias fases de circulação do bem, sem se computar ou sem se 
deduzir o valor que já incidiu nas fases anteriores. Não cumulativo é o tributo que, em cada fase, incide apenas 
sobre o valor que nela se agregou, ou grava todo o valor acumulado do bem, descontando‐se, porém, o valor 
que já gravou as fases anteriores (exemplo: IPI e ICMS). 
 
Os tributos podem, ainda, ser progressivos ou não progressivos; seletivos ou não seletivos. Os tributos 
progressivos  têm  alíquotas  graduadas  conforme  a  capacidade  econômica  do  contribuinte.  Os  tributos  não 
progressivos são cobrados de modo uniforme em relação a todos os contribuintes, sem levar em consideração 
a  capacidade  econômica  de  cada  um.  Os  tributos  seletivos  têm  sua  força  econômica  graduada  conforme  a 
relevância social do produto ou do serviço. Os tributos não seletivos são cobrados sem levar em consideração 
a importância social do objeto tributado. 
 
#OUSESABER: Havendo tredestinação da receita de tributos vinculados, como as contribuições sociais, cabe ao 
contribuinte  o  direito  à  repetição  do  montante  correspondente  ao  percentual  indevidamente  aplicado? 
Resposta: NÃO. A tese dos contribuintes era a de que o desvio na aplicação da receita de tributos com destinação 
vinculada  configuraria  inconstitucionalidade  a  macular  a  própria  exação  fiscal,  cuja  cobrança  tornar‐se‐ia 
indevida, havendo direito à repetição. O STF, contudo, ao analisar a questão sob a sistemática da repercussão 
geral (RE 566.007), decidiu que só caberia a restituição do tributo pago se este fosse declarado inconstitucional, 
situação diversa da inconstitucionalidade decretada na aplicação da receita correlata. Nesse sentido, o tema 277 
da Repercussão Geral no STF: Tema 277 da Repercussão Geral no STF: I ‐ A eventual inconstitucionalidade de 
desvinculação  de  receita  de  contribuições  sociais  não  acarreta  a  devolução  ao  contribuinte  do  montante 
correspondente  ao  percentual  desvinculado,  pois  a  tributação  não  seria  inconstitucional  ou  ilegal,  única 
hipótese autorizadora da repetição do indébito tributário; II ‐ Não é inconstitucional a desvinculação, ainda que 
parcial,  do  produto  da  arrecadação  das  contribuições  sociais  instituídas  pelo  art.  76  do  ADCT,  seja  em  sua 
redação original, seja naquela resultante das Emendas Constitucionais 27/2000, 42/2003, 56/2007, 59/2009 e 
68/2011. 
 
DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO 
 

DIPLOMA  DISPOSITIVO 
Constituição Federal  Art. 145 a 149‐A, art. 195 
Código Tributário Nacional  Art. 2º a 8º, art. 16, art. 77, a 82 
 

BIBLIOGRAFIA UTILIZADA 
 
Manual de Direito Tributário – Alexandre Mazza (2018). 
 
Manual de Direito Tributário – Ricardo Alexandre (2017). 
 
Direito Tributário Essencial – Eduardo Sabbag (2018). 
 
Direito Tributário Brasileiro – Luciano Amaro. 
 
Cavalcante, Márcio André Lopes, Informativos esquematizados do Dizer o Direito. 

Você também pode gostar