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Não se sabe ao certo a origem da palavra jazz, mas era uma gíria usada
entre os norte-americanos antes mesmo do surgimento da manifestação
artística.
Se você quer saber mais sobre essa manifestação musical, sua história,
principais artistas e músicas, continue a leitura deste artigo que vem
acompanhado de muita música!
História do Jazz
A história do estilo musical começa desde a época da escravidão negra
nos Estados Unidos. Naquela época, os escravos festejavam diversas
cerimônias com seus cantos e tambores. Alguns desses festejos eram
religiosos.
O início do jazz
New Orleans é a cidade que viu o Jazz surgir. Uma cidade do estado de
Louisiana que habitava negros africanos, americanos, brancos, asiáticos
e outros. Uma mistura perfeita para ver o surgimento de uma
manifestação artística como o Jazz.
Você talvez nem imaginasse, mas o novo estilo musical surgia nos
bordéis da cidade de New Orleans, especificamente no bairro de
Storyville, anos em que a prostituição não era considerada ilícita – 1897
a 1917.
Os ritmos que formavam o novo estilo musical eram ouvidos nos
pequenos bares de Storyvilles, os honk tonks, como eram chamados e
viram o novo estilo musical se formar, sendo palco para uma nova
expressão artística. Em New Orleans o Jazz se formou e se expandiu e o
que contribuiu muito para isso foi justamente a sua essência livre. Mas
algumas cidades do sul também foram importantes contribuições para a
formação e expansão do jazz, tais quais Baltimore, Memphis, St Louis e
outras.
A popularização do Jazz
Você pode conferir a lista dos melhores jazz dos anos 20 clicando aqui.
Billie Holliday
Billie Holiday
Louis Armstrong
Quem nunca ouviu falar em Louis Armstrong, uma lenda do Jazz. Dono
de uma voz marcante, o trompetista gravou jazz pela primeira vez no
ano de 1917. Era um músico talentoso e você provavelmente já ouviu
um dos seus maiores clássicos “What a wonderful world”.
Miles Davis
Ella Fitzgerald
John Coltrane iniciou sua carreira no Jazz ao 20 anos. Esteve junto com
Miles Davis porque fazia parte da banda do trompetista. A convivência
dos dois artistas era conturbada porque John Coltrane era viciado em
heroína. Aos 33 anos passou à carreira solo e morreu novo, com apenas
40 anos.
Estilos de Jazz
Quando o Jazz foi se popularizando e se expandindo por novas
localidades, foi agregando novos ritmos, novas culturas, outras músicas.
A cada tempo surgiam novos estilos de Jazz e muitos deles até hoje são
consagrados. O New Orleans Jazz, cidade onde surgiu o estilo musical é
conhecido como o primeiro estilo. Conheça alguns outros estilos de jazz
mais famosos:
Swing
Bebop
Hard Bop
Hard Bop é dito por alguns críticos como uma evolução do bebop, mas
seu nascimento vem de movimentos opostos.
Cool Jazz
Um dos estilos mais famosos, o cool Jazz teve como fundador o exímio
trompetista Miles Davis. Em 1949 Miles Davis faz o Cool Jazz ganhar o
mundo com seu disco Birth of the Cool. É um estilo de jazz mais
introspectivo, mas ainda podem ser encontradas síncopes e bons solos.
O Cool Jazz ainda gerou outros estilos mais tarde.
Mulheres no Jazz
As mulheres foram expressões brilhantes no Jazz. Foram vários nomes
que trouxeram vida à arte do Jazz. Pianistas, compositoras, cantoras e
outras artistas gravaram seu nome na história. Além das cantoras que
você já viu anteriormente, outras mulheres podem se destacar, confira:
Sarah Vaughan
Sarah Vaughan
Uma grande voz do jazz, Sarah Vaughan teve grandes sucessos e era
muito elogiada pela sua voz e seu trabalho como artista. Scott Yanow diz
que é “uma das vozes mais maravilhosas do século 20”
Nina Simone
Jazz e moda
A moda é uma expressão do que se vive em determinado momento e
não somente um monte de roupa aleatória. Como você sabe, de tempos
em tempos surgem novas tendências e vamos nos vestindo de forma
diferente.
A moda dos anos 20 foi muito marcada pela liberdade que a música fazia
os jovens sentir, principalmente ao som da bandas da época. Entre as
mulheres, nada de espartilhos e sim vestidos mais soltos, com braços à
mostra.
Conceituação
Como o termo "jazz" tem, desde longa data, sido usado para uma grande variedade de
estilos, uma definição abrangente que incluísse todas as variações é difícil de ser
encontrada. Enquanto alguns entusiastas de certos tipos de jazz tem colocado definições
menos amplas, que excluem outros tipos, que também são habitualmente descritas como
"jazz", os próprios jazzistas são muitas vezes relutantes quanto a definição da música que
são executadas. Duke Ellington dizia, "é tudo música." Alguns críticos tem dito que a
música de Ellington não era de fato jazz, como a sua própria definição, segundo esses
críticos, o jazz não pode ser orquestrado.
Por outro lado, os 20 solos de Earl Hines "versões modificadas" das composições de Duke
Ellington (em Earl Hines Plays Duke Ellington gravado por volta dos anos 70) foi descrito
por Ben Ratliff, crítico do New York Times, como "um exemplo tão bom do processo de
jazz quanto qualquer outra coisa que temos." [2]
Há bastante tempo existem debates na comunidade do jazz sobre a definição e as
fronteiras do jazz. Em meados da década de 1930, amantes do jazz de Nova Orleans
criticaram as "inovações" da era do swing como contrárias a improvisação coletiva, eles
pensavam nisso como essencial para a natureza do "verdadeiro" jazz.
Pelos anos 40, 50 e 60, eram ouvidas criticas dos entusiastas do jazz tradicional e dos fãs
do BeBop, na maioria das vezes dizendo que o outro estilo não era, de alguma forma, o
jazz "autêntico". Entretanto, a alteração ou transformação do jazz por novas influências
tem sido desde o princípio criticada como "degradação", Andrew Gilbert diz que o jazz tem
a "habilidade de absorver e transformar influências" dos mais diversos estilos de música. [3]
As formas de música tendo como objetivo comercial ou com influência da música "popular"
tem sido ambas criticadas, ao menos quando ocorre o surgimento do bop. Fãs do jazz
tradicional rejeitaram o bop, o "jazz fusion" da era dos anos 70, é definido por eles como
um período de degradação comercial da música. Todavia, de acordo com Bruce Johnson,
jazz sempre teve uma "tensão entre jazz como música comercial e uma forma musical". [4]
Gilbert nota que como a noção de um cânone de jazz está se desenvolvendo, as
"conquistas do passado" podem se tornar "...privilegiadas sob a criatividade particular..." e
a inovação dos artistas atuais. O crítico de jazz da Village Voice Gary Giddins diz que
assim que a disseminação e a criação do jazz está se tornando cada vez institucionalizada
e dominada por firmas de entretenimento maiores, o jazz está lidando com "...um perigoso
futuro de aceitação de respeitabilidade e desinteresse." David Ake adverte que a criação
de "normas" no jazz e o estabelecimento de um "jazz tradicional" pode excluir ou deixar de
lado outras mais novas, formas de jazz avant-garde.[5]
Uma maneira de resolver os problemas de definição é expor o termo "jazz" de uma forma
mais abrangente. De acordo com Kin Gabbard "jazz é um conceito" ou categoria que,
enquanto artificial, ainda é útil ser designada como: "um número de músicas com
elementos suficientes em parte comum de uma tradição coerente". Travis Jackson também
define o jazz de uma forma mais ampla, afirmando que é uma música que incluí atributos
tais como: "swinging, improvisação, interação em grupo, desenvolvimento de uma "voz
individual", e estar "aberto" a diferentes possibilidades musicais". [5]
Improvisação
História
Origens
Por volta de 1808 o tráfico de escravos no Atlântico trouxe aproximadamente meio milhão
de africanos aos Estados Unidos, em grande quantidade para os estados do sul. Grande
parte dos escravos vieram do oeste da África e trouxeram fortes tradições da música tribal.
[6]
Em 1774 um visitante os descreveu, dançando ao som do banjo de 4 cordas e cantando
"a música maluca", satirizando a maneira com que eram tratados. Uma década mais tarde
Thomas Jefferson similarmente notou "o banjar, que foi trazido da distante África". Foi feita
de cabaça, como a bânia senegalesa ou como a akonting do Oeste da África. Festas de
abundância com danças africanas, ao som de tambores, eram organizadas aos domingos
em Place Congo Nova Orleães, até 1843, sendo como uma festa similar em Nova Orleães
e Nova Iorque.
Escravos da mesma tribo eram separados para evitar formações de revolta. E, pela
mesma razão, nos estados da Geórgia e Mississippi não era permitido aos escravos a
utilização de tambores ou instrumentos de sopro que fossem muito sonoros, pois poderiam
ser usados no envio de mensagens codificadas. Entretanto, muitos fizeram seus próprios
instrumentos com materiais disponíveis, e a maioria dos chefes das plantações
incentivaram o canto para que fosse mantida a confiança do grupo. A música africana foi
altamente funcional, tanto para o trabalho quanto para os ritos.
As work songs e field hollers incorporaram um estilo que poderia ser ainda encontrado em
penitenciárias dos anos 1960, e em um caso eram parecidas com uma canção nativa
ainda utilizada em Senegal. No porto de Nova Orleães, estivadores negros ficaram
famosos pelas suas canções de trabalho. Essas canções mostravam complexidade rítmica
com características de polirrítmica do jazz. Na tradição africana eles tinham uma linha
melódica e com o padrão pergunta e resposta, contudo, sem o conceito de harmonia do
Ocidente. O ritmo refletido no padrão africano da fala e o sistema tonal africano levaram às
blue notes do jazz.
No começo do século XIX, um número crescente de músicos negros aprendiam a tocar
instrumentos do ocidente, particularmente o violino, provendo entretenimento para os
chefes das plantações e aumentando o valor de venda daqueles que ainda eram escravos.
Conforme aprendiam a música de dança europeia, eles parodiavam as músicas nas suas
próprias danças cakewalk. Por sua vez, apresentadores dos minstrel show, euro-
americanos com blackface, estilo de maquiagem usado para sátira, popularizavam tal
música internacional, a qual era combinação de síncopas com acompanhamento
harmônico europeu. Louis Moreau Gottschalk adaptou música latina e melodia de
escravos para músicas de piano de salão, com músicas tais como Bamboula, danse de
nègres de 1849, Fantaisie grotesque de 1855 e Le Banjo, enquanto sua música polka
Pasquinade, em torno do ano 1860, antecipou ragtime e foi orquestrado como parte do
repertório de concerto da banda de John Philip Sousa, fundada em 1892.
Outra influência veio dos negros que frequentavam as igrejas. Eles aprenderam o estilo
harmônico dos hinos e os adaptavam em spirituals. As origens do blues não estão
registradas em documentos, entretanto, elas podem ser vistas como contemporâneas dos
negro spirituals. Paul Oliver chamou a atenção à similaridade dos instrumentos, música e
função social dos griots da savana do oeste africano, sob influência Islâmica. Ele notou
estudos mostrando a complexidade rítmica da orquestra de tambores da costa da floresta
temperada, que sobreviveram relativamente intacta no Haiti e outras partes do oeste das
Índias mas não era farta nos Estados Unidos. Ele sugeriu que a música de cordas do
interior sudanês se adaptou melhor com a música popular e baladas narrativas, dos
ingleses e dos donos de escravos scots-irish e influenciaram tanto o jazz como o blues.
Décadas de 1890-1910
Nessa época, salões para baile público e tea rooms foram abertos nas cidades. A música
popular de bailes na época eram em estilos blues-ragtime. A música era vibrante,
entusiástica e, quase sempre, improvisada. A música ragtime daquele tempo era em
formato de marchas, valsas e outras formas tradicionais de músicas, porém, a
característica consistente era a sincopação. Notas e ritmos sincopados se tornaram tão
populares com o público que os editores de partituras incluíram a palavra "sincopado" em
seus anúncios. Em 1899, um pianista jovem e treinado, de Missouri, Scott Joplin, publicou
o primeiro de muitas composições de Ragtime que viriam a ser música de gosto popular.
As apresentações do líder de banda Buddy Bolden em Nova Orleães, desfiles e danças
são um exemplo de estilo de improviso do jazz. O rápido crescimento do público que
apreciava a música no pós-guerra produziu mais músicos treinados que fossem formais.
Por exemplo, Lorenzo Tio, Scott Joplin e muitas outras importantes figuras, no período
inicial do jazz tiveram como base os paradigmas da música clássica.
A Wikipédia possui o
Projeto Jazz
Décadas de 1920-1930
A proibição da venda de bebidas alcoólicas nos Estados Unidos, que vigorou de 1920 a
1933, resultou na criação dos speakeasies, locais onde a bebida era vendida ilegalmente.
Esses estabelecimentos acabaram sendo grandes difusores do jazz, que, por isso, ganhou
a reputação de ser um estilo musical imoral.
Nesse período, em 1922, a Original Creole Jazz Band se tornou a primeira banda de jazz
de músicos negros de Nova Orléans a fazer gravações. [7][8] No entanto, era Chicago o novo
centro do desenvolvimento do Dixieland, porque lá se juntaram King Oliver e Bill Jonhson.
Naquele ano Bessie Smith, famosa cantora de blues, também gravou pela primeira vez.
Bix Beiderbecke formou o grupo "The Wolverines" em 1924. No mesmo ano Louis
Armstrong se tornou solista da banda de Fletcher Henderson por um ano e depois formou
o seu próprio grupo, o Hot Five. Jelly Roll Morton gravou com os New Orleans Rhythm
Kings, e em 1926 formou os Red Hot Peppers. Na época havia um grande mercado para a
música dançante influenciada pelo Jazz tocada por orquestras de músicos brancos, como
a de Jean GoldKette e a de Paul Whiteman. Em 1924 Whiteman pediu ao compositor
George Gershwin que ele criasse um concerto que misturasse características de Jazz com
a música clássica, o que resultou na famosa Rhapsody in Blue, que foi executada na
première o concerto An Experiment in Modern Music, regido por Whiteman.
Conheça a história do Jazz, o
ritmo que mudou o mundo.
Para um desavisado o jazz pode parecer desordeiro ou transgressor, mas o ritmo que
nasceu no começo do século XX em New Orleans, Louisiana, está muito mais perto de
uma celebração e uma elevação da cultura do que qualquer outro adjetivo.
Essa manifestação musical tem sua origem no legado religioso afro-americano e no
blues. Os seus primeiros acordes puderam ser ouvidos no bairro de Storyville, em
pequenos bares conhecidos como Honk Tonks.
As vozes poderosas, os metais impecáveis e os improvisos levaram o jazz para o
mundo, saindo de New Orleans, chegando em Chicago com o virtuoso Louis
Armstrong, passando pelo Harlem em New York, o jazz ganhou o mundo e se
diversificou.
Os três reis
Louis Armstrong
Quem nunca ouviu falar em Louis Armstrong, uma lenda do jazz, provavelmente não é
desse planeta. O trompetista tem sua primeira gravação no ano de 1917 e é chamado por
alguns por "a personificação do jazz".
Miles Davis
John Coltrane o grande sax tenor de todos os tempos foi um gigante na música, tanto
que sua influência ultrapassa o jazz, chegando ao rock e à música erudita. Um
curiosidade desse mestre do sax foi que ele participou em 1955 da banda de Miles
Davis, saindo um pouco após devido ao seu vício em heroína.
A expansão do Jazz - Gêneros
Swing
O Swing começou perto de 1930 e é caracterizado por suas orquestras e ritmo dançante.
Além disso ele possui uma batida menos acentuada e alto nível técnico.
Bebop
O Bebop surge logo após a Segunda Guerra, em 1945, em contraponto ao Swing.
No Bebop as grandes orquestras dão lugar aos solistas e as bandas menores. Porém o
nível alto técnico continua, afinal o estilo é cheio de ângulos e saltos.
A curiosidade do nome Bebop é que ele e uma onomatopéia que os cantores faziam ao
imitar seus instrumentos. Charlie Parker e Dizze Gillespie são os fundadores do estilo.
Cool Jazz
O estilo do gigante Miles Davis é caracterizado pelo seu ritmo mais lento
e introspectivo, com pausas maiores e solos de arrepiar.
Acid Jazz
O jazz e suas variações continuam a evolui até hoje, e nesse movimento nasce
o Acid Jazz, um gênero musical que combina elementos do soul, jazz, funk e disco com
batidas em loop. Nesse estilo um grande artista é Jamiroquai.
Mulheres no Jazz
Grandes mulheres também dominaram o gênero, entre elas, Mari Lou Williams, Sarah
Vaughan e a sensacional Nina Simone. Que além de compositora, pianista e intérprete
foi uma grande ativista dos direitos civis dos negros nos EUA.
Jazz e Moda
A moda também muito influenciada por esse estilo, nos anos 20, a liberdade
do jazz reverberou na moda. As mulheres abandonaram os espartilhos e começaram a
usar vestidos mais soltos e braços à mostra. Já os homens usam a moda como
ferramenta para criticar a escravidão e o preconceito da sociedade.
Explosão de jazz
O lendário Django Reinhardt, que tocava jazz mesmo perdendo o movimento de dois dedos da mão esquerda (1946)
O jazz ganhava popularidade e evoluía vários anos antes de ser gravado. Um dos pontos
fortes do jazz é sua mutabilidade. Cada artista poderia desenvolver sua própria
expressão de jazz incorporando elementos únicos e diferentes. “Jazz” era escrito com S
em seus primórdios.
A palavra ‘jass’, por vezes até ‘jas’, nunca possuiu uma etimologia tão clara: era uma
gíria que fazia referência sutil ao espírito de vigor, de sexualidade, de gingado. A
Original Dixieland Jass Band realizou a primeira gravação de jazz em 1917, que
vendeu mundialmente e deu início a uma febre global pelo jazz. A partir daí, o jazz
decolava como cena artística aberta aos exploradores musicais.
Gênios musicais
Louis Armstrong, a voz da inesquecível ‘What a Wonderful World’ (1946)
O jazz foi responsável por produzir alguns dos maiores músicos de todos os tempos. O
músico demonstra sua grandiosidade quando, ao explorar os sons, consegue evocar
emoções de maneira genuína e intensa. Foi exatamente isso que Louis Armstrong fez.
Talvez o maior nome do jazz, comprou sua primeira corneta corneta por dez dólares em
uma loja de usados em Nova Orleans quando era criança. O garoto tocava por trocados
na rua até ser descoberto por Joe “King” Oliver, grande músico da cidade. Louis entrou
para a banda de King e seu expressionismo único traçou seu caminho para a fama.
Sua voz rouca e seus solos de trompete se tornaram ícones globais do jazz. O músico foi
figura central no desenvolvimento artístico do gênero, introduzindo uma riqueza
emocional e pessoal nas melodias do jazz. Em 1958, o jazz atingiu seu absoluto ápice –
Kind of Blue, de Miles Davis, foi lançado – reconhecido por críticos como um dos
álbuns mais importantes da história da música
. A obra reuniu gênios que, em duas sessões de gravação, produziram 45 minutos de
jazz modal divino. O jazz modal se caracteriza por tons e solos baseados no tom geral,
mudando sutilmente a todo tempo. Kind of Blue emana a essência do jazz. É pura
elegância e emoção em improvisação.
Miles Davis não era o único músico lendário a participar: o disco contou com John
Coltrane, o maior sax tenor de todo o jazz, e Paul Chambers, um dos maiores
contrabaixistas de jazz, além de outros grandes talentos. Todos os participantes
seguiram carreiras espetaculares.
Reinvenções
Duke Ellington em frente a seu piano (aprox. 1930)
O jazz foi explorado de muitas maneiras diferentes. Miles Davis aperfeiçoou o jazz
modal. Duke Ellington compôs obras-primas de jazz complexas (porém acessíveis) que
emanavam drama, tornando-se também um dos grandes nomes do jazz. Assim como a
maioria dos gêneros musicais, o jazz passou por renovações totais conforme a música,
como um todo, evoluía.
John Coltrane, prosseguindo em sucesso, lançou outro disco monumental na história
do jazz, A Love Supreme. Charles Mingus comandou as vanguardas do jazz com The
Black Saint and the Sinner Lady, uma composição atemporal com pianos que evocam
imagens misteriosas.
Nos anos 70, a história do jazz foi marcada pela desenfreada absorção de influências de
outros gêneros. Nascia o jazz-rock ou jazz fusion, que absorve influências de R&B,
rock e música latina. O rock, filho dos Beatles, estava em sua infância. Carla Bley,
música espetacular, ouviu o disco Sgt. Pepper’s, dos quatro meninos, e lançou o
monumental álbum duplo Escalator Over the Hill, inspirado no rock.
Já Miles Davis introduziu o caos em sua música, lançando o indispensável Bitches
Brew, que marcou definitivamente a história do jazz como prova da gama artística
absurda que o gênero tinha a explorar. Daqui em diante, o jazz nunca foi o mesmo. Com
a comercialidade do rock em alta, o jazz adotou muitas de suas características. Isso não
necessariamente é algo ruim: nestes meados o gênio da música e da comédia Frank
Zappa lançou Hot Rats, uma divertidíssima viagem por acordes de jazz e melodias de
guitarra.
Legado
Nenhum gênero musical mantém a sua pureza para sempre. O jazz sempre foi uma
caixinha de surpresas. O gênero hoje é um resgate do passado – um replay de sua antiga
essência. Sempre confundido com o blues, hoje quase sinônimo: artistas como John
Mayer incorporam elementos tradicionalíssimos a músicas pop que agitam multidões.
O nascer do modernismo e pós-modernismo na arte permite também que o jazz genuíno
continue a ser explorado mesmo depois de seu advento definitivo. John Zorn, em 1990,
ícone da vanguarda do jazz, conseguiu o inacreditável, impensável feito de unir
grindcore (uma das vertentes do heavy metal extremo) ao jazz, no disco Naked City.
É possível dizer categoricamente que o jazz não está morto, apenas foi explorado com
criatividade exorbitante durante toda sua existência. Portanto, daqui em diante, todo jazz
de qualidade é provavelmente uma exploração inédita. Jazz, de certa forma, deixou de
ser apenas um gênero musical. É uma maneira de se expressar, uma forma única de
enxergar paixões, desilusões e de encontrar conforto em noites escuras. O jazz é
sentimento!
História do Jazz
Nascido do blues, das work songs dos trabalhadores negros norte-americanos, do negro spiritual
protestante e do ragtime, o jazz passou por uma extraordinária sucessão de transformações no século
XX. É notável como essa música se modificou tão profundamente durante um período de apenas um
século.
O termo jazz começa a ser usado no final dos anos 10 e início dos anos 20, para descrever um tipo de
música que surgia nessa época em New Orleans, Chicago e New York. Seus expoentes são
considerados "oficialmente" os primeiros músicos de jazz: a Original Dixieland Jass Band do cornetista
Nick LaRocca, o pianista Jelly Roll Morton (que se auto-denominava "criador do jazz"), o cornetista King
Oliver com sua Original Creole Jazz Band, e o clarinetista e sax-sopranista Sidney Bechet. Em seguida,
vamos encontrar em Chicago os trompetistas Louis Armstrong e Bix Beiderbecke, e em New York o
histriônico pianista Fats Waller e o pioneiro bandleader Fletcher Henderson. Em 1930 o jazz já possui
uma "massa crítica" considerável e já se acham consolidadas várias grandes orquestras, como as de
Duke Ellington , Count Basie , Cab Calloway e Earl Hines.
A evolução histórica do jazz, assim como da literatura, das artes plásticas e da música clássica, segue um
padrão de movimento pendular, com tendências que se alternam apontando em direções opostas. Em
meados dos anos 30 surge o primeiro estilo maciçamente popular do jazz, o swing , dançante e
palatável, que agradava imensamente às multidões durante a época da guerra. Em 1945 surge um estilo
muito mais radical e que fazia menos concessões ao gosto popular, o bebop , que seria revisto,
radicalizado e ampliado nos anos 50 com o hard bop . Em resposta à agressividade do bebop e do hard
bop, aparece nos anos 50 o cool jazz , com uma proposta intelectualizada que está para o jazz assim
como a música de câmara está para a música erudita.
O cool e o bop dominam a década de 50, até a chegada do free jazz, dando voz às perplexidades e
incertezas dos anos 60. No final dos anos 60, acontece a inevitável fusão do jazz com o rock,
resultando primeiro em obras inovadoras e vigorosas, e posteriormente em pastiches produzidos em série
e de gosto duvidoso. Hoje existe espaço para cultivar todos os gêneros de jazz, desde o dixieland até o
experimentalismo free, desde os velhos e sempre amados standards até as mais ambiciosas
composições originais para grandes formações. Mas qual seria o estilo de jazz próprio dos dias de hoje?
Talvez o jazz feito com instrumentos eletrônicos - samplers e sequenciadores - num cruzamento com o
tecno e o drum´n´bass. Se esse jazz possui a consistência para não se dissolver como tantos outros
modismos, só o tempo dirá