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Instituto Federal Sul-Rio-grandense

Campus Pelotas
Prof. Leandro Oliveira, Dr.

CITOLOGIA

Até meados do século XVII, a organização dos organismos era estudada


somente macroscopicamente. No início no século XVII, o inglês Robert Hooke
desenvolveu o microscópio, que permitiu a descrição da estrutura celular da
cortiça, um tecido vegetal de revestimento. Em 1824, Dutrochet conclui que
todos os tecidos, animais e vegetais, são compostos por pequenas unidades,
as células. Nos anos seguintes sucessivas descobertas levaram ao
conhecimento das organelas celulares e a elaboração da Teoria celular. A
teoria celular afirma que:

(1) Todos os organismos são constituídos de células.

As células são componentes fundamentais de todos os organismos vivos do


planeta Terra. Cada célula dá estrutura e funcionamento aos seres vivos.

(2) A célula é a unidade morfológica e fisiológica dos seres vivos.

A atividade de um organismo depende do funcionamento das células individual


e coletivamente. A célula é a unidade através da qual a matéria e a energia são
adquiridas, convertidas, reservadas e utilizadas e na qual a informação
genética é armazenada, liberada e expressa.

(3) Toda célula é originada de outra célula preexistente

A continuidade da vida tem base celular, a célula possui os mecanismos de


transmissão da informação genética.

Cada célula é uma unidade completa diferente química e


estruturalmente do seu ambiente e que possuem independentemente da sua
função um plano estrutural básico, com um grande número de estruturas
internas, as organelas, que são semelhantes ou iguais em muitos tipos
celulares diferentes.
Membrana Plasmática

A membrana plasmática pode ser conhecida como plasmalema,


membrana celular ou membrana citoplasmática. Entre todos os modelos
propostos quanto à composição e a estruturação membranar, o mais aceito
atualmente é o proposto pelos cientistas Singer e Nicolson em 1972, simulada
através de um mosaico fluido, como pode ser observado na imagem a seguir.

Fig.01- Membrana Plasmática

Todas as membranas plasmáticas celulares são constituídas


predominantemente por fosfolipídeos e proteínas em proporções diferentes e
uma pequena quantidade de açúcares, na forma de oligossacarídeos. Além
disso, na grande maioria das células animais, a membrana plasmática
apresenta uma camada rica em glicídios: o glicocálix ou glicocálice, que tem a
função de reconhecimento químico da célula para seu exterior e tem também
função protetora, impedindo que alguns tipos de vírus ou bactérias se anexem
à célula.

A membrana celular atua na recepção de nutrientes e sinais químicos do


meio extracelular. Para o funcionamento normal e regular das células, deve
haver a seleção das substâncias que entram e o impedimento da entrada de
partículas indesejáveis, ou ainda, a eliminação das que se encontram no
citoplasma. Essa é a chamada permeabilidade seletiva, uma das funções mais
importantes da membrana. Outra função são os transportes, que ocorrem
através dela, podendo ser dividos em ativo, quando há gasto energético, e
passivo, quando não há gasto energético.
Núcleo

O núcleo é o responsável pelo controle de todas as funções celulares. A


maior parte das células de nosso corpo possui um único núcleo. Contudo, há
células que não possuem nenhum e outras que possuem vários. No caso das
células eucariontes, o núcleo encontra-se separado pela carioteca, que, além
de ter a função de separar o núcleo do citoplasma, comunica-se com o
citoplasma através dos poros nucleares. Estes poros são os responsáveis pelo
controle da troca de substâncias entre o núcleo e o citoplasma. Dento do
núcleo, encontram-se corpos em formatos esféricos denominados nucléolos,
compostos protéicos, DNA e RNA e os genes nucleares, também conhecidos
como código genético.

De forma geral podemos dizer que o núcleo possui duas funções


básicas: regular as reações químicas que ocorrem dentro da célula e
armazenar suas informações genéticas.

Fig.02- Núcleo celular

Ribossomo

Existem ribossomos que estão isolados no citoplasma, outros estão


inseridos no retículo endoplasmático rugoso. Os primeiros sintetizam proteínas
que vão ser utilizadas no citossol, nos segundos as proteínas serão expelidas
no próprio retículo, logo após são utilizadas em demais compartimentos da
célula ou levadas para o exterior da célula. São responsáveis pela síntese de
proteínas através do RNA mensageiro que vem do núcleo.
Mitocôndria

Presentes nas células eucariontes, elas são responsáveis pela produção


de energia no interior da célula. São bastante numerosas, principalmente em
células onde se precisa de muita energia (por exemplo, células nervosas e do
coração, que tem atividade contínua).

São formadas por duas membranas fosfolipídicas, uma externa


semelhante á membrana plasmática, e outra interna, com várias ondulações,
conhecidas como invaginações internas. A região limitada pela membrana
interna é conhecida como matriz mitocondrial, onde existem proteínas,
ribossomos e DNA mitocondrial.

Fig.03- Mitocôndria

Reticulo Endoplasmático

O retículo endoplasmático é uma organela exclusiva de células


eucariontes. Formado a partir da invaginação da membrana plasmática, é
constituído por uma rede de túbulos e vesículas achatadas, localizado próximo
ao núcleo. Está envolvido na síntese de proteínas e lipídios, na desintoxicação
celular e no transporte intracelular. É divido em dois: rugoso e liso.
Retículo Endoplasmático Rugoso

Conhecido também como retículo endoplasmático granuloso, é formado por


sistemas de vesículas achatadas com ribossomos aderidos. Devido aos
ribossomos, participa da síntese de proteínas, que serão enviadas para o
exterior das células. Esse tipo de retículo é muito desenvolvido em células com
função secretora. Possui também a função de transporte de substâncias.

Retículo Endoplásmatico Liso

É formado por sistemas de túbulos cilíndricos e sem ribossomos aderidos à


membrana. Participa principalmente da síntese de esteróides, fosfolipídios e
outros lipídios. Uma de suas principais funções é a desintoxicação do
organismo, atuando na degradação do álcool ingerido em bebidas alcoólicas,
assim como a degradação de medicamentos ingeridos pelo organismo como
antibióticos e substâncias anestésicas.

Fig.04- Retículos Endoplasmáticos

Complexo de Golgi

O complexo de Golgi situa-se próximo do núcleo celular e é formado por


sacos achatados e vesículas.

As células sintetizam um grande número de diferentes macromoléculas.


O complexo de Golgi é parte integrante na modificação, classificação e
empacotamento dessas macromoléculas para que possam ser devidamente
secretadas, num processo conhecido como exocitose, ou então para que sejam
usada dentro da célula. Ele modifica principalmente proteínas vindas do
retículo endoplasmático rugoso, mas também está envolvido no transporte de
lipídios pela célula e na formação de lisossomos. Dessa forma, o complexo de
Golgi pode ser comparado a uma central de correios, na qual os “pacotes” são
enviados a diferentes destinos no interior da célula. Sua face convexa recebe
as informações do reticulo endoplasmatico e a vesícula direciona as
informações.

Fig.05- Complexo de Golgi

Lisossomos

São bolsas membranosas que contêm enzimas capazes de digerir


substâncias orgânicas. Com origem no aparelho de Golgi, os lisossomos estão
presentes em praticamente todas as células animais. Os lisossomos são
organelas responsáveis pela digestão intracelular. Outra função dos lisossomos
é reciclar outras organelas celulares que estão envelhecidas, processo
conhecido como autofagia.

Peroxissomos

São bolsas membranosas que contêm alguns tipos de enzimas


digestivas. Os peroxissomos diferem dos lisossomos principalmente quanto ao
tipo de enzimas que possuem. Além de conterem enzimas que degradam
gorduras e aminoácidos, têm também grandes quantidades da enzima
catalase.

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