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Carlos Eduardo Alves – RA – 1098504

Edgard Oliveira Batista – RA – 1098834


Fabiano Passos da Silva – RA 1098996

Antropologia Teológica

O Deus salvador cria continuamente e faz parte de seu plano


salvador levar à plenitude sua obra criada”.
A Teologia, hoje, compreende e leva em conta os dados da
evolução natural da vida ao fazer sua reflexão. Essa mudança
de paradigma teológico facilita, assim, a compreensão da fé
para os homens e mulheres de hoje, sem perder o que é
próprio da Teologia.

Professor: Dr. Hélcion Ribeiro

Centro Universitário Claretiano


Rio Claro
Setembro /2012
INTRODUÇÃO

Embora a vida humana, pela sua brevidade, seja comparada a “uma brisa que passa”
pela fé, nós cristãos, cremos que vivemos para sempre. Após a nossa existência mortal
acreditamos que, pela ressurreição, viveremos eternamente com e em Deus.
Pela tradição aprendemos que a criação ocorreu como nos relatos da Sagrada Escritura,
principalmente pelas narrativas do Livro do Gênesis. Por séculos ninguém ousou pensar
diferente do que pregava a Igreja. Com a secularização, o grande desenvolvimento das
ciências naturais e as grandes descobertas cosmológicas o próprio magistério da Igreja,
embora tenha combatido insistentemente no início, aos poucos, começou a admitir que
as narrativas bíblicas não se classificavam como científicas, mas como teológicas e
tinham o seu significado na linha dos “mitos criacionais”. A própria exegese bíblica deu
um grande passo para, com seu rigor científico considerar não somente o texto
inspirado, mas também a sua intenção e o contexto histórico.

DESENVOLVIMENTO

A teoria de Darwin provocou uma revolução no pensamento questionando o


cristianismo e a teologia. Esta, situada no nível da fé e por causa da fé “completa e se
completa no conjunto do logos universal como palavra transcendente ou teomórfica”.
Ela não se restringe ao universo da história, mas vai além, vai ao universo da
transcendência. A exegese atual não vê os textos bíblicos, escritos há 3.000 anos, como
verdade científica, mas os vê sob a perspectiva da fé e crendo na revelação. O discurso
teológico, fundamentado em Deus e em seu Filho Jesus Cristo, feito homem, se mantém
coerente, pois abarca os universos histórico e transcendente,
É na experiência histórica do exôdo, da aliança, da posse da terra, do Deus de Israel que
possibilitou a libertação, que surge a crença na criação. Pois o Deus salvador cria
permanentemente, sustenta a sua criação, agindo no tempo e no espaço. Com isso, um
aprofundamenteo bíblico, a criação não pode ser mais considerada como um fato de
uma ação acabada, concluída, onde tudo estaria pronto e perfeito, mas significa a
préhistória para a história da salvação, um olhar voltado para o processo total do criar
divino: criar inicial, criar histórico e a consumação escatológica. Afinal, o Deus
salvador quer levar tudo a sua plenitude. A criação então, não é perfeita, mas
perfectível, pois é aberta para a história, ela é a criação das condições para as
possibilidades de sua história.
O ser humano, criado por Deus, é um entre os demais seres, mas é o único com poder de
comunicação e raciocínio, isso faz de nós seres, de certa forma, solitários no mundo. O
máximo que o ser humano consegue é domesticar os outros seres, mas não consegue
encontrar um outro igual. Deus continua sua obra criadora-salvadora no universo todo e
na vida humana.

Comparando com a idade da terra, a origem do homo sapiens é muito recente, mas a sua
evolução mental foi muito rápida, assim como a sua capacidade de cognição, de
simbolização e abstração, de fala e de linguagem. Desde quando passou a viver em
comunidades houve governantes e governados socialmente inferiores. O cristianismo
deu um grande passo na direção da igualdade entre os homens, mas a prática está muito
longe do ideal cristão. Ainda prevalece uma minoria de vencedores (elites econômicas,
políticas, sociais, etc.) dominando uma grande massa de vencidos (dominados).

Na construção histórica do olhar teológico de como Deus cria, percebe-se que, pela
assunção do helenismo, foi-se criando concepções essencialistas e ontológicas,
substituindo as experiências de fé do Antigo Testamento e suas conseqüências
históricas. A renovação teológica, vem assumindo sempre mais a fé em suas incidências
históricas e abandonando a metafísica, são novas chaves de leitura para a interpretação
da fé. Os textos bíblicos da criação, longe de se referirem à factualidade das origens,
querem evidenciar as verdades salvíficas sobre a nobreza do Salvador que é Criador.
Como afirma Rahner, citado por Ribeiro: "Deus habilita o processo inteiro da criação
contínua, de dentro para fora, ao dar constantemente à própria criação a capacidade de
transcender-se e se tornar mais do que era".

Compreender a História do mundo é um passo fundamental, ir além da História da


humanidade e compreender a História do mundo criado. O Deus criador é o totalmente
Outro, é o realmente existente, ele faz tudo existir realmente, sua ação contínua é
sempre criadora e salvadora, mostra-se no visível da criação palpável, mas também no
invisível da criação que vai além do que os nossos sentidos podem contemplar. A
sensibilidade de experimentá-lo caminhando com a obra criada, dará condições de
superar as distorções, criadas pela humanidade, de seu projeto. A experiência do Deus
sempre criador-salvador fará de cada ser humano um colaborador da criação, superando
as situações de desrespeito pelo ser humano e por toda a natureza.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Superando, portanto, os conflitos e se abrindo ao diálogo entre fé e razão descobre-se
mais facilmente a transcendência de uma e os limites da outra. Aproximamos-nos com
mais sobriedade de respostas que podem ainda não nos satisfazer, mas que certamente
nos direcionam e nos tranqüilizam perante a crise de identificação do ser humano pós-
moderno.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A criação contínua ou a falsa oposição entre criação e evolução. A criação contada
desde a transcendência, de Hélcion Ribeiro. Disponível em:
http://www.aprofundandoafe.flies.wordpress.com/2012/07/a-criac3a7c3a3o-
contc3adnua-ou-a-falsa-opoic3a7c3a3o-entre-criac3a7c3a3o-e-evoluc3a7c3a3o2.pdf
acesso em 19/09/2012.
Tres versiones clásicas sobre la Creación. Retratos utilizados para sacralizar relaciones
de dominación, de Rosemary Radfor Ruether. Disponível em:
http://www.servicioskoinonia.org/relat394.htm Acesso em 19/09/2012
Ciência e Espiritualidade, de Jean-Michel Maldamé. Disponível em;
http://www.unisinos.br/images/stories/cadernos/teopublica/046cadernosteologiapublica.
pdf
Gênese do universo e teologia da criação. Cosmologia e metafísica, de Jean-Michel
Maldamé. Disponível em cibertteologia.paulinas.org.br/ciberteologia/wp-
content/uploads/2009/06/01cosmologiametafisica.pdf> Acesso em 19/09/2012
A origem da vida, de Hans Küng. Disponível em:
http://www.ihu.unisinos.br/images/stories/caernos/teopublica/044cadernosteologiapubli
ca.pdf. Acesso em 19/09/2012
A criação como sistema aberto: a teologia como poerspectiva ecológica em Jürgen
Moltmann, de Leomar Antônio Brustolin e Ramiro Mincato. Disponível
emhttp://periodicos.est.edu.br/index.php/estudos_teologicos/article/view/88/82. Acesso
em: 19/09/2012.
A açõa do Espírito Santo no processo da nossa humanização, de Hélcion Ribeirto.
Disponível em: http://www.aprofundandoafe.files.wordpress.com/2012/07a-
ac3a7c3a3o-do-esopirito-no-processo-da-nossa-humanizac3a7c3a3o.pdf Acesso em
19/09/2012

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