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Antropologia Teológica
Embora a vida humana, pela sua brevidade, seja comparada a “uma brisa que passa”
pela fé, nós cristãos, cremos que vivemos para sempre. Após a nossa existência mortal
acreditamos que, pela ressurreição, viveremos eternamente com e em Deus.
Pela tradição aprendemos que a criação ocorreu como nos relatos da Sagrada Escritura,
principalmente pelas narrativas do Livro do Gênesis. Por séculos ninguém ousou pensar
diferente do que pregava a Igreja. Com a secularização, o grande desenvolvimento das
ciências naturais e as grandes descobertas cosmológicas o próprio magistério da Igreja,
embora tenha combatido insistentemente no início, aos poucos, começou a admitir que
as narrativas bíblicas não se classificavam como científicas, mas como teológicas e
tinham o seu significado na linha dos “mitos criacionais”. A própria exegese bíblica deu
um grande passo para, com seu rigor científico considerar não somente o texto
inspirado, mas também a sua intenção e o contexto histórico.
DESENVOLVIMENTO
Comparando com a idade da terra, a origem do homo sapiens é muito recente, mas a sua
evolução mental foi muito rápida, assim como a sua capacidade de cognição, de
simbolização e abstração, de fala e de linguagem. Desde quando passou a viver em
comunidades houve governantes e governados socialmente inferiores. O cristianismo
deu um grande passo na direção da igualdade entre os homens, mas a prática está muito
longe do ideal cristão. Ainda prevalece uma minoria de vencedores (elites econômicas,
políticas, sociais, etc.) dominando uma grande massa de vencidos (dominados).
Na construção histórica do olhar teológico de como Deus cria, percebe-se que, pela
assunção do helenismo, foi-se criando concepções essencialistas e ontológicas,
substituindo as experiências de fé do Antigo Testamento e suas conseqüências
históricas. A renovação teológica, vem assumindo sempre mais a fé em suas incidências
históricas e abandonando a metafísica, são novas chaves de leitura para a interpretação
da fé. Os textos bíblicos da criação, longe de se referirem à factualidade das origens,
querem evidenciar as verdades salvíficas sobre a nobreza do Salvador que é Criador.
Como afirma Rahner, citado por Ribeiro: "Deus habilita o processo inteiro da criação
contínua, de dentro para fora, ao dar constantemente à própria criação a capacidade de
transcender-se e se tornar mais do que era".
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Superando, portanto, os conflitos e se abrindo ao diálogo entre fé e razão descobre-se
mais facilmente a transcendência de uma e os limites da outra. Aproximamos-nos com
mais sobriedade de respostas que podem ainda não nos satisfazer, mas que certamente
nos direcionam e nos tranqüilizam perante a crise de identificação do ser humano pós-
moderno.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A criação contínua ou a falsa oposição entre criação e evolução. A criação contada
desde a transcendência, de Hélcion Ribeiro. Disponível em:
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Disponível em: http://www.aprofundandoafe.files.wordpress.com/2012/07a-
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