É urgente um barco no mar. multiplicar os beijos, as searas, é urgente descobrir rosas e rios É urgente destruir certas palavras 10 e manhãs claras. ódio, solidão e crueldade, 5 alguns lamentos, Cai o silêncio nos ombros, muitas espadas. e a luz impura, até doer. É urgente o amor, É urgente permanecer.
Eugénio de Andrade, Até amanhã. Lisboa, Guimarães Editores, 1956.