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Acho que o mais interessante do Heidegger é seu compromisso com verdade do tempo.

Com isso, quero me referir ao seu rigor ao buscar construir um meio de acessar a
experiência do pensamento heraclitiano. Sua análise, que passa por uma experimentação
semântica, não dispensa esforços em conciliar termos pertencentes a diversas dimensões
históricas, culturais e idiomáticas. As palavras de Heráclito que, tomadas num primeiro
momento, na tradução corrente, parecem uma mera oração desconjuntada, possuem um
segredo muito bem guardado. “Ouk emou allà lógou akoúsantas homologein sophón
estin Hèn Pánta”. Eis o fragmento sobre o qual o autor desenvolverá seu problema.
Mas que problema é esse? É compreender o sentido do “Um é Tudo”. Mas para isso não
basta ficar no sentido imediato que se compreende com a oração “Se apreenderam não a
mim, mas ao sentido, então é sábio dizer no mesmo sentido: Um é Tudo”. É preciso ir
além dos significado dos sinais, marcados na escrita, e das formas sonoras do enunciado
original. Heidegger busca decalcar das palavras o substrato original que se esconde por
trás delas. E para chegar nisso, ele coloca em suspensão os sentidos cotidianos a elas
atribuídos. Central para compreensão do pensamento do pré-socrático, é o conceito de
Logos

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