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Bom, primeiramente eu devo dizer que as considerações que eu vou fazer sobre rap e
política
são fruto das discussões e das pesquisas que são desenvolvidas coletivamente no âmbito
do NaMargem – núcleo de pesquisas urbanas sediado no departamento de sociologia
aqui da UFSCar
existe uma certa tradição no pensamento social e político que assinalam os antecedentes
nesse campo
sejam tomados como figurações dos conflitos em cujo interior constituem-se sujeitos,
articulam-se solidariedades e repulsas, adesões e dissenções no interior da ordem social
***
Bem, dito isso, uma primeira observação que devo fazer é que a aposta analítica que
temos discutido no NaMargem
é abordar o rap como forma estética, que dizer, como uma formalização das linhas de
força que compõe a experiência vivida no cotidiano das periferias:
um discurso que que se desprende dessa estética e que se volta para a experiência social
desses sujeitos
Bem, entendendo discurso como entenderia Foucault, “práticas discursivas são práticas
que constroem sistematicamente os objetos de que falam”
acho que uma primeira tarefa seria situar o rap em relação aos outros discursos que
incidem sobre a periferia
Quer dizer: qual o lugar do rap entre os demais discursos que compõem o processo de
construção discursiva, de figuração pública das periferias?
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Bom, podemos destacar pelo menos três atores sociais no processo de figuração pública
das periferias, que constituem três lugares de enunciação:
A mídia em geral
O estado
E a academia
a gente pode dizer que ele oscila entre as chaves da glamourização, da vitimização e da
criminalização
nessa chave, os moradores das periferias são figurados sob o signo da destituição:
só que agora a ênfase racai não sobre a autenticidade de suas vidas mas sobre a
vulnerabilidade de suas vidas
incapaz de pautar e promover a melhoria das condições de vida das periferias (ex:
associações, cufa, cedecas)
É essa chave de leitura que também compõe o discurso que atravessa a visão
paternalista
Como todo paternalismo, trata-se de uma figuração que pressupõe a ausência desses
elementos
portanto, trata-se de uma figuração em que esses sujeitos aparecem esvaziados de sua
própria capacidade de agência
ou seja, a agência das periferias é pensada única e exclusivamente como uma agência
criminal, como uma inexorável propensão ao crime
Mais uma vez, como nas figurações anteriores, o enunciado da ausência é o vetor
discursivo central
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quer dizer, mesmo quando consideramos que estamos no meio da zona, estamos
também num universo que se ordena a partir de normatividades e moralidades próprias
produz uma gestão própria dos conflitos e da aplicação da justiça nas periferias
figura que o rap vai retomar, na citação feita na abertura do disco Nada Como um Dia
após o Outro Dia do Racionais de 2002
Poderíamos nos perguntar: mas não há criminalidade e violência armada nas periferias?
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entre outras coisas, pois ele também pode ser visto como agente pacificador como
acabei de afirmar
quer dizer, esse discurso opera uma territorialização discursiva da rede transnacional da
atividade do tráfico ao espaço restrito das periferias
Bem, como podemos ver, todas essas chaves discursivas mobilizadas pela esfera
midiática tem em comum a leitura pelo negativo, pela ausência: as periferias são lidas
pelo o que nelas faltaria
seja sua autenticidade, seja sua vulnerabilidade, seja sua periculosidade são
compreendidas pela ausência dos traços que definiriam a ordem social moderna,
civilizada e liberal-democrática
a figuração pública das periferias operada na esfera estatal apenas subtrai a dimensão da
glamourização que apontamos no discurso midiático
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é que ao contrário do que poderíamos supor e do que nos diz o discurso midiático,
as favelas e periferias não são territórios marcados pela ausência de estado, não são
espaços abandonados pelo poder público
mesmo quando elas não se encontram nos territórios periféricos (por exemplo:
população em condição de rua, população das cracolândias, catadores de recicláveis,
mas também jovens em busca de lazer)
A questão aqui é que essa presença não coincide com uma expansão do estado
democrático de direito, não coincide com uma expansão da cidadania
Porque essa hipertrofia da presença estatal se reduz a duas frentes de políticas públicas
duas frentes que além de serem fruto de um reducionismo da ação do estado, são elas
próprias reducionistas em suas práticas
e elas apresentam esse caráter reducionista pelo fato de ambas trabalharem com a noção
de vulnerabilidade e risco
tanto uma noção quanto a outra acabam imprimindo um perfil de políticas focais a essas
políticas publicas
Quer dizer, não estamos mais na chave de políticas públicas universalistas de expansão
dos direitos
O que equivale a dizer que não estamos na chave propriamente política da negociação e
do litígio em torno da elaboração de políticas públicas
essa distinção é baseada na distinção que Jacques Rancière faz entre política e polícia
é como se ele fizesse a seguinte proposta: e se nós chamássemos de política tudo isso
que nós chamamos de baderna
Para este autor, em linhas gerais, política extrapola o campo da simples administração
pública ou da viabilização dos “interesses de Estado”
quer dizer, eventos que comportam atos enunciativos e performáticos que introduzem
uma ruptura no sentido, socialmente construído, em torno das copertinências entre os
sujeitos, os enunciados e suas posições
a política seria esse dissenso, essa suspenção dos ordenamentos sociais que estipulam as
fronteiras entre os grupos admitidos e os grupos banidos do espaço público,
a política portanto, não se reduz à mera disputa entre sujeitos previamente reconhecidos
em espaços sociais e institucionais pré-demarcados,
então nós temos política quando os sujeitos e seus enunciados teimam em se esquivar de
suas posições pré-demarcadas
poderíamos dizer que essa relação atualmente se encontra na chave do que a professora
Cibele Rizek e o professor Chico de Oliveira chamam de gestão/contenção da pobreza
E quando a questão é gerir o social, a fronteira é muito tênue entre aqueles que são
vulneráveis e portanto expostos aos riscos
e aqueles que são vulneráveis e por isso representam um risco, e por isso representam
perigo
É nesse diagrama que a gente observa não a ausência de estado nas periferias ou diante
das populações empobrecidas
e, por outro, de punição aos perigosos, sendo que estes grupos são facilmente
intercambiáveis entre si
Bem, essas práticas compõem elas mesmas discursos, produzem discursos em termos de
legislação, de saber médico, de saber securitário, urbanístico e criminológico
que revelam uma investida crescente dessas políticas sobre os territórios urbanos
empobrecidos
ou seja, estamos diante não de uma política de combate ao tráfico, mas de uma política
de combate ao elo mais frágil da extensa cadeia do tráfico
uma política que não tem por finalidade a resolução do problema a que ela se propõe,
nas últimas décadas nós temos a chamada questão social girando em torno de um
dispositivo estatal que vincula discursivamente,
é como se falar “violência” fosse o mesmo que falar “tráfico”, “crime” ou “PCC”
quer dizer, trata-se de um discurso que vincula necessariamente fenômenos que são
evidentemente díspares
e que estabelece como relações necessárias as relações entre fenômenos que são
evidentemente relações contingentes
É nesse ponto que a gente flagra em ato uma dinâmica indispensável à constituição do
estado
nesse ponto que fica evidente não a simples “exclusão”, mas o fato de que as margens e
os marginalizados situam-se no centro do processo de construção do próprio estado
Bem, com isso chegamos à terceira esfera de figuração das periferias que é a produção
bibliográfica acadêmica
vou me restringir à abordagem das periferias no campo das ciências sociais brasileiras
Bom, o interesse das ciências sociais pelas periferias começam dos anos 70 pra cá
Embora o processo de periferização no Brasil seja quase tão antigo quanto ao próprio
processo de urbanização
a gente pode dizer que o fim dos cortiços no centro da cidade é o início da favela em
suas periferias
foi acompanhado pela intensificação da periferização e da expulsão dos pobres das áreas
centrais
quer dizer, a ênfase nesse momento era nos trabalhadores e nos movimentos de
trabalhadores frente ao estado e como indutores da mudança social e política
Por outro lado, nos anos 90-2000 nós temos uma inflexão na abordagem da bibliografia
a ênfase então passa a ser a segregação social, a figura da “cidade partida” disseminada
pela mídia,
seja a violência ligada ao crime seja a violência de estado ligado ao estado policial que
falamos anteriormente
quer dizer, a relação entre “política” e “violência” foi muito pouco discutida
mas acho que é uma hipótese de leitura afirmar que essa bibliografia na verdade enxerga
as periferias de uma ótica formata a partir de uma perspectiva de estado
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Nesse caso, isso quer dizer que a categoria central, embora ausente, é o estado
quer dizer, nas dinâmicas que remetem diretamente à institucionalidade política que se
dirige ao estado
o mesmo no caso da violência, que é uma categoria que adquire contorno em função da
remissão de certas condutas aos parâmetros de legalidade fixados pelo estado
o que é fato é que de qualquer modo a perspectiva dessa bibliografia é uma perspectiva
externa ao mundo social estudado
e aqui eu encerro a questão dos atores e esferas discursivas que atuam na figuração
pública das periferias
Antes de tudo é bom enfatizar que essa inovação a que me referi é uma inovação não só
em relação aos atores que atuam na figuração pública das periferias
o que aliás representam uma retomada de uma tradição que foi posta de fora da assim
chamada “canção de protesto”: que é o samba, o baião, os repentes, certo funk dos anos
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quer dizer, no rap, aqueles que até então ocupavam a posição de objetos nos demais
discursos, tomam pra si a posição de sujeitos
quer dizer, com o rap, a figuração do lugar e lugar da figuração coincidem, “voz da
favela e parte dela” como diriam os rappers
voz que fala da favela e para a favela, mas que não deixa de convocar e desafiar a escuta
dos “playboys” e dos “bacanas” do “sistema”, setores ricos, policiais, governantes, etc
porque é um ato que equivale ao fato de que o rap desloca as fronteiras entre os sujeitos
e os enunciados no processo social de construção discursiva das periferias
Cabe destacar também, o fato que o rap preenche o problema que acabei de apontar na
própria bibliografia sobre periferias
não é raro a narrativa de uma trajetória que têm início no mundo formal-legal e que
passam por inflexão num período de encarceramento e depois se desviam para o crime
Quer dizer, as dinâmicas sociais que emergem das narrativas do rap desestabilizam a
imagem simplista da cidade partida
algo que aparece na sociologia paulista nos trabalhos da Vera Telles, por exemplo, e na
sociologia carioca nos trabalhos do Michel Misse
Quer dizer, só nesse ponto, já dá pra ver o papel insurgente do rap na figuração pública
das periferias:
o rap é uma estética de fronteira nesse sentido, no sentido que é uma estética que se
move no limiar desses mundos
talvez esteja aí a gênese social da expressão linguística “vida loka”, que circula nas
periferias e que dá título a duas composições do Racionais
quer dizer, é a vida vivida no limite, no limiar, no conflito entre essas esferas
interdependentes que ordenam o mundo social urbano
mas é também o sujeito que vive assim por força das circunstãncias, contrariando as
estatísticas como diz o Mano Brow
como se diz nas quebradas, a vida loka explicita o lado certo da vida errada e o lado
errado da vida certa
***
Bem, até aqui, a gente já toca em alguns significados políticos que a narrativa do rap é
portadora
quer dizer, porque a política pode ser procurada não só nas formas de mobilização das
periferias que remetem diretamente ao aparato estatal
que pesam sobre o acesso desses setores aos canais institucionais de participação e
representação
acabou por canalizar esse senso político específico para outras esferas
são, entre outros exemplos, toda a sociabilidade contida nos sambas de terreiro de fins
do XIX e início do XX,
as rodas de duelo e de rima dos rappers da estação São Bento do metro de São Paulo,
onde teria surgido o rap no Brasil
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e que também são elementos cuja simples manifestação implica modos diversos de
apropriação do meio urbano e do espaço público.
não se deveria justamente pelo fato de que eles seriam peças imprescindíveis de um
agenciamento coletivo de enunciação
O que é fato, é que essa formas estéticas em geral, e o rap em particular, consistem em
um dos principais canais de publicização da voz dos setores marginalizados
melhor dizendo, daqueles que foram sistematicamente banidos dos espaços legitimados
de elocução
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***
Bom, se esse aspecto por si só já constitui um evento político, cabe ainda especificar a
politicidade específica de alguns aspectos intrínsecos da estética do rap
aquela ideia de um mundo à parte definido pela ausência dos traços que definem o
“centro”
como também no aspecto organizacional, com gente fina por trás, diretoria e costa
quente de sócio
o que remete à ocupação das posições mais elevadas no mercado de drogas por setores
sociais externos à periferia
Entretanto, a nota irônica, vender droga por aqui, grande negócio, deixa claro a partilha
dos ganhos e dos riscos:
não são os “playboys” ou os sócios costa quente que rendem dinheiro aos jornais ou
cartaz à polícia,
tal como os rolex e carrões que circulam tanto pelas ruas dos bairros privilegiados como
pela favela
os versos traçam um circuito entre a pobreza e o dinheiro de sobra, entre legal e o ilegal
esse trânsito dos versos equivalem ao ato poético de implodir o discurso acusatório
***
Bom, um aspecto privilegiado da estética do rap pra discutir esses dois vetores, a
ressignificação e o conflito
e sampler aqui é um conceito mais estendido que sua mera definição enquanto
dispositivo tecnológico
ou seja, a expulsão dos setores empobrecidos das áreas centrais das cidades
e, em geral, os bairros periféricos que nasceram daí foram construídos com base na
autoconstrução:
com base nos mutirões de moradores que se reuniam pra erguer suas casas
a auto construção acabou desonerando o capital privado e o estado dos gastos ligados à
reprodução da força de trabalho
pelo menos no que diz respeito a necessidade de prover a moradia como parte do
processo de reprodução da força de trabalho
os setores pobres eram também espoliados pelo empenho de seu tempo livre na auto
construção
na medida em que sobre esses bairros e populações vão recair todos os estereótipos e
estigmas que já apontamos anteriormente
Desse ponto de vista, o sampler, o ato de se apropriar de discursos e signos que circulam
pela cidade
esse gesto restitui como sujeitos do discurso aqueles que foram destituídos da
legitimidade de suas falas
como ruídos de tiro para figurar o desenlace abrupto e truculento de algumas narrativas
então por aí, vemos como ressignificação e conflito andam juntos no rap
Mas é necessário que se observe também, que a primeira dissensão que rap coloca é em
relação à própria tradição da canção
o canto declamatórios dos MC´s sobre as bases rítmicas sampleadas pelos DJ´s
mas não se trata aí de uma estética acéfala como diriam os críticos ao rap
é toda uma sociabilidade que promove as alianças entre manos e quebaradas, portanto
é toda uma comunidade estética mas também política que o rap mobiliza e inscreve
não só os rappers evocam uma tradição: mano Brow cita o samba, cita Tim Maia e
Jorge Ben
uma tradição dissidente não só porque busca suas referências nos universos minoritários
tanto do ponto de vista racial quanto musical
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mas também porque comporta uma história da cidade e dos marginalizados que
confronta e ressignifica as narrativas hegemônicas sobre os pobres e as periferias
E é interessante notar que dissenção se faz não só em relação ao estados e aos playboys
talvez esses exemplo seja a equalização discursiva que o rap opera entre as palavras e as
armas
“ninguém quer ouvir a nossa voz/cheia de razões calibres em punho” – pânico na zona
sul – 1990
“não quero te matar, somente te alertar /apenas uma frase pode te derrubar./uma frase
feita com sabedoria, /scrash, batidas e rimas” – quem procura acha – 2009
Essa dupla dissenção diz muito das dinâmicas sociais processadas na estética do rap
não rende tributo à estatização da política, não aposta em setores “bem intencionados”
da sociedade civil,
de que a disposição ao dissenso frente à ordem comum das coisas e dos signos,
se o rap é uma estética que tangencia tanto as fronteiras do estado como as do crime
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isso talvez se deva ao fato de que ele mesmo constitua uma fronteira
quer dizer, o rap é uma matriz discursiva que atribui sentido á experiência social de toda
uma geração de jovens da periferia
e sem dúvida, a experiência do combate aos estereótipos e estigmas que resulta desses
conflitos
Os contornos desse sentido que o rap atribuí a essa experiência da vida loka e do vida
loka
o que, por si só, já é uma precondição para a luta contra toda e qualquer subalternidade
Nessa mesma linha, se a gente considerar a hipótese analítica de que toda lógica de
composição estética corresponde a uma lógica de composição do social
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quer dizer, de que a sintaxe da forma estética corresponde a uma certa sintaxe das
relações sociais, corresponde a certas modalidades de vínculos entre os sujeitos
o rap traz contido nesse processo de enunciação do sentido da experiência dos jovens da
periferia?
Se a gente considerar que o sampler implica uma lógica de composição estética calcada
na reapropriação e recombinação permanente dos signos
então a gente pode dizer que estamos diante de um princípio composicional fortemente
coletivizante
portanto, essa experiência coletiva significada pelo rap se apresenta como uma forma de
sociabilidade fortemente avessa a hierarquizações internas
algo da ordem de uma máquina de guerra hip hop1, em que as performances estéticas e
as interações sociais
A partir desses dois traços identificáveis no sentido que o rap atribui à experiência da
vida loka:
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Adaptamos à nossa discussão o conceito de máquina de guerra nômade, empregado por Deleuze e
Guattari (1997) em referência às dinâmicas minoritárias de composição do espaço social e geográfico,
caracterizada pelos autores, entre outros aspectos, pela heterogeneidade e distribuição descentrada
dos elementos que compõem uma coletividade, pela multiplicidade e exterioridade, dimensões que
confrontam e desafiam a homogeneidade, a hierarquia e a interioridade unitária do aparelho de Estado.
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PARCERIA
de que a sintaxe estética de que toda forma estética inscreve modalidades de vínculos
entre sujeitos
Admitindo que, ao menos nesse sentido estrito, talvez não seja exagero afirmar que o
RAP guarda a potência de amarrar o vínculo entre a constituição do sujeito de
significação estética e a do sujeito de significação política da experiência, resta,
entretanto, esboçar o sentido desta virtual politicidade.
Já da pra ver que daí que a abordagem que a gente tem proposto contrasta com Kehl e
caldeira
d) visões sobre o próprio rap (kell e caldeira no artigo henrique) AINDA NÃO
COLOQUEI, COLOQUEI TODOS OS ANTERIORES