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A camuflagem disruptiva, também conhecida como camuflagem

deslumbrante ou ofuscante[nota 1] (em inglês: dazzle camouflage), é uma técnica de


pintura de embarcações que foi usada na Primeira Guerra Mundial e, em menor grau,
na Segunda Guerra Mundial e posteriormente. Ela consiste de padrões complexos de
formas geométricas em cores contrastantes, que se interrompem e cruzam, e,
diferentemente de outras formas de camuflagem, seu objetivo não é ocultar o objeto
mas sim enganar unidades ofensivas inimigas quanto ao
seu alcance, velocidade e rumo, de forma a leva-as a ocupar posições de
assalto ruins.
Desenvolvida progressivamente pelo pintor e naturalista americano Abbott Handerson
Thayer, pelo zoólogo britânico John Graham Kerr e pelo pintor e oficial naval Norman
Wilkinson, a camuflagem disruptiva foi adotada pelo Almirantado Britânico e, mais
tarde, pela Marinha dos Estados Unidos e outras forças navais, no contexto da guerra
submarina irrestrita promovida pela Marinha Imperial Alemã durante a Primeira Guerra
Mundial. Mais especificamente, ela foi concebida como parte de um esforço para
proteger as frotas mercantes dos Aliados contra os ataques dos u-boot alemães, não
ao evitar esses ataques, mas sim ao frustrar a sua efetividade. Essa proteção se daria
essencialmente pela perturbação no uso do telêmetro pelo oficial do submarino
inimigo, isso é, ao leva-lo a estimar erroneamente a distância do seu alvo; por meio da
perturbação da estimação da direção em que o navio camuflado se movia; e pela
perturbação do cálculo da sua velocidade, isso é, ao sugerir ao inimigo que o navio
deslocava-se a uma velocidade incorreta.
O padrão aplicado a cada navio era único e projetado sob medida. Como resultado,
navios utilizaram uma profusão de esquemas de cor e forma, e, por conta disso e de
outras variáveis, estudos da época foram inconclusivos em demonstrar o seu sucesso
e identificar os esquemas de cores mais eficazes e em quais situações. Essas
investigações, contudo, notaram uma preferência pela camuflagem disruptiva dentre
oficiais navais e um claro aumento do moral dos marinheiros, que se sentiam melhor
protegidos. Além disso, a camuflagem deslumbrante tem encontrado um interesse
científico duradouro, e estudos mais recentes, por meio de simulações de computador,
têm sugerido a sua efetividade.

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