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PROPOSTA DE ATIVIDADE SÍNCRONA

MÓDULO I – 2020 / PG-DEPT: Gestão em EPT


PROF.: Marcos Roberto Cândido / TUTOR VIRTUAL: Cristiane Maria Magalhães
DISCENTE: Pablyne Sant’Ana Cristeli

01. (Valor 20,0 pontos) Observe o texto:

Nas últimas décadas, no Brasil, vivenciamos um processo de mudanças, causadas pelo incremento das relações sociais capitalistas, pelo expressivo avanço
tecnológico e pela globalização do capital e do trabalho. Essas alterações societárias redimensionaram o papel da educação e da escola, e encontraram
terreno fértil no campo das políticas educacionais, implementadas no país. Os processos de regulação da educação e de gestão da escola por meio de ações
centralizadas interferiram, sobremaneira, na lógica organizativa da escola e nos papéis e processos de trabalho dos profissionais da educação.

Partindo do pressuposto das mudanças desenhadas no Brasil nos últimos anos para a Gestão da Educação Profissional e Tecnológica, procure responder:

a) A Gestão da Educação Profissional e Tecnológica organizou-se de forma a atender às demandas da sociedade brasileira respeitando
regionalidade e descentralização do ensino? Explique.
b) Explique por que alguns autores identificam que as sucessivas mudanças na Educação Profissional e Tecnológica procuraram atender interesses
distintos a sociedade brasileira.

Para responder seja sucinto e objetivo. Utilize de 15 a 20 linhas para a resposta

RESPOSTA:

A educação profissional deve possuir um desenvolvimento justo, regional, sustentável e igualitário, além de promover mobilidade social, ter compromisso
com a inclusão e emancipação social, com a formação de cidadãos críticos e profissionais competentes, articular a educação básica e a superior e, manter a
articulação com o mercado de trabalho. Os profissionais formados precisam possuir as habilidades e competências desejadas pelo mercado de trabalho
local e regional do local de inserção da instituição de ensino, além de formação humana e politécnica. Com a criação dos Institutos Federais e com a
organização destes em Campi com uma sede (Reitoria), ficou mais fácil respeitar a regionalidade econômica e social das diferentes áreas brasileiras, a partir
da aproximação das relações da comunidade local, mercado financeiro e o ambiente educacional. Essa aproximação também facilitou a descentralização do
ensino, já que cada unidade educacional consegue, até um certo limite, moldar seus processos educacionais para atender suas demandas locais. Esse
formato ainda está perfeito, mas já é mais avançado do que acontecia anteriormente em que um modelo único de educação era implantado em áreas com
características, necessidades e possibilidades diferentes. Uma característica evidente ao longo das mudanças que foram acontecendo na Educação
Profissional e Tecnológica ao longo dos anos é que a educação foi sendo ajustada às demandas do capitalismo contemporâneo ao mesmo tempo em que
foram camufladas com campanhas para promover o sentimento de atendimento às questões sociais. Segundo Azevedo, Shiroma e Coan (2012) o Plano de
Desenvolvimento de Educação serviu de base para propor a oferta de vários níveis e modalidades de ensino nos Institutos Federais. A lei 9.394 (BRASIL,
1996) regulamenta que a educação profissional tem como objetivos não só a formação de técnicos de nível médio, mas a qualificação, a requalificação, a
reprofissionalização de trabalhadores de qualquer nível de escolaridade, a atualização tecnológica permanente e a habilitação nos níveis médio e superior.
Segundo Filho (1999), o Decreto 2.208 (BRASIL, 1997) prescreve que a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) é um ponto de articulação entre a escola e
o mundo do trabalho, tendo a função de qualificar, requalificar e reprofissionalizar trabalhadores em geral e atualizando e aprofundando conhecimentos na
área das tecnologias voltadas para o mundo do trabalho. Ainda hoje mudanças continuam acontecendo a fim de atender novos interesses como a oferta
nacional de itinerários formativos (estimulando a aprendizagem ao longo da vida), a melhor articulação entre as instituições de EPT e o setor produtivo
(pesquisa aplicadas e inovação), expansão da educação profissional a distância (a fim de ampliar o acesso) e a maior integração entre a educação básica e a
profissional.

REFERÊNCIAS:

AZEVEDO, L. A.; SHIROMA, E. O.; COAN, M. As políticas públicas para a educação profissional e tecnológica: sucessivas reformas para atender a quem? In: B.
Téc. Senac: a R. Educ. Prof. Rio de Janeiro, v. 38, nº 2, maio/agosto, 2012.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996.

BRASIL. Decreto nº 2.208, de 17 de abril de 1997. Regulamenta o § 2 º do art. 36 e os arts. 39 a 42 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18 abr. 1997.

FILHO, R. L. B. Educação profissional no Brasil: novos rumos. In: Revista Ibero Americana de Educação, nº 20, maio/agosto, 1999.
02. (Valor: 20,0 pontos) Observe o texto:

O financiamento da educação como campo de estudo é indispensável para uma boa gestão das redes de ensino, razão pela qual é área de investigação
bastante recente. Nos países centrais, nos anos de 1960, desenvolveu-se a disciplina de Economia da Educação abordando as produções sobre o
financiamento15. “A consolidação das pesquisas sobre financiamento da educação, na literatura internacional, data dessa década e da seguinte” (VELLOSO,
2001, pg. 63) e, no Brasil, as investigações aumentam a partir de 1980 e 1990.

A) Analise a partir da realidade que você está inserido quais os principais desafios do financiamento público para os projetos de Educação
Profissional e Tecnológica na região que você está inserido.
B) A perspectiva do financiamento público da Educação Profissional e Tecnológica durante décadas foi centrada, principalmente, na formação de
mão de obra para o mercado de trabalho. Diante dos estudos realizados até aqui e observando a realidade vivida nas instituições de educação
profissional de nossa região analise: Existe alguma mudança em curso? As relações financiamento e formação humana estão em concomitância?
Explique.

RESPOSTA:

Entre os principais desafios da Educação Profissional e Tecnológica no Brasil é possível destacar três pilares: o social, o educacional e o financeiro. De forma
geral, a educação profissional tem servido para preparar mão-de-obra para o mercado capitalista brasileiro. O financiamento da educação no Brasil é muito
baixo. Na realidade em que estou inserida aponto que os principais desafios do financiamento público para a EPT é que os investimentos em ciência e
tecnologia precisam ser ampliados, o analfabetismo (funcional e tecnológico) precisa ser superado e o direito à qualificação dos trabalhadores precisa ser
garantido. Para superar esses aspectos é de fato necessário dinheiro. Os institutos Federais, apesar de pregarem a verticalização de ensino, possuem
artefatos tecnológicos muitas vezes obsoletos e professores com alta carga horária de aulas e pouco tempo para capacitações e pesquisas, principalmente
quando comparado às Universidades que focam no ensino superior. Apesar de que desde a Lei 9.394 (BRASIL, 1996) as Instituições Federais possuem como
objetivo a formação do nível médio, técnico, superior e de capacitação, continuam sendo vistas como formadores de mão-de-obra bruta, visão essa refletida
no financiamento público que recebem. As relações entre o financiamento público e a cobrança pela formação técnica e humana que recai sobre as
instituições de EPT não estão de acordo, sendo baixo investimento para alta expectativa de formação. O caminho que parece que vem pela frente é a busca
de capital privado para investir em melhores profissionais formados para o mercado de trabalho, uma vez que o financiamento público tem diminuído
constantemente. Entretanto, é importante o questionamento: sendo educação bem público, direito do cidadão e dever do Estado, ao fazer com que
instituições públicas de EPT necessitem buscar investimento privado, não estaremos caminhando cada vez para mais longe da formação humana para uma
formação ainda mais focada na mão-de-obra? O financiamento público da educação deveria aumentar e o financiamento privado deveria acontecer apenas
em situações específicas, para tornar próxima a educação do mercado de trabalho, com pesquisas aplicadas e inovação, mas com a coluna vertebral das
instituições permanecendo como dever do Estado.

REFERÊNCIAS:

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996.

GRABOWSKI, G.; RIBEIRO, J. A. R. Financiamento da Educação Profissional no Brasil: Contradições e Desafios. In: Financiamento da Educação Profissional e
Tecnológica: Manutenção e Expansão, IPEA, 20--.

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