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NÍVEL I

MATÉRIA: LINGUAGEM FUTEBOLÍSTICA

AULA 4: EXPRESSÃO ORAL

TEMAS:

COMPONENTES DA LINGUAGEM ORAL


O ORADOR

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AULA 4

EXPRESSÃO ORAL

COMPONENTES DA MENSAGEM ORAL

Toda mensagem oral apresenta estes componentes:

Tem-se dito que nós falamos com nossos órgãos vocais; porém conversamos com todo o corpo.
Em princípio notamos que as unidades propriamente linguísticas são acompanhadas por outras
também recebidas pelo canal auditivo: entoações, pausas, intensidade, pronunciação,
características da voz, silêncios… constituem o material paraverbal.
Enquanto que as unidades não verbais se transmitem e recebem pelo canal visual: aparência física
e vestimenta; ademais incluímos as que supõem um movimento, seja lento -distâncias, atitudes,
posturas- ou rápido - jogo de olhar, mímicas e gestos-. Todos estes sinais também aportam
significados relevantes em uma conversa.

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O ORADOR

O treinador se verá enfrentado, muitas vezes, a expor publicamente (perante o grupo, pais, a
imprensa, etc.).
Podemos ter uma boa sala, confortáveis poltronas, excelentes ajudas visuais, um grande serviço de
café e até poderemos expor em um importante hotel com almoço incluso. Nada disto substitui
você: o orador. Você é a atração principal. O resto complementa.

 Sua atitude, presença e controle

Ainda se transforme em um ator, inclusive frente a uma audiência reduzida, não caia em um
comportamento extravagante em sua tentativa de ser menos informal que em sua vida diária. Em
um contexto profissional se requer uma certa dose de “neutralidade” e “anonimato”. Afinal de
contas, seu objetivo é comunicar a toda sua audiência: a aqueles que se sentiriam impressionados
por grandes gesticulações ou golpes sobre a mesa, e a aqueles que ficariam furiosos perante tal
comportamento.

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o Aparência pessoal

A audiência forma uma impressão do orador antes dele pronunciar sua primeira palavra. Ademais,
uma boa aparência nos dá confiança em nós mesmos. Devemos ter plena certeza de que a
vestimenta e aspecto geral sejam apropriados para a ocasião.

Por exemplo, se sua apresentação se realiza em uma zona rural e os participantes decidem vestir
informalmente, você também deve fazê-lo (claro que não seria correto vestir seus blue-jeans
desgastados com os quais realiza trabalhos de jardinagem).

Assim, dizem alguns, devemos estar alguns “pontos” por cima da média da audiência em nossa
forma de vestir.

o O contato visual

Fazer contato visual com membros da audiência é muito importante para estabelecer um “rapport”.
Ao entrarmos na sala, o orador já tem que estar fazendo este contato com a maior quantidade de
participantes possível, e deve continuar realizando o contato durante toda a apresentação.

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Já observou que alguns oradores aparecem dos “bastidores” com os papeis em uma mão, olhando
para o chão e só ao chegar ao seu lugar do palco orientam seu olhar para o auditório? Sem dúvida,
esta atitude não ajuda a predispor positivamente os participantes.
Esta necessidade de contato visual é também um dos motivos pelos quais se aconselha não ler
uma apresentação. Isto último conspira contra o vínculo que se deve estabelecer com a audiência.
Porém, cuidado! O contato visual não pode ser feito sempre para toda a audiência; cada um dos
participantes deve sentir em algum momento que estamos olhando para ele em particular.

o Gestos e movimentos

Devem ser naturais.

 Evite tomar um objeto (uma caneta, um apontador) e mantê-lo em sua mão sem nenhum
propósito.

 Suas mãos deverão produzir gestos tão naturais como se estivesse conversando com
amigos. Isto não quer dizer que você não possa praticar os gestos com antecedência e
determinar os pontos que serão enfatizados.

 Dado que todos os gestos têm um significado, certificar-se que estejam sempre de acordo
com aquilo que estiver dizendo.

Ex: não fale de generosidade ou de honestidade fechando os punhos, de futuro deixando


cair os braços, de conciliação apontando com o dedo índice em atitude acusatória.

o Silêncio ou pausas

É uma ferramenta que bem utilizada, serve para conseguir uma ou várias coisas. Se precisarmos,
podemos respirar melhor e relaxar por alguns instantes, observar o público e pensar sobre como
iremos continuar. Assim mesmo, uma pausa pode contribuir a dar maior ênfase e importância ao
tema que segue.

o Postura

Uma postura ereta, os pés bem “firmes” e os ombros para trás dizem que você é uma pessoa que
se tem confiança e autoestima. É importante estarmos conscientes de isto e corrigir os defeitos que
possamos ter.

o Tiques nervosos

Um ensaio de sua apresentação com um amigo pode revelar movimentos de tipo nervoso dos quais
você não era consciente.

Normalmente:

 Brinca com seu relógio, um brinco ou corrente?


 Fala com a mão na frente da boca?
 Enrosca o bigode ou cabelo?

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 Costuma ajeitar os óculos sobre o nariz para que não caiam?

Estes gestos repetitivos são uma grave distração, dado que a audiência se preocupa mais por
quando ocorrerão que por aquilo que se estiver expondo.

o Síntese

Desenvolva seu próprio estilo, claro, porém conserve os códigos de conduta gerais, que são:

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 A linguagem corporal

Vejamos alguns exemplos de linguagem corporal que deve ou não deve utilizar:

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 A voz

Já está em pé e preparado para começar a falar. Falemos de como pronunciará sua apresentação,
usando o volume e tom de voz adequado para ser ouvido clara e nitidamente.
Na vida diária acontece que, inclusive as pessoas que em uma conversa normal se expressam de
forma enérgica e clara e articulam bem as palavras, quando se encontram frente a uma audiência
formal ou informal podem falar de forma apagada, inaudíveis, monótonas, e parecer aterrorizados.
O nervosismo é o principal culpado: sentir todos aqueles olhares centrados ao mesmo tempo em
sua pessoa pode intimidar o orador mais preparado. Contudo, sabemos que o nervosismo faz com
que flua a adrenalina, e este é o sistema que tem o organismo de ajudar-nos a superá-lo.
Sua voz deve servir como um veículo para comunicar uma mensagem serena, interessante,
racional e séria. Lembre que a maior parte da audiência não está predisposta a ser hostil; alguns,
em particular sua própria equipe, esperam ser conduzidos, e outros terão interesse em seu
sucesso. A forma em que utilize sua voz deve basear-se nestes fatos.
Se o orador não compreende corretamente o que se espera dele, é muito provável que se expresse
de modo inadequado. Dado que as apresentações são diferentes e requerem um nível mais alto
que o normal, muitos conferencistas adotam um estilo rígido, pomposo ou inclusive parlamentarista
ou retórico.
Adote um estilo sério; um tom de voz interessante, deve ser agradável ou pelo menos, ser aceito
pelo público e demonstrar com sua voz que conhece o tema.

Pode ser de utilidade lembrar as siglas mnemônicas PAPERR:

Vejamos cada um destes conceitos:

o Projeção

Todo o mundo deve ouvir o que você diz; portanto deve projetar sua
voz até o fundo da sala sem gritar. Se você se mantiver reto poderá falar em voz mais alta sem
gritar.
Antes de começar a falar, realize uma pequena, porém profunda inspiração.
Pode realizar-se de modo bastante discreto. Expire para esvaziar seus pulmões e logo após espire
lentamente enquanto conta até dez, começando da parte baixa dos seus pulmões, o diafragma,

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ascendendo até o peito. Retenha o ar alguns instantes, sem chegar a incomodar-se, e expire
lentamente. Se tiver tempo, repita duas vezes. Terá a sensação de ter mais ar em seus pulmões e
sua postura melhorará de forma natural, assim como a projeção de sua voz. Em consequência, este
exercício lhe ajudará a acalmar os nervos.

Durante os primeiros momentos de sua apresentação comprove se todo o mundo pode ouvi-lo.
Perguntar às pessoas que se encontram no fundo da sala se conseguem ouvi-lo, pode ajudar a
estabelecer contato com sua audiência, porém também pode estragar sua introdução
cuidadosamente preparada. Nesse caso comprove se estão lhe ouvindo, observando as expressões
faciais. Lembra da linguagem corporal da qual falamos anteriormente?

A variedade no tom e o volume são muito importantes. A mudança do volume e o tom,


acompanhado por uma inspiração profunda, indicará à sua audiência que você acabou um tema e
está por começar outro. Escute com atenção os noticiários da TV ou rádio e observe como
introduzem um tema novo.

Elevar ligeiramente a voz permite ressaltar a importância de um grupo concreto de palavras. Em


geral deve esforçar-se em projetar sua voz até o ouvinte mais afastado, sem gritar nunca. Quando
grita se produzem alterações na sua voz, seu rosto fica vermelho, pronuncia palavras diferentes das
quais pretendia dizer, e sua audiência se sentirá irritada, intimidada, violenta ou atordoada.

Se falar um pouco mais suave, como desejando revelar uma confidência pessoal para sua
audiência, incrementará a concentração coletiva e contribuirá a criar um ambiente de sossego e
silêncio. Porém procure que os momentos de conversa suave sejam poucos e curtos. Não esgote a
paciência e o ouvido da sua audiência, e evite que suas frases, ou a globalidade do seu discurso, se
apaguem na medida em que o tempo passar.

Use o volume da voz para dar ênfase e efeito e marcar uma interrupção ou conexão em sua
apresentação. Adapte a potência de sua voz ao tamanho de sua audiência, à distância entre esta e
você e às condições acústicas da sala.

Provavelmente tenderá a gritar mais do que o habitual, de modo que é possível que deva fazer um
esforço consciente por abaixar a voz. Se nunca fez uma apresentação usando um microfone, tente
realizar primeiro uma sessão prática. O uso do microfone é uma arte, e dois microfones nunca são
iguais. Realize um ensaio prévio com alguém que faça o papel de ouvinte, para ter uma ideia de
como se ouve a sua voz.

o Articulação

Fale claramente. Não articule mal ou “engula” as palavras. Não fale


olhando para o chão, o escritório, suas anotações ou para sua camisa. Respirar corretamente lhe
ajudará. Abra mais a boca e mexa mais os lábios do que em uma conversação normal.
Exagere um pouco a separação entre palavras quando possa existir ambiguidade no que diz, por
exemplo:

Senhora Margo - Senhor amargo

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Se um plural antecede uma palavra que começa com “s”, faça uma curta interrupção entre as duas
palavras; pronuncie cada “s” por separado. Pode pensar que isto acontece normalmente, porém não
é assim. Ao falar, geralmente não se separam umas palavras das outras, mas somente se existe
uma razão concreta para isso. Escute alguém falando uma língua que você não conhece; irá
parecer que tudo é uma palavra só, bem cumprida.
Ponha ênfase nas consoantes - são a estrutura da frase - e sua audiência poderá ouvi-lo ainda se
seu tom de voz natural for muito baixo.

o Pronunciação

A todos nos custa pronunciar algumas palavras, e isto poderia


arruinar uma boa apresentação.

Palavras como circunlocução, excentricidade, concatenação, se não puder substituí-las por outras,
pratique pronunciando-as primeiro por separado e depois a frase completa.

Todo mundo tem sotaque, então não se preocupe com o seu. Aliás, só poderia escondê-lo por
alguns segundos. Ademais, os sotaques costumam ser atrativos. Atualmente os sotaques locais
estão na moda e aceitam-se mais do que antes.

o Enunciação

Ponha maior ênfase em palavras chave, sílabas e frases do que


faria em uma conversação normal. Alongue as vogais para demonstrar maior autoridade naquilo
que deve dizer.

Certifique-se de sublinhar a palavra certa na frase e, claro, não exagere na ênfase: poderia parecer
pomposo e afetado.

o Repetição

Não tenha medo de ser repetitivo, sobretudo se varia o tom e o


volume e não se limita em repetir temas e frases, senão também as palavras mais importantes da
frase ou oração precedente;

Por exemplo: “A pessoa mais importante para a ABC SA é o cliente, o cliente…”

Não deixe informações importantes ou questões chave “ocultas” entre todas as outras palavras
triviais que deve pronunciar em sua apresentação. Deveria marcar estas palavras destacando-as
em alto relevo, em particular no início do seu discurso, com o objetivo de que sua audiência possa
compreender do começo o que é aquilo que você espera que eles lembrem.

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o Rapidez

Há pouca gente que fale muito devagar nas apresentações. É mais


provável que você fale muito depressa, porque deseja concluir rapidamente, ou porque
inconscientemente adota a velocidade que usa em uma conversação normal.

Uma boa pauta é em torno de 90 palavras por minuto. Pode praticar facilmente utilizando um
magnetofone ou um relógio enquanto ensaia.

Tente evitar o uso de “eee…” ou variações regionais disto. Melhor faça uma pausa momentânea e
comece a frase com uma palavra justificada, como “Contudo…”.
Não se esqueça de fazer uma pausa; esta exige algo de valentia, porém é uma ferramenta muito útil
se é bem utilizada.

Uma pausa cria expectação e provoca uma atenção silenciosa. No entanto, se deseja usar a pausa
de modo eficaz, deve dar-lhe uma duração correta. Se for muito comprida, a audiência poderá
pensar que você perdeu o fio da meada.

A pausa pode ser muito eficaz:

 No começo de uma apresentação, antes de apresentar-se para sua audiência ou imediatamente


depois.
o Levantar-se… (pausa)… “Senhoras e senhores… (pausa)… hoje quero…”
 Em meio de uma frase, para enfatizar um ponto ou para criar expectação.
o “A única maneira de acabar bem este assunto… a única maneira de deixar isto para
trás é…”
o “Agora tenho os resultados, e demonstram de modo concluinte que… (colocar uma
ilustração)… o maior…”.
 Entre frases, para indicar um tema novo ou mudança de direção.
o “… Claro, devemos seguir procedimentos normais… porém poderíamos tentar com
alguma coisa nova…”

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o Vícios mais comuns

Alguns vícios comuns que, se você tiver, deverá fazer tudo o possível por vencê-los.

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