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Sumário........................................................................................................................................ i
Introdução ................................................................................................................................... 1
i
Introdução
1
estratégico”. As empresas perderam competências essências para a sobrevivência, devido ao
desconhecimento de aplicação de novas tecnologias no processo e falta de informações do
processo para desenvolvimento de novos produtos, entre outros aspectos negativos. A solução
para esta dificuldade foi aumentar a quantidade de funcionários em áreas técnicas e transferir
o processo novamente para a planta da empresa. Este exemplo demonstra a vital importância
do conhecimento do processo de fabricação de um produto para a empresa.
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Capítulo 1 – Usinagem de aços endurecidos
Os aços são ligas ferro-carbono que podem conter concentrações apreciáveis de outros
elementos de formação de liga. Existem milhares de ligas que possuem composições e
tratamentos térmicos diferentes. As propriedades mecânicas são sensíveis ao teor de carbono,
o qual é normalmente inferior a 1% em massa.. Este teor de carbono, de uma forma geral, tem
relação com a capacidade do aço em modificar suas propriedades em função do tratamento
térmico. A capacidade de aumento de dureza de um aço, após a austenitização e têmpera, é
uma das propriedades dependentes do teor de carbono (TOTTEN e HOWES, 1997).
Os aços são classificados em aços carbono, aços com baixo teor de elementos de liga (≤
8% em massa) e aços com alto teor de elementos de liga (> 8% em massa). Os aços carbono,
como o próprio nome sugere, são classificados de acordo com sua concentração de carbono,
normalmente divididos em: baixo, médio e alto carbono. Os aços de baixo carbono contêm
geralmente menos do que 0,25% de carbono (em massa) e não respondem a tratamentos
térmicos que objetivados a formar a microestrutura martensítica. Como conseqüência, estas
ligas são relativamente moles e pouco resistentes, porém possuem ductilidade e tenacidade
excepcionais. Em contrapartida, são aços de alta usinabilidade. Uma alternativa para aumento
da dureza superficial destes aços é o tratamento de cementação, têmpera e revenimento. Deste
modo, uma camada fina, tipicamente de 0,8 a 1,2 mm de espessura, na superfície da peça tem
elevada dureza e o núcleo permanece com as mesmas propriedades de ductilidade e
tenacidade (CALLISTER, 2006).
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com secções transversais limitas. Estes aços apresentam, principalmente, em durezas
superiores a 35 HRC, maiores dificuldades para a usinagem (CALLISTER, 2006).
Os aços com alto teor de carbono, os quais normalmente possuem teores de carbono
entre 0,6 e 1,4 % (em massa), são os mais duros e os mais resistentes. Porém, são os menos
dúcteis dentre todos os aços carbono. Estes aços são usados quase sempre em uma condição
de microestrutura de martensita revenida e, como tal, são especialmente resistentes à abrasão.
Os aços com alto teor de carbono apresentam uma baixa usinabilidade ao serem comparados
com os demais aços, ou seja, grande dificuldade de usinagem no estado endurecido. Nestes
casos, e a determinação do processo de usinagem é um fator crítico para manufatura do
componente (CALLISTER, 2006).
Os aços com baixo teor de liga demonstram propriedades mecânicas superiores as dos
aços carbono como resultado da adição de elementos de liga como níquel, cromo e
molibdênio. Estas adições melhoram a capacidade destas ligas de serem tratadas
termicamente, dando origem a uma variedade de combinações resistência-ductilidade. Para
muitos aços desta categoria, a principal função dos elementos de liga é aumentar a dureza e
otimizar a tenacidade após tratamento térmico. Em alguns casos, estes elementos de liga
também têm como função reduzir a degradação do material em função do ambiente ao qual
será submetido.
Os aços para ferramentas e matrizes são usualmente ligas de alto teor de carbono,
contendo geralmente cromo, vanádio, tungstênio e molibdênio em suas composições. Esses
elementos de liga se combinam com o carbono para formar carbonetos, os quais são
especialmente duros e capazes de manter um fio de corte afiado. Também, em função do teor
de carbono, formam a microestrutura de martensita revenida. A classe de aços com elevado
teor de elementos de liga compreendem materiais com este propósito. Normalmente, estes
aços formam subgrupos que são principalmente utilizados em três casos: resistência à
corrosão, resistência ao calor e resistência ao desgaste.
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Figura 1- Perfil de dureza para aços (a) baixo carbono cementado; (b) médio carbono e
baixo teor de liga; e (c) médio e alto teor de liga (com variação no diâmetro)
Como pode ser verificado na figura 1a, em um aço de baixo carbono se utiliza como
alternativa para aumento da dureza superficial o tratamento térmico de cementação, têmpera e
revenimento. Neste caso, uma camada normalmente de 0,8 a 1,2 mm tem uma dureza elevada
(aproximadamente 58 HRC) e o restante do corpo uma dureza muito inferior. Na figura 1b, o
perfil de dureza de dois aços (médio carbono e baixo teor de liga) são mostrados em um
corpo-de-prova de diâmetro 50 mm. Para o aço ABNT 4140 (baixo teor de liga), há uma leve
redução da dureza com a aproximação do núcleo, contudo, para o aço ABNT 1040 (médio
carbono), ocorre uma drástica redução de dureza ao ser comparar a periferia do corpo-de-
prova com o núcleo. Esta diferença no perfil de dureza ao longo do diâmetro do corpo-de-
prova, ao se comparar os diferentes aços, está principalmente associada aos elementos de liga
presentes no material. Na figura 1c, mostra-se o perfil de dureza do mesmo aço de baixo teor
de liga e, também, um perfil de dureza de um aço de alto teor de carbono. Como pode ser
notado, conforme ocorre um aumento do diâmetro do corpo-de-prova, existe uma maior
diferença entre a dureza da periferia e do núcleo principalmente para o aço com baixo teor de
liga. Este fato está ligado a dificuldade de extração de calor em regiões centrais do corpo-de-
prova. Por outro lado, na mesma figura, mostra-se o perfil de dureza de um aço de alto teor de
liga. Neste caso, nota-se que mesmo com um diâmetro de 100 mm, a redução na dureza entre
periferia e núcleo torna-se muito reduzida.
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Figura 2 – Comparação das características da retificação com o torneamento duro
(KLOCKE, BRINKSMEIER e WEINERT, 2005)
A figura 2 mostra que a retificação torna-se apropriada nas situações com estreitas
faixas de tolerâncias dimensionais, menores valores de rugosidade e maior capacidade real do
processo. Por outro lado, o torneamento duro promove vantagens em função da maior taxa de
remoção de material, flexibilidade do processo, tempo de preparação de máquina, utilização
de fluido de corte e danos à superfície do material usinado. Como esta análise tem caráter
qualitativo, a aplicação de cada alternativa deve levar em consideração características do
processo e do produto. A comparação conclui que as maiores restrições em cada processo são:
na retificação, o custo; no torneamento duro, a confiabilidade.
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ferramentas com pequenos valores de desgaste. Contudo, em ambientes de produção seriada,
a maximização da vida da ferramenta necessita ser alcançada para justificar os custos do
processo. Em outras palavras, a viabilidade do processo depende de que as especificações do
componente sejam mantidas ao longo de toda a vida da ferramenta. Neste sentido, a
compreensão dos mecanismos e das taxas de desgaste em diferentes materiais e classes de
ferramenta para o torneamento duro é o fator preponderante.
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Figura 3 – Vida de ferramenta em função da geometria da peça, classe e microgeometria
da ferramenta (DINIZ e OLIVEIRA, 2008)
Como pode ser visto na figura 3, e confirmado por análises estatísticas, a geometria do
corpo-de-prova e a classe do material da ferramenta influenciam significativamente a vida da
ferramenta. A microgeometria da ferramenta (chanfro e chanfro com arredondamento) não
apresenta influência significativa nos resultados de vida. Do ponto de vista de classe de
material, a utilização de PCBN com adição de fase cerâmica sempre apresentou vida de
ferramenta maior que a classe de alto teor de PCBN, independentemente da microgeometria
da aresta e do tipo de superfície usinada. Este resultado é atribuído à fase cerâmica na
composição do material. De acordo com Chou e Evans (1999), a classe de PCBN com adição
da fase cerâmica possui menor condutividade térmica e menor dureza do que a classe com
alto teor de PCBN. Em teoria, elevada condutividade térmica e dureza promovem uma maior
retirada do calor da região de corte e maior resistência ao desgaste abrasivo, respectivamente.
Entretanto, a propriedade que explica a maior vida da classe de PCBN com adição de fase
cerâmica quando comparada com a classe de alto teor de PCBN, no torneamento duro, é a
menor tendência ao desgaste difusivo. A figura 4 mostra o desgaste de flanco das arestas de
corte utilizadas no corte contínuo com os dois materiais de ferramenta.
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Figura 4 – Desgaste de flanco em ferramentas com Alto teor de PCBN e PCBN com
adição de fase cerâmica no corte contínuo
Outro ponto identificado na análise dos resultados é que o corte interrompido sempre
apresentou vida de ferramenta maior do que o corte semi-interrompido e contínuo,
independentemente da microgeometria da aresta e da classe de PCBN. Conforme Trent e
Wright (2000), o aumento da temperatura estimula os mecanismos de desgaste como abrasão
e difusão, porque reduz a dureza da ferramenta e, então, torna mais fácil a remoção de
partículas da ferramenta e, também, estimula a troca de partículas entre cavaco e ferramenta
(difusão). Portanto, manter a temperatura em níveis mais baixos geralmente aumenta a vida da
ferramenta. Deste modo, estima-se que a ferramenta permaneceu em temperatura mais baixa
quando o corte interrompido foi utilizado, devido a três fatores: a) devido às interrupções, a
propagação de calor dentro da peça foi prejudicada e, portanto, a ferramenta tocava uma parte
mais fria da peça a cada 90o de rotação; b) com a rotação da peça, um fluxo de ar era gerado
nos sulcos que tornavam o corte interrompido, o que ajudou a manter a peça e a ferramenta
fria; c) porque a ferramenta cortava somente uma pequena parcela da peça entre dois sulcos,
não havia tempo suficiente para gerar uma zona de aderência entre cavaco e superfície de
saída da ferramenta. Quando esta zona de aderência ocorre, altas tensões de compressão, altas
taxas de deformação e altas temperaturas também ocorrem e, portanto, a troca de partículas
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entre cavaco e ferramenta é estimulada, causando desgaste de cratera na superfície de saída da
ferramenta. Não se percebeu nenhum desgaste de cratera na ferramenta quando o corte
interrompido foi usado.
Resumidamente, esta análise mostra que a utilização de ferramentas PCBN com adição
de fase cerâmica, apesar de promover menor condutividade térmica e menor dureza da
ferramenta, apresenta maiores valores de vida em função da menor tendência ao mecanismo
da difusão. Ainda, no corte interrompido, a vida da ferramenta foi superior da do corte
contínuo e semi-interrompido em função da menor temperatura na aresta de corte durante o
processo.
Uma breve análise nas propriedades dos materiais para ferramentas sugere como
alternativas ao uso de PCBN as cerâmicas de óxido de alumínio (Al2O3) e as de metal duro
com cobertura. Entretanto, ferramentas de óxido de alumínio puro têm limitado sucesso em
operações de torneamento duro em função da baixa resistência ao choque térmico e da restrita
resistência à fratura. Microlascamento e quebras são avarias comuns durante a utilização deste
material de ferramenta. Estas avarias são resultantes de inclusões duras no material usinado,
elevadas forças de corte, vibrações e inadequadas entradas e saídas de ferramenta na peça. A
resistência à fratura e ao choque térmico podem ser melhoradas com a adição de ZrO2, TiC,
TiN ou com reforço whiskers de SiC na composição química. Somado às adições nas
cerâmicas, a utilização de sistemas de fixação de peças e ferramentas extremamente rígidas
torna-se também pré-requisitos para este material de ferramenta. Nestas condições,
ferramentas de cerâmica reforçadas com whiskers de SiC são até recomendadas pelos
fabricantes para o corte interrompido. Com relação às ferramentas de metal duro com
cobertura, algumas classes demonstram apropriada resistência ao choque térmico e à fratura
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durante a usinagem de aços endurecidos. Contudo, estas ferramentas demonstram limita vida
ao tornear materiais aços no estado endurecidos principalmente em função das altas taxas de
desgaste abrasivo e das interações químicas com o material da peça (YALLESE et al, 2005;
STEPHENSON e AGAPIOU, 1996).
Na figura 5, é possível notar que, no corte contínuo, ocorre uma significativa diferença
na vida ao se comparar as ferramentas de cerâmica reforçada como whiskers e de PCBN com
adição de fase cerâmica. As ferramentas de PCBN com adição de fase cerâmica possibilitam,
em média, uma vida três vezes maior do que ferramentas de cerâmica reforçada com
whiskers. Neste caso, uma rigorosa análise de custo-benefício deve ser realizada para suportar
a tomada de decisão de que ferramenta utilizar, uma vez que ferramentas de PCBN têm o
custo três vezes maior do que ferramentas cerâmicas.
Figura 6 - Desgaste de flanco nas ferramentas de PCBN com adição de fase cerâmica e
cerâmica reforçada com whiskers no corte contínuo
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característica das ferramentas de cerâmica reforçada com whishers, conforme mostra a figura
6, é evidenciada por um desgaste de flanco com uma superfície mais lisa quando comparada
com a superfície do desgaste de flanco ocorrido na ferramenta de PCBN com adição de fase
cerâmica. Esta é a principal explicação da maior vida de ferramentas PCBN no corte contínuo
quando comparado com ferramentas de cerâmica reforçada.
Figura 7 – Desgaste de flanco nas ferramentas de PCBN com adição de fase cerâmica e
cerâmica reforçada com whiskers no corte interrompido (8x)
Nas figura 7 torna-se possível verificar que o desgaste na ferramenta de PCBN foi
homogêneo em praticamente todo o contato com a peça na superfície de folga. Além disso,
nas extremidades de contato, ficam evidentes riscos abrasivos. Com a utilização de ferramenta
de cerâmica reforçada com whiskers, uma característica diferente aparece no desgaste de
flanco: diversos sulcos ao longo do contato ferramenta-peça. Estes sulcos têm profundidade
em relação ao contorno da aresta de corte de alguns mícrons. Shaw (2004) descreve que uma
hipótese para formação destes sulcos é o fenômeno causado pela ação abrasiva do perfil de
usinagem deixado pela operação anterior. Deste modo, o perfil de rugosidade deixado pelo
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operação de faceamento permite que, em materiais com restrições de carregamento
localizado, ocorra a formação de sulcos de origem abrasiva.
Figura 8 – Perfil de rugosidade para ferramentas de PCBN com adição de fase cerâmica
e cerâmica reforçada com whiskers no corte interrompido (8x)
Como pode ser observado na figura 8, o impacto do corte interrompido para ferramentas
cerâmicas reforçadas com whiskers é muito mais significativo do que para ferramentas de
PCBN com adição de fase cerâmica. Inicialmente, os valores de rugosidade para 10 minutos
de corte são muito maiores no caso de ferramentas cerâmicas. No caso da ferramenta de
PCBN, ocorre ao longo da vida, uma tendência de estabilização dos valores de rugosidade –
aproximadamente em torno de Ra = 0,6 m – enquanto que no caso de ferramentas cerâmicas,
a tendência é de aumento progressivo dos valores – praticamente em uma taxa constante. Este
fenômeno pode ser explicado com o surgimento e crescimento dos sulcos mostrados na figura
7. Com o aumento progressivo do tamanho dos sulcos, causados pelo desgaste abrasivo,
ocorre um direto aumento da rugosidade na superfície usinada pela ferramenta.
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mais adequada para processos produtivos com grande quantidade de peças e com restrito
valor de rugosidade. Contudo, em casos de lotes pequenos de peças e com valores de
rugosidade não estreitos, ferramentas de óxido de alumínio reforçadas com whiskers podem
ser uma boa solução de custo–benefício.
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Figura 9 – Comparação de vida para superfícies torneadas e retificadas em ensaio de
fadiga de contato de rolamento
Os resultados mostram que a vida das superfícies torneadas pode ser, em média, 100%
maior de superfícies retificadas com equivalente valor de rugosidade. Os principais
mecanismos que contribuem para esta diferença nos valores de fadiga de contato de rolamento
são as diferentes estruturas superficiais e as tensões compressivas relativamente profundas.
Segundo Javidi, Rieger e Eichlseder (2008), as tensões residuais induzidas pelo processo de
torneamento duro tendem a ser tornar mais compressivas com o aumento do valor do avanço
por volta. Por outro lado, um aumento do raio de ponta da ferramenta promove redução nas
tensões compressivas. Deste modo, é evidente que a taxa de avanço e o raio de ponta da
ferramenta são os elementos de principal influência para determinação da tensão residual no
torneamento duro.
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1.3 Fresamento de aços endurecidos
Conforme a figura 11, a versatilidade das fresas de topo está relacionada ao fato de estas
possuírem arestas de corte tanto na sua periferia quanto no topo. A aresta lateral pode ser reta
ou cônica e o topo pode ser reto, toroidal ou esférico. Construtivamente, as fresas de topo
podem ser sólidas, com pastilhas soldadas ou com pastilhas intercambiáveis.
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contato ferramenta-peça e a elevada resistência à fratura quando comparado com os demais
materiais de ferramenta utilizados neste processo. Entretanto, o metal duro aplicado ao
fresamento de aços endurecidos necessita de cuidados especiais. Um aspecto de grande
importância nestes casos é o tamanho de grão. Para obter um metal duro com tamanho de grão
submícron e ultrafino com mínima porosidade, o processamento da matéria-prima requer
apropriado refinamento, sinterização e adição de elementos inibidores do crescimento de grão.
Entre os vários elementos inibidores do crescimento de grão estão o carboneto de vanádio
(VC) e o carboneto de cromo (Cr3C2). Este último é amplamente empregado para esta função
mesmo sendo menos eficiente do que o carboneto de vanádio (VC). O objetivo desta escolha
está relacionado com a capacidade do carboneto de cromo (Cr3C2) em proporcionar
resistência à corrosão no metal duro e também ao fato de que o carboneto de vanádio (VC),
em porcentagem maior que 0,6 %, causar drástica redução na tenacidade do metal duro.
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Figura 11 – Micrografia do metal duro com gradiente funcional
Em diâmetros superiores a 12 mm, uma mesma geometria de fresa de topo pode ser
sólida e com pastilha intercambiável. O tempo de usinagem pode ser o fator decisivo para esta
tomada de decisão no fresamento de aços endurecidos. A utilização de ferramentas sólidas
proporciona uma maior vida de ferramenta quando comparadas com pastilhas
intercambiáveis. Entretanto, outros aspectos devem ser considerados na escolha da opção a
ser utilizada: a utilização de pastilha intercambiável promove um menor custo e a troca da
ferramenta é mais rápida; a utilização de ferramenta sólida aumenta a rigidez e facilita o
balanceamento do conjunto de fixação de ferramentas, indispensável com elevadas rotações;
com a utilização de ferramenta sólida, necessita-se a reafiação e nova deposição de cobertura,
com o objetivo de minimizar os custos. A figura 12 demonstra um estudo de viabilidade
econômica da reafiação de ferramentas sólidas quando comparadas à utilização de pastilhas
intercambiáveis (LACALLE et al., 2002).
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Figura 12 – Viabilidade econômica para a reafição de ferramentas sólidas (LACALLE
et al., 2002)
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3EI
k Equação 1
L3
A deflexão de uma viga engastada, segundo um modelo estático, pode ser calculada
conforme a equação 2, em que: (B) representa a deflexão máxima e (F), a força aplicada.
Salgado et al. (2005) afirmam que o comportamento de uma ferramenta no fresamento em
operações de acabamento é similar ao comportamento estático.
FL3
B Equação 2
3EI
Considerando que a ferramenta tem secção transversal circular, a deflexão pode ser
definida conforme a equação 3, em que (D) é o diâmetro equivalente da secção transversal da
ferramenta.
64 FL3
B Equação 3
3ED 4
Conforme a equação 3, a relação L3/D4 demonstra que a utilização de ferramentas com
pequeno comprimento em balanço e elevado diâmetro é o caminho para minimizar a deflexão
e, consequentemente, os erros dimensionais nas peças usinadas. Entretanto, esta situação nem
sempre pode ser realizada no fresamento, pois em determinados casos necessita-se de longos
comprimentos em balanço e reduzidos diâmetros. A equação 3 também demonstra que a
influência do comprimento em balanço é elevada à terceira potência e a influência do
diâmetro equivalente é elevada à quarta potência. Isto significa que pequenas reduções no
comprimento em balanço e incrementos no diâmetro têm uma forte influência na deflexão das
ferramentas.
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Figura 13 – Porta-ferramenta de metal duro e de aço para fixação de pastilha esférica
Como pode ser verificado na figura 13, no porta-ferramenta de metal duro, somente a
região de fixação da pastilha é de aço. O porta-ferramenta de metal duro tem menor tendência
à deflexão em função do maior Módulo de Elasticidade (E) quando comparado com porta-
ferramenta de aço montado em um mandril com o mesmo comprimento em balanço. Outra
possibilidade é a utilização do porta-ferramenta de metal duro montado no mandril com um
maior comprimento em balanço quando comparado a um de aço e, mesmo assim, obtendo a
mesma rigidez. Entretanto, devido à dificuldade de utilização de um método analítico descrito
na equação 1 para comparação de rigidez entre os diferentes diâmetros e geometrias de porta-
ferramenta com pastilhas e ferramentas sólidas de metal duro, utiliza-se diante destes casos, o
Método de Elementos Finitos.
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Com relação ao tipo de operação, o desbaste em aços endurecidos é caracterizado por
elevados carregamentos na ferramenta de usinagem, principalmente no início da abertura de
cavidades, em que todo o diâmetro da ferramenta de usinagem é utilizado no corte.
Entretanto, as variações no carregamento da ferramenta também são causadas pela forma da
geometria usinada, mesmo com o sobrematerial sendo constante. A figura 14 demonstra a
variação no ângulo de contato entre a ferramenta de usinagem e a peça em função da
geometria usinada.
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superfície usinada. Nesta situação, fresas toroidais e esféricas podem reduzir a altura desses
degraus quando comparada à utilização de fresas de topo reto. Esta alteração possibilita uma
redução na variação do carregamento da ferramenta na próxima operação.
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interrompida do corte. Normalmente, obtém-se a maior vida de ferramenta no fresamento de
aços com a usinagem isenta de fluido de corte.
Uma solução utilizada para remoção do cavaco da região de corte no Fresamento com
Alta Velocidade de aços endurecidos é a aplicação de ar comprimido. O ar comprimido tem
baixa capacidade de refrigeração quando comparado com os fluidos aquosos. Deste modo, a
intenção é minimizar o efeito da flutuação da temperatura na ferramenta durante o corte.
Ainda com o objetivo de aumentar a capacidade de lubrificação, eventualmente utiliza-se a
pulverização de uma pequena quantidade de óleo, em forma de névoa, juntamente com a
aplicação de ar comprimido. Esta técnica é conhecida como Mínima Quantidade de Fluido
(MQF).
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térmicos da usinagem. Como descrito anteriormente, as tensões compressivas resultam em um
melhor desempenho em relação à fadiga quando comparadas, por exemplo, à com superfícies
polidas.
28
1.4 Gerenciamento de ferramentas na manufatura
29
Figura 16 – Planejamento integrado do gerenciamento de ferramentas
30
contínua somente é possível diante da existência de uma base sólida de informações, de modo
entender os dados atuais e onde se pretende chegar (FAVORETTO, 2005).
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Uma análise das informações presentes na figura 17 mostra que os banco de dados para
gerenciamento de ferramentas têm, atualmente, uma vocação para área de compras. Como
pode ser verificado, informações do tipo, fornecedor, número, custo, estratégia de compra
estão presentes, no mínimo, em 70% dos bancos de dados. Em contrapartida, informações
para suportar a área estratégica e técnica da empresa apresentam restritas informações. Deste
modo, o desenvolvimento de novos processos fica prejudicado do ponto de vista do tempo de
realização, racionalização de ferramentas e, consequentemente, dos custos pela dificuldade
e/ou pela falta de informações para tomada de decisões.
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