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Fazendo Gênero 8 - Corpo, Violência e Poder

Florianópolis, de 25 a 28 de agosto de 2008

Ser mulher e ser menina: uma análise do conto “Tchau”, de Lygia Bojunga Nunes

Alexandra Santos Pinheiro (UNIOESTE)1


Literatura infanto-juvenil; Mulher; Criança; Família
ST 50 - Gênero, direito e psicanálise

A Literatura Infanto-Juvenil atual procura trabalhar com temáticas que façam parte da realidade
dos leitores infantis e adolescentes. Violência urbana, morte, abandono, meninos e meninas moradores
de rua, amizade, e os conflitos familiares são alguns dos temas que podem ser citados. O que se propõe,
a partir de uma tendência que se inicia, no Brasil, na década de 80, com a chamada Literatura Realista,
oposição à Literatura fantástica, é oferecer ao público alvo desse tipo de produção a possibilidade de
pensar a sua realidade a partir da leitura literária. Com personagens que vivenciam situações similares a
que eles enfrentam no mundo real, esses leitores podem resolver os conflitos que os envolvem.
É interessante lembrar que a idéia de que a obra literária tinha o poder de mudar
comportamentos passou a ser mais forte depois do advento do romance, no século XVIII, crença que se
estende ao longo do século XIX, quando a palavra ainda era considerada por seu poder ilimitado. A
prática de Literatura, nesse sentido, representava uma espécie de veículo tradutor da realidade, com o
poder de espelhar o mundo e seus contornos. Hoje, a visão da Literatura busca, como afirma Marisa
Lajolo, a “grande aventura da significação provisória”, transformando esse provisório na “arma de sua
permanência”. A arte literária seria vista como “instauração de uma realidade, apreensível apenas na
medida em que permite o encontro de escritor e leitor sem que, entre ambos, haja qualquer acordo
prévio quanto a valores, representações, etc” (LAJOLO, 2002, 12). A concepção de literatura relaciona-
se, então, com a questão da leitura, entendendo-a como um processo de construção de sentidos.
Antonio Candido afirma que a Literatura tem a capacidade de “confirmar a humanidade do homem”,
derivando, entre suas funções a de “satisfazer à necessidade universal de fantasia, contribuir para a
formação da personalidade e ser uma forma de conhecimento do mundo e do ser” (Cf. Ciência e
Cultura).
O que encontramos na Literatura Infanto-Juvenil brasileira é um elenco significativos de autores
empenhados em dar voz aos sentimentos dos jovens leitores. Antes de Monteiro Lobato, esse gênero
literário era pensado a partir do olhar adulto, que ditava às normas de conduta ao pequeno leitor,
procurando moralizar seus sentimentos e seus atos. O autor de O sítio do pica-pau amarelo é o
primeiro a inserir a criança em suas histórias, dando a ela a liberdade de expressão. Monteiro Lobato
2
configura um marco divisor da Literatura infanto-juvenil, depois dele, outros nomes marcaram (e
marcam) a história da produção literária para o público jovem e infantil. Hoje, ao lado de tantos outros
escritores representativos, destaca-se Lygia Bojunga Nunes.
Nascida em Pelotas, Rio Grande do Sul, foi no Rio de Janeiro que Lygia Bojunga cresceu e
desenvolveu sua vida profissional, primeiro como atriz, depois, por uma atração incontrolável pelo
universo da palavra, como escritora. A sua paixão pelos livros foi expressa em texto escrito em 1982,
por ocasião da comemoração do Dia Internacional do Livro Infantil. “O Livro: a troca” é uma
declaração de amor à Literatura, usado como referência por muitos teóricos do ensino da leitura
literária:
Pra mim, livro é vida; desde que eu era muito pequena os livros me deram casa e
comida.
Foi assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo; em pé, fazia parede, deitado,
fazia degrau de escada; inclinado, encostava num outro e fazia telhado.
E quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá dentro pra brincar de morar em
livro.
De casa em casa eu fui descobrindo o mundo (de tanto olhar pras paredes). Primeiro,
olhando desenhos; depois, decifrando palavras.
[...]
Mas, como a gente tem mania de sempre querer mais, eu cismei um dia de alargar a
troca: comecei a fabricar tijolo pra – em algum lugar – uma criança juntar com outros,
e levantar a casa onde ela vai morar (BOJUNGA, 1988, p. 7).

Os tijolos fabricados pela escritora tratam de temas caros ao mundo infanto-juvenil: o


abandono, a morte, a solidão, os ciúmes, a puberdade, o amor da primeira infância, a amizade, para
citar apenas alguns. Em Lygia Bojunga Nunes, identificamos a sensibilidade dos autores pós Monteiro
Lobato de dar voz a personagens infantis e adolescentes que vivenciam situações significativas à
realidade de seus leitores, contudo, a autora trabalha com uma perspectiva estética apurada, a partir de
construções sintáticas que exigem a maturidade do leitor literário. Suas personagens são marcadas por
um significativo aprofundamento psicológico. Não queremos estabelecer aqui um padrão de valor entre
os autores. Essa sensibilidade marca a narrativa “Tchau”, conto da obra homônima, lançada por ela em
1984. Para compreender como a questão do gênero é apresentada à criança e ao adolescente nessa
narrativa, a análise que apresentaremos pauta-se em leituras antropológicas e sociológicas que
sustentam a temática das relações entre os gêneros.
As relações sociais e familiares marcam a obra de Bojunga, que, geralmente, surpreende o leitor
ao desafiar o padrão, descontruindo estereótipos estabelecidos pela história social das relações. É o que
encontramos em O sofá estampado, quando a personagem da avó é apresentada como uma
revolucionária, uma mulher que não se entrega às limitações da idade e luta, até a morte, pela
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preservação das florestas. Essa senhora de vibra é tomada como exemplo pelo neto, o tatu Vitor, que,
no desfecho da narrativa, decide tomar os passos da avó. A mãe de “Tchau” é tão instigante quanto à
construção da personagem avó. Ela abandona o lar em nome de uma paixão. Trata-se de uma história
escrita na década de 80 e, se pensarmos que hoje a sociedade ainda tem dificuldades de compreender
que uma mulher possa entregar-se incondicionalmente ao amor de um amante, o que pensar da
recepção dessa obra há 24 anos? O sexo feminino sempre esteve ligado ao espaço doméstico, mesmo
nas tribos primitivas, como explica Margared Mead (2003), a organização de algumas tribos primitivas
era marcada por dois espaços: o fora da casa, destinado ao homem que tinha a tarefa de buscar o
alimento para a sobrevivência de seus filhos e companheira; e o espaço ligado a casa, destinado à
mulher, que precisava cuidar da prole e do preparo do alimento2.
Essa estrutura marca a maioria das culturas. Com a chamada Burguesia, advinda da Revolução
Francesa, temos a mulher como a promotora da educação da prole e da organização do lar. Pesquisas
recentes3 demonstram que a mulher do século XXI ainda é aquela que, apesar da conquista no espaço
profissional, ainda vive a dupla jornada, ou seja, trabalha fora e dentro do lar. Muitas vezes, esse
trabalho não corresponde necessariamente aos serviços domésticos, mas à organização de outros
aspectos, como o cuidado em abastecer a geladeira, com as questões escolares e emocionais dos filhos,
etc. Por isso, reiteramos a ousadia da autora em, na década de 80 do século passado, dar vida a um
assunto, o abandono do lar por uma mãe apaixonada pelo amante, ainda mal resolvido na atualidade.
Mas antes de aprofundarmos a análise, vejamos a síntese do enredo.
“Tchau” conta a história de Rebeca, uma menina de 10 anos que vivencia a separação dos pais.
Juntamente com os sentimentos da separação paterna, Rebeca precisa consolar o pai e compreender os
anseios da mãe por um outro homem. Tanto o pai quanto à mãe falam para Rebeca de suas emoções,
mas é o discurso da mãe que chama a atenção, pois nele ela expressa o fim do amor pelo marido, as
sensações físicas proporcionadas pelo amante e, finalmente, a decisão de abandonar os filhos em nome
dessa paixão. A criança ouve tudo com espanto e tenta dar sentido às palavras maternas. O pai, por
outro lado, conta para filha do amor que ainda sente pela esposa e expressa a insegurança de assumir
duas crianças, ela e o irmão Donatelo.
Diante do desabafo do pai, Rebeca promete que pedirá à mãe que fique com eles. Quando o pai
chega a casa, encontra um bilhete em cima da cama:

“Querido pai
Não deu para eu cumprir a promessa, a mãe foi mesmo embora.
Mas a mala dela ficou. E eu acho que assim, sem mala, sem roupa pra tocar, sem
escova de dente nem nada, não vai dar para a mãe ficar muito tempo sem voltar. Não
sei. Vamos ver.
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Eu arrastei a mala e escondi ela debaixo da sua cama, viu?
Um beijo da Rebeca” (p. 21).

O bilhete revela a solução de uma filha diante da crise colocada a ela. Um conflito que foi
apresentado à personagem sem a consideração de que se tratava de uma criança de 10 anos. A forma
com que a figura dramática infantil é abordada lembra a concepção que se tinha de infância antes da
constituição das famílias burguesas e da consolidação da escola. A criança era vista como um adulto
em miniatura, que participava dos assuntos da casa, das brigas e presenciava, inclusive, as relações
sexuais de seus pais (ARIÈS, 1981). Se a mãe simplesmente dissesse: “-Rebeca, eu vou me separar do
pai: não ta dando mais pra gente viver junto” (p.12), ela estaria sendo franca com a filha. Mas essa
mãe, que não é nomeada na história, vai além e expõe sentimentos que comprometem a figura paterna,
como: “- Não sei; quer dizer, eu sei; eu sei mais ou menos, essas coisas a gente nunca sabe direito, mas
eu sei que eu fui me sentindo sozinha... vazia... vazia de amor. Amor assim [...] assim de um homem. É
claro que isso não tem nada a ver com o amor que eu sinto por você” (p. 13)
O que uma criança de 10 anos poderia compreender por “amor de um homem”? Em outro
momento de seu discurso, a mãe revela à filha as sensações e contradições de sua paixão pelo novo
amor:

Se ele me diz, vem te encontrar comigo, mesmo não querendo eu vou; se fala que quer
me abraçar, mesmo achando que eu não devo eu deixo; tudo que eu faço de dia, cuidar
de vocês, da casa, de tudo, eu faço feito dormindo; sempre sonhando com ele; e de
noite eu fico acordada, só pensando, pensando nele.
- Ele diz eu gosto do teu cabelo é solto; eu digo é justo como eu não gosto, e é só ir
dizendo isso pr’eu já ir soltando o cabelo; ele diz às 5 horas eu te telefono, eu digo
NÃO! eu não atendo, e já bem antes das 5 eu to junto do telefone esperando; só de
chegar perto dele eu fico toda suando, e cada vez que eu fico longe eu só quero é ir pra
perto, Rebeca! Rebeca! eu tô sem controle de mim mesma, como é que isso foi me
acontecer, Rebeca?! ele me disse que vai voltar pra terra dele e me levar junto com ele,
eu disse logo eu não vou! sabendo tão bem aqui dentro que não querendo, não
podendo, não devendo, é só ele me levar que eu vou. (p. 14)

Aos 10 anos, a criança vê-se diante da definição da paixão. Tomada por esse sentimento, sua
mãe deixa os filhos (a pedido do próprio amante) e parte para Grécia. Ao se dar conta da última parte
do desabafo da mãe, a menina faz a seguinte constatação: “E ainda mais essa! com tanto homem no
Brasil [...]” (p. 14). Assim, de tudo o que ouviu, Rebeca focalizou apenas os dois fatos concretos: a
separação dos pais e a possível viagem de sua mãe. Os detalhes do sentimento materno, ao que parece,
não foram significativos para a personagem.
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O abandono do lar e a forma com que a mãe explica a situação para filha são aspectos que
chamam a atenção na narrativa de Lygia Bojunga. Recentemente, a justiça sancionou a lei da guarda
compartilhada, mas, de qualquer forma, na grande maioria das separações os filhos ficam com a mãe,
perpetuando uma tradição construída ao longo da história da humanidade. Para Simone de Beauvoir, a
biologia da mulher é a sua maior inimiga, pois é por causa da maternidade que o sexo feminino, por um
longo tempo, teve seu espaço restringido ao lar. A mãe de “Tchau” foge à regra estabelecida e sofre a
pressão emocional, social e jurídica, como adverte o pai de Rebeca:

- Você ta chorando por quê? Quem tem que chorar sou eu e não você. Não sou eu que
to abandonando a minha família, é você; não sou eu que to deixando os meus filhos pra
lá: é você! (p. 15).
- Se você não leva elas agora eu não deixo você levar nunca mais. Abandono do lar, da
família, de tudo: a lei vai estar do meu lado. Então você escolhe: ou ele ou as crianças
(p. 16).

O personagem pai apela para a sensibilidade materna, arrisca impor-lhe o medo de não mais ver
seus filhos. Um apelo que remete a uma construção sócio-histórica (e também econômica) de um
espaço feminino restrito à sua função de mãe. Primeiro nas tribos primitivas, quando a mulher, por
estar sempre grávida, necessitava ficar em casa para cuidar dos filhos já nascidos e do que estava por
nascer. Depois, com o surgimento da burguesia, originada pela Revolução Francesa, a figura feminina
permanece restrita ao lar, porque a ela caberia acompanhar a educação de seus filhos. Assim, ser mãe
sempre foi um aspecto determinante na vida da mulher. Para Beauvoir, o amor materno, enquanto algo
instintivo é um mito, é uma imposição alienante. A autora também questiona posições, como a de
Alfred Fouilleé, para quem o fato da mulher gerar o filho é justificativa suficiente para a dedução de
que o seu lugar é no lar. “A fecundidade absurda da mulher a impedia de participar ativamente do
crescimento dos recursos ao passo que ela criava novas necessidades”, afirmou Beauvoir (BEAUVOIR,
1. vol., p. 34-46).
Todavia, a ameaça paterna é fruto de seu próprio desespero, o medo de perder a mulher amada,
como desabafa a Rebeca: “- A tua mãe não gosta mais de mim” [...]. “- Eu gosto tanto dela! Agora
então que ela vai me deixar parece até que eu gosto mais” (pp. 17-18). Trata-se de um homem ferido
pela troca da esposa, ao mesmo tempo, não consegue refletir sobre a causa do abandono. Ele gostava de
sua esposa e achava que o sentimento bastava: “- Duvido que esse gringo goste dela do jeito que eu
gosto. Nem metade, aposto” (p18). Diante das lamentações do pai e se lembrando das queixas da mãe
em relação à solidão que culminou pela paixão por outro homem, a filha apenas aposta no seu poder:
“Eu vou pedir pra mãe não ir. Eu vou pedir tão forte que ela não vai, vai ver” (p. 18). Rebeca acredita
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ser capaz de resolver o problema. Demonstra uma força com a qual, como explica Bettelheim, ao
analisar a importância dos contos de fadas para o amadurecimento infantil, o leitor precisa se
identificar. Já que a dor “é inevitável, é parte intrínseca da existência humana”, a criança precisa ser
preparada para se “defrontar de modo firme com as opressões inesperadas e, muitas vezes, injustas, ela
dominará todos os obstáculos e, ao fim, emergirá vitoriosa” (BETTELHEIM, 1980, p. 14).
A vitória, para Rebeca, foi impedir que a mãe levasse a mala, partindo do princípio formulado
por ela de que, sem suas roupas, a mãe precisaria voltar. Mas é interessante observar a certeza da
personagem infantil de que o seu pedido seria o suficiente para cumprir a promessa feita ao pai. No
processo em que a mãe arruma suas coisas, Rebeca finge nada perceber: “Rebeca fingiu que nem tinha
visto a mala da Mãe aberta em cima da cama e já quase pronta pra fechar” (p. 18). Depois de algum
tempo, a filha percebe que as suas súplicas não bastariam para que a mãe ficasse: “- Mãe; não vai! eu já
te pedi tanto que eu não ia pedir mais, mas você ta indo mesmo e eu tenho que pedir de novo, não vai
não vai não vai!!!” (p. 19). Antes de soltar a mala, a mãe faz a Rebeca um pedido de perdão e uma
promessa: “- Por favor, Rebeca, me entende, me perdoa, me entende, eu tenho que ir, é mais forte que
tudo. Mas eu já te prometi: eu volto” (p. 20).
Fiel ao juramento feito ao pai, a criança explica que a mala debaixo da cama era uma prova de
que em breve a mãe voltaria. A personagem soluciona o problema do seu jeito, pela perspectiva do
raciocínio infantil. Essa narrativa é uma das pioneiras, na Literatura Infanto – Juvenil brasileira, a tratar
da temática da separação de casal a partir do rompimento feito pela mãe. Solitária, é a personagem da
mãe, construída na década de 80, que se entrega a uma paixão, deixando para trás os filhos e um
casamento que a fazia infeliz. Quando trabalhamos essa narrativa na formação de professores,
percebemos que a análise recai, geralmente, para a culpabilidade materna. Todavia, acreditamos ser
significativo ponderar que, antes de ser mãe, a mulher é um ser humano, passível de tomar decisões que
contrariam elementos estabelecidos historicamente, como a questão da maternidade. Nessa narrativa,
Lygia Bojunga nos faz lembrar que os sentimentos femininos não se restringem à maternidade e
demonstra que a criança tem sua própria dinâmica para superar a separação dos pais.

Referências Bibliográficas
ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. 2 ed., Rio de Janeiro: LTC, 1981.
BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fada. Trad. de Arlene Caetano. Rio de Janeiro: Paz
e Terra, 1980.
LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 2002.
MEAD, Margaret. Sexo e temperamento. São Paulo: Editora Perspectiva, 2003.
7
MIRA, Maria Celeste. “O masculino e o feminino nas narrativas da cultura de massas ou o
deslocamento do olhar”. In.: Cadernos Pagu. Universidade Estadual de Campinas, vol. 21, 2003, p. 13-
38.
NUNES, Lygia Bojunga. Tchau. Rio de Janeiro: Agir, 2002.
_____. Livro: um encontro com Lygia Bojunga Nunes. Rio de Janeiro: Agir, 1988.
BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo: fatos e mitos. Trad. Sérgio Millet. Rio de Janeiro: Nova
fronteira, 2001.

1
Professora adjunta do colegiado de Letras – Unioeste – Marechal Candido Rondon. alexpin24@yahoo.com.br
2
Mead trabalha com a experiência analisada de três tribos, não queremos generalizar que todas as tribos primitivas têm essa
estrutura.
3
De acordo com os dados divulgados pelo IBGE, o fato de mais mulheres serem chefes de família não representa avanço ou
conquista porque, embora o número de famílias chefiadas por mulheres tenha aumentado, a situação dessas famílias é pior
do que as que têm homens na chefia – 31% vivem com um rendimento mensal de até meio salário mínimo per capita,
contra 28% das famílias chefiadas por homens. O percentual de filhos trabalhando também é maior – 44,1,% contra 40,3% –
nas famílias chefiadas por mulheres. Além disso, a maioria tem jornada dupla (http://www.ibge.gov.br/home/).

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