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POLÍCIA MILITAR DO PARÁ

DIRETORIA DE ENSINO DA PMPA

CICLO DE PALESTRAS

CRIMES DE TRÂNSITO
Vivemos atualmente em um cenário de constantes
transformações, algumas benéficas e outras não; no trânsito a
crescente demanda de medidas que visem a diminuição na
ocorrência de acidentes foi uma necessidade urgente; o novo
Código de Transito Brasileiro/CTB acrescentou e disciplinou tipos
penais, alguns que até então eram apenas infrações
administrativas, ou mesmo contravenções, foram introduzidos e
ganharam caráter especifico de sanção mais severa.
HOMICÍDIO E LESÃO CULPOSA NA DIREÇÃO DE VEÍCULO

Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:

Pena - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter


a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se


obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
O Código de Trânsito Brasileiro tipificou e aumentou a pena base para os crimes de
homicídio e lesão culposa na direção de veículo automotor, fazendo assim, a diferença entre
os crimes análogos que estavam colocados apenas no código penal, como os descritos nos
artigos 121, § 32, e 129, § 62. Nestes casos, para incorrer no crime tipificado no código de
trânsito, faz-se necessária que a ocorrência do crime seja no trânsito, em razão dele e que o
culpado esteja na condução de veículo automotor.

Exemplo:
Suponha-se que um pedestre desrespeite a sinalização e seja atropelado por um
motociclista que esteja conduzindo corretamente o seu veículo, e este venha ao solo, sofrendo
lesões corporais. A imprudência foi do pedestre e este deve ser responsabilizado
criminalmente. Por qual crime (comum ou do Código de Trânsito)? Ora, o pedestre não estava
na direção de veículo automotor e, assim, aplicável à legislação comum, não obstante o fato se
tenha passado no trânsito. Se, entretanto, o autor da imprudência fosse o motociclista, seria
aplicável o novo Código. Conclui-se, portanto, que as novas regras somente são cabíveis a
quem esteja no comando dos mecanismos de controle e velocidade de um veículo automotor.
A modalidade CULPOSA ocorre quando tem-se: Imprudência; Negligência ou Imperícia.
IMPRUDÊNCIA é a prática de um fato perigoso, como dirigir em velocidade excessiva em
local movimentado.
NEGLIGÊNCIA é a ausência de uma precaução, como, por exemplo, a falta de manutenção
do freio ou de outros mecanismos de segurança do automóvel.
IMPERÍCIA é a falta de aptidão para a realização de certa conduta. A jurisprudência
reconhece existir imperícia quando o motorista perde o controle do automóvel e provoca
acidente, sem que tenha havido excesso de velocidade ou qualquer motivo que justifique o
evento.

CAUSAS DE AUMENTO DE PENA:


Parágrafo único. No homicídio culposo (e lesão culposa) cometido na direção de veículo
automotor, a pena é aumentada de um terço à metade, se o agente:
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;
III- deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, a vitima do acidente;
IV- no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de
passageiros.
No novo código, o legislador deu caráter mais severo aos que desrespeitam as
calçadas e faixas, com o entendimento de que os locais referidos são lugares
de segurança para os que transitam a pé, e deve ser levado a sério.

OBS 1: Por não haver qualquer ressalva, o aumento será aplicado tanto quando
o agente estiver conduzindo o seu veículo pela via pública e perder o controle
do automotor, vindo a adentrar na calçada e atingir a vítima, como quando
estiver saindo de uma garagem ou efetuando qualquer outra manobra e, em
razão de sua desatenção, acabar por colher o pedestre.

OBS 2: Essa hipótese somente é aplicável ao condutor do veículo que tenha


agido de forma culposa. Caso não tenha agido com imprudência, negligência ou
imperícia e deixe de prestar socorro à vítima, estará incurso no crime de
omissão de socorro de trânsito (art. 304).
OMISSÃO DE SOCORRO
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à
vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxilio da
autoridade pública:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa se o fato não constituir elemento de
crime mais grave.
Neste caso, o código criminaliza a conduta daquele que se omite a prestar o socorro quando
possível, ou mesmo quando não possível, deixe de avisar as autoridades competentes sobre
o fato ocorrido.

“Deixar de prestar imediato socorro à vítima”. Esse dispositivo somente se aplica


quando o auxílio pode ser prestado sem que o agente corra risco pessoal.”
“Deixar de solicitar auxílio à autoridade pública (quando, por justa causa, não for
possível o socorro direto).” É fácil perceber que a lei não está simplesmente conferindo
duas opções ao condutor do veículo, uma vez que, sendo possível o socorro imediato,
haverá crime, ainda que o agente solicite o auxílio da autoridade (policiais, bombeiros,
hospitais etc.).Assim, só se admite que o agente solicite ajuda da autoridade quando
não houver condições para o auxílio direto e imediato.”
Fuga do local do acidente
Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local
do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou
civil que lhe possa ser atribuída:
Pena – detenção, de seis meses a um ano, ou
multa.
OBS: Este crime prejudica a apuração do fato ilícito,
onde não se tem o conhecimento do autor devido o
mesmo ter empreendido fuga. Crime considerado
contra a administração da justiça.

Embriaguez ao volante
Art. 306. Conduzir veículo automotor com
capacidade psicomotora alterada em razão da
influência de álcool ou de outra substância
psicoativa que determine dependência:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, multa
e suspensão ou proibição de se obter a permissão
ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1º- As condutas previstas no caput serão constatadas por:
I – concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou
superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou
II – sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade
psicomotora.

§ 2º- A verificação do disposto neste


artigo poderá ser obtida mediante teste
de alcoolemia, exame clínico, perícia,
vídeo, prova testemunhal ou outros
meios de prova em direito admitidos,
observado o direito à contraprova.

§ 3º- O Contran disporá sobre a


equivalência entre os distintos testes de
alcoolemia para efeito de caracterização
do crime tipificado neste artigo
USE A TECNOLOGIA A SEU FAVOR
OBRIGADO

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