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Introdução

Saltos ornamentais ou saltos para a água são os nomes dados ao conjunto de habilidades
que envolve saltar de uma plataforma elevada ou trampolim em direção à água, executando
movimentos estéticos durante a queda. É considerado um esporte de técnica plástica e
flexível. Oriundo de um movimento natural do ser humano, o ato de saltar, o esporte limita
as possibilidades a uma plataforma de dez metros de altura, tendo seis quesitos avaliados.

Desenvolvimento

A história dos saltos ornamentais tem origem na Grécia Antiga, praticada pelas
comunidades litorâneas cujos habitantes pulavam de rochedos, mergulhando para o fundo
das águas. Naquela época, apenas entrar no mar para banhar-se não era mais
divertimento. Era preciso emoção, barulho, mudança na forma calma de sempre. Para isso,
começaram a se jogar, mergulhar, ir até o fundo, subir em pedras e barrancos na busca de
uma plataforma, chegar até as galhadas das árvores para se impulsionar ainda mais alto, e
assim tornar o simples ato de entrar na água uma diversão de fato. Recreativa, supõe-se
que, sob a luz dos indícios arqueológicos, esta brincadeira passou a ser preparatória
quando migrou para o norte da Europa, no século XVII, ao que suecos e alemães passaram
a utilizar desta prática para treinar a ginástica, já que em ambos os países este esporte era
bastante popular tanto como forma de expressão, quanto como preparação militar. Durante
os verões europeus, a aparelhagem dos ginastas era transportada à praia e montada em
altas plataformas ou píeres, visando a realização de seus movimentos acima da água. Entre
os aparelhos utilizados o mais importante foi o trampolim, que impulsionava os atletas ao
salto, não somente à queda.

Aos poucos, o que era apenas um exercício de ginástica começou a se tornar


verdadeiramente um esporte, que teve, em 1871, a primeira competição documentada
realizada: um torneio no qual os atletas saltavam de uma ponte, na cidade de Londres,
Inglaterra. Foi lá que, no século XIX, o esporte ganhou o padrão moderno de disputas,
tendo como precursoras das competições regulamentadas, as provas em lagos turvos
cheios de bandos de patos. Como consequências desse início despreparado, os saltadores,
que nem sempre conheciam a profundidade das águas, por vezes traziam lixo depositado
no fundo ou se machucavam gravemente. Adiante, durante os verões desse mesmo século,
os ginastas suecos e alemães passaram a apresentar seus saltos e acrobacias nas águas
rasas do mar sob o olhar atento das plateias, que apreciavam a chamada ginástica
ornamental. Ao redor da Europa, as primeiras disputas foram em provas de plataforma.
Levado aos Estados Unidos já em forma de esporte, começou a ser realizado no trampolim.

Em 1901, foi fundada a Associação Amadora de Saltos, o que deu definitivamente um


caráter esportivo à brincadeira do passado. Com regras internacionais descritas pelos
países fundadores da Federação Internacional de Natação (chamada FINA), a prova de
saltos foi incluída nos Jogos Olímpicos de Saint Louis, no ano de 1904,em uma disputa cujo
objetivo era nadar o maior tempo possível submerso na água após o mergulho (Mergulho à
distância). Como não despertou o interesse do público, que não conseguia acompanhar o
desempenho dos atletas, este evento ficou de fora de edição seguinte e acabou eliminado
das demais. Em 1908, de fato regidos pela FINA, fundada em 19 de julho de 1908, os saltos
ornamentais foram disputados nos Jogos de Londres como são modernamente conhecidos,
embora apenas os homens tivessem o direito de participar. As modalidades disputadas
foram a plataforma e o trampolim de três metros, cujos primeiros campeões foram o alemão
Albert Zürner, vencedor do trampolim, e o sueco Hjalmar Johansson, medalhista de ouro na
plataforma alta. Quatro anos mais tarde, foi a vez da estreia feminina, nas Olimpíadas de
Estocolmo, com a disputa da plataforma, que teve como vitoriosa a sueca Margareta
Johanson. Em decorrência da realização da Primeira Guerra Mundial, as mulheres só
estrearam no trampolim em 1920, na edição belga dos Jogos. Essa edição foi ainda
marcada pela mudança nas regras: anteriormente, por ver-se a dificuldade das rotações
devido a saída ereta, foi permitido aos atletas dobrarem seus joelhos para se lançarem,
como faziam os amadores na antiga Grécia. Devido a essa atitude, começaram então a
surgirem vários novos movimentos e saídas. Em 1973, ganharam o primeiro campeonato
mundial dedicado ao esporte.

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