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Tecnologia em Projetos de Estruturas Aeronáuticas

Meio Ambiente e Saúde


Poluição do solo e resíduos sólidos
wellington.rios@fatec.sp.gov.br

O que é solo?
Corpo tridimensional formado por processos físicos, químicos e biológicos e agentes como
clima, fatores topográficos e comunidade biótica.
Camada viva que recobre a superfície da terra, em permanente evolução.
Material de origem: rocha matriz subjacente, embora possa ser constituído por partículas
provenientes de outras regiões, transportadas pela água, vento ou gelo.
É acima do solo que vivemos!

Composição do solo

Matéria Orgânica
Folhas, frutos, galhos e ramos, restos de
animais, excrementos e outros.
Água
Proveniente de precipitações,
degelo de neve e geleiras.

Elementos Minerais
Degradação de rochas desagregadas
localmente ou em locais distantes e
trazidas pela agua e/ou ar).

Ar
Proveniente da atmosfera e dos
gases da biodegradação de matéria
orgânica.

Funções do solo
O solo tem como funções sustentar o crescimento das plantas, determinar o destino da água na
superfície da terra (escoamento, infiltração, lagos, aquíferos etc.), reciclar nutrientes
(reincorporação e conversão em matéria orgânica ou húmus de plantas e animais mortos) e ser
o hábitat de inúmeros organismos (um punhado de solo pode conter bilhões de organismos
vivos e mortos), e proporcionam a fundação, a base para estradas, aeroportos, casas e edifícios.

Formação do solo
Os solos são formados pela decomposição da rocha. Como existem diferentes tipos de rochas
na crosta terrestre, também existem diferentes tipos de solos.

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A decomposição do solo ocorre através do intemperismo que é um fenômeno que age sobre a
rocha e conduz à formação de partículas.
Tipos de intemperismos:
• Físico (desagregação);
• Químico (decomposição); e
• Biológico (transformação).

Obs.: A formação do solo é um processo extremamente lento. Cada centímetro de solo demora
de 100 a 400 anos! Os solos agricultáveis demoram de 3.000 a 12.000 anos para tornarem-se
produtivos.

Perda de solo e degradação


O solo é um recurso frágil que pode ser danificado pela erosão ou tornar-se tão degradado que
não possa sustentar as culturas vegetais. As propriedades físicas do solo e consequentemente
sua suscetibilidade à erosão são facilmente afetadas por práticas à que é submetido.
A deflorestação pode causar devastação do solo por erosão e perda de nutrientes. Para mitigar
a erosão deve-se plantar espécies que cobrem o solo e geram raízes como as árvores.

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Erosão
Processo de desagregação e remoção de partículas do solo ou fragmentos de rocha, pela ação
combinada da gravidade, água, vento, gelo ou organismos (IPT, 1986).

Contaminação do solo
A contaminação do solo ocorre através de agentes químicos, lixos e resíduos industriais,
provenientes da ação humana. A contaminação pelo lixo é um dos principais problemas
mundiais e uma das maiores preocupações ambientais. Interfere no ambiente como um todo
(solo, águas superficiais e subterrâneas, ar, fauna e vegetação).
Fontes de poluição:
• Substâncias químicas (fertilizantes, pesticidas etc.)
• Resíduos domésticos,
• Resíduos industriais,
• Resíduos hospitalares, etc.

Resíduos dos sólidos


Notícia 0ut/16: Brasileiros geram mais resíduos, apesar da crise
Contrariando as expectativas, a quantidade de RSU (Resíduos Sólidos Urbanos) descartados
pela população continua a aumentar no Brasil, tanto em termos absolutos, como
individualmente, apesar do impacto da crise econômica sobre o consumo, aponta a Associação
Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) (Out/2016).

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No Brasil, de 2014 a 2015, ano em que a população brasileira cresceu 0,8% e a atividade
econômica (PIB) retraiu 3,8%, a quantidade de RSU gerada aumentou 1,7%, foi de 78,6 milhões
de toneladas para 79,9 milhões de toneladas.

Descarte
76 milhões de brasileiros, mais de 1/3 da população, ainda sofrem com a destinação
inadequada dos resíduos. A geração de resíduos sólidos no Brasil cresceu mais de 26% na
década de 2005-2015, e a gestão dos materiais descartados continua apresentando grande
deficiência.
30 milhões de toneladas foram depositadas em lixões ou aterros controlados, que do ponto de
vista técnico apresentam os mesmos problemas dos lixões, já que não contemplam o conjunto
de medidas necessárias para proteção do meio ambiente contra danos e degradações.

Disposição final por Município

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Coleta de RSU no Brasil
Os serviços de coleta mantiveram praticamente os mesmos índices de universalização
observados anteriormente, com uma cobertura nacional de mais de 90%. As diferenças
regionais, contudo, tornaram-se mais evidentes, já que as regiões Norte e Nordeste ainda estão
com uma cobertura cerca de 80%, inferior à das regiões Sul e Sudeste.

Coleta por região

Comparação com o Mundo


O estudo da ABRELPE também mostrou que, em 2015, cada brasileiro gerou cerca de 391 kg de
RSU, o que representa um volume similar e, em alguns casos, até maior do que aquele
constatado em países mais desenvolvidos e com renda (PIB per capita) mais alta do que o
Brasil.

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Coleta seletiva

Taxa média de reciclagem

Taxa média de reciclagem brasileira = 5%


Em São José dos Campos = 18%

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Precisamos evoluir

Geração de energia a partir de resíduos sólidos

Resíduos sólidos – definição NBR 10.004


Resíduos Sólidos são todos os resíduos nos estados sólido e semissólido, resultantes de
atividades humanas, de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de
serviços, e de varrição.

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Resíduos Sólidos - Considerações
Material inútil, indesejado ou descartado cuja composição ou quantidade de líquido não
permite que escoe livremente. Constituem aquilo que indevidamente chamamos de lixo:
materiais sólidos considerados sem utilidade, supérfluos ou perigosos, gerados pela atividade
humana, e que devem ser descartados ou eliminados.

Lixo
Lixo pode ser visto como uma invenção humana, pois em processos naturais não há lixo.
Substâncias produzidas pelos seres vivos que são inúteis ou prejudiciais, tais como fezes, urina,
restos de organismos mortos são reciclados pelos decompositores da própria natureza.
Produtos resultantes de processos geológicos como a erosão e erupções vulcânicas podem
numa escala geológica de tempo, transformar-se em rochas sedimentares e comporem a
evolução do planeta.
Embora o termo lixo se aplique aos resíduos sólidos em geral, muito do que se considera lixo
pode e deve ser reutilizado ou reciclado, desde que adequadamente manipulados e tratados.
A reciclagem gera emprego e renda e diminui a pressão na demanda de matérias-primas e
energia, além de contribuir para o aumento da vida útil dos aterros sanitários.
Entretanto, há certos resíduos, felizmente poucos, que não podem ser reciclados, como resíduo
hospitalar e nuclear.

Nomenclatura
• ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais.
• ISWA - International Solid Waste Association.
• Resíduos Sólidos Urbanos (RSU).
• Resíduos de Construção e Demolição (RCD).
• Resíduos de Serviços de Saúde (RSS).

Resíduos Sólidos no Brasil - Panorama


A geração de RSU no Brasil tem registrado crescimento, de 2010 para 2011 cresceu 1,8%, índice
duas vezes superior à taxa de crescimento populacional urbano do país, que foi de 0,9% no
mesmo período. O aumento observado, segue tendência constatada nos anos anteriores,
porém em ritmo menor.
A comparação entre a quantidade total gerada e a quantidade total coletada, mostra que 6,4
milhões de toneladas de RSU deixaram de ser coletadas no ano de 2011 e, por consequência,
tiveram destino impróprio.

Material Participação (%) Quantidade (t/ano)


Metais 2,9 1.610.499
Papel, Papelão e TetraPak 13,1 7.275.012
Plástico 13,5 7.497.149
Vidro 2,4 1.332.827
Matéria Orgânica 51,4 28.544.702
Outros 16,7 9.274.251
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Total 100,0 55.534.440

Composição dos RSU Coletados – Brasil

Composição em peso dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) no Brasil

Quantidade de municípios por tipo de disposição final adotada

Classificação dos Resíduos NBR 10.004


Do ponto de vista prático e de natureza técnica ligados às possibilidades de tratamento e
disposição em condições satisfatórias ambientalmente, a NBR 10.004 classifica os resíduos em:
• Classe I - Perigosos
• Corrosivos;
• Reativos;
• Patogênicos.
• Classe II - não Perigosos
• Classe II A não Inertes; e
• Classe II B Inertes.

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Classe I - Perigosos
São aqueles que apresentam periculosidade e características como inflamabilidade,
corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.
Um resíduo é considerado inflamável quando for:
• Líquido com ponto de fulgor inferior a 60 °C;
• Não líquido, mas capaz de produzir fogo por: fricção, absorção de umidade ou por
alterações químicas nas condições de temperatura e pressão de 25 °C e 1 atm;
• Ser um oxidante definido como substância que pode liberar oxigênio; ou
• Ser um gás comprimido inflamável.

Classe I – Perigosos Corrosivos


Um resíduo é caracterizado como corrosivo se for:
• Aquoso e apresentar pH menor ou igual a 2 ou maior ou igual a 12,5, ou sua mistura
com água, na proporção de 1:1 em peso, produzir uma solução que apresente pH
inferior a 2 ou superior ou igual a 12,5.
• Ser líquido ou quando misturado em peso equivalente de água, produzir um líquido e
corroer o aço a uma razão maior que 6,35 mm ao ano, a uma temperatura de 55 °C.

Classe I – Perigosos Reativo


Um resíduo é considerado como reativo se ele for normalmente instável e reagir de forma
violenta e imediata sem detonar, reagir violentamente com a água, formar misturas
potencialmente explosivas com a água, gerar gases, vapores e fumaças tóxicas em
quantidades suficientes para provocar danos à saúde pública ou ao meio ambiente.

Classe I – Perigosos Patogênicos


Um resíduo é caracterizado como patogênico se uma amostra representativa dele, contiver
ou se houver suspeita de conter, microrganismos patogênicos, proteínas virais, ácidos
desoxirribonucleicos (DNA) ou ácido ribonucleico (RNA) recombinantes, organismos
geneticamente modificados, plasmídeos, cloroplastos, mitocôndrias ou toxinas capazes de
produzir doenças em homens, animais ou vegetais.

Classe II B – Inertes
São quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa e submetidos a
contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente não
tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de
potabilidade da água, excetuando-se aspectos de cor, turbidez, dureza e sabor, conforme anexo
G da NBR 10.004/04.
Ex. materiais de construção civil (tijolo, pedra etc.)

Classe II A - Não Inertes


São aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I - Perigosos ou de
resíduos classe II B – Inertes.
Os resíduos classe II A - Não inertes, podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade,
combustibilidade ou solubilidade em água.

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Classificação dos Resíduos Sólidos Quanto a Origem
• Resíduos sólidos urbanos;
• Resíduos sólidos Industriais;
• Resíduos sólidos de Serviços de saúde;
• Resíduos sólidos rurais;
• Resíduos sólidos especiais ou diferenciados.

Resíduos sólidos urbanos


Gerados por residências, domicílios, estabelecimentos comerciais, prestadores de serviços e os
oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, que por sua
natureza ou composição tenham as mesmas características dos gerados nos domicílios

Resíduos Sólidos Industriais


Gerado pela indústria, e dependendo do caso, pode ser altamente prejudicial ao meio
ambiente e à saúde humana.
Resíduos sólidos oriundos dos processos produtivos e instalações industriais, bem como os
gerados nos serviços públicos de saneamento básico, excetuando-se os relacionados na alínea
“c” do inciso I do art. 3o da Lei no 11.445, de 2007.

Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde


Resíduos sólidos oriundos dos serviços de saúde, conforme definidos pelo Ministério da Saúde
em regulamentações técnicas pertinentes.
Estão incluídos resíduos perigosos produzidos dentro de hospitais, como seringas usadas,
aventais etc.
Por conter agentes causadores de doenças, este tipo de resíduo é separado do restante dos
resíduos produzidos em hospitais (restos de comida etc.), e é geralmente incinerado.
Certos materiais hospitalares, como aventais que estiveram em contato com raios
eletromagnéticos de alta energia como raios X, são classificados como resíduos nucleares e
recebem tratamento diferente.

Resíduos Sólidos Rurais


São resíduos sólidos oriundos de atividades agropecuárias, bem como os gerados por insumos
utilizados nas respectivas atividades.

Resíduos Sólidos Especiais ou Diferenciados


Aqueles que por seu volume, grau de periculosidade, de degradabilidade ou outras
especificidades, requeiram procedimentos especiais ou diferenciados para o manejo e a
disposição final dos rejeitos, considerando os impactos negativos e os riscos à saúde e ao meio
ambiente.

Classificação dos Resíduos Sólidos Quanto a Finalidade


Resíduos sólidos reversos: resíduos sólidos restituíveis, por meio da logística reversa, visando o
seu tratamento e reaproveitamento em novos produtos, na forma de insumos, em seu ciclo ou
em outros ciclos produtivos; e

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Rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e
recuperação por processos tecnológicos acessíveis e disponíveis, não apresentem outra
possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada.

Resíduos Especiais
Resíduos Orgânicos
O resíduo orgânico tem uma importância especial. De origem animal ou vegetal constitui-se do
resíduo doméstico, restos de alimentos, folhas, papel, sementes, restos de carne e ossos etc.
Quando disposto inadequadamente, pode tornar-se altamente poluente do solo, das águas e
do ar. Sua disposição inadequada cria um ambiente propício ao desenvolvimento de
organismos patogênicos. Entretanto, se tratado adequadamente, pode ser objeto de
compostagem para a fabricação de adubos ou utilizado para a produção de combustíveis
renováveis como biogás (biodigestor).
Resíduo Industrial
Resíduo industrial é gerado pela indústria, podendo ser altamente prejudicial ao meio ambiente
e à saúde humana. De um modo geral de responsabilidade da própria indústria.
Resíduo de Construção e Demolição
Resíduos de construção e demolição (RCD), são resíduos provenientes de obras civis,
construção, reconstrução, ampliação, alteração, conservação e demolição ou derrocada de
edificações, assim como o solo e lama de escavações.
Resíduo Hospitalar
Resíduo hospitalar é o resíduo perigoso produzido dentro de hospitais, como seringas usadas,
aventais etc.
Por conter agentes causadores de doenças, este tipo de resíduo é separado do restante dos
resíduos produzidos em hospitais (restos de comida etc.), e é geralmente incinerado.
Certos materiais hospitalares, como aventais que estiveram em contato com raios
eletromagnéticos de alta energia como raios X, são classificados como resíduos nucleares, e
recebem tratamento diferente.
Resíduo Portuários, Aeroportuários e de Outras Áreas Alfandegárias
Resíduos portuários, aeroportuários e de outras áreas alfandegárias provenientes de outros
países podem ser classificados como perigosos, pois são possíveis agentes contaminantes e
vetores de doenças endêmicas.
São incinerados com os mesmos cuidados utilizados na eliminação de resíduo hospitalar.
Resíduo nuclear
Resíduo nuclear é composto por produtos radioativos, como restos de combustível nuclear,
produtos hospitalares que tiveram contato com radioatividade (aventais, papéis etc.), enfim,
qualquer material que teve exposição prolongada à radioatividade ou que possui algum grau de
radioatividade.
Esses materiais continuam a emitir radioatividade por muito tempo, e precisam ser totalmente
confinados e isolados.
O resíduo nuclear é classificado em três tipos: os de alta, média e baixa radioatividade. De uma
gradação a outra, a radiação aumenta mil vezes. Os rejeitos de nível baixo e médio são
guardados em depósitos provisórios ou permanentes.
No Brasil, há depósitos provisórios em centros de pesquisa nuclear no Rio de Janeiro, São Paulo
e Minas Gerais – o único depósito permanente fica em Goiás. O grande problema está mesmo
no lixo de alta radioatividade, como restos do combustível nuclear que move as usinas. Essas
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pastilhas utilizadas de urânio vão sendo empilhadas em uma piscina de resfriamento ao lado do
reator onde são usadas.
A piscina da usina de Angra II, por exemplo, tem capacidade para armazenar lixo por mais de 40
anos, o mesmo tempo de vida útil do reator.

Destinação dos Resíduos Sólidos


No Brasil os resíduos sólidos podem ter as principais seguintes destinações:
1. Reutilização
2. Reciclagem
3. Aterro
3.1. Lixão
3.2. Aterro controlado
3.3. Aterro sanitário
4. Incineração

1. Reutilização
O aumento acelerado da população do planeta aliado ao consumo exagerado de produtos e ao
gerenciamento incorreto de resíduos tem contribuído para um grave problema ambiental: a
contínua produção de resíduos sólidos (lixo).
A Reutilização é uma forma de destinação de resíduos e é um dos caminhos que contribui para
minimização desse problema. Reutilização é a prática de usar um recurso repetidas vezes na
mesma forma (ex. garrafa retornável).
Reutilizar um produto significa aplicá-lo novamente na mesma função ou em outras
possibilidades de uso. Na reutilização, diferente do que ocorre na reciclagem, o material não é
reprocessado e transformado em um novo item, mas pode ser incorporado na criação de novos
produtos.
Dicas:
• Seja solidário: doe roupas, sapatos e aparelhos que não usa mais. Eles podem ser úteis para
outras pessoas.
• Conserte os eletroeletrônicos sempre que possível para evitar comprar novos e gerar mais
lixo.
• Procure comprar produtos que permitam a reutilização das embalagens com refil.
• Dê preferência a produtos fabricados com materiais reciclados. Desta maneira, você estará
reduzindo o uso da matéria-prima, gastando menos energia e ajudando o planeta.
• Guarde o lixo com você até encontrar um local adequado caso esteja na rua.
• Separe o lixo e mande-o para a reciclagem. Assim, você estará gerando emprego para
catadores e dando oportunidade a reciclagem de materiais.
• Utilize talheres, copos e pratos de louça. Os descartáveis geram lixo e demoram a se
decompor.
• Tenha em casa uma pequena composteira com restos orgânicos como cascas de frutas,
legumes e folhas. Ela produz adubo natural para o seu jardim e de seus vizinhos.

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2. Reciclagem
Reciclagem envolve a coleta de materiais de resíduos e o processamento destes, originando
novos materiais (latas de alumínio). A reciclagem trata de transformar os resíduos em matéria-
prima, gerando economias no processo industrial.
Exige investimentos com retorno imprevisível, já que é limitado o repasse dessas aplicações
para o preço do produto, mas esse risco reduz-se na medida em que o desenvolvimento
tecnológico abre caminhos mais econômicos para o aproveitamento desses materiais.
Para incentivar a reciclagem e a recuperação dos resíduos, alguns estados possuem bolsas de
resíduos, que são publicações periódicas, gratuitas, onde a indústria coloca os seus resíduos à
venda ou para doação.
Cores de coletores - materiais recicláveis

3. Aterros
É a tecnologia mais utilizada para disposição de resíduos sólidos no Brasil. Temos três tipos de
aterros em uso:
3.1. Aterro Lixão
É um espaço onde simplesmente se lançam os resíduos sólidos sem nenhum tratamento e sem
o preparo do terreno. Não possui sistema de tratamento de efluentes líquidos (chorume -
líquido preto que escorre do lixo), que penetra no solo, levando substâncias contaminantes
para o lençol freático.
Moscas, pássaros e ratos são atraídos pelo lixo livremente disposto a céu aberto, e pior ainda,
crianças, adolescentes e adultos catam comida e materiais recicláveis para vender.
No lixão o lixo fica exposto ao tempo, produzindo consequências ambientais e sociais negativas.

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3.2. Aterro controlado
Aterro controlado é uma fase intermediária entre o lixão e o aterro sanitário. Normalmente é
um anexo ao lixão que foi melhorado, ou seja, que recebeu uma cobertura de argila e grama e
em alguns casos selado com manta impermeável para proteger a pilha da água de chuva e com
captação de chorume e gás.
O aterro controlado não é a forma adequada de disposição de resíduos porque os problemas
ambientais de contaminação da água, do ar e do solo não são evitados, já que não são
utilizados todos os recursos de engenharia e saneamento que evitariam a contaminação do
ambiente.
3.3. Aterro Sanitário
É um espaço destinado à deposição final de resíduos sólidos domésticos, comerciais, da
indústria de construção, ou dejetos sólidos retirados do esgoto.

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A base do aterro sanitário contém um sistema de drenagem de efluentes líquidos (chorume)
em cima de uma manta impermeável de polietileno de alta densidade, sobreposta numa
camada de solo compactado para evitar o vazamento de líquidos para o solo, evitando assim a
contaminação de lençóis freáticos.
O chorume recolhido é tratado em uma estação de tratamento de esgoto e/ou reintroduzido
no aterro, causando assim uma menor poluição ao meio ambiente.
O interior do aterro possui um sistema de coleta de gases (biogás) produzidos pela
decomposição dos resíduos, constituído de metano, gás carbônico, vapor d'água, etc.
Estes gases podem ser queimados na atmosfera ou aproveitados para geração de energia.
No caso de países em desenvolvimento, como o Brasil, a utilização do biogás pode ter como
recompensa financeira a compensação por créditos de carbono ou do Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo, conforme previsto no Protocolo de Quioto.

4. Incineração
Incineração consiste na queima dos resíduos a altas temperaturas em incineradores.
Tem um alto custo.

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Maior vantagem é a redução do volume dos resíduos para cerca de 3% do volume original.
Além de destruir microrganismos causadores de doenças, contidos principalmente no resíduo
hospitalar. A queima acontece a temperaturas elevadas (entre 800 e 1400 °C).
Algumas instalações aproveitam o calor gerado no incinerador para produção de energia
(termelétricas) e outras aproveitam o calor para aquecimento de água.
Se não realizado com tecnologia adequada, produz toxinas, gases tóxicos (Dioxinas), etc.
Link de incinerador no Japão:
https://www.youtube.com/watch?v=xjgZALE4Dm8

Política Nacional de Resíduos Sólidos


A Lei Federal nº 12.305, de 02/08/2010 e Decreto Federal nº 7404, de 23/12/2010
estabeleceram a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), onde os governos teriam até
ago/2014 para acabar com todos os lixões, uma tarefa nada fácil, já que pelo menos metade
dos municípios do país ainda destina seus resíduos para lixões. No estado de São Paulo poucas
cidades ainda possuem lixões.
Congresso aprovou novo prazo: As capitais e municípios de região metropolitana terão até 31
de julho de 2018 para acabar com os lixões. Os municípios de fronteira e os que contam com
mais de 100 mil habitantes, com base no Censo de 2010, terão um ano a mais para
implementar os aterros sanitários. As cidades que têm entre 50 e 100 mil habitantes terão
prazo até 31 de julho de 2020. Já o prazo para os municípios com menos de 50 mil habitantes
será até 31 de julho de 2021.

Princípio da PNRS
O reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de
valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania.

Definições Lei 12.305/2010


Ciclo de vida do produto: série de etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a
obtenção de matérias-primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a disposição final.
Logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um
conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos
resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos
produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.
Resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades
humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está
obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em
recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública
de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente
inviáveis em face da melhor tecnologia disponível.
Coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição
ou composição.
Destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos que inclui a reutilização, a
reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras
destinações admitidas pelos órgãos competentes do SISNAMA, do SNVS e do SUASA, entre elas
a disposição final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou
riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.

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Disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de rejeitos em aterros,
observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e
à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.
Reutilização: processo de aproveitamento dos resíduos sólidos sem sua transformação
biológica, física ou físico-química, observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos
órgãos competentes do SISNAMA e, se couber, do SNVS e do SUASA.
Reciclagem: processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de suas
propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos ou
novos produtos, observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes
do SISNAM e, se couber, do SNVS e do SUASA.
Rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e
recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não
apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada.

Objetivos da PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos


• Não gerar
• Reduzir
• Reciclar
• Tratar
• Dispor adequadamente

Mudança Conceitual
Resíduos Sólidos: Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades
humanas em sociedade (...) que possa ser reutilizado e/ou reciclado, e tenha valor econômico.
Rejeitos: Resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e
recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não
apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada (...)

Panorama brasileiro
A destinação correta do resíduo está longe de ser a realidade da maioria dos municípios
brasileiros. De acordo com o IBGE, apenas 27% das cidades descartam seus resíduos em aterros
sanitários. (IBGE nov/2015)
Para atendimento da PNRS, os municípios brasileiros estão se organizando e compartilhando
aterros sanitários. Cidades de uma determinada região se associam para compartilharem um
único aterro sanitário, minimizando custos de instalação e manutenção, impactos ambientais e
racionalizando ações.

Panorama Paulista
Resíduos gerados: 55.742 ton/dia
Resíduos coletados: 54.650 ton/dia (1,4 kg/hab/dia)

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Logística Reversa
Art. 33. São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante
retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público
de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes de:
I – Agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem,
após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de resíduos
perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA,
do SNVS e do SUASA, ou em normas técnicas;
II – Pilhas e baterias;
III – Pneus;
IV – Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
V – Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
VI – Eletroeletrônicos e seus componentes.
§ 1º Na forma do disposto em regulamento ou em acordos setoriais e termos de compromisso
firmados entre o poder público e o setor empresarial, os sistemas previstos no caput serão
estendidos a produtos comercializados em embalagens plásticas, metálicas ou de vidro, e aos
demais produtos e embalagens, considerando, prioritariamente, o grau e a extensão do
impacto à saúde pública e ao meio ambiente dos resíduos gerados.
§ 2º A definição dos produtos e embalagens a que se refere o § 1º considerará a viabilidade
técnica e econômica da logística reversa, bem como o grau e a extensão do impacto à saúde
pública e ao meio ambiente dos resíduos gerados.
§ 3º Sem prejuízo de exigências específicas fixadas em lei ou regulamento, em normas
estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA e do SNVS, ou em acordos setoriais e termos de
compromisso firmados entre o poder público e o setor empresarial, cabe aos fabricantes,
importadores, distribuidores e comerciantes dos produtos a que se referem os incisos II, III, V e
VI ou dos produtos e embalagens a que se referem os incisos I e IV do caput e o § 1º tomar
todas as medidas necessárias para assegurar a implementação e operacionalização do sistema
de logística reversa sob seu encargo, consoante o estabelecido neste artigo, podendo, entre
outras medidas:
I – implantar procedimentos de compra de produtos ou embalagens usados;
II – disponibilizar postos de entrega de resíduos reutilizáveis e recicláveis;
III – atuar em parceria com cooperativas ou outras formas de associação de catadores de
materiais reutilizáveis e recicláveis, nos casos de que trata o § 1º.
FATEC SJC – Meio Ambiente e Saúde - PEA 19
§ 4º Os consumidores deverão efetuar a devolução após o uso, aos comerciantes ou
distribuidores, dos produtos e das embalagens a que se referem os incisos I a VI do caput, e de
outros produtos ou embalagens objeto de logística reversa, na forma do § 1º.
§ 5º Os comerciantes e distribuidores deverão efetuar a devolução aos fabricantes ou aos
importadores dos produtos e embalagens reunidos ou devolvidos na forma dos §§ 3º e 4º.
§ 6º Os fabricantes e os importadores darão destinação ambientalmente adequada aos
produtos e às embalagens reunidos ou devolvidos, sendo o rejeito encaminhado para a
disposição final ambientalmente adequada, na forma estabelecida pelo órgão competente do
SISNAMA e, se houver, pelo plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos.
§ 7º Se o titular do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, por
acordo setorial ou termo de compromisso firmado com o setor empresarial, encarregar-se de
atividades de responsabilidade dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes
nos sistemas de logística reversa dos produtos e embalagens a que se refere este artigo, as
ações do poder público serão devidamente remuneradas, na forma previamente acordada
entre as partes.
§ 8º Com exceção dos consumidores, todos os participantes dos sistemas de logística reversa
manterão atualizadas e disponíveis ao órgão municipal competente e a outras autoridades
informações completas sobre a realização das ações sob sua responsabilidade.

Aterro Sanitário de São José dos Campos


Notícia G1 – 02/jul/2016
Aterro sanitário vai produzir energia a partir de biogás em São José dos Campos, SP
Segundo a prefeitura, o sistema deve entrar em operação em 14 meses. Usina vai ter
capacidade para abastecer 9 mil residências.
Está em andamento um projeto para geração de energia a partir do aproveitamento da queima
do biogás gerado no aterro sanitário. O processo de licenciamento está sob análise da CETESB.
A KR Energia, através de uma concessão firmada com a URBAM, prevê a instalação de um
gerador em até 12 meses após a entrega da licença de instalação, que poderá gerar 1,5 MWH
de energia elétrica.

FATEC SJC – Meio Ambiente e Saúde - PEA 20


Questionário
1. O que é solo?
2. Quais os componentes do solo e suas proporções?
3. Como é formado o solo?
4. O que é erosão?
5. O que são resíduos sólidos?
6. O que vem a ser lixo?
7. Qual o material mais abundante nos resíduos sólidos urbanos brasileiros?
8. Como a NBR 10.004 classifica os resíduos sólidos?
9. O que é resíduo hospitalar e que destinação deve ser dada a ele?
10. O que é resíduo nuclear e que destinação deve ser dada a ele?
11. Quais os principais destinos dos resíduos sólidos?
12. Que tipos de aterro existem e quais as características de cada um deles?
13. O que é reciclagem e por que é importante reciclar?
14. Qual o princípio norteador da nova PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos)?
15. Quais os objetivos da nova PNRS?
16. Quais materiais são obrigados pela PNRS a estruturar e implementar sistemas de logística
reversa?
17. . (Questão 31 concurso CETESB 2013) A gestão de resíduos requer o conhecimento, a
interpretação e a aplicação da legislação pertinente aos diversos tipos de resíduos,
especialmente a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei Federal n. º 12.305 de 2010, a
qual estabelece que:
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(A) resíduos industriais que possam ser reutilizados ou reciclados no processo produtivo em
que são gerados não são considerados resíduos sólidos.
(B) resíduos sólidos, na definição básica do objeto desta lei, encontram-se no estado sólido,
uma vez que os resíduos líquidos e gasosos já são regulamentados por outras leis.
(C) para a importação de resíduos sólidos perigosos é exigido o documento de autorização
especial do Ministério do Meio Ambiente mediante comprovação da aplicação para fins
de reuso ou reutilização em processos industriais.
(D) além da tríplice lavagem de agrotóxicos, esta política introduziu a logística reversa para
resíduos sólidos radioativos.
(E) resíduos domiciliares não são classificados como resíduos sólidos, resultando disso que
esta lei não se aplica aos cidadãos comuns (pessoas físicas).
18. Questão 42 (concurso CETESB 2013) Biodigestores geram biogás e resíduos. O nome do
biogás e a forma de reuso do resíduo são, respectivamente:
(A) etano e combustível.
(B) metano e fertilizante.
(C) metanol e fibra têxtil.
(D) etileno e adubo.
(E) acetileno e aditivo de gasolina.

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