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ESCALA

Prof. Vanessa Gallardo


TAMANHO | MEDIDA | ESCALA
TAMANHO

O Conceito de Tamanho implica em uma


relação ou comparação subjetiva com o
nosso próprio corpo.
A ideia de medida ou dimensão diz respeito a
uma grandeza física mensurável de uma extensão
(comprimento, altura, largura, temperatura, massa,
etc.) de um corpo ou objeto.
MEDIDA

As primeiras unidades de medida foram concebidas a partir de intervalos de espaço


baseados no corpo humano: passadas, braços estendidos, pés, palmos e polegares.
No início era suficiente medir um espaço contando passos.
Em 1799, os revolucionários franceses estabeleceram o metro padrão.

O metro, talvez tenha se difundido como


padrão universal de medida devido ao fato de
corresponder aproximadamente ao

comprimento do braço esticado e ombro,


uma referência de dimensão que foi
sempre muito usada para medir tecidos.
SISTEMAS DE MEDIDAS

Os sistemas de medidas são universalmente aceitos e conhecidos. Atualmente os


sistemas de medição mais comuns são o métrico e o sistema imperial (ou inglês). O
sistema métrico utiliza mm, cm, m, km, como suas unidades básicas de medidas e o
sistema imperial utiliza polegadas (in), pés (ft), jardas (yd) e milhas (mi).
Devido a sua ampla utilização, o metro é normatizado como unidade mundial, ou
seja, é considerado um padrão do sistema internacional de medidas. No entanto,
em países de língua inglesa não é habitualmente utilizado.
As características do metro são, de certa forma, similares às do cúbito. Durante
milhares de anos o cúbito egípcio, concebido em 3000 a.C., foi uma unidade de
medida padrão.

Um cúbito se extendia do cotovelo até a ponta dos dedos do faraó da época.


As primeiras unidades de medidas, em geral, se referenciavam inicialmente às
ações humanas ou às medidas reais. Mediam-se exageradas áreas e extensões
que indivíduos cobriam ou percorriam em uma dada relação de tempo, com a
utilização de unidades, como acre e légua, e extensões de objetos em função de
partes dos corpos da realeza, como, palmo, pé e polegada.
• Are: Unidade de medida agrária equivalente a 100 m2.
• Braça: Unidade de medida de comprimento equivalente a 10 palmos,
ou 2,2 metros.
• Cúbito: Comprimento do braço, medido da articulação do cotovelo até
o final do dedo médio da mão correspondente. Unidade de medida de
comprimento equivalente a aproximadamente 524 mm.
• Légua: Originalmente, comprimento itinerário que se pode caminhar
“normalmente” em 1 hora, continuamente. Unidade itinerária de
percurso equivalente a 3.000 braças, ou 6.600 metros.
• Palmo: Originalmente, comprimento aproximado do palmo do nobre
(rei, imperador etc.) em gestão. Unidade de medida de comprimento
equivalente a 8 polegadas, ou 22 cm.
• Pé: Originalmente, comprimento aproximado do pé do nobre (rei,
imperador etc.) em gestão. Unidade de medida de comprimento
equivalente a 12 polegadas, ou 30,48 cm.
• Polegada: Originalmente, comprimento aproximado da 2a falange do
polegar do nobre (rei, imperador etc.) em gestão. Unidade de medida
de comprimento equivalente a 2,75 cm.
A noção de medida é fundamental para a compreensão e definição do ambiente que
nos cerca.

Arena 92 Stadium for the city of Puteaux Atelier Christian de Portzamparc


Disponível em: http:/urbanlabglobalcities.blogspot.com.br
Embora as medidas variem de indivíduo para indivíduo, o ser humano — sobretudo,
sua altura — é compreendido como uma referência de escala.
Dificilmente os espaços urbanos excedem o limite de reconhecimento das ações humanas.

Somente a arquitetura que considera a escala e a interação humana é uma arquitetura bem
sucedida.
BIG (Bjarke Ingels) projeto do
anexo para a estação de
energia Battersea, uma praça
pública que conectará o
edifício da estação com o
empreendimento Electric
Boulevard de Norman Foster e
Frank Gehry.

"A disaster on a monumental scale”


Disponível em: Dezeen

http://www.dezeen.com/
ESCALA
É a relação entre cada medida da representação de um objeto e a
medida real do que está sendo representado.
No desenho de arquitetura geralmente só se usam escalas de redução, a não ser
em detalhes, onde aparece algumas vezes a escala real.

A escolha de uma escala deve ter em vista:

•O tamanho do objeto a representar


•As dimensões do papel
•A clareza do desenho
FORMATO E DIMENSÕES DO PAPEL: o ponto de partida é o formato A0 (leia A zero) que tem
1 m² (um metro quadrado) de superfície. O formato A1 corresponde ao A0 dividido em duas
partes e tem 0,50 m² (meio metro quadrado). O formato A2 origina-se da divisão do A1 em duas
partes e tem 0,25 m² (um quarto de metro quadrado).

A1

SUBDIVISÃO DO FORMATO A0

Dimensões de pranchas com medidas em milímetros


A0

A0 841 x 1.189
A1 594 x 841
A3
A2 420 x 594
A3 297 x 420 A2
A4 210 x 297
A5 148 x 210 A4 A4
ESCALA GRÁFICA: é a representação da escala numérica. Exemplo: A escala gráfica
correspondente a 1:50 é representada por segmentos iguais a 2 cm, pois 1 metro dividido por 50 é
igual a 0,02 m. Assim, cada metro representado no desenho equivale a 2cm no papel.

Escalas utilizadas para desenhos arquitetônicos:

•1:200 ou 1:100 = rascunhos / estudos (papel manteiga)

•1:100 = anteprojeto – plantas, fachadas, cortes, perspectivas

•1:100 = desenhos de apresentação – plantas, fachadas, cortes, perspectivas, projeto para

Prefeitura

•1:50 = execução (desenhos bem cotados)

•1:50 = projetos especiais – fundações, estrutura, instalações, etc.

•1:10, 1:20 e 1:25 = detalhes


REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
Escalas dos desenhos

Desenhos sem escala


Os desenhos feitos sem escala (S/E) são, como
sugere o nome, criados quando a escala não é
necessária para explicar uma ideia ou um conceito.
Quando um desenho ou uma maquete for de conceito,
a escala será irrelevante, pois o mais importante será
a forma, a ideia e os materiais.
Escala Real
Escala real é aquela utilizada quando o tamanho do desenho é igual ao tamanho real
do objeto.

Essa escala é representada da seguinte forma : Escala 1:1 ( lê-se, escala um para
um)
Escala de redução
A escala de redução é utilizada para representar um objeto em tamanho menor do
que o tamanho real.
Os sistemas de escala são necessários para a representação, o desenvolvimento e a
explicação das ideias de arquitetura de um espaço ou de uma edificação. Plantas,
cortes, elevações (fachadas) e maquetes são os métodos convencionais utilizados para
a comunicação das ideias, mas eles devem ser criados de maneira que o arquiteto, o
construtor e o cliente possam mensurá-los e entendê-los.
O conceito de escala também terá relação com
a percepção, pois é através desta ferramenta
conceitual que o arquiteto encontra os meios
para lidar com o modo pelo qual as pessoas
farão uso e se apropriarão dos espaços
construídos.
Entender as escalas significa se conectar com o tamanho relativo de cidades, lugares,
prédios, espaços e objetos e aprender de que maneira estes, por sua vez, se relacionam
entre si e com as pessoas que os ocupam e utilizam.
Desenhos em escala e com cotas

Os desenhos em escala geralmente também apresentam cotas (dimensões


numéricas), uma vez que estas permitem a leitura mais rápida e precisa das
informações. Estas dimensões são apresentadas como uma série de medidas
individuais ou como uma dimensão progressiva.
Levantamentos
Levantamento Topográfico

Um levantamento topográfico consiste em plantas que registram as


divisas de um terreno e cortes que descrevem sua topografia e
qualquer elemento importante do entorno. Os diferentes níveis do
terreno são mostrados por meio de curvas de nível ou uma série de
pontos de altitude que indicam as alturas relativas.
Instrumentos Escalímetro

Teodolito

Trena
Escalas da edificação

A descrição exata de uma edificação exige o uso de várias escalas, mas a seleção da
escala adequada dependerá do tamanho total da edificação. Uma casa pequena
pode ser representada na escala de 1:50. No entanto, esta escala seria inadequada
para representar uma casa ou edificação de tamanho maior, que ficaria melhor na
escala de 1:100. Já um empreendimento maior, como um edifício de apartamentos,
exigirá uma escala mínima de 1:200.
Desenhos de uma edificação

O conjunto de desenhos de uma edificação deve conter informações suficientes para que
o leitor compreenda todas as relações espaciais da proposta, bem como os detalhes de
seu layout interno.

A mudança de escalas
Em cada etapa do projeto de arquitetura mudamos de escala. Os desenhos de situação
são feitos numa escala de 1:1.250, por exemplo. Na etapa seguinte, os desenhos serão
mais detalhados, descrevendo a forma do prédio e seu relacionamento com o terreno –
estes desenhos de localização são elaborados na escala 1:500. As plantas são feitas na
escala 1:100, para que seja possível compreender a relação entre os espaços
projetados. Já detalhes devem ser em escala maior como 1:50 ou 1:20 por exemplo.
Desenhos em escala

1. Um desenho de detalhe
normalmente em 1: 5 ou 1:10
escala para mostrar conexões
materiais.

2. Corte1:20 ou 1:50 mostra as


relações entre os espaços.
3.1:50 ou 1: 100 Escala pode ser usada para planta e corte de um edifício
inteiro.

4. Desenhos em 1: 200 ou 1: 500 escalas são usadas para uma planta de


localização para explicar contexto imediato.
5. A escala do mapa 1: 1250 ou 1: 2500 descreve um contexto muito maior
de uma cidade ou paisagem.
Escala urbana

As cidades contêm uma variedade de edificações e espaços (como parques, escolas,


lojas, edifícios de apartamentos e hospitais) reunidos por redes de infraestrutura (como
vias de veículos e ferrovias). Para ver e entender como todas estas edificações (ou
espaços) e vias se conectam, é necessário o uso da escala que os cartógrafos e
planejadores urbanos utilizam: a escala urbana (ou mapas da cidade). Os mapas de
bairros e cidades geralmente são elaborados nas escalas de 1:10.000, 1:5.000 e
1:2.500.
Quando desenhamos na
escala urbana, a decisão sobre
o que incluir e o que omitir é de
suma importância.

Mapeamento figura e fundo é utilizada para


descrever as edificações como blocos sólidos e
os espaços entre elas como vazios.
Charles & Ray Eames | Potências de Dez

Em 1977, Charles e Ray Eames investigaram o conceito de escala e apresentaram suas


descobertas no filme Potências de Dez. A cada 10 segundos o local do piquenique é visto
a uma distância 10 vezes maior, até que nossa própria galáxia se torna um mero ponto de
luz. Na viagem de retorno, as imagens são reduzidas à razão de 10 vezes a cada 10
segundos, até que o espectador vê a mão de um dos personagens. A viagem termina
dentro de um próton de átomo de carbono, dentro de uma molécula de DNA de um
leucócito.
Referências:

FARRELLY, Lorraine. Técnicas de representação. Porto Alegre: Bookman, 2011.


176 p. (Fundamentos de arquitetura ; 1).

FARRELLY, Lorraine. Fundamentals of Architecture, 2007

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