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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE - UFCG

CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS- CTRN


UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA CIVIL
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO 4

AULA

1. ART DÉCO

ALCILIA AFONSO DE ALBUQUERQUE E MELO .


ART DÉCO

DEFINIÇÃO

Art Déco é um estilo artístico de caráter decorativo que surgiu na Europa na década de 1920, atingindo os
Estados Unidos e outros países do mundo na década de 1930. Este estilo esteve presente na arquitetura,
design industrial, mobiliário, moda e decoração.

HISTÓRIA

A Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas, ocorrida em 1925 em Paris, pode
ser considerada o auge da Art Déco.

Num primeiro momento (década de 1920) seguiu um estilo mais luxuoso, com uso de materiais como, por
exemplo, marfim e jade. Nesta fase, a Art Decó ficou muito ligada aos anseios artísticos e culturais da
burguesia europeia.

No final da década de 1920, quando ganha força nos Estados Unidos, a Art Déco vai para o caminho do
design industrial, utilizando-se de materiais que possibilitam a produção em larga escala. Este aspecto fez
a Art Déco chegar a grande parte do povo, invadindo a vida cotidiana.
TEORIA E HISTÓRIA DO DA ARQUITETURA E DO URBANISMO
ART DÉCO

Pavillon de Collectionneur, by Pierre Patout, from 'Architecture Officielle et Les Pavillons: Exposition Internationale des Arts Décoratifs et Industriels Modernes;
rassemblées par Pierre Patout', Paris, France, about 1925. Museum no. NAL 382667. © Victoria & Albert Museum, London
ART DÉCO

Artistas importantes da Art Déco:

- Ernst Ludwig Kirchner (pintor alemão)

- Fritz Bleyl (designer alemão)

- Paul Poiret (estilista e decorador francês)

- Sonia Delaunay (estilista francesa)

- René Lalique (escultor francês)

- William Van Alen (arquiteto norte-americano)

- Maurice Ascalon (designer industrial húngaro)

- Erich Heckel (pintor e ilustrador alemão)

- Walter Gropius (arquiteto alemão)

- Joost Schmidt (designer gráfico alemão)


ART DÉCO

Art Decó é uma expressão francesa, abreviação de arts décoratifs (arte decorativa).

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS:

- Linhas circulares ou retas estilizadas;

- Uso de formas geométricas;

- Design abstrato;

- Formas femininas e animais são as mais trabalhadas;

- Influências do construtivismo, futurismo e cubismo;

- Presença marcante na Arquitetura.


ART DÉCO

Robert BONFILS,
cartaz da Exposição Internacional de Artes
Decorativas e Industriais Modernas
Paris, 1925.
ART DÉCO

Robert BONFILS,
cartaz da Exposição Internacional de Artes Decorativas
e Industriais Modernas
Paris, 1925 .
TEORIA E HISTÓRIA DO DA ARQUITETURA E DO URBANISMO
ART DÉCO

A Art Déco no Brasil

No Brasil, a Art Déco chegou no final da década de 1920 e ganhou


força sobretudo na arquitetura. São várias as construções neste estilo que
podemos encontrar no Brasil.

Exemplos de arquitetura em Art Déco no Brasil: Elevador Lacerda


(Salvador), Teatro Carlos Gomes (Rio de Janeiro), Biblioteca Municipal
Félix Araújo (Campina Grande), Viaduto de Chá (São Paulo), Central do
Brasil (Rio de Janeiro), Estádio do Pacaembu (São Paulo) e Estação
Ferroviária de Goiânia.

Um dos principais nomes do Modernismo no Brasil, o escultor Victor


Brecheret, foi o artista que mais recebeu influência da Art Déco.
ART DÉCO

As máquinas, especialmente os grandes navios, foram uma fonte importante de inspiração desta
arquitetura: nela os vão circulares – muitas vezes dispostos enfileirados – distanciam-se dos
óculos e remetem às escotilhas de navios (ou a janelas de aviões); os gradis de ferro adotam,
com freqüência, formas despojadas, inspiradas em guarda-corpos de passadiços; enquanto os
volumes arredondados sugerem torres de comando ou convés de popa.

Engrenagens de máquinas e motores também inspiraram a forma de ornamentos.


ART DÉCO

Expresso em pinturas, esculturas, prédios, móveis, rádios e objetos, o gosto déco está
vinculado a um conjunto de manifestações artísticas que se propagou a partir dos anos vinte
e viveu seu apogeu na década de 1930.

Concilia aspectos do racionalismo moderno e vínculos com o ecletismo, representando uma


"síntese formal da estilização eqüidistante da vanguarda e da tradição" e "conjugando as
tradições acadêmicas beaux-arts de hierarquização volumétrica e decorativista, com a
negação do historicismo
ART DÉCO

O aspecto inovador da arquitetura art déco situa-se na freqüente simplificação


geometrizante de seus elementos decorativos e na diversificação e atualização de suas
fontes de influência ornamental.

Sob o último aspecto, incorporou referências à máquina, às vanguardas artísticas, a


manifestações de arte primitiva e de arquiteturas da Antiguidade, assim como o uso
cenográfico da luz artificial.
ART DÉCO

Um amplo conjunto de temas compõe o repertório decorativo art déco, incluindo


motivos figurativos estilizados, elementos geométricos abstratos ou formas curvas
aerodinâmicas.

Tais motivos são inspirados em máquinas, na fauna, na flora, em temas associados a


culturas antigas, e na linguagem clássica.

Referências associadas a construções egípcias e/ou astecas podem ser identificadas no


geometrismo; uso de prisma ortogonal,escalonamento;
sobreposição de planos de fachadas e baixos relevos com desenhos geométricos.

No Brasil, temas da arte marajoara foram mobilizados na ornamentação de interiores e


exteriores de tendências déco.
ART DÉCO

Mastros, dispostos nas fachadas, remetiam a navios, enquanto grandes transatlânticos construídos na década de 1930 tiveram a
decoração de seus interiores amplamente solidária à estética déco.
ART DÉCO

Entre os recursos que integraram o repertório formal do Art déco na


arquitetura encontram-se: marquises; balcões em balanço; colunas,
frontões, capitéis, pilastras, platibandas e volutas de formas esquemáticas;
gradis e caixilhos de metal, inclusive do tipo basculante; ornatos em alto ou
baixo relevo, representando formas geométricas, temas florais
simplificados, linhas retas, em ziguezague, ou linhas em espirais.

Os vãos surgem retangulares, circulares, escalonados ou acompanhando


as superfícies curvas das quinas das fachadas.

O uso cenográfico da luz é amplamente apropriado, tanto através do neon


compondo fachadas quanto através de vitrais. Texturas nas superfícies e
padrões esquemáticos de cores são outros recursos empregados.
ART DÉCO
ART DÉCO
ART DÉCO
ART DÉCO
ART DÉCO
ART DÉCO
ART DÉCO
ART DÉCO
ART DÉCO
ART DÉCO

Diante das imprecisões das


denominações alternativas, a nosso
ver, Art déco – apesar de suas
limitações – ainda se coloca como o
termo mais apropriado e abrangente
para categorizar uma determinada
tendência de arquitetura que se difunde
no país entre a década de 1930 e
meados dos anos 1950, na medida em
que dá conta de características
relevantes dessa produção e está
claramente vinculado a um período
específico.
ART DÉCO
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ART DÉCO
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ART DÉCO
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ART DÉCO

Traçado da cidade, realizado pelo arquiteto


Attílio Correa Lima
ART DÉCO
ART DÉCO
ART DÉCO
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ART DÉCO
ART DÉCO
ART DÉCO
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BH MG
ART DÉCO

No interior da cidade de Goiás, em Ipameri tem o maior patrimônio da arquitetura art déco preservado do Brasil,
sendo que todos estão localizados no centro da cidade.
ART DÉCO
ART DÉCO
ART DÉCO

Na arquitetura, recebeu impulsos do cubismo,


do futurismo, do expressionismo e de outros
movimentos das artes plásticas, ao mesmo
tempo em que absorveu influências diversas de
arquiteturas anteriores e contemporâneas.
ART DÉCO
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ART DÉCO
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ART DÉCO
ART DÉCO
ART DÉCO

Desk, Sir Edward Maufe, London, 1925. Museum no.


Circ.898-1968. Given by Prudence, Lady Maufe. ©
Victoria & Albert Museum, London
ART DÉCO
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ART DÉCO

Furnishing fabric, F Gregrory Brown (designer), William Foxton (manufacturer), 1922.


Museum no. T.325-1934. © Victoria & Albert Museum, London
ART DÉCO
ART DÉCO
O Art déco revelou-se uma linguagem acessível às elites, às classe médias e às classes populares. Na arquitetura, a partir de
construções de maior porte, o vocabulário conquistou o gosto popular e disseminou-se em grandes e pequenas residências e em
prédios comerciais.
Suas linhas geometrizadas – especialmente os volumes, os vãos e as superfícies escalonadas – popularizaram-se em cidades grandes
e pequenas, convertendo-se em marco do cenário urbano brasileiro das décadas de 1930 e 1940

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