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DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

LEI N. 11.671/2008 II
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LEI N. 11.671/2008 II

Estamos tratando da Lei n. 11.671/2008, que foi alterada pela Lei n. 13.964/2019, conhe-
cida como pacote anticrime. Aqui, mais especificamente, estamos tratando da transferência
e da inclusão de presos em presídios federais de segurança máxima em razão se segurança
pública ou pela própria proteção do preso, seja condenado ou provisório.

Art. 6º Admitida a transferência do preso condenado, o juízo de origem deverá encaminhar ao juízo
federal os autos da execução penal.

Isso se deve em razão de o Juiz Federal ser o competente para a execução penal. É com-
petente inclusive para julgar incidentes, excetuados quando o preso for provisório, ficando
responsável neste último caso apenas pela fiscalização.

Art. 7º Admitida a transferência do preso provisório, será suficiente a carta precatória remetida pelo
juízo de origem, devidamente instruída, para que o juízo federal competente dê início à fiscalização
da prisão no estabelecimento penal federal de segurança máxima.
Art. 8º As visitas feitas pelo juiz responsável ou por membro do Ministério Público, às quais se re-
ferem os arts. 66 e 68 da Lei n. 7.210, de 11 de julho de 1984, serão registradas em livro próprio,
mantido no respectivo estabelecimento.
5m

Os estabelecimentos penais, independentemente se de segurança máxima ou média, são:


a penitenciária, cuja segurança é máxima ou média, para presos em regime fechado; a colônia
agrícola industrial ou similar, para presos em regime semiaberto; a casa de albergado, para
presos em regime aberto; o hospital de custódia de tratamento psiquiátrico, para pessoas em
medida de segurança; a cadeia pública, para os presos provisórios.
Nos presídios federais encontram-se os condenados e o Juiz Federal deve visitar o esta-
belecimento prisional. No caso em que o Juiz da execução é o Juiz Federal, este fará tal visita
mensalmente, bem como o Ministério Público. Veja-se:

LEP
Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
...
VII – inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequa-
do funcionamento e promovendo, quando for o caso, a apuração de responsabilidade;
Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público:
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Parágrafo único. O órgão do Ministério Público visitará mensalmente os estabelecimentos penais,
registrando a sua presença em livro próprio.
Art. 9º Rejeitada a transferência, o juízo de origem poderá suscitar o conflito de competência peran-
te o tribunal competente, que o apreciará em caráter prioritário.

Caso seja de Juiz Federal para outro, o competente para resolver o conflito será o Tribu-
nal Regional Federal ao qual estão vinculados tais Juízes. Se estiverem vinculados a órgãos
distintos, o competente será o STJ.
Já o conflito de competência entre um Juiz Estatual e um Federal não é solucionado
nem pelo TRF nem pelo STJ. O Juiz de origem é quem suscita o conflito para que o Tribunal
decida, salvo situações de superlotação.
10m

Art. 10. A inclusão de preso em estabelecimento penal federal de segurança máxima será excep-
cional e por prazo determinado.

O prazo antes do pacote anticrime era de 360 dias renováveis. Agora, o período é de 3 anos:

§ 1º O período de permanência será de até 3 (três) anos, renovável por iguais períodos, quando
solicitado motivadamente pelo juízo de origem, observados os requisitos da transferência, e se per-
sistirem os motivos que a determinaram. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)

Aqui o preso fica em cela individualizada. Não existem progressões nesse sistema. Caso
ele tenha direito a progressão, ele deve sair do presídio federal.
O prazo máximo que uma pessoa poderia ficar presa no nosso país era de 30 anos. Agora,
esse prazo se estendeu para 40 anos. Não existe previsão expressa para que alguém possa
cumprir a pena integralmente em presídios federais. A lei prevê apenas que o prazo será de
até três anos, na primeira decisão judicial, renovável por iguais períodos, quando existir moti-
vação em cada renovação, solicitada pelo juiz de origem.
15m

§ 2º Decorrido o prazo, sem que seja feito, imediatamente após seu decurso, pedido de renovação
da permanência do preso em estabelecimento penal federal de segurança máxima, ficará o juízo de
origem obrigado a receber o preso no estabelecimento penal sob sua jurisdição.
§ 3º Tendo havido pedido de renovação, o preso, recolhido no estabelecimento federal em que esti-
ver, aguardará que o juízo federal profira decisão.
§ 4º Aceita a renovação, o preso permanecerá no estabelecimento federal de segurança máxima
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em que estiver, retroagindo o termo inicial do prazo ao dia seguinte ao término do prazo anterior.
§ 5º Rejeitada a renovação, o juízo de origem poderá suscitar o conflito de competência, que o tri-
bunal apreciará em caráter prioritário.
§ 6º Enquanto não decidido o conflito de competência em caso de renovação, o preso permanecerá
no estabelecimento penal federal.

Ele é obrigado a receber o preso quando não houver nenhum pedido de renovação.

Art. 11. A lotação máxima do estabelecimento penal federal de segurança máxima não será ultra-
passada.
§ 1º O número de presos, sempre que possível, será mantido aquém do limite de vagas, para que
delas o juízo federal competente possa dispor em casos emergenciais.

Além de não poder ser ultrapassada a lotação, esta será mantida abaixo.
20m

§ 2º No julgamento dos conflitos de competência, o tribunal competente observará a vedação esta-


belecida no caput deste artigo.

O artigo abaixo foi acrescentado pelo pacote anticrime:

Art. 11-A. As decisões relativas à transferência ou à prorrogação da permanência do preso em


estabelecimento penal federal de segurança máxima, à concessão ou à denegação de benefícios
prisionais ou à imposição de sanções ao preso federal poderão ser tomadas por órgão colegiado
de juízes, na forma das normas de organização interna dos tribunais. (Incluído pela Lei n. 13.964,
de 2019)
Art. 11-B. Os Estados e o Distrito Federal poderão construir estabelecimentos penais de segurança
máxima, ou adaptar os já existentes, aos quais será aplicável, no que couber, o disposto nesta Lei.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

Trata-se dos estabelecimentos construídos pelos estados, e não pela União, que pode-
rão ser mantidos pelos próprios estados para situações do art. 3º. Em relação aos presídios
federais, a forma de tratamento interno é muito semelhante às regras do regime disciplinar
diferenciado do art. 52 da LEP.
25m

Art. 12. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.


Brasília, 8 de maio de 2008; 187º da Independência e 120º da República.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
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preparada e ministrada pela professora Deusdedy de Oliveira Solano.


A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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