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Introdução..................................................................................................................................................

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Justificativa................................................................................................................................................2
Delimitação do tema..................................................................................................................................2
Objectivos...................................................................................................................................................2
Objetivo Geral...........................................................................................................................................2
Objectivos específicos................................................................................................................................2
Metodologia Usada....................................................................................................................................2
1. Conceitualização................................................................................................................................3
2. Coisas simples e complexas; compostas e colectivas.......................................................................3
2.1. Coisas fungíveis e infungíveis.........................................................................................................4
2.2. Coisas divisíveis e indivisíveis........................................................................................................5
2.3. Coisas presentes e futuras..............................................................................................................6
Conclusão...........................................................................................................................................8
Referencias bibliográficas.................................................................................................................9
Legislação Usada...............................................................................................................................9
Introdução
O presente trabalho versa sobre Bens e Coisas Jurídicas que são meios para satisfazer as
necessidades, apetências do nosso quotidiano. Esses bens são escassos e como tal são objectos de
frequentes litigio e controvérsias dai o Direito chamado para resolver essa questão. O Direito
cabe um papel fundamental na regulação da distribuição e circulação dos bens.

Justificativa
Justifica‐se o estudo do tema Bens e Coisas Jurídicas porque enquadra-se no âmbito da Teoria
Geral do Direito Civil.

Delimitação do tema
Bens são os meios, são tudo aquilo que não seja pessoa e que tiver uma utilidade, isto é, que for
apto a satisfazer uma necessidade, a realizar uma apetência, ou alcançar um fim.

Objectivos

Objetivo Geral
Abordar a questão dos Bens e Coisas Jurídicas.

Objectivos específicos
 Conceitualização;
 Coisas Simples e Complexas, Composta e Colectiva;
 Coisas fungíveis e infungíveis, Divisíveis e Indivisíveis;
 Coisas presentes e Coisas futuras.

Metodologia Usada
Para realização deste trabalho recorre a análise de bibliografia relevante, tendo realizado uma
pesquisa bibliográfica que consistiu na recolha de dados através de Manuais, Obras e a legislação
atinente aos Bens e Coisas jurídicas.
1. Conceitualização
Num sentido amplo e corrente e de certo modo filosófico coisa é tudo o que pode ser pensado,
ainda que não tenha existência real e presente.

Num sentido físico, coisa é tudo o que tem existência corpórea. Quod rangi potesr ou, pelo
menos, é susceptível de ser captado pelos sentidos.

Quanto ao sentido jurídico de coisa, há que o artigo 202 do Código Civil, onde se define a Coisa
como tudo aquilo que pode ser objecto de relações jurídicas 1. Bens são os meios, são tudo aquilo
que não seja pessoa e que tiver uma utilidade, isto é, que for apto a satisfazer uma necessidade, a
realizar uma apetência, ou alcançar um fim.2

2. Coisas simples e complexas; compostas e colectivas


As coisas classificam-se doutrinariamente em simples e complexas, e estas compostas e
colectivas. São simples as coisas que não podem distinguir-se em mais de uma coisa; são
compostas as coisas que integram na sua unidade uma pluralidade de coisas. A distinção não é de
caracter natural, mas antes funcional. Novamente é necessário recorrer, nesta classificação, ao
sentido da utilidade, como aptidão para satisfazer necessidade e para alcançar fins que as coisas
tem como bens jurídicos que são. O critério da unidade da coisa reside na utilidade.

Uma coisa pode integrar na sua unidade uma pluralidade de coisas sempre que a utilidade tenha
em si, coexista com as diferentes utilidades que tenham as partes que o integram. Com a unidade
da coisa complexa, coexistem as utilidades próprias das partes que a integrem. É o que sucede,
por exemplo, no caso de uma maquina que tem uma utilidade própria unitária no seu conjunto de
muitas peças, sem que, no entanto, cada uma dessas pecas deixa de ter a sua utilidade especifica.

Com a utilidade global do conjunto que é a maquina coexistem as utilidades especificas de cada
uma das suas peças. A maquina é uma coisa complexa. As pecas da maquina, por sua vez,
poderão ser utilidade especifica e autónoma das partes que possa integrar, e serão coisas simples
se assim não suceder. As coisas complexas, por sua vez, classificam-se em coisas compostas e
coisas colectivas.3

1
PINTO, Carlos Alberto Da Mota, Teoria Geral do Direito Civil, 4ª Edição, Coimbra Editora, 2005.
2
VASCONCELOS, Pedro Pais De, Teoria Geral do Direito Civil, 5ª Edição, Edição Almedina, Coimbra, 2008.
3
VASCONCELOS, Pedro Pais De, Teoria Geral do Direito Civil, 5ª Edição, Edição Almedina, Coimbra, 2008,
pags.226 a 227.
São compostas as coisas que tem um tratamento jurídico unitário, mas cujas partes integrantes,
enquanto não forem separadas, não são juridicamente tratadas como coisas; são coisas colectivas
aquelas que tem um tratamento jurídico unitário como coisas sem que, todavia, as coisas que as
integram deixem de ser também autonomamente tratadas como coisas.

A distinção torna-se mais perceptível no exemplo tradicional da estante e da biblioteca. A


biblioteca é uma coisa colectiva porque pode ter um tratamento jurídico unitário como coisa,
pode ser objecto de compra e venda, ou legado, no seu conjunto, sem que, no entanto, cada um
dos livros que a compõem deixe de ser tratado autonomamente como coisa que pode ser
individualmente objecto de relações jurídicas. Diferentemente, a estante é composta de tabuas
que são originariamente coisas moveis autónomas que perdem a autonomia quando são
integradas na estante, mas podem recupera-la quando dela sejam desmontadas.

O código civil refere esta classificação no seu artigo 206, mas em termos diferentes. Distingue
coisas singulares e compostas e identifica estas com as universalidades. As universalidades de
facto são coisas complexas colectivas. Tem um tratamento jurídico individual autónomo, sem
prejuízo da individualidade jurídica dos seus componentes. São exemplos de universalidade de
facto os rebanhos, que podem ser transacionados e reivindicação como um todo, sem prejuízo da
autonomia e individualidade jurídica de cada um dos animais que o compõem.

Com as universalidades de facto não devem ser confundidas as universalidades de direito, como
a herança, que não são bens jurídicos nem coisas, mas antes formas especiais de tratamento
globalizado de situações.

2.1. Coisas fungíveis e infungíveis


A classificação das coisas em fungíveis e infungíveis esta consagrada no artigo 207 do Código
civil. Segundo o código, são fungíveis as coisas que se determinam pelo género, qualidade e
quantidade, quando constituam objecto de relações jurídicas. Dizia-se tradicionalmente que se
determinavam por conta, peso e medida. Segundo MANUEL DE ANDRADE, são fungíveis as
coisas que intervêm nas relações jurídicas não in specie, isto é, como individualmente
determinadas, mas in genere, isto é, enquanto identificadas somente através de certas notas
genéricas (mais ou menos precisas) e da indicação duma quantidade, a verificar por meio de
contagem, pesagem ou medição (res quae pondere, numero, mensura constant).4

4
MANUEL DE ANDRADE, Teoria Geral da Relação Jurídica, I, Cit. Pág. 252.
A fungibilidade das coisas tem o sentido jurídico de substituibilidade. As coisas fungíveis,
quando são objecto de relações ou de negócios jurídicos, podem ser substituídas, não sendo
verdadeiramente importante a sua identidade concreta. É o que sucede quando se compra, por
exemplo uma dúzia de cadernos sem que seja importante se trata deste ou aquele caderno, ou
vinte litros de gasolina. A moeda é a mais fungível das coisas, embora quando usada fora da sua
função monetária, como objecto de coleção, por exemplo, possa deixar de o ser. Assim, quando
se paga uma quantia em dinheiro, é diferente a identidade concreta das notas e moedas usadas.
Quando, porem, um colecionador adquire uma moeda rara, já a sua identidade concreta é
determinante e a coisa é, então, infungível, porque já não é indiferente que se trate daquela ou de
outra moeda e não é admissível a livre substituição.5

As obrigações que tenham por objecto coisas fungíveis são obrigações genéricas. Neste caso,
cabe, em principio ao devedor, segundo o artigo 539 do Código civil, a escolha das coisas que
concretamente serão entregues.

2.2. Coisas divisíveis e indivisíveis


No artigo 209 do Código Civil enuncia a classificação das coisas em divisíveis e indivisíveis.

O critério da divisibilidade das coisas aproxima-se de algum modo do critério da classificação


das coisas em simples e complexas, que já ficou explanado atras, mas não deve com ele ser
confundido. São coisas divisíveis, segundo o Código, aquelas que podem ser fraccionadas sem
alteração da sua substancia, diminuição do valor ou prejuízo para o uso a que se destinam.

As coisas são naturalmente divisíveis ate ao infinito. Mas não é essa a divisibilidade que é
relevante nesta matéria. O critério da divisibilidade jurídica das coisas assenta sobre três factores:
a substancia, o valor e o uso. Só podem ser tidas como divisíveis juridicamente as coisas que
possam ser cindidas em partes, sem que percam a sua substancia, sem que se reduza o seu valor e
sem que o seu uso próprio seja prejudicado. Se faltar uma destas características, a coisa é
juridicamente tida como indivisível.

É nesta perspectiva e de acordo com este critério que um avião, por exemplo, deve ser
classificado como coisa indivisível, embora seja desmontável num grande numero de

5
VASCONCELOS, Pedro Pais De, Teoria Geral do Direito Civil, 5ª Edição, Edição Almedina, Coimbra, 2008,
págs. 227 e 228.
componentes e peças, uma vez que, se for dividido em fuselagem, asas e motores, deixa poder
voar e perde consequentemente a sua utilidade especifica e a sua substancia como avião.

Outras coisas existem porem e são estas que devem ser correctamente classificadas como
divisíveis que podem ser fisicamente divididas sem que a sua substancia se altere, o seu valor
diminua e o uso a que se destinam sofra prejuízo. É o caso, entre outras, de uma certa quantidade
de gasolina, que não perde, nem o seu valor especifico, nem a sua utilidade nem a sua substancia,
se for dividida em menores quantidades. A indivisibilidade pode ser natural ou substancial, como
será o caso de um quadro a óleo, ou legal, como será o caso de um terreno rustico com uma área
que, depois de dividida ficasse inferior a unidade mínima de cultura, ou de um lote de terreno
para construção que, segundo o respectivo regime urbanístico, não possa ser dividido.

A divisibilidade ou indivisibilidade das coisas assume grande relevância no caso da


compropriedade, cujo regime jurídico é alargado pelo artigo 1404 do Código Civil a todos os
demais casos de comunhão. Os comproprietários, segundo artigo 1412 do Código, tem o direito
de exigir, a todo o tempo, a divisão da coisa comum. A divisibilidade pode ser limitada pela
estipulação de uma clausula de indivisibilidade que, todavia, não pode ser convencionada por
mais de cinco anos, embora possa ser renovada por novos períodos de cinco anos.6

2.3. Coisas presentes e futuras


A classificação das coisas em presentes e futuras, subjacente ao artigo 211 do Código civil,
assenta num critério duplo, natural e convencional.

São futuras, para o Código, as coisas que não estão em poder do disponente, ou a que este não
tem direito, ao tempo da declaração negocial. A lei considera, pois, como futuras alem das coisas
que ainda não existem, e que são as que naturalmente futuras, também as coisas alheias, isto é,
aquelas que já existem, mas que a pessoa que delas dispõe não tem ainda em seu poder ou as
quais não tem ainda direito.

No que respeita as coisas naturalmente futuras, nenhuma dificuldade se suscita. Trata-se de


coisas que ainda não existem, mas que se espera que venham a existir e das quais se dispõe nessa
expectativa. É o caso, por exemplo, dos frutos ainda não produzidos ou ainda não são separados
da coisa frutífera, da cortiça ainda não retirada, de uma colheita futura ou de juros ainda não

6
VASCONCELOS, Pedro Pais De, Teoria Geral do Direito Civil, 5ª Edição, Edição Almedina, Coimbra, 2008,
págs. 229 a 230
vencidos. Mas também as coisas alheias, as coisas já existentes, mas pertencentes a outrem,
podem ser objecto de actos de disposição, desde que o sejam como coisas futuras.

Em tais casos, as coisas são objecto de actos de disposição na expectativa da sua futura aquisição
das coisas alheias. Em ambos casos há uma expectativa de que a sua titularidade venha no futuro
a ser inscrita na esfera jurídica do disponente. É esta semelhança que permite o tratamento
unitário, e que justifica que o artigo 893 do Código Civil permita a venda de bens alheios como
futuros, se as partes os considerarem nessa qualidade.7

Conclusão
Do exposto resulta concluir que Bens são os meios, são tudo aquilo que não seja pessoa e que
tiver uma utilidade, isto é, que for apto a satisfazer uma necessidade, a realizar uma apetência, ou
alcançar um fim. Num sentido amplo e corrente e de certo modo filosófico coisa é tudo o que
pode ser pensado, ainda que não tenha existência real e presente.

Num sentido físico, coisa é tudo o que tem existência corpórea. Quod rangi potesr ou, pelo
menos, é susceptível de ser captado pelos sentidos.
7
VASCONCELOS, Pedro Pais De, Teoria Geral do Direito Civil, 5ª Edição, Edição Almedina, Coimbra, 2008,
págs. 230 e 231.
Quanto ao sentido jurídico de coisa, há que o artigo 202 do Código Civil, onde se define a Coisa
como tudo aquilo que pode ser objecto de relações jurídicas. Não pode considerar-se rigorosa tal
definição. Acresce não se divisar um qualquer valor operacional ou prático na inclusão de uma
definição deste tipo num Código, revestindo a noção explicitada no artigo 202. ° um significado
puramente expositivo, de tipo manualístico e, nesse plano, corno dissemos, incorrecto.

Com efeito, há entes susceptíveis de serem objecto de relações jurídicas que não são coisas em
sentido jurídico. Pensemos nas pessoas, nas prestações, nos modos de ser ou bens da própria
personalidade. Quanto aos bens imateriais, objecto dos direitos de autor ou de propriedade
industrial, e aos direitos, objecto de certas figuras de direitos sobre direitos, podem integrar-se no
conceito de coisas. Embora tenham um regime especial relativamente ao regime geral das coisas
e não estejam previstas nas várias classificações das coisas enumeradas no artigo 203. ° São
coisas incorpóreas. O Código Civil define várias categorias de coisas, decorrentes das
classificações que consagrou. Essas categorias têm interesse porque a lei faz, por vezes,
corresponder regimes jurídicos específicos a certas categorias e não a outras.

Assim o Código Civil define no artigo 204. ° e seguintes as coisas imóveis e móveis, as coisas
simples e compostas, as coisas fungíveis, as coisas consumíveis, as coisas divisíveis, as coisas
principais e as coisas acessórias ou pertenças, as coisas futuras.

Referencias bibliográficas
MANUEL DE ANDRADE, Teoria Geral da Relação Jurídica, Almedina Editora, Coimbra,
1972.

PINTO, Carlos Alberto Da Mota, Teoria Geral do Direito Civil, 4ª Edição, Coimbra Editora,
2005.

VASCONCELOS, Pedro Pais De, Teoria Geral do Direito Civil, 5ª Edição, Edição Almedina,
Coimbra, 2008.
Legislação Usada
Código Civil

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