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1.

O método científico e a estatística, objetivo da estatística, conceitos


fundamentais. Divisão da Estatística;

1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS

1.1. INTRODUÇÃO
A palavra estatística provém do latim status (estado) e é comumente associada a
censos, pesquisas de opinião pública, aos vários índices governamentais, aos gráficos e
medidas publicadas diariamente na imprensa. Na realidade, como veremos adiante, a
estatística engloba muitos outros aspectos.
Em alguma fase de seu trabalho, o pesquisador ou profissional se vê às voltas
com o problema de analisar e entender um conjunto de dados. Muitas vezes ele
necessitará resumir os dados para que sejam informativos, ou para compará-los com
outros resultados, ou ainda para julgar sua adequação a alguma teoria. A estatística é
fundamental na análise de dados provenientes de quaisquer processos onde exista
incerteza.

1.2. O QUE É ESTATÍSTICA?


Vários autores têm procurado definir a Estatística. Existem muitos livros sobre
estatística, todos contendo definições, desde as mais simples até as mais complexas. A
que se verá a seguir é a anunciada por Dugé de Bernonville, e que julga-se ser simples e
fácil de ser memorizada:
“Estatística é um conjunto de métodos e processos quantitativos que serve
para estudar e medir os fenômenos coletivos”.

A Estatística pode ser dividida em duas áreas:


1.2.1. Estatística Descritiva
É aquela que se preocupa com a coleta, análise, interpretação e apresentação dos
dados estatísticos.

1.2.2. Estatística Indutiva


Também conhecida como amostral ou inferencial, é aquela que partindo de uma
amostra, estabelece hipóteses sobre a população de origem e formula previsões
fundamentando-se na teoria das probabilidades.
Portanto, pode-se dizer que a Estatística tem por objetivo o estudo dos
fenômenos coletivos e das relações que existem entre eles. Entende-se como fenômeno
coletivo aquele que se refere a um conjunto de elementos, pois a estatística busca
encontrar leis de comportamento para todo o conjunto e não se preocupa com cada um
dos elementos em particular.

1.3 População ou Universo (N):


É todo conjunto, finito ou infinito que possui ao menos uma característica em
comum entre todos os seus elementos componentes.

1.4 Censo:

É a coleta exaustiva das informações de todas as “N” unidades da população.

1.5 Amostra (n):


É um subconjunto, uma parte selecionada da totalidade de observações
abrangidas pela população da qual se quer inferir alguma coisa.

1.6 Amostragem:
É o processo de coleta das informações de parte da população, chamada amostra,
mediante métodos adequados de seleção destas unidades.
Apresenta-se a seguir um resumo dos quatro métodos mais usuais em
amostragem probabilística.

1.6.1. Amostragem Aleatória Simples (AAS)


Consistem em selecionar n unidades amostrais de modo que cada unidade tenha
a mesma chance de ser escolhida. E a população deve ser homogênea. Na prática, a
amostra aleatória simples é escolhida unidade por unidade. As unidades da população
são numeradas de 1 a N. Em seguida, escolhe-se uma série de números aleatórios, por
meio de uma tabela de números aleatórios, geradores de números aleatórios (software
ou calculadora científica) ou colocando-se todos os números dentro de uma urna,
retirando-se uma a uma, sem reposição, até completar a amostra de tamanho n.

1.6.2. Amostragem Aleatória Estratificada (AAE)


Consiste em subdividir a população em grupos homogêneos (denominados
estratos) segundo a(s) variável(is) de interesse. Os estratos têm por objetivo controlar a
variabilidade (menor variabilidade), assim consegue-se diminuir o tamanho da amostra.
O método de estratificação mais comum é o proporcional, onde o tamanho dos estratos
amostrais são proporcionais ao tamanho de cada estrato (h) na população (Nh), levando-
se em consideração o peso Wh de cada estrato. Porém, pode-se selecionar a amostra
uniformemente, onde o tamanho dos estratos são iguais.

1.6.3. Amostragem Aleatória de Conglomerados (AAG)


Neste caso, as unidades amostrais são conglomerados (quarteirões, escolas,
blocos de apartamento, etc). Os conglomerados devem ser homogêneos entre si e
heterogêneos dentro, segundo a variável de interesse. A seleção dos conglomerados
deve ser feita a partir da amostragem aleatória simples, já que os conglomerados são
homogêneos.

1.6.4. Amostragem Sistemática (AS)


É uma variação da AAS, onde a população ou a relação de seus componentes
deve ser ordenada, de forma tal que cada elemento seja identificado, unicamente, pela
posição. A AS é eficiente à medida que a relação (ou “listagem”, fila, a disposição dos
prédios etc...) esteja “misturada” no que se refere à característica em estudo.

1.7 Tamanho Mínimo de Amostra


N  n0
Uma maneira fácil de obter a amostra é por meio da fórmula: n  (1)
N  n0
onde N é o tamanho da população, e n0 é a primeira aproximação do tamanho da
1
amostra, obtido por n0  , Sendo E o erro amostral máximo tolerável (pré-fixado).
E2
Obs.: quando não se conhece o N (tamanho da população), pode-se considerar a
população como infinita, e neste caso é suficiente considerar o tamanho da amostra (n)
como sendo igual a n0 .

1.8. VARIÁVEL
É o conjunto de resultados possíveis de um fenômeno (resposta), ou ainda são as
propriedades dos elementos da população que se pretende conhecer.

As variáveis podem ser divididas em dois tipos: qualitativas e quantitativas.

1.8.1 Variável Qualitativa


É quando obtemos como resposta palavras. Se existir uma ordem natural nas
respostas, dizemos que a variável é qualitativa ordinal, caso contrario, ela é dita variável
qualitativa nominal.
Exemplo de variável qualitativa Ordinal: Escolaridade, faixa etária, faixa salarial,
etc.
Exemplo de variável qualitativa Nominal: Gênero, cor dos olhos.

1.8.2 Variável Quantitativa


É quando obtemos como resposta números. Podem ser ditas Discretas, quando
obtidas através de contagem ou Contínuas quando obtidas através de medições.

Exemplo Discreta: número de alunos, número de filhos, tamanho da família, etc.


Exemplo contínua: peso (em Kg), altura (em cm), idade, salário (em R$), temperatura
(em oC), etc.

Quadro 1: Esquema de classificação de variáveis.


Nominal
Qualitativa
Ordinal
Variável
Discreta
Quantitativa
Contínua

1.9. ARREDONDAMENTO DE NÚMEROS


1.9.1. Regra I - Quando o primeiro algarismo a ser abandonado for: 0, 1, 2 , 3 e 4. Fica
inalterado o último algarismo a permanecer.
Exemplo: Arredondar para centésimos os números abaixo.
a) 47,3227  47,32 b) 0,29364  0,29 c) 53,77474  53,77 d) 30,00132  30,00

1.9.2. Regra II - Quando o primeiro algarismo a ser abandonado for: 5 , 6, 7, 8 ou 9.


Aumenta-se uma unidade no algarismo a permanecer.

Exemplo: Arredondar para uma casa decimal os números abaixo.


a) 1,4632  1,5 b) 23,09425  23,1 c) 38,97777  39,0 d) 74,28583  74,3

Observação - Não se deve fazer arredondamentos sucessivos, se houver necessidade de um


novo arredondamento, fica recomendado a volta aos dados originais.
Ajustamento: quando temos parcelas de percentagem que sofreram arredondamento,
pode ocorrer de o resultado não somar 100%. Neste caso é necessário fazer o
ajustamento, adicionando-se ou subtraindo-se, conforme o caso, à parcela maior. Em
caso de empate não deve ser acrescentado o décimo faltante a nenhuma das parcelas,
por exemplo, Classe A: 33,33%, Classe B: 33,33% e Classe C: 33,33%.

Exemplo: Arredondar para décimos as parcelas abaixo as ajustando se for o caso.


40,457%  40,5 40,7
19,199%  19,2 19,2
13,535%  13,5 13,5
26,643%  26,6 26,6
99,8 100,0%

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