Filosofia, religião e Ciência.

Já desde a idade média com o aprimoramento da técnica lógica, a ideia de um pensamento

dogmático, ou seja, de uma filosofia que expressasse o sistema do mundo vai tomando
“corpo”, já nesta época a filosofia atuava como uma espécie de suporte pedagógico da
teologia, ou mesmo de outra crença que não fosse a Cristã, mas que expressasse algo sobre a
natureza da realidade, a filosofia contribuía para isso, assim fazendo parte da grande
construção dogmática. Com o renascimento da filosofia clássica tendo como expoentes:
Descartes, Newton, Roger bacon, etc.., a filosofia toma o aspecto de uma ciência dogmática se
identificando com o que se entende por Ciência e passa a descrever o sistema do mundo tal
como ele é realmente, exemplo desse fenômeno é o surgimento das filosofias mecanicistas
que explicam(ou tentam pelo menos) o universo inteiro e também o Ser humano como se
fosse uma máquina ou um sistema de engrenagens no qual dados os princípios elementares o
restante pode ser deduzido logicamente.

A filosofia desempenhou um papel desbravador ao longo da História, fazendo com que o

homem tentasse pelo menos se instalar na realidade do próprio Ser Humano e da História e
lhe oferecendo uma nova ótica para interpretá-los, em se tratando de religião e verificando
toda a experimentação da humanidade, constatamos a presença sempre ativa da filosofia,
sempre fugindo do papel legislador, se identificando mais como apaziguadora, mesmo que por
vezes tenha denunciado os excessos tanto da religião quanto da ciência, com consequências
trágicas para os protagonistas (filósofos).

Quando buscamos a documentação da experiência do Ser Humano no aspecto religioso

durante esses milênios, alguns elementos são constantes, a presença da filosofia é um deles, a
filosofia já incutia no Homem a ideia de que ele vive num universo do qual ele tem um
conhecimento limitado, mas que para além daquilo que ele conhece existe algo mais, mesmo
quando falamos em filosofia pré-socrática esse fator é explícito, antes do termo religião e
independente de existir ou não uma religião constituída como tal, a filosofia já apontava para o
Transcendente. O questionamento de Leibniz: ”Por que existe alguma coisa em vez de existir o
nada?”, já era uma realidade desde muito tempo pelos filósofos da antiguidade.