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SOLA SCRIPTURA

Nisto Cremos
1. Os adventistas do sétimo dia apoiam plenamente o princípio da Reforma, sola scriptura, a
Bíblia como seu próprio intérprete e a Bíblia, sozinha, como base de todas as doutrinas. Os
fundadores da igreja desenvolveram suas crenças fundamentais por meio do estudo da Bíblia; não
receberam tais doutrinas através das visões de Ellen White. Seu principal papel [de Ellen White]
durante o desenvolvimento das doutrinas da igreja foi orientar a compreensão da Bíblia e confirmar
as conclusões às quais se chegava pelo estudo da Bíblia.

Tratado de Teologia
1. A Igreja Adventista do Sétimo Dia surgiu, em meados do século 19, como um movimento
profético comprometido com a Palavra de Deus. Aceitando a autoridade normativa da Bíblia, os
primeiros adventistas começaram a desenvolver um sistema doutrinário baseado nos princípios
hermenêuticos da sola Scriptura (exclusividade das Escrituras) e da tota Scriptura (totalidade das
Escrituras).
2. O princípio da autoridade suprema das Escrituras é muitas vezes expresso na expressão latina
sola Scriptura, “somente a Escritura". Ou seja, somente nas Escrituras Deus confiou à raça humana,
sob a forma escrita, a suprema e autorizada revelação de Sua pessoa e vontade, parâmetro esse pelo
qual tudo o mais deve ser provado. A nenhum outro livro sagrado, sejam histórias sacras, tradições
antigas, declarações eclesiásticas ou credos, pode-se atribuir autoridade igual à da Bíblia. Isso
significa também que a consciência, a razão, os sentimentos e as experiências místicas ou religiosas
se encontram subordinadas à autoridade das Escrituras. Essas coisas podem ter um valor legítimo
dentro de sua área de competência, mas devem ser constantemente avaliadas pelo minucioso exame
da Palavra de Deus (Hb 4:12).
Ao longo da história, a autoridade das Escrituras tem sido ostensivamente atacada ou
sutilmente substituída. Já nos dias de Jesus, os judeus invalidavam a palavra de Deus, por causa de
sua tradição. O Mestre os acusou de em vão adorarem a Deus, “ensinando doutrinas que são
preceitos de homens" (Mt 15:6, 9). Outros meios pelos quais a autoridade bíblica tem sido minada
são a sabedoria, a ciência e a filosofia mundanas (1Co 1:20-25; Cl 2:8), que fazem acréscimos ou
supressões à Palavra de Deus (Dt 4:2; 12:32; Ap 22:18, 19), ou lhe distorcem o sentido (2Pe 3:16).
O princípio da sola Scriptura corre muito mais perigo de oposição agora do que em qualquer
tempo passado. Ao ser exaltada a autoridade da razão, da tradição e da ciência, muitos passaram a
negar ou a limitar a autoridade das Escrituras. Os cristãos que ainda se submetem com humildade e
fé à autoridade da Bíblia como a viva e suprema Palavra de Deus devem se preparar para dar razão
de sua fé e replicar como os apóstolos: “Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens” (At
5:29).
3. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
A. A Bíblia e a Bíblia Somente

Um princípio fundamental apresentado pela Escritura a respeito de si mesma é o de que somente a


Bíblia (sola Scriptura) é a norma final da verdade. O texto clássico que exprime essa premissa
básica é Isaías 8:20: “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem de acordo com esta palavra, não
terão a luz da manhã” (NIV). As duas palavras hebraicas torah (lei) e teudah (testemunho) apontam
para os dois loci [locais/lugares] da autoridade nos dias de Isaías. Esses constituem agora a
Escritura Sagrada: o Pentateuco e o testemunho dos profetas acerca da vontade de Deus revelada
previamente na Torah. Jesus resumiu as duas divisões da Escritura do AT da mesma maneira quando
mencionou “a lei e os profetas” (Mt 5:17). O NT acrescenta a revelação autorizada transmitida por
Jesus e Suas testemunhas apostólicas (ver Ef 2:20; 3:5).

2. A Suficiência da Escritura
O princípio da sola Scriptura abrange o corolário [afirmação] da suficiência da Escritura. A Bíblia
não tem paralelo [não tem concorrente] como guia infalível da verdade. Ela é suficiente para nos
dotar da sabedoria que leva à salvação (2Tm 3:15). É o padrão pelo qual toda doutrina e experiência
devem ser testadas (Is 8:20; Jo 17:17; 2Tm 3:16, 17). A Escritura, portanto, fornece a estrutura, a
perspectiva divina, os princípios fundamentais, para todo ramo de conhecimento e experiência. O
conhecimento, a experiência ou a revelação adicional deve se basear no fundamento todo suficiente
da Escritura e a ele permanecer fiel.

Assim se confirma o grito de guerra da Reforma: sola Scriptura, ou seja, a Bíblia e a Bíblia
somente como a norma final da verdade. Todas as outras fontes de conhecimento devem ser testadas
por esse padrão infalível. A reação apropriada que se espera do ser humano é de uma rendição total
à autoridade máxima da Palavra de Deus (Is 66:2).

Questões sobre Doutrina


1. Nós, os adventistas do sétimo dia, cremos que “toda a Escritura”, tanto o Antigo como o
Novo Testamento, do Gênesis ao Apocalipse, foi “inspirada por Deus” (2Tm 3:16), e constitui a
própria Palavra de Deus – a verdade que “vive e é permanente” (1Pe 1:23). Reconhecemos a Bíblia
como última e definitiva autoridade sobre o que é a verdade. As Sagradas Escrituras nos vieram por
meio do ministério dos profetas que falaram e escreveram “movidos pelo Espírito Santo” (2Pe
1:21). Os apóstolos declararam que o Deus que fez os céus e a Terra falou pela boca de Davi e dos
profetas do passado (At 4:24-26; Mt 1:22; 2:15; At 3:18-20; 28:25, 26; Hb 1:1; 4:7).
E esses mensageiros escolhidos por Deus declararam que o que foi dado por meio deles era a
própria Palavra de Deus (Is 43:1; 45:1; Jr 17:19, 20; 18:1, 2; 22:1, 2; 26:1, 2). Paulo lembrava a
seus conversos que, ao ouvirem a leitura das Escrituras, estavam ouvindo não palavras de homens,
mas, na realidade, a Palavra de Deus (1Ts 2:13).
Pelo ministério desses mensageiros do passado, Jeová declarou Sua verdade ao mundo. Citando
a mensagem de Moisés: “Suscitar-lhes-ei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em
cuja boca porei as Minhas palavras, e ele lhes falará tudo o que Eu lhe ordenar” (Dt 18:8). E
Jeremias registra o Senhor como dizendo: “Eis que ponho na tua boca as Minhas palavras” (Jr 1:9).
As palavras que estes homens falaram e escreveram não eram de si mesmos; eram do Deus vivo. E
a Ezequiel disse Deus: “Filho do homem, vai, entra na casa de Israel e dize-lhe as Minhas palavras”
(Ez 3:4).
Expressões como “Ouvi a palavra do Senhor”; “Ouvi a voz do Senhor, dizendo”; “A palavra
do Senhor veio a mim”, etc., ocorrem mais de 1.300 vezes nos escritos proféticos do Antigo
Testamento. E os escritores do Novo Testamento fazem com frequência a mesma reivindicação. Diz
o apóstolo Paulo: “Recebi do Senhor o que também vos entreguei” (1Co 11:23). “Se alguém se
considera profeta ou espiritual, reconheça ser mandamento do Senhor o que vos escrevo” (1Co
14:37).
Tomamos a Bíblia na sua inteireza, crendo que ela não apenas contém a Palavra de Deus, mas é
a Palavra de Deus.
Cremos na autoridade, credibilidade e veracidade das Escrituras Sagradas. A mesma união do
divino com o humano que se manifesta em Cristo existe na Bíblia. Suas verdades são “inspiradas
por Deus” (2Tm 3:16); contudo, são redigidas em palavras de homens.
Os adventistas do sétimo dia sustentam a posição protestante de que a Bíblia e somente a Bíblia
é a única regra de fé e prática para os cristãos. Cremos que todas as crenças teológicas têm que ser
aferidas [verificadas/comprovadas] pela Palavra viva, julgada pela sua verdade, e o que quer que
não seja capaz de suportar essa prova, ou seja achado em desarmonia com sua mensagem, deve ser
rejeitado.

O verdadeiro cristianismo recebe a Palavra de Deus como o grande tesouro de verdade


inspirada, e como a prova de toda inspiração (O Grande Conflito, p. 193).
Temos de recebê-la [a Palavra de Deus] como a autoridade suprema (Testemunhos Para a
Igreja, v. 6, p. 402).
Há em nosso tempo um vasto afastamento das doutrinas e preceitos bíblicos, e há necessidade
de uma volta ao grande princípio protestante – a Bíblia, e a Bíblia só, como regra de fé e prática (O
Grande Conflito, p. 204, 205).

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