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Universidade Federal de Campina Grande – UFCG

DEC/CCT/UFCG – Pós-Graduação
Área de concentração: Recursos Hídricos

ESTÁGIO DOCÊNCIA

Disciplina: Hidrologia Aplicada

Águas Subterrâneas

Aluna de mestrado: Myrla de Souza Batista


Águas Subterrâneas
 Do ponto de vista hidrológico, a água encontrada na
zona saturada do solo, chamada de aqüífero, é dita
subterrânea.

 Segundo Linsley, chama-se aqüífero a formação


geológica que contém água e esta pode mover-se em
quantidades suficientes para permitir um
aproveitamento econômico.

 Aqüífero: Formação porosa (camada ou estrato) de


rocha, areia capaz de armazenar e transmitir água
através dos poros.
Águas Subterrâneas
 Os aqüíferos têm propriedades ligadas ao
armazenamento de água no solo tais como a
porosidade, a condutividade hidráulica, a umidade,
etc.

 Chama-se porosidade efetiva a quantidade de água


que pode drenar livremente de uma amostra
saturada dividida pelo volume da amostra.

 O solo possui duas zonas distintas: a zona não


saturada ou de aeração e a zona saturada
Origem das Águas Subterrâneas
Superfície do terreno
Água do Solo
Zona radicular
θ < θs; K = K(θ)

Zona de aeração
ou não saturada Água Gravitacional
Zona de transmissão
θ < θsaturado; K = K(θ)

L. livre, com P = Patm


θ = θsaturado; K = K
s
Zona saturada
L. confinado, com P > Patm
θ = θs; K = K
s
Camada Impermeável

θ = umidade volumétrica; θs = umidade na saturação ; Ks = condutividade na saturação


Lei de Darcy
Hipóteses:
• escoamento permanente (Q = constante)
• meio homogêneo e isotrópico saturado ( mesmo solo e mesmas
propriedades nas três direções – Kx = Ky = Kz = Ks = K)

K
Q ∆H

L Q
Lei de Darcy
 A Lei de Darcy rege o escoamento da água nos
solos saturados e é representada pela seguinte
equação:
dh
V = −K ⋅
dx
Onde:
V = velocidade da água através do meio poroso;
K = condutividade hidráulica saturada
dh = variação de Carga Piezométrica
dx = variação de comprimento na direção do fluxo
dh/dx = perda de carga

Perda de carga = decréscimo na carga hidráulica pela dissipação de


energia devida ao atrito no meio poroso.
O sinal negativo denota que a carga diminui a medida que x aumenta
Lei de Darcy
 Condutividade Hidráulica K ⇒ medida da habilidade
de um aqüífero conduzir água através do meio poroso; é
expressa em m/dia, m/s, mm/h [K = v/(dh/dx)].

 Condutividade Hidráulica é a não resistência ao fluxo,


por exemplo:

 Na Areia a velocidade do fluxo é maior, então K é


maior

 Na argila a velocidade do fluxo é menor, então o K é


menor.
Algumas Propriedades
Hidrogeologias
 Porosidade η ⇒ razão entre o volume de vazios e o
volume de solo:
Volume vazios
η=
Volume total
 Umidade θ ⇒ razão entre o volume de vazios e o
volume de água; para condições saturadas, todos os
vazios estão preenchidos com água e, portanto, a
umidade é dita saturada e se aproxima do valor da
porosidade:
Volume água
θ=
Volume total
Tipos de Aqüíferos
 Não-Confinado (Freáticos ou Livres):
Aqüífero encerrado apenas por uma formação
impermeável na parte de abaixo. A água num
aqüífero livre é também dita lençol freático..

 Confinado (Artesiano ou Cativo): Aqüífero


encerrado entre formações impermeáveis ou
quase impermeáveis. Ele está sob pressão
maior do que a pressão atmosférica. A água
num aqüífero confinado é também dita lençol
artesiano.
Tipos de Aqüíferos
Aqüífero livre
As cargas h1 e h2
são avaliadas l
através de
piezômetros
Δh
A= l .h
v = k . dh/dx h1 h Q
h2
Q = v. A
Q = (k.dh/dx).(l.h)
Q = k.l.h.dh/dx L
L h2
Integrando: Q ⋅ dx = − K ⋅ l ⋅ h ⋅ dh ⇒ Q ⋅ ∫ dx = − K ⋅ l ⋅ ∫ h ⋅ dh
0 h1

Q = k.l.(h12 - h22)/(L.2)
Algumas Definições Importantes
 Perda de Carga: Decréscimo na carga hidráulica
causada pela dissipação de energia (fricção no
meio poroso).

 Para o aqüífero freático:

 Nível Freático ou Nível de Água: Altura da água de


um aqüífero não-confinado, freático ou livre medida
num poço de observação.

 Superfície Freática: Superfície cujos pontos em


relação igual ao nível de água no aqüífero freático.
Exercício
1. Calcule a condutividade hidráulica e a
vazão no aqüífero livre. Dados: K= 1 x 10-3
m/s e l = 10m.

1 2
15m 18m

10m 7m
L= 780m
Imper.
Datum
Aqüífero confinado
As cargas h1 e h2
são avaliadas l
através de
manômetros Δh
Q = V. A
Q =[ K . dh/dx] . A h1 h2
Como: A = l . b , então:
b Q
Q = K . l . b dh/dx

Integrando: L

Q ⋅ dx = − K ⋅ l ⋅ b ⋅ dh
L h2
⇒ Q ⋅ ∫ dx = −K ⋅ l ⋅ b ⋅ ∫ dh
0 h1

Q = k.l.b.(h1 - h2)/L
Algumas Definições Importantes
 Perda de Carga: Decréscimo na carga hidráulica causada
pela dissipação de energia (fricção no meio poroso).

 Para o Aqüífero Confinado:

 Carga Piezométrica ou Altura Piezométrica: Altura da


água de um aqüífero confinado medida num piezômetro
em relação ao fundo do aqüífero (z + P/γ).

 Superfície Piezométrica: Superfície cujos pontos estão


em elevação igual à altura piezométrica.
Algumas Propriedades
Hidrogeologias
 Trasmissividade T ⇒ taxa volumétrica de fluxo
através de uma secção de espessura “b”.
T=K.b
Onde:T é a coeficiente de transmissividade (m2/s)
K é a condutividade hidráulica (m/dia; m/s);
b é a espessura do aqüífero confinado (m).

b
Exercício
2. Calcule a condutividade hidráulica e a vazão
no aqüífero confinado. Dados: K= 1 x 10-3
m/s e l = 10m.

1 2
10m 13m

5m
L= 780m
Imper.
Datum
Hidráulica de Poços
 Poço é uma obra de engenharia regida por norma
técnica destinada a captação de água do aqüífero;

 Quando iniciamos o bombeamento de um poço, ocorre


um rebaixamento do nível da água do aqüífero, criando
um gradiente hidráulico (uma diferença de pressão)
entre este local e suas vizinhanças.

 Este gradiente provoca o fluxo de água do aqüífero para


o poço, enquanto estiver sendo processado o
bombeamento.

 A condição de exploração permanente (Q=cte) dá-se


quando a vazão de exploração é igual a vazão do
aqüífero para o poço;

 Se o bombeamento parar, o nível d’água retorna ao


nível original (recuperação).
Hidráulica de Poços
 Ao nível em que se encontra a água dentro do poço
quando este está sendo bombeado chamamos de nível
dinâmico.
Hidráulica de Poços
 O rebaixamento do nível d’água possui a forma cônica,
cujo eixo é o próprio poço.

 A formação deste cone responde à necessidade de a


água fluir em direção ao poço para repor a que está
sendo extraída.

 A forma do cone de depressão dependerá dos seguintes


fatores:

1. Do volume de água que está sendo bombeado: um mesmo


poço apresentará cones de tamanhos diferentes em função
do volume de água que está sendo extraída.

2. Da permeabilidade do aqüífero: esta determinará a


velocidade com que a água se movimenta para o poço.
Hidráulica de Poços
 A vazão que deve ser retirada do poço deve ser menor
ou igual a vazão que chega ao poço, para que não
ocorra uma depreciação até a exaustão do aqüífero.

 A estimativa da vazão de exploração através do poço é


baseada na equação de Darcy considerando fluxo
permanente (Q=cte).

 A equação de Darcy descreve o comportamento


hidráulico dos poços, com base nas seguintes
suposições:

 o poço é bombeado à taxa constante (Q = cte)


 o fluxo d’água para o poço é radial e uniforme (A = h.2.π.r)
 o poço penetra por toda a espessura do aqüífero;
 o aqüífero é homogêneo em todas as direções;
Hidráulica de Poços
Q = vazão
rp = raio do poço de produção
Aqüífero Livre r1 = distância ao poço de observação p1
r2 = distância ao pço de observação p2
h1,2 = cargas hidráulicas nos poços 1 e 2
Q = cte
Solo
Linha Piezométrica
rp
h2 h
r h1
r1
r2
Impermeável
Hidráulica de Poços
Aqüífero Livre

 v = -K.dh/dr
 Q = v.A
 A = h.2.π.r

Logo: Q = (-K.dh/dr).(h.2.π.r)
[Q/(K.2 π)].dr/r = -h.dh

integrando entre h1 e h2 quando r=r1 e r=r2


respectivamente, obtém-se

Q = K. π.(h12 – h22)/[ln(r1/r2)]
Hidráulica de Poços
Q = vazão
rp = raio do poço de produção
r1 = distância ao poço de observação p1
Aqüífero Confinado
r2 = distância ao pço de observação p2
h1,2 = cargas hidráulicas nos poços 1 e 2
b = espessura da camada confinada
Q = cte
Solo
Linha Piezométrica
rp
h2 h1

r1
b r2
Impermeável
Hidráulica de Poços
Aqüífero Confinado

 v = -K.dh/dr
 Q = v.A
 A = b.2.π.r

Logo: Q = -K.dh/dr (b.2.π.r)


[Q./(K.2.b.π)]dr/r = -dh

integrando entre h1 e h2 quando r=r1 e r=r2


respectivamente, obtém-se

Q = K. b.2.π.(h1 – h2)/[ln(r1/r2)]
Exercício:

3. A vazão de produção de um poço em um aqüífero livre


pode ser avaliada pela equação Q = K.π.(h12- h22)/[ln (r1/
r2)]. Com base nos seguintes dados Q = 63 l/s. As cargas
de 3,6m e 60cm em poços de observação localizados a
120m e 12 m do eixo do poço produtor. Determinar a
permeabilidade K no meio poroso.

4. A vazão de produção de um poço em um aqüífero


confinado pode ser avaliada pela equação Q = K.b.2.π.
(h1- h2)/[ln (r1/r2)]. Calcule Q se as cargas são de 3,6m e
60cm em poços de observação localizados a 120m e 12
m do eixo do poço produtor e K do problema anterior. A
espessura confinada é de 5m.
Boa semana e

Bom estudo!

Obrigada pela atenção!

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