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RESUMO
Esta pesquisa teve como objetivo principal realizar o diagnóstico da gestão dos resíduos sólidos urbanos no
município de Pirambu, e desta forma contribuir com o gerenciamento adequado desses resíduos e propiciar
sustentabilidade ambiental para o desenvolvimento sócio-econômico da cidade. São considerados resíduos
sólidos urbanos todos os resíduos sólidos gerados num aglomerado urbano, excetuados os resíduos de
serviços de saúde, os resíduos industriais perigosos e os resíduos de portos e aeroportos. Para a realização
deste estudo foi realizada revisão da literatura de temas relacionados aos resíduos sólidos urbanos,
gerenciamento de resíduos, turismo e resíduos sólidos, impactos ambientais em lixões. Além disso, foram
realizadas visitas à cidade de Pirambu para análise e obtenção de informações “in loco”. Foi necessário o uso
do GPS - Global Positioning System (Sistema de Posicionamento Global) para georreferenciar a área do
lixão. Realizou-se a leitura técnica da realidade dos Resíduos Sólidos no município alvo da pesquisa a partir
de visitas técnicas e uma leitura participativa a partir de consulta ao gestor responsável pelos serviços através
de entrevista, a partir de um questionário aplicado ao gestor com perguntas técnicas, gerenciais, ambientais,
de manejo de RS e sobre aspectos sócio-econômicos e políticos. Nesse questionário, os elementos internos e
externos do sistema resíduos sólidos se fizeram presentes. Foi realizada a análise gravimétrica dos resíduos.
Para esta pesquisa, foi adotada a visão de RS como um sistema integrado, com elementos internos e externos
e a sinergia entre eles. Com as informações do questionário foram identificadas as características gerenciais e
a relação da produção dos resíduos sólidos urbanos com as atividades turísticas de Pirambu. O município
gera um total aproximado de 25m3/dia de resíduos sólidos oriundos de limpeza pública, serviços de saúde,
feiras, praças e entulhos da cidade. O lixo produzido em alguns povoados não é coletado. Não foi constatado
nenhum tratamento em conformidade com as normas legais para os resíduos sólidos e que todo o resíduo
sólido urbano é depositado em um lixão a céu aberto e parcialmente queimado o que compromete a saúde
pública da sociedade pirambuense.
PALAVRAS-CHAVE: gestão de resíduos sólidos, análise gravimétrica, resíduos sólidos urbanos de Pirambu
INTRODUÇÃO
Os resíduos sólidos são um dos grandes problemas da atualidade, provocando impactos sócio-econômicos e
ambientais. A solução para os problemas gerados por esses resíduos pode ser considerada um dos maiores
desafios enfrentados pelas autoridades públicas. Franco (1995) explica que essa problemática teve como ponto
de partida o crescimento das cidades e a mudança no ritmo e padrão de consumo, acarretando uma geração
cada vez maior e diversificada de resíduos, o que acaba por tornar mais caro e complexo o tratamento a ser
dado a este problema. Nessa perspectiva, segundo Bento et. al. (2008), é interessante analisar como a gestão
desses resíduos pode afetar a imagem e o desenvolvimento de uma localidade.
De maneira geral, os municípios sergipanos apresentam um gerenciamento inadequado dos resíduos sólidos,
comprometendo a sadia qualidade de vida da comunidade e do meio ambiente. Esses municípios apresentam
notáveis deficiências de saneamento ambiental, principalmente na área de resíduos sólidos urbanos (RSU).
São muitos os problemas a serem resolvidos em toda a cadeia que compõe o sistema dos RSU de Sergipe. As
soluções sustentáveis devem ser encontradas, principalmente na escala municipal. Dentre os diversos
problemas, a disposição final inadequada dos resíduos sólidos em lixões à céu aberto, além de produzir uma
paisagem degradada e com altos níveis de contaminação e de riscos ambientais, descumpre a legislação e não
apresenta sustentabilidade. Existem problemas também no âmbito das formas de tratamento de RSU e nos
programas de coleta seletiva.
O município de Pirambu está inserido nesse contexto da problemática ambiental oriunda da gestão indevida
dos RSU, agravada pela crescente demanda turística no município. Por essa razão, Pirambu foi escolhida para
o desenvolvimento do presente estudo.
A pesquisa teve como objetivo principal realizar o diagnóstico da gestão dos resíduos sólidos urbanos no
município de Pirambu para contribuir com o gerenciamento adequado desses resíduos, propiciando a
sustentabilidade ambiental para o desenvolvimento sócio-econômico da cidade. São considerados resíduos
sólidos urbanos todos os resíduos sólidos gerados num aglomerado urbano, excetuados os resíduos de serviços
de saúde, os resíduos industriais perigosos e os resíduos de portos e aeroportos.
A população total do município é de aproximadamente 9.000 habitantes, com uma densidade demográfica de
25 hab/km². As receitas municipais provêem basicamente da agricultura, pecuária e avicultura. Tem como
principais produtos agrícolas o côco, a mandioca, a manga e o milho. Os maiores rebanhos são os bovinos,
eqüinos, ovinos e na avicultura, destacam-se os galináceos. Desponta na economia local a atividade pesqueira
com a comercialização de camarões e pescados diversos. Na área mineral, são conhecidas ocorrências e
depósitos de sal-gema, sais de potássio, magnésio, turfa e petróleo. O município possui clima do tipo
megatérmico úmido e sub-úmido, temperatura média anual de 26ºC, precipitação pluviométrica média no ano
de 1.650 mm e período chuvoso de março a agosto. O relevo está representado pelas seguintes unidades
geomorfológicas: Planície Litorânea, contendo as planícies marinhas, a flúvio marinha e a fluvial do rio
Japaratuba; Tabuleiro Costeiro que abrange a Superfície Tabular Erosiva contendo escarpa de erosão e
Relevos Dissecados em Colinas e Interflúvios Tabulares. Os solos são Arenoquartzosos profundos,
Arenoquartzosos Marinhos, Hidromórficos, Podzol e Podzólico Vermelho Amarelo com vegetação Higrófila,
Campos Limpos, Campos Sujos, Capoeira, Caatinga e Cerrado (BOMFIM, 2002).
A cada ano Pirambu reforça a sua vocação para o turismo. Lagoas, dunas, manguezais, trilhas e cachoeiras
fazem parte dos atrativos turísticos do município. Além das belezas naturais, a grande quantidade de festas e
eventos ao longo do ano atrai milhares de pessoas de várias partes do país.
È destaque no roteiro turístico de Pirambu a Reserva Ecológica de Santa Isabel, que possui 2.776 ha e 45 km
de extensão de praias. Esta foi criada por decreto em 20/10/88 para proteger delicados ecossistemas costeiros
compostos de dunas fixas e móveis, manguezais e lagoas temporárias e permanentes. A Reserva, além da
importante ocorrência de tartarugas marinhas, é uma região de proteção de outras importantes classes de
animais e vegetais. É mantida pelo Projeto Tamar criado nos anos 80 pelo IBAMA e abriga um dos principais
centros de estudo das tartarugas marinhas.
São ainda importantes atrativos turísticos: a Trilha das Dunas, a Cachoeira do Roncador, a Lagoa do
Sangradouro, a Lagoa Redonda, a Pedra Pré-Histórica, o Mirante e o Passeio de barco ao Japaratuba e
Manguezais. Com relação ao calendário festivo da cidade tem-se: a Festa das Cabacinhas, a Semana da
Culturarte; os Grupos Folclóricos; o Carnaval (Pirambu recebe 60.000 pessoas neste período), a festa de N. S.
de Lourdes, a Quadrilha das Tartarugas e o Reveillon.
METODOLOGIA
Para o desenvolvimento do trabalho foi realizada uma profunda revisão da literatura dos seguintes temas:
resíduos sólidos urbanos, gerenciamento de resíduos, turismo e resíduos sólidos, impactos ambientais em
lixões. Além disso, foram realizadas visitas à cidade de Pirambu para análise e obtenção das informações “in
loco”.
Trabalhar com resíduos sólidos na escala municipal em Sergipe não é uma tarefa fácil, pois são poucas as
informações sistematizadas sobre o sistema. Este problema da falta de dados e de informações confiáveis
demandou alternativas metodológicas que incluíram uma leitura técnica da realidade dos RS no município
alvo da pesquisa a partir de visitas técnicas e uma leitura participativa a partir de consulta ao gestor
responsável pelos serviços ligados aos resíduos sólidos do município (entrevista). Foram realizadas três
visitas técnicas ao município de Pirambu. Na primeira visita foi realizada a aplicação do questionário e sua
respectiva entrevista com o gestor municipal responsável pelos RSU, e as duas seguintes corresponderam às
visitas a alguns pontos turísticos e de realizações de eventos e ao local de disposição final dos RS, o lixão.
Na visita técnica ao lixão, além de registros fotográficos, foi realizado um geo-refereciamento, por meio de
GPS, do espaço físico ocupado para disposição final dos RS da sede municipal e também foi realizada a
análise gravimétrica dos resíduos.
O levantamento dos dados para localização e determinação da área do lixão da cidade de Pirambu/SE foi
realizado em visita ao município (especificamente à área do lixão) e com o uso do GPS - Global Positioning
System (Sistema de Posicionamento Global), um sistema que serve também para se localizar sobre a Terra. O
GPS foi concebido pelo Departamento de Defesa dos EUA, no início da década de l960, sob o nome de
'projeto NAVSTAR’. Também foram usados dados já geo-referenciados dos recursos hídricos e das estradas
do município disponíveis em sites na internet.
O levantamento dos dados com o uso do GPS se deu da seguinte forma: registro do primeiro ponto em um
determinado local do lixão para o início dos registros das demais coordenadas e da trilha percorrida. A cada
deflexão do terreno composto por lixo, as coordenadas eram registradas até a chegada ao ponto de partida.
Os dados levantados com o auxílio do GPS foram colocados no ArcGIS - um grupo de programas
informáticos que constitui um Sistema de informação geográfica. Com este sistema, foi confeccionado o
mapa da localização do lixão. O sistema foi operado no laboratório de geoprocessamento do IFS pelo
professor Cícero Marques. Foi Obtida também a área do lixão do município.
Para a realização do presente diagnóstico foi adotada a visão de RS como um sistema integrado, com
elementos internos e externos e a sinergia entre eles. No primeiro caso, quatro categorias analíticas foram
selecionadas (População, Meio Físico, Atividades Econômicas e Políticas Públicas), na medida em que
influenciam todas as cadeias do RS, desde a geração até a disposição final. Quanto ao sistema interno, foco
central da presente pesquisa, houve uma preocupação com seis componentes básicos, a saber: Geração de
resíduos, coleta, transporte, limpeza urbana (varrição de vias públicas, capina e poda), tratamento e
disposição final. Aspectos associados aos custos operacionais e recursos humanos, às políticas públicas de
resíduos sólidos urbanos e informações sobre catadores que trabalham no município também foram
levantadas.
Para a entrevista, um questionário padrão foi aplicado ao gestor (os serviços relacionados aos RS é
responsabilidade da Secretaria Municipal de Obras, com o auxílio da Secretaria de Meio Ambiente) com
perguntas técnicas, gerenciais, ambientais, de manejo de RS e sobre aspectos sócio-econômicos e políticos.
Nesse questionário, os elementos internos e externos do sistema resíduos sólidos se fizeram presentes. No
caso do sistema externo, foram utilizados indicadores sanitários a partir das categorias população, meio físico
e atividades socioeconômicas que de uma maneira ou outra acabam influenciando os RS. No sistema interno,
foram trabalhados parâmetros associados ao conjunto de atividades de coleta, transporte, tratamento e destino
final do lixo doméstico e da varrição de logradouros e de vias, conforme a Lei de Saneamento 11.445 de
2007.
A análise ou composição gravimétrica é a transformação das pesagens parciais do resíduo sólido (RS) que
triado em porcentagens, define sua composição. O trabalho de análise gravimétrica dos resíduos sólidos
domiciliares do município de Pirambu foi obtido pela determinação da composição percentual em peso de
cada tipo de material encontrado no RS segundo o método de quarteamento adaptado e descrito por Agra
(2008).
Seguindo o método, os RS foram coletados pelos veículos da prefeitura municipal de Pirambu, que efetua a
coleta do lixo rotineiramente, obedecendo aos horários e locais pré-determinados. As amostras coletadas
foram colocadas em local previamente preparado, com infra-estrutura e equipamentos necessários à análise
(figura 2).
Figuras 2: Local previamente preparado com lona para descarga e homogeneização do lixo.
Fonte: Trabalho de campo, 2009.
A área para descarga, pesagem, homogeneização, separação e amostragem dos resíduos sólidos urbanos
(RSU), foi preparada seguindo as recomendações estabelecidas pela metodologia adotada, que e a seguinte:
equipamentos (barracas, balança, lona, tambores, galões, gadanhos/pás), EPI’s (equipamentos de proteção
individual) e baldes; equipe técnica (triagem: 2 funcionários do setor de limpeza da Prefeitura de Pirambu
(garis), amostragem e controle gravimétrico: 1 tecnóloga ambiental, 1 professora/química industrial, 1
professora/engenheira civil, 3 estagiários/alunos do curso de Tecnologia em Saneamento Ambiental).
A amostra foi determinada a partir de todo o resíduo coletado no dia estabelecido no cronograma
(24.11.2009). O caminhão coletor chegou ao local de amostragem e seguiu para o local de descarga. Antes de
coletar as amostras, a equipe de triagem usando os devidos EPI’s (luvas e botas) rasgou os sacos de lixo e em
seguida o lixo foi todo revolvido com uma pá, até que se constituísse em uma massa homogênea. Sob a
orientação dos outros membros da equipe de técnica, o lixo foi transferido para três tambores com taras
conhecidas (200 litros de capacidade cada um), os quais foram pesados na balança de precisão previamente
aferida. O peso de lixo nos três tambores foi de 200 Kg. Os tambores foram esvaziados sobre a lona estendida
no pavimento, onde ocorreu nova homogeneização, em seguida houve a separação do lixo em quatro montes
(quarteamento). Na seqüência foram selecionados dois dos montes para extração da amostra com peso de 100
kg para determinação gravimétrica do lixo, como mostra a Figura 3.
Na amostra foi executada a triagem dos RSD’s, separando, em diferentes recipientes, os seguintes materiais:
Papel e papelão, Plásticos (rígidos e moles), Metais,Vidro, Tecido, Matéria orgânica e outros (madeira,
isopor, pilhas e baterias, fraldas descartáveis, etc.)
Cada material foi pesado separadamente para obtenção da sua fração gravimétrica percentual na composição
do lixo amostrado (figura 4).
Figura 4: Pesagem de material plástico e metais para obtenção da sua fração gravimétrica.
Fonte: Trabalho de campo.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com as informações do questionário foram identificadas as características gerenciais e a relação da produção
dos resíduos sólidos urbanos com as atividades turísticas de Pirambu. Foi constatado, portanto, que o
município de Pirambu/SE gasta aproximadamente 5% do seu orçamento mensal com a coleta do lixo
domiciliar, transporte, limpeza pública, varrição, capina e pintura de meio-fio. A execução de tais serviços é
desempenhada por vinte funcionários, públicos e terceirizados. Observou-se ainda que os profissionais
responsáveis pela gestão dos resíduos sólidos urbanos não têm especialização na área ambiental.
O município gera um total aproximado de 25m3/dia. São coletados o lixo domiciliar, o lixo proveniente de
limpeza pública, o lixo de serviços de saúde, o lixo de feiras, praças e entulhos da cidade de Pirambu. O lixo
produzido em alguns povoados não é coletado.
Tabela 1: Sistematização dos dados do questionário relacionados com a Geração, Coleta e Transporte.
Quantidade Coletada por dia em T/dia 2,3 Legenda:
Tipos De Veículos
Tipo de Coleta Todas Tipo de Coleta: AN- Tração animal
Tipo de Coletores 50 CM D - Lixo domiciliar AG – Agrícola
Tipo de Veículos AN, AG e C LP - limpeza Pública C - Caçamba simples
Coleta e Transporte SP e FC FP - Feiras e Praças CB - Caminhão Baú
Freqüência da coleta DIÁRIA SS - Serviço de Saúde CP – Compactadores
Cobrança do Serviço de RS NÃO C - Comercial CG - Caminhão com Grade
% de domicílios com Coleta de RS 100 Tipos De Coletores Trabalhadores
CP - Coletores pequenos SP - Servidores Públicos
CM - Coletores Médios FC - Funcionários
Contratados
FT - Funcionários
terceirizados
Fonte: trabalho de campo, 2009.
São usados vários veículos para a coleta, como caçambas simples (ver figura 5) e basculante, trator agrícola
com reboque e tração animal. A coleta é feita diariamente, com exceção dos resíduos da feira-livre, esta é
feita logo após o término das vendas. Procedimento similar ocorre com os entulhos gerados pela população
bem como a retirada de animais mortos em vias públicas. A varrição é executada diariamente em todo o
espaço urbano da cidade, já a capina é feita uma vez por mês com o auxílio de roçadeiras e pequenos tratores
agrícolas. O serviço de pintura de meio-fio, poda de árvores e limpeza de bueiros é realizado quando
solicitado, em média uma vez a cada seis meses. A prefeitura preocupada em manter a sede da cidade sempre
limpa, disponibilizou tonéis de coleta de lixo em várias partes da cidade. Visando manter e aumentar o fluxo
turístico no município, os gestores efetuam a limpeza das orlas marítimas e fluviais duas vezes por semana.
Não foi constatado nenhum tratamento de acordo com as normas legais para os resíduos sólidos, sendo estes
queimados no próprio lixão e dispostos em uma área a céu aberto (ver Figura 6) e sem a realização do
recobrimento com máquinas apropriadas. A área do lixão fica aproximadamente a 5 km de distância do
povoado Aguilhadas e a 10 km da sede do município, as vias de acesso, a partir do povoado, não têm
pavimentação, mas são de boa acessibilidade.
Os RS são dispostos nesse terreno a cerca de 14 anos, em todo o seu entorno há presença de vegetação
arbórea, arbustiva e herbácea, componentes da mata atlântica, além da presença de corpos hídricos e cultivos
agrícolas em suas proximidades. Todo o perímetro da área é cercado, mesmo assim foi observada a presença
de catadores no lixão. Os catadores não são cadastrados pela prefeitura, eles fazem à separação de materiais e
vendem para atravessadores da própria cidade e de Aracaju.
Quanto aos resíduos dos serviços de saúde, estes são coletados em um veículo exclusivo e incinerados no
próprio lixão, pois existe um incinerador rudimentar na área (ver Figura 7). Após a queima os resíduos de
saúde são enterrados.
A maior parte dos RCC e da limpeza de quintais tem a mesma destinação dos demais resíduos, mas uma
pequena porção é utilizada para recobrir buracos em estradas não asfaltadas ou como aterro de áreas que
necessitem dessa intervenção.
O terreno onde está localizado o lixão é desprovido de infra-estrutura básica. Apesar de existir uma cerca que
delimita o perímetro da área, não há um controle efetivo do acesso ao lixão; o sistema de drenagem de águas
superficiais tampouco foi constatado na área de disposição final de RS local; algo preocupante e ao mesmo
tempo revelador da problemática dos RS em Pirambu e é o fato de não se verificar o recobrimento regular
dos RS; outro fato grave é a proximidade do lixão de nascentes e de áreas de cultivo agrícolas.
O resultado da composição gravimétrica está apresentado na tabela e figura abaixo apresentadas. Como é
comum aos municípios brasileiros, mais de 50% da quantidade de resíduos sólidos é de matéria orgânica. O
que chama atenção é a grande proporção de tecido (9,10%) que é explicado pela presença de uma
cooperativa que produz camisas para o projeto Tamar.
Tendo em vista que o gerenciamento inadequado e ineficiente dos resíduos sólidos também inibe o
desenvolvimento da atividade turística, a prefeitura incentiva à implantação de campanhas educativas com a
população para o acondicionamento adequado do lixo nos vasos coletores durante as festas no município.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Gerenciar os resíduos sólidos urbanos de maneira adequada é imprescindível para evitar ou minimizar os
problemas causados à saúde da população e ao meio ambiente, como também manter aspectos estéticos e de
bem estar social para a população, contribuindo para um desenvolvimento sustentável. Pirambu, apesar de
possuir uma população relativamente pequena, apresenta um grande fluxo de pessoas ao longo do ano graças
as suas belezas naturais e eventos festivos, fator que aumenta consideravelmente a produção de resíduos e a
demanda por serviços de saneamento básico.
Foi evidenciado no município que todo o resíduo sólido urbano é depositado em um lixão a céu aberto e
parcialmente queimado propiciando contaminação do solo, dos lençóis freáticos, do ar, proliferação de
vetores que comprometem a saúde da sociedade pirambuense.
Uma sugestão para posterior análise é o estudo de viabilidade de implantação de um aterro sanitário
conforme os parâmetros legais, ou seja, sendo impermeabilizado para que não ocorra a contaminação do
terreno e que possua um sistema de drenagem do chorume e canalização dos gases gerados, pois foi
constatado que próximo ao lixão de Pirambu existem áreas de cultivos agrícolas.
É importante que a prefeitura elabore e implante um plano para a coleta seletiva de lixo reciclável (lata,
vidro, plástico, metais e papel) e realize também uma triagem no lixo para separação do orgânico
REDISA – Red de Ingeniería de Saneamiento Ambiental 9
ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental
3º Simpósio Ibero americano de Ingeniería de Resíduos
2º Seminário da Região Nordeste sobre Resíduos Sólidos
(compostagem). A realização da coleta seletiva e da triagem do lixo orgânico poderá reduzir o volume de lixo
a ser destinado na área de recepção, gerar empregos e auxiliar na preservação e conservação do meio
ambiente.
Atualmente não existe nenhuma ação por parte do poder público local, de redução do volume gerado pelos
resíduos recicláveis. A segregação dos materiais no lixão é realizada de maneira autônoma, para sua
subsistência, não sendo cadastrados pela prefeitura. É recomendável que a prefeitura cadastre-os após a
criação da coleta seletiva e triagem do lixo orgânico, tendo em vista a criação de uma cooperativa de
catadores de lixo, para que se administre em parceria com a própria Prefeitura a operação, comercialização
do lixo reciclável e a compostagem dos resíduos sólidos urbanos.
Todas essas considerações visam contribuir para que as políticas públicas adotadas no município de Pirambu
possam, através da gestão adequada dos RS, alcançar resultados no sentido de melhoria nas condições da
qualidade de vida da população e conservação do meio ambiente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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_Proposta_confirmacao_norma_bras.pdf > Acesso em: 20 de junho de 2010.
2. BENTO, L.C. M; FARIA S.M; CAMPOS, T.P.P. O gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos do
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Acesso em junho de 2010.
8. SERGIPE. Lei nº. 5.857, 22 Março. 2006. Dispõe sobre a Política Estadual de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos, e dá providências correlatas.
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do desenvolvimento sustentável. IFS: realtório final do PIBIC, 2009.