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RHEINMETALL AUTOMOTIVE
FORNECEDOR DE RENOME DA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA INTERNACIONAL
Redação: Responsabilidade
Motorservice, Technical Market Support Todos os dados que se encontram nesta brochura são o resultado de um trabalho de pesquisa e organização
minucioso. No entanto, existe a possibilidade de surgirem erros, nomeadamente erros de tradução e informações
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escrito e deverá conter uma indicação exata da fonte. necessários, das competências essenciais para a realização de trabalhos de reparação ou de experiência da
parte dos reparadores de motores ou dos mecânicos. Não é possível prever até que ponto é que os procedimentos
Reservadas alterações e divergências de imagens. técnicos e as instruções de reparação aqui descritos serão aplicáveis a futuras gerações de motores, sendo
É excluída qualquer responsabilidade. portanto necessário que o reparador de motores ou a oficina analisem cada caso em específico.
Edição:
© MS Motorservice International GmbH
ÍNDICE 3 | 3
ÍNDICE PÁGINA
1 INFORMAÇÃO BÁSICA SOBRE ANÉIS DE SEGMENTO 5
1.1 Exigências relativas aos anéis de segmento 5
2 MONTAGEM E SERVIÇO 39
2.1 Avaliação dos componentes usados 39
Os anéis de segmento existem desde que há motores de A presente brochura aborda a temática dos anéis de segmento
combustão. Apesar disso, muitos técnicos e usuários ainda na ótica do usuário. Em vez de discutir demasiado as condi
hoje desconhecem ou só conhecem parcialmente os anéis de ções construtivas, focamos os aspetos práticos. Se, ainda
segmento. Nenhum outro componente é considerado de um assim, forem tratados temas relacionados com a construção
modo tão crítico no que se refere à perda de potência e ao e o desenvolvimento, o objetivo será uma maior comple
consumo de óleo. Com nenhum outro componente no motor há mentaridade ou uma melhor compreensão.
um contraste tão grande entre as expectativas e o capital
investido, quando da substituição dos anéis de segmento. A brochura trata principalmente dos anéis de segmento para
automóveis de passageiros e veículos utilitários. Também se
É muito frequente a confiança nos anéis de segmento ser incluem os motores que foram inicialmente concebidos para
abalada pelas expectativas elevadas que se tem a seu respeito. aplicações automotivas, mas que são p. ex. utilizados em
Assim, as inverdades, as meias verdades, as ideias erradas navios, locomotivas, máquinas de construção e motores
e os erros de apreciação persistem frequente e irrazoavelmente estacionários. Além da parte técnica com informação básica,
junto de oficinas e consumidores finais. O maior prejuízo para a parte prática "Montagem e serviço" faculta informações
os anéis de segmento são, porém, as reparações baratas (p. ex. exaustivas sobre a montagem e a substituição dos anéis de
a reutilização de parceiros de deslize desgastados) e a segmento, bem como sobre temas úteis e familiares, como
montagem não qualificada. a lubrificação, o consumo de óleo e a rodagem de motores.
Funções Características
• Prevenção (vedação) da passagem dos gases da câmara de • Baixa resistência de atrito para que não haja uma perda
combustão para o bloco do motor para que não haja perda excessiva do desempenho do motor
da pressão do gás e do respetivo desempenho do motor • Boa capacidade de resistência e resistência ao desgaste ao
• Vedação, ou. seja, prevenção da passagem do óleo nível da fadiga termomecânica, dos ataques químicos e da
lubrificante do cárter da árvore de manivelas para a câmara corrosão a quente
de combustão • O anel de segmento não pode causar um desgaste
• Salvaguarda de uma espessura da película de lubrificante, excessivo no cilindro – caso contrário a durabilidade do
definida com precisão, na parede do cilindro motor diminui drasticamente
• Distribuição do óleo lubrificante na parede do cilindro • Elevada durabilidade, segurança operacional e eficácia de
• Estabilização do movimento do pistão (basculamento do custo ao longo de todo o tempo de funcionamento
pistão) – sobretudo em motores frios e com uma folga de
funcionamento ainda grande dos pistões no cilindro
• Transferência de calor (dissipação de calor) do pistão para
o cilindro
1.2 AS PRINCIPAIS FUNÇÕES DOS ANÉIS
DE SEGMENTO
1.2.1 VEDAÇÃO DOS GASES DE COMBUSTÃO
Dissipação do calor
1.3 TIPOS DE ANÉIS DE SEGMENTO
1.3.1 ANÉIS DE COMPRESSÃO
ANÉIS RETANGULARES
Anel retangular Anel retangular com chanfro interior Anel retangular com ângulo interno
Segmento cônico Segmento cônico com chanfro interno Segmento cônico com ângulo interior
embaixo embaixo
SEGMENTOS TRAPEZOIDAIS
Nos segmentos trapezoidais bilaterais, os dois flancos do anel Nos segmentos trapezoidais unilaterais, o flanco do anel
não são paralelos, mas trapezoidais entre si. Regra geral, inferior não forma qualquer ângulo e fica perpendicular à
o ângulo é de 6 °, 15 ° ou 20 °. superfície de deslizamento do anel do pistão.
Os segmentos trapezoidais ou segmentos trapezoidais Daí resultariam derretimentos do cabeçote do pistão e danos
unilaterais são usados para evitar a carbonização das ranhuras graves no pistão. Devido às temperaturas mais elevadas e à
do anel e, assim, prevenir que os anéis fiquem presos nas formação de fuligem, o segmento trapezoidal é usado de
ranhuras do anel. Especialmente quando ocorrem temperaturas preferência nos motores diesel na ranhura do anel mais alta e,
muito altas dentro da ranhura do anel, existe o perigo de o óleo por vezes, também na segunda ranhura do anel.
do motor, existente na ranhura do anel, ficar carbonizado
devido à influência térmica. Nos motores diesel há não só
coque de petróleo possível, como também formação de ATENÇÃO
fuligem. Esta também propicia os depósitos na ranhura do Os segmentos trapezoidais (unilaterais e duplos) não podem
anel. Se os anéis de segmento ficassem presos na ranhura em ser usados em ranhuras retangulares normais. Caso sejam
virtude dos depósitos, os gases de combustão quentes utilizados segmentos trapezoidais, as ranhuras do anel
passariam de forma desimpedida entre o pistão e a parede a serem equipadas no pistão devem apresentar sempre
do cilindro, sobreaquecendo o pistão. a forma correspondente.
Função de limpeza: As carbonizações são desfeitas por atrito mecanicamente devido à forma dos segmentos trapezoidais e ao seu
movimento na ranhura do anel que se deve ao basculamento do pistão (ver capítulo 1.6.11 Movimentos dos anéis de segmento).
1.3.2 ANÉIS DE SEGMENTO RASPADOR DE ÓLEO
FUNÇÃO
MODELOS
Os anéis de segmento raspador de óleo de duas peças são Para aumentar a durabilidade, os diâmetros exteriores das
compostos por um corpo de anel e uma mola espiral que fica molas são lixados, enrolados de forma mais estreita na junta
atrás. O corpo de anel possui um corte transversal claramente do anel ou então revestidos com um tubo de teflon. Estas
inferior, comparativamente ao anel inteiriço de segmento medidas permitem reduzir o desgaste por atrito entre o corpo
raspador de óleo. Por conseguinte, o corpo de anel é relativa de anel e a mola espiral. Os corpos dos anéis de duas peças
mente flexível e possui uma fluidez excelente. A base da mola são compostos por ferro fundido cinza ou aço.
tubular no interior do corpo de anel tem forma semicircular ou
em V.
NOTA
Uma mola de compressão helicoidal em aço de mola resistente A abertura – a distância entre as extremidades de junção do
ao calor gera a tensão efetiva. Esta fica atrás do anel e pres corpo de anel em estado desmontado sem a mola expansora
siona-o contra a parede do cilindro. Durante o funcionamento, que fica instalada atrás – é irrelevante no caso de anéis de
as molas ficam bem assentes no lado posterior do corpo de segmento raspador de óleo de várias peças. A abertura pode
anel, formando uma unidade juntos. Apesar de a mola não tender para zero especialmente no caso de anéis de aço. Não
rodar em relação ao anel, a unidade inteira do anel gira se trata de um defeito ou motivo de reclamação.
livremente na canaleta do anel de pistão – tal como os outros
anéis. Nos anéis de segmento raspador de óleo de duas peças,
a distribuição de pressão radial é sempre simétrica, porque
a pressão de contato é uniforme em toda a circunferência da
mola espiral (ver a esse respeito também o capítulo 1.6.2
Distribuição de pressão radial).
1. INFORMAÇÃO BÁSICA SOBRE ANÉIS DE SEGMENTO 14 | 15
1
As exigências complexas, relativas aos anéis de segmento, não
podem ser apenas cumpridas por um anel de segmento. Tal só
é possível através de uma combinação de diversos tipos de
anel de pistão. Consequentemente, a combinação de um anel 2
de compressão, um anel combinado de compressão e raspador
e um anel de segmento raspador de óleo puro provou seu valor 3
na moderna construção de motores de veículos. Hoje em dia,
os pistões com mais de três anéis são relativamente raros.
01 Anel de compressão
02 Anel de compressão e raspador
03 Anel de segmento raspador de óleo
Não existe o melhor anel de segmento, nem a melhor monta Por princípio, a harmonização definitiva dos anéis de segmento
gem de anéis de pistão. Cada anel de segmento é um "especia para um novo motor a ser construído é determinada mediante
lista" em seu campo. Qualquer versão de anel e conjugação de marchas de teste abrangentes tanto no banco de prova, como
anéis acaba por ser um compromisso entre exigências total- sob condições operacionais normais.
mente diversas e, em parte, contraditórias. Basta alterar um só
anel de segmento para desequilibrar toda a harmonização do
jogo de anéis.
A seguinte tabela não pretende ser exaustiva, mas mostra vantajoso – positivo
como as diferentes características dos anéis influenciam as
médio – neutro
diversas funções dos mesmos.
desvantajoso – negativo
01 01 Abertura
02 Extremidades de junção
03 Parte de trás do anel
(do lado oposto das extremidades de junção)
04 Superfície de deslizamento do anel do pistão
02
05 Superfície do flanco do anel
06 Superfície interna do anel
07
09
15
10
14 11
13
12
08
1. INFORMAÇÃO BÁSICA SOBRE ANÉIS DE SEGMENTO 18 | 19
* A tribologia (do grego: ciência que se dedica ao estudo dos fenômenos de atrito) abrange
a área de pesquisa e a tecnologia das superfícies em ação recíproca e movimento
relativo. Ela aborda a descrição científica do atrito, do desgaste e da lubrificação.
1. INFORMAÇÃO BÁSICA SOBRE ANÉIS DE SEGMENTO 20 | 21
REVESTIMENTOS DE MOLIBDÊNIO
REVESTIMENTOS GALVÂNICOS
REVESTIMENTOS DE CROMO
Características
• Elevada durabilidade (resistentes ao desgaste)
• Superfície dura e insensível
• Desgaste do cilindro reduzido (aprox. 50 % comparativa
mente a anéis de segmento não revestidos)
• Boa resistência a marcas de queimado
• Características do modo de emergência inferiores às dos
revestimentos de molibdênio
• A boa resistência ao desgaste garante: um período de
rodagem mais longo do que nos anéis de segmento, anéis Revestimento de cromo
de controle de óleo com lamelas de aço ou anéis de
segmento raspador de óleo U-Flex não reforçados
REVESTIMENTOS CK (CROMO E CERÂMICA) E REVESTIMENTOS DC (DIAMOND COATED)
Características
• Perdas mínimas de atrito graças à superfície extremamente
lisa
• Máxima resistência ao desgaste e elevada durabilidade em
virtude dos materiais rígidos incluídos
• Boa resistência às marcas de queimado
• Desgaste próprio reduzido da camada do anel de segmento
com desgaste do cilindro uniformemente baixo
Características
• A superfície extremamente lisa minimiza as perdas de
atrito.
• A estrutura da camada muito fina, densa e dura gera uma
enorme resistência ao desgaste.
• Mercê da resistência ao desgaste, o contorno do anel
é conservado por um longo tempo de funcionamento.
Assim, a tensão do anel pode ser reduzida ainda mais por Revestimento com separação
exemplo no caso de um anel de segmento raspador de óleo física das fases gasosas (PVD)
revestido com separação física das fases gasosas (PVD),
o que oferece vantagens claras em termos de potência de
atrito.
1. INFORMAÇÃO BÁSICA SOBRE ANÉIS DE SEGMENTO 22 | 23
Sem tensão, os anéis de segmento têm um diâmetro maior do Para assegurar medições exatas, a configuração de medição
que em estado montado. Isso é preciso para causar, no é sujeita a vibração para que a mola expansora possa assumir
cilindro, a pressão de contato necessária de todos os lados em sua forma natural atrás do corpo de anel. No caso dos
estado montado. seg-mentos de lâminas de aço de três peças é também neces-
sária uma fixação axial do conjunto de anel em virtude da
A medição da pressão de contato no cilindro é difícil na prática. construção, porque caso contrário as lamelas em aço se
Consequentemente, a carga diametral que pressiona o anel desviariam lateralmente, impossibilitando a medição.
contra a parede do cilindro, é apurada a partir da força A Fig. 1 exibe a representação esquemática da medição da
tangencial com a ajuda de uma fórmula. A força tangencial força tangencial.
é a força necessária para juntar as extremidades de junção até
alcançar a folga entre extremidades (Fig. 1). A força tangencial
é medida com um tira de aço flexível que fica disposta à volta NOTA
do anel. A tira é então puxada até ser alcançada a folga entre A tensão tangencial dos anéis de segmento diminui devido ao
extremidades prescrita do anel de segmento. A força tangencial desgaste radial resultante do atrito misto ou do tempo de
pode ser então lida no dinamômetro. Por princípio, a medição funcionamento prolongado. Só faz sentido a medição da
dos anéis de segmento raspador de óleo é efetuada com tensão em anéis novos com corte transversal ainda completo.
a mola expansora inserida.
A pressão radial depende do módulo de elasticidade do No caso dos motores de quatro tempos, a distribuição de
material, da abertura em estado não tensionado e, por último pressão radial simétrica deixou de se aplicar aos anéis de
mas não menos importante, do corte transversal do anel. Há compressão. Em vez disso é usada uma distribuição em forma
dois tipos de distinção principais na distribuição de pressão de pera (positiva e oval) para prevenir a tendência para
radial. A mais simples é a distribuição de pressão radial oscilações das extremidades de junção do anel com veloci
simétrica (Fig. 2). Esta se aplica sobretudo aos anéis de dades de rotação mais altas (Fig. 3). A vibração do anel começa
segmento raspador de óleo de várias peças que são compostos sempre nas extremidades de junção e se propaga em toda
por um porta-anéis flexível ou lamelas em aço com tensão a circunferência do anel a partir das mesmas. O aumento da
residual relativamente baixa. A mola expansora, que fica atrás, força de pressão nas extremidades de junção previne isso
pressiona o porta-anéis ou as lamelas em aço contra a parede mesmo, uma vez que os anéis de segmento nessa área são
do cilindro. Graças à mola expansora, que se apoia contra pressionados contra a parede do cilindro com maior
o lado posterior do porta-anéis ou as lamelas em aço em intensidade, diminuindo ou evitando eficazmente a vibração
estado comprimido (situação de montagem), a pressão radial do anel.
tem um efeito simétrico.
Fig. 2: Fig. 3:
Distribuição de pressão Distribuição de pressão
radial simétrica radial positiva e oval
1.6.3 AUMENTO DA PRESSÃO DE CONTATO MEDIANTE A PRESSÃO DE COMBUSTÃO
Muito mais importante do que a tensão residual dos anéis de Com uma quantidade maior de anéis de compressão, deixa de
segmento é o aumento da pressão de contato mediante haver um aumento da pressão de contato mediante a pressão
a pressão de combustão que atua sobre os anéis de do gás da combustão a partir do segundo anel de compressão.
compressão durante o funcionamento do motor.
Os anéis de segmento raspador de óleo puros funcionam
Até 90 % da força de pressão total do primeiro anel de apenas à base de sua tensão residual. Neste caso, a pressão
compressão são gerados pela pressão de combustão durante do gás não pode aumentar a força de pressão em virtude da
o ciclo de trabalho. Tal como ilustra a Fig. 1, a pressão forma especial dos anéis. Além disso, a distribuição de forças
é aplicada atrás dos anéis de compressão, comprimindo-os no anel de segmento depende da forma da superfície de
ainda mais contra a parede do cilindro. O aumento da força de deslizamento do anel do pistão. No caso de segmentos cônicos
pressão atua principalmente sobre o primeiro anel de e anéis de compressão lixados de forma convexa, a pressão do
compressão, mantendo sua ação também sobre o segundo gás também chega à fenda de vedação entre a superfície de
anel de compressão de forma atenuada. deslizamento do anel do pistão e a parede do cilindro, atuando
contra a pressão do gás que é aplicada atrás do anel de
A pressão do gás para o segundo anel de segmento pode ser segmento (ver capítulo 1.3.1 Anéis de compressão).
controlada, variando a folga entre extremidades do primeiro
anel de compressão. Quando a folga de junta é um pouco A força de pressão axial, que atua sobre o anel de compressão
maior, uma maior pressão de combustão chega p. ex. ao lado no flanco inferior da canaleta, resulta apenas da pressão do
posterior do segundo anel de compressão, aumentando gás. A tensão residual dos anéis não atua no sentido axial.
também aqui a força de pressão.
NOTA
Em marcha lenta, o enchimento menos eficaz do cilindro reduz
o aumento da força de pressão dos anéis. Isso é especialmente
perceptível nos motores diesel. Os motores em marcha lenta
prolongada apresentam um maior consumo de óleo, uma vez
que o efeito de raspagem é menor devido à falta de apoio da
pressão do gás. Ao acelerar, os motores evacuam
frequentemente nuvens de óleo azuis do escape após um
período de marcha lenta prolongado, porque o óleo pôde
acumular-se no cilindro e na seção de escape, sendo apenas
queimado ao acelerar.
Uma vez que a força restante atua sobre uma área mais
pequena, a pressão de contato específica na parede do cilindro
(força × área) é tão grande com metade da área e metade da
tensão como com a área e a tensão duplas.
1.6 FUNÇÃO E CARACTERÍSTICAS
1.6.5 FOLGA ENTRE EXTREMIDADES
Exemplo de cálculo
Diâmetro do cilindro d = 100 mm
Temperatura ambiente t1 = 20 °C = 293 K
Temperatura de serviço t2 = 200 °C = 473 K
Coeficiente de expansão linear do ferro α = 0,000010 K -1
fundido
As figuras permitem imaginar muito facilmente que a vedação Fig. 1: Vedação através do flanco da ranhura
do lado posterior do anel deixa de estar assegurada devido ao
desgaste (sujeira e tempo de funcionamento prolongado) e que
há uma transferência de gás e óleo cada vez maior pela
ranhura. Por conseguinte, não faz sentido equipar as ranhuras
desgastadas do anel com novos anéis. As irregularidades no
flanco da canaleta não vedam em relação ao anel e a ranhura,
cuja altura é maior, aumenta o espaço de movimentação do
anel. Uma vez que o anel não se move corretamente na ranhura
devido à folga na altura excessiva, será muito mais fácil o anel
se levantar do flanco da canaleta e haver bombeamento do
óleo (Fig. 2 e 3), vibração do anel e perda de vedação. Além
disso, ocorre uma convexidade excessiva na superfície de
deslizamento do anel. Daí resultam uma película de óleo Fig. 2: Ciclo de admissão
demasiado espessa e um consumo de óleo mais elevado.
Fig. 5: Fig. 6:
Sem pressão de combustão Com pressão de combustão
1.6.10 FLUIDEZ
A fluidez representa a capacidade de o anel se adaptar à forma Os anéis de segmento raspador de óleo de várias peças
da parede do cilindro para obter um bom efeito de vedação. possuem uma fluidez excelente, pois têm um corpo de anel
A fluidez de um anel depende da elasticidade do anel ou do muito flexível ou lamelas em aço, sem no entanto exigirem uma
corpo de anel (anéis de segmento raspador de óleo de duas tensão elevada.
peças) ou das lamelas em aço (anéis de segmento raspador de
óleo de várias peças), bem como da pressão de contato do Como foi descrito nesta brochura, a força de pressão deriva da
anel / corpo de anel na parede do cilindro. A fluidez será tanto respectiva mola expansora nos anéis de segmento raspador de
melhor quanto mais elástico for o anel / corpo de anel e quanto óleo de várias peças. O corpo de anel ou as lamelas em aço são
maior for a pressão de contato. As alturas elevadas dos anéis muito flexíveis e adaptáveis.
e os cortes transversais dos anéis grandes possuem uma alta
rigidez, causando também forças de inércia superiores durante Uma boa fluidez é nomeadamente importante, quando ocorrem
o funcionamento devido ao maior peso. Por conseguinte, não-circularidades e irregularidades do cilindro devido aos
apresentam uma fluidez menor do que os anéis com alturas desvios da forma. Estas são causadas por deformações (térmi-
baixas dos anéis e cortes transversais menores dos anéis que cas e mecânicas), assim como por erros de processamento e de
envolvem forças de inércia inferiores. montagem. Ver também a esse respeito o capítulo 2.3.5
Geometria do cilindro e arredondamento.
Fig. 1: Má fluidez
1. INFORMAÇÃO BÁSICA SOBRE ANÉIS DE SEGMENTO 36 | 37
Os anéis de segmento devem poder rodar nas ranhuras do anel Em uma situação ideal, os anéis assentam no flanco da
para garantir seu amaciamento e vedação perfeitos. A rotação canaleta inferior. Isso é importante para a função de vedação,
do anel decorre não só da estrutura de brunimento (polimento uma vez que os anéis não vedam apenas nas superfícies de
cruzado), como também do basculamento do pistão nos deslizamento dos anéis do pistão, mas também nos flancos
pontos mortos do pistão superior e inferior. Os ângulos de inferiores do anel. O flanco inferior da canaleta veda o anel em
brunimento mais planos causam uma menor rotação do anel relação ao gás ou à passagem do óleo do lado posterior do
e os ângulos mais inclinados provocam maiores taxas de anel. A superfície de deslizamento do anel de segmento veda
rotação do anel. Além disso, a rotação do anel depende da o lado dianteiro em relação à parede do cilindro (ver a partir do
velocidade de rotação do motor. 5 a 15 rotações por minuto capítulo 1.6.6 Faces de vedação do anel de pistão).
são números de rotações realistas – só para ter uma ideia da
dimensão da rotação do anel. Em virtude dos movimentos ascendente e descendente do
pistão e da inversão da direção, há forças de inércia atuando
Nos motores de dois tempos, os anéis estão protegidos contra sobre os anéis que fazem com que os anéis levantem do flanco
a rotação. Assim também é evitado que as extremidades de inferior da canaleta. Uma película de óleo dentro da ranhura
junção saltem para dentro dos canais de gás. Os motores de amortece o levantamento dos anéis de segmento do flanco
dois tempos são principalmente utilizados em biciclos, inferior da canaleta que é causado pelas forças centrífugas.
máquinas de jardim e similares. São tolerados o desgaste Os problemas ocorrem principalmente, quando as ranhuras do
desigual dos anéis, que resulta da prevenção da rotação do anel estão alargadas devido ao desgaste, originando uma folga
anel, a possível carbonização nas ranhuras do anel e a excessiva na altura do anel. Isso provoca o levantamento do
durabilidade limitada. Esse tipo de aplicação foi, de qualquer anel da sua superfície de apoio no pistão e a vibração do anel,
forma, concebido para uma durabilidade menor do motor. Um que é sobretudo propagada a partir das extremidades de
motor de veículo de quatro tempos normal, que circula na junção. Ocorrem a perda de vedação do anel de segmento e um
estrada, tem de cumprir exigências muito mais elevadas em consumo de óleo elevado. Tal acontece sobretudo no ciclo de
termos de quilometragem. admissão, quando os anéis levantam da base da ranhura em
virtude do movimento descendente do pistão e do vácuo
A rotação de 120° das juntas do anel entre si na montagem existente na câmara de combustão e o óleo é aspirado,
serve apenas para uma partida melhor do novo motor. No passando pelo lado posterior do anel para dentro da câmara
funcionamento posterior será possível qualquer posição de combustão. Nos três restantes tempos, a pressão da câmara
imaginável dos anéis de segmento dentro da ranhura do anel, de combustão faz com que os anéis sejam pressionados contra
desde que a rotação não seja impedida em termos construtivos o flanco inferior do anel.
(motores de dois tempos).
MOVIMENTO RADIAL
TORÇÃO DO ANEL
Torção do anel
2. MONTAGEM E SERVIÇO 38 | 39
2 MONTAGEM E SERVIÇO
ATENÇÃO
A taxa de desgaste se refere às bordas exteriores da ranhura do
x
anel a ser medida, ou. seja, não pode ser possível inserir
o calibre de folga com uma espessura de 0,12 mm entre o anel
de segmento e a ranhura do anel, conforme ilustrado na Fig. 2.
Nesse caso, a ranhura do anel já é considerada desgastada.
As superfícies de cilindro de alto brilho e lisas como um Os pontos brilhantes localmente limitados na superfície de
espelho, onde já não haja sulcos do brunimento, resultam do deslizamento do cilindro após um tempo de funcionamento
desgaste natural após um tempo de funcionamento prolongado comparativamente breve (a estrutura de brunimento também
ou então depois de um tempo de funcionamento breve devido está inteiramente removida nessa área) provam que houve
à sujeira e ao atrito misto. atrito misto e, consequentemente, um maior desgaste no
cilindro na área dos pontos brilhantes. Esses pontos brilhantes
A remoção de todos os sulcos do brunimento por desgaste localmente limitados podem dever-se a duas causas
indicia claramente que o furo do cilindro se encontra desgas principais.
tado. Não é preciso medir novamente com os respectivos
aparelhos de medição. Esses cilindros devem ser, em todo
caso, substituídos (camisas de cilindro) ou furados de novo
e brunidos (blocos do motor).
2.3.2 P
ONTOS BRILHANTES LOCALMENTE LIMITADOS DEVIDO A DEFORMAÇÕES
DOS CILINDROS
Em virtude das deformações dos cilindros ocorrem não- sobretudo nesse local. O estreitamento faz com que haja
circularidades em pontos indeterminados dentro do cilindro lubrificação deficiente e atrito misto em sua elevação, quando
(Fig. 1). Neste caso, a posição dos pontos brilhantes coincide o anel de segmento desliza sobre ele, entrando em contato
com o local de origem da deformação. Os anéis de segmento pontual com a parede do cilindro.
passam sobre esses estreitamentos, desgastando o material
As causas são
• Deformações térmicas devido a superaquecimentos locais
– em virtude da má transferência de calor (sujeiras) para
o agente de refrigeração
• Inobservância dos torques de aperto prescritos, uso dos
o-rings errados ou outras distorções devido ao aperto
Solução
• Limpeza a fundo e retificação eventual do furo base do
cilindro no caso de furos do cilindro úmidos e secos
• Cumprimento exato das instruções de aperto na montagem
do cabeçote
• Limpeza regular das aletas de refrigeração das camisas
aletadas refrigeradas a ar
• Salvaguarda do funcionamento correto do sistema de
arrefecimento (velocidade de recirculação, limpeza)
• Uso dos anéis de vedação prescritos (dimensões,
composição do material)
2.3.3 P
ONTOS BRILHANTES E DE POLIMENTO NA ÁREA SUPERIOR DO CILINDRO
(BORE POLISHING)
Há pontos lisos na área superior do trajeto de cilindro que Solução
é percorrida pelo ressalto de ignição (Fig. 2). Isso deve-se • Funcionamento correto do motor
a depósitos duros no ressalto de ignição devido à combustão • Utilização das qualidades de óleo prescritas
irregular, à má qualidade do óleo ou às baixas temperaturas de • Utilização de combustíveis de marca
combustão, em consequência de períodos frequentes de • Manutenção, verificação e ajuste corretos do sistema de
marcha lenta ou do regime de carga parcial. A camada de óleo injeção
carbonizado (Fig. 3) causa um desgaste abrasivo na parede do
cilindro, danos na película de óleo, atrito misto, um maior
desgaste do anel de pistão e, por conseguinte, um maior
consumo de óleo.
O desgaste dos cantos (Fig. 1) ocorre após um tempo de O maior desgaste dos cantos ocorre na área da zona de retorno
funcionamento prolongado nos pontos de retorno dos anéis de do anel de segmento perto do ponto morto superior do pistão
segmento nos pontos mortos superior e inferior. Nessa área, em virtude da construção, pois é aqui que a superfície do
a velocidade do pistão é reduzida e chega mesmo a parar cilindro fica exposta à combustão quente, comprometendo
brevemente no ponto de retorno. Assim, o efeito de lubrificação a lubrificação.
fica comprometido, uma vez que o anel de segmento deixa de
flutuar brevemente sobre a película de óleo e entra em contato A dimensão do desgaste dos cantos determina a reutiliza
metálico com a parede do cilindro por falta de velocidade bilidade da camisa de cilindro ou do bloco do motor. Se
relativa em relação à parede do cilindro. o desgaste dos cantos exceder os valores indicados na tabela,
será necessário substituir a camisa de cilindro ou brunir de
novo o bloco do motor. As taxas de desgaste seguidamente
mencionadas também se aplicam obviamente, se ocorrer um
desgaste de tamanho similar noutro ponto do cilindro.
Fig. 2: Colisão do anel de segmento no pistão usado Fig. 3: Colisão do anel de segmento no pistão novo
2. MONTAGEM E SERVIÇO 44 | 45
As geometrias do cilindro perfeitas são imprescindíveis a uma Assim haverá uma maior passagem do óleo para o cilindro,
vedação ideal do anel do pistão. Os desvios da forma de uma maior emissão de gases blow-by, bem como problemas de
cilindro, as não-circularidades, os erros dimensionais e as temperatura e de potência. Por sua vez, esses fatores provocam
deformações nos furos do cilindro causam problemas de um desgaste prematuro e, por último mas não menos importante,
vedação nos anéis de segmento. danos no pistão.
As não-circularidades na geometria do furo se subdividem em 3ª e 4ª ordem que decorrem frequentemente de deformações
níveis de ordem. No caso de um furo do cilindro perfeito sem de parafusos e/ou erros de processamento. Especialmente nas
quaisquer não-circularidades nem desvios da forma no sentido construções de pistão com tipo de construção mais recente,
axial, fala-se de um furo de 1ª ordem. Os furos ovais, que se onde as alturas dos anéis de segmento perfazem quase um
devem frequentemente a erros de processamento ou à má milímetro ou até menos, os problemas de vedação se agravam
dissipação de calor, se designam por não-circularidades de cada vez mais no caso de furos do cilindro não redondos.
2ª ordem. As não-circularidades de 3ª ordem resultam A redução construtiva das alturas dos anéis de segmento serve
sobretudo da sobreposição das deformações de 2ª e 4ª ordem. para diminuir as perdas de atrito no interior do motor e, assim,
As não-circularidades de 4ª ordem, ou seja os erros de forma baixar o consumo de combustível. A diminuição das superfícies
quadrados, são regra geral causados por deformações que se de apoio desse tipo de anéis na parede do cilindro exige uma
devem ao aperto dos parafusos do cabeçote. menor força tangencial dos anéis de pistão. De outro modo,
a pressão superficial específica dos anéis aumentaria
A medida da não-circularidade pode ir de zero a alguns demasiado, piorando as características tribológicas. No caso
centésimos de milímetros. Em virtude das folgas reduzidas de das geometrias do furo corretas, essa diminuição construtiva
instalação de pistão e do deslizamento de pistão nalguns da força tangencial dos anéis de pistão não tem quaisquer
motores, as deformações de mais de um centésimo de efeitos negativos. Os anéis vedam excelentemente, causam só
milímetro (0,01 mm) já podem ser excessivas. Os anéis de poucas perdas de atrito e têm uma durabilidade elevada. No
segmento só conseguem vedar, de forma segura, as não- caso dos cilindros não redondos e deformados, a baixa força
circularidades reduzidas de 2ª ordem, ou seja, os furos do tangencial dos anéis de pistão faz com que os anéis não se
cilindro ligeiramente ovais e as formas trapezoidais ligeiras no adaptem ou apenas se adaptem muito lentamente à parede do
sentido axial. Os anéis de segmento chegam rapidamente aos cilindro, deixando de cumprir sua função de vedação correta.
limites da sua função de vedação com as não-circularidades de
03
x x
ATENÇÃO
Nunca abrir os anéis de segmento, dobrando, para aumentar
a tensão! Quando as extremidades de junção são afastadas,
o anel apenas se deforma em um ponto – na parte de trás. Isso
não permite aumentar a tensão do anel. Antes pelo contrário:
quando é aberto, dobrando em excesso, ou deformado, o anel
perde sua forma redonda e já não consegue vedar
corretamente.
ATENÇÃO
Uma montagem manual rápida do anel de segmento, sem
o quebrar, comprova a agilidade dos dedos do mecânico, mas
muitas vezes acaba por danificar o anel de segmento logo na
fase de montagem.
x
• Nunca monte o anel no pistão conforme ilustrado. Se o anel
se deformar e já não assentar na ranhura de modo plano
também já não roda na ranhura, se desgasta de um dos
lados e deixa de vedar convenientemente. É, no entanto,
pior se o revestimento de molibdênio do anel descamar ou
quebrar. Se não desaparecer logo na montagem, a camada
deslizante irá perder-se o mais tardar durante
o funcionamento do motor. A camada deslizante se
desprende, danificando o pistão e o cilindro, e o pistão
é corroído no furo do cilindro, porque os gases de
combustão quentes passam entre o pistão e a parede do
cilindro. As peças soltas causam danos no pistão e nas
superfícies de deslizamento do cilindro.
• Evite montar e desmontar os anéis de segmento desneces
sariamente. Os anéis de deformam ligeiramente em cada
montagem. Não volte a desmontar os anéis dos pistões já
pré-montados p. ex. para os medir novamente.
• Respeite a sequência de montagem dos anéis: montar
primeiro o anel de segmento raspador de óleo, depois
o segundo anel de compressão e então o primeiro anel de
compressão.
Quando falamos de rodagem de motores, pensamos habitual Os clientes e técnicos têm frequentemente ideias divergentes
mente nos componentes móveis que têm de se adaptar entre no que respeita à colocação em funcionamento e rodagem dos
si. Por princípio, isso é correto, mas se aplica especialmente motores revisados. Por um lado, mantém-se a opinião de que
aos anéis de segmento. Os anéis de segmento são os compo continua a ser necessário um período de rodagem de 500
nentes, mais sujeitos a esforços em virtude de suas tarefas, a 1500 km e, por outro, é também defendida a ideia de que
que devem não só adaptar-se à superfície do componente o período de rodagem é desnecessário. Essa última afirmação
associado, como também garantir uma vedação perfeita em também decorre dos dados de alguns fabricantes de motores
seguida. Por conseguinte, os anéis de segmento são os que não preveem qualquer rodagem especial de motores.
componentes que mais beneficiam de uma rodagem correta Ambas as afirmações são corretas e justificadas. Basta
e boa. Nenhum dos componentes, alimentados com óleo distinguir entre motores novos de fábrica e revisados.
pressurizado, tem de sofrer cargas tão elevadas durante
a rodagem como os anéis de segmento.
2.5.2 RODAGEM DE MOTORES NOVOS DE FÁBRICA
Os motores novos de fábrica são hoje fabricados com os Afinal de contas, o consumidor final espera uma quilome
métodos de produção mais avançados. Os parceiros de deslize tragem do motor muito superior à que há 25 anos era
são fabricados com tamanha precisão que a adaptação, que considerada ideal. Por último mas não menos importante, um
anteriormente ocorria por norma durante o período de rodagem veículo novo de fábrica realiza inúmeras partidas a frio até
do motor, é logo adiantada através de processos de produção passar por todos os diferentes centros logísticos e transportes
especiais dos componentes. Isso acontece através de proces e chegar ao cliente. Um motor é não raramente sujeito a até
sos de produção especiais (p. ex. nos trajetos de cilindro) 150 partidas a frio sem entretanto alcançar a temperatura de
e mediante o processamento de alta precisão dos outros serviço. Pense também na expedição para outros países
parceiros de deslize. Trata-se essencialmente de processos de e continentes, nesse contexto. Nessas circunstâncias, um
brunimento para remover as rebarbas mais finas e as irregulari motor, que tivesse de ser primeiro amaciado, teria um início
dades das superfícies que resultaram dos passos de proces bem desfavorável.
samento. Antes, esse processo de adaptação cabia aos
parceiros de deslize que tinham de se adaptar entre si durante Os requisitos de rodagem também são menos rigorosos para
o período de rodagem. Mas tal não era possível sem uma perda os veículos novos de fábrica, porque os veículos praticamente
substancial de material. Os anéis de segmento perdiam por já não podem ser operados em seus limites de potência devido
exemplo uma parte significativa das suas reservas de desgaste à densidade de tráfego atual. Hoje em dia, mesmo nas
logo durante as primeiras horas de operação. Especialmente autoestradas sem limites de velocidade é quase impossível
hoje, quando cada miligrama da emissão de substâncias manter a velocidade máxima do veículo ou a potência nominal
nocivas conta, são demandados motores que cumpram desde do motor por um período longo. Antigamente um condutor, que
o início seus valores de consumo de combustível definidos e, se deslocasse rapidamente com um veículo de 30 kW a uma
por conseguinte, os limites de substâncias nocivas. velocidade máxima alcançável mais baixa, operava o veículo,
sem problemas e prolongadamente, sob carga máxima já em
Na construção de motores moderna é praticamente impensável uma estrada nacional normal.
uma rodagem de motores, em que as superfícies de desliza
mento ainda tenham de se adaptar entre si sob atrito e com um
desgaste acima da média.
• Efetuar, em todo o caso, a rodagem do motor na estrada ou A sujeira, decorrente do dano prévio no motor ou da retificação
em um equipamento de teste de motor de diversas peças, ainda permanece frequentemente no
• Veículo não totalmente carregado circuito do óleo do motor.
• Deixar o motor funcionar com velocidades de rotação Acresce a isso a abrasão metálica devido aos processos de
continuamente alternantes até no máx. 2/3 da velocidade rodagem nas peças do motor substituídas. Essas impurezas
máxima de rotação aceleradoras de desgaste devem ser removidas após
• Ao dirigir, mudar de velocidade rapidamente, evitar o processo de rodagem por meio de uma troca de óleo.
situações de marcha a baixas rotações, evitar rotações
máximas nas velocidades
• Evitar subidas prolongadas (carga excessiva) ATENÇÃO
• Não efetuar descidas prolongadas O filtro de óleo deverá ser também trocado quando dessa troca
(carga insuficiente e marcha desacelerada desfavorável) de óleo.
• Não usar os dispositivos de freio-motor
• Não dirigir em autoestradas e evitar a velocidade máxima
– Não dirigir em trajetos congestionados ATENÇÃO
• São vantajosos o trânsito urbano sem congestionamentos É altamente prejudicial ao motor deixá-lo funcionar em marcha
e as viagens no campo – Evitar porém o trânsito urbano com lenta ao longo de horas!
temperaturas exteriores extremamente elevadas e na hora
de ponta com muitas paradas nos semáforos e tempos de
espera Um motor não fica amaciado em marcha lenta. Antes pelo
contrário, ele até pode sofrer danos. Em virtude do
funcionamento em marcha lenta, as bronzinas e o pistão são
ATENÇÃO abastecidos com pouco óleo. A lubrificação fica comprometida,
Existem requisitos de rodagem para os veículos novos de porque a bomba de óleo transporta pouco óleo à velocidade de
fábrica. O mesmo se aplica ao motores revisados. Se não marcha lenta. É minimizado o fluxo de óleo através das
houver um banco de prova disponível para executar um bronzinas em uma altura desfavorável. Logo agora que há uma
programa de rodagem definido, o motor terá de ser rodado na maior produção de calor por atrito devido aos processos de
estrada. adaptação dos componentes, está faltando o óleo necessário à
lubrificação e refrigeração.
2.6.4 SUJEIRA
Causa 1
A sujeira é introduzida no cilindro com o ar de admissão. Isso
acontece sempre, quando a manutenção do filtro de ar
é negligenciada. Quando se dirige sem filtro de ar ou o sistema
de aspiração está vazando e a sujeira entra na câmara de
combustão, passando ao lado do filtro de ar. Consequente
mente, a sujeira, presente na câmara de combustão, entra
também nas canaletas dos anéis de pistão, onde se junta ao
óleo existente, formando uma pasta abrasiva (Fig. 2). O efeito Fig. 2: Os depósitos de sujeira e óleo na
abrasivo aumenta a altura dos anéis de segmento embaixo e as ranhura do anel formam uma pasta abrasiva.
canaletas dos anéis de pistão se alargam (Fig. 3). O desgaste,
que é causado pela sujeira nos anéis de segmento, atua
principalmente nos flancos do anel em sentido axial. No
sentido radial (na superfície de deslizamento) o anel também
se desgasta devido ao atrito misto resultante, mas com uma
intensidade muito menor do que nos flancos. As marcas de rolo
nos flancos do anel são um indício frequente de sujeira nas
ranhuras do anel. A sujeira, que é sobretudo composta por
areia fina, risca padrões característicos no flanco do anel em
combinação com a rotação dos anéis e o basculamento do
pistão.
As quebras do anel do pistão resultam do desgaste excessivo, Isso ocorre quando a espessura de parede radial ou axial já
da vibração do anel ou de erros na montagem dos anéis. tiver diminuído significativamente por desgaste. Na maioria
das vezes, o anel começa a trepidar em virtude da folga muito
As quebras durante o funcionamento dos anéis de segmento maior em sua altura e já não consegue resistir à carga a que
não ocorrem sem condições operacionais extremas. Na fica sujeito. Nesse caso, o anel costuma desfazer-se em muitos
montagem dos anéis no pistão, a carga mecânica é muito maior fragmentos pequenos.
do que durante o funcionamento. Durante a montagem no
pistão, os anéis de segmento têm de suportar uma tensão de Mas para quebrarem, os anéis não precisam de sofrer
flexão muito maior do que na montagem no cilindro. Um anel forçosamente um enfraquecimento da espessura de material.
com erros de estrutura ou material quebraria logo na Se ocorrerem falhas de combustão durante o funcionamento,
montagem. os anéis podem quebrar devido à carga elevada sem estarem
desgastados. Também a entrada involuntária de água ou óleo
Caso sejam encontrados anéis de segmento quebrados em um na câmara de combustão pode causar rupturas dos anéis.
motor logo após uma reparação do pistão, estes foram Os líquidos não podem ser comprimidos. Se a quantidade de
previamente prejudicados ou quebrados sobretudo devido à líquido exceder o volume do espaço de compressão, o líquido
instalação de pistão incorreta ou a ferramentas de montagem tem de passar ao lado do pistão ou então o pistão ou os anéis
defeituosas. de segmento quebram. Também é possível a biela deformar-se
Durante o funcionamento, os anéis podem quebrar após um ou a parede do cilindro/camisa de cilindro quebrar.
tempo de funcionamento prolongado.
ATENÇÃO
As alturas dos anéis reduzidas tendem menos para a vibração
em virtude das forças de inércia inferiores. Uma pressão de
contato mais elevada nas extremidades de junção contraria
a tendência para oscilações.
Por princípio, o pistão é lubrificado pelo óleo aspergido e proje de calor do pistão, as medidas desse tipo são desnecessárias.
tado do virabrequim no motor de quatro tempos. Por norma, os Graças à refrigeração do óleo direta, há óleo suficiente
braços de manivela do virabrequim não mergulham porém no retornando dentro do pistão, lubrificando a parede do cilindro.
cárter de óleo. Isso levaria à formação de espuma do óleo e a
perdas de potência. O óleo, que é necessário à lubrificação da Conforme a velocidade de rotação, a pressão de óleo e as
parede do cilindro, sai dos pontos de apoio das bronzinas de condições construtivas, as quantidades de óleo presentes na
mancal e de biela conforme sua finalidade. Uma vez que parede do cilindro sob a forma de gotículas têm de ser
o virabrequim gira, esse óleo é distribuído sob a forma de raspadas pelos anéis de segmento raspador de óleo e distri
gotículas em todo o cárter da árvore de manivelas, sendo buídas. Para obter um efeito de lubrificação ideal com um
também aspergido na parede do cilindro, quando o pistão se consumo mínimo de óleo, a película de lubrificante na parede
encontra na área superior do cilindro. do cilindro pode ter uma espessura de apenas 1–3 µm. Uma
película de lubrificante mais fina causa atrito misto e um
Nos motores com maior intensidade de carga ou nos motores, desgaste elevado dos componentes. Uma película de lubrifi
em que sai pouco óleo dos apoios, a lubrificação da parede do cante mais espessa causa, regra geral, um maior consumo de
cilindro é assegurada, usando bielas ocas por furação que óleo. As causas de uma película de óleo fina ou espessa vêm
também jateiam a parede do cilindro com óleo do lado de descritas no capítulo 1.5.5 Formas da superfície de
pressão do pistão (Fig. 1). Nos motores, que dispõem de deslizamento convexas, entre outros.
refrigeração por injeção do pistão para uma melhor dissipação
Fig. 1: Os orifícios de
pulverização de óleo na biela
garantem a lubrificação da
superfície de deslizamento
2. MONTAGEM E SERVIÇO 68 | 69
O óleo do motor é o componente mais importante no motor. • Integração de substâncias externas sólidas, poeira,
Se os componentes não fossem lubrificados e refrigerados pelo desgaste abrasivo e produtos de combustão, como fuligem
óleo, o funcionamento dos motores de combustão, que são ou cinza
utilizados atualmente, seria impossível. O óleo separa os • Proteção contra a corrosão das peças do motor
parceiros de deslize através de uma película de óleo fina, relativamente a produtos de combustão agressivos através
evitando o atrito metálico e o consequente desgaste entre os da formação de camadas protetoras na superfície metálica
parceiros de deslize mediante a lubrificação. O óleo do motor • Neutralização dos produtos de combustão ácidos por
tem igualmente a tarefa de transportar o calor e a sujeira transformação química
dentro do motor. • Transmissão de forças em tensores de corrente hidráulicos
e tuchos de válvula
Tarefas importantes do óleo do motor • Limpeza das peças do motor por remoção dos resíduos da
• Lubrificação (separação das superfícies metálicas em combustão e subprodutos do envelhecimento do óleo do
movimento recíproco) motor com sabões solúveis em óleo
• Refrigeração (dissipação do calor) • Proteção contra o desgaste (das partes do motor em
• Remoção da sujeira movimento recíproco)
• Estabilidade em relação aos efeitos de corte (p. ex. • Neutralização dos produtos de combustão indesejados
causados por bordas afiadas do segmento do pistão)
• Vedação da câmara de combustão em relação ao bloco do
motor e dos canais de admissão e de escape via as guias de
válvula em relação ao comando das válvulas
O óleo do motor é composto por um óleo de base O processo de combustão leva à formação de ácidos e de
e aditivos. O óleo é acrescido de aditivos para outras substâncias nocivas que desintegram o óleo
melhorar as características do óleo de base. O teor progressivamente. Além disso, uma parte dos compostos do
dos aditivos e sua composição decorrem das óleo com baixo ponto de ebulição vaporizam por influência
exigências relativas ao óleo. elevada do calor, alterando a composição. Por isso é discutível
a utilização dos chamados filtros ultrafinos que prometem um
Os aditivos provocam ou influenciam p. ex. uso vitalício do óleo sem troca de óleo.
• A viscosidade e as propriedades de fluidez
• O comportamento ativo ao nível das superfícies De qualquer forma será necessário reatestar periodicamente
• A capacidade de neutralização com óleo e também aditivos dispendiosos, porque cada motor
• O comportamento neutro em relação aos materiais exige um consumo de óleo natural e mais cedo ou mais tarde
vedantes não haveria mais óleo no motor. Por conseguinte, a montagem
• A baixa tendência para a formação de espuma desses sistemas suplementares não será, à partida,
• A longa duração de uso, os longos intervalos de troca de conveniente economicamente para o proprietário do veículo.
óleo
• O baixo consumo de óleo Resumo
• O baixo consumo de combustível Tanto o óleo de base, quanto os aditivos se desgastam com
• A compatibilidade de combustível o tempo, o que obriga à mudança regular do óleo (troca de
• A compatibilidade ambiental óleo). A troca de óleo e a substituição do filtro permitem
remover do motor e neutralizar os produtos de combustão
O óleo do motor se desgasta devido ao envelhecimento e à prejudiciais. O óleo fresco lubrifica e limpa melhor, oferecendo
contaminação. Os aditivos no óleo são consumidos e os novas reservas contra todas as influências prejudiciais que
produtos de combustão agressivos e a sujeira contaminam afetam o óleo.
o óleo. Em parte, o envelhecimento do óleo é causado por altas
temperaturas.
NOTA
Pode encontrar maiores informações na brochura “Consumo de
óleo e perda de óleo”.
CONSUMO DE ÓLEO NORMAL OU EM VIRTUDE e são queimadas em virtude dos gases de combustão quentes,
DA CONSTRUÇÃO o que ao longo de um tempo prolongado se torna perceptível
como consumo de óleo. Além disso, o óleo é projetado a partir
O óleo, que entra na câmara de combustão a partir do cárter da dos anéis de segmento, quando o pistão inverte o movimento
árvore de manivelas ao passar pelo pistão/anel de segmento/ no ponto morto superior, originando forças de inércia.
furo do cilindro, é queimado e provoca o consumo de óleo. Essa quantidade de óleo também é queimada quando da
Devido à construção do motor de combustão e do sistema de combustão do próximo ciclo de trabalho.
vedação para pistão/anel de segmento/furo do cilindro, ocorre
naturalmente um determinado consumo de óleo "normal"
durante o funcionamento do motor. CONSUMO DE ÓLEO ELEVADO OU EXCESSIVO
O óleo do motor encontra-se na parede do cilindro sob a forma O consumo de óleo excessivo, que é apenas causado pelo
de uma película de óleo fina (com uma espessura de aprox. sistema de vedação para pistão/anel de segmento/furo do
1 – 3 µm) e fica sujeito à combustão quente durante o movi cilindro, se deve sempre a razões que não são principalmente
mento descendente do pistão no ciclo de trabalho. Em cada atribuíveis aos anéis de segmento. Os anéis de segmento
ciclo de trabalho, pequenas quantidades de óleo vaporizam contribuem, mas não são a causa.
As razões para o consumo de óleo excessivo, que se devem ao mau efeito de vedação dos anéis de segmento, são
• Anéis desgastados (redução das espessuras da parede • Vibração do anel (ver capítulo 2.6.7 Vibração do anel)
radial e axial) • Áreas de vedação riscadas (flancos inferiores das canaletas)
• Brunimento errado devido à limpeza incorreta das ranhuras do anel
• Desgaste abrasivo devido à sujeira (capítulo 2.6.4 Sujeira) • Anéis emperrados nas ranhuras do anel em virtude de
• Cilindros ovais e/ou não redondos (ver também capítulo sujeira, óleo carbonizado ou anéis deformados (tratamento
2.3.5 Geometria do cilindro e arredondamento) incorreto)
• Pistões desgastados (ranhuras do anel) por sujeira e tempo • Folga errada na base da ranhura devido a anéis errados ou
de funcionamento prolongado carbonizações (especificação de óleo errada)
• Cilindros desgastados (não redondos, polidos, deformados) • Montagem de anel errada, alturas dos anéis erradas,
• Desalinhamento do pistão devido a bielas deformadas espessura da parede radial errada, forma errada
(ver capítulo 2.6.1 Desalinhamento do pistão) (anel retangular na ranhura trapezoidal e vice-versa)
• Especificação de óleo errada • Montagem errada dos anéis de segmento raspador de óleo
• Óleo velho e vencido (montagem errada da mola expansora)
• Atrito misto devido ao afogamento por combustível
(ver capítulo 2.6.5 Afogamento por combustível)
As opiniões sobre quando estamos perante um caso de maior Em princípio, os motores diesel consomem mais óleo do motor
consumo de óleo divergem bastante na prática e de país para do que os motores a gasolina. Por causa da lubrificação do
país. A suposição ou expetativa amplamente difundida de que turbocompressor, os motores com turbocompressor também
um motor não consome nem pode consumir óleo está total necessitam mais óleo do que os motores sem turbocompressor.
mente errada, com base nos argumentos acima mencionados.
No entanto, é claro que o consumo de óleo é mais reduzido
Qualquer fabricante de motores estabelece valores de depois da fase de rodagem e que o consumo tende a aumentar
referência ou valores-limite de consumo de óleo para cada um ao longo da vida útil do motor. Os valores mínimos devem,
dos seus motores. Caso se suspeite de um maior consumo de portanto, ser considerados preferencialmente para motores
óleo, dever-se-á procurar informações sobre os valores de novos e os valores máximos para os motores que já percorre
referência ou valores-limite de consumo de óleo junto do ram mais de 2/3 da sua durabilidade. Da mesma forma, no
respetivo fabricante de motores. Na maioria dos casos, os caso dos motores que apenas sofreram reparações parciais
manuais de oficina e os manuais de instruções também (p. ex., a substituição de pistões ou de anéis de segmento),
fornecem informações sobre o consumo de óleo do motor. não se deve esperar que possa ficar abaixo do valor máximo.
Muito frequentemente acontece precisamente o contrário.
Se o fabricante de motores não fornecer indicações precisas Todas as peças de um motor sofrem o mesmo nível de
sobre o consumo de óleo, o valor de referência é 0,25 % desgaste. Se apenas forem substituídas 10 % delas, então
a 0,5 % de consumo de óleo no caso dos veículos utilitários, o melhoramento que se pode esperar de uma reparação parcial
em relação ao consumo efetivo de combustível. No caso dos será também de apenas 10 % em uma situação ideal.
motores de veículos de passeio pequenos, o valor pode ser
ainda um pouco menor. Aqui, o consumo de óleo está na
ordem dos 0,1 % a 0,5 % do consumo de combustível.
Um veículo utilitário consome cerca de 40 litros de Um veículo de passeio consome cerca de 8 litros de
combustível ao fim de 100 km. combustível ao fim de 100 km.
Aos 1000 km, o volume consumido sobe para 400 litros Aos 1000 km, o volume consumido sobe para 80 litros
de combustível. de combustível.
• 0,25 % de 400 litros de combustível são 1 litro de • 0,1 % de 80 litros de combustível são 0,08 litro de
consumo de óleo. consumo de óleo.
• 0,5 % de 400 litros de combustível são 2 litro de • 0,5 % de 80 litros de combustível são 0,4 litro de
consumo de óleo. consumo de óleo.
2.7.7 DEFINIÇÃO E MANUSEIO DO CONSUMO DE ÓLEO
O consumo de óleo corresponde às quantidades especificadas Em veículos utilitários, o consumo de óleo corresponde aprox.
pelo fabricante ou aos valores indicados no capítulo anterior. ao dobro até triplo do consumo de óleo normal. Nos motores
Não existe qualquer defeito ou motivo da reclamação. de veículos de passeio, aprox. 0,5 a 1 litro/1000 km. O motor
funciona normalmente e não mostra forçosamente indícios de
fumaça azulada da secção de escape.
Ocorrências
Veículos que já percorreram mais de 2/3 da vida útil normal do
motor. Também motores novos reparados e revisados que
ainda estão na fase de rodagem. Motores que são operados em
condições desfavoráveis (temperaturas ambiente altas,
funcionamento frequente em trechos curtos, funcionamento
em marcha lenta, modo de funcionamento com reboque, etc.).
Medidas de solução
São desnecessárias ou não forçosamente necessárias, mas
é preciso observar e controlar regularmente o nível de óleo/
completar o óleo para não deixar descer o nível de óleo abaixo
do mínimo durante o funcionamento. Se necessário, deve
averiguar-se as causas do maior consumo de óleo. Além do
motor podem ser também considerados os agregados
auxiliares, como o turbocompressor, as bombas injetoras
mecânicas e as bombas de vácuo ou então a distribuição
uniforme por todos os agregados auxiliares. O consumo de
óleo pode voltar a ser eventualmente melhorado através de
reparações direcionadas. Se houver um dano em um dos
agregados auxiliares, que contribui significativamente para
o consumo de óleo, este consumo deverá ter aumentado
abruptamente.
Ocorrências
Em motores totalmente desgastados e motores que foram
revisados incorreta ou insuficientemente. No caso de danos no
motor, como corrosão nos pistões, quebras de pistão, danos no
turbocompressor, danos em cabeçotes ou com falha de outros
agregados auxiliares lubrificados a óleo.
2.7.8 VERIFICAR E DETERMINAR O NÍVEL DE ÓLEO E O CONSUMO DE ÓLEO CORRETAMENTE
Ocorrem frequentemente erros de leitura no controle do nível • Medir o nível de óleo corretamente e atestar até o nível
de óleo que levam a uma interpretação errada do consumo de máximo.
óleo efetivo. O veículo deverá ficar sobre uma área plana e é • Operar o veículo ao longo de 1000 km, documentando
preciso aguardar-se cinco minutos para o óleo regressar ao também o consumo de combustível.
cárter do óleo e gotejar corretamente depois de desligar • Voltar a medir o nível de óleo após 1000 km e atestar até
o motor. Depois de retirada, a vareta do óleo tem de ser a marca máxima. A quantidade reatestada constituirá então
segurada para baixo para que o óleo não desça para trás na o consumo de óleo em 1000 km.
mesma e adultere o valor de medição. • O método alternativo e mais preciso consiste em colocar
a quantidade de enchimento de óleo reatestada na relação
Se o óleo faltar de fato, este é reatestado lentamente e em e compará-la com os valores supramencionados.
pequenas quantidades (em passos de 0,1 litros). Se o óleo for • Não se revelou eficaz na prática escorrer e medir o óleo
atestado demasiado depressa e em excesso, o nível de óleo antes e depois da viagem para medição. As adulterações da
será muito alto em seguida. Quando o virabrequim mergulha medição devido às perdas de óleo nos recipientes coletores
no cárter de óleo devido ao nível de óleo excessivo, o óleo e similares não se coadunam com uma medição precisa.
é sujeito a turbulência, projetado e evacuado, crescentemente
sob a forma de gotículas, para a ventilação do motor. Uma vez
que a ventilação do motor está ligada à seção de admissão, QUANTIDADES DE ENCHIMENTO DE ÓLEO
o óleo é conduzido para a câmara de combustão onde
é queimado. As quantidades de enchimento de óleo, que são indicadas no
manual ou no manual de instruções, devem ser tratadas com
Quando se enche um motor após a troca de óleo, em vez de especial cuidado. Frequentemente, não é feita a distinção entre
atestar a quantidade de enchimento indicada, o enchimento a quantidade do primeiro enchimento (para o motor seco sem
é efetuado apenas até a marca mínima. Seguidamente é dada óleo) e a quantidade da troca (com/sem substituição do filtro
partida ao motor até estabelecer a pressão de óleo. Depois de de óleo).
desligar, aguarda-se novamente alguns minutos para o óleo
fluir de volta para cárter do óleo. Só então é que o nível de óleo A verdade é que uma determinada quantidade de óleo
é medido de novo e a quantidade de óleo atestada até à marca permanece no motor (em linhas, canais, radiadores de óleo, na
máxima. bomba de óleo, unidades e aderindo a superfícies) quando da
troca de óleo. Se na troca de óleo for atestada a quantidade do
primeiro enchimento, o nível de óleo será totalmente
excessivo. Mas também pode acontecer o oposto. É indicada
uma quantidade da troca insuficiente. Falta óleo em seguida,
quando for dada partida ao motor. Se o enchimento for
incorreto e deixar de ser controlado, pensamos frequentemente
que houve consumo de óleo. Assegure em todo o caso
a viscosidade correta do óleo. O óleo com baixa viscosidade
(fino) se desgasta mais rapidamente do que o óleo com maior
viscosidade. Use apenas um óleo prescrito e permitido pelo
fabricante de motores.
2. MONTAGEM E SERVIÇO 76 | 77
Por uma questão de justiça, as reclamações por consumo O sucesso das reparações para eliminação do consumo
excessivo de óleo só devem ser efetuadas, se o veículo for excessivo de óleo depende, em larga medida, do tempo e do
sujeito a uma manutenção correta e os intervalos de inspeção material necessários. Assim, o próprio proprietário do veículo
forem sempre respeitados. Deverá ter-se igualmente usado as ou a própria oficina de reparações decidirá o êxito da repara
peças de reposição certas e o óleo do motor prescrito. Um ção. Uma coisa é porém certa: se forem apenas montados
maior consumo de óleo não ocorre repentinamente. Um motor novos anéis de segmento, um motor desgastado ainda poderá
continua a funcionar impecavelmente mesmo com um continuar a funcionar por algum tempo. Mas o consumo de
consumo de óleo mais elevado. As falhas de manutenção e o óleo não irá melhorar.
maior desgaste consequente ocorrem frequentemente apenas
e veículos mais antigos. O dinheiro, que se poupa na
manutenção do motor, acaba por ser gasto mais tarde devido
ao maior consumo de óleo e às reparações prematuras.
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