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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

SUPERIOR BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO

TRANSIÇÃO DO FORDISMO PARA O “PÓS FORDISMO”

Corumbá
2015
TRANSIÇÃO DO FORDISMO PARA O PÓS FORDISMO

Trabalho Interdisciplinar apresentado ao Curso Superior


De Bacharelado em Administração da UNOPAR -
Universidade Norte do Paraná, para as disciplinas de
Fundamentos e Teoria Organizacional, Comunicação e
Linguagem, Homem, Cultura e Sociedade,
Comportamento Organizacional.

Corumbá
2015
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................4
2 DESENVOLVIMENTO...........................................................................................5
2.1 FUNDAMENTOS E TEORIA ORGANIZACIONAL ..........................................5
2.2 COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM......................................................................7
2.3 HOMEM CULTURA E SOCIEDADE..................................................................8
2.4 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL........................................................9
3 CONCLUSÃO......................................................................................................11
REFERÊNCIAS...........................................................................................................12
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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa demonstrar as modificações que ocorreram


no mundo do trabalho por causa da transição da produção em massa para a
produção flexível além, da expansão do setor informal e o de serviços.
Importante mencionar, que as características trazidas pelo Fordismo
continuam integrando a sociedade atual, o setor informal e o de serviços, devido a
real importância da presente temática.
Neste contexto, o setor terciário não se encaixa do modelo fordista
mas, verifica-se nitidamente inúmeras características deste modelo na atualidade do
presente setor.
Para melhor elucidação dos fatos, conceituarei o modelo fordista e
taylorista com o intuito de demonstrar a organização da indústria e suas
características até meados do século passado.
O sistema produtivo flexível, também trouxe inúmeras modificações
na organização da produção de meados do século XX até o início do século XXI,
visto que a demonstração dessas modificações corrobora com o presente estudo.
Por fim, evidenciarei que atualmente ocorreu um retorno as
características do fordismo, tanto na esfera formal quanto na esfera informal,
valendo-me de alguns exemplos a titulo ilustrativo.
Não poderia deixar de mencionar que a elaboração deste trabalho
enriqueceu profundamente os conhecimentos adquiridos, pois verifiquei na pratica o
que a aprendi na teoria em sala de aula.
Os conhecimentos adquiridos neste trabalho foram fundamentais
não apenas para a vida acadêmica, mas senti melhor preparado como futura
profissional da área.
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2 DESENVOLVIMENTO

2.1 FUNDAENTOS E TEORIA ORGANIZACIONAL

As práticas produtivas conhecidas por Fordismo possuem


características próprias tanto na modernidade sólida quanto no capitalismo pesado.
Importante mencionar, que esta teoria teve o auge de sua repercussão até meados
dos anos 70.
Para melhor elucidação dos fatos, trarei os ensinamentos do
doutrinador Bauman, vejamos:

“Entre os principais ícones dessa modernidade estavam


a fábrica fordista, que reduzia as atividades humanas a
movimentos simples, rotineiros e predeterminados,
destinados a serem obediente e mecanicamente
seguidos, sem envolver as faculdades mentais e
excluindo toda espontaneidade e inciativa individual.”
(Bauman, 2001: 33/34).

 
As mudanças tecnológicas que ocorreram na prática fordista
ocasionou uma alteração na forma de trabalho, pois o colaborador não trabalhava
mais com sua mente e, sim com movimentos corporais definidos e ágeis.
Sendo assim o trabalho do colaborador não depende da sua
interpretação para que o mesmo faça os movimentos corretos, bastando que este
conheça os movimentos e os façam automaticamente.
Verifica-se nitidamente que o fordismo é baseado principalmente em
três princípios, que são considerados fundamentais para a aplicabilidade do
fordismo na atualidade.
O primeiro princípio de Ford é o Principio da Intensificação que
consiste na diminuição expressiva do tempo de duração do emprego imediato de
equipamentos e matérias primas além, da rápida colocação do produto no mercado.
Já o segundo principio é conhecido como o Princípio da
Economicidade que é a redução do volume do estoque de matéria prima em
transformação
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O terceiro e ultimo principio é chamado de Princípio da


Produtividade que consiste no aumento da capacidade de produção, mediante a
linha de montagem. Neste contexto, o operário que produzir mais tem seus
rendimentos ampliados e, o empresário por sua vez tem seus lucros ampliados
também.
É mediante esse terceiro principio que está baseado a velocidade da
produção e o aumento expressivo dos lucros, visto que quanto mais rápido se
produz, mas rápido se chega os lucros.
Não poderia deixar mencionar que o tempo é um fator de
fundamental importância no Fordismo, visto que este fator deve ser entendido como
uma estratégia eficiente que tem como resultado o aumento considerável das
vendas e dos lucros.
Atualmente, verifica-se um grande crescimento do trabalho informal,
visto que a falta de emprego formal tem assolado milhões de brasileiros, obrigando
os mesmos a sobreviverem da informalidade.
Mesmo quando pensamos em trabalhos informais, percebe-se
nitidamente que os mesmos também possuem características do fordismo, como por
exemplo, a rotina e o controle do tempo que impõe ao trabalhador um ritmo
acelerado no processo do trabalho.
Com o intuito de demonstrar a melhor aplicabilidade dos conceitos já
mencionados, darei como exemplo, o vendedor (ambulante) de bebidas na praia. Na
maior parte das vezes esse vendedor trabalha na informalidade, possuindo como
características norteadores do seu bom desempenho a rotina e o controle de tempo.
A rotina do vendedor de bebidas na praia além de ser uma
estratégia importante, ela também é responsável por fidelizar a clientela, visto que o
cliente que gostar do produto ofertado sempre buscará adquiri-lo do mesmo
vendedor.
Já o controle de tempo também é uma estratégia fundamental para o
vendedor de bebidas na praia, pois quanto mais rápido ele andar oferecendo seu
produto, mas ele terá sua clientela satisfeita com a temperatura do seu produto, visto
que a temperatura é muito importante para vendedor de bebidas.
Por fim, conclui-se que mesmo o vendedor de bebidas na praia
sendo um trabalhador informal, ele utiliza-se diariamente de características do
Fordismo, valendo a pena mencionar que na maior parte dos casos os trabalhadores
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informais nem sabe da existência do Fordismo.

2.2 COMUNICAÃO E LINGUAGEM

Atualmente, o mercado de trabalho que encontramos é muito


diferente do década passada, porém essa modernidade trás em seu bojo a
flexibilidade a instabilidade do emprego.
Toda essa instabilidade é uma transformação do capitalismo que
incorporou a tecnologia da informação, sofisticando assim a forma de ganhar capital
e aumentando o índice de crescimento do setor de serviços.
Neste contexto, o trabalho formal passa exigir do seu candidato um
maior grau de escolaridade, visando sempre o profissional que possui o maior
conhecimento para desempenhar suas funções.
Foi no final da década do século XX que ocorreu a privatização em
muitos países, ou seja, os serviços que anteriormente eram prestados pelo Estado
foram limitados, passando-os para inciativa privada.
Nesta nova fase de organização do trabalho, percebe-se a o
destaque da produção flexível, pois os trabalhadores necessitam estar sempre
atualizados e possuindo uma característica que é conhecida por multifuncionalidade.
A globalização também foi responsável por trazer inúmeras
mudanças na intimidade e na vida das pessoas, pois passou a vigorar na vida dos
mesmos duas características que são a confiança e o risco.
A globalização é responsável por trazer o risco, visto que o mundo
todo tem que ser entendido como um organismo só, ou seja, se uma decisão é
tomada nos Estados Unidos por exemplo, certamente ela refletirá nos trabalhadores
do Brasil.
As taxas de desemprego e trabalho informal vem crescendo
significativamente, por conta da eliminação de muitos postos de trabalhos e, que
geralmente não são recuperados.
Destaca-se que toda essa problemática ocorre independe da
situação econômica do país, não restando assim empregos suficientes para todos os
que necessitam.
Em meio a essa falta de emprego formal, a sociedade como um todo
responde a falta de emprego investindo cada vez mais no setor informal da
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economia, aumentando assim o numero de pessoas que trabalham por conta


própria.
Não poderia deixar de mencionar, que não é apenas o trabalho
informal que possui características do Fordismo, pois é notório que empresas
formais também se apropriam dessas características para aumentar sua
rentabilidade.
Uma empresa formal que apresenta características do Fordismo é o
Mc Donald’s, conforme leciona Ritzer, vejamos:

“"Muitas características do fordismo também são


encontradas no estilo McDonald's: a homogeneidade dos
produtos, a rigidez das tecnologias, as rotinas
padronizadas de trabalho, a desqualificação, a
homogeneização da mão-de-obra (e do freguês), o
trabalhador em massa e a homogeneização do consumo
(...) nestes e em outros aspectos, o fordismo continua
vivo e forte no mundo moderno" (Ritzer, 1993, p.155,
citado em: Beynon, 1995: 12).

O Mc Donald’s também possui o controle de tempo e uma produção


e venda considerada em “massa”, sendo assim a referida empresa possui como
meta atender a qualquer pedido em 60 segundos.

2.3. HOMEM CULTURA E SOCIEDADE

O sistema flexível teve sua origem em meados dos anos 70,


provocando uma grande transformação nas organizações da produção, com o intuito
de proteger as mudanças econômicas que estavam aceleradas.
Tendo em vista essa grande transformação tecnológica, observou-se
que os equipamentos de produção tornavam cada vez mais obsoleto, pois a
produção em massa ficou mais rígido e dispendioso para a nova economia que
estava sendo instalada.
Neste momento, surgiu o sistema flexível com o intuito de dar uma
resposta para superar essa rigidez da produção em massa, introduzindo novos
métodos de trabalho.
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Foi mediante a todas essas dificuldades que surgiu um novo modelo


de gerenciamento do processo de trabalho, conhecido como o “toyotismo”. De
acordo com esse novo modelo os trabalhadores deveriam se tornar especialistas
multifuncionais.
Neste contexto, houve uma mudança significativa na produção da
organização, visto que ocorreu a desintegração vertical da produção, ou seja, não
haverá mais uma rígida separação entre a direção da empresa (aquele pensa) e o
operário (que executa).
Todas essas modificações são provenientes de vários fenômenos,
tais como o fenômeno econômico (globalização), o fenômeno sociológico, fenômeno
cultural, ecológico e etc.
Sendo assim, tanto a cultura quanto o trabalho e a ideologia devem
caminhar juntas para acompanhar modernização do setor de produção, visto que
todos esses fatores são responsáveis pela produção flexível, que da oportunidade a
homens e mulheres que são considerados aptos intelectualmente.
Importante mencionar, que a flexibilização do capitalismo oferece um
ambiente mais propicio para o crescimento pessoal, mas também acarreta muitos
problemas como o risco da competitividade acirrada.
Como tudo na vida o novo modelo capitalista tem muitos pontos
positivos e muitos pontos negativos, que merecem ser reavaliados a partir da lógica
neoliberal.
Ressalta-se que todos os pontos sejam eles positivos ou negativos
do novo modelo capitalista afetam diretamente as relações sociais e a própria
produção do colaborador, visto que um colaborador satisfeito produz mais e um
colaborador insatisfeito produz menos.

2.4 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

Quando se menciona Tecnologias de Informação e Comunicação


(TIC), devemos entender que são todos os meios de tecnologias que norteiam e
interferem na comunicação dos seres.
A modernidade tecnológica não invadiu apenas o novo modelo
capitalista, ela invadiu também os meios de comunicações, visto que com o advento
da internet as pessoas possuem uma grande facilidade na obtenção de informações,
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não necessitando mais de computadores, visto que os celulares são capazes de


suprir essa necessidade.
Muitas empresas já se utilizam dos recursos de internet como
Watsapp, para se comunicar com seus colaboradores de forma eficiente e com
menores custos.
Outro ponto importante que necessita ser mencionado é que a
própria linguagem tem se modificado, com a modernização tecnológica,
necessitando que os colaboradores acompanhem todas as modificações.
Pessoas que não possuem conhecimento digital e tecnológicos são
retiradas do mercado de trabalho, por não atenderem a exigência de capacitação
técnica.
Todo esse avanço tecnológico também produz altos índices de
desemprego, visto que os setores industriais estão cada vez mais informatizados,
diminuindo a mão de obra necessária para operar essa tecnologia.
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3 CONCLUSÃO

Sabe-se que a sociedade atual esta inserida na globalização,


flexibilização, informatização, transformando a demanda de empregos que tem sido
ofertada, provocando uma alta instabilidade trabalhista.
A expansão do trabalho informal, a terceirização e, o aumento do
desemprego deve ser entendido como indicadores de como o trabalhador tem se
portado perante o novo modelo capitalista, visto que a manutenção do emprego
formal depende do colaborador possuir múltiplas competências.
O acompanhamento das inovações tecnológicas também é ponto
determinante para manutenção do emprego, pois a atualização das informações
torna-se determinante para a manutenção do trabalho no novo modelo capitalista.
Desta forma, a indústria passa da produção em massa para
produção flexível, ampliando as possibilidades de colaboradores, desde que os
mesmo sejam aptos intelectualmente.
Importante mencionar, que o setor informal percorre o caminho
inverso, pois ele incorpora inúmeras características do fordismo, tais como rotinas
de trabalho, controle de tempo e atividade mecanicamente seguida.
Por fim, ressalta-se que as características do Fordismo não
desapareceram no mercado de trabalho atual, elas apenas passaram a conviver
com características do “pós fordismo” mutuamente.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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