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Resumo da obra

Macunaíma nasceu no fundo do mato-virgem, filho do medo e da noite, uma

criança birrenta, preguiçosa e de mente ardilosa. Passa a infâ ncia em uma


tribo amazô nica até que toma banho de mandioca brava e se torna um
adulto. Apaixona-se por Ci, a Mã e do Mato, e com ela tem um filho que
morre ainda bebê.

Apó s a morte do filho, Ci sobe aos céus de desgosto e vira uma estrela.
Macunaíma fica muito triste por perder a sua amada, tendo como ú nica
recordaçã o dela um amuleto chamado muiraquitã . Porém ele o perde.
Macunaíma descobre que o amuleto está em Sã o Paulo na posse de
Venceslau Pietro Pietra, o gigante Piamã comedor de gente.

Para recuperar o muraiquitã , Macunaíma parte para Sã o Paulo com seus


dois irmã os. Apó s algumas tentativas, ele consegue de volta o amuleto e
retorna para a sua tribo na Amazô nia. Algumas aventuras depois e ele
perde novamente a muiraquitã . Decepcionado, Macunaíma também sobe
aos céus.

Principais personagens
O livro de Má rio de Andrade está cheio de personagens que retratam as
características do povo brasileiro. Muitos deles fazem uma passagem
rá pida pela narrativa e servem de alegoria para defeitos ou qualidades do
cará ter nacional. Outros personagens fazem parte de todo o enredo e têm
um papel importante para o desenvolvimento do livro.

Macunaíma
Macunaíma interpretado por Grande Otelo no filme de Joaquim Pedro de
Andrade.

É o personagem principal, o heró i sem nenhum cará ter. É um amá lgama da


formaçã o do Brasil. É índio, negro e, depois de tomar banho na poça do pé
do gigante Sumé, vira europeu.

Individualista e muito preguiçoso, seu bordã o é "ai que preguiça". As açõ es


de Macunaíma sã o fruto de uma mistura de malandragem, egoísmo,
vingança e inocência.

É difícil prever qual decisã o ele vai tomar diante de um dilema, suas
escolhas nos rendem algumas surpresas ao longo do romance. Macunaíma
também é muito lascivo e apegado à vida fá cil e de prazeres.

Jiguê

Irmã o do meio. Suas companheiras sempre acabam dormindo com


Macunaíma. Jiguê é um homem forte e bravo, se vinga das traiçõ es batendo
nas suas mulheres, porém raramente dá uma sova no irmã o.

Ele também tenta se lavar depois que vê seu irmã o se transformar em


branco, mas a á gua já estava suja e ele se lava pouco, ficando com a pele cor
de cobre.

Maanape
É o irmã o mais velho, é feiticeiro e revive o heró i algumas vezes. Muito
sá bio, passa boa parte do romance cuidando de Macunaíma. Ele também
tenta se lavar na poça má gica depois de Jiguê, mas já nã o restava quase
nada de á gua, entã o ele continua negro, só com as palmas do pés e das mã os
brancas.

Venceslau Pietro Pietra

Fazendeiro peruano abastado que vive em Sã o Paulo. Ele tem a posse da


muraiquitã que Macunaíma quer recuperar.

Venceslau também é o gigante Piaimã comedor de gente, que mora numa


casa grande no Pacaembu e tem há bitos europeus. Faz uma viagem para a
Europa e sai na coluna social.

Ci

Mã e do Mato, ela faz parte da tribo das icamiabas, que sã o mulheres


guerreiras que nã o aceitam a presença de homens. Torna-se a mulher de
Macunaíma depois do heró i forçá -la a ter relaçõ es sexuais. Ele passa a ser o
novo Imperador do Mato-Virgem. Junto eles têm um filho que morre ainda

bebê e se torna o planta do guaraná .

RESUMO
Macunaíma nasce e já manifesta sua principal característica: a preguiça. O heró i vive à s
margens do mítico rio Uraricoera com sua mã e e seus irmã os, Maanape e Jiguê, numa
tribo amazô nica. Apó s a morte da mã e, os três irmã os partem em busca de aventuras.
Macunaíma encontra Ci, Mã e do Mato, rainha das Icamiabas. Depois de dominá -la, com a
ajuda dos irmã os, faz dela sua mulher, tonando-se assim imperador do Mato Virgem. 
O heró i tem um filho com Ci e esse morre, ela morre também e é transformada em
estrela. Antes de morrer dá a Macunaíma um amuleto, a muiraquitã (pedra verde em
forma de sá urio), que ele perde e que vai parar nas mã os do mascate peruano Venceslau
Pietro Pietra, o gigante Piaimã , comedor de gente. Como o gigante mora em Sã o Paulo,
Macunaíma e seus irmã os vã o para lá , na tentativa de recuperar a muiraquitã .
Apó s falhar com o plano de se vestir de francesa para seduzir o gigante e recuperar a
pedra, Macunaíma foge para o Rio de janeiro. Lá encontra Vei, a deusa sol, e promete
casamento a uma de suas filhas, mas namora uma portuguesa e enfurece a deusa. Depois
de muitas aventuras por todo o Brasil na tentativa de reaver a sua pedra, o heró i a
resgata e regressa para a sua tribo.
Ao fim da narrativa, vem a vingança de Vei: ela manda um forte calor, que estimula a
sensualidade do heró i e o lança nos braços de uma uiara traiçoeira, que o mutila e faz
com que ele perca de novo – dessa vez irremediavelmente – a muiraquitã . Cansado de
tudo, Macunaíma vai para o céu transformado na Constelaçã o da Ursa Maior.
CONTEXTO
Sobre o autor
Má rio de Andrade foi a figura central do movimento de vanguarda de Sã o Paulo e figura-
chave do movimento modernista que culminou na Semana de Arte Moderna de 1922. O
escritor foi um dos integrantes do “Grupo dos Cinco”, que deu início ao modernismo no
Brasil, formado também por Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e
Menotti Del Picchia.
Importância do livro
Má rio de Andrade inaugura uma nova organizaçã o da linguagem literá ria. Utiliza
provérbios do povo brasileiro e aproxima a língua escrita ao modo de falar,
apresentando, assim, uma crítica à língua culta prestigiada no Brasil. A obra apresenta
humor e criatividade, o que faz com que se torne afinada com a literatura de
vanguardista da época. O livro possui estrutura inovadora, nã o seguindo uma ordem
cronoló gica e espacial. Valoriza a cultura brasileira ao mesmo tempo em que sobrepõ e a
esta traços do Dadaísmo, Futurismo, Expressionismo e Surrealismo.
Período histórico
Um dos romances mais importantes do modernismo brasileiro, “Macunaíma” foi
lançado em 1928. O livro busca uma valorizaçã o da cultura nacional.

ANÁ LISE
A partir dos temas folcló ricos e mitoló gicos, Má rio de Andrade cria uma nova linguagem
literá ria. Nã o apenas pelo tema, mas também com o uso de provérbios e tentando
aproximar-se o má ximo possível da língua oral. O autor chega a representar uma
"gozaçã o" de Macunaíma à forma culta de falar dizendo que o povo "fala numa língua e
escreve noutra", na "Carta pras Icamiabas".
A obra tem um aspecto nacionalista, mas aponta também para os “defeitos” do país.
Consegue seguir a tendência literá ria mundial, mas imprime um tom nacional e
originá rio. Com isso, “Macunaíma” torna-se a melhor representaçã o das propostas do
Movimento da Antropofagia (1928), iniciado por Oswald de Andrade, que buscava
equiparar a cultura brasileira à s outras culturas de prestígio. O Movimento
Antropofá gico tinha como pretensã o aproveitar as qualidades de outras culturas, mas
transformá -las em algo verdadeiramente nacional, por isso a metá fora de “comer” ou
“devorar” o que vem de fora.
A descentralizaçã o da cultura é um dos objetivos do Modernismo e pode ser percebida
na obra de Andrade. O autor cumpre com tal corrente ao tratar do nacionalismo em
torno do verde-amarelismo, buscando os motivos indígenas, folcló ricos, nativos e
americanos, contra a inspiraçã o nos temas europeus. Macunaíma também apresenta a
“descentralizaçã o da cultura” na língua, ilustrando "o vocabulá rio regional de todos os
pontos do Brasil" com suas frases feitas e provérbios de propriedade coletiva. Um dos
principais valores do livro é exatamente essa mistura linguística.
Para escrever o livro, foi preciso que o autor pesquisasse sobre as lendas e mitos
indígenas, pois está presente na obra a linguagem popular e oral de vá rias regiõ es do
país. Por isso, Mario de Andrade o chama de rapsó dia.  E a partir desta descriçã o dos
mitos presentes no imaginá rio popular, Má rio também inventa, de maneira irô nica,
vá rios mitos da modernidade. O personagem “Macunaíma” serve como alegoria para
sintetizar o cará ter brasileiro. Desta forma, podemos reconhecer na obra uma crítica e
uma reflexã o sobre o que seria o povo brasileiro: sem um cará ter definido, vivendo em
um país grande como o corpo de Macunaíma, mas imaturo, característica que é
simbolizada pela cabeça pequena do heró i.

- Macunaíma: é o protagonista do livro, "o heró i sem nenhum cará ter" e preguiçoso. Vive
numa tribo na Amazô nia e assume diversas faces. Ao mergulhar num poço encantado se
transforma em um homem branco, loiro e de olhos azuis.
- Maanape: um dos irmã os de Macunaíma. Simboliza a figura do negro. 
- Jiguê: um dos irmã os de Macunaíma. Simboliza a figura do índio.
- Sofará : mulher de Jiguê. Era bem moça, apanhava de Jiguê por ficar “brincando” na
mata com Macunaíma enquanto devia trabalhar.
- Iriqui: nova mulher de Jiguê. Era linda, mas também foi deixada por Jiguê quando este
descobriu que ela também “brincava” com Macunaíma. 
- Ci: é a responsá vel pela peregrinaçã o de Macunaíma, já que foi ela quem lhe deu a
pedra Muiraquitã . Ela foi o verdadeiro amor de Macunaíma.
- Capei: uma grande cobra que Macuína teve que enfrentar.
- Piaimã : é o gigante que roubou a muiraquitã de Macunaíma. Torna-se a principal
oposiçã o do heró i e motivo pelo qual ele parte em sua jornada para Sã o Paulo. No final, o
heró i mata Piaimã e toma de volta a pedra. 
- Vei: é a representaçã o do sol, apesar de ser mulher. Tem duas filhas e quer que
Macunaíma se case com uma delas. Porém Macunaíma nã o fica com nenhuma de suas
filhas
- Ceiuci: mulher do gigante. Era gulosa e já tentou devorar Macunaíma.

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