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sº e
!!
J ard i m E
d as
T o r m e nt a s
Pr e fac i o de MAL H ER I O D I AS
I IL L I U D, AL V S E C
" FRANC I SC O AL V S E C
'ª
ER
P AR SI
E96
RI O D EA mE
IR O
J N
96 , BOU L VA D MO N TP ARN ASS , 1 66 , R U A D O o u v o n, 1 66
(L I V RA RI A A I L L A U D) S PAU LO
E E
.
LI S BO A 65
E HO RI ! O N T E
65, RU A D 8 . B N TO,
73, R U A G A R RBT T , 7 5 B LL O
E
( L I VRA RI A B RT R A N D ) 1 055 , RU A DA B A HI A , 1 055
FRA U DR EE
M
. TI D AN N ,
FRA U L E G EET EE
IN M R T I D AN N ,
DR . TI EE
M D AN N
Ao sr . A q u i l i no Ri b ei ro .
E
de algu em C on servo ai n da vi v as as i n t ell ec tu aes
.
u m a m u lh er
q u e se p o ssu i u em c u j as t em p or,
a s e
mi nhas çõ es de l ei tu ra me ob si di a ll a é
sen sa , . E
de q u e o l ei tor do seu livro se i mp ortar á b em
men os de sab er o q u e p en so das su as su p eri or es
apti dõ es de litt erat o do e de c on h ec er os m oti
q u ,
E
o tr az er p el a mi n h a mã o ob scu r a ao prosc eni o das
E
p t o r de p ensam en tos .
n t ã o p orqu e? ,
an dou a su a sy m at h i a atr á s de mi m p ar a me
p
en c on tr ar n est e i sol amen t o agr est e em q u e vivo ?
a ffag am e me i n j u ri am di an t e dos q u e o l ou v am ,
E
de m sobr eviven t e do p assado n o livro de u m
u
ap p roximaç ã o i l ogi c a?
Di r se i a a u m pri meiro
— —
,
p er fi ci al exame e su ,
c omtu do . E ,
ei s n os aqu i
-
fratern al men te j u n tos
, e est a fra
E
N enhu m de n ó s fez á s su as op i ni õ es o mi ni mo
sacri fi ci o em b en efi c i o dest a c amaradagem u .
as r ev ol u ç õ es feit as de b ai xo p ar a ci ma c omo
m ai s p ac í fi c as ap p arec em m e p u l u l an do de u m a
,
-
I sto l h e n ã o v en ho diz er p ar a pr ov oc ar , n o v es
tí b u l o de u m a obr a l i tt er ari a, q u e eu dev eri a en
al a n ar d e l oi r o s , my rt os e rosas , u ma alterc aç ã o
g
p olíti c a, mas ap en as p a ra p aten tear a fu n dam en tal
di v ergen ci a q u e, emb ora f azen do de n ó s an t ag o
n i st as ( n est a hor a dom i n ada , at é á ex h au st ã o de
E
eu n u n c a sab eri a a fi n ar p el as b ell ez as c ap i t osas
E
fi c ar se p el as su as cren ças dos q u e sab em vi v er
—
,
en t en derm o n os -
explic a m elhor do q u e as m ai s
,
E y mp at hi as
de s .
p arenta ,
u m a en tr evi st a q u e tiv er a n a
n arr an do
E
p al avras A fi n al el le é n o fu n do u m p obre i dea
,
E
ni st ro , a fi n ali dades i den ti c as Os n ossos iti n s .
q u an t o u m d e n ó s n a a n ci a de ch eg a
, r m ai s
e v ae c omo u m f u r ac ã o derru b an do o q u e en c on
, ,
mi nh a c om c au t el a p ar a n ã o esmagar as formigas
,
E
e n ã o assu st ar as ab elh as .
Et
não !
s as c ou sas n ã o as c omp reh en derá o n osso
i n feliz desv airado irm ã o j ac obi n o Mas o p en sa
,
.
ri aes p ar a a r ev ol u ç ã o se i mp r g n a da c or agem
,
.
E
u d li m i t am o J ar di m d as Tor men tas e sse
q e e
me eu l h e digo p ar ec er m e -
v ej o em ri sc os de desmoron ar se ( e a q u e amb i ci o -
no a
pp o i o q u e v en h a m a d a r l h e os ari st ocr at as
-
E
p e r du r a v ei s U .m e di fici o f eit o d e esc ori as n ã o se
E
p ara as ameaç as da ign oran ci a Só o tal ento .
v ezes as
,
su as so mbr as , a irraci on ali dade e o deli
Mas
E
ri o. a mobil i dade é a p rº p ri a n atu r ez a das
sombr as . ll as
E
dade e de sen sibili dade, ell a r epresent a u m val or
soc i al i n fl u en te c om esses v al or es q u e a dem o
'
.
so ci al , emb or a h u mí l i m a , o
q u e at é hoj e p rodu zi u
a revol u ç ã o .
E
c asta ? u m a fi g u r a de i n si n u an ti ssi m o r el ev o .
E
meu esp i ri to L i son g ear é u m dos irr epri mív ei s
. .
sô a ao s m eu s ou vi do s c om o a li n gu ag em de u m
q u e n o c u m e d o j act o se d e sf az em n u m a n u m i da
e i ri z ada p oeir a A su a acç ã o , c omo o j orro d a
'
.
g u a , e l ev a -
se i mp etu osa, m as l ogo , m al as i ll u
su as acç õ es sã o , o r v ezes , m er os th em as s m
p y
p h oni c os p ar a desen v olvi m en to de m otiv os or
c h est r aes Assi m , n o c on t o O S ai g ra , a n arr ativa
.
E EE
el ectri se P el o arr an j o e c aden ci a do esty l o esse
.
,
u e ou tr o e sc ri p t or ai n da em P ortu g al c omo o
q
sr. Aqu ili n o Rib eiro n ã o con segu i u su rp reh en der
e app li c ar o s segr edos da su a esb elt a e fi n a p ro
tão
si m eu amigo
'
,
De c ert o p ar a q u e toda a orch estr a ,
E
O sr Aqu ili n o Ri b ei ro ti nha em si
.
p r o du z m h ã o de sempr e fi c ar p ar a os seu s l ei
,
r egr as da an al y se Ten ho eu u m
am i go , esp ec i e de Mu sset f u n di do em ar ab e , q u e
u m a n oi t e , n u m c a b ar et de M on tm artr e , essa
E
u e su rp reh en do , a c ada o lh ar de v í c i o q u e des
q
c u bro? est e hom em f el i z , q u e p ossu i a esta
mu lher n a c on textu r a m ai s í n ti m a da al m a N ã o .
xv m J A R D IM D A S TO RMENT AS
e n ec essi t em de u m c i c er on e e a m i m se m e
q u
si m o de i magen s c om u m v elho th em a c om o o da
c om u n s n e oman tes de c av al os n o r eg ab of e
g
da C h i ca Men u da o mai s af amad o alfô b re de
,
aq u el e somn o u á s v ez s o at av a n a c ama
q e e
b oas h or as .
A q u i e xig em se m ã os de h om em q u e sej am
—
,
p on t u al Cheg as t ar de a c ai r de somn o e
.
, ,
E
t u a b ô c a resc en de á agu ar den t e e ao p ec ado
c omo a p ort a du m a t avern a u sei a vi da de .
p er di çã o q u e l év as R afael Tu j og as os
, .
n os v asos ; t u n ã o ap ar as se q u er a m on c a dos
ci ri os Ha di as o f og o p eg ou n u m ret ab u l o do
.
divi n o C es p edes p or c u lp a t u a R af ae l D eu s , .
n ã o m e p e r doari a se fe ch asse os o lh os a t an t a
i n c u ri a E sc u t a : se a p artir de am an hã n ã o
.
a b ert as de p ar e m p ar ; á s 9 h or a a q u e vê em ,
t r ch ei as e as l u z es ac esas ; n ã o q u er o
es a
b e m sab es homi n e i mp er i l o n u n q u am q u e
q u am i nj u sfi us .
R af ae l tr em er a pe l a p ri meir a v ez d ean t e
da fi g u r a amar el a e esq u el et i c a do arc ebi sp o
D Bazili o L u n a y M an riq u e q u e c omo u ma
.
, ,
mi n gu ar e c orrer p ar a o ap ag amen t o E .
da c asa de D eu s c om esme ro de dô n a e t er b em
esc ar ol ados os alt ar es sobr et u do a c ap el a de
,
sen h o r
.
ao c on vit e
q u e c ast an h ol as e p an dei ret as l h e
l an ç av am de den tr o .
, ui
I Q J A R D IM D AS TO R MEN T AS
á s v ez es de seu sc i sm ar em l on gín q u o
j ar di m b emav en tu rado en tre os b emav en
,
n ã o mu rmu r ei s q u e o demon i o p õ e á s v ez es
,
E
a vi rt u de a m asc ar a do p ec ado e ao p ec ado a
masc ar a da vi rt u de le and a p ar a c on f u n dir
.
os h omens t en do n a mã o a man t a
, q u e du m a
S u as vi rt u d es frag rantes e a gr aç a c om q u e
1 4 J A R D IM DAs T ORMENT AS
a R af ae l q u e as m i l c o l u mn as de v ei as v er des
e vi o l et as n ã o e r am ap en as fr ag ei s em p aros de
m arm o re ; q u e er am mi l br aç os de m u lh e res
q u e se h a vi a m en t e rr a d o n o s o l o a o p e s o d u m
g ô s o ,
g e m e n d o u m a l ê d a h a
.
r m o n i a ; q u e os
c ô r o de su pli c as ; e o d e e n h os u e c o bri am
q u s s q ,
os m u r os e r am a p oeir a l u mi n osa de se u s
,
n u m m ar des c on h e ci do on de v á g as de g ô so
,
E
n ã o o ch amav am T rem i a mesmo n o fr agil
.
esq u i fe g ot hi c o ,
l e q u e p asseava sobr e as o n
das A i dei a c h ri st ã ap ag av a-se medr osa
.
, ,
n a c at edr al c om o u m l ap ar o n u m c ovil de
se rp en t es .
mi da e ac u mu l ada N o rep u l u l am en t o i n fi
.
, , ,
n as on de do r m i a a a g u a b e n t a dos esc on j u
,
-
r os,
rev el ar am-l h e i n q u i et an t es c u rv as de
v ol u p i a ; n as u r n as a l i n h a ch ei a e q u en t e das
dral er a a am an t e q u e lh e e n treti n h a os
,
dev an ei os e a fe br e D ep oi s v or az men t e Ra
.
, ,
co mi do de v íc i os .
16 J A RD IM DA S TOR MEN T AS
pl or av a o E tern o
S en h or p orq u e me ab an don ast es ? Meu
c or açã o era si m pl es e u m alt ar de p eren e
i no c en ci a a V ossa Gl ori a
P oré m o Chri st o d olh ar e mb aci ado n ã o
,
'
,
da C h i ca Men u da .
rec ort av am se n a br an c u ra fl u i da do ar N o
-
.
febril men t e .
t an d o
Ri b r
e a d e D u err o arri b a
C av al g an dos
Ai ! cavalg an dos
A CATE D R A L D EC OR D O VA 1
7
Q u an do R af ae l ch eg ou ao P ateo das
L aran j eir as a p u rp u r a creadora do di a est a
l av a n o o ri en t e A c atedr al ti n h a ai n da u m
.
c en den t es de é den . Os
z l j r ol av am se
a u e os —
R af ae l fi c ou n u m a das n av es p erpl ex o ; ,
em fren t e do t ab ern ac u l o de pr at a n a c ap el a ,
c h ri st ã ,
a l am p ada a r di a a et e r n a gl ori a
m as e r a u m a l u z ap ag ada e f at u a seme
lh an t e a piril am p o em selv a esp essa .
l m su spir o S p '
g u ad o d u u s e
. n d eu se d o u ví do —
,
D e v ag ari n h o r odeou a c ap el a g ot h i c a
,
de m arm or e a p er der de vi st a As c ap el as .
E
P ara l á da c ap el a do S enor de Val enz u el a o
ru ído ,
su bit amen te t or n ou se
,
l u ci do
—
ra .
q u e u m a fr es t a b an h av a a sc en a d ese n r o l ou
,
se a seu s o lh os cl ar a e a b omi n av el
, .
R af ael arq u ej an te
,
p alpit av a daq u el e
,
p e r a v e e a . e a v e z sen
i n q u i et a de S an t a C at ali n a de li n h as ,
ç õ es Q U e esc on di am a c ar n e e d esa fi av am a
vi da E ev oc an do t odo o i n fl u x o da c atedral
.
,
do c l xv
se u o e a m ã o di vi n a q u e
ci n zel ar a a .
ti ra os br aç os femi ni n os est ac ad os c on tr a
o c éo e a c av alg ada l ou c a dos sen ti dos
i mpressa n o g alg ar dos arc os S u a al ma .
e n tr eti n h a os h omens c om o c é o er a o g en i o da ,
marmores .
j o u -
l h e o p eit o aq u e
,
l e p eit o q u e arf av a p or D eu s
c omo n eg av am ; a fr on t e em q u e r eu n i a é p ai
,
em acçã o e p en samen t o .
132 JA RDI M D AS TO RM ENT AS
E
er a pr eci so arr asar a c at e dr al o mon str o
,
p re v e rt i a e es m ag av a a s fl ô r es m ai s ch e ir os a s
d a se ar a c h ri st ã L en t ament e bebi a lh es c om
E
-
.
ç av a o -
s p ar a m e lh o r os de v or a r .
m u rm u r ou lh e —
R af ael é a vi n g an ç a A q u i er a o j ar di m
,
de vive r e de am ar E a n ossa vi n g an ç a Ra
'
.
,
dot es ; é a vi n g an ç a da Bel ez a, é a vi n g an ç a
da Vi da
L á fôr a o sol doi r av a t u do ; n o c am p an ari o
c h ri stã o da c at edr al os si n os ch amav am as
al m as
VO L U P T U O S O MI L A GRE
VOL U PT U OSO MI L AGR E
P er me n u s au tem ap ostol oru m
fi c h an t sxg n a et p r odí g i a m u l ta in
p l eb e
.
( A cto: c ap V, v
. .
A
!
b or da do mar de Genesareth u m b om ,
E
mu ita velh a q u e fôr a n ou tr os t em p os a serv a
,
du m l evit a ra
. ali um siti o desc am
p ado on de n ã o h avi a b eira n em r amo d oli '
p ar a u ma b an da p ar a ou tr a o deserto on de
,
ap en as u m ou ou tro c aç ador de g az el as tr an
sit av a p or ali .
A b oa m u lh er vi v i a n u m a c ab an a ab an
don ada p or l eproso ou pr o fet a h a t an t o
t emp o q u e ti n h a j á a forma adormeci da e
et ern a das r och as á b eir a dos c ami nh os .
da S amari a e é n at u ral q u e a mo rt e p as
9 6 J A R D IM D As TORMENT AS
sasse p or lá se m . Ao
p é de c asa en tre
a v er ,
du as p en h as h avi a u ma h ort a on de as
,
c ai am l á e c alc av am t u do c omo p at as de
c av al os N as t ard es seren as su bi a do l ago
.
e p oc a as c ar av an as atr av essav am p or al i ,
ap anh av am a t u ni c a p ar a n ã o roç ar a
vag a í mmu n da dos p edi nt es e c om n oj o
lhes c u spi am o o b ol o A t u rma e n ovel av a .
E
se mor di a-se p ar a pilh ar a ex e cr ada mo eda
,
esc al e i ras do T em pl o .
sas ,
q u e só n a ri a mai s sósi n h a
t erra n ã o se .
vi da tiv er a c om el a Fô ra el a u m dest es c or a
.
çõ es si m pl es q u e p assam do b erç o á c ov a
i n ap erceb i dam en t e Os ann os desl i sam sil e n
.
p ar a u m l evit a a pr of u n da p ar ab ol a dos
ab an don os m orr i a sem t er t en t ado viv e r .
ª
As v ez es p erg u n t av a seu en tr an ç ado sci smar
30 J A R D IM DAs TORMENT AS
cr u z av am u m o lh ar de i n fi ni t a tri st ez a O .
desert o .
E st av a p oi s a velh a ac oc or ada n a so l ei r a
da p o rt a q u an do u m m en dig o se ch eg ou a
e l a e l h e p e di u do r m i da Vi n h a arri m ado a
.
u m b or dã o a su a b arb a e os seu s c ab el os
,
r u os e r am de n az ar en o p o rq u esc o rri am
ç e
ab an don ad a men te em fi o .
u ma do ce c ab eç a de j u m en t o l h e c oncede u ,
os ar es a v e lh a a c o r dou a u m as p an c adas q u e
,
b ati am n o fron t al .
S an ti n h a de D eu s di sse o v elh o
a b o l et ast e o m en dig o e o m en dig o q u e r dei
x ar t e u m a l embr an ç a P ede u m a c o i sa q u e
—
.
se j a e l a q u al fô r t e se r a c on cedi da
: )
.
V OL U PT U O S O MI LA G RE 31
e, C om o a
G alil ei a era a t err a dos mil agres ,
acredit ou de b o a fé .
P ede t o rn ou e le q u e nã o p edirá s
m vã o
E
e .
atr az .
Bem ; m as p ar a i sso pr e ci so de t e c or
t ar em b oc adi n h os m oer m oer até fi c ar es
, ,
em b orr a e pôr t e ao l u m e
'
-
c oser .
U m a gran de forç a op u n h a se n el a ao g e —
lb er a c adei a q u e t e p ren de
, pr of eri u em
E
v oz p at e rn al o v elh o
q u e p ar e ci a l er a des
,
c ob e rt o n os c or açõ es S 0 j og u et e do
.
c oari a a vi da n a an ci a de q u er er sorv en do at é
fi m a m u lh er A h ! m as est ari a m u it o t em p o
.
feit a em p ost as ?
O t em p o q u e fôr mi st ér resp on d eu
o v e lh o de m á c ar a p en etr an do a v er ed a n ov a
,
de seu p en samen t o .
A du vi da e a ev i den t e m á v on t ade do
h omem atemori sav am-n a L embrou se p oré m .
—
E
ser será ; ap en as se n ã o real i sam os son h os
em q u e n ã o h a f o r mosu r a l a c om o ti n h a
.
E
P edi u el e u ma v asilh a em q u e a h avi a
de fe rv er . l a era avi sad a tr ou x e l h e u m ,
—
A p resen t o u en t a m a mu lh e r u ma f r
an o a,
q u os o l an c e d o l h os d os p ere gri n .
su sp en di am o b oc al ao alt o p are c en do m ã os ,
a to u c ar u ma fr on t e du m di adema ; a c u rv a
era l en t a am pl a de li r an t e e su mi da c om o a
, ,
E
e asas t am v oadei ras q u e o su st o da v elh a
v olt ou . ra um m il agr e se a an f or a n ã o
t omb asse e se n ã o p er desse p or l á u m dos p és
ou uma das mam as .
Bem em q u e fi c amos ?
,
E el a en
treg ou se p ar a p erc orrer de n ov o
—
, ,
P ri n ci pi ou o br u x o f az e l a em mig alh as —
.
ao l u me e du r an t e u m di a e u m a n o it e a an
se t o r n ou n u m a m ass a vi rg em e r osada e xp ô l a —
a a n f or a em re dó r p edac i n h o a p edaci n h o
, ,
o s c ac os di sse p ar a a c o l u mn a de b arro de
v ei as de f og o e li n h a sensu al
Vive
O b arr o viv e u E stremec en d o c an t an do
.
,
n u m a m u lh er mu it o li n da e l em br o u se Fó ra —
.
b amb ol eando-se se mi r av a
,
t u m u it o ri c o da graç a de D eu s q u e n ã o
o b rá ras assi m u m p rodí g i o a t rô c o du mas
c olheres de p ap as .
Et
v ores ao I nefav el .
u en h o fé rv a ou t u a c onc u
. Tu a se ,
bi n a p orq u e me n ã o l ev as c ontigo ?
,
Tu ador as em mi m o p oder oc u lt o e
n ã o o h omem O h om em morreu q u an d o re
.
O n d e está s u t am ?
On d e se n ã o b u sc a .
E on de é q u e se n ã o b u sc a?
E
N a sc i enc i a de saber ser i n feliz .
t orn ou
N ã o sei c omo h ei de agradec er
I n u til As mi nh as mã os sam rot as a
.
dar e a rec eb er .
36 J A Rp I M D As TOR MENT AS
D eix ai s m e en t am só sen h or ?
-
,
O v elho fr an zi u u m so rri so m au em q u e ,
O q u e fi c av a b em á v elh a n ã o fi c a
b em á a m oç a Q u e h ei de eu f az er ? Meu c or a
.
P oseste t e a margem da vi da p or t e u
—
a am pli dã o da vi da j u lg an do q u e n ã o ti n h as
e a so fr e r. C u m p ri as o t eu fadari o m as n ã o
est av as c on t en t e A dit a é o c on t en t amen to
.
de nosso desti n o E v e rá s t u v ai s i n v ej ar
.
,
e o s sei os I n qu i et os
'
E ao c ab o do e x ame
.
desat ou a ch or ar em f on te
A i ! a ci n t u r a del a men e an do se p ar eci a
,
—
,
u m an e l su sp enso ; esc o o e m v ez de
o
p ç ,
p r en de r a c ab e ç a l ev an t av
,
a a p ar a o c eç
-
,
i n efav el g raç a eu rr an q u e
a a E
va da graça
h u man a .
dansari n a .
E E E
A I NV R S Ã O S N T I M N T AL
E
A I NV RSA O S NT I M N TA L E E
C rei o q u e amei Heli a ; a esse t em p o ai n da
eu n ã o h av i a di ssi p ado á f o rç a de exp e ri en ci a
e acredit av a q u e h a momen t os b o n s no
E
po rq u e eram n ovos e su as vi rt udes det est av eís
p orq u e n ov as er am . l a era u m a dest as tiges
l oi ras do fau b ou r g frag ei s e gípci as sem
, , ,
p ó darrosado , p ol ou feu
—
um
—
desafi o en er
,
E
v an te á vi rt u de dos b ons p aí s de f ami li a .
u ap ren di a amar an t es de as c on he c er
, ,
e n os c at al og os q u e mi n h a i r m ã r e c ebi a das
trast e .
olh os n ã o vi am An dei c om el a p el a E u r op a e
.
advi nh ari a .
en tr ar n a z on a da t o rm en t a alh ei a E n c on .
c l
se u o a v ap or a 100 á h or a n a t err a a 150 n o
, ,
c é o E n c on tr amo n os u m a t ar de n o mel rô e
.
—
r av a se d el a e el a da mi n h a garç on n íêre Su a
—
.
E
q u e e u l h e ch am a v a L a S u r l amme
f
l a n ã o se c on du zi a e m vi rt u d e du m
desti n o p ara u m fi m ; su a mi ssã o n a t err a era
semear a v ol u pt u osi dade ; seu pr az er n ã o
er a r etir ar g ôso mas ser i n stru men to de g ôso .
dest es i n fi ni t amen t e p eq u en os c u j a f u n çã o é
,
em n os c on h ec emos tir o o ch p eo o
q u e , u a ,
E
c ama n ã o me amav a p or mi m ; amav a me
,
—
e se ad or me ci n el e c u lp a foi mi n h a e m n ã o
,
est ar v i gil an t e .
E
S a í n l e— Gen evíê ve do P a vi ll on B l eu de S ai n t
C l ou d . xcl am av a : P orq u e h avemos
la e
E
de t er est e esp aç o a p erc orre r ? !
m mi l an os as rap ari g u i nh as c om o ,
n h amo n os en t am á j an el a t oc an do de n ossas
—
,
c omo aq u el e on d e O T en t ad or c on du zi u
J esu s C hri sto E t amb em me si n t o ten t ada
—
. .
t ort u r a e me l ev a p ar a l on ge de mi m Mas O .
q u e é e p ar a on de é i gn or o -o
, .
S am mi l al mas q u e cresc em n a t u a ,
Heli a .
S rri u e b eij
o me resp on deu an do—
Q u an t as me dari as tu ?
D av a t e dav a t e
—
.
—
E as ou tr as?
As ou tr as iri am p or P ari s p el o ,
Q u e r e b an h o fero z !
N ã o ; iri am p el o m u n do f az er c oi sas
b oas v er g osar ; u mas fi c ari am n a al dei a entre
, ,
u m a só an dari a fó ra de m i m .
Ah E p orq u e ?
P orq u e en t am e u era t am forte q u e a ,
é m arch ar p ar a u m fi m e v er se a gen t e —
hi a p or n u n c a ch eg ar ao c ab o p ar a q u e o
en c an t o n ã o fô sse S ó as an ci ã s
dif erem p orq u e as c on diçõ es essas val em-se
E , , , .
ou vi n do r esf ol eg ar P arí s?
c om o u m só c orp o e u m a s ó Os p e
u en o s n a d as t am li n d os S ai n t
q ,
u m a q u i m er a P arec e-me q u e
n ã o viv o e m mi m m as fór a de mi m em t o das
,
essas c oi sas ,
m i n u sc u l e s gr an di osas
,
Meu
g ost o seri a am assar me n el as -
.
Fó ra de n ós n ã o h a p eq u en os n em
gr an des Ha il u sõ es
. .
I l u s õ es an t es c om q u em sen ti m os e
, ,
f al am os .
E xi stem e l as ?
E xi st em ; e xi stem n a n ec essi dade q u e
h a em cr ea l as
-
.
E a v on t ade o q u e é ?
O q u e é ? P u f ! U m a su p eri l u são .
Se t u do é il u sã o p ar a q u e desej as ?
A exi st en ci a dentro da i l u sã o
v
tam
gr an de c om o dentro du ma real i dade p u ra .
E
Holi a fi c ou p en sativa d ol h os sobre as '
dife ren ci am é n a f or m a a fo rm a q u e en g an a
,
os o lh os e os es pírit os Tu mi n h a amada és
.
, ,
E
0 i n c on sci e n t e ; am as as c oi sas p e l as c oi sas ;
e u amo-as p or mi m u c on h e ç o a i l u s ã o
.
,
sen t es O v ol u pt u oso pr az e r de se n ti l a ; -
p ar a mi m t u do é for ma e eu si n t o o t en u e p ra
z er de c om p reh en de l a Tu viv es de den tr o
—
.
p ara fó ra e eu de fó ra p ar a den tr o .
Os c am p an ari os b ati am á s ve z es a m ei a
n oit e sob r e o nosso dev an e i o ra a v o z
q u e . E
ac ordava Hel i a do t or p ô r ch aman do , a
vi da C i n c o c am p an ari os f al av am a li n g u agem
.
E
v ari ada das al m as As b adal adas de S ai n t
.
tí en n e er am c om o q u e u m ap el o de mu lh er
ao g oso c ri st ali n as f e b ri s ; n os B ernar di n s os
, ,
ao pr esen t e c om f asti o .
se u s br aç os em u ant o de fó ra o sil en ci o
, q ,
br u sc o da onç a !
ç ã o. A p ren di e m P ari s a a rt e d e b ri n c a r c o m
as id ei as e f az er grossos ali c erc es sobre p ri n
A I Nv EA
Rs O S ENTIMENT A L 51
c i p í os ôc os c omo b exig as de b oi N i st o se O .
,
m eu eu per deu a mi n h a e xp e ri en ci a l u cr ou
, .
e l á i am os t odos tr es c orri gi n do el as p el o
,
ç a d o d e Fi cht e G u y a
,
u e t o da a p a t u l e a dos
ri s
q u e n ã o v e m n o B a ede k e r e on d e o c a m ar
tel o se ou ve dem oli n do a p asso de c arg a
,
.
Os fl orõ es e as fl ech as g ot hi c as fe ri am n a ; —
ag u d os n o esp aç o .
solit ari a e r e c ol h i da q u e e u am av a c om o
e m S i t J u li en
a n —
respi rav as e a v ol u p t u osí e
5 23 J A R D IM DAS TORMENTA S
er am n ot as di sp e rsas da vi da q u e n ã o aseen ,
di am ao c éo N o c u n h al r oi do do t emp o
.
est el a p oi da
Ou p en san t j ai p assé
'
, ,
sen ti n d o a di sp ersã o .
N o Q u ai em t oda a li n h a q u e v ai d Au ster
'
litz á P on t de V al my e on de os b ou q u í n i sl es
- -
z er -
lhc om preh en der
'
o .
Ch or ou ch or ou e eu b eb en do-l h e as l agri
,
E
des fi l ar am dean t e de n ó s a l u x u ri a seren a
da Gréci a o medo religi oso da dade-M é di a
, ,
g al A
.
p at u l e a du lcí ss i m a dos pri mi tiv os t o
c av a n a en gi m at i c a fi rmesa de Vi n ci A a rt e .
tam os h omen s ?
Heli a t en t av a-se de t u do e b at en do o p é
me r ogav a a c ada momen t o
E
L ícit a li cit a ag or a n om de D i eu !
,
bi gn y en tregu es a A mi nh a b ol sa
era p o br e e ou vi a o s g emi do s de m eu s b oi ei
de ve lh o fran c os U m a t ab oa.
A tr az do m ar de c ab e ç as eu ri a da f oli a do
di n h eiro e Heli a mordi a os l abi os .
au st er as de fr on t e e n c í c l o p edi c a de C ol on i a
, , ,
mi ssaes on d e em n u v en s de algodã o em
r am a an j os v oav am c omo b orb ol et as .
E
Ci n c o i n vesti das de a fr an c os e
O m artel o b aix ou -se p ar a Hel í a u não .
Nã o p ag o n ada .
E
l an ç ou me
-
u t en h o q u em p ag u e .
E
n em c om o e a fi g u ri n h a lí n fat i c a de H enn e r
de ra p ari g a du m ver de de ab si nt o N em vi da .
,
nem côr ,
ap en as u ma l an g u i de z pi c an t e de
femea du m h arem .
Heli a i ns t al ou a á c ab ec ei r a da c ama ;
—
l em br o-me ai n da da mi n u ci a c om q u e el a
apr u m ou o q u adr o e est u do u a si metri a da
foi gr an de q u an do a v i c om O al fi n ete do
ch ap eo crav ar du as v ez es a p obre t éla M ai or .
N a m an hã se g u i n t e c om O sol e O movi
men t o v olt o u l h e t odo aq u el e r espl en dor q u e
-
semeav a su a gr aç a li g ei r a de c ot ov i a .
E
deli c adez a de bilh et e p ost al il u str ado q u e
mu it o apr azi a a R eli a l a g ost av a da p art e
.
—
N -l h e
a est al ar os b f
o es i n
. e tt e an t e p u n h a
E
o B ass i n co m a e xpl an ada
'
os p eix es d oi r o
, ,
chanter fl eu rette .
Q u e m e i m p o rt av a ? seu c o rp o e r a es c a sso a
—
E
l a e ra u ma h arp a
.
E
aos n ossos abr aç os v ap or osos e i n v en tiv os
c av a .
du as h or as b em m o í das p ar a g an h ar l og ar
no C ol l ege de Fran c e, no f amoso c u r so sobre
a P erson ali dade .
p o r si u m ch am ariz esc u lt u r a g ot h i c a em
,
E
tr aç o i n ci siv o de m alí c i a De p er fi l fi g u r av a
.
,
eq u i l í b ri o
q u e p ode h av e r n a c o m bi n açã o
E
do mov el e do rigi do .
l e ab at eu o o rg u lh o da r azã o e p op u l a
ri son o pr ag mati smo q u e v ai mai s l on ge
,
chi n el os de A ri st ot el es A su a fi l osofi a é .
a fi lh ad a da u el l es r ei s m ag os q u e f or am at é
q
O pr esepi o g u i ados p or u m a estrel a ; el a v ai
,
at é as en tr an h as dos e n igm as c on du zi da ,
p el a i n t u i çã o .
S olt ei u ma ri sada
t pit osa es re .
E i n dec en te an d ar a espi ar
'
.
R i o u tr a v ez e el a p ôz -se a ar repel ar os
c ab el os e a sol u ç ar
'
C est dég oú tan t /
C om p reh en di mu ito b em a p obre S u r
fl amme . Q u eri a v er-me a defen der os meu s
di reit os de m ach o e q u e e u me i n di gn asse e
l h e b atesse t alv e z A pó s i sso fi c ari a sati sfeita
.
e r en di da .
el a e c om ig o c om
E
o u m p o bre f arr ap o a git ado
,
atir an do me os n o m es h e di on dos do c a
-
lã o E .
Q u an do a v i m ai s seren a fu i ao q u art o e
tr ou x e a t ri st e t el a massacrada .
E
e u d ar m ei o seri o
'
.
N ã o n ã o p osso viver m ai s c om u m
,
í
r ette ! mq u an t o
e el a rev olví a as c omodas e
arr an c av a p ara fó ra a r ou p a b ran c a q u e
lh e perten ci a .
q ue me não a ma !
T odat arde l ev ou a S u r /tamme a
a
l h e o br aç o sac u di a vi vamen t e —
l a t eve
apen as est e su spir o de r en diçã o
D ei x a me p artir ! -
E c ai u de b ôrc o ch orar O c h ô ro v ol u p
t u oso e i n divi du ali st a da desf eit a desej ada .
E u ,
rr u i n av a-me a san g u e
t t
en re an o , t a
f ri o sem q u e a br u t al l o gi ca das ci fr as q u e
,
ç ã o p or m i m U m b ég u i n fi lh o t alvez daq u el a
.
l ou de r ou b ar os ami g os á s ami g as .
.
, ,
E
R eli a t ol er av a a p orq u e n ã o era l oi r a
—
e ti n h a u m ar c an di do de c ol egi al u g ost av a .
das serr an as .
ue ti n h am as al fi n et adas n a t el a de Henner
q .
a c an çã o do di a A mi n h a amad a ar di a ao
.
Al fr ed du ma p ai xã o q u e du r ou u ma seman a e
de q u e i gn or o os tr ami t es .
C on ti nu av a a dar-se p el o praz er de se v er
dada e em vi rt u d e do seu p ap el de semear a
v ol u pt u osi dade N i nett e q u e c ompreh en di a
.
,
ar de diz er
de di st ri b u i dô ra de de li ci as Q u e p odi a eu .
rec e bi a vi sit de
a M me
P ot i er e de M P o
h ª º
Heli a .
Mme P othi er m
E
a fi v el á ra u ar de c i rc u n s
t an c i a q u e n ot ei l og o ao abrir da p ort a r a .
p
da o a rt M.
ª º A n g el e u m a r ap arig a a lt a typ o
, ,
B ar Oly mp i a cheir an d o a c oc ot e a l eg u as de
,
di st an ci a .
sardon i c os t ev e l o g ar O c on c i l i ab u l o Mme Po
, .
e n u m sil en ci o r ec olhi do pr o fe ri u
ser i m p ort u n a .
Não f aç a f av o r .
o m eu de ve r de mã e me des c u lp ará a se u s
olh os .
A I N V ER SÃ O S ENTIMENTA L 67
E mi nh a obrig açã o z el ar p el o b em es
'
An g ê le está em v esp er as de se c ol oc ar
e mu it o b em U m sen h or ri c o e c on si der ado
.
está em p edir a m ã o
n h or as .
E b om U m
homem q u e se en a
morou de su as vi rt u des p orq u e mi nh as fi lh as
, ,
sr Barr el as se n ã o sã o f or mosas n em ri c as
.
, , ,
E
S alt a aos olh os da c á ra .
u n ã o t eri a m ai s c on su miçõ es so br e O
sr u m a p aixã o de mo rt e
. .
A q u em c orresp on do m adame , .
pe u rg n t ar -lh
e O q u e p ensa do f u t ur o de mi nh a
fi lh a Hel í a?
68 J A R D IM DAS T ORMENT A S
O q u e p enso? P enso mu i to b em . E o
p ensa v o cemec ê ?
'
q u e
O q u e p en sam os ? Olh e , a f al ar l h e fr an c o ,
—
Si m h a,
P ode n ã o se -
l o , p orq ue b asta o sr . deix ar
Nã o p enso n i sso .
Q u e f ari a en tam de mi n h a t a
E q u e f ari a B eli a nessa c on j u n t u r a ?
S r B arrel as v amos ao fi m se ama
.
,
de asseg ur ar lh e o f u t u ro ?
-
H ei m ?
P orq u e n ã o c asa c om a pobre c rean ç a ?
Fi q u ei u m momen t o h esit an t e sobre se devi a
soc or re r me do ci n i sm o ou da fr an q u ez a; O
—
f q z l v a -m -hi a despir a l u va
a ran u e a e r e
br an c a c om q u e me n ã o dei xo su j ar p or este
mu n do i n c ardi do Opt ei p el a resp ost a ecl e
.
t ic a
Mas mi nh a sen h or a eu sou c eli b at ari o
, ,
E
p or p ri n c í p i o e p e l a f orç a das circ u n st an ci as .
p esc oç o e mi ou me ao ou vi d o
—
n as p as man g é ta fortu n e n on ?
'
N ã o, meu amorsi n h o .
amei -a ra alg u m a c oi sa o am or de S at an az
.
mn a .
as samarr as sedosas e c om pl ex as c om q u e a
v oz i n t eri o r di zi a m e : q u an do dará s t u o
-
salt o de on ç a en t re os h omens ?
E
N i nett e c omo a essa d at a h ou vesse az a
,
or m i m e n ã o p u d e i m p e d i r-me d e l h e
p
agr adec er p ens an do n el a .
b ou r g S u r fl amme an dav a mu it o l on ge p ar a
.
re p ar ar n o
q u e s e p as sa v a ao l ad o E e u t am .
c i erges o c or dã o da c ampai nh a .
A c eit a si m ? ,
C om q u em ?
72 J A R D IM DAS TORMENT AS
Ora co m C o m Helí a .
Ah ! ah !
S ab e N i n ett e
, ,
t
es ou a es tr ag ar o f u t u ro
da
A h ! ah !
D ev o t c eremoni a O c asamen t o
lh e
-
es a .
p ar a mi m é u m a c e remon i a .
D ei xe se de m an g ar
-
.
,
—
c asam en t o v al ori sa a m u lh er q u e n ã o é ri c a
e q u e n ã o é f ei a sobret u do u n ã o é f i a
q e , e .
am an t e ric o u m b om mari do
,
p orq u e n ós ,
Que
E n c on tr ará mesmo o aman t e ri c o e o
m ari do E p or q u e ? a atr açã o do
fr u ct o prohi bi do N i n ett e ,
A ch a q u e f aç o m al ?
fr on te c om t oda a seri edade
E
E n c arei -a de ,
q u e p o u de r eu n i r l a fi t o u me e e
. sp era —
p ai xã o p or pi edade , p or desfasti o,
,
p orq u e o
seu mi st ér era di stri b u ir -se c omo O sol .
A su a v en t u ra salpic ou -me de
u lti ma a
E
valse b ru ne .
'
n oite
C est l a val se b ru n e
'
D es c h eval i ers d e l a
E
chei a em q u e os ev an geli st as de S ai nt
ti enn e se vi am a b en diz er a D eu s e di sse ,
co mpassí v amen te
74 J A RD I M DAS TORMENT AS
E
C oit adi nh o !
u rep eti c omp assi v amente
C oit adi nh o !
U m domi n g o q u e Heli a sai ra mu it o c edo
a vi sit ar a mam ã en x erg u ei atr av ez
, das
p ersi an as r ôt as do q u art o al u g ad o u ma
silh u et a fi n a q u e se p assari t av a R en di .
E
momen t os dec orri dos tive de acresc en t ar c om
san t o A g osti n h o t q u i d erat q u od me detec
ta b at n i si amare et a mar i l Atrav ez das p er
i
s an as r ot as do q u art o al u g ado rec on h e
c era a S u r ttamme n a silh ue t a b ran c a q u e se
assari t av a
p .
Mas o br aç o q u en t e de Hel i a
r c v a me en os a —
no i n c onsci en t e e eu i nt ei ro adormeci a
c omo u m l obi n h o en tr e as tet as du ma ovelh a .
N u m di a n ost á l gi c o de c eo a p i n g ar l ama
, ,
Hel í a? i n q u iri u .
Foi v er o av ô a C h â l on s .
Dei l h e a l er o meu b em d al ma
'
t
—
p ara tr az n ã o v ej a o l u ar q u e t u semeáste
,
eu u e b e b o a vi da p el o c op o t u rvo da
q
momi n el te A hi fi c am c omo éch os est es
.
p asmadas e O pi an o n u ma t ecl a do q u al a t u a
,
au g u st a de P alli er es á al ma do p equ en o c om
H il ari o .
Bu t am ? i nterrogou N i nette .
E p ara j a a p arti da
'
.
P ara on de ?
Berli m R om a a
, ,
veremos .
E sósi n h o ?
N ã o c o m u ma r ap ari g a ador avel f ort e
, ,
c omo u ma c ol u mn a do P antheon .
n o ch ap eo e n a be n g al a e di sse
Vamos ! v amos q u em ? ,
Q u em ? N ó s amb os N i n ette , .
l u v as e o reg al o sob re os br aç os .
EH
N i nett e dizi a-me
e l i a?
E
C on ti n u ará fai re l a gou rgandi n e ?
A mei N i n ett e 24 h or as l a am av a me .
—
mu i t o p or mi m e i n fi ni t amen te p or si .
Am av a me c om o se am a em verdade du m amo r
—
E
a esb elt a r ap arig a q u e os h omens me c obi ç a
Foi N
di a de an o da gr aç a de 12 07
“
no .
,
q u e G on ç al o c el e br ou a pri me i r a m i ssa
.
sem as fi l arm om c as m r g al o do
'
q u e s a o e
v ot ou G on ç al o su a al ma á Vi rgem Mã e E .
q u e
,
c o mo s ol n a s c en te i n c an,
desc eu t o d a a
sac erd ot es .
t am i n st ru í do n as l etr as h u m an as e at i l ado ,
S Pel á gi o on de O p é d al t ar er a g or do mas
E
'
,
.
de h er ej es e i n fi ei s q u e m ai s du m a vez o p ri
, ,
fí t os n o h oriz on t e ab omi n av el
A rr asai -a S en h or c omo a S odoma !
, ,
E se a n ã o c on su mi a o f og o do c eo dizi am
as al m as di á f an as dos velh os c on eg os da
c at edr al é q u e em S P el agi o n oit e e di a
.
gr an iz o no i n v ern o .
su as l ei s e r am i g n o r ados Vi vi am á redea
.
E
g n al av a q u an t o er a j o i o e n v ez de pl an t as
fru ct ei ra
. m d et er m i n ados di as do an o
reu ni am-se c om i nstr u men t os e en tre des ,
c an t es e ch u l as se en tr eg av am a fest as q u e
,
en tr av am p el a n o it e den tr o at é as estr el as
e c an ti c o s i mp u di c os aj u st av am su as f ei as
,
D izi am u n s p ara os ou tr os
E
c on c u b i n ag en s .
u q u er o-t e o h U rr ac a ; se m i n h a fi lh a
t e gr a
a d a l
e e a qu re
,
l ev a ; g ost as de mi m
a -
, ,
t em en t es a D eu s e su p e rsti ci osos i n do p el o ,
T u do i st o en trevi u G on ç al o e t am p en a
l i sado fI c ou q u e pr ostr an do se n o adr o de -
,
do bi sp o
A rr asai S en h or est a i n fame S odo ma l
, ,
az eit e a l am p ada do E t er n o e as o bl at as n ã o
ci en t e gl adi o da fé c h ri st ã .
t am do cil m en t e tr ar em n o gremi o da
en
ch eg an do p ou c o a p ou c o at é q u e n em u ma
, ,
l ou c as do l og ar q u e c omeç av am a descre r ,
e as m atr on as de c ab e l os br an c os en c on tr a
c asav a e n as n ov en as en tr e hi mn os mí sti c os
,
aq u el as al mas p u r as c an t av am
S . c asai me
Gon ç al i nh o -
,
C asaí me q u e b em p odei s
-
,
Q u e t en h o t ei
'
as d ar an h a
N aq u i l o q u e v ó s sab ei s .
s . G ON ÇA LO 87
C m i st o t orn ou
o C on ç al o o
j t u t el ar
—
se an o
de S Pel agí o
.
, desen tran ç an do
di sc or di as e
aç ai m an do a i n v ej a dos h om en s C orreu p or .
c an do r ec omen daçõ es p ar a o c eo ou p ar a ,
esp osa .
gr aç as ao S en h or q u an do as mu l as se vi am
,
t an t es E t am dev ot a se t or n ou S Pel ag i o q u e
. .
,
n ã o h avi a p assal n em p é d al t ar
'
q u e lh e
g an h asse em t od o o pri mado das Hesp anh as .
al mas se ab orr e c eu e se v i u S ó
,
N ã o rez a .
Bol oni u s, m B ol an du s n em P ap eb r oc h
ne , ,
p o r i st o O q u e est á mu it o em h ar mon i a
c om as m an h as de S at an az e c ert amen t e ,
b en ep l á c i t o do pr el ado e c at e q u í san do u m
so bri n h o a q u em q u eri a deix ar c omo su b st i
P al esti n a n u ma h or da de cr u z ados n ã o ,
AO c ab o de
q u at orz e an nos q u e t an tos ,
, .
o s olh os E sfr eg ou os o lh os t an t o t u do ti n h a
.
t an t es v olt em c ost as p ar a q u e a vi rt u de
c h ri st ã se est í ol e c omo pl an t a mi mosa e
mu l as q u e vi n h am de S P el agi o est av am a .
desert o on de el ev an do u m a C h oç a se en tr eg ou
,
t orren te e n el a se rest au r av a e n os fr u ct os
,
rest ab l e c eu a f am a de G on ç al o e su a c on s
t an cí a ev an g elic a A su a v oz . i gn i tu m
s . G ON ÇA LO 9 1
u be r e. T odos os di as a ou tr a b an da vi nh a
at é o serv o de D eu s p ar a or ar e l ou var .
p ar a q u em era m ó r m i m o O v erb o de
c reat u r as ,
S Gon ç al i n h o
. c ase i me -
,
C ass i - me q u e b em p od ei s ,
Q u an do os an j os vi er am b u sc ar a G on ç al o
p ar a a metr op ol e da gl ori a i n ef á vel a n at u rez a ,
c ob ri u -se de l u t o A c am p a do j u st o ap arec eu
.
o u tr os p el as mã os das mu lh er es q u e p or , ,
E
N aq u el e t em p o C ast el a an dav a á s esp adei ,
d o fi ci o pr ov av am em b om c alc u l o mat em a
'
d el rei
'
D A l ej an dr o S an ti st eb an sen h or
-
. .
,
m arch a p ar a a fr on t ei r a p ar a alé m da P u en t e ,
c onsol ar se de deix ar D M af al da p or t em p o
-
.
“
t em p o mal v ai q u an do o t em p o é c om el as
,
av ar o e m am o r A lé m di sso a su a f ort u n a i a
.
em q u e tiv er a a s ol do du as c omp an hi as ,
b an dos de c orv os f am i n t os .
D Gi l O ferec eu se p ar a v el ar p el os n eg oci os
.
-
do ami g o D ep oi s de l on g a e i n ti ma pr atic a
.
,
c omo só se tê em p ar a c om i rm ã os ou o san t o
c on fessor D A l ej an dr o ac eit ou e a mã o n o
, .
E
m ã o p oder osa i mp edi u q u e o desem b arg o desse
desp ach o aos cr edo r es de S an ti st eb an m .
do am ig o .
el a u m gr an de g ô so vê l o g al op ar de gi n et a
—
,
98 J A R D IM DAS TORMENT AS
E
mr oda a ai a e as don z el as en l e av a m se p or
—
,
p an h a e as fest as q u e n u n c a v i am fi m n os t em
p os ch e i os do s d o n s Filip es c om g u,
e rr a n os
v erg on h a .
C om o gr an de c al o r q u e est av a D M af al da ,
.
ª
a c olh eu se a u m a q u i n t a n as c erc an i as de
—
E
'
l at ej ar d art eri a daq u el a sol edade .
99
'
p e n h ar alh
,
e i o á s des f e it as da n at u r e z a t am ,
al egre q u e se o fi z essem em pó p ar e c e q u e
a seu c on t en t am en t o n ã o p u n h am fi m .
n ã o vi am q u e as o n di n as q u e q u eix osas fu
D M af al da i a p ar a ali m u it as v ez es abri
.
ª
em q u an t o os t ar alh õ es su j av am as b arb as do
S á tir o e el e c aç av a as n i n f as .
E
dade .
E
á i ron i a de vi ol ar as n i n f as i n oc en t es e q u e
b ra-l as en t re as c ôxas sen su aes ra u m .
so rri so q u e t amb em vi n h a do e xt e ri o r a su a ,
tr an sp aren t e p ar a q u em c om o el e n ã o era E .
f u g r v se a D M af al da q u e a expr essã o
“
a -
i a .
do S átir o al i se fí x á ra et er n a e z om b et eir a ,
n o di a em q u e a c on sci en ci a del e e a do m u n do
se ti n h am en c on tr ado e c on t em pl ado D Ma . .
ª
af o g u eav a n ã o q u er en do m ostr ar ao c av al e ir o
,
E
or c a u sa d o S áti r o se a fog u ev a c om o c a
q u e p
v al ei r o m i n gen u o di sf arc e i am v ag u ear at é
.
don de a v o z da c orr en t e só ch eg av a c om o
u m arr u lh o t en u e de sau dade E D S ol ª
.
,
q u e o b se r v av a d e ci m a t o do est e di scre t o c o
c ort ez í as .
U ma no l dr ab a
it e b at eu
,
u m r ec ov eir o á a
c o m n ot í c i as do sen h or de S an ti st eb an .
p ô s se a l
—
er p o r ci m a do h ombr o de M a f al da .
xi m ado
tá n o c erc o du ma praç a Q u er
O sr . es .
u e su a mu lh e r v á t er c om el e B oa n otí ci a
q .
,
fi lh as b oa n otí ci a
, .
102 J A R D IM DAS TORMENT AS
D .
a
M af al da o r den an do as e m h arm oni osa —
g am a segu n do o m atiz
,
.
M u it o te m p o l ev ar am n aq u el e en t reteni
men t o at é q u e sem dar p or i sso se vir am n a
, ,
al ea n o mei o da q u al e st av a a v asc a de p e dr a ,
so c e g o vi n h am á p ort a e c an t av am U n s
, .
, ,
D .M af al da e D
ª
Gi l sen t ar am se alí .
-
,
A l u a e rg u eu se su bi u at é á alt u r a dos p ei
—
,
lh es q u e er am i n fi n it amen t e p eq u en os e sen ,
ti n do n i st o u m a dô r e n a dôr u ma v ol u p t u o
si dade ti n h am n e c e ssi dade du m a r esig n aç ã o
,
O S ATI RO 103
a n at u re z a daq u e l e se n ti men t o .
pé de ar agem trazi a a m on t an h a ao v al e em
n oiv ado D esc eu pri m eir o a sen su ali dade
.
, ,
g aç os T u do i st o v ei o p ar a O l ar an j al as
.
,
pl en os de l u xu ri a gr at os ao ri gor do s ol q u e
,
M ai s r eg al adamen t e n a f a i n a et ern a de ,
aci m a do t u do .
D M af al da e D Gil ali se q u ed ar am p or
a
. .
l eir o di sse l h e —
A m odo q u e mu it o l on g e est ai s d aq u i
'
,
sen h ora ?
!
Si m b em l on ge vi aj av a mi n h a f an t asi a
, .
u m a li n g u agem p ar a f al a r aos h om en s ?
gi n a do livr o de D eu s e stá em br an c o p ar a
q u em q u iz er l er E sc u t ai á l em aq u el e ri b ei ro
.
o u vi st es ? re p et e as mi n h as q u eix as O lh ai .
da l u a q u e t am b em sí ran da o
'
a p en ei r a
l u ar : p ar ec ei s v ós n a terr a seme an do a g r aç a .
D M af al da s orri u e t orn ou
.
“
N ã o é i sso sen h or c av al ei r o P ô de p or
,
.
,
al mas ?
sen h or a ?
de S T i ag o aq u el a e str el i n h a a l u zi r e a ap a
.
g a r s—
e c o m o u m a c an de i a ao v en t o ? L á p ar a ,
D rg u e u ou tr a v ez a fre n te e
M af al da
ª
. e
E
v erso E v olt o u a diz er
.
E
da L ir a ao p asso q u e em v olt a as est rel í t as
,
s am ri sos de i n fi n it a h ar m on i a l a esc on de se .
—
,
a p ag a se e v olv e á su p er fi ci e c om o os sol u ç os
—
.
Tal q u al a al m a sen h or a ? ,
ram a o lh ar
a v ai t o c ar c om as asas ? Vê de v ó s D Gi l ? , .
D M af al da desvi ou o olh ar e o u vi u c an t ar
.
ª
o s r a l os as r ã s a m ág o a do ri o e O fest i r n
, , ,
, ,
t ada n o v ô o fag u ei ro da o u tr a S en ã o el a .
,
D M af al da so rri u e Volv eu de n ov o o s
ª
.
O S ÁTIRO 107
su mi da
Q u e a l ev e o a l ev e o Ci sn e
p u n h a M af al da O desti n o e i mag em de su a
al ma .M ai s c on f u so q u e ou sado t om ou l h e —
u ma das m ã os e b eij o u l h a -
.
b rero u ma pl u ma br an c a de n ev e t am an h a ,
da est al actit es
.
108 J A R D IM D A S TORME NTAS
A c on t ec eu h av er , n u m daq u el es di as, u m au t o
de fé q u e t am b ast os e assí gn al ados b en e fi ci os
l avr ou n o sei o da egrej a prati c an t e D Ma . .
ª
q u e q u ei m av am OS p en it en t es ati n gir am a ,
E
a at m osfer a .
ra c omo
q u e u m h á lit o i mmat eri al es
p r a í ad o n a a r den tí a t am s u btil,
m en te se
i n fi ltr an do n o san gu e at é o c or açã o qu e t odos ,
de D eu s P adre Ao mesm o t em p o as ti n t as
—
.
,
ao c ome ç o D
,
M af al da q u e mu it o sen sív el
.
ª
era ao so fri m en t o .
D M af al da, q u e
.
ª
ne rv osamen t e i a desfo
lh an do fl or es p el o c ami n h o di sse p ara
D Gi l
.
E st a
t t t em u m ar i m p erti nen t e ;
es a u a
h ei de m an dar f az e l a em p edaç os -
.
Q u e i m p erti n en cí a pô de h aver n u m b o
c ado de p edr a c om f orm a h u man a ?
A du ma
C on selh os?
N ã o c en su r as , .
C en su r as a q u em ? ,
A q u em n ã o c orn p reh en de .
f al da p u rp u rí sou se —
E u m segredo deix ai
,
, .
E
O segr edo da feli ci dade sen h or a ? ,
l a n ã o resp on deu Gi l fi c ou i mm ov el .
C om p reh en do .
Ah ! !
A n ã o será j u st a sen h or a ,
e v or az es U m sô p r o lig ei r o di sse l h e
.
—
Am o —
v os .
O al u n o 1I 1
D ep oi s os b eij os pr oc u r ar am-lh e a b ô ca e os
seu s n erv os esti c ar am-se n u m sob r esalt o .
P er an t e r eaçã o t am br u sc a D Gi l abri u
E , .
e ar q u ej an t e P al i do e ar q u ej an t e el e fi t av a-a
.
E
gava a provar os fr u t os prohi bi dos da t erra .
ra a h or a das v ol u pt u osas r en u n ci as .
A h ! b om l og ar se n ã o forei s v ó s ,
sen h or a
Si m b om l og ar se n ã o f or c i s v ós
, ,
senh or !
g ou ; p erc eb eu t u do e a dô r foi t am ag u da
,
n ã o eram mai s q u e o v eo du m a de f ez a en
q u an do o san g u e mu it o l h e p alpi ta p el a h or a
das v ol u pt u osi dades O seu p ap el e ser
.
0 p or b aix o
b om l og ar se n ã o fossei s v ó s sen h or lh e , ,
sp an h as pr eg oan do su a
c ob ar di a .
c aí am em del í q u i os mu si c ai s .
v rada d oi r o de du as b an deir as g an h as n a
'
T av er a ,
o tremu n h ado abri u L an
p ort eir o ,
es , .
- h e as r ede as bi c i oi
ç a n d o l su u a e s ada e a ,
en or m e l ei t e q u e ap ar en t av a u m a g ran du r a
A v an ç an do a ch am a di f u sa di st i n g u i u o
,
c orp o de M af al da n o somno n u c om O , ,
s u i l a q u e i mo u l h e a g arg an t a
— —
.
Ce ga n erv osamen te Gi l c ol ou on te m a b ôc a
, ,
el e c om o u ma p en a M af al da geme u de b a
.
,
E
t eu se e n u m r ar o arr an c o de en ergi a li b e r
—
t ou se da t en az q u e a seg u r av a
-
m vez .
E
M af al da M af al da sou eu !
, ,
ca mi sa e dan do de c a
,
r a c om D Gi l se b en z e .
t açã o M af al da di sse
E st e h omem I n tr odu zi u se á —
f al sa Q u e s aí a p ar a n u n c a
D eix ai a p ara o sr de S an ti st e b an
—
. .
U ma ai a safr a c om o pr op osit o de c h a
mar M af al da O p ôs se
,
—
9
1 16 J A R D I M DAS TORME N T A S
l abi os p ôd e dizer lh e
,
—
re p eli r -m e ? O l og ar era b om se n ã o f or c i s
v ós M al dit a sej a a h o r a em q u e v os ví m al ,
di t a sej a
D Sol v ei o esp er a l o á p ort a p ar a l h e diz er
.
“ -
nu m esg ar
b em d l ma
'
I de f az e r o a , sen h or c av a
l ei r o .
nh a . A g ora j á n ã o vi a ap el o p ar a a su a
,
do M an z an ar es o u vi u gran de tr op el e v ol
t ou -se ; u m l ac ai o de C asarr u bi os av an çav a
á r edea solta P erg u n t ou -lh e .
O n d e v ai s?
R ec ado p ar a o sr D A l ej an dro sen h or . .
,
n u v em de p oeir a e Gil p ôs se a c on t a r os di as —
11 8 J A R D IM DAS TO RMENTAS
O r dem de mi n h a senhºra .
bºl sa de esc u dº s
Se c u m prir es a t empº o q u e t e man
dar am t erá s º u tr a .
N 㺠era du v i dº sº q u e º c av alº br an cº q u e
cºrri a cº mº º p en samen tº n ã º alc an çasse
'
den trº d h ar as º c av alº pretº .
E Gi l fºi p en san dº em D M af al da q u e .
ª
en v i á r a a cº n tr a ºr dem e n a dº n z el a pºbr e
,
q u e d es p º sari a seg u n
,
dº º vºtº a su a M a
drí n h a .
ec adº d am º r , l h e di zi a em b en ev º l a ad
'
p
mºe st aç ã º : I gn i s ,
mare, m u l i er , tr i a m al a '
b l an t e t ôrv º ºr den º u aº s l ac ai º s q u e n ã º
,
q ue s ºlt av a t
. e Aº
rc e i rº di a c o n tr a a ºr de m
ex pressa —
b at eram á p ort a º n de el e p asseava
cº m º u ma f er a r aivº sa e S olit ari a A bri n dº .
E
ra b em D M af al da q u e ali est av a su plí
“
.
,
c an t e a f ac e b an h ada em pran t º
,
ra b em .
el a mi st e ri º sa e pº ssu í da de i m p u l sº s diver
,
da su rp resa di sse ,
D e mi n h a cr u el dade .
E eu pºrq u e m u itº V ºs q u e ri a v º s t º r
, ,
E ai n da me t en des am ar ?
M ai s q u e á vi da
1 20 J A R D IM D AS TORMENTAS
D .
ª
M af al da en l agri mas e em v º z
x u gº u as
n i as de T ºl edº Q u e f az er agºra ?
.
e n t r e ex c l am açõ es de d esesp er º
Q u e h av em º s de f az er D Gi l q u e , .
,
h av emº s de f az er ?
E sp erar
E sp er ar D Gi l eu amo-v as e estº u
.
,
p ara lº n ge de E sp anh a .
M af al da
E
E n º ssa h on ra ?
u cº nh eçº º g en i º de D A l ej an drº ; .
c º nvº scº .
D esgraç ada de mi m !
Seu c h ôrº cºrr i a cºpiº sam en t e Gi l b eb eu .
dº b em e hº mem re g ari as
dº m al . Tu , ,
t err a c º m º su ºr de t eu cºrpº ; t u mu lh er , ,
t en tº .
u e r a u m mº l ô ssº fi e l en s i n ai -
n º s q u al
q e
é º fr u tº p rº h i b i dº e n ó s j u ramºs n ã º lh e
,
tº c ar .
E aqu el e
'
respºn deu º p ai c el este
m i º s a p et ec e r n a hºr a pe rf u mada das
q u e a s v
se rp en t es as a be lh as e a c º nj u ra dº s ele
,
ment ºs .
E
A ssi m e sabºrºs º º f ru t º pr ohi bi do ?
i n q u iri u v a c u riº sa .
'
v asseí s ,
vº ssº sei a to rn ar se hi a n º ni nhº - —
i n fer n al du m m u n dº mi st eriº sº e t u mu lt u a
ri º . E eu man dar v as h i a escorr aç ar p el as
- -
º en i gma de mi nh a sapi en ci a .
E
e dº s se r a fi n s q u e f u n g av am em trº m be t as
dit ar am .
Vá lá sab er se q u e fr u tº é
—
di zi a
Se c º nh ec essemº s al demen º s a c ôr
E
A dã º
va, rel an c e an do º l hº s esc ru t adºres aº s
dev e ser !
Oh ! de ve cº n cºr dº u º hº mem n u m
l ô rp a e l argº sº rri sº .
s ab e r q u al era º fr u tº q u e o c u lt av a a rai z de
l h es di zi am ºs p íc an sº s e º s ab elh õe s q u e ,
n el es se b an q u e t eav am
Cº m º sab em b em ! Cº mº sab em b em !
E
Os divi n º s h abit an t es n ã º ati n av am c º m
º I ni rac u l º sº pº mº . ra est e c u i dadº O
su av e espi n hº u e f e ri a seu ext á ti c o r e g al a 0
q .
A temp oradas
º S en hºr desci a a vi sit ar ºs
'
s
E
delí ci as em q u e dº gril º aº di pl odo c u s tº dº s
, , ,
en t o av am u m Te de u m f estivº a q u e f azi am
—
E
p ercºrri am u ma das al eas dº p arq u e ab º b a
dadas de fr u tº s v a rº g º u ,
Mas senhºr di z ei n ºs q u al é o pº mº
, ,
—
prohibid o ?
J eh ovah atalh ou lºgº de má c at adu r a q u e , ,
E
seri am º s rep rº b os n º di a em q u e º sou bes
mi mº cº meçº u a cºlh er fr u tº s e a l an ç a l º s
,
—
p a l í da s a s c,
am º es as i n g en u as i n t e rr o g av a ,
E est e S en hºr ?
'
,
E
E a tº dº s D eu s respº n di a sev er a e b º m ,
N 㺠va n 㠺
, ,
.
q u e tº d as as v e z es q u e º s pº m º s e s t av am e m
al tº e q u e p ar a º s cºlh er ti n h a q u e al çar
a p e rn a ou di st en d e r º br açº a albi n h o de D eu s ,
1 30 J A R D IM DAS TORM E
NT A S
ser es . A n u v em an c º rá ra sº b r e el es í mpe ,
t i da p erf u mari a dº E
dí n dº de vº ar p ar a º thr an a de D eu s a sor
den Cº m º cº b r as sº m
.
e n r o sc av a m-se em tº m º dº s cºrpº s n u s e
c á n di dos de n ossº s p ai s .
A h an da me º l u me n a c ar a
E
—
tºrn º u
a g em er va .
A n u v em b ai xº u ai n da p oi san do cº mº u m
,
m
E
Q u e n u vem t a c arr e g ad a a b af a-m e !
,
l am u ri ou v a .
a vi sit ar n os —
.
As se rp en t es en r º sc av am se e m S e as —
º TR I U N FA R DA VIDA 131
damen t e .
E
N º p eitº l an su dº de A dã º as n ari n as de
v a r u fl á v am E c º m tº da a mei g ui c e du m
.
,
pe l a mu sc u l atu ra S ê c a de n ºsso p ai A dã º .
e m v º z q u ebr ada
fresc as e i n ºc en t es de su as b ô c as j u n t ar am-se .
E
E rec on h e c er am q u e era melhºr q u e º mel ,
c ã º su av e ; m aliciº sa e a rir cº m º a ag u a n º s
, ,
diz en dº
E
O lh a cº m º º s serp en t es se abr aç am !
E v a á semelh an ç a del as t en tº u en li ç ar seu s
m embr os n º s membrº s ri j as de A d㺠A n u .
v em m i st eriº sa c u rv an do as pº n t as fe ch av a
, ,
E
de m i l su spi rº s err av a n º ar .
A dãº
1 32 J A R D IM DAS TORMENTAS
Faz m e
—
cº mº as ser p en tes e cº mº a
nu vem .
E
da de dô r e v º l u pi a d aq u el e a br açº p resen
, , ,
di a a de vºlt ar atr az
—
O te mºr de arr as .
n º s ri scº s e n a c ert ez a de i l u di r a vº n t ad e
dº S en hºr .
en ºr me av ej ã º desamarrº u , .
u h a vi am t r ag ádº º pº mº em q u e se encer
q e
r av a a p eç on h a dº b em e dº mal U ma p az .
E
p ov oou º mu n dº tºdº s c an t av am ab elh as
, , ,
mel ros e v a
A mºr amº r t u é s º t u dº A t i n ºs ren
, ,
tu d º !
EM
O S OL A R D ON TA L VO
1 38 J A R D IM DAS '
I O RM E N TA S
Mas p ar a l á
, c ampº desc º b ert º p ºssu í a
do ,
em m am a v am d z al d i a f d ta i a
q u e e e s eu a r s .
an n º s
q u e t an tº s est ev e su a mã º em h ast a
a estr a da v elh a dº sºl ar f ai sc ou aº t rº p el
d e mí l c av al ei rºs E dean t e das dez v ar an das
.
, ,
mem q u e n as su as q ui nt as di zi a t amb em
, , ,
dºi rº .
Fix ou —
se a dat a dos esp ºn saes e D . B elt rã o ,
ch aman dº Fl ori p es di sse-lh e ,
M en i n a º t eu c asamen tº dev e c el e
,
A p ar elh ou º fi dalgº l u x u º sa eq u ip ag em e
arti u ar a c ôrt e r e c omen dan dº q u e du r an t e
p p , ,
º S OL A R D E M O N TA L v º 1 39
lh es dep ar ar u m p º b resi n h º cº mº aq u el es
em q u e se di sf arç av a N º ssº S en hºr q u an dº i a
T iv er am el as mu itº dó e ai n da q u e c º m ,
E
ra da T e rr a Q u en t e e i a de j ºr n ada p ar a
ou vi n do lh e dar tr aç a de
-
fi dalgº s e bº ns
ab ades q u e medr av am p elº mu n dº fó ra .
D esf az en do se em b en h aj as p u xº u º
—
pºbr e de du as l ar an j as dº su rr ã o .
ch oc as a q u e era at reí ta fi n gi u q u e cº m i a
, ,
u m a p e dr a mas a men i n a p ºr m ai s q u e t e n
, ,
e rg u er se br adar
—
, p º r s o cºrrº m a s f al e c,er am
1 42 J A R D IM DAS TOR MEN TAS
E st am os salv as c on si derou el a
é st a p ort a ch ap eada d aç o n ã o c ed e n em a ti ro
'
de p eç a T oc a
. alv or oç ar os cr ead os .
di sc u tir am ,
pr agu e j ar am U ma mu ralh a
.
r an geu seq u er .
sei o q ue me su bi u ! c ab eç a q ue t omb ei
como mort a A g ora men i n a .
, , só lh e p eç o q u e
me deixe gu ardar essas du as mã os p ar a me
mori a .
P oi s fi c a c om el as .
sem p or t o do o p re ç o o me lh or an i m al q u e h o u
vesse Vi er am c av al os de mu it as b an das
.
,
c i os n en h u m p orê m c om p eti a c om Az ag a í a
, , ,
n a c orri da e n o g arb o .
Az ag a í a lh es av an t aj av a ou n o g al op e ou
se
n o b ri o T r ou x er am l h e se m r esu lt ado h ac a
.
—
c au da p ou c o c omet ari a .
E
D Beltrã o
. .
xg ot ar am-se t od as as b u sc as e p or p re ,
fi dalg o .
v erg on h a t odos os c av al os .
gen s c om tres c av al os
T rag o lh e tres c av al os sr D Beltrã o ;
-
,
. .
mei a pi st a .
E p ac h orren t o si m p ar a m elh or ac al en t ar o
'
, ,
í m p et o O h ! v ô a c om o o p ensam en t o e dá
.
p el o ch am o de
L i n do n om e gr ac ej ou Fl ori p es .
L i n do ; e u m am or est a creat u ra .
a p en as du m tr at o fi dalg o e vi n h o b eb e vi n h o ,
c omo u m ab ad e .
di sse
V a m o s lá m ed i os O seu meni n a é
-l
.
, ,
é c om o u ma o v elh a c on tr a u m l ob o C u st ar .
lh e c u st ar lh e h ã a m ã o de su a fi lh a
- -
,
sr D B eltrã o
. . .
D B eltrã o
.
S ei s mi l cr u z ados ? M ai s me c u st ou a
c re aç ã o .
S ej am oit o mi l .
P u f em m ai s i m p ort a a r açã o .
Dez mi l q u er ? ,
M ai s g ast ei a adext ra l os -
.
Q u an t o p ede ?
Q u an t o j á lh e p edi sen h or D Beltr ã o
, . .
di n h eir o E e mq u an to c on t av a sei s mi l c ru
.
,
di sse lh e ab an an do
—
,
c ab e ç a em ameaça
P odi a lh e f az e r amarg ar as i mp ert i n en
—
um v á di g a o
q,u e q u i z e r mas ,
P ar a c or oar f aç an h a D B eltrã o c on vi d ou .
E
tir a a t odos os l an c es m on t ar em os espl en ,
ram n u m a f u g a doi da .
e p ag en s h avi am desap ar e ci do Az a g a i a n i t ri a .
p l an g en t emen t e .
E
.
,
t rã o ra p on t o de fé q u e l on g a e e n g en h osa
.
dos c av al os q u e c orri am m ai s q u e o v en t o .
m osos n a m arch a, se b em q u e se u p ar e c er
fôsse mel an c oli c o e reserv ado Mas sil as fi n as .
lh e bj et ou
o
P en du r e esp ad a q u e m u it o nos h a ,
le resp on deu
Meu alfer es p erdô e mas de mi nh a
, ,
di a n em n a vi da n em n a mort e
,
.
D u vi das ac u dir am ao eS pi ri t o do o fi ci al
sobr e o se x o do Sol dado ; m as seu s m odos
r u mi n an do
O S OL A R D E M O N TA L VO 1 51
As m ã os sa m de r ap ari g a, m as os p u l sos
sa m de h omem A . v oz é de don z el a , mas o
.
,
ser á mu lh er ?
E
o sol dadi nh o foi fre n etic amen t e dest em i do .
ra o gi n ete d el e
q u e c o r r i a n a d e an t ei r a
e as pi st ol as de l e m a i s ch u m b o v omi
q u e
t am ou sado se most r á ra du r an t e a re fr eg a ,
p ô s-
se a ch o r ar e m f o n t e e o al
, fe res d i sse d e
n ov o p ar c on sigo
E h omen ou é mu lh er ?
'
F ormosas j oi as amigo , .
os c u t i l ei ros ret o rq u i u
,
"
Formosas sem du v i da ; m as m ai s o sam
,
1 52 J A R D IM DAS TORMENTAS
q l
a u e as f ac as de mat o e a q u el es al fan ges
de gu erra .
AS mu lh er es ad or am os en feit es c onsi
d er ou o o fi ci al e o sold ad o p re f e ri u as
p ergu nt ou
S ab e ser di scret o ?
C omo u m mort o .
Gost a de mu lh eres ?
C omo u m t u rc o
E
.
m ai s v el o z q u e o ou tr o U m a das mo ç as ti n h a
.
O al f er es i n t err og ou e m p arti c u l ar
,
Q u al lh e agr ada ?
A gr ada-me a more n a p orq u e c ativ a e
a l o i ra p orq u e en f eiti ç a .
Q u al prefere ?
P re fi r o a l oi ra p ar a dar b eij os e a moren a
p ara dar abr aços .
a or den an ç a p ar a u m a c ab an a q u e h avi a
p e rt o Ao ex am i n ar lh e as f eri das l on g e da
.
-
,
a q uel e i n st an t e se p ó s a ama l a c om de li c ad o
,
-
e r ec at ado amo r .
O S O LA R D E MONT A LV O 1 55
A c o rr er am pri n ci p es mi l it ar es e aven t u re ir os
,
n ã o h av en do l em m en t o m
'
q u e lh e i n or asse
a p aixã o A o c ab o du m an o c on t ado h or a
.
,
V I VO ou mort o n ã o ti n h a n ov as Fl ori p es
,
.
fi ci o p assav a em su a al ma c om o u m b al samo
v ap or oso e su av e C onti nu adament e p er
.
g u n t av a se u sc i s mar
Tra l o-h ã
—
bre e b om alferes ?
o no
u m di a ,
u m fi dalgo do t er mo do r ei n o p edi u
au di en ci a a el-r ei
D R aymu n d o de Resq u i tel a de p art e
.
de D B eltrã o de M on t alv o
. .
A moti n ou se a c ô rt e q u e t al ou vi u e o
—
,
su ã o ,
mal foi i nt rodu zi dº "
S ab ei s on de está D B eltrã o ? .
E
O n de está e p orq u e n ã o v ei o c o nv osc o ?
ra arri sc ado emp reh en di m ent o tr az e-l o
eu só .
b oas .
N ã o me sedu z o di n h ei r o .
JA R D I M DAS TORMENTA S
mu n do
E st arei s v ó s en amor ado ?
R eal sen h or assi m q u i z mi n h a sig n a , .
De D Fl ori p es ?
.
ª
Si m d e D Fl orip es a
. .
,
Q u e f al e eu a au t ori so ,
.
D R aym u n do ab an ou a c ab eç a
.
O u tr o n ã o me sedu z .
so o n o br e sr
,
de M on t alv o apó s l ab ori osa
.
,
e i n c l emen t e l u t a c om os b an di dos .
tri st onh o .
O SO LA R D EM O N TA LVO 15
9
pr az en t eir o
'
Os c on viv as ab an c á ram p ar a o b an q u et e ,
e as t aç as c an t a r am c om vi n h o v elh o de c em
n a esc u ri dade .
E
olh os i n ci dir am sobr e o estr anh o arch ot e e
vi ram a mã o du m fi n ado ra a mã o du m .
fi n ad o br an c a e exang u e q u e ar di a c omo o
sol .
E
o sol ar seq u estr ou sr D Beltrã o e i n t en t av a
, . .
E nu ma sa ma mã o mi rr ad a
lv a exh i b i u u ,
u m c ad av er de mã o A o mesm o t emp o os .
m u n do u ma mã o p osti ç a, t am b em f eit a
c om o só o di ab o a f ari a .
A t em n o dos p é s a c ab eç a
—
orden ou
D . E v olt an do se p ar a os c on viv as
Beltrã o .
,
—
at on i t os ac resc en t ou
,
an u l ada .
E
A f est a c on ti n u a at alh ou Fl ori p es .
i s o m eu n oiv o .
E t om an do o p el o br aço c on f u n di do apre
—
, ,
d el -rei
'
.
A HORA D EÉ E
R V SP AS
U m di a f al ec eu lh e a mu lh er deix an do u m
—
,
12
1 64 J A R D IM DAS TORMENTA S
Os freg u ez es a en a am
t rv p ar a o C orn et a ,
q u e ti n h a se m pr e so rr i sos d a r e q u e ao ,
n ã o se f art av a de cl am ar
Ai ! h omem q u e n u n c a h av emos de
p ôr o p é em r amo ver de !
Mas o I si dr o tr ab alh av a c omo u m moi ro ;
ai n da mal n ã o ti n h a c arre gado n a ci dade
de en di reit ar á fi n a força .
“
Q u an do v ei o a S eman a S an ta R osari a
'
, ,
q u e t o d os o s a n os c ri v av a o j oi o da
al m a n o r al o do c on fessi onari o ap resen ,
r ec eb er em c on fi ssã o .
ti n h am q u atr o fi lh os as q u at ro p ar ed es da
,
n ã o a c on h eci a e er a t em p o de en doen ç as .
l ou lh e
—
Q u e di z es I si dro
, , el e se rá h omem de me
dar a desobri g a ?
C om q u e es tá s a mal u c ar ,
mu lh er ;
dor me .
T en h o lá somn o !
O lh a mi n h a ric a e u c á n o teu l ogar
, ,
a mesm a f az en da .
P oi s si m !
A o to c ar p ar a a mi ssa j a el a estava
assei ada mu it o assei adi n h a p ar a i r á c on
,
H O RA 1 67
p osera m se a
—
j o gar
l u t as e a rot u ra saí u
as
de mi n h a dev oç ã o !
L á foi p ar a a egrej a dep oi s de o rden h ar
a c abr a Q u an do ch ego u a v ez del a es c on deu
.
,
a c ar a n a c ap u ch a p ar a n ã o ser re c o n h e ci da .
E
S ai a sai a daq u i !
,
la fi c ou t am at ar an t ada q u e n em art es
t eve de se vi r emb or a O p adre agar .
do ci sc o on de n i n g u em a vi sse .
E
der p reg ar olho estiv er am mu ito t em p o dei
,
t an do c on t as ! vi da l a di sse-lh e .
D esc on fi o q u e an do gr avi da .
A gr aça de D e u s é gr an d e !
Fi a t e n essa O lh as q u e t odo o n osso
—
.
Q u e q u er es el es t eem razã o ; n ós n ã o
,
t emos
O u ni c o q u em se deve obri g açã o
é ao p adr e C l aro P o di a f az er esc an du l a e
.
ch am ou te ! s b oas
—
.
E v er dade ; n ã o p erdô a u ma mi ga
'
lh i nh a u m p o bre m as t emi st o de b om : n ã o
,
faz m al m a m ôsc a
a u .
E h omem de v u lt o , R osari a E vê l á .
mã o e se f ech a t u do o q u e el e g an h ou a
,
I saq u e r i
so r u se m t orn ar r esp ost a A dean t e.
en on c tr ar am o Cl et o q u e v olt av a da vi l a
,
l ami n as de prat a f u n di da .
o C o rn e t a
q u e v e n di a a z eit e e m pl en a ru a .
t c rri a u ma g ôt a n u ma ti gel a
q u an o es o ,
E st e at é ar de sem p avi o .
cresci da b om cresc er n ã o se c on t ev e ,
A HOR A D E v E
e RA S 171
p ara os ou tr os .
n as do C orn et a q u e a p ar av a a u ri n a dos ma
a q u i lo é má rez .
Q ue q u er es Cl et o
, r ou b ou me, o sa adof —
no p or t odos os l ados .
As ou tr as du as es a t m so lt eir as e i sso é q ue
t m u mas rap ari gaç as
es a .
E a C aramel a?
O h ! i sso é de q u em a q u er A q u el e .
E
A pó s u m a p au sa t or n ou ,
Nã o h a re medi o .
Q u an t o gan h a p or di a?
O it o vi ntens .
C al ar am-se .
E u ma vergonh a O u ç a n u n c a lh e su bi u
'
.
,
! c ab eç a p eg ar n u ma tr anc a e l ev ar t u do
esses
O Cl et o e o I si dr o desat ar am á s g arg a
lb adas sem h aver c omp reh en di do .
su j o .
n h am p el o c ami n h o fó ra r ep arti n do o p ã o .
17 4 J A R D IM DAS TORMENTAS
v i n t en s c ada u ma , e u ma l ebr e c aç ad a n os
f erros .
B at eu p ort a tr u z tr u z !
á ,
respo n der am lh e —
.
E sp er ou esp erou u ma m o ç a v ei o p ar a o
, ,
P ar a m at ar o t em p o o I si dro p u x o u o
E
p al ei o .
l a só ti n h a b em a di z er dos am os O sr era . .
u m fi dalg o de m u it o r esp ei t o u e p u n h a a
q
vi l a do av êsso só c o ab ri r b ôc a E o ch aç o '
.
E c on t ou q u e fôra l ev ar lh es a c aç a ao —
p on do se a v er as p er diz es q u e ti n h am es
-
di n h o dest e p er di gã o t am b on it o e l as se ri am ,
ros n as c om i das A pr e ci am m u it o a p er di z l á
.
,
o c av aq u i n h o D iz em q u e a mã e del as é l á
.
p ar a os seu s siti os ?
O lh e meni n a foi o em b on s t em p os
, ,
—
.
H oj e c o m a c al e a c ó c a estu p or á ram tu do .
A H O RA D E V É S PER AS 1 7 5
Mas eu cá sei a n da on de e as an da
i l m T enh o
.
tr az er u ma em c ada mã o e ou tr a n os den t es .
A c readi ta fi t av a o d olh os de r at a mu it o
'
-
ab e rt os .
E
n ã o en f asti ar em aq u i de t ru t ari a .
le q u e se ti n h a p or bi sc a v elh a foi f az en do
, ,
o j og o c e rt o de q u e a m o ç a i a c om o al emb ret e
,
gen te de l ev ar e tr az er .
E
A hi p or volt a das 1 1 o fi dalgo v ei o á p ort a
n t am q u e desej a?
p çu a
,
g em eu o r e c ado q u an t o a deman da
em q u e se ach av a en v olvi do p or c au sa das
c eb ol as E n ã o se esq u ec en do de diz er q u e
.
n as e l ei çõ es n u n c a fal t á ra c o m o v ot o ao
en c ar ar t eso c omo u m pi n h ei ro Ao fi m
, .
,
a e e, ,
de b ôc a ab ert a .
p erg u n t ou
Q u em é est e fi gu r o ?
H omem voc ê n ã o c onh ec e o sr dou t or
,
.
del eg ado ?
D eu -l h e o c or açã o u m b aq u e ; vi er a em
b oa alt u r a p ar a o fi dalgo di sp ôr o n ego ci o a
seu f av or E rej u b i l an t e ameaç av a
.
t orn ou a esp er ar at é q u e p or fi m ,
j á as
c asas d av am sombra ap arec eu a mo ça
c om u ma g arr af a e u m c op o .
E deit an do v i n h o p ar a o arri ei ro e em se
,
c onh eci do .
n ã o b ast av am vi nt e moedas .
O I si dr o ch eg ou a c asa a arr ep el ar se ; q u e —
di sse l h e c om fé ro sembl an t e
-
P oi s v ocê fi ou -se l á n o t al
E l es c omem a i sc a e n o an z ol S abe o .
P oi s q u em q u er d ares e t omares c om os
p atif es da j u sti ç a? S ó os p obres do en ten di
men t o S am c ap az es de r ou b ar a madre a
.
u ma e gu a e el a ao g al op e .
B u t am , v en de-se u m mach o
mu lh er ,
Rosari a q u e ch or av a c omo u ma vi de
'
e de sp ed i u -
se
A HOR A D E VÉ S PER A S 1
79
A té l og o mu lh er
, .
sobr e e le q u e I si dr o c av alg ou e b at en do c om ,
os c alc an h ar es de u a v oz de p arti da
, .
I h h ! i hh !
AS c am p ai n h as solt aram u ma t aren tel a
a l e gr e s obr e as l ages son or as da c alç ada .
E st av a u m di a br an do gr an des v á gas de ,
su bi a n o ar c omo u ma fl e ch a di sp ar ada de
cri st al .
I O JA RD I M D AS TOR MEN TAS
N as c omo aq u e l a em q u e os
t ar des ,
n ã o ti n h a r eserv as n em seu s o lh os me l an
c oli a .
sos á arg o l a ti n h am t em p o de o b se rv ar ,
a ch am ar o am o po rq u e a v o z de l es er a
q u e de c o rri da s m u it as h o r as e l e v o lt asse ,
trôp eg o das p er n as e m ai s br u t al E n o .
e rr ar u m p al m o c om o mesmo ch ou t o fi el
,
e d al m a n ã o m en os su b m i ssa
'
.
Ao pesc o ç o a a be lh a de c o bre z u m bi a
i n i n t err u pt amen t e ! P ost o q u e i m pi edosa ,
m
E
a g u ilh o an do os sem pr e a r a a fr en t e a a
p
—
,
v am n a -
. l a era a v oz de se u es f o rço e ,
n as n o it es esc u r as q u an do o al m o cre v e de
,
A f orça de b at e r as ce rc an i as h avi am se ,
—
l ob os c om t o da a c au t el a n em espirr an do , ,
n em ac o r dan do as p edr as .
O am o t odas as v ez es q u e tr op eç av a
, ,
al m oc re p u x av a o n u m s af an ã o p ar a en tr e
-
as b ren h as ah i ,
r on dan do e ac amp an do
p o r m u it as h o r as E v e n do o s m . a ch o s d o s
q u e r a zã o e l e s ó m a rch a v a p e l o e s c u r o ,
am o c ai u p or t err a emq u an t o el e ab al av a
p o r u m a q u e br a d a fó r a c o m o s p e it o s a
a r de r L á adean t e a p an h ar am n o e l ev an do
.
-
,
o r et alh ar am lh e o c o rp o o n de sen ti a f og o li
-
v ast a a p ar de c av al os fer o z es q u e o m or
,
A HOR A D E V É S PER A S .
1 83
di am e despr ez av am . D ep oi s q u an do j a
,
n e gr o ap ar e c eu e l ev ou o -
.
q u e o a dm ir av a e t emi a .
P ou c o a p ou c o p or l en t a r eaçã o ti n h am
, ,
sei s an os .
O q u e m u it o apre ci av am em I si dr o era os
c an t ares estr an h os t am doc es c omo a mã o
,
an da a g u erra n o mar A fr i c an l e p e l as ch ar
v am-n os ,
s obr et u do q u an do j u n t os c om os
l ar-se e m oi ro em ci m a de t u do n a mu lti dã o
'
P el os at alh os q u e ac u di am a desag u ar n o
,
a p en a seq u er de o lh ar p ara el es
, ,
.
O fi l osof o, ap ez ar de t u do n ã o é m ai s
E
f eli z !
l eS n ot av am as c oi sas q u e lh es p assav am
r en t es á men i n a do o lh o sem pr o f u n de z a ,
esp er an ç a e de desesp er o .
A pri meir a v ez q u e se en c on tr ou c om o
c av al o do l eit eir o el e q u e era t am o rg u lh oso
,
n ada ; p ar a el e as c oi sas ti n h am c om eç o a p en as
N aq u el e di a o al m ocr ev e b at eu p ar a u ma
al dei a pr oxi m a v en der o az eit e m l og ar . E
de f az er r om ari a p el as p ort as diri gi u se a —
p er der .
a filh a O al m o c re v e salv ou
.
Viv a l á ti o J oaq u i m ! ,
O lá seu I si dr o en t am p or c á ?
, ,
A HOR A D E
l
V E
S PE AS
R 18
7
de est ar
S em i n t e rr om p er a tr ab alh osa t ar ef a dos
p ol egares o t av ern eir o rip ost ou l h e n u m
,
—
s or ri so v elh ac o A h ! ai n da ti n h a az eit e e o
.
p adres .
E
de t er n u r a silv estre .
N em t an t o ao u cá n ã o v ou a
O t av er n ei ro n ã o r esp on deu e el e pl an t ou ,
se lh e de fr en t e so br e u m pé
—
c al ado c omo os , ,
g ansos á c aç a n os p au es .
Gai a a t ar de U m eix o ao l on g e c an t av a
.
n hi r n as q u i n t ã s .
S r A b ade !. e c ac ar ej av a .
1 88 J A R D IM D AS TORMENT AS
P oi s i
a n da t en h o z it e
a e r e p eti u o
t ay ern ei r o ao c ab o de momen t os .
U ma lc at ei a de g ar ot os desemb oc ou no
a
'
g a r a s D i c a s E n t re as
. p er n as do p ai ao vê ,
mi ng ar .
re da rg u i u c om v oz u n t u osa
v elh a
A l í ng u a do t av er n eir o est al ou
I rra m ai s em c on t a o traz o Gorneta
,
.
E el e an da p ar a ahi .
su m i a t o das as ali c an ti n as do r iv al O lh a o .
E
r est o o az eit e est av a t odo p el a h or a da m orte
c omo o ven deir o u m c i g an ã o , amu asse
esc o rr e g ou l h e n a o r elh a u m a ci fr a i m p e r
—
,
.
c e ti v el
J ARDIM DA S TOR MEN TAS
c on vem ,
S erve l h e est a p al avr a? -
E decli n an do u m pr eç o fi c ou á espér a
, , ,
p ar a a fr en t e .
e m v oz p er en t o ri a
J á q u e v ei o de pr o p osit o eu fi c o l h e —
c ada al mu de ah i t em ! ,
Mas p er di a assi m a b en çã o de D eu s o
,
excl am ou a rr em essan do a p eq u en a .
b u l os O p ap ag ai o do sr p adre j á n ã o p ra
. .
g j
u e a v a n e m,
s e vi am as fr an g as am or osas
e os g al an t es su ltõ es U m p ast or l an ç o u a
.
O c am p on ez diri gi u lh e a f al a —
Vi st e as m i n h as b adan as l á p el a R ap o
sei r a oh t u ?
,
n o j u m en t o t ap t ap c omo u m gen er al
E
, , , .
n t rá r a m p ar a a t av e r n a e o v en deir o ac e n
deu a lu z .
A I I O RA DE v E
e RA s 1 91
P ar a n ã o g ast ar m ai s agu a n a b ô c a ,
c o m u m a j u r a h on r ada
se ti r o u m p u t o r eal !
N u m pr at o deit ou se u m fi o d az ei te p ar a
'
-
'
pr ov a A f ai an ç a c ol ori u se d oi ro doirado
.
—
,
fi c ou o p al adi n o v er de da l en da c an t ado p el o
pi n c e l i n gen u o dos O l ei r os As p essoas q u e
.
est av am m ol h á r am o dedo e l e v a r am á li n g u a .
só o h om em das v ac as f al o u p el o c or aç ã o do
v en deir o
S em pre lh e dig o q u e o o u tr o n ã o era lá
gran de f az en da .
p i ac en t em en te r esp on deu
E st e n ã o h a de ser p eor Mas t omára .
e u t er a al ma t am p u r a c om o era o o u tr o .
esc orr al h as
q u e l h e doi rav am as u n h as es fr e
, ,
g ou as -
n os sa p at os b em du m l ado b e m dou
t ro q u e n ã o h avi a co mo o aze it e p ar a am a
,
ci ar o c ab edal .
c as de to do o g em i do me l an c oli c o dos bo i s do
arado .
O fi lh o do v en deir o ap ar ec eu a ch amar o
p a i p ar a a c e i a J á i
. a d i sse e l e asso ci ado
ao c o p o do I si dr o D efr on t e del es um c ã o
.
A c ab eç a do m ach o t om av a a p or t a t oda ,
d e lh os ti t os n u m ap é l o mu do
'
.
,
q u e se l h e es t á a f az e r t ar de seu I si dro ,
.
1
94 J A R D IM DAS TORMENT AS
g rit an do
A d el
' '
es af q u eou -me a a l ma es e t
l adrã o !
O p adre J aci n th o ac ab ou de r ez ar m a
sr .
ti n as p ar an do r ol an do p el o c am i n h o em
, ,
t rac a da p ar oq u i al a u m q u art o de l eg u a
, ,
g e m L a.n g u i das p e l os a lp
,
en dr es as r a p ari g as ,
c at av am se u m as ! s ou tr as
-
.
E st av a u ma at mosfer a de en doen ç as e ,
P al er , di mi li e i ll i s .
A HO RA D EVE
S PE RA S 1 95
E
se da sombr a mi n g oant e al vo r o ç adas c ac a ,
Ch eg an do á p ort a l arg a du ma q u i n t ã
e rgu eu a c ab e ç a br u sc amen t e e en t rou
'
E si m sr reit or e aq ui
, .
, .
Sou i rmã .
o s br aç os del e e os br aç os da cr u z .
T r es p eq u en os su rgir am salt an do de fo ,
E
c i n h o mu it o l av ado a en odoar de alv u r a o
f at o muit o su j o d an do de c ara c om J ac i n
.
bres !
Mas ele ob servava os p eq u enos e mu it o
ap i edado p e rg u n t o u
S am si m Q u e se l h e h a de f az er !
.
a rir ,
c omeç ou a n amor a-l o p or b aix o das
m el en as O p adre af agou-o e deu -l h e u ma
.
maçã q u e tr azi a n o b ol so .
O al mocrev e r e p ou sav a ao f u n do n u ma ,
m u lh ersi nh a di sse l h e -
Em
n u n ci ou
E
N a gr an de man ch a livi da da fr on t e os olh os
a brir am se e f e ch a
-
r am se l e t o r n ou—
.
O lh a l á t u c on h ec es me ?
,
-
n ã o er a c aso de e xtr em a u n çã o —
.
Q u eres c on fessar t e ? —
B om é i sso ; m as eu c on h e ç o a t u a vi da ;
sei q u e v ai e m sei s an os q u e n ã o c u m pr e s
do c é o m as p ar a i sso é ne c essari o q u e
,
c om t odas as V ér as da al m a r eneg u es o
do m u n do ; r en eg u es essa mu lh er e p romet as
n ão mai s t er comerci o c om el a C om pre .
t este os tesou r os do c eo F ã l o ! .
-
.
, ,
A t est a do h o em c bri a se de p er ol as
m o -
l í vi d as de su ó r em q u an t o q u e os o l h os se
,
Ao c ab o du m mi n u t o de si l en ci o J acm t h o ,
E
f ront e orv alh ada .
n t am al m a ,
do S en h or p ersi st es
,
no
mal ?
O a l mocrev e t orc eu -se n as man t as des ,
vi an do o olh ar O p ad re m aq u i n al men t e
.
seg u i u -lh o e n c o n tr an do o l u me q u e ar di a n a
'
,
l on ge n o i n fi nit o N o fr on t al u ma n esg a de
, .
,
Bu t am n ã o at en des o mensagei r o da
L u z ? E o demon i o q u e te pr en de Fu g i l e
'
.
E
mostre o c ami n h o Tu és a ov el h a desg arr ada .
q u e l e m e m an d a b u sc ar p ar a o seu redil
am an tí ssi m o .
T i nh a p ressa de c on verter aq u el a al ma
q u e h a s ei s a n os l h e an d av a esc ap a à
t os q u e adv i n h av a ser em de br on z e n o
, ,
9 00 JA R D IM D AS TOR MEN TAS
c om el eg an ci a .
n a mã o mo rt a p ôs se a ac arici a-l a em u an t o
—
q ,
as su as p al avr as c orri am do c es el e as v i a ,
sol u çav a .
Vá meu fi lh o pr omete r en u n ci ar ao ,
n as gr ossas e tr em en t es c omo p ap e l fi n o .
P er dã o n u n c a r ou b ei n ada a n i n
“
E m n om e D eu s t e p er dô o O
de .
q ue é
preci so é q u e teu s l abi os ren u n ci em
'
A R osari a ?
Si m a el a , ! tu a fei a vi da de p ec ado .
A Ah ! n ã o, nã o ! !
J aci n th o ergu eu se e a su a v oz ergu eu se
— -
c ol e r a
.
A el a si m ! t u a c on c u bi n a L á n o
, .
derá s de t an t a c eg u eir a .
nod J A RD I M DA S TOR ME
NT AS
.
, ,
c orri a p ar a a Vi a sac ra —
.
E
ti da perp assou o versí c u l o
r i p e me D omi n e a b h omi n e mal o
, , ,
a vi r o i n i q u o l i b er a me .
A P EL E
D O B OMB O
906 J A R D IM DAS TORMENT A S
O l adr ã o v ai a rez ar !
U m di a , f
a i na c an t ar os t rasb or
l , q u e os
n as u n h as ; O c av al o so lt av a u rr os e deb ati a se -
,
sem c on se g u ir er gu e r-se P u x ou -o p el o r ab o.
A j u dai aqu i r ap az es
Vi eram a c o rr er e u n s p el a samarr a o u tros
, ,
A n da an da almi n h a do S en h or !
,
Hu m ! n ã o b ot a á vi l a acresc en t ou
A PE
LE D O B O M BO 9 07
o c orp an zi l t o mb ou
p ar a a b an da c o m o se ,
o est at el asse u m r ai o .
Va b u sc ar u m a b est a t i o Cl et o ac on ,
sel h ou u m dos ra p az es .
O C l et o deu lh e u m p on t apé n a m ô rc a e
—
,
l amb i am o l eite do c hã o .
Q u an do reapare c eu c om o azemel o c av al o ,
n a ru a . De c av al o segu i a a man o
l i
sos a o O
p ara el e .
n h esa S abi a.
q u e seu fadari o er a march ar e
0 i nsti nt o desac on selh av a-l h e t odas as v el ei
c orrer .
mel q u e n o di a de tr az o su b stit u ír a n a
j orn ada p ar a a vil a J o an a dav a lh e molh a
.
—
di n h as de trev o q u e g u l ot on amen t e i a de
v o r an do d olh os semi c err ados
,
'
-
.
º
J A RD I M DAS TO RMEN TAS
o r elh as fi t ou-o
, e e m voz b ai x a e c o ovi da
,
c om p r eh en di a m as q u e e r am mai s mel an c o
,
r e b en tar dormi u c on t en t e
,
.
o u tr as v e z es a h or as mo rt as .
U m di a n ã o h ou ve viv al m a q u e l h e c edesse
,
Da so l eir a
, estremu n h ado , o Cl et o gr i to u
lh e
—
7 Q ue es at v ocê p ar a ahi a al an zo ar ,
h omem ?
J á l h e dis se está desp edi do da fabric a .
P asse p ar a cá o rol .
temp o e h o ras .
Ch egado ao l argo da f on t e p u x ou du ma b u s,
ac u dir am co m as p an e l as de l ei t e à c ab e ç a
;
15
21 2 J A R D I I SI DA S TOR ME
N T AS
e c om o o Cl et o lh es fi z er a p er der u m di a ,
ti n h a f ama de tr ap ac ei r o e er a u m farrou ,
t ados .
E
O Cl et o en tret an t o deit ou -se a f al ar c om
, ,
o vi s c on de o don o da f abri c a
,
l e m an dou .
em di n h e ir o .
A man hã v ou l á eu .
O sr vi sc on de n ã o está
. resp on de
ra m-l h e .
E
ao v i sc on de
n t am a q u e v en s J oan a? ,
A i n da m o p e rg u n t a ? ! Q u e ro m e u
'
mari do n os l eit es ou vi u ?
'
E
deb an dam o l eit e ch eg a t ar de
, ,
Já q u er o servi ç o b em
l h e di sse . Se
feit o , em pr est e lh e di n h eir o p ar a c om pr ar
-
u ma b est a N ã o faz f av or n en h u m
. .
2 1 4 J A R D IM DAS TORM E
NT AS
t o rn o do p esc o ç o mu rm u rou -l h e
O u v e J oan a eu cá se rei sem pre o
, ,
m v oz en c at arroada el a di sse ,
V amos m orrer de fo me .
t u sab es o b e m q u e
te q u e ro .
c o u a l amb u sou -a de b ab a
—
,
E
J oan i n h a t u agor a v ai s a c asa do B or
,
r alh a u j á l a v o u t er
. .
N ã o h oj e n ã o ,
.
Vai .
E ad mit e
meu h omem ? o
Vai lá f al ar emos
,
h os a ar de r c om o sem pr e q u e el a desci a da
,
l asciv a .
J á t ar de o vi sc on de l i mp an do o su or
, , ,
desdo br av a u ma n ot a de c i n co mi l r ei s E .
a pressa e j adn o o
,
desp e i a se
d -
,
A PELE DO B OM B O 2 15
Aq ui t e ns ; v ai m D eu s D i z ao An a
co .
cl et o q u e o n ã o esq u eç o mas q u e q u an to a
,
Q u an do ch eg ou a S err a os gados em ,
l s oi da Q u an t o a desp edi da i rr ev og av el da
.
f abri c a cru z ou os h om b re s
,
P oi s q u e dizi a eu ?
N aq u el a m an hã n ã o lh e abri r am a p or ta ;
p o r i sso re li n ch ou re li
,
n ch ou at é l h e doer a
g ó e l,
a e c om o tiv esse f o m e p ôs se a m o n d-
a r
o est ru me e os arg u ei ros p el os c an to s S en .
ti n d o l á fó ra o Cl et o est av a i n di gn ado e c h ei o
de fe r oci dade .
9 10 JARDI M DA S TOR MEN TAS
Mas à t ar di nh a q u an do ,
o a mo ent ran do n a
l oj a l h e m et e u c ab eç ada
a ,
mu it o su b mi s
sa mente se tr az d el e N a
deix ou c on du zir a .
su a est r an h esa
Q ue q u ererã o p ar a aq u i ?
di ab o
J oan a march av a ao l ado do Cl et o ap an ,
E
h an do c om a mã o a sai a p ar a n ã o r o çar a
l ama . l e l amb eu l h a p orq u e era i sso seu
-
,
mu it o admir av a em si q u an do b ebi a n os ,
A ch u v a ti n h a l av ado o c eo e os pe rf u m es
das gi est as e da vel a l u z b oi av am n el e
E
-
n u ma ameaç a O r ap az sorri u . .
de assoar E ou tr a v ez el e p erg u n t ou :
.
P ar a q u e di ab o será i st o ?
De re p en t e sen ti u u m b eli sc ã o fri o n o
pes c oço e u ma l u fada d ar estreit a c omo u ma '
,
c hi cotada q u e l h e s ai a da g ar u p a p or b aix o
, ,
d a p e l e E p
. o u c o a p o u c o c ome ç ou a s e n tir -s
,e
o t emp o or tr az do
.
p ,
l en ç o vermelh o os o lh os c ome ç ar am lh e a
,
-
u e o pr ov o c av a c o m ge m i dos l an g or osos
q .
t amen t e l h e f al e c er am as p ern as e c ai u
p or t e rr a
A PELE D O R OMEO 2 19
'
b an h o de au rora .
q u e ã o b st asse p ar a r espir a r du h au st o .
Ao l on ge p ar a l a da mon t an h a vi u u m
, ,
p ergu n t ou -se
Ser á o sol ?
D e p oi s l embr an do-se da p ol dr a e do c av al o
q ue g al o p av am p ar a a s n u p ci as f er o z es ,
E
ac u di u l h e—
o a mo r dos c av al os
ª
— .
.
esc u r o .
O Cl et o p u x ou u ma p ern a do c av al o e
A J oan a q u e ch or av a disse ,
9 20 J AR D I M DA S TOR MEN T A S
Ch or ar mas é p or u ma al ma ch ri st ã mu ,
l h er E st av a p odr e de t odo
.
a p el e sempre da u ns p at aco s v en di da a
O fi lh o pr otest ou
J á lh e di sse a p el e é p ar a u m b omb o ,
mos lh e z u rr ar .
A n oj ada p or ve r o v en t re i m mu n do e esi a
,
q u e ad o d o c a v al o J o a n a foi
,
—se d ali .
TU N Ã O FU RTA R Á S
c osen do ou fi an do e a só c ev ar o b ac or o p ar a
,
a m at an ça do N at al T r aj av a ag or a mu it o
.
despre z ív el sai a de b u r el e l en ç o de c i t a
,
h ,
C ar am e l a,q u e d es m o ç av a t o do s os p i m p õ es
da al dei a di zi a b at en do as p al mas
, q u e o ,
o u tr o de 4 m u it o b on it os e l oir os du ma p el a
, ,
g em q u e n ã o tir av a n em ao Cl et o n em a J o an a .
N aq u el e i n vern o o p adre Cl ar o o c u p ou os —
p ti c os expr essam en t e ch am ad os do v al e
r a .
os h om en s c ob ert o de pó e de su ór N o rb e rt o
, ,
vi n h a J oan a tr az er lh es de c omer E st en di a
—
.
pr at os ao p adre e ao fi lh o ap en as o p ã o era ,
do al v ei ro e o vi n h o est av a n u ma p i c h ô rr a
de f ai an ç a de M ol el os .
S u sp en di a —
se , a pr oxi mav a -
se a p ar l amen
Em
t ar
E
nt a q ue
l b c v e us a a— lh e a b ôca co m a b ôcz
a e
pr on u n ci av a
O lhe q u e p odem v er ! Di an h os uma
, ,
mu lh er da m i nh a edade
Mas só tr o c av am b eij os n ã o h avi a t em p o
.
, .
fi lh os c om mir a n os so be j os da re fei çã o A .
mu lh er p ar a p ôr t u do a direi to n u ma v olt a de
mã o N u m mom en t o v asc u lh av a as c aç oi l as
.
,
arr an c an do u m a al mo fi a de c omi da em q u e .
E
os p eq u en os se at u fav am at é as o r elh as .
amb as , emq u an to l av av am a l oi ç a se ,
q
en tr eti n h am de I sa u e u m h om em p e r di do , ,
Vej a p ar a q u e v al em os fi lh os sen h or a ,
Joan a !
E
E arr ast ada n a adu l açã o Joan a dizi a
,
.
,
c ort ar e c ep os a f az er e m c av ac os P orem se o .
dadas e p u n h a se b oq u i ab ert o a v er p ar a
—
o n de as n u v en s c orri am .
u e v o lt a r a d o r e gi m en t o Vi n h a p oré m a
q .
sem r og ar o u tr o e p orq u e o p ai só se n e g av a
, , ,
.
o esti m av am p o rq u e e ra c al ac ei ro nã o i a ,
O lh a meu ric o
,
dizi a-lh e sr Do .
a
ro th ea r a fr an c a e b oa m u lh er q u em
q u e e —
é p ob re h u milh a se —
.
as m ã os .
99 8 J AR D I M DAS T OR MENT AS
Mas c u rv a te,
- h omem c u rv a t e
,
—
a q u em
é mai s q u e t u .
U m a v ez q u e h or a A n drade n ã o se rvi u
a sen
vi nh o a c ei a fe z gr an de esc an dal o
,
q u e os p obres sam de f er ro
E d eant e de q u em o q u iz ou vi r acresc en t ou ,
esc arni n ho
em v oz p at eti c a só p orq u e u m a v ez nã o
ap ar ec eu vi nho n a mesa ?
Os C l et os t odavi a c on ti n u ar am ao serv
, ,
i ço
do A ndr ad e p orq u e nã o h avi a c omo o v e lh ot e
,
E
E st a esca n dal o cá me fi c a !
ch ei a de _ odi o i a a b ôc a peq u en a den e
,
ex e cr ado
A q u el e l asc ari n h o em n ã o t en do v i n
,
t em p ar a ci g arr os r ou b a ,
.
e !
E
Ham de i r morr er n as P edr as N egr as .
f emeas .
fi lh o l ev ar am p ar a os men i n os .
g j
u e o u u m a d e s c u lp a Ma
. s e m v o z alt a n a ,
q u e se a p a r e c e sse m o rt a o u fe ri da do fi lh o do
Cl et o se q u eix assem .
t av am p el a p ri meri a v ez : '
A eir a ! já
ti n h am os di as en c arrei rados emq u an t o z u r ,
u e desse m a p alh a c o m o o Cl et o n e m se
q ,
ru N AO ER
v r A RAs 9 31
du m c on v en t o E era p or al i ab aix o u m a
.
p i rt i g o em ci ma i m p eli dos p el o Zé q u e
,
A q u il o é a al m a du m m alh ador .
Zé Cl et o .
es e n d a a
t i b ot elh a e m ri ste n u m ac ent o fã
,
mili ar
P ega lá Zé ,
.
na t av e rn a e c ompr ar u mc ol et e de S ar ag oça
e v esti di n h os de sa
al é mdi sso
,
po d eri
,
a fl o r e a r na f es t a d a L a p a
q u e q u as i sem pr e c a i a a o fi m d a s i n á l li
.
âê :
l ei r o e emb eb ed an d o env el vi al Se em ri x
'
,
as
ra
p or est e est en dal de Da SO fi as q u e os
m oç os n a t erra l h e ti n h am r esp eit o e as rã
'
p ri g as o vi am C omo lh os de t e rnu r a
a .
do p adre Cl ar o se ac ab av am os tr on c os d ar
'
—
, ,
A n oi ti n h a i a ar m ar os g al ri t os e os p ar
'
del h os n a ri b ei ra e os fi os as l e bres na li nh a
'
as p o l ai n as de j u n c o i n dol en t emen t e , aô
,
l ad o do fi lh o q u e t o c av a h arri i b ni ó ou der ,
mi a de p ap o p ar a o ar t en do p assad o a n ôi té
'
,
9 34 J A R D IM DAS TOR MEN TAS
a f or a os p eq u en os em p rest i m os de t u ti li
mu n de E st av a u m i n v ern o ri g or oso e os
.
mi st u r a c om c u anh os de c en t ei o C ai a nev e e
.
.
Cl et o ac ab ou p or pr agu ej ar e o Zé c om a i r a , ,
t em p o de dôr
O lh a se q u eres ser regalã o v ai g an h a l o
,
—
.
O n de n ã o h a el-rei o p er de .
b err av am p or t odos os f ol es q u e ti nh am
f ome .
E ste v ai se p ar a as m alv as
—
di zi a J osé
p el o i rmã osi t o l oir o mai s n ov o ,
.
o s pi n h aes on de p u j av am as mi l pl an t as m es
,
q u i n h as , se m no me .
lá nã o p u nh a p és desil u di da da vi l a c omo a
,
en c o n tr o c om o f a
,
r o n as b ol as milh as q u e
semp re tr azi a p ar a re g al o ; el a sac u di u o
av en ta l a ch or ar
,
N ã o v os tr ag o n ada me u s fi lhi n h os
, .
O Cl et o j u n gi u os h om br os
P oi s eu q u e t e di zi a
De p ort a em p ort a a p edi n ch ar b at er am a ,
n ã o i a a mi ssa n em se c on fessav a E c on tr a a .
ex p et ati v a e n c on tr ar am
,
ah i dez t ostõ es .
E q u e v ai s l á faz er ? Tu n ã o t e dó mas ao
E
trab alh o ?
le q u e est av a n u ma h or a de t e rn u r a
, ,
Vá p ar a u m r ai o !
A m ã e r om p eu em gr an de b err eir o Mas .
aç afate on de
,
h av i am sob ej ado mig alh as ,
S en h or
I n fi n it as g raç as e mu it os l ou vores deve
mb s dar a D eu s p or t am alt os b en efi ci os
p adrenosso
Has de i r p arar a u ma c adei a ,
cão
cl am av a J oan a Se alg u e m t em um
. a li n
b em di z a mu lh er do A n dr ade I n da .
h as de sai r a u m cami n h o
Mas o Cl et o v Olt ou i se para el a n u m ac e n t o
'
—
,
p oseg u i u n as devoç õ es
'
“
j av a o aç afate mi an do , .
E st e j u deu n ã o rez a Cl et o p r on un ,
O p ai fi t ou -os a amb os e c on ti n u ou na
'
v i a-sa cr a
ª
9 38 J A R D IM DAS TORMENTAS
n a T err a r ec eb ei as v ó s n o c eo p or mu it as !
,
—
n os j u n t ast es j u nt ai -n os u m di a no v osso
,
s an t o r e i n o A men J esu s !
.
h am de t e aj u dar
E
.
Q u e lh e pr est e !
E traç an do a c ap u ch a foi -se a c aç a de
fav el c as p el os serõ es
, .
E
m c asa trou a f ome P ara
dos C let os en .
r ai a q u e c ompr am ov os p el as p ort as e
p assam a v eni ag a A su a n omeada de r at o
.
E st es al mas do di ab o di sse u ma v ez
o J osé Cl et o ao fi lh o do p adr e S ó p orq u e
l á os v elh os ap an h am de q u an do em q u an do
u ma f olh a de c ou v e p el as h ort as f az em de ,
n ós u n s ! é s do T elh ado A h ! ai n da me
.
d esgraç o !
I saq u e b at eu -l h e n o h om br o c on fi den ci al
,
men te
T u do v ai em sab er rou b ar Zé E o sab er .
her an ça de mu it os c on t os far-te-h am u m
di a c omen dador S erá s ri c o e r esp eit ado
. .
O di ab o é pilh ar u m p ã o ou c ou v es p el as
h ort as N i n gu em p erdô a e v ai -se mal h ar as
.
c adei as c el u l ares .
9 40 J A RD IM p AS T
Q RM NT AS E
EE
b ar t u do o q u e c air deb ai x o dos man da
men t os dos ci n c o dedos
'
ti ra-lo a t od os a
.
,
mi m, ao b u rgu es ao c u r a u , t en d o f ome
, .
,
Ecc
r oer as entr an h as de mi n h a mã e .
d Afrí c a?
'
a t
os a
d Afri c a c ome-se
'
Na os t a .
nã o h avi a out ra c oi sa q u e
P assav am os di as a mi n g oa S empr e .
n as c orr en t es on de tru t a é v ez ei ra e os , ,
de fari nh a p ara as
C om mau s m l
odos e e rec u s v a se ; mas
a -
9 49 J A R D IM DAS TORMENT A S
q u e v am s e rvi r u m amo .
se c os mesm o r ou p a br an c a S ó di n h eir o n ã o
,
.
gr aç a de D eu s ch al ac eav a I saq u e .
N u m a t ar de de l az ei ra em q u e n ã o h avi a ,
o Zé c omu n i c ou ao p ai o pr oj ect o q u e r u m i
a n ossa desgr aç a .
c i a em v oz alt a m ai s mol e ap en as
, ,
É s t ol o r ap az ; és t ol o
'
.
O fi lh o ex asp erou se em su a b oa fé —
J á l h e di sse é u m i n st an t e e den tr o h a
,
T U N Ã O FU RT A RÁ S 9 43
u ns b o ns p ar es de mi l-rei s E de n oite v am .
'
,
l á sab er q u em foi !
O velh o fi c ou c al ado e ele a fi rmou q u e
c erc a de doi s an nos an t es p el os seu s pr opri os
,
u m l on g o sil en ci o o p ai r esp on de u
N ã o ; é u m p ec ado m u it o gran de .
p ar a n ó s ?
A m ã e desc on fi ad a v ei o espr eit ar á p ort a
, ,
e el es c al ar am se —
.
A
!
ite os C let os deix ar am J oan a ac oc or ada
no
n a m ach adi n h a de m at o A m ã e v en do i st o
.
, ,
cl amou
Vej am l á o q u e v am f az er ! Ham de me
di z er on d e v am .
A on de v am os? re p on t ou o fi lh o
J á v oc ê ah i v em V amos b u sc ar u m molh o
.
J oan a ti n h a medo do fi lh o q u e u m di a l h e
,
17
JAR D I M DAS TO RMEN T AS
v olt ou
An dem l a an dem ; i g u em
n n as faz q u e
as n ã o p ag u e .
c om nev oeir o su sp en so n o c é o e as r u as
em p ap aç adas de b orrõ es de l am a .
O v en t o br ami a n os pi n h aes e mu it o r ar o , ,
u m ou ou tr o b ali do de ch oc alh o ch eg av a
esv ah í do no ar .
g at i v a al i fi z é ra m o r de r o pó d a t e rr a Fi c av a .
do pr opri o san gu e .
JAR DIM DAS TOR MEN T AS
E
O lh a eu cá dig o te q u e v amos emb or a
,
-
.
l h i da A lé m q u e el a n ã o t em c ar a de t er
.
gr an de c oi sa den tr o .
S e q u é r v á se eu n ã o pr eci so de v oc e
-
,
m ec ê .
esc orreg av a ac en di a m il c en t e lh as n as c ab e
,
ç as gr oss as dos cr av o s .
O fi lh o arr an c ou l h a n u m rep el ã o
-
L argu e l arg u e
E n u m r el am p ag o alç ou a mach ad a e des
c arr eg ou a an i m ada de t odo o al en t o m doi s
—
. E
g olp es a c aix a est av a arr omb ada estrip ada , ,
c ot ov el o
ru NÃ O ER
U T A RAS 9 47
T i re l á a p at a .
O lh a q u e p ô d e vi r
O ! é esb an du lh ou b em o c ofre d epoi s ,
di z en do ao p ai q u e ap ar asse n o c h ap é o ,
v arreu c om a m ã o l arg a .
n u m a se c u r a q u e os fez pr agu ej ar
O Zé Cl et o embr u lh ou o di n h eir o e ap on ,
L adrã o
dest es f u rt os el a o pi n av a q u e er a algu em da
,
a sombr a c om bilh et e p ag o p ar a a co st a d A
*
e o f o ci n h o daq u e l a v ac a q u e ti nh a lí n gu a
m ai s c om pri da q u e as b an deir as de S J oã o . .
E
L á p ô de arr an j ar u m l og ar n a au di en ci a ,
q u an do n u ma b el a v oz de c el e
'
ao S e n h or ,
br an te o j u i z l e u a sen ten ç a
P or gr aç a de D eu s e em n ome da l ei em ,
E
e seu s p ar agr afos do c o di g o p en al ( cri me s
ach a pr on u n ci ado o r eo A n t on i o Cl et o ca ,
sado p ai de filh os
,
63 ann os de edade h ei
, ,
p or b e m c on de m n s l o n o p en —
a de 4 an os de
l adrar v elh o c ã o
, r ep on t ou I saq u e da
man g a de b ac e l o .
N ã o se c on su m a sen h or i n t erv ei o
,
D D or oth ea el e l á t erá o p ag o U ma
“
. .
al ma p er di da só an da p ar a p erd er as mai s ,
l h an t e ch ol dr a O lh a c om q u em se foi mete r ,
P raç a do Mõ es de q u em l h e pi sc ou o olh o !
, ,
O p ai o Am adã o Velh o,
dizi a m eu t i o
C al h ô rra foi dos q u e assalt ar am a c asa do
A l fer es de S M arti n h o M ai s t ar de en c on
. .
u e m e r e ci a Q u e m o rt e ! A i n da est ou a v e r
q .
fó ra p or u m a br ech a q u e ti n h a mai s du m
p al mo A q u il o só c om gadan h a do fen o T oda
. .
u i z é ra r ou b ar du as m oedas ao P i n t o Mo
q
l ei r o O fi dalgo da Si lv ã p ô s se de p eit o
.
—
p ai T u do lh es serv e c ou v es g ali n h as r ou p a
.
, , ,
a m ai s n ov a E o irmã o q u e lh e met e os
'
.
v í ci os n o p êl o Mas el a q u er c oi sa de m ai s
.
E
t os Ai sen h or an da o demo nest a c asa !
.
, ,
c on v ersav am O c am p on ez de m ã os grossas
.
,
dos p ai s O sol do b av a P or c om pl ac en ci a e
. .
p assan do lh e o b ac el o e desp ej an do n as c ó
-
,
v as p asadas de t e rr a .
P or tr az da c asa a al dei a al ap av a se n e gr a e —
c osi n h as . ra a h o r a ci n z en t a da v o lt a do
c amp o e r an ch os p assav am n os at al h os
c an t an do u ma su av e c an ti ga .
sav a no c am i n h o j og an do u m a ch al aç a
, ,
i rm ã o n ã o ou vi sse
B u t am a est a h or a?
Os l ob os n ã o me c om em .
9 58 J A R D IM DAS TORMEN TA S
E
'
Tem-me u m
B u t am , met eu -se l h e —
e m c ab eç a q u e é s
tu q u e me desvi as p ara o mau c ami n h o
P oi s sere i Vá
.
,
n a e uev g p ara a A fri c a ,
p orq u e pér a?
es
E
U m gr an d e si l en ci o p assou en tre el es .
E
st ri den t emen t e N orb e rt o sac u di a n a p edr a
Se me q u i z esse b em n ã o p arti a , .
l á i rá s t er .
D iz em-me q u e se c ai l á c omo
H i st ori as da c aró ch í n h a ; p ar a on de
c on t o i r é t am sau dav el c om o aq u i .
ir as l at er .
O lhe q u e eu n ã o v ou j u ra lo mas p al
-
,
pit a me q u e an d o gr av i da
-
.
I saq u e en v olv eu -a n u m l on g o ol h ar de t er
n u r a em q u e i a o a gr adeci m en t o p el as v o
p en sament o
E st a n oit e n ã o v á s ao ser ã o v ou lá a c asa ,
.
o REM OR S O 9 59
u m fi lh o e dav a-me o
Te u t i o é u m a b est a ch ap ad a
E meu ti o n ã o h a de vel ar ?
'
Fa z o q u e t e di go fi c a em c asa ; pel as ,
10 h or as l á a p are ç o .
E
E tu n ã o? ,
A té l og o .
A té l o g o .
A h ! j á me esq u e ci a to rn ou v ol ,
se si m o u n ã o fi c am os c om o c o r dã o .
A g r ada-te ?
Se a gr ada ! An da mei o p ov o mort o p or
l h o c aç ar
'
.
Q u an t o p ede el a ?
Ci n c o moedas q u e é q u an t o lh e d avam,
no S .S ilvestre D iz q u e é p or ser nu m
.
ap e rt o .
E de oir o fi n o ?
' “
9 60 J A R D IM DAS TOR ME N TA S
o u ve eu f al o c om el a
,
.
O lh e q u e se se demor a a L u dovi na ,
c ompr a-lh o i
.
N ã o t e ap oq u en t es amanhã t en s o ,
c or dã o .
A deu s l á esp er o ,
.
I saq u e
N ã o l arg as essa rez e i sso h a de ac ab ar
p orq u e ? q u esti on ou o i rm ã o
desab ri damen t e .
L é ri as r m p ob res n ã o q u er
. P or se e
N ã o mas sam de q u em as t en t a
,
.
L á se vi u se a A de li n a t e deu o u vi dos .
B ê h ! N ã o da p orq u e an da 0 J oaq u i m
J av ar d o c om sen ti do nel a e o q u e q u é r é ,
A rr u d a?
O lh a q u e bi sc a E c ap az de diz er q u e se
.
'
9 69 J A R D IM DA S TOR M EN T AS
j
su o . A p en as ao domi n g o lh e vi am treg u as as
l av av a mal a c ar a e i a p ar a o adro j og ar o
,
fi t o G an h av a q u art i lh os p er di a q u arti l h os
.
, ,
fi dalg os l h e dav am q u an do p or c au sa de
,
I saq u e lh es i a l ev ar as tr u t as da ri b eir a .
N a m an hã se gu i n t e o vi n h o b ebi do n a vé sp er a
,
p o n t ar d o s ol d e vi a e n c on tr ar a e g u a ap a
t am an c adas n as an c as
A i n da n ã o sam h oras c ag aç al ? D eix a ,
c edo c ome ç av am a gr u n hi r .
t er aq u eci do l og ar .
o REMOR S O 9 63
p el o p ov o aci ma da v en da do T r av an c a
,
p ar a a v en da do R o li m I saq u e q u e ti nh a .
,
D ep oi s j á n oi t e f or am p el os serõ es e I saq u e
, , ,
N aq u el e serã o fi av am as A madas e o u tr as
r ap ari g as da terr a H avi a doi s meses q u e
.
I saq u e lh es n ã o f al av a p orq u e el as ti n h am
,
j u rado de c ort ar c om el e u m a v ez q u e o ,
e sad a ,
i o u tr o s l h e an dav am n a c ó l a c om
i n t en t os de c asar .
t i adamen t e n as h or as ch ei as de f asti o C om o .
e o J av ar do
q u e se ti n h a p el a melh o r g arg an t a
da t e rr a em m u dec eu O f adi n h o ch or av a n a
.
vi ol a entre o s dedos su j os e a b ei ç a c aí da do
C ari a e I saq u e g arg an t eou
P orq u e teu s ol h os dari a
a
D e u s assi m u ma sorte
A o d esafi o co m a mor te .
,
As mu lh er es bi sbilh ot ar am e a M ari a
A m ada q u e p e rc eb er a q u e
,
c an tig a lh e era
e n der e ç ada met eu os olh os n o chã o D e p oi s
,
.
dan ç ou se a C an i n h a verde em q u e os c an
—
c an ti g a
S am n eg r as é b o m di zer ,
A s p en as d as an dori n h as ,
Q u e c o a n eg r u ra das mi n h as
'
N ã o se p odem el as p ar ec er !
O J av ardo p ô s—
se q u esti on a l o em verso
a —
,
em se g u i da met eu t u do n u m a b ol sa de chit a
os p ai s .
t an do-se sob re o tr az ei ro b oc ej ou e u iv ou O .
p a i p e rg u n t ou -l h e e m v oz r u de fi t an do-o ,
mu it o o q u e n el e er a i n dí ci o de c omoçã o
E
,
n t am p ro m, p ?
t o
P romp t o ; é só a p arelh ar é gu a .
Be ,m v ai tir a-l a
c á p ar a fó r a E q u em .
v ai c on tig o at é a vil a ?
ap are lh a-se .
E
As v oz es e os p assos r eti ni r am sob o
t ol do refran gen t e do c é o gel ado ra n o i n
.
v ern o e as ag u as n os c om oros ch or av am O .
n a t rev a a m ã e est en di a o br aç o c om a l u z
, ,
e rg u i da ao alt o O p adr e Cl ar o di sp ô s
.
os al
u ma b u ch a e u m tr ago de ag u ardent e .
l oq u el a de al deã o .
A m ã e en tr et an t o t rou xé ra o aç afat e e
, ,
p ar a os p eral vi lh os .
go l adas .
J u i si nh o, q u e i g n n u em as deit a m
e c
sa o
g u ei ri n h o por o n de e l es l h e p g ssem T od as
a a .
t an ç as ai n da est av am l on g e m as a ch ou ri ç a ,
da c ar n e lá l h e i a t er se tiv esse t en t o n a ,
b ól a .
er am h or as se q u eri am b ot ar avi l a an t es do
,
p an h ou 0 M —
a s o .l eit o est av a f e it o se m ,
pr of eri u
T res meses p assam dep re ssa .
Fó ra a n e bli n a esfar el av a se em g ô t as
,
-
br an das e fi n as O n asc en t e ac al en t av a u ma
.
gri to u lh e —
N ã o p edes a b en çã o a t u a mã e mal ,
creado ?
N ã o est av a h abit u ado a desp edi das e
fi c ou c on fu so Mas en gatilh ou as m
. ã os p ar a
a m ã e q u e est av a sob re a c alç ada ao l ado ,
e m et en do l h e a m ã o n o c o l e t e
—
acr esc en t ou ,
n u m só p r o
os o v os da p edrez p ar a t e dar .
E p ara o q u e a g en te os cri a ! E p e r a
' '
o q u e a g en t e o s c ri a !
O REMO R S O 9
7 1
p o r e n tr e o s r a m o s e
, p o r so br e as p a r e de s d a s
o en c an tav a m ai s q u e os di as de so l em q u e
a fi g u r a dos h om en s n os c ami n h os se n i mb a
re av a a re v ol u ç ã o mu da u e i n v o l u n ta rí a
q
ment e p rov oc ár a n o an i mo de A de li n a A .
JARD IM DAS TOR MEN TAS
mu lh er acor dá ra n e a p er an t e a m al di sfar
l
a d a v o l u pt u osi dad e q u e se vi vi a ao p é e as
ç
mu lti pl as m ani f es ta çõ es de seu ar dor d h o '
m em A i n v ej a e o ci u me estr emeci am a
.
a p ar eci a c or av a e fi c av a a tremer c om o
u m vi me t o das as v e z es q u e c om M ari a se
su rp reh en de l a a ch or ar e so b seu s a f ag os
—
E
I saq u e p alpit av a de t odos os p al pit es daq u el e
san g u e r ev o lt o . a i m agi n açã o e n li gav a
sav a ,
f azi a u ma dest as refl exõ es su p er fi ci aes
u e a c e d e m au t om ati c amen t e q u e n em se
q ,
me ag u en t ar e i en tr e am b as ?
I n t e rpret av a assi m li mp an d o a c aç adeira
, ,
E
I saq u e erg u eu -se p ar a a p u x ar p ar a u m
c an t o don d e os p ai s n ã o ou vi ssem m v oz
.
me n ã o t or n a o c or dã o ?
A go r a é i mp ossiv el E
E
u p ag o lh e j á lh e
.
-
,
D e j u r as est ou eu f art a .
J u r o lh o p el a vi d a de meus p ai s ; q u er
-
'
m ai s?
Mas oh ! se n h or p orq u e me n ã o h a de
,
t orn ar o c or dã o se eu restit u o lh e os
,
réi s -
u e cá t en h o ? O n de n ã o h a el -rei o p er de !
q
Q u e h avi a de p en sar a r ap ari ga?
Q u e h avi a de p en sar ? M ande m a p ar a —
a desat ar o c or dã o do p esc oç o .
N ã o sam n ã o se fossem n ã o vi n h a t an t o
, ,
m al mu n do
ao .
A g or a é de v ez .
O u tr o sil en ci o ; a mu lh er o lh av a o chã o ,
r efl ecti n do
Mas p orq u e n ã o l arg a essa mu lh er ?
L arg u e a Ora eu a pr en der me c om tr et as
—
.
—
.
N ã o n ã o q u er o cá
,
Vou ter c om o sr .
ab er ta grit ou ,
S r rei t or sr re it or !
.
,
. .
E
proferi u
E
n t am e u v olt o q u an do ele estiv er .
19
2
36 JARD IM D As TOR MEN TAS
esp er o at é manh ã si n h a !
t an gi do salt ou da c ama
,
.
de l á a p ar ec er p ar a i rm os c aç ar A o mei o di a .
e st ou de v o lt a .
M ari a on de me li mp o ?
,
A deu s .
A A m ada p assou l h e —
os braç os m
e vo lt a
JA RD I M DAS TOR MEN TAS
E
dos c ol egi os p or on de p assar a u m retr ato ,
p en a p ar a lh es c on t ar a mi n h a tri ste vi da .
sen ã o mat o me —
Os sargen t os sam verda
.
so u fôr ma do p é de l es U m di a dest es em
.
,
b ra a m -
me o b ah u e u ri n ar am-me den tr o T i nh a .
a o ten en t e m as e l e p ô s se a ri r e a m an gar
,
—
o RE
M OR S O 9
79
b em f al an t e n em f aç o v u lt o ao pé dos alfa
,
E
do ; c oit adi nh o n ã o o man dem mat ar q u e
,
n os b on s t em p os S aib am q u e aq u i en c on tre i
.
u m c on di scíp u l o de I saq u e ; c on t o u me m u it os —
t err a e f aç am m u it as vi sitas a q u em p or mi m
p ergu n t ar M an dem-me dizer se o J av ardo
.
v er os h omen s as l ou c u r as
,
as r ep u bli c as, ,
p assag ei r as a vi rt u de o v í c i o as em oçõ es
, , ,
su sti n h a o -
á b ei ra das r esol u çõ es vi g o
r osas O p en sament o n el e era pr o fu n do m as
.
r api do L ev an t av a a p oeir a vi ol en t a du m
.
N u m mi n u t o r ev olv eu at é as f ez es a
p orc ari a de su a c on di ç ã o Vi u se o p ar asit a
.
-
f at al men t e p er de ri a a A mada .
2 2 J A RD I M D AS TO RL I E
N TA S
b oas do so b rado
E aj oelh ado su btil i nsi
.
, ,
n u ou a mã o sob o tr av esseir o S u a mã o fi n a .
sas ,
en x erg an do c omo se tivesse olh os de
n i ct al op e A v elh a c art eir a g u ar dav a qu at ro
.
assalt ad o n ov amen t e du m a on da c on f u sa de
fi m tir ou as q u at ro n ot as e met eu as n o
,
-
E
alt a e an tig a c ama de c er ej ei r a r an ge u dol o
r osam en t e le su sp en deu se u m i n st an t e e
.
—
,
abri u a j an ell a e sa lt ou .
u m pr aso de 2 4 h or as E st av a u m di a reman .
o R EM OR S O 2 83
ç oso , se m v en t o
c omo n ã o h av eri a p eri g o
,
e
de i n c en di o a S r D D or oth ea l embr ou se
ll ª
—
.
,
.
o f ogo c h i sp av a e n u v en s densas d e f u m o
a du pl a fi l a de p ot es e p an el õe s q u an do
D D or oth ea ch am ou p ar a a m esa O al m oç o
ª
. .
Ao l ev an t ar I saq u e p ergu n t ou ao p ai se
,
n ã o di n h e i r o Ch ei o de desesp er o en tr ou em
.
,
m argen s du m re li c ari o
28 4 J A R D I M DAS TOR MEN TAS
Q u er q u e lh e l avre o assen t o ?
g u n t on I saq u e c omovi d o
, .
N ã o senh or ,
.
de j an t ar A m ã e m al o v i u t eve dó del e
.
, ,
j an t ar Q u an do o p adre en tr ou os v ap ores
.
,
da sô p a ev ol av am se v ol u pt u osamen t e das
-
malg as de r u sti c a f ai an ç a N ã o ob st an t e o
.
de t oc ar n os pr at os O p adr e á sobremesa.
, ,
p ergu n t ou
Bu t am n ã o c om e ?
S em l ev ant ar o olh ar semi -mort o da t oalh a ,
resp on deu
N ã o n ã o t en h o apetite
,
.
A m ã e q u esti on ou a seu t u rn o :
Q u er q u e l h e f aç a al gu ma c oi sa ? Q u e
t em sen h o r ?
,
den tes .
L á se arran j e t orn ou el a j a nã o
está em i dad e de se lh e f az er a p ap a .
T en h o u ma c oi sa gr av e a c omm u n i
c ar-l h e .
2 86 JARD IM D As TOR MEN T AS
ag u a fe rvi a em c ac h õ es n os p ot es b oj u dos
t odo .
N arci sa 1a e vi n h a su an do agu a r u bi
, ,
c u n da e al egre .
E
O p adre en tr ou f az en do c h oc olh ar os t a
,
m an c os ; I saq u e c orr e u l h e ao en c on tr o
—
m .
v oz su b mi ssa i n t err og ou
Q u e r es p o st a m e dá?
O p ai ab an ou a c ab eç a fr an zi u os l abi os ,
n u m esg ar m irr ad o
Ai n da t em a desf aç at ez de me p edi r
di n h eir o ?
o R EM OR S O 2 87
E sc u so p oi s de “
D i n h ei ro q u e eu tivesse q u e n ã o era
v ocê q u e m o l arp av a A n tes g ast a l o em
'
.
-
E '
a u lti ma vez q ue lh
'
o p eç o .
ri se m e a i r p edi l o a algu em ?
- -
Pedi l o p eç a o a q u em lh e ap etec er
-
,
-
.
Q u e ten h o eu c om i sso ?
Mas e m seu n ome ; b em sab e q u e a
mi m m
'
não o
vi da?
A c ab ar c om a vi da ah ! ah ! ah ! u m ,
N ã o me i n su lt e ; n i n g u em tem n ada
q u e m e j o g ar a
E os l atr ocí n i os c ontín u os q u e tem
c ometi do n este c asa? e as offen sas a su a mã e
'
e as p an c adas q u e lh e t em dado ? E a ex p l o
p u bli c o n i n g u em me p oderá i m p u t ar a m ai s
,
l e v e má c u l a .
n asc er . M ari ol a !
Meu p ai dê me os 101000 rs P ara q u e
,
-
.
h a de deix ar dar c ab o de m i m p or u m a
P el a al m a de seu p ai , nã o me
Mas q r â l aueN ã o o .
E
I saq u e rec on h ec eu a deci sã o i n ab al av el do
p a.i l e t a
,
m fr a c o e t a m b o m n ã o s e ren ,
L en tamen t e a c ol er a su bi a l h e n o p eit o fã -
,
se v i a em emb ar aç os p or u ma c oi sa í n fi m a ,
c om o u m a ag u lh a e i n su p erav el c om o u m
i n fi it o o desesp er s
n ,
o u fo c c av a-o
.
O sr n ã o é p ai n em é n ada ; o sr é u m
. .
E u m monstro é Vê me aq u i a seu s
!
,
.
—
2 90 J A R D I M DAS TOR MEN TAS
(
7
Bu t am esses rs q ue tr az na a lgi
b eir a?
O ve lh o l ev ou a m ã o ao b ol so e arr an c an do
a c art ei r a n u m abri r e f e ch ar d olh os r ec on h e
'
, ,
A h ! l adrã o ! l adrã o !
I saq u e n ã o p ô de f u rt ar-se e rol ar am n o
chã o abr aç ad os A l u t a foi c e g a feroz e
.
,
n e gr os arr u aç av am
O m oç o l an ç ou em t ô rn o u m o lh ar desv ai
rado sa c u di u o v elh o fr en eti c amen t e
,
P ai ! p ai !
E n u m a c arr ei ra l ou c a atr avessou o ap o
sen t o desc eu a e sc ada U ma ab ob ada de br eu
,
.
i n fern o Du m p u l o pr oj et ou se n a fogu ei ra
.
—
doi s al mu d es c aír am de b ô r co as p an el as ,
f i ç oado
a e á vi da ,
g or a a ilh a v erde q u e
er a a
os n avi os e os av ej õ es pr oc u r av am em su as
men t o e a n au se a de su a c on di çã o h u man a ,
t am fr agil e t am m esq u i n h a .
de n açõ es .
D a t err a eu r op ea emergi am a p en as o s
c u mes das mon t an h as e os alt os pl an alt os .
O c apit u l o sem fi m da vi da c on ti n u av a ,
r aç as c on ti n u av am a ro l ar mon ot on am en t e .
E
e en si n a l os
—
.
n si n á r am lh es
-
q u e e r am b em m ai s ig u ac s
do q u e n ã o p ar eci am ; q u e as di f er en ç as en tr e
e l es er am u m a p o ei r a o ci os a em f ac e do
gr an de en igm a do p ri n c í p i o e do fi m ; e q u e
era u m a il u sã o cr u e l f u n dar a l ei do pr ogr esso
e se m pr e ren ov ada .
exi st en ci a ,
rep artir am n a i g uã l men te e n tr e
-
D en tr o do exi sten t e n ã o fi c av a c am p o ab er to
ao de sej o n e m l ac u n as á n e c essi dade Se é .
ri qu ez a o su p erfl u o q u e se e n th esoi ra .
da vi da .
U m a r en o v açã o m or al r esu lt ar a da c at as
t ro fe, c om o o u tró r a das g u err as saí a p or v ez es
o r ej u ven esci men t o du m p ov o E
E
r a u m ou t ra
.
s e o p er a ra E n os c on ti n en t es atr av ez das
.
,
A n j o da G u ar da a se r en i dade an dav a c om
,
e l e s Z or n
.
q u e,e r a u m v e lh o s a bi o h a vi a al u ,
é a l ei da vi da ; n ossa c on sci en ci a el e v ou se —
Ora t c
a on ece uq u e n u m da q u el es di as a ,
A n oit e o p ai i,
n t err o g o u -
a e se m r eb u ç o e l a ,
q u el e p asso q u e t an t o ou vi ra c el ebrar ! s
o u tr as m u lh e r es .
f al ou ao t ern o re b an h o S i l en ci o ; ap en as de .
t emp os a t em p os q u an do a v oz del e t oc av a
,
n a c eg u ei r a dos h omen s o u n u m a t er n u r a c al
sen t e .
M eu s fi lh os Et mp
m e osq m
ue nã o v a
da vi da era o mai s am pl o aq u el e em q u e se ,
i mm ol ado .
de circ u n st an ci as l ev av a os a t o m ar p osiçã o —
n os doi s c am p os os q u e m an dav am e os u
q e
tr al o ri so O ri so s i m dav a u m a sombr a de
.
, ,
q u asi t ol er ado .
p x a do p en sam en t o c omo ar an h as er a de
l e ,
lh es esc arr ar em ci ma .
Ri r er a p oi s a u ni c a f u n çã o ap rec i av el de
t odos os espírit os de el eiçã o ; man dar o est ado
re c omen dav e l a t odos os c erebr os i n t i li gen t es .
so rri n do .
C on ti m ab an an do a c ab eç a c on fi rmou
, ,
aq u e l as p al avr as
i n grat o .
q ue e mb al av a r e v o lt
asas ; a s r eligi õ es o n a r
c ave l on de se p er di a o en t en di m en t o e sosso
br av a o rac i oc í ni o L ev ar am milh ares d an os
.
'
,
E
u e l h e n ã o sen
q
ti am as f arp as q u e os dil ac er av am r a p er .
c eg o e c on vi ct o Q u em desil u diri a os h o
.
men s ?
H avi a c oi sas b oas n a t err a h avi a o sol q u e , ,
u m b eij o u e c a n t a e m du as b oc as Mas q u e
q .
s om br as ,q u e tr a iç õ es e m r e do r ? U m a de
E
mi n h as i r m ã s am av a amav a d am or p u ro
'
u m m o ç o f o rt e e sadi o c o mo el a le era .
E
u e ti n h a c e m l e vi a th a n s n o m ar e a v elhi c e
q
n o s an g u e .u v i a a n o seu p al aci o c o m o u m a
-
ar ti go de c omerci o c om o as ch ou ri ç as de
Fr an c for t .
A v ai dade n u ns e a i gn o r an ci a n ou tros
l ev av a os a c am b alh ot as e a fl u x os e refl u x os
—
e dades ,
t e l os hi am meti do em j au l as c omo
- -
de c an t av am n a de c om p u n h am n a em for
—
,
—
N ã o o b st an t e a g u e rr a a f om e a vi ol en ci a
, , ,
ci da e ren di am gr aç as as di vi n dades p el a
dadiva de t am b el a desordem A ver dade
est a v e r dade c omesi n h a q u e é o segr edo da
n h o T i n h a-se p er di do do m u n do n o di a em
.
em seu i r m ã o Os h om en s pr oc u r av am-n a n o
.
pr et en di am c aç a l a a oc u l o e b ast ari a b u sc a l a
- -
c ada v ez p ar a m ai s l on ge c ada v ez p ar a m ai s,
tr ev as .
Os h om en s e r am assi m en tr e e l es sem p os ,
.
,
c om o a v on t ade de D eu s .
i nstit u i çõ es do b em er am p an ac ea c om q u e
o s se r es pi e dosos e 0 p u l en t os pr o c u r av a m
de b el ar as m az el as soc i aes t al c omo ou t ró ra
os c u ran de ir os as maz el as fi sic as O traç o .
'
d u ni ã o est av a n o resu lt ado p orq u e « a c oi sa ,
em si se p ar a est es er a u m m i st er si n c er o ,
pl an os , ra en de am
c as c al deir as dos v e l oz es
s teamers e ab al a ,
r am mar fó ra a c on ti n u ar n os
a bi sm os as p es u i z as u e di a a di a lh es res
q q ,
esp aç os n ã o j á o t e rr or
,
m as a au d aci a dos
,
t av a v en c en do a c on j u ra dos el emen t os
,
.
gr an de metr op ol e su b mer sa h a mu it os an os ,
ia c rdar
a o ,
t rp eci da
en o c no fu n do do o ean o .
fi x ar am o velh o p al aci o en c an t ad o á b ei r a de
c aes re l u z entes su sp en der am o vô o sob re as
,
on das Os b arc os ac u di r am e u m a t u rm a
.
r am en vi an do lh es ar ; o lh os an ci osos li am o
,
-
dri st as .
nu a ram a av an ç ar tr op eç an do r astej an do
, .
,
a r m ado de c ar a bi n as e de al fan g es e c om
ac er adas c on tr a a c reaç ã o .
seri a o do brilh an te o fi ci al e q u al o do h u m il de
a u ver g n at ?
B arb ar os e 0 P at eo da E s fi n g e n ã o e r am m ai s
q u e u m m o n tã o de e sc om br os on de c am p os ,
de c o r al fl oresci am A p en as a c ab eç a de
.
M i n e rv a emergi a c o mo u m a ap ari çã o ap az i
gu adô ra .
Os es a an d os
c f r t rep á ram aq u el a c oli n a i n s
pi rada deix an do n os coraes 0 r ast o prof u n do
,
re do r de P an di v i sá ram u m a b at eri a i n t e i r a
desa fi o á v ertigem .
c on c i li ab u l o mu do de ci dir am t en t ar a en tr ada
,
A R E VO L UÇA O 31 1
n h an do p el os h om br os u n s dos ou tr os t re ,
v am cr av adas c on tr a th or ax c o mo l an ç as U m .
c ap ac et e de c ou r ac eir o en t al av a ai n da os
q u atr o ossos du m c ran eo A mort e arrega
.
N em u m frem it o n em sombr a de vi da A
, .
de mar mor e .
p ar a aq u el e si m b ol o q u e rei m p l at ari a o
p r es t í gi o do s h o m e n s .
v om it an do u m a b ab a de fog o Ti n h am c ab eç a .
an ei s du m a gr ossu r a de r o bl e s os h om en s n ã o ,
Vo l u p tu oso mi l agre
A i n versã o sen ti me nt al
S . Gon ç al o
0 t ri un f ar da vi da
O l
so ar de Mon t al v o
h ora de v ésp er as
'
A .
A p él e do b omb o
Tu não fur t arâs .
A l
re v o u ç ã o
n r . AI L L AU D , u m c .
'