O ano de 2019 se despediu com um anúncio do governo chinês em seu último
dia: a existência de um novo vírus. No início do ano seguinte, o referido país divulgou que o genoma do coronavírus era semelhante ao da SARS e da MERS. Ainda em janeiro, países próximos à China, como Tailândia, Japão e Coréia do Sul confirmaram ter casos. Os EUA e a Itália confirmaram ter o primeiro caso, porém, os chefes do executivo desses países afirmaram ter tudo sob controle. Em fevereiro a OMS definiu o nome covid-19 para a infecção. Co de corona, vi de virus, d de disease e 19 do ano que surgiu. Poucos dias depois a França registrou a primeira morte na Europa e estudos chineses indicavam que apenas 5% dos casos eram graves. Ao longo dos meses países como Itália, EUA, Irã e Brasil subestimaram o vírus. Em fevereiro a Itália, mesmo com 7 mortes, fomentou o exercício de atividades econômicas e sociais com publicidade. A preocupação com a economia aparentemente cegou os governantes que resolveram prioriza-la em detrimento da vida, esquecendo que o impacto assim seria ainda maior. A OMS desde fevereiro alertou os políticos sobre o risco de minimizar a gravidade da doença e suas consequências. Ao minimizar a pandemia e impedir o isolamento social, a curva de contágio não pôde ser achatada e isso levou ao colapso até o sistema de saúde de países tidos como desenvolvidos. Com a ascensão de mais de 50% do número de mortes na Itália, o governo mudou radicalmente seu discurso decretando quarentena nacional porque tinha mais de 400 mortes. Em 11 de março a OMS decretou pandemia global. Os governos do Brasil e dos Estados Unidos foram os mais relutantes, insistiram em minimizar a relevância da pandemia. No final de março, o governo brasileiro fez uma campanha semelhante à de Milão um mês antes e juíza o proibiu. As atitudes do então presidente Jair Bolsonaro foram repudiadas em diversos países do mundo por colocar a vida de pessoas em risco, até o presente momento o presidente permanece escarnecendo da tragédia que assola seu povo. De forma que o número de mortos no país o coloca em 7° colocado mundial hoje, ultrapassando a Alemanha. O FMI prevê recessão sem limites, não é conhecido o grau de imunidade a novas infecções já que vários países e pessoas aparentemente apresentaram reincidências (segundas ondas) da doença. Em vários países, como Equador, não há onde enterrar os mortos e os corpos se acumulam jazendo pelas ruas ou em casa. A natureza está experimentando momentos de reconstrução durante a quarentena, mas o futuro da humanidade ainda é completamente incerto e obscuro perante as consequências de um vírus ainda desconhecido e que mata também pessoas de diferentes idades a cada dia exibindo maiores gravidades e diversidade de sintomas.