Antonio Gramsci nas Interpretações do Brasil – 13/05/2019

Textos:
Olavo de Carvalho – Nova Era e a Revolução Cultural, cap. 2, apêndice 2
Sérgio Augusto Coutinho – A revolução gramscista no ocidente, post scriptum
Ricardo Vélez-Rodrigues – A grande mentira. Lula e o patrimonialismo petista, capítulo VI

• Pontos em comum:
1. Estaria em curso uma revolução cultural que promove uma espécie de lavagem cerebral
2. Tom alarmista
3. Gramsci seria uma nova estratégia para a crise da esquerda

• Muito embora o objeto de ataque do Olavo seja o PT, o que ele procura é corrigir todo o
espectro da democracia liberal

• O Olavo precisa ser lido de forma retórica. Não há embasamento empírico. Todas as passagens
que ele cita de Gramsci estão erradas ou não existem.
1. Não é uma questão de certo ou errado. O interesse da leitura deve ser compreender quem ele
quer atingir atribuindo esses pensamentos ao Gramsci.
2. O texto foge do formato academicista. Assume uma forma coloquial. Ele tem certo horror à
experiência universitária. A universidade massacra a inteligência, homogeniza.
3. Ele tenta conquistar a simpatia do indivíduo que possui a ideia de “distinção”. A ideia do
indivíduo distinto. Ideia muito comum aos estratos médios da sociedade; a classe média que
pode não ter dinheiro para o consumo de luxo mas é inteligente, distinta.

• Olavo dos anos 90 advoga em favor do indivíduo. Não é nem de uma minoria, é do direito do
indivíduo inclusive de roubar, ser corrupto etc. O interessante é que o Bolsonaro foi eleito com
discurso oposto, um discurso que se dizia representar a maioria.
1. Olavo não constitui uma base teórica de coesão para o governo Bolsonaro, ele cumpre um papel
ideológico.

• O que eles fazem é negar freneticamente algumas indicações que o Gramsci faz sobre a própria
atividade intelectual
• O grande ponto de apoio desses autores é o fracasso da União Soviética
• O papel do Olavo nesse texto é fortalecer um processo de passagem dos intelectuais e do PT
para um campo mais moderado.