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DIREITO AMBIENTAL

REGISTRAL

Brasília, 13 de agosto de 2010.

Dr. Paulo Roberto Pereira de Souza


prps33@gmail.com
INTRODUÇÃO

As Dimensões do Problema Ambiental. O Fatalismo


Desenvolvimentista.

O Mundo PRINCIPAIS TEMAS TRATADOS NA RIO+10:

• MUDANÇAS CLIMÁTICAS – a temperatura média da atmosfera global deve subir até


5,8ºC até o ano 2100, se nada for feito para conter emissão de CO2.
• ÁGUA – Em 2025, se nada for feito, 4 bilhões de pessoas (metade da população
mundial) estarão sem acesso a saneamento básico.
• BIODIVERSIDADE – Até 50% das espécies poderiam desaparecer ou ficar em risco
de extinção, até o final do século. Um quarto das espécies de mamíferos já estão
ameaçadas.
• PESCA – Regiões tradicionais de pesca, como a do bacalhau no Atlântico Norte, já
entraram em colapso, com perda de 40 mil empregos no Canadá.
• AGRICULTURA – Países ricos subsidiam seus agricultores com mais de US$ 300
bilhões por ano.
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Relação entre Direito Notarial e Registral e a Relação entre Direito Notarial e Registral e a
Proteção do Meio Ambiente Proteção do Meio Ambiente
• Efetividade da legislação ambiental por meio dos • Escritura pública de concessão de direito de
princípios da especialização e da publicidade
registral superfície
• A informação ambiental como parte do cadastro • Averbações de limitações de uso de imóveis por
dos registros de imóveis
• Restrições ambientais e sua publicidade registral contaminação (áreas contaminadas)
• Instituição de servidão ambiental por meio de • A atividade notarial, registral e a inspeção
escritura pública e respectivo registro ambiental imobiliária
• Escritura pública de servidão florestal, como
instrumento para efetivar projetos de créditos de • Instituição do solo criado
carbono • Outorga onerosa do direito de construir

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Relação entre Direito Notarial e Registral e a Relação entre Direito Notarial e Registral e a
Proteção do Meio Ambiente Proteção do Meio Ambiente

• Direito de Perempção • Usucapião especial de imóvel urbano (individual e


• Parcelamento e uso do solo – loteamento, coletivo)
desmembramento, fracionamento
• IPTU PROGRESSIVO NO TEMPO • Unidades de conservação – Parques, Áreas de
Relevante Interesse Ecológico – ARIE, Áreas de
• Operações urbanas consorciadas Proteção Ambiental – APA, Reserva Particular de
• Desapropriação com títulos da dívida pública Proteção Natural – RPPN, Reserva Biológica,
• Estudos de Impacto de Vizinha Estação Ecológica, Refúgio de Vida Silvestre,
Florestas Protegidas, Reserva Extrativista,
• Plano Diretor Reserva de Desenvolvimento Sustentável

Tutela Coletiva de Direitos BREVE HISTÓRICO


• Ecossistema tem uma limitada capacidade de suporte e de auto-
sustentação.
ANTES DO SÉCULO XX
• Qual será o limite do ecossistema Terra? Até quando suportaremos A PARTIR DO SÉCULO XX
o uso indiscriminado de energia, produção de resíduos tóxicos, de
- não havia a consciência
lixo, uso indiscriminado de venenos, aumento da população? -descoberta da necessidade
da importância de se
de se conservar a natureza;
• Como resolver o problema? Como conciliar o desenvolvimento respeitar a natureza;
econômico com a preservação da qualidade de vida e observância - surgimento do conceito de
dos limites de capacidade de suporte do ecossistema Terra? - desenvolvimento
desenvolvimento
industrial e comercial
sustentável.
incondicionados.

Principais acontecimentos
Principais acontecimentos
a nível mundial
a nível mundial
na tutela ambiental
na tutela ambiental
1985 1987
1968 1970
1971 Convenção de Viena Protocolo de Montreal
Manifesto do Clube Criação da National
de Roma Policy Act
Manifesto Menton

1987 1992
1987 1972 1972 Painel Conferência do Rio
Relatório Conferência de Criação do Programa Intergovernamental de Janeiro sobre
Brundtland das Nações Unidas Meio Ambiente e
Estocolmo Sobre Mudanças
Desenvolvimento = Agenda 21
Climáticas

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• 75% da superfície da terra é coberta por água.
NO MUNDO: • 97% daservindo
água existente na terra é de mares, salgada, não
nem mesmo para uso industrial.
•as2%reservas
se encontram nas calotas polares, são consideradas
mais puras do planeta, mas sua exploração é
Quantidade de água existente no Planeta Terra:
- 1,6 bilhões de Km3 inviável.
- 1.350.000.000 Km3 de água salgada

- 29.000.000 Km3 de água doce congelada nas geleiras e calotas


• Lençóis Subterrâneos, rios e lagos representam somente
1% da água existente no planeta, e constituem a única
- 8.600.000 Km3 de água doce nos continentes e sob eles; parcela explorável.
-13.000 Km3 na forma de vapor de água na atmosfera

Reservas de Água no Mundo

Oceanos Calotas polares Lagos, lençois e rios

Maior desastre ecológico produzido TRANSPOSIÇÃO DAS ÁGUAS DO SÃO


pelo homem FRANCISCO
• A transposição de águas do Rio São
Francisco é um projeto que gera
muita polêmica. Constitui,
basicamente, na utilização das
águas do rio para a perenização de
rios e açudes da Região Nordeste
durante os períodos de estiagens.
• Os Estados beneficiados seriam:
Paraíba, Rio Grande do Norte e
Ceará e por isso a idéia é defendida
pelos políticos destes Estados.
 O projeto prevê a retirada, no médio
• Já os políticos de Minas Gerais,
Bahia, Alagoas e Sergipe não a São Francisco, de 127 metros
aceitam bem, preocupados com os
efeitos em seus Estados.
cúbicos de água por segundo
de sua vazão pensando em beneficiar
278 municípios e irrigar 160.000
hectares no semi-árido nordestino.
 Custo: na ordem de 2,7 bilhões de
reais.

A Transformação dos Valores Ambientais e


o Ordenamento Jurídico

A conscientização
ambiental exige Uma nova postura é solicitada
uma nova postura de profissionais de diversas
do jurista, que no ordens, que, ao par da função
seu campo tradicional de garantidores da
específico, se alia certeza jurídica dos atos a seu
ao cientista, na
elaboração, agora, cargo, passam a prestar um
não apenas de uma relevante serviço à sociedade,
sociedade justa, - como garantidores da função
missão principal sócio-ambiental da
para ele até aqui - propriedade.
mas de um planeta
habitável.

Perspectivas mundiais

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Transformações da Sociedade Resultantes Globalização da Economia
de:
• vem exigindo cada vez mais novos investimentos
 Explosão demográfica gerando Grandes
concentrações humanas nas cidades • ocupação das fronteiras agrícolas internacionais
 Consumo de massa
 Multinacionais • ampliação da atividade industrial
 Concentração de parques industriais • aliado a grande crescimento da população da Terra
 Grandes Conglomerados financeiros
 Ampliação das fronteiras agrícolas • que hoje tem 6,2 bilhões de humanos, que demandarão
 Gerando convulsões inerentes a tais produtos, serviços, determinando uma forte pressão sobre
os meios de produção e os recursos naturais especialmente
fenômenos sociais energia

PERSPECTIVAS
MUNDIAIS A
As
LONGO PRAZO
PERSPECTIVAS Dimensões
MUNDIAIS do Problema Em 25 anos,
A LONGO PRAZO irá crescer 3.7
Ambiental. bilhões de
pessoas

População mundial
90% do crescimento
de 6,2 bilhões de
demográfico 90% do aumento
habitantes, cresce ocorrerá em países
ocorrerá nas áreas
1,7% ao ano = 9,9 em desenvolvimento
O Fatalismo Bilhões em 2.025
urbanas
Desenvolvimentista.

As Dimensões do Problema Ambiental. As Dimensões do Problema Ambiental. O Fatalismo


O Fatalismo Desenvolvimentista. Desenvolvimentista.

Em 2.030 a produção A proteção do meio ambiente faz parte


mundial será equivalente a integrante do desenvolvimento. Sem
3.5 vezes o nível atual, ou uma proteção adequada do meio
cerca de 69 trilhões de
dólares. ambiente, o desenvolvimento será
prejudicado, sem desenvolvimento os
Se a poluição e a recursos serão inadequados para os
deterioração ambiental
aumentarem na mesma investimentos necessários.
proporção do crescimento
da produção, os problemas
resultantes serão terríveis.
.

4
As Dimensões do Problema Ambiental.
O Fatalismo Desenvolvimentista. 10%
RICOS
=

40% RENDA
>.

A expressão desenvolvimento
sustentável, foi incorporada ao
vocabulário pela Comissão Mundial OS 40% MAIS POBRES
sobre Meio Ambiente e =
Desenvolvimento (Comissão
Brundtland), em seu relatório 8,2% DA RENDA
“Nosso Futuro Comum” (1987).
É entendida como o atendimento
40% DAS FAMÍLIAS COM
das necessidades da gerações
atuais sem por em risco a RENDA ABAIXO DE ¼ DE SALÁRIO MÍNIMO

sobrevivência das gerações futuras. PER CAPITA, DESTES 45% EM CONDIÇÕES


DE MISÉRIA, EQÜIVALENDO A
4,7 MILHÕES DE FAMÍLIAS

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
DESENVOLVIMENTO É definido como satisfazer as necessidades da geração
atual sem comprometer as necessidades da gerações
futuras.
É necessário estabelecer um balanço, um equilíbrio entre
economia e ecologia.
Embora todos reconheçam que o desenvolvimento é uma
meta desejável, nos últimos anos cresceu a preocupação
em saber se as limitações ambientais virão a restringi-lo e
se o desenvolvimento causará graves danos ao meio
ambiente prejudicando a qualidade de vida desta e das
futuras gerações.
Conseguir um desenvolvimento sustentado e eqüitativo
SUSTENTÁVEL continua sendo o maior desafio da raça humana.

Direito X Economia
DIREITO X ECONOMIA
• Modelo Tradicional Sociedade sustentável
• Direito e economia • Direito e Economia se
andam em linhas encontram para
paralelas que não se regulamentar as
encontram nunca: atividades
nem no céu, nem no econômicas
inferno regulando a economia
para proporcionar a
sociedade sustentável

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Economia tradicional
X SUSTENTABILIDADE
Economia Ecológica
FALA-SE EM UMA SOCIEDADE
• Economia tradicional • Economia Ecológica SUSTENTÁVEL, QUANDO HÁ A
• Indivíduos • Tem uma visão mais UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS
consumidores são holística com os
figuras centrais; humanos como um PARA ATENDER ÀS GERAÇÕES
componente parte do
• A base dos recursos se
toma como
sistema total PRESENTES SEM COMPROMETER A
essencialmente • O SISTEMA HUMANO VIDA DAS GERAÇÕES FUTURAS.
inesgotáveis devido ao É UM SUBSISTEMA
progresso técnico e DENTRO DO SISTEMA
infinita substituibilidade ECOLÓGICO MAIOR

Externalidades do TRÍPLICE DEFESA DO MEIO AMBIENTE


Processo Produtivo

ADMINISTRATIVA

CIVIL

CRIMINAL

SISTEMA JURÍDICO Constitucional

TRADICIONAL Adm. e Trib.

Constituição
Federal
Civil Ambiental Penal

Civil Penal Proc. Adm. Trib. Etc.

Processual

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Artigo 225 da Constituição Direitos Difusos
Federal Características:

• TODOS TÊM DIREITO AO MEIO AMBIENTE Indeterminação A indivisibilidade


ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO, BEM DE dos sujeitos do objeto
USO COMUM DO POVO E ESSENCIAL À SADIA
QUALIDADE DE VIDA, IMPONDO-SE AO PODER
Transição e Intensa litigiosidade
PÚBLICO E À COLETIVIDADE O DEVER DE mutação no tempo interna
DEFENDÊ-LO E PRESERVÁ-LO PARA AS e no espaço
PRESENTES E FUTURAS GERAÇÕES

Massimo Villone – são ainda um personagem


absolutamente misterioso.

Conceito de Ambiente
O bem ambiental é um bem coletivo, Conceito de Ambiente
de fruição indivisível e pluri-individual,
insuscetível de apropriação individual
em sua totalidade.
O conceito de ambiente não exprime uma noção
O BEM AMBIENTAL É OBJETO DE TUTELA estática.
INDEPENDENTE DE SUA TITULARIDADE.
AMBIENTE É UM BEM DINÂMICO – são coisas que
Meio ambiente é “o conjunto de condições,
leis, influências e interações de ordem física, se movem e que interagem que constituem o
química e biológica, que permite, abriga e
rege a vida em todas as suas formas” (art. 3º sistema, tais como o movimento das correntes de
da LPNMA). ar, das correntes marinhas, da circulação da água,
as mudanças climáticas, as variações das estações, a
vida das plantas e animais.
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Conceito de Ambiente Conceito de Ambiente

Por isto a lei protege não apenas as coisas em si, A lei tutela o bem (global) ambiente como objeto
mas também as qualidades das coisas, as suas substancial genérico e os vários bens ambientais
características físicas e químicas. como objeto substancial específico.
Neste sentido, constitui dano ambiental não só a A LESÃO DA PARTE CONSTITUI LESÃO DO TODO: o
alteração dos bens individualmente considerados, dano a bens específicos, aos componentes
mas também o equílibrio do sistema ambientais é também dano ao ambiente, enquanto
bem unitário e global.

41 42

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Conceito de Ambiente Conceito de Ambiente

O bem ambiental integra o grupo das res Em suma:


communes omnium, ou seja, bens difusos, que
podem ser públicos ou privados e, no caso dos • Conceito: Art. 3º, I da Lei 6938/81
bens privados não traz proibição legal dos • Bem jurídico ambiental
particulares se apropriarem de parte dos
• Bem de uso comum do povo
mesmos, no entanto têm seu uso limitado por
regras jurídicas e outras, metajurídicas, resultante • Interesse Difuso (Art. 81, I do CDC)
da própria condição natural de determinados • Autônomo e necessário
bens.
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• Objeto indivisível

Conceito de Ambiente PROTEÇÃO ADMINISTRATIVA DO MEIO


AMBIENTE
Titularidade indeterminada
• Ligação por circunstâncias de fato

Espécies ⇒ natural
⇒ cultural
⇒ trabalho
⇒ urbano

Proteção Administrativa do Meio Ambiente SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE.


A Lei N.º 6.938//81, que dispõe sobre a Política Nacional
do Meio Ambiente, também criou o SISTEMA NACIONAL
DO MEIO AMBIENTE, onde buscou-se a integração
harmônica dos diversos níveis de atuação
administrativa, bem como, a integração dos diversos
órgãos que tem atuação na área ambiental, com a
seguinte estrutura prevista no artigo 6º:

8
v
M
b
d
ea
s
o
nd
e
SISTEMA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE -
ee
c
n

o
a
ad
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AM
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m

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DF
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Lei 6.938/81 - Definições


bi
o
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H
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Mb
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A

n
Ct
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O
D
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N

Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:


F–
A
P
e

n
M
O
dD
A
e

bQ
aU
A

I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências


Coc
e
A

e interações de ordem física, química e biológica, que permite,


E
S
o
B
ns
U
r abriga e rege a vida em todas as suas formas;
eb–
a II - degradação da qualidade ambiental, a alteração
–nB
adversa das características do meio ambiente;
o
Sa III - poluição, a degradação da qualidade ambiental
s
e
U
M resultante de atividades que direta ou indiretamente:
M
A
e
Ma
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da
população;
o
A
m b) criem condições adversas às atividades sociais e
A
b
m econômicas;

INSTRUMENTOS DO DIREITO AMBIENTAL


Lei 6.938/81 - Definições
c) afetem desfavoravelmente a biota; • Estabelecimento de padrões de qualidade ambiental
(água, ar, solo)
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio
ambiente; • Zoneamento ambiental

e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões • Avaliação de impactos ambientais


ambientais estabelecidos; • Licenciamento e a revisão de atividades efetivas ou
IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou potencialmente poluidoras
privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade • Criação de espaços territoriais, especialmente
causadora de degradação ambiental; protegidos pelo Poder Público (Federal, Estadual e
V - recursos ambientais, a atmosfera, as águas interiores, Municipal)
superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o
• Sistema Nacional de Informações sobre o Meio
solo, o subsolo e os elementos da biosfera.
Ambiente

INSTRUMENTOS DO DIREITO LICENCIAMENTO AMBIENTAL E


AMBIENTAL
•Cadastro Técnico Federal de Atividades e
AVALIAÇÃO DE IMPACTOS
Instrumentos de Defesa Ambiental
•Penalidades disciplinares ou compensatórias ao
não-cumprimento das medidas necessárias à
preservação ou correção da degradação
ambiental
•Garantia da prestação de informações relativas
ao Meio Ambiente
•Cadastro Técnico Federal de atividades
potencialmente poluidoras.
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Licenciamento ambiental Licenciamento ambiental
O Licenciamento Ambiental é tratado no Brasil pela
seguinte legislação:
O Licenciamento Ambiental é tratado no Brasil pela
• Lei 6.938/81 seguinte legislação:
• Resolução 001/86, CONAMA – avaliação de impacto
ambiental • Resolução CONAMA 305/2002 – licenciamento
• Resolução 237/97, CONAMA – licenciamento ambiental, estudo e relatório de impacto ambiental;
ambiental em geral • Resolução CONAMA 377/2006 – Dispõe sobre o
• Resolução CONAMA 308/2002 – licenciamento licenciamento ambiental simplificado de Sistemas de
ambiental de sistemas de disposição final dos Esgotamento Sanitário.
resíduos sólidos urbanos gerados em pequenos
municípios
• Resolução CONAMA 305/2002 – licenciamento
ambiental, estudo e relatório de impacto ambiental
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Licenciamento ambiental
Licenciamento Ambiental é um instrumento de
planejamento que tem como objetivo a preservação, a
ZONEAMENTO
melhoria e a recuperação da qualidade ambiental propícia
a vida, visando assegurar, no país, condições ao AMBIENTAL
desenvolvimento sócio-econômico e a proteção da
dignidade da vida humana.
A construção, instalação, ampliação e funcionamento de
qualquer equipamento ou atividade que sejam
considerados poluidores ou potencialmente poluidores do
Meio Ambiente no Território Nacional, depende de prévio
licenciamento.
O Licenciamento Ambiental está previsto na Lei nº
6.938/81, que estabelece as diretrizes da Política
Nacional de Meio Ambiente e é caracterizado por três
fases distintas:
Licença Prévia – LP
Licença de Instalação – LI
Licença de Operação - LO

Zoneamento Ambiental Padrões de qualidade da água


Zoneamento - planejamento - qualidade de vida
Constituição - art 21, dá competência à União para:
ELABORAR E EXECUTAR PLANOS NACIONAIS E REGIONAIS DE ORDENAÇÃO DO • As águas são classificadas segundo seus usos
TERRITÓRIO E DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL.
pretendidos e para cada classe são estabelecidos padrões de
LEI 6.938/81 ESTABELECE ZONEAMENTO COMO INSTRUMENTO DA POLÍTICA
AMBIENTAL (art. 9o , inciso II).
qualidade, através da Resolução 357/2005 do Conama. No seu
art. 24 são também estabelecidos padrões para efluentes.
ESTADOS PODERÃO ESTABELECER SEUS ZONEAMENTOS AMBIENTAIS, COM
BASE NA COMPETÊNCIA CONCORRENTE.
Lei 6.803, de 02.07.80, estabelece diretrizes básicas para o Zoneamento • As águas devem ser enquadradas nessas classes, pela
Industrial nas Áreas Críticas de Poluição. autoridade competente, de acordo com os usos pretendidos.
MUNICÍPIOS PODERÃO INSTITUIR ESQUEMA DE ZONEAMENTO URBANO E
CRIAR , NOS LIMITES DE SUA COMPETÊNCIA, E NORMAS LOCAIS DE COMBATE
Á POLUIÇÃO E CONTROLE AMBIENTAL (ART. 11). • Estados e Municípios podem estabelecer seus próprios
padrões, desde que sejam mais restritivos que os nacionais.

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Padrões de qualidade da água Padrões de qualidade da água
MONITORAMENTO AMBIENTAL
 Classe II - pouco degradado - corpos de água com
pequeno aporte de nutrientes orgânicos e inorgânicos e
 MONITORAMENTO QUANTITATIVO DA ÁGUA
de matéria orgânica; pequena depleção de oxigênio;
 MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS
transparência da água relativamente alta; baixa
densidade de algas; pequeno tempo de residência e/ou
CLASSES DAS ÁGUAS: grande profundidade média.

 Classe I - não impactado a muito pouco degradado - corpo  Classe III - moderadamente degradado - déficit de
de água sempre saturados de oxigênio; pobres em oxigênio dissolvido considerável, podendo ocorrer uma
camada anóxica próxima ao fundo; aporte considerável
nutrientes; conteúdo muito pequeno de matéria orgânica;
de nutrientes e matéria orgânica; grande variedade e
alta transparência das águas; densidade de algas muito
diversidade de algas com algumas espécies
baixa; pequeno tempo de residência; grande profundidade predominantes; moderada tendência à eutrofização
média. devido ao tempo de residência.

Padrões de qualidade da água Padrões de qualidade da água


 Classe IV - criticamente degradado a poluído - corpos de água com
CLASSE CLASSE I
aportes de matéria orgânica capazes de produzir um depleção crítica de
oxigênio; possibilidade de mortandade de peixes durante curtos períodos ESPECIAL
a) abastecimento para consumo
de deficiência de oxigenação; floração ocasional de algas com alta a) abastecimento humano, após tratamento
tendência à eutrofização; grande aportes e reciclagem de nutrientes; baixa para consumo simplificado;
transparência das águas devido principalmente, a alta densidade de algas.
humano, com b) proteção das comunidades
 Classe V - muito poluído - corpos de água com grande quantidade de desinfecção; aquáticas;
matéria orgânica; geralmente com baixa concentração de oxigênio; alto b) preservação do c) recreação de contato primário
aporte e reciclagem de nutrientes; corpos de água eutrofizados; algas equilíbrio natural (natação, esqui aquático e mergulho),
freqüentemente cobrindo grandes áreas, limitando a transparência das das comunidades segundo CONAMA 274/00;
águas. aquáticas; d) irrigação de hortaliças que são
c) preservação dos consumidas cruas e de frutas que se
 Classe VI - extremamente poluído - corpos de água com condições de ambientes desenvolvam rente ao solo e que
vida substancialmente restritas, resultante de poluição severa causada por aquáticos em sejam ingeridas cruas sem remoção
matéria orgânica e outras substâncias consumidoras de oxigênio; déficit
unidades de de película;
total de oxigênio ocasional; altíssimo entrada e reciclagem de nutrientes;
corpos de água hipereutróficos; algas cobrindo toda a área. conservação de e) proteção das comunidades
proteção integral. aquáticas em Terras Indígenas.

Padrões de qualidade da água Padrões de qualidade do ar


Um padrão de qualidade do ar define legalmente as concentrações máximas
de um componente atmosférico para garantir a proteção da saúde e do bem
CLASSE II CLASSE III CLASSE IV estar das pessoas. Os padrões de qualidade do ar são baseados em estudos
a) abastecimento para a) abastecimento a) navegação; científicos dos efeitos produzidos por poluentes específicos e são
consumo humano, após para consumo b) harmonia estabelecidos em níveis que possam propiciar uma margem de segurança
tratamento humano, após paisagística; adequada.
convencional; tratamento
b) proteção das convencional ou
comunidades aquáticas; avançado; Através da Portaria Normativa n. 348, de 14/03/90 e Resolução CONAMA N.
c) recreação de contato b) irrigação de 03/90, o IBAMA estabelece os padrões nacionais de qualidade do ar. No
primário, segundo culturas arbóreas, Brasil são estabelecidos dois tipos de padrões de qualidade do ar: os
CONAMA 274/00 cerealíferas e primários e os secundários.
(Balneabilidade); forrageiras;
d) irrigação de hortaliças c) pesca amadora:
e plantas frutíferas, d) recreação de Padrões primários de qualidade do ar, são as concentrações de poluentes
parques e jardins; e) contato secundário; que, ultrapassadas poderão afetar a saúde da população. Podem ser
aqüicultura e pesca. e) dessedentação entendidos como níveis máximos toleráveis de concentração de poluentes
de animais. atmosféricos, constituindo-se em metas de curto e médio prazo.

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Padrões de qualidade do ar Padrões de qualidade do solo
São padrões secundários de qualidade do ar as concentrações de Área contaminada é aquela onde, comprovadamente, há poluição
poluentes atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso causada por quaisquer substâncias ou resíduos que nela tenham
sobre o bem estar da população, assim como o mínimo dano à fauna e à sido depositados, acumulados, armazenados, enterrados ou
flora, aos materiais e ao meio ambiente em geral. Podem ser entendidos infiltrados, e que causa impacto negativo à saúde humana e ao
como níveis desejados de concentração de poluentes, constituindo-se em
meio ambiente.
meta de longo prazo.
O objetivo do estabelecimento de padrões secundários é criar uma base – Averbação dos imóveis contaminados e fontes de
para uma política de prevenção da degradação da qualidade do ar. Deve contaminação:
ser aplicado a áreas de preservação (por exemplo: parques nacionais, – Espanha: Real Decreto 9/2005 – 14 de janeiro de 2005. Este
áreas de proteção ambiental, estâncias turísticas, etc.). Não se aplicam,
decreto disciplinará o problema das áreas contaminadas em
pelo menos a curto prazo, a áreas de desenvolvimento, onde devem ser
aplicados os padrões primários. Como prevê a própria Resolução
todo território espanhol. Esta legislação estabelece critérios e
CONAMA nº 03/90, a aplicação diferenciada de padrões primários e padronizações sólidos para a declaração das áreas
secundários requer que o território nacional seja dividido em classes I, II e contaminadas e potencialmente contaminadas, outorgando ao
III conforme o uso pretendido. A mesma resolução prevê ainda que proprietário da área direito de defesa e criando mecanismos
enquanto não for estabelecida a classificação das áreas os padrões modernos de constatação, remediação (descontaminação) e
aplicáveis serão os primários. publicidade notarial e registral.

Padrões de qualidade do solo Padrões de qualidade do solo


Real Decreto 9/2005 – Espanha
Referida averbação terá um prazo de caducidade de cinco anos e
Artigo 8. Publicidade registral. poderá ser cancelada a critério da autoridade que tenha
Os proprietários de imóveis onde tenham sido realizadas uma das ordenado sua anotação.
atividades potencialmente contaminantes, estarão obrigados a declarar
tal circunstância nas escrituras públicas que documentem a
transmissão de direitos sobre os mesmos. A existência de tal Quando posterior à averbação se praticar qualquer assento no
declaração se fará constar no Registro de Imóveis, por averbação à fólio registral, se fará constar no ato de registro do título
margem da inscrição a que tal transmissão originou. correspondente ao seu conteúdo.

A requerimento da comunidade autônoma correspondente, o


registrador da propriedade expedirá certidão de domínio e ônus do O ato administrativo pelo qual se declare o solo contaminado
imóvel ou imóveis, dentro dos quais se localizem o solo que se vá será averbado no registro do imóvel afetado, por meio de
declarar como contaminado. O registrador fará constar a expedição de averbação à margem da última inscrição de domínio.
mencionada certidão por averbação lançada à margem da última
inscrição de domínio, documentando a iniciação do procedimento e o
fato de haver sido expedida a certidão.

Padrões de qualidade do solo Padrões de qualidade do solo


A averbação se estenderá em virtude de certificação administrativa em que se
faça inserção literal do ato pelo qual se declare o solo como contaminado, Requisitos para a averbação das áreas
como expressão de sua certeza na via administrativa, e da que seja resultado contaminadas em SP:
do expediente, igualmente serão notificados todos os titulares de registros que
tenham, de qualquer modo, participado do ato de documentação do imóvel. – Termo de área contaminada emitido pela Cetesb;
– Precisa identificação do imóvel mediante descrição
Referida certificação deverá ser apresentada no Registro de Imóveis em duas
enunciativa e indicação da matrícula ou transcrição;
vias, e nela se fará constar, além de todas as circunstâncias previstas na
legislação aplicável, as previstas na legislação hipotecária em relação a – Informação se a contaminação é total ou parcial;
pessoas, seus direitos e os imóveis objeto da garantia.
– Prévia notificação do proprietário ou detentor de
A averbação da declaração do solo contaminado será cancelada em virtude de direito real;
um ato expedido pela autoridade competente, do qual constará o conteúdo do
ato administrativo de desclassificação como área contaminada. – Substâncias contaminantes.

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Avaliação do Passivo Ambiental
• Conceito:
Consiste na apuração de todo o
conjunto de obrigações efetivas ou
meramente potenciais derivadas de
desconformidades administrativas e
ambientais da atuação humana
PASSIVO sobre a propriedade.
AMBIENTAL

Avaliação do Passivo Ambiental Áreas Contaminadas

É o conjunto de obrigações
efetivas ou potenciais
representadas pecuniariamente e
que oneram determinado
patrimônio, resultante dos efeitos
ambientais adversos de natureza
física, biológica e antrópica, que
uma atividade gera no ambiente.

Averbação de Área Contaminada Averbação de Área Contaminada


A Corregedoria Geral de Justiça do Estado de São Paulo decidiu A Corregedoria Geral de Justiça do Estado de São Paulo decidiu recentemente pela possibilidade de averbar-se área
contaminada no Registro de Imóveis:
recentemente pela possibilidade de averbar-se área contaminada no
Registro de Imóveis: PROCESSO CG Nº 167/2005 - CAPITAL – MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO e COMPANHIA DE TECNOLOGICA
DE SANEAMENTO AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – CETESB REGISTRO DE IMÓVEIS –

PROCESSO CG Nº 167/2005 - CAPITAL – MINISTÉRIO PÚBLICO DO – Segurança jurídicoregistral, estática e dinâmica, que reclama
ESTADO DE SÃO PAULO e COMPANHIA DE TECNOLOGICA DE concentração da notícia de contaminação, oficialmente declarada, no
SANEAMENTO AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – CETESB fólio real
REGISTRO DE IMÓVEIS – Cadastramento de áreas
contaminadas sob a responsabilidade da – Integração do Registro Predial na esfera da tutela ambiental
CETESB, qualificado com presunção de
veracidade e legalidade, própria dos atos da – Admissibilidade da publicidade registral de áreas contaminadas por
Administração Pública substâncias tóxicas e perigosas, por averbação enunciativa de
“declaração” ou “termo” emitido pela Cetesb
– Interesse público que envolve a referida
matéria ambiental e que impõe amplitude de – Inteligência do artigo 246 da Lei de Registros Públicos - Consulta
informação conhecida, com resposta positiva.

13
Áreas Contaminadas: Averbação no Registro de
Áreas Contaminadas: Averbação no Registro de Imóveis
Imóveis • Jurisprudência da Corregedoria-Geral da Justiça de São Paulo

• Jurisprudência da Corregedoria-Geral da Justiça de São Paulo • – Segurança jurídico-registral, estática e dinâmica, que reclama
concentração da notícia de contaminação, oficialmente declarada, no
fólio real - Integração do Registro Predial na esfera da tutela ambiental
• Meio ambiente – área contaminadas. Publicidade registral.
Restrições ambientais. Averbação – numerus apertus. • – Admissibilidade da publicidade registral de áreas contaminadas por
substâncias tóxicas e perigosas, por averbação enunciativa de
“declaração” ou “termo” emitido pela Cetesb – Inteligência do artigo 246
• REGISTRO DE IMÓVEIS – Cadastramento de áreas contaminadas sob da Lei de Registros Públicos
a responsabilidade da CETESB, qualificado com presunção de
veracidade e legalidade, própria dos atos da Administração Pública • - Consulta conhecida, com resposta positiva. (Processo CG nº 167/2005, São
Paulo, com parecer emitido em 20/04/2006, aprovado em 02/05/2006 e publicado
no D.O.E. em 12/06/2006). (Decisão já divulgada no Boletim Eletrônico Irib nº 2.482,
enviado em 12/06/2006).
• – Interesse público que envolve a referida matéria ambiental e que
impõe amplitude de informação

BEM
COMUM Dos Princípios Constitucionais aplicáveis aos processos
administrativos de licenciamentos urbanísticos e ambientais

DEFESA DA VIDA DEFESA DA VIDA FUTURAS


AMPLO PRINCÍPIO DA PRINCÍPIO DA
COMO EXISTÊNCIA COM QUALIDADE GERAÇÕES CONTRADITÓRIO LEGALIDADE IGUALDADE

PRINCÍPIO DA PRINCÍPIO DA PRINCÍPIO DA


MOTIVAÇÃO RAZOABILIDADE PROPORCIONALIDADE
PREVENÇÃO RESPONSABILIDADE INFORMAÇÃO

GESTÃO POR ANTROPO


ECO VOCAÇÃO CENTRISMO
PRINCÍPIO DA PRINCÍPIO DA PRINCÍPIO DA
PUBLICIDADE IMPESSOABILIDADE EFICIÊNCIA

PRESERVAÇÃO EDUCAÇÃO PARTICIPAÇÃO


DO RECURSO AMBIENTAL PÚBLICA

INSPEÇÃO AMBIENTAL IMOBILIÁRIA

INSPEÇÃO AMBIENTAL • FASE 1 – INSPEÇÃO JUDICIAL: consiste na verificação


visual do imóvel, juntamente com questionamentos
IMOBILIÁRIA feitos aos proprietários ou envolvidos, e nas
verificações da vizinhança, da ocupação anterior, de
documentos obrigatórios disponíveis e de plantas
baixas; geralmente é baseada no preenchimento de
um questionário guia. Essa avaliação apresenta como
resultado a caracterização da área como suspeita ou
não de contaminação.

» Fonte: CASTRO, Fernando Coelho de; RODRIGUES, Eloiza Lutero Alves. Inspeção ambiental
imobiliária. São Paulo: Livraria e Editora Universitária de Direito, 2004.

14
INSPEÇÃO AMBIENTAL IMOBILIÁRIA:
INSPEÇÃO AMBIENTAL IMOBILIÁRIA
PROCEDIMENTO
• FASE 1 – INSPEÇÃO JUDICIAL:
• FASE 2 – INSPEÇÃO CONFIRMATÓRIA: consiste na
comprovação, ou não, da contaminação de outras a) Requisição da documentação da atual atividade no
interferências ambientais. Define-se a equipe de imóvel;
trabalho e os ensaios, realizando-se as análises b)Pesquisa e estudo da documentação fornecida das
laboratoriais que exigem coleta de amostras para atividades pretéritas do imóvel e entorno;
melhor avaliar suspeitas identificadas e c) Estudo das antigas ocupações no imóvel;
recomendadas na Fase 1. d)Determinação da eventual potencialidade de dano
» Fonte: CASTRO, Fernando Coelho de; RODRIGUES, Eloiza Lutero Alves. Inspeção
ambiental no imóvel;
ambiental imobiliária. São Paulo: Livraria e Editora Universitária de Direito, 2004.
» Fonte: CASTRO, Fernando Coelho de; RODRIGUES, Eloiza Lutero Alves. Inspeção ambiental imobiliária. São Paulo: Livraria e
Editora Universitária de Direito, 2004.

INSPEÇÃO AMBIENTAL IMOBILIÁRIA: INSPEÇÃO AMBIENTAL IMOBILIÁRIA:


PROCEDIMENTO PROCEDIMENTO
• FASE 2 – INSPEÇÃO CONFIRMATÓRIA:
• FASE 1 – INSPEÇÃO JUDICIAL:
a) Determinação da extensão e qualificação da equipe técnica
e) Vistoria do imóvel; investigativa;
f) Análise técnica dos dados coletados; b) Determinação e mapeamento dos ensaios técnicos a serem
g) Apresentação da conclusão técnica, com base nos dados executados;
analisados, indicando tratar-se de imóvel: sem suspeita de dano c) Execução dos ensaios técnicos;
ambiental, suspeito de dano ambiental, ou com dano ambiental
confirmado; d) Apresentação da análise comparativa dos resultados obtidos nos
ensaios com os valores de referência; e
h) Se for suspeito, recomendar a Fase 2, listando e justificando os
elementos e as suspeitas a serem investigadas, e e) Apresentação de conclusão técnica fundamentada, indicando a
existência, ou não, de danos ambientais, ou restrições de uso no
i) Se não depender de confirmação, listar os danos e/ou restrições imóvel, face aos exames realizados e dados coletados,
de uso, classificando-os quanto ao seu grau de risco. classificando-os quanto ao seu grau de risco.
Fonte: CASTRO, Fernando Coelho de; RODRIGUES, Eloiza Lutero Alves. Inspeção ambiental
» Fonte: CASTRO, Fernando Coelho de; RODRIGUES, Eloiza Lutero Alves. Inspeção ambiental imobiliária. São
imobiliária. São Paulo: Livraria e Editora Universitária de Direito, 2004.
Paulo: Livraria e Editora Universitária de Direito, 2004.

Direito Absoluto à Propriedade


Função Ambiental da
Não há mais espaços aos
conceitos do antigo direito
privado sobre propriedade
Propriedade
no atual ordenamento
jurídico brasileiro. Os
conceitos de propriedade
plena, não encontram
guarida atualmente, vez que
se mostram incompatíveis os
direitos absolutos de usar,
gozar e dispor da
propriedade, como
constatava-se pelo art. 524
e 525 do antigo Código Civil:

15
Função Ambiental da Propriedade Função Ambiental da Propriedade
• A Constituição Federal de 1988 prevê a necessidade • Trata-se, pois, de direito intrínseco à propriedade. O
do cumprimento da função social nos artigos 5º, conceito de propriedade encerra em si a função
inciso XXIII, 170, III, 182 e 184. social e o direito de propriedade é, por
conseqüência, só e legítimo na medida em que a
• A propriedade ser cumpridora da função social, não se função social estiver sendo cumprida.
configurando, esta, como um limite à propriedade, pois a
função social não compõe obrigação imposta ao
proprietário, vez que limites e obrigação são elementos • A função social também não se confunde com os
externos a qualquer instituto do direito, ou seja, são
elementos que incidem sobre o sujeito ou objeto do limites imposto à propriedade por força do poder
direito. A função social, contudo, é elemento conformador de polícia do Estado ou das disposições civis do
da propriedade, que aparece como uma de suas muitas direito de vizinhança – esses são elementos
facetas.
externos à propriedade.
91 92

Função Ambiental da Propriedade Função Ambiental da Propriedade


• O Código Civil de 2002, em que pese não modificar
substancialmente o antigo dispositivo, acrescentou,
• CÓDIGO CIVIL DE 1916: pertinentemente, que o direito de propriedade deve ser exercido
em consonância com sua função econômica, social e ambiental:
• Art. 524. A lei assegura ao proprietário o direito de usar, • Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor
gozar e dispor de seus bens, e de reavê-los do poder de da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que
quem quer que injustamente os possua. injustamente a possua ou detenha.

• § 1º O direito de propriedade deve ser exercido em consonância


com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam
• Art. 525. É plena a propriedade, quando todos os seus preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial,
direitos elementares se acham reunidos no do a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o
proprietário; limitada, quando tem ônus real, ou é patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar
resolúvel. e das águas.

93 94

BEM
COMUM Dos Princípios Constitucionais aplicáveis aos processos
administrativos de licenciamentos urbanísticos e ambientais

DEFESA DA VIDA DEFESA DA VIDA FUTURAS


AMPLO PRINCÍPIO DA PRINCÍPIO DA
COMO EXISTÊNCIA COM QUALIDADE GERAÇÕES CONTRADITÓRIO LEGALIDADE IGUALDADE

PRINCÍPIO DA PRINCÍPIO DA PRINCÍPIO DA


MOTIVAÇÃO RAZOABILIDADE PROPORCIONALIDADE
PREVENÇÃO RESPONSABILIDADE INFORMAÇÃO

GESTÃO POR ANTROPO


ECO VOCAÇÃO CENTRISMO
PRINCÍPIO DA PRINCÍPIO DA PRINCÍPIO DA
PUBLICIDADE IMPESSOABILIDADE EFICIÊNCIA

PRESERVAÇÃO EDUCAÇÃO PARTICIPAÇÃO


DO RECURSO AMBIENTAL PÚBLICA
96

16
Princípios de Direito Ambiental Princípios de Direito Ambiental
O Direito Ambiental é caracterizado por três princípios
fundamentais: • Princípio da Prevenção
PRINCÍPIO DA POLUIDOR PRINCÍPIO DA
PREVENÇÃO PAGADOR COOPERAÇÃO • Princípio do Poluidor Pagador ou da Responsabilização
Princípio da Cooperação

• Princípio da Supremacia do Interesse Público na Proteção


Avaliação Prévia Supremacia do Função Social do Meio Ambiente em relação aos Interesses Privados
dos Impactos Interesse Público e Ambiental da
Propriedade
• Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público na
Participação Desenvolvimento Proteção do Meio Ambiente
Popular Sustentado
• Princípio da Intervenção Estatal Obrigatória na Defesa do
Intervenção Responsabilização Meio Ambiente
Indisponibilidade do
Estatal das condutas Interesse Público
Obrigatória lesivas
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Princípios de Direito Ambiental Princípios Basilares da Política Nacional


• Princípio da Garantia do Desenvolvimento econômico e
do Meio Ambiente
social ecologicamente sustentado • I - ação governamental na manutenção do equilíbrio
ecológico, considerando o meio ambiente como um
• Princípio da Função Social e Ambiental da Propriedade patrimônio público a ser necessariamente assegurado e
protegido, tendo em vista o uso coletivo;
• Princípio da Ubiqüidade • II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e
do ar;
• Princípio da Avaliação Prévia dos Impactos Ambientais • III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos
ambientais;
• IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de
• Princípio da Responsabilização das Condutas Lesivas ao áreas representativas;
Meio Ambiente

99 100

Função Social – Estatuto da Terra Dimensão do Direito de Propriedade


• TODOS TEM DIREITO AO ACESSO A PROPRIEDADE DA TERRA, DESDE
QUE CUMPRA SUA FUNÇÃO SOCIAL(Lei nº 4.504/1964, Art. 2°,
caput)
.
ECONÔMICA SOCIAL
• § 1° A propriedade da terra desempenha integralmente a sua função
social quando, simultaneamente:
a) favorece o bem-
bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores que nela labutam,
assim como de suas famílias;

b) mantém níveis satisfatórios de produtividade;

c) assegura a conservação dos recursos naturais;


LABORAL AMBIENTAL
d) observa as disposições legais que regulam as justas relações de trabalho entre
101
os que a possuem e a cultivem.

17
DIREITO de Propriedade = um feixe de SERVIÇOS AMBIENTAIS
DIREITOS
CLIMA
DIREITO DIREITO DIREITO SEQUESTRO
DE CHUVAS
CARBONO

USAR DISPOR REINVINDICAR

GOZAR CONTROLE
ÁGUA
DE VENTOS
PRESTAR
ONERAR SERVIÇOS
FRUIR AMBIENTAIS POLENIZAÇÃO

LIMITAÇÕES AO DIREITO DE LIMITAÇÕES AO DIREITO DE


PROPRIEDADE PROPRIEDADE

O Estado, considerando-se órgão do interesse


O direito de propriedade sofre limitações público, adota medidas restritivas ao direito de
decorrentes da lei, dos princípios gerais do direito propriedade que diminuem sensivelmente o
e da própria vontade do proprietário. âmbito de suas virtualidades clássicas.

As limitações não representam novidade, sempre


existiram , sendo que até mesmo os Código que
As limitações legais ao direito de propriedade definiam a propriedade como um direito absoluto,
decorrem da predominância do interesse público. não se esqueceram de ressalvar que o poder de
dispor das coisas devia sujeitar-se às restrições
legais.

LIMITAÇÕES AO DIREITO DE LIMITAÇÕES AO DIREITO DE


PROPRIEDADE PROPRIEDADE.
As restrições tem fundamento no interesse público, social
ou coletivo, e poderiam dizer respeito:
A função social da propriedade não pode ser
confundida com limitação administrativa ou ao meio ambiente, a saúde pública, a propriedade pública,
a economia popular, a ordem econômica, a cultura, a
atividade do poder de polícia. higiene, ao funcionamento dos serviços públicos, ao
urbanismo, a segurança pública, a defesa nacional.
“Os limites internos antecedem o direito de
As limitações mais típicas são as que atingem o exercício
propriedade são aqueles de natureza intrínseca e do direito, ou instituem deveres para o proprietário.
contemporânea à formação da relação de
Aquele direito subjetivo absoluto, ilimitado, intangível
domínio, ou seja, indissociáveis do próprio direito cria hoje obrigações para seu titular.
de propriedade, verdadeiros elementos de um
A propriedade deixa de ser egoísta, humaniza-se ao se
todo” relativizar, ganha conteúdo social que não possuía,
embora se conserve como direito básico de organização
(Antônio Hermam Vasconcelos Benjamin, Revista de Direito Ambiental, 04/49) econômica.

18
LIMITAÇÕES AO DIREITO DE LIMITAÇÕES AO DIREITO DE
PROPRIEDADE. PROPRIEDADE.
Espaços Ambientais.
Quer constituam bens de domínio público ou propriedade
A Constituição impõe ao Poder Público o dever de definir, privada, ficam eles sujeitos a um regime jurídico de interesse
em todas as unidades da Federação espaços territoriais e público pela relevância dos atributos naturais de que se
seus componentes a serem especialmente protegidos, revestem, postulando proteção especial.
sendo a alteração e a supressão permitidas somente A Lei 6.938/81, no inciso vI, do art. 9º, inclui os espaços
através de lei, vedada qualquer utilização que territoriais especialmente protegidos pelo Poder público
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem Federal, Estadual e Municipal como instrumentos da Política
sua proteção (art. 225, § 1°, III). Nacional do Meio Ambiente, exemplificando, como tais, com as
áreas de proteção ambiental, as áreas de relevante interesse
Espaços territoriais e seus componentes, em sentido ecológico e as reservas extrativistas.
ecológico, referem-se na verdade a ecossistemas. Sua
definição como tal pelo Poder Público, lhe conferem um Espaços territoriais especialmente protegidos são áreas
geográficas públicas ou privadas dotadas de atributos
regime jurídico especial, quanto à modificabilidade e ambientais que requeiram sua sujeição, pela lei, a um regime
quanto à fruição, natureza essa que decorre do preceito jurídico de interesse público que implique sua relativa
constitucional, quando diz que não podem ser alterados imodificabilidade e sua utilização sustentada, tendo em vista a
nem suprimidos, senão através de lei e nem ser utilizados preservação e proteção da integridade de amostras de toda a
de modo a comprometer os atributos que justifiquem sua diversidade de ecossistemas, a proteção ao processo evolutivo
proteção. das espécies, a preservação e proteção dos recursos naturais.

Limitações Especiais ao Direito de Limitações Especiais ao Direito de


Propriedade Propriedade
• As especiais decorrem de circunstâncias ou • A Constituição Federal deixa clara a existência de uma
obrigação propter rem, inerente ao próprio exercício do
atributos peculiares a um determinado direito de propriedade o respeito às limitações impostas
pela lei ordinária.
imóvel, como cobertura florestal,
localização em área de especial, importância • Enquanto o Poder Público não interferir na esfera jurídica
do titular do direito de propriedade eliminando todos os
turística e aquelas que, em geral, determinam seus atributos, não há que se falar em conduta antijurídica,
o cumprimento da função ecológica da ou no surgimento de qualquer direito a indenização ou
reparação em face da limitação estabelecida. Sempre que o
propriedade, são estas últimas o objeto desta interesse coletivo o determinar, a propriedade deverá
análise. cumprir sua função social; ou numa análise específica, a
sua função ecológica.

Limitações ao Direito de Propriedade ÂMBITOS DAS LIMITAÇÕES AO EXERCÍCIO DA PROPRIEDADE


– PRECEITOS QUE GUARDAM RELAÇÃO DIRETA E INDIRETA
• Antonio Herman V. Benjamim: COM O EXERCÍCIO DO DIREITO DE PROPRIEDADE

Adequado
• “O direito de propriedade é reconhecido ordenamento
Patrimônio cultural
(CF, art. 23, III)
O meio ambiente
(CF, art. 23, VI e
constitucionalmente, mas seu conteúdo final é territorial (CF, art. VII; 170, VI e 225)
30, VIII)
determinado pela legislação ordinária; o que
O adequado Ordenação da O bem-
bem-estar dos
permite o estabelecimento de limitações a tal aproveitamento do habitantes das cidades
cidade (CF, art.
direito, sem que seu proprietário tenha direito a solo urbano (CF, art.
182, §, 2º)
(CF, art. 182, caput)
180, § 4º)
qualquer indenização, ou possa pleitear uma
desapropriação indireta.” Parcelamento do solo Zoneamento industrial Uso de veículos
urbano (Lei nº (Lei nº 6.803/1980) automotores
• (REFLEXÕES SOBRE A HIPERTROFIA DO DIREITO DE PROPRIEDADE NA TUTELA DA RESERVA LEGAL E DAS ÁREAS DE 6.766/1979) (rodízio)
PRESERVAÇÃO PERMANENTE, p. 17.
114

19
LIMITAÇÕES AO DIREITO DE Proteção Legal das Florestas e Outras
PROPRIEDADE. Formas de Vegetação

• Celso Antônio Bandeira de Mello: • Para garantir um meio ambiente ecologicamente


equilibrado, que é um direito de todos, a legislação
brasileira oferece, entre outras coisas, meios de
• “Um mínimo de conteúdo deve restar ao proteção a florestas e outras formas de vegetação.
direito de propriedade, de modo a preservar
alguma funcionalidade para o uso, o gozo e a • São modalidades dessa proteção:
disposição do bem”
a Preservação Permanente e
a Reserva Legal.
115 116

Código Florestal Brasileiro UNIDADES DE


CONSERVAÇÃO

ÁREAS DE ÁREAS DE
PRESERVAÇÃO RESERVA LEGAL:
PERMANENTE: arts.. 1º e 16
arts
arts.. 2º e 3º
arts

117

Unidades de Conservação
ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL – DF
Ambiental
• O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza foi
criado pela Lei 9.985/2000. • APA DA BACIA DO RIO SÃO BARTOLOMEU;
• As diversas categorias dividem-se em:

Proteção Integral Uso Sustentável


• APA DAS BACIAS DO GAMA E CABEÇA-DE-
VEADO;
APA RPPN
Monumento
Natural
Floresta Reserva
• APA DA BACIA DO RIO DESCOBERTO;
Reserva Extrativista
Estação
Biológica Reserva • APA DE CAFURINGA;
Ecológica de Fauna
Área de
Parque Relevante
Refúgio Reserva de
Interesse
• APA DO LAGO PARANOÁ.
Desenvolvimento
da Vida Ecológico
Sustentável
silvestre

20
Áreas de Preservação
ÁREAS DE Permanente
• PRESERVAÇÃO, do latim praeservare,
PRESERVAÇÃO observar previamente, engloba todas as ações
que visam a salvaguardar bens identificados,
PERMANENTE classificados ou protegidos. Segundo a Carta
de Nairobi, “preservação deve significar a
identificação, proteção, conservação,
restauração, renovação, manutenção e
revitalização”, ou seja, todas as operações
necessárias à defesa e salvaguarda de um
bem.
121 122

Áreas de Preservação Permanente


• Área de preservação permanente é a área protegida nos
termos dos arts. 2º e 3º do Código Florestal (Lei Federal n.
4.771/65, alterados pela Lei Federal n. 7.803/89), coberta ou
não por vegetação nativa, com a função ambiental de
preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade
geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora,
proteger o solo e assegurar o bem estar das populações
humanas.

• Qualquer intervenção em área de preservação permanente,


sem autorização do órgão responsável, é crime ambiental,
conforme dispõe a Lei Federal n. 9.605/98, passível de pena
de detenção de 01 a 03 anos e multa de até R$ 50.000,00
(cinqüenta mil reais) por hectare danificado.

123 124

Áreas de preservação ambiental Áreas de Preservação Permanente


• CÓDIGO FLORESTAL, Art. 2º Consideram-se de preservação
permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de
LARGURA DO CURSO DE ÁGUA MATA CILIAR vegetação natural situadas:
a)
Menos de 10 m 30 m
De 10 a 50 m 50 m
De 50 a 200 m 100 m
De 200 a 600 m 200 m
Superior a 600 m 500 m

125 126

21
Áreas de Preservação Permanente Áreas de Preservação Permanente
• b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais;
• g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura
• c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", do relevo, em faixa nunca inferior a 100 m (cem metros) em
qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 m projeções horizontais;
(cinqüenta metros) de largura;
• h) em altitude superior a 1.800 m (mil e oitocentos metros), qualquer
• d) no topo de morros, montes, montanhas e serras; que seja a vegetação.

• e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45 , • Parágrafo único. No caso de áreas urbanas, assim entendidas as
equivalente a 100% na linha de maior declive; compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei municipal e
nas regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, em todo o
território abrangido, observar-se-á o disposto nos respectivos planos
• f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; diretores e leis de uso do solo, respeitados os princípios e limites a
que se refere este artigo.

127 128

Art. 3º Consideram-se, ainda, de preservação permanentes,


quando assim declaradas por ato do Poder Público, as florestas e
demais formas de vegetação natural destinadas Áreas de Preservação Permanente
 Atenunar
• § 1º A supressão total ou parcial de florestas de preservação permanente
 fixar as  formar faixas de só será admitida com prévia autorização do Poder Executivo Federal,
erosão das dunas proteção ao longo de quando for necessária à execução de obras, planos, atividades ou
terras rodovias e ferrovias projetos de utilidade pública ou interesse social.

• § 2º As florestas que integram o Patrimônio Indígena ficam sujeitas ao


 auxiliar a defesa  proteger sítios de  manter o ambiente regime de preservação permanente (letra "g") pelo só efeito desta Lei.
do território nacional excepcional beleza ou
a critério das necessário à vida das
de valor científico ou
autoridades militares histórico
populações silvícolas • Art. 3º-A A exploração dos recursos florestais em terras indígenas
somente poderá ser realizada pelas comunidades indígenas em regime de
manejo florestal sustentável, para atender a sua subsistência, respeitados
os arts. 2º e 3º deste Código (Artigo acrescido pela Medida Provisória nº 2.166-67, de
 asilar exemplares da  assegurar condições 24.08.2001, DOU de 25.08.2001, em vigor desde sua publicação).
fauna ou flora de
ameaçados de extinção bem-estar público

129 130

Áreas de Preservação Permanente Considerada pelo Código Florestal Federal como "área de
preservação permanente", com diversas funções ambientais, a mata
ciliar deve respeitar uma extensão específica de acordo com a
largura dos rios, córregos, lagos, represas e nascentes.
• A Resolução n. 303/2002, do CONAMA, descreve detalhadamente
os parâmetros, as definições e os limites de áreas de Preservação
Permanente. Recebe este nome, pois tem a mesma função de nossos cílios:
PROTEGER. A sua ausência provoca:

• O corte de vegetação nessas áreas somente pode ser autorizado


pelo órgão ambiental competente, em caso de utilidade pública
ou de interesse social, e mediante adoção de medidas corretivas ESCASSEZ DA ÁGUA
EROSÃO E PRAGAS NA
e compensatórias, sob pena de configuração de crime ambiental. ASSOREAMENTO LAVOURA

• Nessas áreas, qualquer tipo de vegetação deve ser preservado


permanentemente e não somente florestas, como IMPEDIMENTO DA
equivocadamente já se pensou. Mesmo vegetações não nativas MUDANÇA DA FORMAÇÃO DE
somente poderão ser cortadas com autorização do órgão QUALIDADE DA ÁGUA CORREDORES
NATURAIS
ambiental competente.
131 132

22
Mata ciliar – é a formação vegetal nas margens dos nos, córregos, BANHADOS – ALAGADOS –
VARJÕES - VÁRZEAS
lagos, represas e nascentes. Também é conhecida como mata de
galeria, mata de várzea, vegetação ou floresta ripária.

BANHADOS NATURAIS
são considerados áreas de preservação permanente,
sendo que nestas áreas de preservação permanente
não serão permitidas atividades que, de qualquer
forma, contribuem para descaracterizar ou prejudicar
seus atributos e funções essenciais.

Banhados são áreas alagadas permanente ou


temporariamente, conhecidos na maior parte do país
como brejos. São também denominados de pântanos,
pantanal, charcos, varjões e alagados, entre outros.
133 134

BANHADOS – ALAGADOS – BANHADOS – ALAGADOS –


VARJÕES - VÁRZEAS VARJÕES - VÁRZEAS
Henrique Roessler, técnico da FEPAM (Fundação
É necessário esclarecer que, na literatura consultada, Estadual de Proteção Ambiental, do Rio Grande do
o termo banhado corresponde a apenas um dos tipos Sul, conceitua tais áreas como:
de ambientes incluídos na categoria áreas úmidas ou
zonas úmidas (do inglês “wetlands”). "zonas de transição terrestre
terrestre--aquáticas que são
periodicamente inundadas por reflexo lateral de rios e
É possível identificar algumas características comuns lagos e/ou pela precipitação direta ou pela água
como a presença de água rasa ou solo saturado de subterrânea e que resultam num ambiente físico- físico-
água, o acúmulo de material orgânico proveniente da químico particular que leva a biota a responder com
vegetação e a presença de plantas e animais adaptações morfológicas, anatômicas, fisiológicas,
adaptados à vida aquática. (Conf. Marcelos Zagonel de Oliveira, Delimitação fenológicas e/ou etológicas e a produzir estruturas de
de Áreas de Preservação Permanente: Um estudo de caso através de
imagem de satélite de alta resolução associada a um sistema de informação geográfica 135 comunidades características para estes sistemas"
sistemas".. 136
(SIG).

BANHADOS – ALAGADOS – Resolução Conjunta IBAMA / SEMA / IAP


VARJÕES - VÁRZEAS nº 45, de 25 de setembro de 2007.

Considerados um dos ecossistemas mais


• Define critérios para avaliação das áreas
ameaçados no planeta, as áreas úmidas úmidas e seus entornos protetivos, normatiza
estão protegidas no Rio Grande do Sul sua conservação e estabelece condicionantes
pelo Código Estadual do Meio Ambiente, para o licenciamento das atividades neles
que, em seu artigo 155, define permissíveis no Estado do Paraná.
“manguezais, marismas, nascentes e
banhados” como locais de preservação
permanente. 137 138

23
Resolução Conjunta IBAMA / SEMA / IAP nº 45, Resolução Conjunta IBAMA / SEMA / IAP nº 45,
de 25 de setembro de 2007. de 25 de setembro de 2007.
• Art. 2º. Para os efeitos desta Resolução Conjunta,
entende-se por: • Art. 4º. Excepcionalmente, poderá ser admitida
• I. Solo hidromórfico: é o solo que em condições intervenção em áreas úmidas e em seus entornos
naturais se encontra saturado por água,
permanentemente ou em determinado período do protetivos, observada a normativa vigente e
ano, independente de sua drenagem atual e que, em quando comprovada, através de estudos, a
virtude do processo de sua formação, apresenta, inexistência de alternativas técnicas e locacionais
comumente, dentro de 50 (cinqüenta) centímetros a para a execução de obras, atividades ou
partir da superfície, cores acinzentadas, azuladas ou empreendimentos de utilidade pública ou de
esverdeadas e/ou cores pretas resultantes do acúmulo
de matéria orgânica; interesse social.
• III. Área úmida: é o segmento de paisagem constituído
por solos hidromórficos;
139 140

• Art. 5º. O entorno protetivo das áreas úmidas será


definido localmente e depende da declividade do
RESOLUÇÕES CONAMA - APP
relevo e da textura do solo, conforme a seguinte • RESOLUÇÃO Nº 303, DE 20 DE MARÇO DE
tabela: 2002
• Dispõe sobre parâmetros, definições e limites
de Áreas de Preservação Permanente.

• RESOLUÇÃO Nº 302, DE 20 DE MARÇO DE


2002
• Dispõe sobre os parâmetros, definições e
único. Quando o entorno
Parágrafo único.
protetivo se sobrepuser à área de preservação limites de Áreas de Preservação Permanente
permanente, na faixa de sobreposição prevalecerá de reservatórios artificiais e o regime de uso
a legislação referente às áreas de preservação do entorno.
permanente..
permanente 141 142

Supressão de vegetação nativa

Qualquer atividade que envolva a supressão de


vegetação nativa depende de autorização, seja
qual for o tipo da vegetação (mata atlântica,
INTERVENÇÃO floresta estacional, cerrado, floresta mista de
araucária, campos naturais, vegetação de
restinga, manguezais, e outras) em qualquer
em Áreas de Preservação estágio de desenvolvimento (inicial, médio,
avançado ou clímax). Mesmo um simples
Permanente bosqueamento (retirada da vegetação do sub-
bosque da floresta)

143 144

24
Supressão de vegetação nativa Resolução CONAMA nº
ou 369/06
• define os casos excepcionais em que o órgão
a exploração florestal sob regime de manejo ambiental competente pode autorizar a
sustentável, para retirada seletiva de intervenção ou supressão de vegetação em Área
exemplares comerciais (palmito, cipós, xaxim, de Preservação Permanente-APP para utilidade
espécies ornamentais, espécies medicinais, pública ou interesse social, ou para a
toras de madeira, etc) não podem ser realizados realização de ações consideradas eventuais
sem o amparo da licença do DEPRN. e de baixo impacto ambiental.

• utilidade pública;
A pena pelo crime varia de 3 (três) meses a 1
(um) ano de detenção e multa de R$ 1.500,00 • interesse social;
(mil e quinhentos reais) por hectare. • intervenção ou supressão de
vegetação eventual e de baixo
impacto ambiental.
145 146

ÁREAS DE RESERVA LEGAL


arts. 1º e 16 – Código Florestal
(alterado pela MP n. 2.166-67, de 24 de agosto de 2001).

ÁREAS DE • Área localizada no interior de uma propriedade


ou posse rural, excetuada a de preservação
RESERVA LEGAL permanente, necessária ao uso sustentável dos
recursos naturais, à conservação e reabilitação
dos processos ecológicos, à conservação da
biodiversidade e ao abrigo e proteção e flora e
fauna nativas.

147 148

ÁREAS DE RESERVA LEGAL ÁREAS DE RESERVA LEGAL


origem histórica
Reserva legal é uma criação do direito brasileiro, não
Origem histórica. existindo espaço ambientalmente protegido nesses
- Instruções redigidas por José Bonifácio de moldes em outros países.
Andrada e Silva em 1821;
Previsão legal.
- 1º Código Florestal (Decreto n. 23.793, de
- Art. 225, § 1º, inciso III, Constituição Federal (espaço
23/01/1934) -> 25% das propriedades; territorial especialmente protegido).
- 2º Código Florestal (Lei n. 4.771, de - Art. 16 do Código Florestal (Lei n. 4.771, de
15/09/1965); 15/09/1965), com a redação dada pela (MP 2.166-67,
- MP 2.166-67, de 24/08/2001. de 24/08/2001, art. 1º, § 2º, III).
- Decreto SP n. 50.889, de 16 de junho de 2006.
149 150

25
ÁREAS DE RESERVA LEGAL ÁREAS DE RESERVA LEGAL
arts. 1º e 16 – Código Florestal origem histórica
(alterado pela MP n. 2.166-67, de 24 de agosto de 2001).

“V – Em todas as vendas que se fizerem e


A reserva legal é prevista entre nós desde o Império, sesmarias que se derem, porá a condição
podendo ser encontrado registro de sua existência que os donos e sesmeiros deixem, para
nas instruções redigidas por José Bonifácio de
Andrada e Silva em 1821, como proposta de nova
matos e arvoredos, a sexta parte do
legislação sobre terras do Patriarca da terreno, que nunca poderá ser derrubada
Independência no exercício da vice-presidente da e queimada sem que se faça nova
Junta Governativa de São Paulo, demonstrando plantação de bosques, para que nunca
sensível preocupação ambiental rara à época:
faltem as lenhas e madeiras necessárias”.
151 152

ÁREAS DE RESERVA LEGAL ÁREAS DE RESERVA LEGAL


arts. 1º e 16 – Código Florestal arts. 1º e 16 – Código Florestal
(alterado pela MP n. 2.166-67, de 24 de agosto de 2001). (alterado pela MP n. 2.166-67, de 24 de agosto de 2001).
• De, no mínimo:
Das 230 mil propriedades rurais do Estado de São
Paulo, 200 mil têm Reserva Legal (RL) em • Oitenta por cento, na propriedade rural situada em
percentual abaixo dos 20% exigidos pelo Código área de floresta localizada na Amazônia Legal;
Florestal Brasileiro. Para sanar este problema, • Trinta e cinco por cento, na propriedade rural situada
atendendo às peculiaridades do Estado de São em área de cerrado localizada na Amazônia Legal;
Paulo, foi aprovada, no último dia 23, a lei 12.927, • Vinte por cento, na propriedade rural situada em área
que supre a falta de regulamentação e permite aos de floresta ou outras formas de vegetação nativa
proprietários rurais, com área recoberta por localizada nas demais regiões do País.
vegetação nativa inferior ao percentual exigido pelo • Vinte por cento, na propriedade rural situada em área
Código, a compensação da RL por meio de plantio de campos gerais localizada em qualquer região do
de espécies arbóreas exóticas. 153
País. 154

Localização da reserva legal Localização da reserva legal


• Deve ser aprovada pelo órgão ambiental III - o zoneamento ecológico-econômico;
estadual competente ou, mediante convênio,
pelo órgão ambiental municipal ou outra IV - outras categorias de zoneamento
instituição devidamente habilitada, devendo
ambiental; e
ser considerados, no processo de aprovação,
a função social da propriedade, e os V - a proximidade com outra Reserva
seguintes critérios e instrumentos, quando Legal, Área de Preservação Permanente,
houver: unidade de conservação ou outra área
• I - o plano de bacia hidrográfica; legalmente protegida.
• II - o plano diretor municipal;
155 156

26
Reserva legal fora do imóvel
Reserva legal fora do imóvel
• PORTARIA IAP Nº 105, DE 26 DE JUNHO DE 2008 -
• Poderá ser instituída reserva legal em Normatiza os instrumentos de compensação da
regime de condomínio entre mais de uma Reserva Legal relativos à servidão florestal e às
propriedade, respeitado o percentual legal Reservas Coletivas no Estado do Paraná e dá
em relação a cada imóvel, mediante a outras providências.
aprovação do órgão ambiental estadual
competente e as devidas averbações • EDITAL IBAMA / SUPES - PR nº 00 /2006 -
referentes a todos os imóveis envolvidos. utilização do procedimento legal denominado
Compensação de Reserva Legal, amparado na
legislação ambiental vigente, tendo como alvo os
terrenos titulados no interior do perímetro do
Parque Nacional de Ilha Grande.
157 158

Recomposição da Reserva Legal Recomposição da Reserva Legal


•III - compensar a reserva legal por outra área equivalente em
• "Art. 44. O proprietário ou possuidor de imóvel rural com importância ecológica e extensão, desde que pertença ao
mesmo ecossistema e esteja localizada na mesma microbacia,
área de floresta nativa, natural, primitiva ou regenerada ou conforme critérios estabelecidos em regulamento.
outra forma de vegetação nativa em extensão inferior ao
estabelecido nos incisos I, II, III e IV do art. 16, ressalvado o •§ 1o Na recomposição de que trata o inciso I, o órgão
disposto nos seus §§ 5o e 6o, deve adotar as seguintes ambiental estadual competente deve apoiar tecnicamente a
pequena propriedade ou posse rural familiar.
alternativas, isoladas ou conjuntamente:
•§ 2o A recomposição de que trata o inciso I pode ser realizada
• I - recompor a reserva legal de sua propriedade mediante o mediante o plantio temporário de espécies exóticas como
plantio, a cada três anos, de no mínimo 1/10 da área total pioneiras, visando a restauração do ecossistema original, de
necessária à sua complementação, com espécies nativas, acordo com critérios técnicos gerais estabelecidos pelo
de acordo com critérios estabelecidos pelo órgão ambiental CONAMA.
estadual competente; •§ 3o A regeneração de que trata o inciso II será autorizada,
• II - conduzir a regeneração natural da reserva legal; e pelo órgão ambiental estadual competente, quando sua
viabilidade for comprovada por laudo técnico, podendo ser
159 exigido o isolamento da área. 160

Recomposição da Reserva Legal Instruções Normativas do Ministério do Meio


• § 4o Na impossibilidade de compensação da reserva legal dentro da
mesma micro-bacia hidrográfica, deve o órgão ambiental estadual Ambiente sobre APP E RL
competente aplicar o critério de maior proximidade possível entre a
propriedade desprovida de reserva legal e a área escolhida para
compensação, desde que na mesma bacia hidrográfica e no mesmo • INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 3, DE 8 DE SETEMBRO
Estado, atendido, quando houver, o respectivo Plano de Bacia DE 2009
Hidrográfica, e respeitadas as demais condicionantes estabelecidas no
inciso III.
•§ 5o A compensação de que trata o inciso III deste artigo, deverá ser • Dispõe sobre o plantio e a condução de espécies
submetida à aprovação pelo órgão ambiental estadual competente, e
pode ser implementada mediante o arrendamento de área sob regime florestais com a finalidade de produção e corte em
de servidão florestal ou reserva legal, ou aquisição de cotas de que áreas de cultivo agrícola e pecuária alteradas,
trata o art. 44-B.
subutilizadas ou abandonadas, localizadas fora das
•§ 6o O proprietário rural poderá ser desonerado, pelo período de trinta Áreas de Preservação Permanente e de Reserva
anos, das obrigações previstas neste artigo, mediante a doação, ao
órgão ambiental competente, de área localizada no interior de Parque Legal.
Nacional ou Estadual, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva
Biológica ou Estação Ecológica pendente de regularização fundiária,
respeitados os critérios previstos no inciso III deste artigo." (NR) 161

27
Instruções Normativas do Ministério do Meio
Ambiente sobre APP E RL
• INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 4, DE 8 DE SETEMBRO DE 2009

• Dispõe sobre procedimentos técnicos para a utilização da vegetação


PORTARIA IAP Nº 105,
105, DE
da Reserva Legal sob regime de manejo florestal sustentável e dá 26 DE JUNHO DE 2008
outras providências.

• INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 5, DE 8 DE SETEMBRO DE 2009


Normatiza os instrumentos de compensação da
Reserva Legal relativos à servidão florestal e às
• Dispõe sobre os procedimentos metodológicos para restauração e
Reservas Coletivas no Estado do Paraná e dá
outras providências
providências..
recuperação das Áreas de Preservação Permanentes e da Reserva
Legal.

164

EDITAL IBAMA / SUPES - PR


nº 00 /2006
Compensação de Reserva Legal,
Legal, com a
utilização de terrenos titulados no
interior do perímetro do Parque
Nacional de Ilha Grande.
Grande.

165 166

167 168

28
Servidão Ambiental
• Tida como gênero, do qual a servidão florestal é

SERVIDÃO espécie, a servidão ambiental é um acordo


objetivando a proteção de determinada área de
terras, cujo proprietário(s) concorde(m) em impor
uma limitação de uso, temporária ou perpétua, ao
referido imóvel.
• A servidão ambiental pode ser instituída em favor de
uma pessoa, de alguma entidade privada ou do

AMBIENTAL
próprio Poder Público, ou mesmo em favor do
ambiente (Easement in Gross).
• Portanto, deixa de ser requisito o imóvel dominante e
serviente.

169 170

Servidão Ambiental Servidão Florestal


• No Brasil, a servidão ambiental ainda não está
institucionalizada. • Em 2006, a Lei N º 11.284, de 02 de março, alterou a Lei
• Além disto, o subsistema do Código Civil prevê Nº 6.938/1 (Política Nacional do Meio Ambiente)
elencando entre os instrumentos da Política Nacional do
apenas a servidão predial tradicional. Meio Ambiente, a servidão ambiental, introduzindo o
• Sua implementação poderia ocorrer apenas se inciso XIII, ao artigo 9º.
instituída em favor de outro prédio, como na
hipótese de ampliar a área de entorno de uma • Art 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio
unidade de conservação. Ambiente:
• Está em trâmite no Congresso Nacional o Projeto • XIII - instrumentos econômicos, como concessão
florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros
de Lei nº 285/99 (Ecossistemas Atlânticos) que
prevê expressamente a servidão ambiental.
171 172

Servidão Florestal Servidão Florestal


• Art. 9º-A. Mediante anuência do órgão ambiental
competente, o proprietário rural pode instituir servidão • § 3º A servidão ambiental deve ser averbada no registro
ambiental, pela qual voluntariamente renuncia, em de imóveis competente.
caráter permanente ou temporário, total ou
parcialmente, a direito de uso, exploração ou supressão
de recursos naturais existentes na propriedade. • § 4° Na hipótese de compensação de reserva legal, a
servidão deve ser averbada na matrícula de todos os
imóveis envolvidos.
• § 1º A servidão ambiental não se aplica às áreas de
preservação permanente e de reserva legal.
• § 5º É vedada, durante o prazo de vigência da servidão
ambiental, a alteração da destinação da área, nos casos
• § 2º A limitação ao uso ou exploração da vegetação da de transmissão do imóvel a qualquer título, de
área sob servidão instituída em relação aos recursos desmembramento ou de retificação dos limites da
florestais deve ser, no mínimo, a mesma estabelecida propriedade.
para a reserva legal.
173 174

29
Servidão Florestal Servidão Florestal

• A MP Nº 2.166-67/24.08.2001 que alterou o • § 1º A limitação ao uso da vegetação da área sob


regime de servidão florestal deve ser, no mínimo, a
Código Florestal estabelece no artigo 44-A: mesma estabelecida para a Reserva legal.
• Art. 44-A. O proprietário rural poderá instituir
• § 2º A servidão florestal deve ser averbada à margem da
servidão florestal, mediante a qual inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis
voluntariamente renuncia, em caráter competente, após anuência do órgão ambiental estadual
permanente ou temporário, a direitos de competente, sendo vedada, durante o prazo de sua
supressão ou exploração da vegetação nativa, vigência, a alteração da destinação da área, nos casos de
localizada fora da reserva legal e da área com transmissão a qualquer título, de desmembramento ou
vegetação de preservação permanente. de retificação dos limites da propriedade

175 176

Servidão Florestal Servidão Florestal

• A partir da Medida Provisória nº 2.166- • II - conduzir a regeneração natural da reserva


legal, desde que se comprove sua viabilidade por
67/2001, nos incisos de seu artigo 44, foram laudo técnico, podendo ser exigido o isolamento
estabelecidas as seguintes formas de da área pelo órgão ambiental (§ 3º).
recuperação da reserva legal:
• III - compensar a reserva legal por outra área
equivalente em importância ecológica e
• I – a recuperação de frações da reserva legal, extensão, desde que pertença ao mesmo
ecossistema e esteja localizada na mesma
de acordo com o cronograma apresentado microbacia, conforme critérios estabelecidos em
pela Lei da Política Agrícola e o SISLEG no regulamento.
Estado do Paraná.
177 178

Servidão Florestal Meios de instituição da Servidão


• Foi o § 5º do artigo 44 do Código Florestal que Florestal
previu, expressamente, a possibilidade utilização da
• De acordo com o artigo 108 do Código Civil, para
servidão florestal como instrumento de qualquer negócio relacionado a direito real, ou seja, a
compensação da reserva legal fora do imóvel: imóveis, é obrigatória a lavratura de escritura pública,
• § 5º A compensação de que trata o inciso III deste exceto se a própria lei estabelecer o contrário:
artigo, deverá ser submetida à aprovação pelo órgão • Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura
ambiental estadual competente, e pode ser pública é essencial à validade dos negócios jurídicos
implementada mediante o arrendamento de área que visem à constituição, transferência, modificação
ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor
sob regime de servidão florestal ou reserva legal, ou superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente
aquisição de cotas de que trata o art. 44-B. no País.
179 180

30
Reserva legal e o Registro de Imóveis
Meios de instituição da Servidão Marcelo Augusto Santana de Melo,
• a) Reserva Legal. Registrador Imobiliário em Araçatuba-SP
Florestal • Av-00 em 00/00/0000
• Caso não seja observada a forma prescrita em lei, o • RESERVA LEGAL
ato jurídico não criará um direito real, não sendo • De acordo com os documentos e planta apresentados e
oponível erga omnes. microfilmados, especialmente o Termo de Preservação
de Reserva Legal datado de [data_do_termo], assinado
• Será apenas um direito pessoal, de natureza pelo proprietário e pela FEMA [nome_do_responsavel],
obrigacional, que poderá apenas se resolver em foi especializada a Reserva Legal, nos termos do § 2º do
perdas e danos. art. 16 do Código Florestal (Lei 4.771/65), que incide
sobre parte(s) do imóvel matriculado, com 00ha,
• Num futuro próximo, muitas ações poderão ser correspondente a 20% da área total:
propostas visando anular “servidões florestais” [DESCRIÇÃO_DA_ÁREA]. (Protocolo nº 000.000 de
criadas através de instrumentos particulares (ainda 00/00/000). AVERBADO POR: _________________
(Marcelo Augusto Santana de Melo) Oficial.
que registrados) ou de formulários administrativos.
181 182

Reserva legal e o Registro de Imóveis


Reserva legal e o Registro de Imóveis

• b) Compensação de Reserva Legal – Imóvel beneficiado pela • SERVIDÃO FLORESTAL


compensação. • Por requerimento [ou Termo de Preservação] datada de
• Av-00 em 00/00/0000 00/00/0000, com a anuência do Departamento Estadual de
• COMPENSAÇÃO DE RESERVA LEGAL Proteção de Recursos Naturais – DEPRN, o proprietário
• É feita a presente para constar que a reserva florestal do renúncia o direito de exploração ou exploração da vegetação
imóvel matriculado é composta através de compensação de nativa excedente no imóvel matriculado de forma vitalícia [se
excedente florestal do imóvel da matrícula n. 00.000 do temporário constar o período], nos termos do artigo 44-A do
Registro de Imóveis da comarca de Araçatuba, Estado de São Código Florestal (Lei 4.771/65), com a redação dada pela
Paulo, conforme Termo de Responsabilidade de Preservação Medida Provisória n. 2.166-67, de 24/08/2001, sobre parte(s)
da Reserva Legal datado de 00/00/0000, assinado pelo do imóvel matriculado, com 00ha, assim descrita(s):
proprietário e aprovado pelo Departamento Estadual de [DESCRIÇÃO_DA_ÁREA]. (Protocolo nº 000.000 de
Proteção de Recursos Naturais – DEPRN, nos termos do artigo 00/00/000). AVERBADO POR: _________________ (Marcelo
44, em 00/00/0000 Augusto Santana de Melo) Oficial.

183 184

Reserva legal e o Registro de Imóveis Reserva legal e o Registro de Imóveis


• c) Compensação de reserva legal – Imóvel objeto da compensação - Av-00 em
00/00/0000
• COMPENSAÇÃO DE RESERVA LEGAL
• e) Cota de Reserva Florestal – Emissão
• De acordo com os documentos e planta apresentados e microfilmados,
• Av-00 em 00/00/0000 especialmente o Termo de Preservação de Reserva Legal datado de
[data_do_termo], assinado pelo proprietário e pela Secretaria do Meio
• EMISSÃO DE COTA DE RESERVA FLORESTAL Ambiente - DEPRN - representada pela Supervisora [nome_do_responsavel], foi
especializada a Reserva Legal, nos termos do § 2º do art. 16 do Código Florestal
• Foi inciso III, do Código Florestal, com a redação (Lei 4.771/65), que incide sobre parte(s) do imóvel matriculado, com 00ha,
correspondente a 20% [observar se a compensação foi total] da área total:
dada pela Medida Provisória n. 2.166-67, de [DESCRIÇÃO_DA_ÁREA]. A reserva florestal objeto da presente é decorrente de
compensação da reserva devida pelo imóvel da matrícula n. 00.000 da
24/08/2001 (Protocolo nº 000.000 de 00/00/000). matrícula n. 00.000 do Registro de Imóveis da comarca de Lins, Estado de São
Paulo, anos termos do artigo 44, inciso III, do Código Florestal, com a redação
__________ Wagner Luiz Gonzaga Motta, dada pela Medida Provisória n. 2.166-67, de 24/08/2001 (Protocolo nº 000.000
Registrador Imobiliário. de 00/00/000). _____________ Marcelo Augusto Santana de Melo, Registrador
Imobiliário.

185 186

31
Reserva legal e o Registro de Imóveis Cotas de Reserva Legal

• d) Servidão florestal. • Art. 44-B. Fica instituída a Cota de Reserva


• Av-00 emitido Cota de Reserva Florestal – CRF para a servidão Florestal - CRF, título representativo de
florestal averbada sob n. 000 da presente matrícula [também
pode ser para reserva legal excedente ao legal e voluntária vegetação nativa sob regime de servidão
ou Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN], nos florestal, de Reserva Particular do Patrimônio
termos do artigo 44-B do Código Florestal (Lei 4.771/65), com
a redação dada pela Medida Provisória n. 2.166-67, de Natural ou reserva legal instituída
24/08/2001, nos termos do certificado de CRF datado de voluntariamente sobre a vegetação que exceder
00/00/000, emitido pelo [órgão responsável no regulamento]
(Protocolo nº 000.000 de 00/00/000). AVERBADO POR: os percentuais estabelecidos no art. 16 deste
_________________ (Marcelo Augusto Santana de Melo) Código.
Oficial.

187 188

Cotas de Reserva Legal Cotas de Reserva Legal

• Parágrafo único. A regulamentação deste Código • Parágrafo único. A regulamentação deste Código
disporá sobre as características, natureza e disporá sobre as características, natureza e
prazo de validade do título de que trata este prazo de validade do título de que trata este
artigo, assim como os mecanismos que artigo, assim como os mecanismos que
assegurem ao seu adquirente a existência e a assegurem ao seu adquirente a existência e a
conservação da vegetação objeto do título. conservação da vegetação objeto do título.

189 190

Cotas de Reserva Legal


• Art. 2º Fica instituída a Cota de Reserva Florestal -
CRF,
PROJETO DE LEI Nº, DE 2005 • título nominativo representativo de área com
vegetação nativa:
Do Deputado Luciano Castro • I – sob regime de servidão florestal;
Dispõe sobre a Cota de Reserva • II – correspondente a reserva legal instituída
voluntariamente sobre a vegetação que exceder os
Florestal – CRF. percentuais exigidos pelaLei nº 4.771, de 15 de
setembro de 1965, que instituiu o Código Florestal;
• III – protegida na forma de Reserva Particular do
Patrimônio Natural.

191 192

32
Cotas de Reserva Legal Cotas de Reserva Legal
• Art. 3º A CRF será emitida pelo órgão federal • Art. 4º O proprietário rural interessado na emissão de
• CRF deve apresentar ao órgão federal executor do Sisnama,
executor doSistema Nacional do Meio ambiente – por intermédio do
Sisnama, em favor de proprietário rural que • órgão estadual competente do Sisnama, proposta
mantenha área nas condições previstas no art. 2º. acompanhada de:
• I – certidão atualizada da matrícula do imóvel expedida
• pelo serviço de registro de imóveis competente;
• Parágrafo único. O órgão federal executor do • II – cédula de identidade do proprietário, quando se tratar
Sisnama manterá, em conjunto com os órgãos • de pessoa física;
estaduais competentes do Sisnama, sistema de • III – ato de designação de responsável, quando se tratar
registro de emissão, cancelamento e transferência • de pessoa jurídica;
de CRF.
193 194

Cotas de Reserva Legal Cotas de Reserva Legal


• IV – certidão negativa de débitos do imóvel rural • I – o número da CRF no sistema registro previsto no
emitida • parágrafo único do art. 3º;
• pelo órgão federal competente; • II – o nome do proprietário rural da área vinculada ao
• V – memorial descritivo do imóvel, devidamente • título;
georreferenciado na forma da legislação que regula • III – a localização exata da área vinculada ao título;
os registros públicos, com a indicação da área a ser • IV – o bioma correspondente à área vinculada ao título;
vinculada ao título. • V – a dimensão da área vinculada ao título;
• § 1º Aprovada a proposta, o órgão federal executor • VI – a classificação da área em uma das três condições
previstas no art. 2º;
do
• VII – outros itens previstos em regulamento.
• Sisnama emitirá a CRF correspondente,
identificando: 195 196

Cotas de Reserva Legal Cotas de Reserva Legal


• § 2º O vínculo de área a CRF deve ser averbado na • § 2º Admite-se a transferência de CRF para:
matrícula do respectivo imóvel rural. • I – compensação da reserva legal prevista na Lei nº
• Art. 5º A CRF pode ser transferida, onerosa ou • 4.771, de 1965;
• gratuitamente, a pessoa física ou a pessoa jurídica • II – proteção de áreas de interesse ambiental, a critério
de direito público ou privado, mediante termo • dos órgãos referidos no parágrafo único do art. 3º.
assinado pelo titular da CRF e pelo adquirente. • § 3º A CRF só pode ser utilizada para compensar reserva
• § 1º A transferência de CRF só produz efeitos uma • legal de imóvel rural situado no mesmo Estado e no mesmo
vez registrado o termo previsto no caput no sistema bioma da área à
de que trata o parágrafo único do art. 3º.
• qual o título está vinculado.

197 198

33
Cotas de Reserva Legal Cotas de Reserva Legal
• § 4º A utilização de CRF para compensação da reserva legal
deve ser averbada na matrícula do imóvel no qual se situa a • Art. 7º A responsabilidade pela
área vinculada ao título e do imóvel que requer a
compensação. fiscalização da manutenção das
• Art. 6º Cabe ao proprietário do imóvel rural em que se
condições de preservação da
situa a área vinculada à CRF a responsabilidade plena pela vegetação nativa da área que deu
manutenção das condições de reservação da vegetação
nativa da área que deu origem ao título. origem ao título é do órgão estadual
• Parágrafo único. A transmissão inter vivos ou causa mortis competente do Sisnama e,
do imóvel não elimina nem altera o vínculo de área contida
no imóvel à CRF. supletivamente, do órgão federal
executor do Sisnama.
199 200

Cotas de Reserva Legal Cotas de Reserva Legal


Art. 8º A CRF pode ser cancelada somente nos seguintes Art. 9º A Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, passa a
casos: vigorar acrescida do seguinte art. 39-A:
“Art. 39-A. Degradar área de reserva legal ou utilizá-la em
I – por solicitação do proprietário rural, em caso de desacordo com as normas de proteção:
desistência de manter áreas nas condições previstas nos
incisos I e II do art. 2º;
Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as
II – automaticamente, por término do prazo da servidão penas cumulativamente.
florestal;
§ 1º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade
III – por decisão do órgão federal executor do Sisnama, no
caso de degradação da vegetação nativa da área vinculada à § 2º Incorre nas mesmas penas quem degradar área
CRF cujos custos e prazo de recuperação ambiental vinculada a Cota de Reserva Florestal ou utilizá-la em
inviabilizem a continuidade do vínculo entre a área e o título. desacordo com as normas de proteção.”
201 202

Reserva legal: fiscalização sem


Utilidades da Servidão Florestal
flexibilidade
• Reserva Legal
Propriedade no 1 Propriedade no 2
• Proteção Florestal
Área cultivável de
• Emissão de créditos de carbono boa qualidade:
Área de pastagem
de baixa qualidade:
R$100/ha/ano R$20/ha/ano

20%
Floresta Primária
Floresta Degradada

203

34
Reserva legal: fiscalização sem
flexibilidade Reserva legal: com flexibilidade
Reflorestamento obrigatório:
Caro Desmatamento legal: Custos de conformidade Aumento da renda
Produção reduzida, menos empregos Ganho econômico pequeno com a lei reduzidos Proteção florestal
Ganho ambiental pequeno Grande prejuízo ambiental
Área de pastagem Área cultivável de Área de pastagem
Área cultivável de $
de baixa qualidade: boa qualidade: de baixa qualidade:
boa qualidade:
R$20/ha/ano R$100/ha/ano R$20/ha/ano
R$100/ha/ano

desmatamento Reserva legal


20% 20%
reflorestamento Floresta Primária
Floresta Degradada
TDRs Floresta Primária
Floresta Degradada

Proteção permanente

Utilidades da Servidão Florestal


Utilidades da Servidão Florestal
• Aumento da quantidade de terras protegidas
mediante iniciativa privada para conservar a • Oferta de uma ampla margem de ferramentas
terra; flexíveis para assegurar a conservação de
valores ecológicos em terras que são utilizadas
• Aumento do orçamento do Estado mediante o principalmente com fins comerciais;
envolvimento da iniciativa privada para proteger
áreas significativas;
• Asseguramento dos benefícios ecológicos,
• Maior flexibilidade para conservar habitats legalmente implementáveis, para projetos
importantes, que no entanto, são muito sustentáveis, como o aproveitamento de
pequenos para que o Estado os maneje madeira e a absorção de carbono.
efetivamente;
207 208

RPPNs • A matéria foi regulamentada pelo Decreto N° 1.922/90, que admite


• A instituição da RPPN representa uma providência do o reconhecimento pelo Poder Público de área de domínio privada,
Poder Público objetivando regulamentar áreas protegida por iniciativa de seu proprietário, caso tal área atenda aos
particulares protegidas, criando a favor das mesmas e de seguintes requisitos:
seus proprietários benefícios fiscais, como isenção do ITR
– Imposto Territorial Rural, além de prioridade na • a – ser considerada de relevante importância pela sua
concessão de crédito agrícola. biodiversidade;

• O proprietário interessado em ter reconhecido seu • b – pelo seu aspecto paisagístico; ou


imóvel, integral ou parcialmente, como RPPN deverá
requerer junto à superintendência do IBAMA no Estado • c – por suas características ambientais que justifiquem ações de
onde estiver localizado seu imóvel, ou junto ao órgão recuperação.
estadual do meio ambiente. A RPPN também poderá ser
reconhecida pelo Poder Público Estadual ou Municipal, • A grande finalidade de uma RPPN é de preservar os recursos
mediante uma certificação do IBAMA de que a área naturais de uma determinada região. A motivação para sua
protegida atende às exigências legais. instituição pode variar desde uma visão altruísta e comunitária do
proprietário da área, até mesmo o interesse em valorização da área
remanescente em decorrência da repercussão provocada pela área
protegida, benefícios fiscais e outros interesses econômicos.
209 210

35
ÁREAS DE RESERVA LEGAL ÁREAS DE RESERVA LEGAL
Legislações Estaduais Legislações Estaduais

• Mato Grosso do Sul – Decreto Estadual nº • Pernambuco – INSTRUÇÃO NORMATIVA do


12.528 de 27 de março de 2008. CPRH nº 007, de 29 de dezembro de 2006;
• Minas Gerais – Decreto n. 43.710, de 08 de • Maranhão – Lei nº 8.528 de 7 de Dezembro de
janeiro de 2004; 2006.
• Paraná – Decreto n. 3.320, de 12 de julho de • Mato Grosso – Lei Estadual nº 7.868 de 20 de
2004 e Portaria IAP n. 233, de 26 de dezembro de 2002
novembro de 2004;
• Rondônia – Lei Estadual nº 2027 de 19 de
• São Paulo – Decreto Estadual n. 50.889, de Janeiro de 2009.
16 de junho de 2006;

Averbação da reserva legal


• A área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição
de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo
vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a
qualquer título, de desmembramento ou de retificação da área,
com as exceções previstas neste Código.
• A averbação da reserva legal da pequena propriedade ou posse
rural familiar é gratuita, devendo o Poder Público prestar apoio
técnico e jurídico, quando necessário.
• Na posse, a reserva legal é assegurada por Termo de
Reserva Legal Ajustamento de Conduta, firmado pelo possuidor com o órgão
ambiental estadual ou federal competente, com força de título
executivo e contendo, no mínimo, a localização da reserva legal, as
e suas características ecológicas básicas e a proibição de supressão
de sua vegetação, aplicando-se, no que couber, as mesmas
Servidão Florestal disposições previstas neste Código para a propriedade rural.
214

•Na posse, a reserva


legal é assegurada por TAC deve conter no
mínimo, a localização
Averbação reserva Termo de Ajustamento
de Conduta-TAC firmado da reserva legal, as suas
legal pelo possuidor com o características
órgão ambiental ecológicas básicas e a
proibição de supressão
competente com força
Vedação de Alteração de sua de sua vegetação,
A averbação da reserva legal da pequena de título executivo e aplicando-se, no que
Destinação por transmissão a
qualquer título desmembramento
propriedade ou posse rural familiar contendo, no mínimo, couber, as mesmas
é gratuita, devendo o Poder Público prestar
ou retificação de área
a localização da disposições previstas no
apoio técnico e jurídico, quando necessário
reserva legal Código Florestal para a
propriedade rural.

215 216

36
Averbação da reserva legal Decisão recente do STJ
• Código de Normas da Corregedoria Geral da Justiça • AVERBAÇÃO. ÁREA FLORESTAL. IMÓVEL RURAL.

•16.6.13 – Não serão registrados, nem averbados, as • A questão resume-se em estabelecer se é necessária a averbação de
escrituras públicas ou quaisquer documentos que área florestal em imóvel rural como pressuposto do pedido
digam respeito à subdivisão, desmembramento, formulado pelo proprietário de retificação da respectiva área na
unificação e fusão de propriedade rural, sem a matrícula do bem. Inicialmente, a Min. Relatora destacou que a
apresentação do termo de compromisso expedido matéria já foi analisada por este Superior Tribunal por ocasião do
julgamento do RMS 18.301-MG, DJ de 3/10/2005, em que ficou
pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), que será
decidido ser correta a interpretação do Código Florestal no sentido de
averbado na matrícula do imóvel, bem como o considerar a averbação da reserva legal como condição da transcrição
cumprimento dos dispositivos da Lei nº 10.267/2001, de títulos aquisitivos de propriedade. A norma do art. 1º da Lei n.
regulamentada pelo Dec. n º 4.449, de 30 de outubro 4.771/1965 foi plenamente recepcionada pela CF/1988.
de 2002.
217

Decisão recente do STJ Decreto 7.029/09


• Sempre que uma lei comporta mais de uma interpretação, é • Art. 6o O ato de adesão ao “Programa Mais Ambiente”
necessário interpretá-la do modo mais coerente com o sistema no dar-se-á pela assinatura do Termo de Adesão e
qual está inserida. A defesa do meio ambiente naturalmente implica Compromisso, elaborado pelo órgão ambiental ou
restrição ao direito de propriedade. E a melhor forma de tornar instituição habilitada.
efetiva essa obrigação é vincular qualquer modificação na matrícula
do imóvel à averbação da reserva florestal. Interpretar a norma do
art. 16 da Lei n. 4.771/1965 de outra maneira implicaria retirar do art. • § 1o A partir da data de adesão ao “Programa Mais
212 da CF/1988 e de seus incisos parte de seu potencial de proteção Ambiente”, o proprietário ou possuidor não será autuado
ambiental. Diante disso, a Turma conheceu do recurso e deu com base nos arts. 43, 48, 51 e 55 do Decreto no 6.514, de
provimento a ele, determinando que seja constituída área de reserva 2008, desde que a infração tenha sido cometida até o dia
florestal no imóvel controvertido como condição à retificação de área
anterior à data de publicação deste Decreto e que cumpra
pleiteada, nos termos do art. 16, § 8º, do Código Florestal. (REsp
831.212-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 1º/9/2009.) as obrigações previstas no Termo de Adesão e
Compromisso.
220

Decreto 7.029/09 Decreto 7.029/09


• Art. 55. Deixar de averbar a reserva legal:
• § 5o O proprietário ou possuidor terá prazo de cento e
• Penalidade de advertência e multa diária de R$ 50,00 vinte dias para averbar a localização, compensação ou
(cinqüenta reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais) por
hectare ou fração da área de reserva legal. desoneração da reserva legal, contados da emissão dos
documentos por parte do órgão ambiental competente ou
• § 1º O autuado será advertido para que, no prazo de instituição habilitada.
cento e oitenta dias, apresente termo de compromisso de
regularização da reserva legal na forma das alternativas
previstas na Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965. • § 6o No prazo a que se refere o § 5o, as sanções previstas
neste artigo não serão aplicadas.

221 222

37
Decreto 7.029/09

• Art. 152. O disposto no art. 55 entrará em vigor


em 11 de julho de 2011.

223

Biomas
Um dos países de natureza mais rica e maior
biodiversidade do mundo, o Brasil possui as
maiores reservas de água doce e um terço das
florestas tropicais que ainda restam. Estima-se
que aqui está 1 em cada 10 espécies de plantas
ou animais existentes.

Infelizmente, esses recursos naturais têm sido


explorados de forma irracional, sem um modelo
de crescimento que proteja e utilize o patrimônio
natural brasileiro de forma equilibrada.

Biomas – Sudeste Brasileiro


A Floresta Atlântica, com cerca de 1,5
milhão de km², estende-se
praticamente por todo o litoral
brasileiro, atingindo 13 estados.
Corresponde a um dos ecossistemas
mais ameaçados no mundo. Ocorre nas
encostas do Planalto Atlântico e nas
baixadas litorâneas contíguas. Muito
PROJETO DE LEI Nº 1.876/1999
rica em espécies, abrigando uma fauna
diversificada, recobria de modo quase
contínuo uma faixa paralela ao litoral,
desde Santa Catarina até o Rio Grande Promove alterações no
do Norte.
A Floresta Atlântica desenvolve-se pelo litoral das regiões do
Código Florestal
Nordeste, Sudeste e Sul do País, avançando para o interior em
extensões variadas. Sua diversidade resulta das condições
climáticas, de altitude e de latitude, que se apresentam ao
longo de uma faixa florestal originalmente contínua.

38
Principais alterações do Código Florestal Principais alterações do Código Florestal
• MORATÓRIA Não será permitido o desmatamento de • PROGRAMAS DE REGULARIZAÇÃO
florestas nativas, pelo período de cinco anos, ficando AMBIENTAL – PRA´s
assegurada a manutenção das atividades agropecuárias • União, Estados e Municípios deverão elaborar,
existentes em áreas desmatadas até 22.07.2008. A no prazo de cinco anos, os seus Programas de
moratória é exclusiva sobre as florestas nativas, não se
Regularização Ambiental (PRA´s). Trata-se de
aplicando sobre as demais formas de vegetação
(cerrado, pampa, caatinga). Excetuam-se da moratória
um mecanismo que permitirá, por meio de
os imóveis com autorização de desmatamento já estudos técnicos, a indicação das condições
emitida e das áreas em licenciamento, cujo protocolo para a consolidação de áreas, bem como as
seja anterior à data da publicação da lei. que deverão ser recuperadas.

Principais alterações do Código Florestal Principais alterações do Código Florestal


• ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE • RESERVA LEGAL
• Criou-se mais uma faixa para cursos d’água de menos de
cinco metros de largura, cuja faixa mínima de proteção
• Foram mantidos os percentuais de Reserva
deverá ser de 15 metros. Atualmente, são 30 metros. Legal da atual legislação: 80%, 35% e 20%.
• Ficam dispensados da faixa de proteção, que hoje varia de • Poderá ser feito o cômputo da APP na Reserva
30 a 100 metros, as acumulações de água - açudes, lagoas
e represas - com área inferior a um hectare.
Legal, desde que não ocorram novos
• Será permitido o acesso de pessoas e animais para a
desmatamentos, que a APP esteja conservada
obtenção de água sem o excesso de restrições da norma ou em regeneração e o proprietário tenha
atual. feito o cadastro ambiental.

Principais alterações do Código Florestal Principais alterações do Código Florestal


• RESERVA LEGAL • RESERVA LEGAL
• Será permitido, na Amazônia Legal, o uso da servidão • As propriedades com áreas de até quatro módulos
ambiental, isto é, quando o proprietário destina área
de vegetação do seu imóvel além do exigido para a fiscais, a chamada pequena propriedade, ficam
Reserva Legal a um imóvel rural de terceiros. Nas desobrigadas da recomposição florestal ou
áreas de floresta, será considerada servidão ambiental compensação ambiental.
percentual de vegetação que exceder a 50%; e, nas • As propriedades com área acima de quatro
áreas de cerrado, a 20%. Hoje, a servidão somente
pode ser instituída nas áreas que excedem a de
módulos fiscais também terão direito à isenção até
reserva legal, ou seja, além dos 80% e 35% da esse limite, mas ficam obrigadas a regularizar a
propriedade, respectivamente. Reserva Legal sobre a área excedente.

39
Principais alterações do Código Florestal Principais alterações do Código Florestal
• COMPENSAÇÃO DE RESERVA LEGAL
• RESERVA LEGAL • Será possível a utilização dos seguintes mecanismos:
• Recomposição. Na Propriedade: Prazo • Arrendamento, por servidão ambiental, fora da bacia hidrográfica e
do Estado – onde localizar-se a propriedade – desde que no mesmo
inferior a 20 anos (1/10 a cada dois anos), Bioma;
podendo ser utilizadas espécies exóticas • Aquisição de Cota de Reserva Ambiental (CRA) - título que
representa vegetação nativa sob regime de servidão ambiental, de
intercaladas com nativas, em até 50%. Reserva Particular do Patrimônio Natural ou Reserva Legal instituída
voluntariamente sobre a vegetação que exceder os percentuais
estabelecidos na lei;
• Doação ao Poder Público, de área localizada no interior de Unidade
de Conservação, pendente de regularização fundiária ou
contribuição para Fundo Público, que tenha essa finalidade.

Legislação Federal
 Decreto n. 24.643/34 – Código das água

RECURSOS HÍDRICOS 

Decreto n. 35.851/54
Lei n. 9.433/1997 – Política Nacional de Recursos
Hídricos
 Lei n. 9.984/00 – Criação da Agência Nacional de Águas
 Decreto n. 2.612/98 – Regulamenta o Conselho Nacional
de Recursos Hídricos
 Resolução CONAMA 274/2000 – Condições de
Balneabilidade
 Resolução CONAMA 357/2005 – Padrões de Qualidade
das Águas

Perspectivas Mundiais
•Banco
A World Comission on Water, suportada pela ONU e
Mundial, estima que o crescimento da população nos
próximos 25 anos requererá 17% de aumento da
disponibilidade de água para irrigação e 70% para
abastecimento urbano, o que associado aos demais usos,
deverá representar um acréscimo de 40% na demanda total.

•duplicação
A comissão avalia, ainda, que será necessária a
• 75% da superfície da terra é coberta por água. dos investimentos em água e saneamento,
•servindo
97% da água existente na terra é de mares, salgada, não passando dos cerca de US$70-80 bilhões anuais para
nem mesmo para uso industrial. US$180 bilhões, a fim de atender a demanda crescente e
•reservas
2% se encontram nas calotas polares, são consideradas as
mais puras do planeta, mas sua exploração é inviável.
reduzir o número de pessoas sem água limpa (1 bilhão) e
•água
Lençóis Subterrâneos, rios e lagos representam somente 1% da
sem saneamento (3 bilhões) em todo o mundo – para cerca
existente no planeta, e constituem a única parcela explorável. de 330 milhões até 2025.

40
Política Nacional dos Recursos Política Nacional dos Recursos
Hídricos Hídricos
• Adoção da bacia hidrográfica como unidade de planejamento. A
adoção dos limites da bacia como determinadores do perímetro da • Reconhecimento da água como um bem finito e vulnerável (inciso
área a ser planejada, permitirá uma identificação entre as II). Toda a água existente no Planeta é a mesma desde a formação da
disponibilidades e as demandas essenciais, o que tornará possível Terra, não se renovando. Dessa forma a Lei, em seu artigo 1 inciso II,
efetivar o balanço hídrico, que vem a ser um valoroso instrumento consagra o princípio da vulnerabilidade da água e destaca o seu
para gestão e uso racional, uma vez adquirido o conhecimento das caráter finito. Só esta declaração de princípio é o suficiente para
necessidades e disponibilidades futuras.
justificar todo um tratamento legal sério e enérgico na preservação a
• Princípio dos usos múltiplos. Este princípio significa a igualdade de racionalização dos usos da água.
todos os setores usuários no acesso ao uso dos recursos hídricos.
Tradicionalmente, predominou o setor elétrico sobre os demais, no • Reconhecimento do valor econômico da água. Tal fator, induz o uso
que se refere ao uso dos recursos hídricos. A partir da Lei nº racional desse recurso natural, uma vez que serve de base à
9.433/77, estabelece-se que todos os tipos de uso devem ser institucionalização da cobrança por sua utilização. A partir da
igualmente considerados. (Artigo 1º, inciso IV). cobrança pelo uso da água, esta deixa de ser res nullius para ser res
omnium. E é exatamente a partir do conceito de coisa de todos que
importa buscar a otimização social do uso da água. A cobrança
importa na aplicação da regra do usuário-pagador, compensando os
demais usuários por seu nível de consumo, revertendo em benefício
de todos os valores arrecadados.

Objetivos da Política Nacional dos


Política Nacional dos Recursos Hídricos
• Princípio da gestão descentralizada e participativa. Indicador
Recursos Hídricos
de que a esfera de decisão deverá estar, sempre que possível,
nos níveis hierárquicos mais baixos de governo, entendendo-se • assegurar à atual e à futura geração a disponibilidade de água
que, quem mais de perto sente o problema, deve buscar a sua em padrões e quantidades adequadas para os respectivos
solução; para níveis hierárquicos mais altos restará, apenas, a usos;
solução de problemas de maior monta. Assim, a solução
progredirá do município para o Estado e deste, em casos • a utilização racional e integrada dos recursos hídricos de
extremos, para a União. Quanto à gestão participativa, trata-se maneira que se possa otimizar a utilização;
de um processo que permite aos usuários, à sociedade civil, às
ONGs e a outros organismos, influenciarem no processo da
tomada de decisão, seguindo a tendência do Estado moderno • a prevenção, que é a defesa contra eventos hidrológicos
de compartilhar a gestão com a sociedade. Novos espaços de críticos, de origem natural ou decorrentes do uso inadequado
participação foram criados pela Lei, por meio do Conselho dos recursos naturais.
Nacional de Recursos Hídricos, Comitês de Bacias Hidrográficas,
Agências da Água e organizações civis de recursos hídricos.

Princípios da Política Nacional dos Recursos


Hídricos Diretrizes Gerais da Política Nacional
• a água é um bem de domínio público; de Recursos Hídricos
• a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
• em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o • gestão sistemática dos recursos hídricos;
consumo humano e a dessedentação de animais;
• a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso • adequação às diversidades físicas, bióticas, demográficas,
múltiplo das águas; econômicas, sociais e culturais do País;
• a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da
Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema
• integração da gestão de recursos hídricos com a gestão
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos; ambiental;
• a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com • articulação do planejamento, em sentido amplo (vale
a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.
dizer: planejar os recursos hídricos com a participação dos
setores usuários e em nível regional, estadual e nacional).

41
Instrumentos da Política Nacional de Composição do Sistema Nacional de
Recursos Hídricos Gerenciamento dos Recursos Hídricos
• os Planos de Recursos Hídricos; • Conselho Nacional;
• o enquadramento dos corpos de água em classes, • Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos;
segundo os usos preponderantes da água;
• Comitês de Bacia Hidrográfica;
• a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos;
• Órgãos dos poderes públicos (federais, estaduais e
• a cobrança pelo uso de recursos hídricos;
municipais), que tenham por responsabilidade em seus
• a compensação a municípios; respectivos territórios sobre a gestão dos recursos
• o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos. hídricos;
• Agências de Água.

Organizações Civis de Recursos Hídricos – Dec.


2316 de 17-07-2000

• São considerados habilitáveis para participar da gestão dos recursos


hídricos, as seguintes instituições:
• Os consórcios e as associações intermunicipais de bacias
hidrográficas;
• As associações regionais, locais, ou setoriais de usuários de
recursos hídricos e as organizações afins reconhecidas pelo
Conselho Estadual de Recursos Hídricos;
• O órgão executivo gestor e coordenador central do Sistema
Estadual de Recursos Hídricos é a Secretaria de Estado do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos, incumbindo a execução da Política
Estadual de Recursos Hídricos à Superintendência de Recursos
Hídricos e Saneamento Ambiental – SUDERHSA nos termos do
Decreto 2317 de 17-07-2000.

BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS

42
INSTRUMENTOS
DE GESTÃO
DA ÁGUA

INSTRUMENTOS DE GESTÃO: OUTORGA E INSTRUMENTOS DE GESTÃO: OUTORGA E


LICENÇA LICENÇA
• Por que é preciso autorização para usar água?
A água é um recurso natural escasso e é um bem de domínio
• OUTORGA DE USO – é instrumento através do qual o público, de valor econômico, essencial a vida. Para que todos
Poder Público autoriza o usuário a utilizar as águas de tenham acesso e usem de forma sustentável, cabe ao Poder Público
seu domínio, por tempo determinado e com condições a sua regulação.
preestabelecidas.
• Quem concede a outorga?
No caso das águas de domínio da União, a ANA - Agência Nacional
• Objetivo: assegurar o controle quantitativo e de Águas é quem concede e para as águas de domínio dos Estados
qualitativo dos usos das águas superficiais e e do Distrito Federal compete aos órgãos gestores dos Sistemas
subterrâneas e o efetivo exercício do direito de acesso Estaduais a emissão da outorga, com base nas diretrizes
à água. estabelecidas em legislações específicas de cada Estado, muitas
vezes com participação dos conselhos estaduais e dos comitês de
bacias.

INSTRUMENTOS DE GESTÃO: OUTORGA E INSTRUMENTOS DE GESTÃO: OUTORGA E


LICENÇA LICENÇA
• Águas de domínio da União, dos Estados ou Distrito Federal • Águas de domínio dos Estados ou Distrito Federal
A Constituição de 1988 estabeleceu que as águas são de domínio da União ou As águas de domínio dos Estados e do Distrito Federal são todas as de rios
dos Estados e do Distrito Federal. e de bacias que se encontram dentro dos limites dos Estados, incluindo as
águas de origem subterrânea. Por exemplo:
• Águas da União - Rio Tietê (São Paulo);
• São aquelas que se encontram em terras do seu domínio, que banham mais - Lagoa dos Patos (Rio Grande do Sul);
de um Estado, sirvam de limite com outros países ou unidades da Federação, - Rio das Velhas (Minas Gerais);
se estendam a território estrangeiro, ou dele provenham. Por exemplo: Rio
- Rio Jaguaribe (Ceará);
Paraná (Brasil, Paraguai e Argentina); Rio São Francisco (Minas Gerais, Bahia,
- Rio Paraguaçu (Bahia), etc.
Pernambuco, Alagoas e Sergipe); Rio Paraíba do Sul (São Paulo, Minas Gerais
e Rio de Janeiro); Lagoa Mirim (Brasil e Uruguai), entre outros.

• As águas que se encontram em reservatórios construídos pela União, como • NO PARANÁ – qualquer usuário de água, inclusive a Sanepar, submete à
por exemplo: reservatórios da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Suderhsa uma consulta prévia de um determinado manancial. Por exemplo,
Francisco - CODEVASF, do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - é pedida uma anuência prévia para a possibilidade de se utilizar
DNOCS, do extinto Departamento Nacional de Obras e Saneamento - DNOS, determinado aqüífero, numa determinada vazão. Quando o usuário pede a
da Companhia Hidrelétrica do São Francisco - CHESF, entre outros. outorga, ele já tem que dizer quanto precisa. Então a Suderhsa analisa, em
função dos usos que já existem na bacia, se é possível liberar ou não.

43
INSTRUMENTOS DE GESTÃO INSTRUMENTOS DE GESTÃO
• Quais as atividades que necessitam de outorga?
Todo o uso que interfira de alguma forma nos recursos hídricos de • O último instrumento é a cobrança, que ainda não está instituída no
determinada área, região ou aqüífero deve ser outorgado. Existem os Paraná, mas está em vias de acontecer. Cada usuário que utiliza os
recursos hídricos, superficial ou subterrâneo, vai pagar por este
casos de usos insignificantes. Por exemplo, se você tirar 500 litros por
recurso, porque é um bem do estado e é prevista por lei sua cobrança.
hora no seu poço, existe o entendimento que não é uma coisa que
Então o que acontece? Quando o Estado receber este recurso - que não
interfira nos recursos hídricos subterrâneos de maneira geral na
é um imposto, é um preço público - de uma determinada bacia, ele
região. Os poços cacimba que tem vazão de água muito pequena será revertido para ações que se traduzam em melhorias dos recursos
também são considerados de uso insignificante. Para captação dos hídricos da própria bacia. O objetivo da lei é este: captar recursos para
recursos superficiais o valor estabelecido é meio litro por segundo. que se possam fazer melhorias dentro das próprias bacias. Estes
Passam a ser significantes a partir de meio litro por segundo ou 1.800 recursos seriam gerenciados pelo Estado, mas tudo isso é decidido
litros por hora. Mas o princípio do pedido de outorga não é só para dentro de um Comitê de Bacia, formado pela sociedade civil, pelos
captações. Existe por exemplo, outorga para o desvio de um rio e próprios usuários mais o estado, e que vão tomar a decisão de como
para lançamento de efluentes. utilizar estes recursos dentro da bacia. Uma parte deste recurso da
cobrança será utilizada para fortalecimento do sistema de gestão de
• Outra importante ferramenta da gestão dos recursos hídricos é o recursos hídricos. Em torno de 7,5% do que for arrecadado nesta futura
Sistema de Informações, que nada mais é do que as outorgas que cobrança, será revertido para o Sistema de Gestão Estadual.
estão cadastradas.

INSTRUMENTOS DE GESTÃO: COBRANÇA PELO


INSTRUMENTOS DE GESTÃO USO DA ÁGUA
• PORTANTO, DEPENDEM DE OUTORGA: • Os grandes consumidores de água do Paraná –
indústrias, companhias de saneamento e energia elétrica
• - derivações ou captações (abastecimento – começam a pagar pelo uso do bem natural.
público, abastecimento industrial, irrigação,
piscicultura, dessedentação de animais e lazer); • A Lei de Recursos Hídricos (9.433/97), que aguarda
regulamentação na maior parte do País, prevê que todo o
• - lançamento de efluentes; volume de água captado e os resíduos lançados nos rios
serão tarifados.
• - aproveitamentos hidrelétricos;
• O dinheiro arrecadado vai para um fundo administrado
• - intervenções e obras; pelos comitês de bacias hidrográficas e será aplicado
exclusivamente em programas de recuperação do meio
• - extração de água subterrânea. ambiente.

INSTRUMENTOS DE GESTÃO: COBRANÇA PELO INSTRUMENTOS DE GESTÃO: COBRANÇA PELO


USO DA ÁGUA USO DA ÁGUA
• A Lei de Recursos Hídricos se baseia no princípio de que a água
é um bem de domínio público, porém é um recurso natural • A Lei Estadual n.º 12.726/99 disciplina a água como um
limitado, dotado de valor econômico. Estabelece também que em recurso natural limitado, dotado de valor econômico e
situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o estabelece a cobrança pelo seu direito de uso na forma de um
consumo humano e a dessedentação de animais; e que a gestão instrumento de gestão para regular seu uso privado, promover
dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo sua utilização racional, induzir a localização espacial de
das águas. atividades produtivas no território estadual, fomentar processos
produtivos tecnologicamente menos poluidores e, ainda, servir
• A Política Nacional de Recursos Hídricos, definida pela lei como fonte de receita para o financiamento de estudos, ações,
9.433/97, visa assegurar à atual e às futuras gerações a planos, programas, projetos, obras, aquisições e serviços, com
necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade a finalidade de atender a metas previamente aprovadas pelos
adequados aos respectivos usos; a utilização racional e integrada Comitês de Bacia Hidrográfica.
dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com
vistas ao desenvolvimento sustentável; e a prevenção e a defesa •A cobrança pelo direito de uso de recursos hídricos será
contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou aplicada a todas as águas de domínio estadual e estendida,
decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais. também, às águas de domínio da União que drenam o território
paranaense, cuja gestão tenha sido delegada ao Estado.

44
INSTRUMENTOS DE GESTÃO: COBRANÇA PELO INSTRUMENTOS DE GESTÃO: COBRANÇA PELO
USO DA ÁGUA USO DA ÁGUA
• A cobrança pelo uso de recursos hídricos funda-se no princípio • O fundamento legal para a cobrança pelo uso da água no Brasil
do usuário-pagador e tem por objetivos: remonta ao Código Civil de 1916 quando estabeleceu que a utilização
dos bens públicos de uso comum pode ser gratuita ou retribuída,
 reconhecer a água como bem econômico e fornecer ao conforme as leis da União, dos Estados e dos Municípios a cuja
usuário uma indicação de seu real valor, administração pertencerem.
 incentivar a racionalização do uso da água, e
 obter recursos financeiros para o financiamento dos • No mesmo sentido, o Código de Águas, Decreto – Lei 24.642/34,
programas e intervenções contemplados nos recursos hídricos estabeleceu que o uso comum das águas pode ser gratuito ou
retribuído, de acordo com as leis e os regulamentos da circunscrição
• Foi esta lei que instituiu o Sistema Nacional de Gerenciamento
administrativa a que pertencerem.
de Recursos Hídricos, estabelecendo os parâmetros para que cada
Estado regulamentasse o assunto.
• Posteriormente, a Lei 6.938/81, que trata da Política Nacional de Meio
• Através da Lei n. 9.984, foi criada a Agência Nacional de Águas Ambiente, incluiu a possibilidade de imposição ao poluidor e ao
(ANA), com a missão de implementar o sistema criado pela Lei de predador, da obrigação de recuperar e / ou indenizar os danos
Recursos Hídricos. causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos
ambientais com fins econômicos.

INSTRUMENTOS DE GESTÃO: COBRANÇA PELO INSTRUMENTOS DE GESTÃO: COBRANÇA PELO USO


USO DA ÁGUA DA ÁGUA
• Finalmente, a Lei 9.433/97 definiu a cobrança como um dos
instrumentos de gestão dos recursos hídricos e a Lei 9.984/2000,
que instituiu a Agência Nacional de Águas – ANA, atribuiu a esta
Agência a competência para implementar, em articulação com os
Comitês de Bacia Hidrográfica, a cobrança pelo uso dos recursos "SÓ 1% DAS INDÚSTRIAS REUTILIZA
hídricos de domínio da União.
ÁGUA (...) A REUTILIZAÇÃO
• Na esfera estadual, atualmente 24 Estados e o Distrito Federal já LIBERARIA 1,65 BILHÃO DE LITROS
aprovaram suas Leis sobre Política e Sistema de Gerenciamento de
Recursos Hídricos. Todas as leis já aprovadas incluíram a cobrança POR DIA NO PAÍS".
pelo uso dos recursos hídricos como instrumento de gestão.

• O Paraná foi um dos últimos a criar sua legislação de recursos (O ESTADO DE SÃO PAULO, 5 DE JANEIRO DE 2005)
hídricos – a Lei Estadual 12.726 é de 26 de novembro de 1999.

• O Ceará adota o sistema de gerenciamento das águas desde 1996.


Com uma diferença: a urgência na regulamentação estava ligada ao
problema de escassez da água, e não ao processo de despoluição.

PROJETO-PILOTO: RIO PARAÍBA DO SUL


O PARAÍBA DO SUL DÁ O
•Ó nos dois primeiros anos de cobrança pelo uso da
EXEMPLO água, o projeto piloto da Bacia do Rio Paraíba do Sul já
arrecadou mais de R$ 12,2 milhões, dos quais cerca de
75% já retornaram à região e estão sendo aplicados em
obras de saneamento básico para despoluição das
águas.
• Ainda é cedo para registrar qualquer tipo de melhoria
ambiental, mas o programa é considerado um sucesso
pelos órgãos gestores. Este ano deverão ser
arrecadados outros R$ 7 milhões, livres de
contingenciamento federal e estritamente reservados
para a recuperação da bacia.
• A cobrança aplica-se a todos os rios federais - ou seja,
que cortam mais de um Estado - dentro da bacia, que
abrange 55.500 quilômetros quadrados nos Estados de
SP, Rio e Minas.

45
PROJETO-PILOTO: RIO PARAÍBA DO SUL PROJETO-PILOTO: RIO PARAÍBA DO SUL
• Seu curso principal, o Paraíba do Sul, tem 1.150 quilômetros e • A maior parte do dinheiro arrecadado até agora está sendo
recebe enormes quantidades de esgoto doméstico e industrial direcionada para obras de saneamento básico em oito municípios.
sem tratamento.
• Em 2003 foram arrecadados R$ 5,8 milhões, já integralmente
• O projeto federal é o primeiro a instituir a cobrança pelo uso da aplicados, e em 2004, R$ 6,3 milhões, com R$ 3,3 milhões já
água, como forma de incentivar o uso racional dos recursos aplicados, segundo o Ceivap.
hídricos.
• ‘A ANA (Agência Nacional de Águas) não tira 1 centavo’,
• Os resultados da experiência serão aproveitados na formulação garante o engenheiro José Leomax dos Santos, diretor da
do Plano Nacional de Recursos Hídricos, que deverá ficar pronto Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio
ainda este ano, e que tem a cobrança pelo uso da água como um Paraíba do Sul (Agevap), braço executivo do Ceivap.
dos seus principais instrumentos de gestão.
• A intenção da cobrança, segundo ele, não é resolver todos os
• Apesar dos altos valores arrecadados, o número de usuários problemas da bacia, mas incentivar o uso responsável da água e
pagantes é surpreendentemente pequeno: 217, segundo o Comitê envolver a sociedade na gestão dos recursos hídricos.
de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul A cobrança recai principalmente sobre a indústria, agropecuária e
(Ceivap), que gerencia os recursos e aprova os projetos nos quais as empresas de saneamento estaduais e municipais, que
eles devem ser aplicados. eventualmente deverão repassar o custo para os usuários
domésticos.

PROJETO-PILOTO: RIO PARAÍBA DO SUL PROJETO-PILOTO: RIO PARAÍBA DO SUL


• Os valores são calculados por metro cúbico de água captada, • Uma das metas da ANA nos próximos dois anos é ampliar
consumida e lançada de volta nos rios. Quanto mais poluída esse cadastro, especialmente entre os usuários da agricultura
ela estiver, maior o preço, o que deve incentivar os – atividade que mais consome água no mundo.
investimentos em despoluição e reaproveitamento.
• ‘Vamos fazer uma investida nesse sentido para buscar um
• O pequeno número de pagantes deve-se a algumas isenções ou outro que ainda esteja escondido atrás do toco’, afirma
e uma certa inadimplência no processo de cadastramento. Pocciotti.
Estão isentos os pequenos usuários, que consomem menos de
1 litro por segundo. • Para o diretor da organização SOS Mata Atlântica, Mario
Mantovani, o projeto do Paraíba ‘tem obrigação de dar certo’.
• Além disso, há muitos afluente estaduais dentro da bacia
que, pelo menos por enquanto, também estão isentos de • ‘Não vejo como uma coisa boa, mas como uma obrigação’,
cobrança. disse. ‘Bom vai ser quando a sociedade incorporar esse
conceito e entender porque é que está pagando.’
• Os 217 pagantes – entre 3,8 mil usuários cadastrados – são
principalmente usuários da indústria e as empresas de (FONTE: O Estado de SP, 24/3)
saneamento.

Comitê das Bacias Hidrográficas dos rios Piracicaba, Comitê das Bacias Hidrográficas dos rios Piracicaba,
Capivari e Jundiaí – Comitê PCJ Capivari e Jundiaí – Comitê PCJ
• O Comitê das Bacias Hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí - Comitê • QUAL O IMPACTO SOBRE OS USUÁRIOS PAGADORES? Os valores que serão
PCJ - foi o segundo comitê a implementar a cobrança pelo uso da água em rios de pagos pelos usuários foram discutidos e estudados no âmbito dos Comitês PCJ, de
domínio da União. A cobrança foi estabelecida após a consolidação de um grande pacto forma a não causar impactos significativos nos custos dos usuários.
entre os poderes públicos, os setores usuários e as organizações civis representadas no
âmbito dos Comitês PCJ para a melhoria das condições relativas à quantidade e à PARA ONDE VÃO OS RECURSOS FINANCEIROS ARRECADADOS? Os recursos
qualidade das águas da Bacia. financeiros arrecadados em rios de domínio da União pela ANA são repassados
integralmente ao Consórcio Intermunicipal das Bacias Hidrográficas dos rios
QUANDO COMEÇOU E QUEM PAGA PELO USO DA ÁGUA? Piracicaba, Capivari e Jundiaí, entidade delegatária das funções de Agência de
Água, escolhida pelos Comitês PCJ e aprovada pelo CNRH para um período de dois
A cobrança pelo uso da água nas Bacias PCJ teve início em janeiro de 2006. Estão anos.
sujeitos à cobrança os usos de água localizados em rios de domínio da União das
Bacias PCJ, ou seja, nos rios Atibaia, Camanducaia, Jaguari, Piracicaba e outros.
O QUE É FEITO COM OS RECURSOS DA COBRANÇA PELO USO DA ÁGUA? Os
recursos financeiros da cobrança são aplicados na região onde foram arrecadados
Os usos considerados para a cobrança são aqueles constantes dos cadastros da ANA,
DAEE, CETESB, IGAM e FEAM, que foram confirmados ou alterados pelos usuários no com base nos programas, projetos e obras previstos no Plano de Bacias aprovado
processo de regularização de usos. Os usuários que não se cadastraram neste processo pelos Comitês PCJ. O Plano consiste em um programa de ações e investimentos
estão ilegais e sujeitos às penalidades previstas em lei. para a conservação, recuperação e preservação dos recursos hídricos. O processo
de seleção dos projetos prioritários, serviços e obras a serem beneficiados com os
Os usos de recursos hídricos em rios de domínio dos Estados de São Paulo e Minas recursos da cobrança, sob critérios técnicos aprovados pelos Comitês PCJ, é
Gerais estão sujeitos ao que estabelecem as leis estaduais: em SP a Lei nº 12.183, de conduzido pelo Consórcio PCJ, assim como o repasse dos recursos e a fiscalização
29/12/05; e em MG no Decreto nº 44.046, de 13/06/05. da execução das ações.

46
Comitê das Bacias Hidrográficas dos rios Piracicaba,
Capivari e Jundiaí – Comitê PCJ

• QUANTO É COBRADO? A cobrança aplica-se à captação, ao consumo e ao


lançamento dos recursos hídricos utilizados, de acordo com os usos
declarados e consolidados e com os mecanismos previstos nas deliberações
dos Comitês PCJ. Os preços públicos unitários aprovados pelo CEIVAP são
apresentados na tabela a seguir. POLUIÇÃO

• Estes valores, no entanto, obedecerão uma progressividade aprovada pelos Comitês


PCJ, sendo cobrado 60% destes valores em 2006, 75% em 2007 e em 2008 o valor
integral.

POLUIÇÃO AS PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS


O SETOR RURAL
• A Poluição pode ser definida como a introdução no meio ambiente de qualquer matéria
ou energia que venha a alterar as propriedades físicas ou químicas ou biológicas desse
meio, afetando, ou podendo afetar, por isso, a "saúde" das espécies animais ou vegetais Os principais impactos ambientais da agricultura são:
que dependem ou tenham contato com ele, ou que nele venham a provocar

modificações físico-químicas nas espécies minerais presentes.
Tomando como base a espécie humana, tal definição, aplicada às ações praticadas pela • - Degradação do solo: erosão em áreas de culturas e
espécie humana, levaria à conclusão de que todos os atos oriundos desta espécie são
atos poluidores; o simples ato de respirar, por exemplo. A fim de que se estabelecessem
limites para considerar o que, dentro do razoável, fosse considerado como poluição,
pastagens, compactação, perda de matéria orgânica.
• - Redução da fertilidade do solo, aumento de
foram estabelecidos parâmetros e padrões. Os parâmetros para indicar o que está
poluindo e os padrões para quantificar o máximo permitido em cada parâmetro.

contaminantes como pesticidas, fertilizantes químicos,


salinização, etc.
• - Formação de metano pela decomposição de fezes e
regurgitação de ruminantes.

AS PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS AS PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS


O SETOR RURAL
Os principais impactos ambientais da agricultura são: O SETOR URBANO
• - Poluição da água por erosão ou disposição direta de • Os mais significativos problemas
defensivos, estercos e resíduos diversos. ambientais no setor urbano são:
• - Perda de biodiversidade pela eliminação de habitats • - esgoto doméstico;
naturais, aumento de áreas agrícolas e florestais
(comerciais). • - efluentes industriais;
• - disposição atmosférica (úmida e seca);
• - Empobrecimento da fauna e flora devido aos efeitos
sinergéticos e combinados de diferentes efeitos
estressantes das atividades agrícolas.

47
AS PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS AS PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS
O SETOR URBANO O SETOR ENERGÉTICO
• - tráfego e atividades correlatas (poluição do ar, ruído e
segurança); • - A MATRIZ ENERÉGICA:
• - emissões industriais e acidentes; • Não renováveis: petróleo, carvão,
• - águas pluviais e transbordamento combinado de nuclear;
esgoto;
• - unidades de disposição de resíduos; • Renováveis – biomassa, solar, eólica,
• - resíduos urbanos, detritos e entulhos da construção geotérmica, hidroelétrica, lenha, álcool,
civil.
maré, etc.

AS PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS AS PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS


O SETOR ENERGÉTICO O SETOR DE TRANSPORTES
• Os principais impactos ambientais na produção de energia com base
em combustíveis fósseis: • Principais impactos ambientais:
• - produção de dióxido de carbono estimulando o efeito estufa; • - emissão de poluentes atmosféricos (dióxido e monóxido de
carbono, óxidos de nitrogênio, dióxidos de enxofre, hidrocarbonetos
• precipitação de chuva ácida; poliaromáticos, metanos, CFC, chumbo, particulados, etc.);
• - alteração da qualidade de ecossistemas terrestres e aquáticos • - degradação e poluição do solo pelo lançamento de óleos, parafina,
devido às atividades de exploração e processamento; solventes, detergentes, herbicidas, etc.;
• - efeitos ambientais devido à disposição de resíduos sólidos; • - impacto do ruído e vibrações;
• - problemas de saúde pública devido à combustão de óleo, • - impacto na paisagem, e;
gasolina e carvão, liberando monóxido de carbono, óxidos de enxofre
e nitrogênio e outros elementos nocivos à saúde humana. • - impacto em áreas urbanas.

AS PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS Proteção Administrativa do Meio Ambiente


O SETOR INDUSTRIAL POLUIÇÃO DO AR
• Principais impactos ambientais: PROVOCAR EMISSÃO SIGNIFICA LANÇAR NA ATMOSFERA OS POLUENTES
QUE POSSAM OFENDER A SAÚDE, A SEGURANÇA, A TRANQÜILIDADE DE
• - Ar: emissão de SOx, NOx, HC, CO, H2S, substâncias orgânicas, ALGUÉM.
fluoretos, gases tóxicos, CFC e particulados;
O ABUSO ESTÁ LIGADO Á PROBABILIDADE DE OFENSA AO SER HUMANO E
• - Resíduos sólidos e lodo – lodo de estações de tratamento de DESSA FORMA OU O PODER PÚBLICO ESTABELECE PREVIAMENTE QUAIS AS
efluentes (podendo ter outros contaminantes com metais pesados, SUBSTÂNCIAS QUE PODEM SER LANÇADAS NO AR, E EM QUE QUANTIDADES,
pesticidas, catalizadores, derivados de petróleo como resinas e OU ATRAVÉS DE PERÍCIA CONSTATA-SE O PERIGO AMBIENTAL.
hidrocarbonetos, substâncias tóxicas); ARTIGO 38 DA LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS CONSIDERA
• - Água – lançamentos de efluentes (DBO, DQO, óleos e graxas, ácidos, CONTRAVENÇÃO A EMISSÃO DE FUMAÇA, VAPOR OU GÁS, PARTÍCULAS
bases, fenóis, cianetos, sulfatos, cromo, compostos orgânicos SÓLIDAS OU LÍQUIDAS, POEIRAS OU MATERIAL EM SUSPENSÃO.
clorados, metais pesados flúor, material em suspensão e compostos O ARTIGO 252 DO CÓDIGO PENAL PREVÊ COMO CRIME EXPOR A PERIGO A
orgânicos. VIDA, A INTEGRIDADE FÍSICA OU O PATRIMÔNIO DE ALGUÉM, USANDO GÁS
TÓXICO OU ASFIXIANTE.

48
Proteção Administrativa do Meio Ambiente Proteção Administrativa do Meio Ambiente
VALE LEMBRAR O CRIME PREVISTO NO ARTIGO 17 DA LEI 6.938// 81, QUE
TRATA DO POLUIDOR QUE EXPUSER A PERIGO A INCOLUMIDADE HUMANA, LEI N. 6.803, DE 02.7.80, DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES BÁSICAS PARA O
VEGETAL OU ANIMAL, OU TORNAR MAIS GRAVE SITUAÇÃO DE PERIGO ZONEAMENTO INDUSTRIAL NAS ÁREAS CRÍTICAS DE POLUIÇÃO.
EXISTENTE. PORTARIAS MINISTERIAIS E RESOLUÇÕES DO CONAMA ESTABELECEM
DECRETO-LEI 1.413, DE 14.8.75, DETERMINA ÀS INDÚSTRIAS INSTALADAS PADRÕES DE QUALIDADE DO AR.
OU A SE INSTALAREM EM TERRITÓRIO NACIONAL A OBRIGAÇÃO DE MINERAÇÃO
PROMOVER AS MEDIDAS NECESSÁRIAS A PREVENIR OU CORRIGIR OS
INCOVENIENTES E PREJUÍZOS DA POLUIÇÃO E DA CONTAMINAÇÃO DO MEIO O DECRETO N. 97.632, DE 10.4.89, REGULAMENTANDO O ART. 2º DA Lei
AMBIENTE. 6.938// 89, DETERMINA A REALIZAÇÃO DE EIA// RIMA, PARA O LICENCIAMENTO
DE EMPREENDIMENTOS DESTINADOS Á EXPLORAÇÃO DE RECURSOS
DECRETO 76.389, DE 03.10.75, DEFINE POLUIÇÃO - ART. 1º, E CONFERE AOS MINERAIS, BEM COMO, AOS EMPREENDIMENTOS EXISTENTES UM PLANO DE
ESTADOS E MUNICÍPIOS, COMPETÊNCIA PARA ESTABELECER CONDIÇÕES RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA.
PARA FUNCIONAMENTO DAS EMPRESAS, ESPECIALMENTE QUANTO À
PREVENÇÃO OU CORREÇÃO DA POLUIÇÃO INDUSTRIAL E DA LEI N. 7.805, DE 18.7.89, EXIGE LICENÇA AMBIENTAL E DETERMINA NORMAS
CONTAMINAÇÃO DO MEIO AMBIENTE (ART. 4º). DE PROTEÇÃO AMBIENTAL, NAS ATIVIDADES DE LAVRA GARIMPEIRA.

Proteção Administrativa do Meio Ambiente Proteção Administrativa do Meio Ambiente


FAUNA E PESCA PESTICIDAS E AGROTÓXICOS.
CONSTITUIÇÃO INSERIU TEMA FAUNA NA COMPETÊNCIA CONCORRENTE DA CONSIDERAM-SE AGROTÓXICOS E AFINS:
UNIÃO E DOS ESTADOS (Art. 24, VI). A) OS PRODUTOS E OS AGENTES DE PROCESSOS FÍSICOS, QUÍMICOS OU
LEI N 5.197, DE 3.1.67, DISPÕE SOBRE A PROTEÇÃO DA FAUNA, TRAZENDO BIOLÓGICOS, DESTINADOS AO USO NOS SETORES DE PRODUÇÃO, NO
GRANDE INOVAÇÃO AO ESTABELECER EM SEU ARTIGO 1 QUE OS ANIMAIS ARMAZENAMENTO E BENEFICIAMENTO DE PRODUTOS AGRÍCOLAS, NAS
DE quaisquer ESPÉCIES, QUE VIVEM NATURALMENTE FORA DO CATIVEIRO, PASTAGENS, NA PROTEÇÃO DE FLORESTAS, NATIVAS OU IMPLANTADAS, E DE
BEM COMO SEUS NINHOS, ABRIGOS E CRIADOUROS NATURAIS, SÃO OUTROS ECOSSISTEMAS E TAMBÉM DE AMBIENTE URBANOS, HÍDRICOS E
PROPRIEDADE DO ESTADO. INDUSTRIAIS, CUJA FINALIDADE SEJA ALTERAR A COMPOSIÇÃO DA FLORA OU
DA FAUNA, A FIM DE PRESERVÁ-LAS DA AÇÃO DANOSA DE SERES VIVOS
A PESCA É TRATADA PELO DECRETO LEI N. 221, DE 28.02.67, QUE DISPÕE CONSIDERADOS NOCIVOS;
SOBRE A PROTEÇÃO E ESTÍMULOS Á PESCA.
B) SUBSTÂNCIAS E PRODUTOS, EMPREGADOS COMO DESFOLHANTES,
A LEI N 7.679, DE 23.11.88, TRATA DA PROIBIÇÃO DA PESCA DE ESPÉCIES DESSECANTES, ESTIMULADORES E INIBIDORES DE CRESCIMENTO.
EM PERÍODOS DE REPRODUÇÃO.

Proteção Administrativa do Meio Ambiente Proteção Administrativa do Meio Ambiente

A LEI 7802// 89, CRIMINALIZA AQUELE QUE COMERCIALIZAR, APLICAR,


A LEI N. 7.802, DE 11.7.89, DISPÕE SOBRE A PESQUISA, EXPERMIMENTAÇÃO, PRESTAR SERVIÇO NA APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS DESCUMPRINDO AS
PRODUÇÃO, EMBALAGEM, ROTULAGEM, TRANSPORTE, COMERCIALIZAÇÃO, EXIGÊNCIAS ESTABELECIDAS NAS LEIS E NOS SEUS REGULAMENTOS
PROPAGANDA, UTILIZAÇÃO, IMPORTAÇÃO, EXPORTAÇÃO, DESTINO FINAL FEDERAIS, PREVENDO A PENA DE DOIS A QUATRO ANOS DE RECLUSÃO E, NA
DOS RESÍDUOS, EMBALAGENS, REGISTRO, CLASSIFICAÇÃO, CONTROLE, MODALIDADE CULPOSA, PUNIÇÃO COM PENA DE RERCLUSÃO DE UM A TRÊS
INSPEÇÃO E FISCALIZAÇÃO DE AGROTÓXICOS, SEUS COMPONENTES E AFINS ANOS, ALÉM DE MULTA, INCORRENDO NAS MESMAS PENAS O
E É REGULAMENTADA PELO DECRETO N 98.816, DE 11.01.90. EMPREGADOR, PROFISSIONAL RESPONSÁVEL OU O PRESTADOR DE SERVIÇOS
O ESTADO DO PARANÁ, ATRAVÉS DA LEI N 7.827, DE 29.12.83 (pág. 406), QUE DEIXAR DE PROMOVER AS MEDIDAS NECESSÁRIAS DE PROTEÇÃO Á
CRIOU SUAS REGRAS PRÓPRIAS SOBRE USO E COMERCIALIZAÇÃO DE SAÚDE E AO MEIO AMBIENTE.
AGROTÓXICOS, ESTABELECENDO A OBRIGATORIEDADE DO RECEITUÁRIO SE DO DESCUMPRIMENTO AS NORMAS SOBRE AGROTÓXICOS OCORREREM
AGRONÔMICO (art. 10), SENDO QUE ESTA LEI FOI REGULAMENTADA PELO DANOS IRREVERSÍVEIS Á FLORA, Á FAUNA E AO MEIO AMBIENTE OU LESÃO
DECRETO N. 3.876// 84 (p. 420). CORPORAL GRAVE, É DE SE APLICAR O ARTIGO 15, §1º, DA LEI 6.938// 81).

49
Proteção Administrativa do Meio Ambiente Proteção Administrativa do Meio Ambiente
POLUIÇÃO SONORA III - Na execução dos projetos de construção ou de reformas de edificações
para atividades heterogêneas, o nível de som produzido por uma delas não
Seguindo os conceitos básicos de respeito ao bem estar, sossego e saúde do poderá ultrapassar os níveis estabelecidos pela NBR 10152 - Níveis de Ruído
cidadão, os efeitos danosos da poluição sonora podem ser evitados para controle acústico, da ABNT.
recorrendo ao Direito de Vizinhança, previsto no Código Civil, arts. 554 e 555,
ou através da Resolução n l, de 08.03.1990, que considera que os níveis IV - A emissão de ruídos produzidos por veículos automotores e os
excessivos de ruído estão incluídos entre os sujeito ao Controle da Poluição produzidos no interior dos ambientes de trabalho, obedecerão às normas
de Meio Ambiente e estabelece as seguintes regras para emissão de ruídos: expedidas, respectivamente pelo CONTRAN, e pelo órgão competente do
Ministério do Trabalho.
I - A emissão de ruídos, em decorrência de quaisquer atividades industriais,
comerciais, sociais ou recreativas, inclusive as de propaganda política, V - As entidades e órgãos públicos (federais, estaduais e municipais)
obedecerá no interesse da saúde, do sossego público, aos padrões, critérios e competentes, no uso do respectivo Poder de Polícia, disporão de acordo com
diretrizes estabelecidos nesta Resolução. o estabelecido nesta Resolução, sobre a emissão ou proibição de ruídos
produzidos por quaisquer meios ou de qualquer espécie, considerando
II. - São prejudiciais à saúde e ao sossego público, para os fins do item sempre os locais, horários e a natureza das atividades emissoras, com vistas
anterior aos ruídos com níveis superiores aos considerados aceitáveis pela a compatibilizar o exercício das atividades com a preservação da saúde e do
norma NBR 10151 - Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas visando o sossego público.
conforto da comunidade, da Associação Brasileira de Normas Técnicas -
ABNT.

RESÍDUOS Proteção Administrativa do Meio Ambiente

SÓLIDOS RESÍDUOS SÓLIDOS


Entende-se por resíduos sólidos o lixo, refugo e outras descargas de
materiais sólidos, incluindo resíduos sólidos de operações industriais,
comerciais e agrícolas e de atividades da comunidade.
Exclui-se do conceito materiais sólidos ou dissolvidos nos esgotos domésticos
ou outros significativos poluentes existentes nos recursos hídricos, tais como
a lama, resíduos sólidos dissolvidos ou suspensos na água, encontrados nos
efluentes industriais, e materiais dissolvidos na correntes de irrigação ou
outros poluentes comuns da água. (Conf. Paulo Affonso Leme Machado,
Direito Ambiental Brasileiro, pág. 313).

Proteção Administrativa do Meio Ambiente Proteção Administrativa do Meio Ambiente

RESÍDUOS SÓLIDOS
• O Brasil produz um dos lixos mais ricos do mundo. São
desperdiçadas anualmente mais de 14 milhões de
toneladas de alimentos, num país em que 44 milhões de
A Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT - pessoas vivem abaixo da linha da pobreza e uma em cada
define "lixo" ou "resíduos sólidos" como os "restos das quatro crianças é vulnerável à fome. Como conseqüência,
atividades humanas, considerados pelos geradores em todo o País, uma população de 200.000 a 800.000
como inúteis, indesejáveis ou descartáveis, podendo se catadores, segundo levantamentos efetuados, sobrevivem
apresentar no estado sólido, semi-sólido ou líquido, desde do lixo trabalhando em depósitos a céu aberto e nas ruas,
que não seja passível de tratamento convencional".
com presença de pelo menos 35,000 crianças em lixões.
Dali retiram sua subsistência pela coleta de alimentos e
materiais recicláveis.

50
Proteção Administrativa do Meio Ambiente Proteção Administrativa do Meio Ambiente

• Segundo o IBGE, mais de 20.000 pessoas, no ano 2000, viviam do lixo na


Capital de São Paulo. Esta é uma questão que requer muita atenção, dado
• “E - LIXO”
que a inclusão social é tão importante quanto a própria reciclagem e a • Todos os anos, o planeta produz
entre 20 e 50 milhões de
educação ambiental da população que gera o resíduo e daquela que o toneladas de resíduos
utiliza como fonte de subsistência. eletrônicos;
• Há mais ouro em 1 tonelada de
PCs do que em 17 toneladas de
minério bruto do metal;
• Pilhas e baterias, como as de
celular e notebook, demoram
500 anos para se decompor na
natureza;
• As placas de circuitos eletrônicos
são 40 vezes mais ricas em cobre
que o minério bruto do metal.

Fonte: Veja Tecnologia - Agosto de 2007

Proteção Administrativa do Meio Ambiente RESÍDUOS SÓLIDOS


DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Agravo de Instrumento. Meio Ambiente.
• Lixo eletrônico toma lugar do Ação civil pública. Depósito de resíduos vegetais a céu aberto.
arroz em aldeia chinesa Município. Obrigação de fazer e não fazer. Liminar. Multa diária.
• Com as mãos descobertas, 80% dos Cominação. Legalidade. Não ostenta ilegalidade alguma despacho
150 mil moradores de Guiyu buscam judicial que, liminarmente, impões à requerida cominação de multa
materiais como ouro, cobre, plástico diária, em sede de ação civil pública ambiental, caso não se abstenha
e aço, que depois serão vendidos aos de forma efetiva de atear fogo a resíduos vegetais, em depósito a céu
negociantes de segunda mão. As
crianças fazem os trabalhos mais aberto, ou venha a permitir que terceiros o façam, no prazo fixado
simples. Choi Wu Yuping da pelo Juiz, ainda que se cuide de poder público, por ser prevista tal
Administração Estadual do Meio medida excepcional, sem quaisquer ressalvas, na legislação específica
Ambiente (Saiba), ressalta que "não que rege a matéria. Inteligência da lei n. 7.347, de 24.7.1985, arts. 11 e
é possível encontrar água potável 12. Decisão confirmada. Recurso desprovido.
em 50 quilômetros ao redor do
local", pois as substâncias tóxicas se
acumulam nas beiras do rio e se (Ag. Instr. 308.131-5/1-00, Campinas, TJSP - 5ª Câm. Dir. Públ. - j.
infiltram no solo. 15.05.03 - rel. Xavier de Aquino - in JTJ 268/set/03)

Fonte: Veja Tecnologia - Agosto de 2007

RESÍDUOS SÓLIDOS RESÍDUOS SÓLIDOS


A vida na pior área de contaminação do País (O Estado de São Paulo
AÇÃO CIVIL PÚBLICA - Depósito de resíduos sólidos domésticos e - Geral - 25/9/2004)
de resíduos inertes em aterro sanitário, situado em zona de
proteção aos mananciais - Mantida a sentença que condenou a
Municipalidade em obrigação de não fazer relativamente ao • População sente os efeitos provocados pelo Aterro Mantovani, em
Santo Antônio de Posse (SP)
depósito de resíduos sólidos domésticos - Obrigação não
SILVANA GUAIUME
extensiva aos resíduos inertes - Embargos infringentes recebidos
para prevalência do voto vencido negando-se provimento ao
• SANTO ANTÔNIO DE POSSE - Há três anos e meio, um relatório da
apelo do Ministério Público e ao recurso oficial - Votos vencidos. Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb)
(Embargos Infringentes n. 268.742-1 - São Paulo - 3ª Câmara de apontou contaminação por solvente da água do poço do Sítio Santa
Direito Público - Relator: Ribeiro Machado - 11.11.97 - M.V.) Adélia, vizinho do Aterro Mantovani, em Santo Antônio de Posse,
região de Campinas. A família do agricultor Hélio Staiger, porém,
continuou consumindo, sem saber, a água contaminada até um ano
atrás, quando a Cetesb lacrou o poço. Pouco depois, Staiger
descobriu que tem mieloma, um câncer na medula óssea, e precisa
de transplante.

51
RESÍDUOS SÓLIDOS RESÍDUOS SÓLIDOS
• O pior - O Aterro Mantovani é apontado em um relatório do Ministério
Público Federal como o pior caso de contaminação do Brasil. O local abriga
declaradas 350 mil toneladas de resíduos industriais despejados por 63 O CASO DO ATERRO MANTOVANI
fábricas da região, a maioria de grande porte, entre 1974 e 1987. As 350 mil
toneladas já são um número assustador. Mas Maria Sueli comentou que há
relatos indicando que essa quantidade seria maior, de no mínimo 500 mil • Aterro industrial localizado em Santo Antonio de Posse/SP.
toneladas. O aterro parou de operar em 1987 por determinação da Cetesb,
mas a contaminação só começou a ser tratada 14 anos depois, em 2001. • Área total: 31,2 hectares. Iniciou suas atividades em 1974.

• Embora tenha afirmado que toda poluição ambiental é grave, o gerente


regional da Cetesb de Campinas, Fernando Carbonari, reconheceu que o • Em 1984: CETRIN – Central Técnica de Tratamento e Disposição de Resíduos
aterro é a maior contaminação em volume de sua região, que compreende Industriais Ltda.
36 municípios e 53 áreas contaminadas.
• No local foram encontrados materiais como: sais de arsênio, ácido sulfúrico
• Das 63 indústrias que despejaram detritos no local, 48 assumiram o residual, sulfatos, soda, piridina, organoclorados, resinas, borra de retífica,
problema e custearam os R$ 6 milhões gastos até agora com medidas de benzeno, xileno, chumbo, lodo de galvanoplastia e de decantação de efluentes
emergência de contenção dos poluentes (organoclorados, solventes e líquidos de indústria farmacêutica.
metais pesados, entre outros). As outras 15 fábricas estão sendo acionadas
em uma ação civil pública do Ministério Público Estadual de Jaguariúna.

RESÍDUOS SÓLIDOS
RESÍDUOS SÓLIDOS
O CASO DO ATERRO MANTOVANI

• Foram retiradas do local:


– 360.000 toneladas de resíduos Classe I e
– 144.000 toneladas de resíduos Classe II.

• Custo da retirada: R$ 50,00 * (10)6 +


remediação.

RESÍDUOS SÓLIDOS RESÍDUOS SÓLIDOS


MP ACIONA 145 EMPRESAS POR DANOS AMBIENTAIS • O lixo tóxico (metais pesados, borra de tinta e solventes) já foi retirado
da área. O material foi abandonado pela Recobem Indústria e Comércio
Companhias são citadas em 41 ações civis públicas, sob acusação de de Tintas e Vernizes, que reciclava materias tóxicos de várias empresas
abandonarem resíduos tóxicos na Região Metropoolitana de Curitiba da Cidade Industrial de Curitiba (CIC). A Recobem faliu em 1995, e desde
então, os galões com lixo tóxico ficaram a céu aberto.
Rosana Félix / Equipe da Folha
• O primeiro processo movido pelo Ministério Público data de 29 de
São José dos Pinhais - Cento e quarenta e cinco empresas estão dezembro de 2000, onde 15 empresas estavam relacionadas. O
respondendo judicialmente pelo abandono de cerca de 4,5 mil galões de
resíduos tóxicos em três áreas de São José dos Pinhais, Região promotor de Justiça de São José dos Pinhais, Divonzir José Borges,
Metropolitana de Curitiba. O Ministério Público Estadual relacionou as explicou que só com a conclusão da retirada do lixo é que foi possível
companhias em 41 ações civis públicas pedindo a reparação de danos determinar a responsabilidade das outras empresas. Ele disse que foram
ambientais. As ações pedem também a análise de água consumida na propostas 41 ações para os julgamentos correrem mais rápido. ‘‘Uma
região, a remoção de famílias próximas às áreas e a construção de um
hospital comunitário no município. ação com todas elas não acabaria nunca’’, observou.

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RESÍDUOS SÓLIDOS RESÍDUOS SÓLIDOS
• Contaminação do solo é grave, indica análise
•As empresas Volvo, New Holland, Inepar, SLC e General Motors (citadas no • Curitiba - O laudo técnico das áreas de onde foram retirados o material tóxico de 145
primeiro processo), custearam a remoção dos resíduos e agora têm direito de empresas de todo o Brasil mostram que há grande risco de manifestação de doença na
cobrar às outras empresas pelo serviço, segundo explicou o advogado e população lindeira. Segundo a análise da engenheira agrônoma Elma Nery de Lima
representante das companhias, João Ricardo Cunha de Almeida. Segundo ele, Romano, feita a pedido do Ministério Público estadual, a contaminação do solo é bastante
grave.
a retirada obedeceu liminar, mas nenhuma dessas cinco empresas tinha latões
nas áreas de Recobem. ‘‘Eles foram retirados logo após a falência’’, afirmou. • As vistorias foram feitas em três depósitos da empresa Recobem, todos em São José dos
Almeida disse que as empresas que representa não deveriam responder a Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. Um deles fica na localidade de Barro Preto,
processo e que agora vai alegar ilegitimidade passiva. outro no Guatupê e outro no Xingú.

• Segundo a análise, as áreas acusaram forte presença de metais pesados e


• Grandes empresas que atuam no mercado estão relacionadas como rés pelo hidrocarbonetos. Os moradores da região consomem águas de fontes. Um dos barracões
Ministério Público. As ações pedem a cassação de certificados de qualidade da Recobem fica bem próximo ao Rio Miringuava e pela ação das chuvas está sendo
contaminado, afirma o laudo. Outro barracão fica bem próximo de uma rede coletora da
como ISO 14000 e pagamento de multa de 2% do faturamento das empresas Sanepar. De acordo com o Ministério Público, as empresas tinham conhecimento da
desde 1995. presença de resíduos tóxicos de suas responsabilidades, mas nada fizeram. (R.F.)

RESÍDUOS SÓLIDOS RESÍDUOS SÓLIDOS


CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
• Classe II ou não-inertes – são os resíduos que podem apresentar
• São várias as maneiras de se classificar os resíduos sólidos. As mais comuns são características de ombustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade,
quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente e quanto à natureza com possibilidade de acarretar riscos à saúde ou ao meio ambiente, não
ou origem.
se enquadrando nas classificações de resíduos Classe I - Perigosos - ou
1 - Entende-se como substâncias ou produtos semi-sólidos todos aqueles com teor de • Classe III ou inertes – são aqueles que, por suas características
umidade inferior a 85%. intrínsecas, não oferecem riscos à saúde e ao meio ambiente, e que,
2 - Válido somente para resíduos industriais perigosos . quando amostrados de forma representativa, segundo a norma NBR
10.007, e submetidos a um contato estático ou dinâmico com água
Quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente
destilada ou deionizada, a temperatura ambiente, conforme teste de
• De acordo com a NBR 10.004 da ABNT, os resíduos sólidos podem ser classificados solubilização segundo a norma NBR 10.006, não tiverem nenhum de
em: seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões
• Classe I ou perigosos – são aqueles que, em função de suas características de potabilidade da água, conforme listagem nº 8 (Anexo H da NBR
intrínsecas de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou 10.004), excetuando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor.
patogenicidade, apresentam riscos à saúde pública através do aumento da
mortalidade ou da morbidade, ou ainda provocam efeitos adversos ao meio ambiente
quando manuseados ou dispostos de forma inadequada.

Resíduos Sólidos Resíduos Sólidos


• Classificações: 2 Quanto à composição química:
1 Quanto as características físicas: • Orgânico: é composto por pó de café e chá, cabelos,
• Seco: papéis, plásticos, metais, couros tratados, restos de alimentos, cascas e bagaços de frutas e
verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, ossos,
tecidos, vidros, madeiras, guardanapos e tolhas de
aparas e podas de jardim;
papel, pontas de cigarro, isopor, lâmpadas, parafina,
cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças, etc;
• Inorgânico: composto por produtos manufaturados
como plásticos, vidros, borrachas, tecidos, metais
• Molhado: restos de comida, cascas e bagaços de (alumínio, ferro, etc.), tecidos, isopor, lâmpadas, velas,
frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças, etc.
estragados, etc.

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Resíduos Sólidos Resíduos Sólidos
3 Quanto à origem: • Portos, Aeroportos, Terminais Rodoviários e Ferroviários:
• Domiciliar: originado da vida diária das residências, constituído por restos de resíduos sépticos, ou seja, que contém ou potencialmente
alimentos, produtos deteriorados, jornais, revistas, garrafas, embalagens em geral, podem conter germes patogênicos. Basicamente originam-
papel higiênico, fraldas descartáveis e uma grande diversidade de outros itens. se de material de higiene pessoal e restos de alimentos,
Pode conter alguns resíduos tóxicos; que hospedam doenças provenientes outras cidade,
• Comercial: originado dos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, tais estados e países.
como supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes, etc; • Industrial: originado nas atividades dos diversos ramos da
• Serviços Públicos: originados dos serviços de limpeza urbana, incluindo todos indústria, tais como: o metalúrgico, o químico, o
os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, galerias, córregos, petroquímico, o de papelaria, da indústria alimentícia, etc;
restos de podas de plantas, limpeza de feiras livres, etc, constituído por restos de O lixo industrial é bastante variado, podendo ser
vegetais diversos, embalagens, etc;
representado por cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou
• Hospitalar: descartados por hospitais, farmácias, clínicas veterinárias (algodão, ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal,
seringas, agulhas, restos de remédios, luvas, curativos, sangue coagulado, órgãos e
tecidos removidos, meios de cultura e animais utilizados em testes, resina sintética,
escórias, vidros, cerâmicas. Nesta categoria, inclui-se
filmes fotográficos de raios X). Em função de suas características, merece um
grande quantidade de lixo tóxico. Esse tipo de lixo necessita
cuidado especial em seu acondicionamento, manipulação e disposição final. Deve de tratamento especial pelo seu potencial de
ser incinerado e os resíduos levados para aterro sanitário; envenenamento.

Resíduos Sólidos Resíduos Sólidos Industriais


• Radioativo: resíduos provenientes da atividade nuclear
(resíduos de atividades com urânio, césio, tório, radônio, • Conceito:
cobalto), que devem ser manuseados apenas com É todo o resíduo que resulte de atividades industriais e que
equipamentos e técnicos adequados; se encontre nos estados sólido, semi-sólido, gasoso -
• Agrícola: resíduos sólidos das atividades agrícola e quando contido, e líquido - cujas particularidades tornem
pecuária, como embalagens de adubos, defensivos inviável o seu lançamento na rede pública de esgoto ou em
agrícolas, ração, restos de colheita, etc. O lixo
proveniente de pesticidas é considerado tóxico e corpos d`água, ou exijam para isso soluções técnica ou
necessita de tratamento especial; economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia
• Entulho: resíduos da construção civil: demolições e disponível. Ficam incluídos nesta definição os lodos
restos de obras, solos de escavações. O entulho é provenientes de sistemas de tratamento de água e aqueles
geralmente um material inerte, passível de gerados em equipamentos e instalações de controle de
reaproveitamento. poluição (CONAMA, resolução nº 313/02, art. 2º, inciso I).

RESÍDUOS SÓLIDOS RESÍDUOS SÓLIDOS


• Quanto à natureza ou origem: • Lixo domestico ou residencial – são os resíduos gerados nas atividades
diárias em casas, apartamentos, condomínios e demais edificações
* Lixo doméstico ou residencial residenciais.
* Lixo comercial
* Lixo público • Lixo comercial – são os resíduos gerados em estabelecimentos
* Lixo domiciliar especial: comerciais, cujas características dependem da atividade ali
* Entulho de obras desenvolvida. Nas atividades de limpeza urbana, os tipos "doméstico" e
* Pilhas e baterias "comercial" constituem o chamado "lixo domiciliar", que, junto com o
* Lâmpadas fluorescentes lixo público, representam a maior parcela dos resíduos sólidos
* Pneus produzidos nas cidades.
* Lixo de fontes especiais • O grupo de lixo comercial, assim como os entulhos de obras, pode ser
* Lixo industrial dividido em subgrupos chamados de "pequenos geradores" e "grandes
* Lixo radioativo geradores".
* Lixo de portos, aeroportos e terminais rodoferroviários
* Lixo agrícola • O regulamento de limpeza urbana do município poderá definir
* Resíduos de serviços de saúde precisamente os subgrupos de pequenos e grandes geradores.
Pode-se adotar como parâmetro:

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RESÍDUOS SÓLIDOS RESÍDUOS SÓLIDOS
• Pequeno Gerador de Resíduos Comerciais é o estabelecimento que gera até 120 • Lixo público
litros de lixo por dia. • São os resíduos presentes nos logradouros públicos, em geral resultantes da
• Grande Gerador de Resíduos Comerciais é o estabelecimento que gera um natureza, tais como folhas, galhadas, poeira, terra e areia, e também aqueles
volume de resíduos superior a esse limite. descartados irregular e indevidamente pela população, como entulho, bens
Analogamente, pequeno gerador de entulho de obras é a pessoa física ou jurídica considerados inservíveis,
que gera até 1.000kg ou 50 sacos de 30 litros por dia, enquanto grande gerador de papéis, restos de embalagens e alimentos.
entulho é aquele que gera um volume diário de resíduos acima disso.
• O lixo público está diretamente associado ao aspecto estético da cidade.
• Geralmente, o limite estabelecido na definição de pequenos e grandes geradores Portanto, merecerá especial atenção o planejamento das atividades de limpeza
de lixo deve corresponder à quantidade média de resíduos gerados diariamente de logradouros em cidades turísticas.
em uma residência particular com cinco moradores.
• Num sistema de limpeza urbana, é importante que sejam criados os subgrupos
de "pequenos" e "grandes" geradores, uma vez que a coleta dos resíduos dos • LIXO DOMICILIAR ESPECIAL
grandes geradores pode ser tarifada e, portanto, se transformar em fonte de • Grupo que compreende os entulhos de obras, pilhas e baterias, lâmpadas
receita adicional para sustentação econômica do sistema. fluorescentes e pneus. Observe que os entulhos de
• É importante identificar o grande gerador para que este tenha seu lixo coletado e obra, também conhecidos como resíduos da construção civil, só estão
transportado por empresa particular credenciada pela prefeitura. Esta prática enquadrados nesta categoria por causa da grande
diminui o custo da coleta para o Município em cerca de 10 a 20%. quantidade de sua geração e pela importância que sua recuperação e
reciclagem vem assumindo no cenário nacional.

RESÍDUOS SÓLIDOS RESÍDUOS SÓLIDOS


• Entulho de obras • Pilhas e Baterias
• A indústria da construção civil é a que mais explora recursos naturais. Além disso, a • As pilhas e baterias têm como princípio básico converter energia
construção civil também é a indústria que
mais gera resíduos. No Brasil, a tecnologia construtiva normalmente aplicada favorece química em energia elétrica utilizando um metal como combustível.
o desperdício na execução das novas edificações. Enquanto em países desenvolvidos a Apresentando-se sob várias formas (cilíndricas,retangulares, botões),
média de resíduos proveniente de novas edificações encontra-se abaixo de 100kg/m, podem conter um ou mais dos seguintes metais: chumbo (Pb), cádmio
no Brasil este índice gira em torno de 300kg/m edificado. (Cd), mercúrio (Hg), níquel (Ni),prata (Ag), lítio (Li), zinco (Zn), manganês
• Em termos quantitativos, esse material corresponde a algo em torno de 50% da (Mn) e seus compostos.
quantidade em peso de resíduos sólidos urbanos coletada em cidades com mais de
500 mil habitantes de diferentes países, inclusive o Brasil. • As substâncias das pilhas que contêm esses metais possuem
• Em termos de composição, os resíduos da construção civil são uma mistura de características de corrosividade, reatividade e toxicidade e são
materiais inertes, tais como concreto, argamassa, madeira, plásticos, papelão, vidros, classificadas como "Resíduos Perigosos - Classe I". As substâncias
metais, cerâmica e terra. contendo cádmio, chumbo, mercúrio, prata e níquel causam impactos
negativos sobre o meio ambiente e, em especial, sobre o homem.
Outras substâncias presentes nas pilhas e baterias, como o zinco, o
manganês e o lítio, embora não estejam limitadas pela NBR 10.004,
também causam problemas ao meio ambiente.

RESÍDUOS SÓLIDOS RESÍDUOS SÓLIDOS


• Lâmpadas Fluorescentes • Lixo de fontes especiais
• O pó que se torna luminoso encontrado no interior das lâmpadas • São resíduos que, em função de suas características peculiares,passam a
fluorescentes contém mercúrio. Isso não está restrito apenas às lâmpadas merecer cuidados especiais em seu manuseio, acondicionamento, estocagem,
fluorescentes comuns de forma tubular, mas encontra-se também nas transporte ou disposição final. Dentro da classe de resíduos de fontes
lâmpadas fluorescentes compactas. As lâmpadas fluorescentes liberam especiais, merecem destaque:
mercúrio quando são quebradas, queimadas ou enterradas em aterros
sanitários, o que as transforma em resíduos perigosos Classe I, uma vez que o •Pneus
mercúrio é tóxico para o sistema nervoso humano e, quando inalado ou
ingerido, pode causar uma enorme variedade de problemas fisiológicos. • São muitos os problemas ambientais gerados pela destinação inadequada
• Uma vez lançado ao meio ambiente, o mercúrio sofre uma "bioacumulação", dos pneus. Se deixados em ambiente aberto, sujeito
isto é, ele tem suas concentrações aumentadas nos tecidos dos peixes, a chuvas, os pneus acumulam água, servindo como local para a proliferação de
tornando-os menos saudáveis, ou mesmo 5. Resíduos Sólidos: Origem, mosquitos. Se encaminhados para aterros de lixo convencionais, provocam
Definição e Características perigosos se forem comidos freqüentemente. As "ocos" na massa de resíduos, causando a instabilidade do aterro. Se destinados
mulheres grávidas que se alimentam de peixe contaminado transferem o em unidades de incineração, a queima da borracha gera enormes quantidades
mercúrio para de material particulado e gases tóxicos, necessitando de um sistema de
os fetos, que são particularmente sensíveis aos seus efeitos tóxicos. A tratamento dos gases extremamente eficiente e caro. Por todas estas razões, o
acumulação do mercúrio nos tecidos também pode contaminar outras descarte de pneus é hoje um problema ambiental grave ainda sem uma
espécies selvagens, como marrecos, aves aquáticas e outros animais. destinação realmente eficaz.

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RESÍDUOS SÓLIDOS RESÍDUOS SÓLIDOS
• Lixo industrial
• Resolução SEMA/PR n. 258, de 26 de agosto de 1999: • São os resíduos gerados pelas atividades industriais. São resíduos muito variados que
dispõe sobre os pneumáticos inservíveis abandonados ou apresentam características diversificadas, pois estas dependem do tipo de produto
manufaturado. Devem, portanto, ser estudados caso a caso. Adota-se a NBR 10.004 da
dispostos inadequadamente constituem passivo ABNT para se classificar os resíduos industriais: Classe I (Perigosos), Classe II (Não-
Inertes) e Classe III (Inertes).
ambiental, que resulta em sério risco ao meio ambiente e
à saúde pública. • Lixo radioativo
• Assim considerados os resíduos que emitem radiações acima dos limites permitidos
pelas normas ambientais. No Brasil, o manuseio, acondicionamento e disposição final
do lixo radioativo está a cargo da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN.
• Resolução SEMA/PR n. 301, de 21 de março de 2002: •Lixo de portos, aeroportos e terminais rodoferroviários
altera dispositivos da Resolução n. 258, de 26 de agosto • Resíduos gerados tanto nos terminais, como dentro dos navios, aviões e veículos de
transporte. Os resíduos dos portos e
de 1999, que dispõe sobre Pneumáticos. aeroportos são decorrentes do consumo de passageiros em veículos e aeronaves e sua
periculosidade está no risco de transmissão de doenças já erradicadas no país. A
transmissão também pode se dar através de cargas eventualmente contaminadas, tais
como animais, carnes e plantas.

RESÍDUOS SÓLIDOS
• Lixo Agrícola
• Formado basicamente pelos restos de embalagens impregnados com
pesticidas e fertilizantes químicos, utilizados na agricultura, que são
perigosos. Portanto o manuseio destes resíduos segue as mesmas
rotinas e se utiliza dos mesmos recipientes e processos empregados
para os resíduos industriais Classe I. A falta de fiscalização e de
penalidades mais rigorosas para o manuseio inadequado destes
resíduos faz com que sejam misturados aos resíduos comuns e dispostos
nos vazadouros das municipalidades, ou - o que é pior - sejam
queimados nas fazendas e sítios mais afastados, gerando gases tóxicos.

• Resíduos de serviços de saúde


• Compreendendo todos os resíduos gerados nas instituições destinadas
à preservação da saúde da população. Segundo a NBR
12.808 da ABNT, os resíduos de serviços de saúde seguem a classificação
apresentada na Tabela a seguir:

RESÍDUOS SÓLIDOS
• Características dos resíduos sólidos – podem variar em função de
aspectos sociais, econômicos, culturais, geográficos e climáticos, ou
seja, os mesmos fatores que também diferenciam as comunidades entre
si e as próprias cidades.
• A Tabela expressa a variação das composições do lixo em alguns
países, deduzindo-se que a participação da matéria orgânica tende a se
reduzir nos países mais desenvolvidos ou industrializados,
provavelmente em razão da grande incidência de alimentos semi-
preparados disponíveis no mercado consumidor.

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Proteção Administrativa do Meio Ambiente Proteção Administrativa do Meio Ambiente
FORMAS DE DESTINO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS B- DEPÓSITO EM ATERRO SANITÁRIO
A - DEPÓSITO A CÉU ABERTO Método de disposição de refugo na terra, sem criar prejuízos ou ameaças à
saúde e segurança pública, pela utilização de princípios de engenharia que
Descargas livres praticadas por particulares ou pelas prefeituras municipais, confinam o refugo ao menor volume possível, cobrindo-o com uma camada
apresentado perigos certos como poluição de águas subterrâneas, e de de terra na conclusão de cada dia de operação, ou mais freqüentemente de
conseqüências do cursos d’água vizinhos, proliferação de animais parasitas, acordo com o necessário. (Conf. Sociedade Americana de Engenheiros Civis).
odores decorrentes da fermentação, criando efeito negativo sobre os valores
da terra, transtornando a vida da população. ESCOLHA DO LOCAL - respeito à saúde, sossego e segurança dos vizinhos,
Código Civil,
Os Estados de São Paulo e do Rio Grande do Sul, respectivamente pelos
Decretos 52.497, de 21.7.70 e 23.430, de 24.10.74, em seus artigos 371 e 110, ART. 554 - O PROPRIETÁRIO OU INQUILINO DE UM PRÉDIO TÊM O DIREITO
d, proíbem o lançamento dos resíduos sólidos a céu aberto. DE IMPEDIR QUE O MAU USO DA PROPRIEDADE VIZINHA POSSA PREJUDICAR
A SEGURANÇA, O SOSSEGO E A SAÚDE DOS QUE O HABITAM.
O Poder Público em grande parte tem sido responsável por danos ao meio
ambiente, e dentro do princípio da igualdade que norteia nossa Constituição ART. 555 - O PROPRIETÁRIO TEM DIREITO DE EXIGIR DO DONO DO PRÉDIO
deve ser responsabilizado por atividades poluidoras. VIZINHO A DEMOLIÇÃO, OU REPARAÇÃO NECESSÁRIA, QUANDO ESTE
AMEACE RUÍNA, BEM COMO QUE PRESTE CAUÇÃO PELO DANO EMINENTE.

Proteção Administrativa do Meio Ambiente Legislação sobre Resíduos Sólidos


• Sem mencionar lixo, a Constituição Federal dispõe:
C- INCINERAÇÃO.
• * "A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantida mediante políticas
A incineração do lixo em instalações centrais de caráter público é um sociais e econômicas que visem à redução do risco da doença e de outros
processo sanitariamente adequado, desde que se instalem dispositivos que agravos e ao acesso universal e igualitário a ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação".
evitem ou minimizem os efeitos da poluição do art. Precipitadores
eletrostáticos ou de sistema com base em cortinas de água constituem os • * "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
métodos usuais para controle da poluição do ar em incineradores. comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
A incineração a céu aberto é proibida nos Estados Unidos, sendo que os as futuras gerações".
Estados de São Paulo e Rio Grande do Sul, proíbem a queima do lixo ao ar • * "É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
livre (art. 368 do Decreto nº 52.497// 70 e ll0, e, do Decreto nº 23.430/74, Municípios:
respectivamente). • * proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
• * promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições
habitacionais e de saneamento básico;
• *combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização promovendo a
integração social dos setores desfavorecidos".
(Constituição Federal, arts. 196, 225 e 23, incisos VI, IX e X, respectivamente)

Legislação sobre Resíduos Sólidos Legislação sobre Resíduos Sólidos


• O Sistema de Licenciamento Ambiental está previsto na Lei Federal nº • Resoluções CONAMA:
6.938, de 31/8/1981, e foi regulamentado pelo Decreto Federal nº
99.274, de 06/6/1990. Por outro lado, a Resolução CONAMA nº 01/86
define responsabilidades e critérios para avaliação de impacto ambiental • 008/91 – Veda a entrada no Brasil de materiais residuais destinados
e define as atividades que necessitam de Estudo de Impacto Ambiental - à disposição final e incineração.
EIA - e Relatório de Impacto Ambiental - RIMA -, entre as quais se inclui a
implantação de aterros sanitários.
• No sentido de facilitar o licenciamento de novos aterros e a recuperação • 006/91 – Desobriga a incineração ou qualquer outro tratamento de
de lixões em municípios de pequeno e médio portes, está sendo queima dos resíduos sólidos provenientes dos estabelecimentos de
finalizada uma nova resolução CONA- MA (com previsão para início do saúde, portos e aeroportos, ressalvados os casos previstos em lei e
ano 2002), pois, nos moldes vigentes, muitas vezes a elaboração de acordos internacionais.
EIA/RIMA e o atendimento aos ritos do licenciamento ambiental
encontram-se além das possibilidades econômicas do Tesouro Municipal.
• 011/86 – Altera o art. 2º da Resolução CONAMA n. 001 de 23 de
• Há ainda outras resoluções CONAMA e normas técnicas da Associação janeiro de 1986, que estabelece definições, responsabilidades,
Brasileira de Normas Técnicas - ABNT - que tratam de resíduos sólidos, critérios básicos e diretrizes gerais para uso e implementação da
quais sejam:
Avaliação de Impacto Ambiental como um dos instrumentos da
Política Nacional de Meio Ambiente.

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Legislação sobre Resíduos Sólidos Legislação sobre Resíduos Sólidos
• 237/97 – Dispõe sobre o sistema de licenciamento ambiental, a
regulamentação de seus aspectos na forma do estabelecido na
Política Nacional de Meio Ambiente, estabelece critério para o
exercício da competência para o licenciamento a que se refere o
• 006/88 – Dispõe sobre o processo de Licenciamento
art. 10 da Lei n. 6.938/81 e dá outras providências. Ambiental de Atividades Industriais, sobre os resíduos
gerados e/ou existentes que deverão ser objeto de
• 004/95 – Cria áreas de segurança aeroportuárias - ASA - para controle específico.
aeródromos, proibindo a implantação, nestas áreas, de atividades
de natureza perigosa que sirvam como foco de atração de aves.

• 001/86 – Define responsabilidades e critérios para avaliação de • 002/91 – Determina procedimentos para manuseio de
impacto ambiental e define atividades que necessitam de Estudo cargas deterioradas, contaminadas, fora de
de Impacto Ambiental - EIA - e Relatório de Impacto Ambiental
-RIMA. especificação ou abandonadas que serão tratadas
como fontes potenciais de risco ao meio ambiente,
• 005/88 – Estabelece critérios para exigências de licenciamento para
obras de saneamento. até manifestação do órgão do meio ambiente
competente.

Legislação sobre Resíduos Sólidos Legislação sobre Resíduos Sólidos


• 005/93 – Estabelece definições, classificação e
procedimentos mínimos para o gerenciamento de
resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, • 264/99 – Define procedimentos, critérios e aspectos
técnicos de licenciamento ambiental para o co-
portos e aeroportos, terminais ferroviários e processamento de resíduos da fornos rotativos de
rodoviários. clínquer para a fabricação de cimento.

• 257/99 – Disciplina o descarte e o gerenciamento • 358/99 – Dispõe sobre o tratamento e a disposição final
ambientalmente adequado de pilhas e baterias dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras
providências.
usadas, no que tange à coleta, reutilização,
reciclagem, tratamento ou disposição final.
• 275/01 – Estabelece o código de cores para os
diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na
• 258/99 – Trata da destinação final de pneumáticos identificação de coletores e transportadores, bem como
inservíveis. nas campanhas informativas para a coleta seletiva.T

Legislação sobre Resíduos Sólidos Legislação sobre Resíduos Sólidos


• NORMAS TÉCNICAS DA ABNT

• NBR 10.004 – Classifica resíduos sólidos quanto aos seus riscos


• 283/01 – Dispõe sobre o tratamento e a potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que estes
disposição final de resíduos de serviços de resíduos possam ter manuseio e destinação adequados.
saúde.
• NBR 13.896 – Fixa condições mínimas exigíveis para projeto,
implantação e operação de aterros de resíduos não perigosos,
de forma a proteger adequadamente as coleções hídricas
• 316/02 – Dispõe sobre procedimentos e superficiais e subterrâneas próximas, bem como os operadores
critérios para o funcionamento de sistemas destas instalações e populações vizinhas.
de tratamento térmico de resíduos.
• NBR 1.057; NB 1.025 – Aterros de resíduos perigosos - Critérios
para projeto, construção e operação.

58
Legislação sobre Resíduos Sólidos Legislação sobre Resíduos Sólidos
• NBR 8.849; NB 844 – Apresentação de projetos de aterros • O Decreto n. 99.274/90, a partir do art. 17, explica o
controlados de resíduos sólidos urbanos. processo de licenciamento, determinando que as
• NBR 8.418; NB 842 – Apresentação de projetos de aterros de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras e
resíduos industriais perigosos. aquelas capazes de causar degradação ambiental
• NBR 8419; NB 843 – Apresentação de projetos de aterros sanitários dependerão de prévio licenciamento do órgão
de resíduos sólidos urbanos.
estadual competente integrante do SISNAMA, sem
• O art. 9º, inciso IV, da Lei nº 6.938/81, estabelece como um dos prejuízo de outras licenças cabíveis, repetindo o
instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente o licenciamento e a texto da Lei Política Nacional de Meio Ambiente.
revisão de atividades "efetiva" ou "potencialmente poluidoras", e o art.
10 prevê que a construção, instalação, ampliação e funcionamento de • Já o art. 19 (Decreto n. 99.274/90) dispõe que o
estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais - poder público, no exercício de sua competência de
considerados "efetivo" e "potencialmente poluidores", bem como os
capazes, sob qualquer forma, de causar "degradação ambiental" -, controle, expedirá as seguintes licenças: prévia, de
dependerão de prévio licenciamento do órgão estadual competente, instalação e de operação.
integrante do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA.

Legislação sobre Resíduos Sólidos Legislação sobre Resíduos Sólidos


• A Constituição Federal de 1988 elevou o Município à categoria de • O art. 225 da Constituição Federal também ajuda a esclarecer que o
ente político como se depreende dos arts. 1º e 18, que prevêem que Município tem o dever de proteger o meio ambiente, uma vez que impõe
a Federação Brasileira é constituída da União, estados e municípios. ao poder público (União, Estado e Município) e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presente se futuras gerações. Logo, o
Município pode legislar sobre proteção ambiental e exercer o poder de
• Os municípios já podiam legislar, prestar serviços e instituir e cobrar polícia administrativa.
os próprios tributos, além de eleger prefeito e vereadores. Além • O Município do Rio de Janeiro, em sua Lei Orgânica Municipal (art. 463,
disso, os municípios têm a competência comum - do art. 23, incisos VI inciso VI, parágrafo 4º) prevê o licenciamento do órgão municipal
e VII - de proteger o meio ambiente, combater a poluição e preservar competente para a exploração de recursos hídricos e minerais. Enquanto o
as florestas, a fauna e a flora. O art. 30, inciso I, lhes permite legislar art. 463, inciso I, estabelece, entre os instrumentos do poder público para
sobre interesse local, logo elaborar leis de política municipal de meio preservar o meio ambiente, a assinatura de convênios para aperfeiçoar o
ambiente, e pelo art. 30, inciso II, suplementar a legislação federal e gerenciamento ambiental.
estadual, no que couber, além, do art. 30, inciso VIII, que confere • Ainda no Rio de Janeiro, o Plano Diretor da Cidade, no art. 112, estabelece a
competência exclusiva para legislar sobre ordenamento territorial, política de meio ambiente e valorização do patrimônio cultural, e no art.
mediante lanejamento e uso do solo. 113 prevê que será instituído um sistema de gestão ambiental para a
execução de sua política (Conselho Municipal de Meio Ambiente, Fundo de
Conservação Ambiental e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente).

Legislação sobre Resíduos Sólidos Legislação sobre Resíduos Sólidos

• O art. 117 explicita que o sistema de gestão compreenderá, entre outros RESOLUÇÃO Nº 313, DE 29 DE OUTUBRO DE 2002
instrumentos, a formulação de projetos de proteção do meio ambiente
diretamente ou mediante convênio, implantação do processo de avaliação Dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais.
de impacto ambiental, exame de projetos, obras ou atividades efetiva ou
potencialmente causadoras de degradação ambiental, e deverá exigir, Art. 1º Os resíduos existentes ou gerados pelas atividades industriais serão objeto
quando for o caso, EIA/RIMA ou garantia de recuperação ambiental para o
licenciamento da atividade em questão. de controle específico, como parte integrante do processo de licenciamento
ambiental.
• Portanto, as prefeituras deverão se respaldar em suas leis orgânicas a fim
de decidir, em função de sua escala urbana Art. 2º Para fins desta Resolução entende-se que:
(determinada pelo tamanho de sua população), sua situação I - resíduo sólido industrial: é todo o resíduo que resulte de atividades industriais e
socioeconômica e cultural, alternativas possíveis para institucionalização do que se encontre nos estados sólido, semi-sólido, gasoso - quando contido, e líquido
sistema de limpeza urbana, formas de gestão, cobranças de taxas e tarifas e - cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de
associações com outras entidades que possam atuar ou convergir esforços, esgoto ou em corpos d`água, ou exijam para isso soluções técnica ou
independentemente de sua natureza institucional no país.
economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. Ficam
• Especificamente, o regulamento de limpeza urbana deve ser a espinha incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água
dorsal do sistema de limpeza urbana da cidade, expressando todos os
princípios fundamentais que devem orientar o comportamento do poder e aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição.
municipal e de sua população.

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Legislação sobre Resíduos Sólidos
Legislação sobre Resíduos Sólidos
Art. 4º As indústrias das tipologias previstas na Classificação Nacional de
Atividades Econômicas do IBGE, abaixo discriminadas, deverão, no prazo
máximo de um ano após a publicação desta Resolução, ou de acordo com o
estabelecido pelo órgão estadual de meio ambiente, apresentar a este, Art. 8º As indústrias, a partir de sessenta dias da data de
informações sobre geração, características, armazenamento, transporte e
destinação de seus resíduos sólidos, de acordo com os Anexos de I a III: publicação desta Resolução, deverão registrar
I - preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos de mensalmente e manter na unidade industrial os dados
viagem e calçados (Divisão 19);
II - fabricação de coque, refino de petróleo, elaboração de combustíveis de geração e destinação dos resíduos gerados para
nucleares e produção de álcool (Divisão 23); efeito de obtenção dos dados para o Inventário
III - fabricação de produtos químicos (Divisão 24);
IV - metalurgia básica (Divisão 27); Nacional dos Resíduos Industriais.
V - fabricação de produtos de metal, exclusive máquinas e equipamentos Art. 9º O não cumprimento do disposto nesta
(Divisão 28);
VI - fabricação de máquinas e equipamentos (Divisão 29); Resolução sujeitará os infratores as penalidades e
VII - fabricação de máquinas para escritório e equipamentos de informática sanções previstas Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de
(Divisão 30);
VIII - fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e 1998 e no Decreto nº 3.179, de 21 de setembro de
carrocerias (Divisão 34); e 1999.
IX - fabricação de outros equipamentos de transporte (Divisão 35).

RESPONSABILIDADE
Lei 6.938/81 estabelece
CIVIL & CRIMINAL
• RESPONSABILIDADE • Aplica-se a teoria
do
OBJETIVA por danos ao risco proveito
meio ambiente
significando que o
causador do dano, • Gerador do risco, enquanto
beneficiário do risco, torna-
responderá pela se responsável pelas
integral recuperação, conseqüências
independente de culpa

Controle difuso da responsabilidade civil AÇÃO CIVIL PÚBLICA


• Responsabilidade civil pode • O passivo ambiental pode ser
• O CDC alterou a LCP ampliando seu leque de abrangência
decorrer de um passivo objeto de uma sanção
ambiental consistente em administrativa –
uma atuação contrária a advertência, multa, suspensão • Possibilidade de tutela dos interesses individuais homogêneos,
de atividades, fechamento da
uma norma ambiental como empresa e confisco de ativos; coletivos e difusos
disposição inadequada de
resíduos, lançamento de • Ação civil pública, que pode ser
efluentes líquidos em proposta pela União, Estados, • Ministério Público sempre legitimado, e em caso de não figurar
desconformidade com a Distrito Federal, Órgãos das no pólo passivo será fiscal da lei (Art. 92 CDC e Art. 5, parágrafo 1
legislação, contaminação do Aministração Pública ainda que da LACP)
ar, do solo, do subsolo, de sem personalidade jurídica,
água superficial ou Ministério Público e
Associações existentes há pelo
subterrânea, entre outros. menos um ano e que tenham • Legitimados: Ministério Público, União, Estado, Município,
entre seus objetivos a proteção Autarquia, Empresa Pública, Fundação, Sociedade de Economia
do meio ambiente Mista e Associações (por alteração do parágrafo quarto do artigo
quinto da LACP o requisito de exigibilidade de constituição das
associações há mais de um ano pode ser afastado pelo juiz no
caso concreto)

60
AÇÃO CIVIL PÚBLICA AÇÃO CIVIL PÚBLICA
• “quantum debeatur” – fixação na liquidação da • Impossibilidade de propositura de ação civil pública
sentença, pedido individualizado com necessidade para tutelar pretensões que envolvam tributos.
de comprovação da extensão do prejuízo
• Inquérito Civil – legitimidade exclusiva do MP (Art. 9 • Não concorrem custas processuais para a
LACP) – peça dispensável para a propositura de ação propositura de ação civil pública, exceto em caso de
civil pública. Em caso de arquivamento do inquérito comprovada má-fé que a parte que atuou com má-
civil em que houver discordância, o Conselho fé será condenada ao pagamento dos honorários
Superior do MP avaliará os motivos e em caso de
concordância com os motivos alegados determinará advocatícios e 10 vezes os valores das custas
um novo promotor de justiça para dar andamento processuais devidas.
ao inquérito civil. (Lei 8625/93)

AÇÃO CIVIL PÚBLICA AÇÃO CIVIL PÚBLICA


• A sentença condenatória em ação civil pública • Compromisso de Ajustamento de Conduta –
podem determinar obrigação de fazer, obrigação de Constitui título executivo extrajudicial que pode ser
realizado antes da propositura de ação civil pública,
não-fazer e pecuniária, separadamente ou em no decorrer ou após sentença condenatória, desde
conjunto. Os valores oriundos de condenações que haja concordância dos titulares envolvidos e
pecuniárias serão geridos ao FDD (Fundo de Defesa anuência do Ministério Público. Para validade e
concretização do Termo de Ajustamento de conduta
de Direitos Difusos) instituído pela Lei 7347/85. o mesmo deve conter obrigatoriamente: a) integral
Especificamente em relação ao meio ambiente os reparação do dano; b) esclarecimento dos fatos; c)
valores podem ser geridos para o CFDD (Conselho obrigatoriedade de estipulação de cominações no
Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos caso de inadimplemento; d) anuência do MP
quando não for autor, consoante Art. 5, parágrafo 6
Difusos) instituído pela Lei 9008/95. da LACP

RESPONSABILIDADE PENAL CRIMES AMBIENTAIS


• Pessoa física ou jurídica • - Ação Penal Pública Incondicionada (TODOS)
• - Permitem a aplicação dos Arts. 74,76 e 89 da Lei
• Caráter de sanção 9099/89 (Juizados Especiais)
• Natureza punitiva • - Sujeito Ativo - qualquer pessoa física ou jurídica
• Competência da Justiça Federal ou estadual imputável
• - Penas pessoa física - privativa de liberdade,
• Local de ocorrência do dano ou em que o restritiva de direito, multa
dano deveria ocorrer • - Pena pessoas jurídicas - multa, restritivas direito,
• Lei 9605/98 prestação serviço à comunidade

61
CRIMES AMBIENTAIS CRIMES AMBIENTAIS
• - Sujeito Passivo • Atenuantes (Art. 14) - baixo grau de instrução
• - DIRETO - União, Estados e Municípios
• - INDIRETO - Coletividade
• - EXCEÇÃO - Art. 49 (destruir ornamentação) sujeito passivo é o • - Sujeito se arrepender e reparar ou atenuar o dano
titular do bem jurídico ameaçado ou lesado
espontaneamente
• - Espécies de crime
• - fauna • - Comunicar previamente o perigo iminente de dano
• - flora ambiental
• - poluição • - Cooperação com os agentes de vigilância
• - ordenamento urbano e cultural
• - contra administração ambiental
• - cooperação internacional para a preservação ambiental

CRIMES AMBIENTAIS CRIMES AMBIENTAIS


• - Agravantes (Art. 15) • - CONCURSO - RESPONSABILIDADE - DIRETA- dos
• - reincidência
dirigentes das empresas
• - Vantagem pecuniária
• - coação a outrem para execução da infração • - INDIRETA - preposto ou mandatário com poder de
• - expor gravemente a perigo a saúde e o meio ambiente decisão (Art. 2 da Lei 9605/98)
• - danos à propriedade alheias
• - atingir unidades de conservação
• - áreas urbanas • - Responsabilidade penal CUMULATIVA entre
• - período de reprodução da fauna pessoa física e jurídica
• - noite
• - domingos e feriados
• - secas e inundações

CRIMES AMBIENTAIS CRIMES AMBIENTAIS


• - Características do Crime Ambiental/Delito ecológico • 7) normas eximentes – não são aceitas causas de justificação
• 1) normas penais em branco – tipos de lesão que tutelam específicas, exceto Estado de necessidade e Ação socialmente
adequada
o bem ofendido
• 2) tipos de perigo abstrato
• 8) risco consentido (autorização)- elemento do tipo – ilicitude
• 3) delitos de mera conduta (possibilidade) - culpabilidade (impossibilidade)
• 4) crime ecológico de dano – verificação do momento da
inquinação do bem ambiental (difícil verificação) • 9) a autorização só pode ser utilizada como causa de justificação
• 5) crime de perigo abstrato quando a normatização for regional ou local por determinação legal,
conforme Art. 19/CP
• 6) nexo da causalidade
• 7) violação formal de obediência – periculosidade social
• 10) responsabilidade objetiva

• 11) pena de detenção ou pecuniária

62
Responsbilidade civil por disposição inadequada de
CRIMES AMBIENTAIS resíduos sólidos
• 12) multa com caráter sancionatório – inexistência de “bis in DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Agravo de Instrumento. Meio Ambiente.
idem” Ação civil pública. Depósito de resíduos vegetais a céu aberto.
Município. Obrigação de fazer e não fazer. Liminar. Multa diária.
Cominação. Legalidade. Não ostenta ilegalidade alguma despacho
• 13) substituição da pena de detenção por interdição dos serviços judicial que, liminarmente, impões à requerida cominação de multa
diária, em sede de ação civil pública ambiental, caso não se abstenha
de forma efetiva de atear fogo a resíduos vegetais, em depósito a céu
• 14) crimes afiançáveis aberto, ou venha a permitir que terceiros o façam, no prazo fixado
pelo Juiz, ainda que se cuide de poder público, por ser prevista tal
• 15) Inexiste crime quando há PERMISSÃO, CONCESSÃO ou medida excepcional, sem quaisquer ressalvas, na legislação específica
que rege a matéria. Inteligência da lei n. 7.347, de 24.7.1985, arts. 11 e
LICENÇA da autoridade competente 12. Decisão confirmada. Recurso desprovido.

• 16) MP 2163-41/2001 - suspendeu em 10 anos a aplicação da Lei (Ag. Instr. 308.131-5/1-00, Campinas, TJSP - 5ª Câm. Dir. Públ. - j.
9605/98 (inconctitucional?) 15.05.03 - rel. Xavier de Aquino - in JTJ 268/set/03)

Responsbilidade civil por disposição inadequada de Responsbilidade civil por disposição inadequada de
resíduos sólidos resíduos sólidos
A vida na pior área de contaminação do País (O Estado de São Paulo
AÇÃO CIVIL PÚBLICA - Depósito de resíduos sólidos domésticos e - Geral - 25/9/2004)
de resíduos inertes em aterro sanitário, situado em zona de
proteção aos mananciais - Mantida a sentença que condenou a • População sente os efeitos provocados pelo Aterro Mantovani, em
Municipalidade em obrigação de não fazer relativamente ao Santo Antônio de Posse (SP)
depósito de resíduos sólidos domésticos - Obrigação não SILVANA GUAIUME
extensiva aos resíduos inertes - Embargos infringentes recebidos
para prevalência do voto vencido negando-se provimento ao • SANTO ANTÔNIO DE POSSE - Há três anos e meio, um relatório da
apelo do Ministério Público e ao recurso oficial - Votos vencidos. Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb)
(Embargos Infringentes n. 268.742-1 - São Paulo - 3ª Câmara de apontou contaminação por solvente da água do poço do Sítio Santa
Adélia, vizinho do Aterro Mantovani, em Santo Antônio de Posse,
Direito Público - Relator: Ribeiro Machado - 11.11.97 - M.V.) região de Campinas. A família do agricultor Hélio Staiger, porém,
continuou consumindo, sem saber, a água contaminada até um ano
atrás, quando a Cetesb lacrou o poço. Pouco depois, Staiger
descobriu que tem mieloma, um câncer na medula óssea, e precisa
de transplante.

Responsbilidade civil por disposição inadequada de Responsbilidade civil por disposição inadequada de
resíduos sólidos resíduos sólidos
A vida na pior área de contaminação do País • O pior - O Aterro Mantovani é apontado em um relatório do Ministério
Público Federal como o pior caso de contaminação do Brasil. O local abriga
(O Estado de São Paulo - Geral - 25/9/2004) declaradas 350 mil toneladas de resíduos industriais despejados por 63
fábricas da região, a maioria de grande porte, entre 1974 e 1987. As 350 mil
toneladas já são um número assustador. Mas Maria Sueli comentou que há
• População sente os efeitos provocados pelo Aterro Mantovani, em relatos indicando que essa quantidade seria maior, de no mínimo 500 mil
Santo Antônio de Posse (SP) toneladas. O aterro parou de operar em 1987 por determinação da Cetesb,
mas a contaminação só começou a ser tratada 14 anos depois, em 2001.
SILVANA GUAIUME
• Embora tenha afirmado que toda poluição ambiental é grave, o gerente
• SANTO ANTÔNIO DE POSSE - Há três anos e meio, um relatório da regional da Cetesb de Campinas, Fernando Carbonari, reconheceu que o
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) aterro é a maior contaminação em volume de sua região, que compreende
apontou contaminação por solvente da água do poço do Sítio Santa 36 municípios e 53 áreas contaminadas.
Adélia, vizinho do Aterro Mantovani, em Santo Antônio de Posse,
região de Campinas. A família do agricultor Hélio Staiger, porém, • Das 63 indústrias que despejaram detritos no local, 48 assumiram o
continuou consumindo, sem saber, a água contaminada até um ano problema e custearam os R$ 6 milhões gastos até agora com medidas de
atrás, quando a Cetesb lacrou o poço. Pouco depois, Staiger emergência de contenção dos poluentes (organoclorados, solventes e
descobriu que tem mieloma, um câncer na medula óssea, e precisa metais pesados, entre outros). As outras 15 fábricas estão sendo acionadas
de transplante. em uma ação civil pública do Ministério Público Estadual de Jaguariúna.

63
MUITO OBRIGADO

prps33@gmail.com

64

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