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REGISTRAL
Relação entre Direito Notarial e Registral e a Relação entre Direito Notarial e Registral e a
Proteção do Meio Ambiente Proteção do Meio Ambiente
• Efetividade da legislação ambiental por meio dos • Escritura pública de concessão de direito de
princípios da especialização e da publicidade
registral superfície
• A informação ambiental como parte do cadastro • Averbações de limitações de uso de imóveis por
dos registros de imóveis
• Restrições ambientais e sua publicidade registral contaminação (áreas contaminadas)
• Instituição de servidão ambiental por meio de • A atividade notarial, registral e a inspeção
escritura pública e respectivo registro ambiental imobiliária
• Escritura pública de servidão florestal, como
instrumento para efetivar projetos de créditos de • Instituição do solo criado
carbono • Outorga onerosa do direito de construir
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Relação entre Direito Notarial e Registral e a Relação entre Direito Notarial e Registral e a
Proteção do Meio Ambiente Proteção do Meio Ambiente
Principais acontecimentos
Principais acontecimentos
a nível mundial
a nível mundial
na tutela ambiental
na tutela ambiental
1985 1987
1968 1970
1971 Convenção de Viena Protocolo de Montreal
Manifesto do Clube Criação da National
de Roma Policy Act
Manifesto Menton
1987 1992
1987 1972 1972 Painel Conferência do Rio
Relatório Conferência de Criação do Programa Intergovernamental de Janeiro sobre
Brundtland das Nações Unidas Meio Ambiente e
Estocolmo Sobre Mudanças
Desenvolvimento = Agenda 21
Climáticas
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• 75% da superfície da terra é coberta por água.
NO MUNDO: • 97% daservindo
água existente na terra é de mares, salgada, não
nem mesmo para uso industrial.
•as2%reservas
se encontram nas calotas polares, são consideradas
mais puras do planeta, mas sua exploração é
Quantidade de água existente no Planeta Terra:
- 1,6 bilhões de Km3 inviável.
- 1.350.000.000 Km3 de água salgada
A conscientização
ambiental exige Uma nova postura é solicitada
uma nova postura de profissionais de diversas
do jurista, que no ordens, que, ao par da função
seu campo tradicional de garantidores da
específico, se alia certeza jurídica dos atos a seu
ao cientista, na
elaboração, agora, cargo, passam a prestar um
não apenas de uma relevante serviço à sociedade,
sociedade justa, - como garantidores da função
missão principal sócio-ambiental da
para ele até aqui - propriedade.
mas de um planeta
habitável.
Perspectivas mundiais
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Transformações da Sociedade Resultantes Globalização da Economia
de:
• vem exigindo cada vez mais novos investimentos
Explosão demográfica gerando Grandes
concentrações humanas nas cidades • ocupação das fronteiras agrícolas internacionais
Consumo de massa
Multinacionais • ampliação da atividade industrial
Concentração de parques industriais • aliado a grande crescimento da população da Terra
Grandes Conglomerados financeiros
Ampliação das fronteiras agrícolas • que hoje tem 6,2 bilhões de humanos, que demandarão
Gerando convulsões inerentes a tais produtos, serviços, determinando uma forte pressão sobre
os meios de produção e os recursos naturais especialmente
fenômenos sociais energia
PERSPECTIVAS
MUNDIAIS A
As
LONGO PRAZO
PERSPECTIVAS Dimensões
MUNDIAIS do Problema Em 25 anos,
A LONGO PRAZO irá crescer 3.7
Ambiental. bilhões de
pessoas
População mundial
90% do crescimento
de 6,2 bilhões de
demográfico 90% do aumento
habitantes, cresce ocorrerá em países
ocorrerá nas áreas
1,7% ao ano = 9,9 em desenvolvimento
O Fatalismo Bilhões em 2.025
urbanas
Desenvolvimentista.
4
As Dimensões do Problema Ambiental.
O Fatalismo Desenvolvimentista. 10%
RICOS
=
40% RENDA
>.
A expressão desenvolvimento
sustentável, foi incorporada ao
vocabulário pela Comissão Mundial OS 40% MAIS POBRES
sobre Meio Ambiente e =
Desenvolvimento (Comissão
Brundtland), em seu relatório 8,2% DA RENDA
“Nosso Futuro Comum” (1987).
É entendida como o atendimento
40% DAS FAMÍLIAS COM
das necessidades da gerações
atuais sem por em risco a RENDA ABAIXO DE ¼ DE SALÁRIO MÍNIMO
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
DESENVOLVIMENTO É definido como satisfazer as necessidades da geração
atual sem comprometer as necessidades da gerações
futuras.
É necessário estabelecer um balanço, um equilíbrio entre
economia e ecologia.
Embora todos reconheçam que o desenvolvimento é uma
meta desejável, nos últimos anos cresceu a preocupação
em saber se as limitações ambientais virão a restringi-lo e
se o desenvolvimento causará graves danos ao meio
ambiente prejudicando a qualidade de vida desta e das
futuras gerações.
Conseguir um desenvolvimento sustentado e eqüitativo
SUSTENTÁVEL continua sendo o maior desafio da raça humana.
Direito X Economia
DIREITO X ECONOMIA
• Modelo Tradicional Sociedade sustentável
• Direito e economia • Direito e Economia se
andam em linhas encontram para
paralelas que não se regulamentar as
encontram nunca: atividades
nem no céu, nem no econômicas
inferno regulando a economia
para proporcionar a
sociedade sustentável
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Economia tradicional
X SUSTENTABILIDADE
Economia Ecológica
FALA-SE EM UMA SOCIEDADE
• Economia tradicional • Economia Ecológica SUSTENTÁVEL, QUANDO HÁ A
• Indivíduos • Tem uma visão mais UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS
consumidores são holística com os
figuras centrais; humanos como um PARA ATENDER ÀS GERAÇÕES
componente parte do
• A base dos recursos se
toma como
sistema total PRESENTES SEM COMPROMETER A
essencialmente • O SISTEMA HUMANO VIDA DAS GERAÇÕES FUTURAS.
inesgotáveis devido ao É UM SUBSISTEMA
progresso técnico e DENTRO DO SISTEMA
infinita substituibilidade ECOLÓGICO MAIOR
ADMINISTRATIVA
CIVIL
CRIMINAL
Constituição
Federal
Civil Ambiental Penal
Processual
6
Artigo 225 da Constituição Direitos Difusos
Federal Características:
Conceito de Ambiente
O bem ambiental é um bem coletivo, Conceito de Ambiente
de fruição indivisível e pluri-individual,
insuscetível de apropriação individual
em sua totalidade.
O conceito de ambiente não exprime uma noção
O BEM AMBIENTAL É OBJETO DE TUTELA estática.
INDEPENDENTE DE SUA TITULARIDADE.
AMBIENTE É UM BEM DINÂMICO – são coisas que
Meio ambiente é “o conjunto de condições,
leis, influências e interações de ordem física, se movem e que interagem que constituem o
química e biológica, que permite, abriga e
rege a vida em todas as suas formas” (art. 3º sistema, tais como o movimento das correntes de
da LPNMA). ar, das correntes marinhas, da circulação da água,
as mudanças climáticas, as variações das estações, a
vida das plantas e animais.
39 40
Por isto a lei protege não apenas as coisas em si, A lei tutela o bem (global) ambiente como objeto
mas também as qualidades das coisas, as suas substancial genérico e os vários bens ambientais
características físicas e químicas. como objeto substancial específico.
Neste sentido, constitui dano ambiental não só a A LESÃO DA PARTE CONSTITUI LESÃO DO TODO: o
alteração dos bens individualmente considerados, dano a bens específicos, aos componentes
mas também o equílibrio do sistema ambientais é também dano ao ambiente, enquanto
bem unitário e global.
41 42
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Conceito de Ambiente Conceito de Ambiente
Espécies ⇒ natural
⇒ cultural
⇒ trabalho
⇒ urbano
8
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SISTEMA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE -
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Licenciamento ambiental Licenciamento ambiental
O Licenciamento Ambiental é tratado no Brasil pela
seguinte legislação:
O Licenciamento Ambiental é tratado no Brasil pela
• Lei 6.938/81 seguinte legislação:
• Resolução 001/86, CONAMA – avaliação de impacto
ambiental • Resolução CONAMA 305/2002 – licenciamento
• Resolução 237/97, CONAMA – licenciamento ambiental, estudo e relatório de impacto ambiental;
ambiental em geral • Resolução CONAMA 377/2006 – Dispõe sobre o
• Resolução CONAMA 308/2002 – licenciamento licenciamento ambiental simplificado de Sistemas de
ambiental de sistemas de disposição final dos Esgotamento Sanitário.
resíduos sólidos urbanos gerados em pequenos
municípios
• Resolução CONAMA 305/2002 – licenciamento
ambiental, estudo e relatório de impacto ambiental
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Licenciamento ambiental
Licenciamento Ambiental é um instrumento de
planejamento que tem como objetivo a preservação, a
ZONEAMENTO
melhoria e a recuperação da qualidade ambiental propícia
a vida, visando assegurar, no país, condições ao AMBIENTAL
desenvolvimento sócio-econômico e a proteção da
dignidade da vida humana.
A construção, instalação, ampliação e funcionamento de
qualquer equipamento ou atividade que sejam
considerados poluidores ou potencialmente poluidores do
Meio Ambiente no Território Nacional, depende de prévio
licenciamento.
O Licenciamento Ambiental está previsto na Lei nº
6.938/81, que estabelece as diretrizes da Política
Nacional de Meio Ambiente e é caracterizado por três
fases distintas:
Licença Prévia – LP
Licença de Instalação – LI
Licença de Operação - LO
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Padrões de qualidade da água Padrões de qualidade da água
MONITORAMENTO AMBIENTAL
Classe II - pouco degradado - corpos de água com
pequeno aporte de nutrientes orgânicos e inorgânicos e
MONITORAMENTO QUANTITATIVO DA ÁGUA
de matéria orgânica; pequena depleção de oxigênio;
MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS
transparência da água relativamente alta; baixa
densidade de algas; pequeno tempo de residência e/ou
CLASSES DAS ÁGUAS: grande profundidade média.
Classe I - não impactado a muito pouco degradado - corpo Classe III - moderadamente degradado - déficit de
de água sempre saturados de oxigênio; pobres em oxigênio dissolvido considerável, podendo ocorrer uma
camada anóxica próxima ao fundo; aporte considerável
nutrientes; conteúdo muito pequeno de matéria orgânica;
de nutrientes e matéria orgânica; grande variedade e
alta transparência das águas; densidade de algas muito
diversidade de algas com algumas espécies
baixa; pequeno tempo de residência; grande profundidade predominantes; moderada tendência à eutrofização
média. devido ao tempo de residência.
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Padrões de qualidade do ar Padrões de qualidade do solo
São padrões secundários de qualidade do ar as concentrações de Área contaminada é aquela onde, comprovadamente, há poluição
poluentes atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso causada por quaisquer substâncias ou resíduos que nela tenham
sobre o bem estar da população, assim como o mínimo dano à fauna e à sido depositados, acumulados, armazenados, enterrados ou
flora, aos materiais e ao meio ambiente em geral. Podem ser entendidos infiltrados, e que causa impacto negativo à saúde humana e ao
como níveis desejados de concentração de poluentes, constituindo-se em
meio ambiente.
meta de longo prazo.
O objetivo do estabelecimento de padrões secundários é criar uma base – Averbação dos imóveis contaminados e fontes de
para uma política de prevenção da degradação da qualidade do ar. Deve contaminação:
ser aplicado a áreas de preservação (por exemplo: parques nacionais, – Espanha: Real Decreto 9/2005 – 14 de janeiro de 2005. Este
áreas de proteção ambiental, estâncias turísticas, etc.). Não se aplicam,
decreto disciplinará o problema das áreas contaminadas em
pelo menos a curto prazo, a áreas de desenvolvimento, onde devem ser
aplicados os padrões primários. Como prevê a própria Resolução
todo território espanhol. Esta legislação estabelece critérios e
CONAMA nº 03/90, a aplicação diferenciada de padrões primários e padronizações sólidos para a declaração das áreas
secundários requer que o território nacional seja dividido em classes I, II e contaminadas e potencialmente contaminadas, outorgando ao
III conforme o uso pretendido. A mesma resolução prevê ainda que proprietário da área direito de defesa e criando mecanismos
enquanto não for estabelecida a classificação das áreas os padrões modernos de constatação, remediação (descontaminação) e
aplicáveis serão os primários. publicidade notarial e registral.
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Avaliação do Passivo Ambiental
• Conceito:
Consiste na apuração de todo o
conjunto de obrigações efetivas ou
meramente potenciais derivadas de
desconformidades administrativas e
ambientais da atuação humana
PASSIVO sobre a propriedade.
AMBIENTAL
É o conjunto de obrigações
efetivas ou potenciais
representadas pecuniariamente e
que oneram determinado
patrimônio, resultante dos efeitos
ambientais adversos de natureza
física, biológica e antrópica, que
uma atividade gera no ambiente.
PROCESSO CG Nº 167/2005 - CAPITAL – MINISTÉRIO PÚBLICO DO – Segurança jurídicoregistral, estática e dinâmica, que reclama
ESTADO DE SÃO PAULO e COMPANHIA DE TECNOLOGICA DE concentração da notícia de contaminação, oficialmente declarada, no
SANEAMENTO AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – CETESB fólio real
REGISTRO DE IMÓVEIS – Cadastramento de áreas
contaminadas sob a responsabilidade da – Integração do Registro Predial na esfera da tutela ambiental
CETESB, qualificado com presunção de
veracidade e legalidade, própria dos atos da – Admissibilidade da publicidade registral de áreas contaminadas por
Administração Pública substâncias tóxicas e perigosas, por averbação enunciativa de
“declaração” ou “termo” emitido pela Cetesb
– Interesse público que envolve a referida
matéria ambiental e que impõe amplitude de – Inteligência do artigo 246 da Lei de Registros Públicos - Consulta
informação conhecida, com resposta positiva.
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Áreas Contaminadas: Averbação no Registro de
Áreas Contaminadas: Averbação no Registro de Imóveis
Imóveis • Jurisprudência da Corregedoria-Geral da Justiça de São Paulo
• Jurisprudência da Corregedoria-Geral da Justiça de São Paulo • – Segurança jurídico-registral, estática e dinâmica, que reclama
concentração da notícia de contaminação, oficialmente declarada, no
fólio real - Integração do Registro Predial na esfera da tutela ambiental
• Meio ambiente – área contaminadas. Publicidade registral.
Restrições ambientais. Averbação – numerus apertus. • – Admissibilidade da publicidade registral de áreas contaminadas por
substâncias tóxicas e perigosas, por averbação enunciativa de
“declaração” ou “termo” emitido pela Cetesb – Inteligência do artigo 246
• REGISTRO DE IMÓVEIS – Cadastramento de áreas contaminadas sob da Lei de Registros Públicos
a responsabilidade da CETESB, qualificado com presunção de
veracidade e legalidade, própria dos atos da Administração Pública • - Consulta conhecida, com resposta positiva. (Processo CG nº 167/2005, São
Paulo, com parecer emitido em 20/04/2006, aprovado em 02/05/2006 e publicado
no D.O.E. em 12/06/2006). (Decisão já divulgada no Boletim Eletrônico Irib nº 2.482,
enviado em 12/06/2006).
• – Interesse público que envolve a referida matéria ambiental e que
impõe amplitude de informação
BEM
COMUM Dos Princípios Constitucionais aplicáveis aos processos
administrativos de licenciamentos urbanísticos e ambientais
» Fonte: CASTRO, Fernando Coelho de; RODRIGUES, Eloiza Lutero Alves. Inspeção ambiental
imobiliária. São Paulo: Livraria e Editora Universitária de Direito, 2004.
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INSPEÇÃO AMBIENTAL IMOBILIÁRIA:
INSPEÇÃO AMBIENTAL IMOBILIÁRIA
PROCEDIMENTO
• FASE 1 – INSPEÇÃO JUDICIAL:
• FASE 2 – INSPEÇÃO CONFIRMATÓRIA: consiste na
comprovação, ou não, da contaminação de outras a) Requisição da documentação da atual atividade no
interferências ambientais. Define-se a equipe de imóvel;
trabalho e os ensaios, realizando-se as análises b)Pesquisa e estudo da documentação fornecida das
laboratoriais que exigem coleta de amostras para atividades pretéritas do imóvel e entorno;
melhor avaliar suspeitas identificadas e c) Estudo das antigas ocupações no imóvel;
recomendadas na Fase 1. d)Determinação da eventual potencialidade de dano
» Fonte: CASTRO, Fernando Coelho de; RODRIGUES, Eloiza Lutero Alves. Inspeção
ambiental no imóvel;
ambiental imobiliária. São Paulo: Livraria e Editora Universitária de Direito, 2004.
» Fonte: CASTRO, Fernando Coelho de; RODRIGUES, Eloiza Lutero Alves. Inspeção ambiental imobiliária. São Paulo: Livraria e
Editora Universitária de Direito, 2004.
15
Função Ambiental da Propriedade Função Ambiental da Propriedade
• A Constituição Federal de 1988 prevê a necessidade • Trata-se, pois, de direito intrínseco à propriedade. O
do cumprimento da função social nos artigos 5º, conceito de propriedade encerra em si a função
inciso XXIII, 170, III, 182 e 184. social e o direito de propriedade é, por
conseqüência, só e legítimo na medida em que a
• A propriedade ser cumpridora da função social, não se função social estiver sendo cumprida.
configurando, esta, como um limite à propriedade, pois a
função social não compõe obrigação imposta ao
proprietário, vez que limites e obrigação são elementos • A função social também não se confunde com os
externos a qualquer instituto do direito, ou seja, são
elementos que incidem sobre o sujeito ou objeto do limites imposto à propriedade por força do poder
direito. A função social, contudo, é elemento conformador de polícia do Estado ou das disposições civis do
da propriedade, que aparece como uma de suas muitas direito de vizinhança – esses são elementos
facetas.
externos à propriedade.
91 92
93 94
BEM
COMUM Dos Princípios Constitucionais aplicáveis aos processos
administrativos de licenciamentos urbanísticos e ambientais
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Princípios de Direito Ambiental Princípios de Direito Ambiental
O Direito Ambiental é caracterizado por três princípios
fundamentais: • Princípio da Prevenção
PRINCÍPIO DA POLUIDOR PRINCÍPIO DA
PREVENÇÃO PAGADOR COOPERAÇÃO • Princípio do Poluidor Pagador ou da Responsabilização
Princípio da Cooperação
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DIREITO de Propriedade = um feixe de SERVIÇOS AMBIENTAIS
DIREITOS
CLIMA
DIREITO DIREITO DIREITO SEQUESTRO
DE CHUVAS
CARBONO
GOZAR CONTROLE
ÁGUA
DE VENTOS
PRESTAR
ONERAR SERVIÇOS
FRUIR AMBIENTAIS POLENIZAÇÃO
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LIMITAÇÕES AO DIREITO DE LIMITAÇÕES AO DIREITO DE
PROPRIEDADE. PROPRIEDADE.
Espaços Ambientais.
Quer constituam bens de domínio público ou propriedade
A Constituição impõe ao Poder Público o dever de definir, privada, ficam eles sujeitos a um regime jurídico de interesse
em todas as unidades da Federação espaços territoriais e público pela relevância dos atributos naturais de que se
seus componentes a serem especialmente protegidos, revestem, postulando proteção especial.
sendo a alteração e a supressão permitidas somente A Lei 6.938/81, no inciso vI, do art. 9º, inclui os espaços
através de lei, vedada qualquer utilização que territoriais especialmente protegidos pelo Poder público
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem Federal, Estadual e Municipal como instrumentos da Política
sua proteção (art. 225, § 1°, III). Nacional do Meio Ambiente, exemplificando, como tais, com as
áreas de proteção ambiental, as áreas de relevante interesse
Espaços territoriais e seus componentes, em sentido ecológico e as reservas extrativistas.
ecológico, referem-se na verdade a ecossistemas. Sua
definição como tal pelo Poder Público, lhe conferem um Espaços territoriais especialmente protegidos são áreas
geográficas públicas ou privadas dotadas de atributos
regime jurídico especial, quanto à modificabilidade e ambientais que requeiram sua sujeição, pela lei, a um regime
quanto à fruição, natureza essa que decorre do preceito jurídico de interesse público que implique sua relativa
constitucional, quando diz que não podem ser alterados imodificabilidade e sua utilização sustentada, tendo em vista a
nem suprimidos, senão através de lei e nem ser utilizados preservação e proteção da integridade de amostras de toda a
de modo a comprometer os atributos que justifiquem sua diversidade de ecossistemas, a proteção ao processo evolutivo
proteção. das espécies, a preservação e proteção dos recursos naturais.
Adequado
• “O direito de propriedade é reconhecido ordenamento
Patrimônio cultural
(CF, art. 23, III)
O meio ambiente
(CF, art. 23, VI e
constitucionalmente, mas seu conteúdo final é territorial (CF, art. VII; 170, VI e 225)
30, VIII)
determinado pela legislação ordinária; o que
O adequado Ordenação da O bem-
bem-estar dos
permite o estabelecimento de limitações a tal aproveitamento do habitantes das cidades
cidade (CF, art.
direito, sem que seu proprietário tenha direito a solo urbano (CF, art.
182, §, 2º)
(CF, art. 182, caput)
180, § 4º)
qualquer indenização, ou possa pleitear uma
desapropriação indireta.” Parcelamento do solo Zoneamento industrial Uso de veículos
urbano (Lei nº (Lei nº 6.803/1980) automotores
• (REFLEXÕES SOBRE A HIPERTROFIA DO DIREITO DE PROPRIEDADE NA TUTELA DA RESERVA LEGAL E DAS ÁREAS DE 6.766/1979) (rodízio)
PRESERVAÇÃO PERMANENTE, p. 17.
114
19
LIMITAÇÕES AO DIREITO DE Proteção Legal das Florestas e Outras
PROPRIEDADE. Formas de Vegetação
ÁREAS DE ÁREAS DE
PRESERVAÇÃO RESERVA LEGAL:
PERMANENTE: arts.. 1º e 16
arts
arts.. 2º e 3º
arts
117
Unidades de Conservação
ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL – DF
Ambiental
• O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza foi
criado pela Lei 9.985/2000. • APA DA BACIA DO RIO SÃO BARTOLOMEU;
• As diversas categorias dividem-se em:
20
Áreas de Preservação
ÁREAS DE Permanente
• PRESERVAÇÃO, do latim praeservare,
PRESERVAÇÃO observar previamente, engloba todas as ações
que visam a salvaguardar bens identificados,
PERMANENTE classificados ou protegidos. Segundo a Carta
de Nairobi, “preservação deve significar a
identificação, proteção, conservação,
restauração, renovação, manutenção e
revitalização”, ou seja, todas as operações
necessárias à defesa e salvaguarda de um
bem.
121 122
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125 126
21
Áreas de Preservação Permanente Áreas de Preservação Permanente
• b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais;
• g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura
• c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", do relevo, em faixa nunca inferior a 100 m (cem metros) em
qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 m projeções horizontais;
(cinqüenta metros) de largura;
• h) em altitude superior a 1.800 m (mil e oitocentos metros), qualquer
• d) no topo de morros, montes, montanhas e serras; que seja a vegetação.
• e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45 , • Parágrafo único. No caso de áreas urbanas, assim entendidas as
equivalente a 100% na linha de maior declive; compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei municipal e
nas regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, em todo o
território abrangido, observar-se-á o disposto nos respectivos planos
• f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; diretores e leis de uso do solo, respeitados os princípios e limites a
que se refere este artigo.
127 128
129 130
Áreas de Preservação Permanente Considerada pelo Código Florestal Federal como "área de
preservação permanente", com diversas funções ambientais, a mata
ciliar deve respeitar uma extensão específica de acordo com a
largura dos rios, córregos, lagos, represas e nascentes.
• A Resolução n. 303/2002, do CONAMA, descreve detalhadamente
os parâmetros, as definições e os limites de áreas de Preservação
Permanente. Recebe este nome, pois tem a mesma função de nossos cílios:
PROTEGER. A sua ausência provoca:
22
Mata ciliar – é a formação vegetal nas margens dos nos, córregos, BANHADOS – ALAGADOS –
VARJÕES - VÁRZEAS
lagos, represas e nascentes. Também é conhecida como mata de
galeria, mata de várzea, vegetação ou floresta ripária.
BANHADOS NATURAIS
são considerados áreas de preservação permanente,
sendo que nestas áreas de preservação permanente
não serão permitidas atividades que, de qualquer
forma, contribuem para descaracterizar ou prejudicar
seus atributos e funções essenciais.
23
Resolução Conjunta IBAMA / SEMA / IAP nº 45, Resolução Conjunta IBAMA / SEMA / IAP nº 45,
de 25 de setembro de 2007. de 25 de setembro de 2007.
• Art. 2º. Para os efeitos desta Resolução Conjunta,
entende-se por: • Art. 4º. Excepcionalmente, poderá ser admitida
• I. Solo hidromórfico: é o solo que em condições intervenção em áreas úmidas e em seus entornos
naturais se encontra saturado por água,
permanentemente ou em determinado período do protetivos, observada a normativa vigente e
ano, independente de sua drenagem atual e que, em quando comprovada, através de estudos, a
virtude do processo de sua formação, apresenta, inexistência de alternativas técnicas e locacionais
comumente, dentro de 50 (cinqüenta) centímetros a para a execução de obras, atividades ou
partir da superfície, cores acinzentadas, azuladas ou empreendimentos de utilidade pública ou de
esverdeadas e/ou cores pretas resultantes do acúmulo
de matéria orgânica; interesse social.
• III. Área úmida: é o segmento de paisagem constituído
por solos hidromórficos;
139 140
143 144
24
Supressão de vegetação nativa Resolução CONAMA nº
ou 369/06
• define os casos excepcionais em que o órgão
a exploração florestal sob regime de manejo ambiental competente pode autorizar a
sustentável, para retirada seletiva de intervenção ou supressão de vegetação em Área
exemplares comerciais (palmito, cipós, xaxim, de Preservação Permanente-APP para utilidade
espécies ornamentais, espécies medicinais, pública ou interesse social, ou para a
toras de madeira, etc) não podem ser realizados realização de ações consideradas eventuais
sem o amparo da licença do DEPRN. e de baixo impacto ambiental.
• utilidade pública;
A pena pelo crime varia de 3 (três) meses a 1
(um) ano de detenção e multa de R$ 1.500,00 • interesse social;
(mil e quinhentos reais) por hectare. • intervenção ou supressão de
vegetação eventual e de baixo
impacto ambiental.
145 146
147 148
25
ÁREAS DE RESERVA LEGAL ÁREAS DE RESERVA LEGAL
arts. 1º e 16 – Código Florestal origem histórica
(alterado pela MP n. 2.166-67, de 24 de agosto de 2001).
26
Reserva legal fora do imóvel
Reserva legal fora do imóvel
• PORTARIA IAP Nº 105, DE 26 DE JUNHO DE 2008 -
• Poderá ser instituída reserva legal em Normatiza os instrumentos de compensação da
regime de condomínio entre mais de uma Reserva Legal relativos à servidão florestal e às
propriedade, respeitado o percentual legal Reservas Coletivas no Estado do Paraná e dá
em relação a cada imóvel, mediante a outras providências.
aprovação do órgão ambiental estadual
competente e as devidas averbações • EDITAL IBAMA / SUPES - PR nº 00 /2006 -
referentes a todos os imóveis envolvidos. utilização do procedimento legal denominado
Compensação de Reserva Legal, amparado na
legislação ambiental vigente, tendo como alvo os
terrenos titulados no interior do perímetro do
Parque Nacional de Ilha Grande.
157 158
27
Instruções Normativas do Ministério do Meio
Ambiente sobre APP E RL
• INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 4, DE 8 DE SETEMBRO DE 2009
164
165 166
167 168
28
Servidão Ambiental
• Tida como gênero, do qual a servidão florestal é
AMBIENTAL
próprio Poder Público, ou mesmo em favor do
ambiente (Easement in Gross).
• Portanto, deixa de ser requisito o imóvel dominante e
serviente.
169 170
29
Servidão Florestal Servidão Florestal
175 176
30
Reserva legal e o Registro de Imóveis
Meios de instituição da Servidão Marcelo Augusto Santana de Melo,
• a) Reserva Legal. Registrador Imobiliário em Araçatuba-SP
Florestal • Av-00 em 00/00/0000
• Caso não seja observada a forma prescrita em lei, o • RESERVA LEGAL
ato jurídico não criará um direito real, não sendo • De acordo com os documentos e planta apresentados e
oponível erga omnes. microfilmados, especialmente o Termo de Preservação
de Reserva Legal datado de [data_do_termo], assinado
• Será apenas um direito pessoal, de natureza pelo proprietário e pela FEMA [nome_do_responsavel],
obrigacional, que poderá apenas se resolver em foi especializada a Reserva Legal, nos termos do § 2º do
perdas e danos. art. 16 do Código Florestal (Lei 4.771/65), que incide
sobre parte(s) do imóvel matriculado, com 00ha,
• Num futuro próximo, muitas ações poderão ser correspondente a 20% da área total:
propostas visando anular “servidões florestais” [DESCRIÇÃO_DA_ÁREA]. (Protocolo nº 000.000 de
criadas através de instrumentos particulares (ainda 00/00/000). AVERBADO POR: _________________
(Marcelo Augusto Santana de Melo) Oficial.
que registrados) ou de formulários administrativos.
181 182
183 184
185 186
31
Reserva legal e o Registro de Imóveis Cotas de Reserva Legal
187 188
• Parágrafo único. A regulamentação deste Código • Parágrafo único. A regulamentação deste Código
disporá sobre as características, natureza e disporá sobre as características, natureza e
prazo de validade do título de que trata este prazo de validade do título de que trata este
artigo, assim como os mecanismos que artigo, assim como os mecanismos que
assegurem ao seu adquirente a existência e a assegurem ao seu adquirente a existência e a
conservação da vegetação objeto do título. conservação da vegetação objeto do título.
189 190
191 192
32
Cotas de Reserva Legal Cotas de Reserva Legal
• Art. 3º A CRF será emitida pelo órgão federal • Art. 4º O proprietário rural interessado na emissão de
• CRF deve apresentar ao órgão federal executor do Sisnama,
executor doSistema Nacional do Meio ambiente – por intermédio do
Sisnama, em favor de proprietário rural que • órgão estadual competente do Sisnama, proposta
mantenha área nas condições previstas no art. 2º. acompanhada de:
• I – certidão atualizada da matrícula do imóvel expedida
• pelo serviço de registro de imóveis competente;
• Parágrafo único. O órgão federal executor do • II – cédula de identidade do proprietário, quando se tratar
Sisnama manterá, em conjunto com os órgãos • de pessoa física;
estaduais competentes do Sisnama, sistema de • III – ato de designação de responsável, quando se tratar
registro de emissão, cancelamento e transferência • de pessoa jurídica;
de CRF.
193 194
197 198
33
Cotas de Reserva Legal Cotas de Reserva Legal
• § 4º A utilização de CRF para compensação da reserva legal
deve ser averbada na matrícula do imóvel no qual se situa a • Art. 7º A responsabilidade pela
área vinculada ao título e do imóvel que requer a
compensação. fiscalização da manutenção das
• Art. 6º Cabe ao proprietário do imóvel rural em que se
condições de preservação da
situa a área vinculada à CRF a responsabilidade plena pela vegetação nativa da área que deu
manutenção das condições de reservação da vegetação
nativa da área que deu origem ao título. origem ao título é do órgão estadual
• Parágrafo único. A transmissão inter vivos ou causa mortis competente do Sisnama e,
do imóvel não elimina nem altera o vínculo de área contida
no imóvel à CRF. supletivamente, do órgão federal
executor do Sisnama.
199 200
20%
Floresta Primária
Floresta Degradada
203
34
Reserva legal: fiscalização sem
flexibilidade Reserva legal: com flexibilidade
Reflorestamento obrigatório:
Caro Desmatamento legal: Custos de conformidade Aumento da renda
Produção reduzida, menos empregos Ganho econômico pequeno com a lei reduzidos Proteção florestal
Ganho ambiental pequeno Grande prejuízo ambiental
Área de pastagem Área cultivável de Área de pastagem
Área cultivável de $
de baixa qualidade: boa qualidade: de baixa qualidade:
boa qualidade:
R$20/ha/ano R$100/ha/ano R$20/ha/ano
R$100/ha/ano
Proteção permanente
35
ÁREAS DE RESERVA LEGAL ÁREAS DE RESERVA LEGAL
Legislações Estaduais Legislações Estaduais
215 216
36
Averbação da reserva legal Decisão recente do STJ
• Código de Normas da Corregedoria Geral da Justiça • AVERBAÇÃO. ÁREA FLORESTAL. IMÓVEL RURAL.
•16.6.13 – Não serão registrados, nem averbados, as • A questão resume-se em estabelecer se é necessária a averbação de
escrituras públicas ou quaisquer documentos que área florestal em imóvel rural como pressuposto do pedido
digam respeito à subdivisão, desmembramento, formulado pelo proprietário de retificação da respectiva área na
unificação e fusão de propriedade rural, sem a matrícula do bem. Inicialmente, a Min. Relatora destacou que a
apresentação do termo de compromisso expedido matéria já foi analisada por este Superior Tribunal por ocasião do
julgamento do RMS 18.301-MG, DJ de 3/10/2005, em que ficou
pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), que será
decidido ser correta a interpretação do Código Florestal no sentido de
averbado na matrícula do imóvel, bem como o considerar a averbação da reserva legal como condição da transcrição
cumprimento dos dispositivos da Lei nº 10.267/2001, de títulos aquisitivos de propriedade. A norma do art. 1º da Lei n.
regulamentada pelo Dec. n º 4.449, de 30 de outubro 4.771/1965 foi plenamente recepcionada pela CF/1988.
de 2002.
217
221 222
37
Decreto 7.029/09
223
Biomas
Um dos países de natureza mais rica e maior
biodiversidade do mundo, o Brasil possui as
maiores reservas de água doce e um terço das
florestas tropicais que ainda restam. Estima-se
que aqui está 1 em cada 10 espécies de plantas
ou animais existentes.
38
Principais alterações do Código Florestal Principais alterações do Código Florestal
• MORATÓRIA Não será permitido o desmatamento de • PROGRAMAS DE REGULARIZAÇÃO
florestas nativas, pelo período de cinco anos, ficando AMBIENTAL – PRA´s
assegurada a manutenção das atividades agropecuárias • União, Estados e Municípios deverão elaborar,
existentes em áreas desmatadas até 22.07.2008. A no prazo de cinco anos, os seus Programas de
moratória é exclusiva sobre as florestas nativas, não se
Regularização Ambiental (PRA´s). Trata-se de
aplicando sobre as demais formas de vegetação
(cerrado, pampa, caatinga). Excetuam-se da moratória
um mecanismo que permitirá, por meio de
os imóveis com autorização de desmatamento já estudos técnicos, a indicação das condições
emitida e das áreas em licenciamento, cujo protocolo para a consolidação de áreas, bem como as
seja anterior à data da publicação da lei. que deverão ser recuperadas.
39
Principais alterações do Código Florestal Principais alterações do Código Florestal
• COMPENSAÇÃO DE RESERVA LEGAL
• RESERVA LEGAL • Será possível a utilização dos seguintes mecanismos:
• Recomposição. Na Propriedade: Prazo • Arrendamento, por servidão ambiental, fora da bacia hidrográfica e
do Estado – onde localizar-se a propriedade – desde que no mesmo
inferior a 20 anos (1/10 a cada dois anos), Bioma;
podendo ser utilizadas espécies exóticas • Aquisição de Cota de Reserva Ambiental (CRA) - título que
representa vegetação nativa sob regime de servidão ambiental, de
intercaladas com nativas, em até 50%. Reserva Particular do Patrimônio Natural ou Reserva Legal instituída
voluntariamente sobre a vegetação que exceder os percentuais
estabelecidos na lei;
• Doação ao Poder Público, de área localizada no interior de Unidade
de Conservação, pendente de regularização fundiária ou
contribuição para Fundo Público, que tenha essa finalidade.
Legislação Federal
Decreto n. 24.643/34 – Código das água
RECURSOS HÍDRICOS
Decreto n. 35.851/54
Lei n. 9.433/1997 – Política Nacional de Recursos
Hídricos
Lei n. 9.984/00 – Criação da Agência Nacional de Águas
Decreto n. 2.612/98 – Regulamenta o Conselho Nacional
de Recursos Hídricos
Resolução CONAMA 274/2000 – Condições de
Balneabilidade
Resolução CONAMA 357/2005 – Padrões de Qualidade
das Águas
Perspectivas Mundiais
•Banco
A World Comission on Water, suportada pela ONU e
Mundial, estima que o crescimento da população nos
próximos 25 anos requererá 17% de aumento da
disponibilidade de água para irrigação e 70% para
abastecimento urbano, o que associado aos demais usos,
deverá representar um acréscimo de 40% na demanda total.
•duplicação
A comissão avalia, ainda, que será necessária a
• 75% da superfície da terra é coberta por água. dos investimentos em água e saneamento,
•servindo
97% da água existente na terra é de mares, salgada, não passando dos cerca de US$70-80 bilhões anuais para
nem mesmo para uso industrial. US$180 bilhões, a fim de atender a demanda crescente e
•reservas
2% se encontram nas calotas polares, são consideradas as
mais puras do planeta, mas sua exploração é inviável.
reduzir o número de pessoas sem água limpa (1 bilhão) e
•água
Lençóis Subterrâneos, rios e lagos representam somente 1% da
sem saneamento (3 bilhões) em todo o mundo – para cerca
existente no planeta, e constituem a única parcela explorável. de 330 milhões até 2025.
40
Política Nacional dos Recursos Política Nacional dos Recursos
Hídricos Hídricos
• Adoção da bacia hidrográfica como unidade de planejamento. A
adoção dos limites da bacia como determinadores do perímetro da • Reconhecimento da água como um bem finito e vulnerável (inciso
área a ser planejada, permitirá uma identificação entre as II). Toda a água existente no Planeta é a mesma desde a formação da
disponibilidades e as demandas essenciais, o que tornará possível Terra, não se renovando. Dessa forma a Lei, em seu artigo 1 inciso II,
efetivar o balanço hídrico, que vem a ser um valoroso instrumento consagra o princípio da vulnerabilidade da água e destaca o seu
para gestão e uso racional, uma vez adquirido o conhecimento das caráter finito. Só esta declaração de princípio é o suficiente para
necessidades e disponibilidades futuras.
justificar todo um tratamento legal sério e enérgico na preservação a
• Princípio dos usos múltiplos. Este princípio significa a igualdade de racionalização dos usos da água.
todos os setores usuários no acesso ao uso dos recursos hídricos.
Tradicionalmente, predominou o setor elétrico sobre os demais, no • Reconhecimento do valor econômico da água. Tal fator, induz o uso
que se refere ao uso dos recursos hídricos. A partir da Lei nº racional desse recurso natural, uma vez que serve de base à
9.433/77, estabelece-se que todos os tipos de uso devem ser institucionalização da cobrança por sua utilização. A partir da
igualmente considerados. (Artigo 1º, inciso IV). cobrança pelo uso da água, esta deixa de ser res nullius para ser res
omnium. E é exatamente a partir do conceito de coisa de todos que
importa buscar a otimização social do uso da água. A cobrança
importa na aplicação da regra do usuário-pagador, compensando os
demais usuários por seu nível de consumo, revertendo em benefício
de todos os valores arrecadados.
41
Instrumentos da Política Nacional de Composição do Sistema Nacional de
Recursos Hídricos Gerenciamento dos Recursos Hídricos
• os Planos de Recursos Hídricos; • Conselho Nacional;
• o enquadramento dos corpos de água em classes, • Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos;
segundo os usos preponderantes da água;
• Comitês de Bacia Hidrográfica;
• a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos;
• Órgãos dos poderes públicos (federais, estaduais e
• a cobrança pelo uso de recursos hídricos;
municipais), que tenham por responsabilidade em seus
• a compensação a municípios; respectivos territórios sobre a gestão dos recursos
• o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos. hídricos;
• Agências de Água.
42
INSTRUMENTOS
DE GESTÃO
DA ÁGUA
• As águas que se encontram em reservatórios construídos pela União, como • NO PARANÁ – qualquer usuário de água, inclusive a Sanepar, submete à
por exemplo: reservatórios da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Suderhsa uma consulta prévia de um determinado manancial. Por exemplo,
Francisco - CODEVASF, do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - é pedida uma anuência prévia para a possibilidade de se utilizar
DNOCS, do extinto Departamento Nacional de Obras e Saneamento - DNOS, determinado aqüífero, numa determinada vazão. Quando o usuário pede a
da Companhia Hidrelétrica do São Francisco - CHESF, entre outros. outorga, ele já tem que dizer quanto precisa. Então a Suderhsa analisa, em
função dos usos que já existem na bacia, se é possível liberar ou não.
43
INSTRUMENTOS DE GESTÃO INSTRUMENTOS DE GESTÃO
• Quais as atividades que necessitam de outorga?
Todo o uso que interfira de alguma forma nos recursos hídricos de • O último instrumento é a cobrança, que ainda não está instituída no
determinada área, região ou aqüífero deve ser outorgado. Existem os Paraná, mas está em vias de acontecer. Cada usuário que utiliza os
recursos hídricos, superficial ou subterrâneo, vai pagar por este
casos de usos insignificantes. Por exemplo, se você tirar 500 litros por
recurso, porque é um bem do estado e é prevista por lei sua cobrança.
hora no seu poço, existe o entendimento que não é uma coisa que
Então o que acontece? Quando o Estado receber este recurso - que não
interfira nos recursos hídricos subterrâneos de maneira geral na
é um imposto, é um preço público - de uma determinada bacia, ele
região. Os poços cacimba que tem vazão de água muito pequena será revertido para ações que se traduzam em melhorias dos recursos
também são considerados de uso insignificante. Para captação dos hídricos da própria bacia. O objetivo da lei é este: captar recursos para
recursos superficiais o valor estabelecido é meio litro por segundo. que se possam fazer melhorias dentro das próprias bacias. Estes
Passam a ser significantes a partir de meio litro por segundo ou 1.800 recursos seriam gerenciados pelo Estado, mas tudo isso é decidido
litros por hora. Mas o princípio do pedido de outorga não é só para dentro de um Comitê de Bacia, formado pela sociedade civil, pelos
captações. Existe por exemplo, outorga para o desvio de um rio e próprios usuários mais o estado, e que vão tomar a decisão de como
para lançamento de efluentes. utilizar estes recursos dentro da bacia. Uma parte deste recurso da
cobrança será utilizada para fortalecimento do sistema de gestão de
• Outra importante ferramenta da gestão dos recursos hídricos é o recursos hídricos. Em torno de 7,5% do que for arrecadado nesta futura
Sistema de Informações, que nada mais é do que as outorgas que cobrança, será revertido para o Sistema de Gestão Estadual.
estão cadastradas.
44
INSTRUMENTOS DE GESTÃO: COBRANÇA PELO INSTRUMENTOS DE GESTÃO: COBRANÇA PELO
USO DA ÁGUA USO DA ÁGUA
• A cobrança pelo uso de recursos hídricos funda-se no princípio • O fundamento legal para a cobrança pelo uso da água no Brasil
do usuário-pagador e tem por objetivos: remonta ao Código Civil de 1916 quando estabeleceu que a utilização
dos bens públicos de uso comum pode ser gratuita ou retribuída,
reconhecer a água como bem econômico e fornecer ao conforme as leis da União, dos Estados e dos Municípios a cuja
usuário uma indicação de seu real valor, administração pertencerem.
incentivar a racionalização do uso da água, e
obter recursos financeiros para o financiamento dos • No mesmo sentido, o Código de Águas, Decreto – Lei 24.642/34,
programas e intervenções contemplados nos recursos hídricos estabeleceu que o uso comum das águas pode ser gratuito ou
retribuído, de acordo com as leis e os regulamentos da circunscrição
• Foi esta lei que instituiu o Sistema Nacional de Gerenciamento
administrativa a que pertencerem.
de Recursos Hídricos, estabelecendo os parâmetros para que cada
Estado regulamentasse o assunto.
• Posteriormente, a Lei 6.938/81, que trata da Política Nacional de Meio
• Através da Lei n. 9.984, foi criada a Agência Nacional de Águas Ambiente, incluiu a possibilidade de imposição ao poluidor e ao
(ANA), com a missão de implementar o sistema criado pela Lei de predador, da obrigação de recuperar e / ou indenizar os danos
Recursos Hídricos. causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos
ambientais com fins econômicos.
• O Paraná foi um dos últimos a criar sua legislação de recursos (O ESTADO DE SÃO PAULO, 5 DE JANEIRO DE 2005)
hídricos – a Lei Estadual 12.726 é de 26 de novembro de 1999.
45
PROJETO-PILOTO: RIO PARAÍBA DO SUL PROJETO-PILOTO: RIO PARAÍBA DO SUL
• Seu curso principal, o Paraíba do Sul, tem 1.150 quilômetros e • A maior parte do dinheiro arrecadado até agora está sendo
recebe enormes quantidades de esgoto doméstico e industrial direcionada para obras de saneamento básico em oito municípios.
sem tratamento.
• Em 2003 foram arrecadados R$ 5,8 milhões, já integralmente
• O projeto federal é o primeiro a instituir a cobrança pelo uso da aplicados, e em 2004, R$ 6,3 milhões, com R$ 3,3 milhões já
água, como forma de incentivar o uso racional dos recursos aplicados, segundo o Ceivap.
hídricos.
• ‘A ANA (Agência Nacional de Águas) não tira 1 centavo’,
• Os resultados da experiência serão aproveitados na formulação garante o engenheiro José Leomax dos Santos, diretor da
do Plano Nacional de Recursos Hídricos, que deverá ficar pronto Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio
ainda este ano, e que tem a cobrança pelo uso da água como um Paraíba do Sul (Agevap), braço executivo do Ceivap.
dos seus principais instrumentos de gestão.
• A intenção da cobrança, segundo ele, não é resolver todos os
• Apesar dos altos valores arrecadados, o número de usuários problemas da bacia, mas incentivar o uso responsável da água e
pagantes é surpreendentemente pequeno: 217, segundo o Comitê envolver a sociedade na gestão dos recursos hídricos.
de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul A cobrança recai principalmente sobre a indústria, agropecuária e
(Ceivap), que gerencia os recursos e aprova os projetos nos quais as empresas de saneamento estaduais e municipais, que
eles devem ser aplicados. eventualmente deverão repassar o custo para os usuários
domésticos.
Comitê das Bacias Hidrográficas dos rios Piracicaba, Comitê das Bacias Hidrográficas dos rios Piracicaba,
Capivari e Jundiaí – Comitê PCJ Capivari e Jundiaí – Comitê PCJ
• O Comitê das Bacias Hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí - Comitê • QUAL O IMPACTO SOBRE OS USUÁRIOS PAGADORES? Os valores que serão
PCJ - foi o segundo comitê a implementar a cobrança pelo uso da água em rios de pagos pelos usuários foram discutidos e estudados no âmbito dos Comitês PCJ, de
domínio da União. A cobrança foi estabelecida após a consolidação de um grande pacto forma a não causar impactos significativos nos custos dos usuários.
entre os poderes públicos, os setores usuários e as organizações civis representadas no
âmbito dos Comitês PCJ para a melhoria das condições relativas à quantidade e à PARA ONDE VÃO OS RECURSOS FINANCEIROS ARRECADADOS? Os recursos
qualidade das águas da Bacia. financeiros arrecadados em rios de domínio da União pela ANA são repassados
integralmente ao Consórcio Intermunicipal das Bacias Hidrográficas dos rios
QUANDO COMEÇOU E QUEM PAGA PELO USO DA ÁGUA? Piracicaba, Capivari e Jundiaí, entidade delegatária das funções de Agência de
Água, escolhida pelos Comitês PCJ e aprovada pelo CNRH para um período de dois
A cobrança pelo uso da água nas Bacias PCJ teve início em janeiro de 2006. Estão anos.
sujeitos à cobrança os usos de água localizados em rios de domínio da União das
Bacias PCJ, ou seja, nos rios Atibaia, Camanducaia, Jaguari, Piracicaba e outros.
O QUE É FEITO COM OS RECURSOS DA COBRANÇA PELO USO DA ÁGUA? Os
recursos financeiros da cobrança são aplicados na região onde foram arrecadados
Os usos considerados para a cobrança são aqueles constantes dos cadastros da ANA,
DAEE, CETESB, IGAM e FEAM, que foram confirmados ou alterados pelos usuários no com base nos programas, projetos e obras previstos no Plano de Bacias aprovado
processo de regularização de usos. Os usuários que não se cadastraram neste processo pelos Comitês PCJ. O Plano consiste em um programa de ações e investimentos
estão ilegais e sujeitos às penalidades previstas em lei. para a conservação, recuperação e preservação dos recursos hídricos. O processo
de seleção dos projetos prioritários, serviços e obras a serem beneficiados com os
Os usos de recursos hídricos em rios de domínio dos Estados de São Paulo e Minas recursos da cobrança, sob critérios técnicos aprovados pelos Comitês PCJ, é
Gerais estão sujeitos ao que estabelecem as leis estaduais: em SP a Lei nº 12.183, de conduzido pelo Consórcio PCJ, assim como o repasse dos recursos e a fiscalização
29/12/05; e em MG no Decreto nº 44.046, de 13/06/05. da execução das ações.
46
Comitê das Bacias Hidrográficas dos rios Piracicaba,
Capivari e Jundiaí – Comitê PCJ
47
AS PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS AS PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS
O SETOR URBANO O SETOR ENERGÉTICO
• - tráfego e atividades correlatas (poluição do ar, ruído e
segurança); • - A MATRIZ ENERÉGICA:
• - emissões industriais e acidentes; • Não renováveis: petróleo, carvão,
• - águas pluviais e transbordamento combinado de nuclear;
esgoto;
• - unidades de disposição de resíduos; • Renováveis – biomassa, solar, eólica,
• - resíduos urbanos, detritos e entulhos da construção geotérmica, hidroelétrica, lenha, álcool,
civil.
maré, etc.
48
Proteção Administrativa do Meio Ambiente Proteção Administrativa do Meio Ambiente
VALE LEMBRAR O CRIME PREVISTO NO ARTIGO 17 DA LEI 6.938// 81, QUE
TRATA DO POLUIDOR QUE EXPUSER A PERIGO A INCOLUMIDADE HUMANA, LEI N. 6.803, DE 02.7.80, DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES BÁSICAS PARA O
VEGETAL OU ANIMAL, OU TORNAR MAIS GRAVE SITUAÇÃO DE PERIGO ZONEAMENTO INDUSTRIAL NAS ÁREAS CRÍTICAS DE POLUIÇÃO.
EXISTENTE. PORTARIAS MINISTERIAIS E RESOLUÇÕES DO CONAMA ESTABELECEM
DECRETO-LEI 1.413, DE 14.8.75, DETERMINA ÀS INDÚSTRIAS INSTALADAS PADRÕES DE QUALIDADE DO AR.
OU A SE INSTALAREM EM TERRITÓRIO NACIONAL A OBRIGAÇÃO DE MINERAÇÃO
PROMOVER AS MEDIDAS NECESSÁRIAS A PREVENIR OU CORRIGIR OS
INCOVENIENTES E PREJUÍZOS DA POLUIÇÃO E DA CONTAMINAÇÃO DO MEIO O DECRETO N. 97.632, DE 10.4.89, REGULAMENTANDO O ART. 2º DA Lei
AMBIENTE. 6.938// 89, DETERMINA A REALIZAÇÃO DE EIA// RIMA, PARA O LICENCIAMENTO
DE EMPREENDIMENTOS DESTINADOS Á EXPLORAÇÃO DE RECURSOS
DECRETO 76.389, DE 03.10.75, DEFINE POLUIÇÃO - ART. 1º, E CONFERE AOS MINERAIS, BEM COMO, AOS EMPREENDIMENTOS EXISTENTES UM PLANO DE
ESTADOS E MUNICÍPIOS, COMPETÊNCIA PARA ESTABELECER CONDIÇÕES RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA.
PARA FUNCIONAMENTO DAS EMPRESAS, ESPECIALMENTE QUANTO À
PREVENÇÃO OU CORREÇÃO DA POLUIÇÃO INDUSTRIAL E DA LEI N. 7.805, DE 18.7.89, EXIGE LICENÇA AMBIENTAL E DETERMINA NORMAS
CONTAMINAÇÃO DO MEIO AMBIENTE (ART. 4º). DE PROTEÇÃO AMBIENTAL, NAS ATIVIDADES DE LAVRA GARIMPEIRA.
49
Proteção Administrativa do Meio Ambiente Proteção Administrativa do Meio Ambiente
POLUIÇÃO SONORA III - Na execução dos projetos de construção ou de reformas de edificações
para atividades heterogêneas, o nível de som produzido por uma delas não
Seguindo os conceitos básicos de respeito ao bem estar, sossego e saúde do poderá ultrapassar os níveis estabelecidos pela NBR 10152 - Níveis de Ruído
cidadão, os efeitos danosos da poluição sonora podem ser evitados para controle acústico, da ABNT.
recorrendo ao Direito de Vizinhança, previsto no Código Civil, arts. 554 e 555,
ou através da Resolução n l, de 08.03.1990, que considera que os níveis IV - A emissão de ruídos produzidos por veículos automotores e os
excessivos de ruído estão incluídos entre os sujeito ao Controle da Poluição produzidos no interior dos ambientes de trabalho, obedecerão às normas
de Meio Ambiente e estabelece as seguintes regras para emissão de ruídos: expedidas, respectivamente pelo CONTRAN, e pelo órgão competente do
Ministério do Trabalho.
I - A emissão de ruídos, em decorrência de quaisquer atividades industriais,
comerciais, sociais ou recreativas, inclusive as de propaganda política, V - As entidades e órgãos públicos (federais, estaduais e municipais)
obedecerá no interesse da saúde, do sossego público, aos padrões, critérios e competentes, no uso do respectivo Poder de Polícia, disporão de acordo com
diretrizes estabelecidos nesta Resolução. o estabelecido nesta Resolução, sobre a emissão ou proibição de ruídos
produzidos por quaisquer meios ou de qualquer espécie, considerando
II. - São prejudiciais à saúde e ao sossego público, para os fins do item sempre os locais, horários e a natureza das atividades emissoras, com vistas
anterior aos ruídos com níveis superiores aos considerados aceitáveis pela a compatibilizar o exercício das atividades com a preservação da saúde e do
norma NBR 10151 - Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas visando o sossego público.
conforto da comunidade, da Associação Brasileira de Normas Técnicas -
ABNT.
RESÍDUOS SÓLIDOS
• O Brasil produz um dos lixos mais ricos do mundo. São
desperdiçadas anualmente mais de 14 milhões de
toneladas de alimentos, num país em que 44 milhões de
A Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT - pessoas vivem abaixo da linha da pobreza e uma em cada
define "lixo" ou "resíduos sólidos" como os "restos das quatro crianças é vulnerável à fome. Como conseqüência,
atividades humanas, considerados pelos geradores em todo o País, uma população de 200.000 a 800.000
como inúteis, indesejáveis ou descartáveis, podendo se catadores, segundo levantamentos efetuados, sobrevivem
apresentar no estado sólido, semi-sólido ou líquido, desde do lixo trabalhando em depósitos a céu aberto e nas ruas,
que não seja passível de tratamento convencional".
com presença de pelo menos 35,000 crianças em lixões.
Dali retiram sua subsistência pela coleta de alimentos e
materiais recicláveis.
50
Proteção Administrativa do Meio Ambiente Proteção Administrativa do Meio Ambiente
51
RESÍDUOS SÓLIDOS RESÍDUOS SÓLIDOS
• O pior - O Aterro Mantovani é apontado em um relatório do Ministério
Público Federal como o pior caso de contaminação do Brasil. O local abriga
declaradas 350 mil toneladas de resíduos industriais despejados por 63 O CASO DO ATERRO MANTOVANI
fábricas da região, a maioria de grande porte, entre 1974 e 1987. As 350 mil
toneladas já são um número assustador. Mas Maria Sueli comentou que há
relatos indicando que essa quantidade seria maior, de no mínimo 500 mil • Aterro industrial localizado em Santo Antonio de Posse/SP.
toneladas. O aterro parou de operar em 1987 por determinação da Cetesb,
mas a contaminação só começou a ser tratada 14 anos depois, em 2001. • Área total: 31,2 hectares. Iniciou suas atividades em 1974.
RESÍDUOS SÓLIDOS
RESÍDUOS SÓLIDOS
O CASO DO ATERRO MANTOVANI
52
RESÍDUOS SÓLIDOS RESÍDUOS SÓLIDOS
• Contaminação do solo é grave, indica análise
•As empresas Volvo, New Holland, Inepar, SLC e General Motors (citadas no • Curitiba - O laudo técnico das áreas de onde foram retirados o material tóxico de 145
primeiro processo), custearam a remoção dos resíduos e agora têm direito de empresas de todo o Brasil mostram que há grande risco de manifestação de doença na
cobrar às outras empresas pelo serviço, segundo explicou o advogado e população lindeira. Segundo a análise da engenheira agrônoma Elma Nery de Lima
representante das companhias, João Ricardo Cunha de Almeida. Segundo ele, Romano, feita a pedido do Ministério Público estadual, a contaminação do solo é bastante
grave.
a retirada obedeceu liminar, mas nenhuma dessas cinco empresas tinha latões
nas áreas de Recobem. ‘‘Eles foram retirados logo após a falência’’, afirmou. • As vistorias foram feitas em três depósitos da empresa Recobem, todos em São José dos
Almeida disse que as empresas que representa não deveriam responder a Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. Um deles fica na localidade de Barro Preto,
processo e que agora vai alegar ilegitimidade passiva. outro no Guatupê e outro no Xingú.
53
Resíduos Sólidos Resíduos Sólidos
3 Quanto à origem: • Portos, Aeroportos, Terminais Rodoviários e Ferroviários:
• Domiciliar: originado da vida diária das residências, constituído por restos de resíduos sépticos, ou seja, que contém ou potencialmente
alimentos, produtos deteriorados, jornais, revistas, garrafas, embalagens em geral, podem conter germes patogênicos. Basicamente originam-
papel higiênico, fraldas descartáveis e uma grande diversidade de outros itens. se de material de higiene pessoal e restos de alimentos,
Pode conter alguns resíduos tóxicos; que hospedam doenças provenientes outras cidade,
• Comercial: originado dos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, tais estados e países.
como supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes, etc; • Industrial: originado nas atividades dos diversos ramos da
• Serviços Públicos: originados dos serviços de limpeza urbana, incluindo todos indústria, tais como: o metalúrgico, o químico, o
os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, galerias, córregos, petroquímico, o de papelaria, da indústria alimentícia, etc;
restos de podas de plantas, limpeza de feiras livres, etc, constituído por restos de O lixo industrial é bastante variado, podendo ser
vegetais diversos, embalagens, etc;
representado por cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou
• Hospitalar: descartados por hospitais, farmácias, clínicas veterinárias (algodão, ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal,
seringas, agulhas, restos de remédios, luvas, curativos, sangue coagulado, órgãos e
tecidos removidos, meios de cultura e animais utilizados em testes, resina sintética,
escórias, vidros, cerâmicas. Nesta categoria, inclui-se
filmes fotográficos de raios X). Em função de suas características, merece um
grande quantidade de lixo tóxico. Esse tipo de lixo necessita
cuidado especial em seu acondicionamento, manipulação e disposição final. Deve de tratamento especial pelo seu potencial de
ser incinerado e os resíduos levados para aterro sanitário; envenenamento.
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RESÍDUOS SÓLIDOS RESÍDUOS SÓLIDOS
• Pequeno Gerador de Resíduos Comerciais é o estabelecimento que gera até 120 • Lixo público
litros de lixo por dia. • São os resíduos presentes nos logradouros públicos, em geral resultantes da
• Grande Gerador de Resíduos Comerciais é o estabelecimento que gera um natureza, tais como folhas, galhadas, poeira, terra e areia, e também aqueles
volume de resíduos superior a esse limite. descartados irregular e indevidamente pela população, como entulho, bens
Analogamente, pequeno gerador de entulho de obras é a pessoa física ou jurídica considerados inservíveis,
que gera até 1.000kg ou 50 sacos de 30 litros por dia, enquanto grande gerador de papéis, restos de embalagens e alimentos.
entulho é aquele que gera um volume diário de resíduos acima disso.
• O lixo público está diretamente associado ao aspecto estético da cidade.
• Geralmente, o limite estabelecido na definição de pequenos e grandes geradores Portanto, merecerá especial atenção o planejamento das atividades de limpeza
de lixo deve corresponder à quantidade média de resíduos gerados diariamente de logradouros em cidades turísticas.
em uma residência particular com cinco moradores.
• Num sistema de limpeza urbana, é importante que sejam criados os subgrupos
de "pequenos" e "grandes" geradores, uma vez que a coleta dos resíduos dos • LIXO DOMICILIAR ESPECIAL
grandes geradores pode ser tarifada e, portanto, se transformar em fonte de • Grupo que compreende os entulhos de obras, pilhas e baterias, lâmpadas
receita adicional para sustentação econômica do sistema. fluorescentes e pneus. Observe que os entulhos de
• É importante identificar o grande gerador para que este tenha seu lixo coletado e obra, também conhecidos como resíduos da construção civil, só estão
transportado por empresa particular credenciada pela prefeitura. Esta prática enquadrados nesta categoria por causa da grande
diminui o custo da coleta para o Município em cerca de 10 a 20%. quantidade de sua geração e pela importância que sua recuperação e
reciclagem vem assumindo no cenário nacional.
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RESÍDUOS SÓLIDOS RESÍDUOS SÓLIDOS
• Lixo industrial
• Resolução SEMA/PR n. 258, de 26 de agosto de 1999: • São os resíduos gerados pelas atividades industriais. São resíduos muito variados que
dispõe sobre os pneumáticos inservíveis abandonados ou apresentam características diversificadas, pois estas dependem do tipo de produto
manufaturado. Devem, portanto, ser estudados caso a caso. Adota-se a NBR 10.004 da
dispostos inadequadamente constituem passivo ABNT para se classificar os resíduos industriais: Classe I (Perigosos), Classe II (Não-
Inertes) e Classe III (Inertes).
ambiental, que resulta em sério risco ao meio ambiente e
à saúde pública. • Lixo radioativo
• Assim considerados os resíduos que emitem radiações acima dos limites permitidos
pelas normas ambientais. No Brasil, o manuseio, acondicionamento e disposição final
do lixo radioativo está a cargo da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN.
• Resolução SEMA/PR n. 301, de 21 de março de 2002: •Lixo de portos, aeroportos e terminais rodoferroviários
altera dispositivos da Resolução n. 258, de 26 de agosto • Resíduos gerados tanto nos terminais, como dentro dos navios, aviões e veículos de
transporte. Os resíduos dos portos e
de 1999, que dispõe sobre Pneumáticos. aeroportos são decorrentes do consumo de passageiros em veículos e aeronaves e sua
periculosidade está no risco de transmissão de doenças já erradicadas no país. A
transmissão também pode se dar através de cargas eventualmente contaminadas, tais
como animais, carnes e plantas.
RESÍDUOS SÓLIDOS
• Lixo Agrícola
• Formado basicamente pelos restos de embalagens impregnados com
pesticidas e fertilizantes químicos, utilizados na agricultura, que são
perigosos. Portanto o manuseio destes resíduos segue as mesmas
rotinas e se utiliza dos mesmos recipientes e processos empregados
para os resíduos industriais Classe I. A falta de fiscalização e de
penalidades mais rigorosas para o manuseio inadequado destes
resíduos faz com que sejam misturados aos resíduos comuns e dispostos
nos vazadouros das municipalidades, ou - o que é pior - sejam
queimados nas fazendas e sítios mais afastados, gerando gases tóxicos.
RESÍDUOS SÓLIDOS
• Características dos resíduos sólidos – podem variar em função de
aspectos sociais, econômicos, culturais, geográficos e climáticos, ou
seja, os mesmos fatores que também diferenciam as comunidades entre
si e as próprias cidades.
• A Tabela expressa a variação das composições do lixo em alguns
países, deduzindo-se que a participação da matéria orgânica tende a se
reduzir nos países mais desenvolvidos ou industrializados,
provavelmente em razão da grande incidência de alimentos semi-
preparados disponíveis no mercado consumidor.
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Proteção Administrativa do Meio Ambiente Proteção Administrativa do Meio Ambiente
FORMAS DE DESTINO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS B- DEPÓSITO EM ATERRO SANITÁRIO
A - DEPÓSITO A CÉU ABERTO Método de disposição de refugo na terra, sem criar prejuízos ou ameaças à
saúde e segurança pública, pela utilização de princípios de engenharia que
Descargas livres praticadas por particulares ou pelas prefeituras municipais, confinam o refugo ao menor volume possível, cobrindo-o com uma camada
apresentado perigos certos como poluição de águas subterrâneas, e de de terra na conclusão de cada dia de operação, ou mais freqüentemente de
conseqüências do cursos d’água vizinhos, proliferação de animais parasitas, acordo com o necessário. (Conf. Sociedade Americana de Engenheiros Civis).
odores decorrentes da fermentação, criando efeito negativo sobre os valores
da terra, transtornando a vida da população. ESCOLHA DO LOCAL - respeito à saúde, sossego e segurança dos vizinhos,
Código Civil,
Os Estados de São Paulo e do Rio Grande do Sul, respectivamente pelos
Decretos 52.497, de 21.7.70 e 23.430, de 24.10.74, em seus artigos 371 e 110, ART. 554 - O PROPRIETÁRIO OU INQUILINO DE UM PRÉDIO TÊM O DIREITO
d, proíbem o lançamento dos resíduos sólidos a céu aberto. DE IMPEDIR QUE O MAU USO DA PROPRIEDADE VIZINHA POSSA PREJUDICAR
A SEGURANÇA, O SOSSEGO E A SAÚDE DOS QUE O HABITAM.
O Poder Público em grande parte tem sido responsável por danos ao meio
ambiente, e dentro do princípio da igualdade que norteia nossa Constituição ART. 555 - O PROPRIETÁRIO TEM DIREITO DE EXIGIR DO DONO DO PRÉDIO
deve ser responsabilizado por atividades poluidoras. VIZINHO A DEMOLIÇÃO, OU REPARAÇÃO NECESSÁRIA, QUANDO ESTE
AMEACE RUÍNA, BEM COMO QUE PRESTE CAUÇÃO PELO DANO EMINENTE.
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Legislação sobre Resíduos Sólidos Legislação sobre Resíduos Sólidos
• 237/97 – Dispõe sobre o sistema de licenciamento ambiental, a
regulamentação de seus aspectos na forma do estabelecido na
Política Nacional de Meio Ambiente, estabelece critério para o
exercício da competência para o licenciamento a que se refere o
• 006/88 – Dispõe sobre o processo de Licenciamento
art. 10 da Lei n. 6.938/81 e dá outras providências. Ambiental de Atividades Industriais, sobre os resíduos
gerados e/ou existentes que deverão ser objeto de
• 004/95 – Cria áreas de segurança aeroportuárias - ASA - para controle específico.
aeródromos, proibindo a implantação, nestas áreas, de atividades
de natureza perigosa que sirvam como foco de atração de aves.
• 001/86 – Define responsabilidades e critérios para avaliação de • 002/91 – Determina procedimentos para manuseio de
impacto ambiental e define atividades que necessitam de Estudo cargas deterioradas, contaminadas, fora de
de Impacto Ambiental - EIA - e Relatório de Impacto Ambiental
-RIMA. especificação ou abandonadas que serão tratadas
como fontes potenciais de risco ao meio ambiente,
• 005/88 – Estabelece critérios para exigências de licenciamento para
obras de saneamento. até manifestação do órgão do meio ambiente
competente.
• 257/99 – Disciplina o descarte e o gerenciamento • 358/99 – Dispõe sobre o tratamento e a disposição final
ambientalmente adequado de pilhas e baterias dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras
providências.
usadas, no que tange à coleta, reutilização,
reciclagem, tratamento ou disposição final.
• 275/01 – Estabelece o código de cores para os
diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na
• 258/99 – Trata da destinação final de pneumáticos identificação de coletores e transportadores, bem como
inservíveis. nas campanhas informativas para a coleta seletiva.T
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Legislação sobre Resíduos Sólidos Legislação sobre Resíduos Sólidos
• NBR 8.849; NB 844 – Apresentação de projetos de aterros • O Decreto n. 99.274/90, a partir do art. 17, explica o
controlados de resíduos sólidos urbanos. processo de licenciamento, determinando que as
• NBR 8.418; NB 842 – Apresentação de projetos de aterros de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras e
resíduos industriais perigosos. aquelas capazes de causar degradação ambiental
• NBR 8419; NB 843 – Apresentação de projetos de aterros sanitários dependerão de prévio licenciamento do órgão
de resíduos sólidos urbanos.
estadual competente integrante do SISNAMA, sem
• O art. 9º, inciso IV, da Lei nº 6.938/81, estabelece como um dos prejuízo de outras licenças cabíveis, repetindo o
instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente o licenciamento e a texto da Lei Política Nacional de Meio Ambiente.
revisão de atividades "efetiva" ou "potencialmente poluidoras", e o art.
10 prevê que a construção, instalação, ampliação e funcionamento de • Já o art. 19 (Decreto n. 99.274/90) dispõe que o
estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais - poder público, no exercício de sua competência de
considerados "efetivo" e "potencialmente poluidores", bem como os
capazes, sob qualquer forma, de causar "degradação ambiental" -, controle, expedirá as seguintes licenças: prévia, de
dependerão de prévio licenciamento do órgão estadual competente, instalação e de operação.
integrante do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA.
• O art. 117 explicita que o sistema de gestão compreenderá, entre outros RESOLUÇÃO Nº 313, DE 29 DE OUTUBRO DE 2002
instrumentos, a formulação de projetos de proteção do meio ambiente
diretamente ou mediante convênio, implantação do processo de avaliação Dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais.
de impacto ambiental, exame de projetos, obras ou atividades efetiva ou
potencialmente causadoras de degradação ambiental, e deverá exigir, Art. 1º Os resíduos existentes ou gerados pelas atividades industriais serão objeto
quando for o caso, EIA/RIMA ou garantia de recuperação ambiental para o
licenciamento da atividade em questão. de controle específico, como parte integrante do processo de licenciamento
ambiental.
• Portanto, as prefeituras deverão se respaldar em suas leis orgânicas a fim
de decidir, em função de sua escala urbana Art. 2º Para fins desta Resolução entende-se que:
(determinada pelo tamanho de sua população), sua situação I - resíduo sólido industrial: é todo o resíduo que resulte de atividades industriais e
socioeconômica e cultural, alternativas possíveis para institucionalização do que se encontre nos estados sólido, semi-sólido, gasoso - quando contido, e líquido
sistema de limpeza urbana, formas de gestão, cobranças de taxas e tarifas e - cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de
associações com outras entidades que possam atuar ou convergir esforços, esgoto ou em corpos d`água, ou exijam para isso soluções técnica ou
independentemente de sua natureza institucional no país.
economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. Ficam
• Especificamente, o regulamento de limpeza urbana deve ser a espinha incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água
dorsal do sistema de limpeza urbana da cidade, expressando todos os
princípios fundamentais que devem orientar o comportamento do poder e aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição.
municipal e de sua população.
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Legislação sobre Resíduos Sólidos
Legislação sobre Resíduos Sólidos
Art. 4º As indústrias das tipologias previstas na Classificação Nacional de
Atividades Econômicas do IBGE, abaixo discriminadas, deverão, no prazo
máximo de um ano após a publicação desta Resolução, ou de acordo com o
estabelecido pelo órgão estadual de meio ambiente, apresentar a este, Art. 8º As indústrias, a partir de sessenta dias da data de
informações sobre geração, características, armazenamento, transporte e
destinação de seus resíduos sólidos, de acordo com os Anexos de I a III: publicação desta Resolução, deverão registrar
I - preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos de mensalmente e manter na unidade industrial os dados
viagem e calçados (Divisão 19);
II - fabricação de coque, refino de petróleo, elaboração de combustíveis de geração e destinação dos resíduos gerados para
nucleares e produção de álcool (Divisão 23); efeito de obtenção dos dados para o Inventário
III - fabricação de produtos químicos (Divisão 24);
IV - metalurgia básica (Divisão 27); Nacional dos Resíduos Industriais.
V - fabricação de produtos de metal, exclusive máquinas e equipamentos Art. 9º O não cumprimento do disposto nesta
(Divisão 28);
VI - fabricação de máquinas e equipamentos (Divisão 29); Resolução sujeitará os infratores as penalidades e
VII - fabricação de máquinas para escritório e equipamentos de informática sanções previstas Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de
(Divisão 30);
VIII - fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e 1998 e no Decreto nº 3.179, de 21 de setembro de
carrocerias (Divisão 34); e 1999.
IX - fabricação de outros equipamentos de transporte (Divisão 35).
RESPONSABILIDADE
Lei 6.938/81 estabelece
CIVIL & CRIMINAL
• RESPONSABILIDADE • Aplica-se a teoria
do
OBJETIVA por danos ao risco proveito
meio ambiente
significando que o
causador do dano, • Gerador do risco, enquanto
beneficiário do risco, torna-
responderá pela se responsável pelas
integral recuperação, conseqüências
independente de culpa
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AÇÃO CIVIL PÚBLICA AÇÃO CIVIL PÚBLICA
• “quantum debeatur” – fixação na liquidação da • Impossibilidade de propositura de ação civil pública
sentença, pedido individualizado com necessidade para tutelar pretensões que envolvam tributos.
de comprovação da extensão do prejuízo
• Inquérito Civil – legitimidade exclusiva do MP (Art. 9 • Não concorrem custas processuais para a
LACP) – peça dispensável para a propositura de ação propositura de ação civil pública, exceto em caso de
civil pública. Em caso de arquivamento do inquérito comprovada má-fé que a parte que atuou com má-
civil em que houver discordância, o Conselho fé será condenada ao pagamento dos honorários
Superior do MP avaliará os motivos e em caso de
concordância com os motivos alegados determinará advocatícios e 10 vezes os valores das custas
um novo promotor de justiça para dar andamento processuais devidas.
ao inquérito civil. (Lei 8625/93)
61
CRIMES AMBIENTAIS CRIMES AMBIENTAIS
• - Sujeito Passivo • Atenuantes (Art. 14) - baixo grau de instrução
• - DIRETO - União, Estados e Municípios
• - INDIRETO - Coletividade
• - EXCEÇÃO - Art. 49 (destruir ornamentação) sujeito passivo é o • - Sujeito se arrepender e reparar ou atenuar o dano
titular do bem jurídico ameaçado ou lesado
espontaneamente
• - Espécies de crime
• - fauna • - Comunicar previamente o perigo iminente de dano
• - flora ambiental
• - poluição • - Cooperação com os agentes de vigilância
• - ordenamento urbano e cultural
• - contra administração ambiental
• - cooperação internacional para a preservação ambiental
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Responsbilidade civil por disposição inadequada de
CRIMES AMBIENTAIS resíduos sólidos
• 12) multa com caráter sancionatório – inexistência de “bis in DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Agravo de Instrumento. Meio Ambiente.
idem” Ação civil pública. Depósito de resíduos vegetais a céu aberto.
Município. Obrigação de fazer e não fazer. Liminar. Multa diária.
Cominação. Legalidade. Não ostenta ilegalidade alguma despacho
• 13) substituição da pena de detenção por interdição dos serviços judicial que, liminarmente, impões à requerida cominação de multa
diária, em sede de ação civil pública ambiental, caso não se abstenha
de forma efetiva de atear fogo a resíduos vegetais, em depósito a céu
• 14) crimes afiançáveis aberto, ou venha a permitir que terceiros o façam, no prazo fixado
pelo Juiz, ainda que se cuide de poder público, por ser prevista tal
• 15) Inexiste crime quando há PERMISSÃO, CONCESSÃO ou medida excepcional, sem quaisquer ressalvas, na legislação específica
que rege a matéria. Inteligência da lei n. 7.347, de 24.7.1985, arts. 11 e
LICENÇA da autoridade competente 12. Decisão confirmada. Recurso desprovido.
• 16) MP 2163-41/2001 - suspendeu em 10 anos a aplicação da Lei (Ag. Instr. 308.131-5/1-00, Campinas, TJSP - 5ª Câm. Dir. Públ. - j.
9605/98 (inconctitucional?) 15.05.03 - rel. Xavier de Aquino - in JTJ 268/set/03)
Responsbilidade civil por disposição inadequada de Responsbilidade civil por disposição inadequada de
resíduos sólidos resíduos sólidos
A vida na pior área de contaminação do País (O Estado de São Paulo
AÇÃO CIVIL PÚBLICA - Depósito de resíduos sólidos domésticos e - Geral - 25/9/2004)
de resíduos inertes em aterro sanitário, situado em zona de
proteção aos mananciais - Mantida a sentença que condenou a • População sente os efeitos provocados pelo Aterro Mantovani, em
Municipalidade em obrigação de não fazer relativamente ao Santo Antônio de Posse (SP)
depósito de resíduos sólidos domésticos - Obrigação não SILVANA GUAIUME
extensiva aos resíduos inertes - Embargos infringentes recebidos
para prevalência do voto vencido negando-se provimento ao • SANTO ANTÔNIO DE POSSE - Há três anos e meio, um relatório da
apelo do Ministério Público e ao recurso oficial - Votos vencidos. Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb)
(Embargos Infringentes n. 268.742-1 - São Paulo - 3ª Câmara de apontou contaminação por solvente da água do poço do Sítio Santa
Adélia, vizinho do Aterro Mantovani, em Santo Antônio de Posse,
Direito Público - Relator: Ribeiro Machado - 11.11.97 - M.V.) região de Campinas. A família do agricultor Hélio Staiger, porém,
continuou consumindo, sem saber, a água contaminada até um ano
atrás, quando a Cetesb lacrou o poço. Pouco depois, Staiger
descobriu que tem mieloma, um câncer na medula óssea, e precisa
de transplante.
Responsbilidade civil por disposição inadequada de Responsbilidade civil por disposição inadequada de
resíduos sólidos resíduos sólidos
A vida na pior área de contaminação do País • O pior - O Aterro Mantovani é apontado em um relatório do Ministério
Público Federal como o pior caso de contaminação do Brasil. O local abriga
(O Estado de São Paulo - Geral - 25/9/2004) declaradas 350 mil toneladas de resíduos industriais despejados por 63
fábricas da região, a maioria de grande porte, entre 1974 e 1987. As 350 mil
toneladas já são um número assustador. Mas Maria Sueli comentou que há
• População sente os efeitos provocados pelo Aterro Mantovani, em relatos indicando que essa quantidade seria maior, de no mínimo 500 mil
Santo Antônio de Posse (SP) toneladas. O aterro parou de operar em 1987 por determinação da Cetesb,
mas a contaminação só começou a ser tratada 14 anos depois, em 2001.
SILVANA GUAIUME
• Embora tenha afirmado que toda poluição ambiental é grave, o gerente
• SANTO ANTÔNIO DE POSSE - Há três anos e meio, um relatório da regional da Cetesb de Campinas, Fernando Carbonari, reconheceu que o
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) aterro é a maior contaminação em volume de sua região, que compreende
apontou contaminação por solvente da água do poço do Sítio Santa 36 municípios e 53 áreas contaminadas.
Adélia, vizinho do Aterro Mantovani, em Santo Antônio de Posse,
região de Campinas. A família do agricultor Hélio Staiger, porém, • Das 63 indústrias que despejaram detritos no local, 48 assumiram o
continuou consumindo, sem saber, a água contaminada até um ano problema e custearam os R$ 6 milhões gastos até agora com medidas de
atrás, quando a Cetesb lacrou o poço. Pouco depois, Staiger emergência de contenção dos poluentes (organoclorados, solventes e
descobriu que tem mieloma, um câncer na medula óssea, e precisa metais pesados, entre outros). As outras 15 fábricas estão sendo acionadas
de transplante. em uma ação civil pública do Ministério Público Estadual de Jaguariúna.
63
MUITO OBRIGADO
prps33@gmail.com
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