Direito Civil III – Direito das Coisas

Prof. LEONARDO CALID

ESTRUTURAÇÃO DA AULA

Direito das Coisas: Posse

Regramento Legal: Art. 1.196 a 1.224 do Código Civil

Histórico: posse e paz social. Roma e a divisão dos territórios conquistados

entre a cidade e os cidadãos.

Teorias:
Subjetiva: desenvolvida por Savigny na obra tratado da posse; Posse
constituída por dois elementos que são o corpus e animus. A posse tem
uma natureza híbrida. Seria, ao mesmo tempo, um fato e um direito.
Objetiva: desenvolvida por Ihering (aluno de Savigny); Posse constituída
por apenas um elemento que é o corpus. A posse era um direito, um
interesse juridicamente tutelado.

O Código Civil de 2002 adotou parcialmente a teoria objetivista de Ihering.

“Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem poder fático de
ingerência socioeconômica, absoluto ou relativo, direto ou indireto, sobre
determinado bem da vida, que se manifesta através do exercício ou
possibilidade de exercício inerente à propriedade ou outro direito real
suscetível de posse”.

Conceito

Carlos Roberto Gonçalves

O conceito de posse, no direito positivo brasileiro, indiretamente nos é dado
pelo art. 1.196 do Código Civil, ao considerar possuidor “todo aquele que tem
de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à
propriedade”.

A posse deve ser incluída entre os direitos reais, ou entre os direitos pessoais?

Para IHERING, a posse, sendo um direito, só pode pertencer à categoria dos

direitos reais.

O Código Civil brasileiro, adotou o princípio do numerus clausus, também não

a incluiu no rol taxativo dos direitos reais MARCUS VINICIUS RIOS

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GONÇALVES, um argumento que parece retirar da posse qualquer natureza

real: é que lhe falta “o caráter absoluto dos direitos reais.

O fato de a posse não pertencer à categoria dos direitos reais não significa
que, necessariamente, seja um direito pessoal. Consiste este, como visto, em
um vínculo jurídico que confere ao sujeito ativo o direito de exigir do sujeito
passivo o cumprimento da prestação.

Classificação de Posse
a) Quanto ao exercício e gozo (art. 1.197, CC):
• posse direta: exercida mediante o poder material ou contato direto com a
coisa
• posse indireta: é aquela exercida por via oblíqua

b) Quanto à existência de vício:

• posse justa: é a que não é violenta, clandestina ou precária.
• posse injusta: é a que é violenta (art. 1.208, CC) , clandestina ou precária.

c) Quanto à legitimidade do título (ou ao elemento subjetivo):

• posse de boa-fé: ignorância a respeito de determinada circunstância, como
ocorre na hipótese do possuidor de boa-fé que desconhece o vício que macula
a sua posse. (Art. 1.201, CC)
• posse de má-fé:

d) Quanto ao tempo:
*relevância art. 558 do CPC/2015
• posse nova: é a que tem menos de ano e dia
• posse velha: é a que tem mais de ano e dia

e) Quanto à proteção:
• posse ad interdicta: gera direitos de defesa da posse (interditos
possessórios), mas não conduz à usucapião
• posse ad usucapionem: é a que tem aptidão de resultar na aquisição da
propriedade.

f) Quanto ao exercício
• exclusiva: de um único possuidor
• composse: duas ou mais pessoas exercem (pro diviso/indiviso) (art. 1.199,
CC)
• paralelas: concorrência e/ou sobreposição de posses

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei nº 10.046, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília, DF:
Presidência da República. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406compilada.htm>. Acesso em: 03
mai. 2020

FARIAS, Cristiano Chaves de.Código civil para concursos. 7 ed. - rev. atual. e ampl. — São
Paulo: Juspodivm, 2017

GAGLIANO, Pablo Stolze, PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Manual de direito civil – volume
único – 4. ed.– São Paulo : Saraiva Educação, 2020.

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 5 : direito das coisas. 14. ed. –
São Paulo : Saraiva, 2017.

TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil: volume único. 4. ed. rev., atual. e ampl. São
Paulo: MÉTODO, 2014.

TARTUCE, Flávio. Direito das Coisas. 9. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense,
2017.

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