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Revista Iberoamericana de Tecnología

Postcosecha
ISSN: 1665-0204
rebasa@hmo.megared.net.mx
Asociación Iberoamericana de Tecnología
Postcosecha, S.C.
México

Assunção Alves, Marta; Mendonça de Souza, Andréa Carla; Gamarra-Rojas, Guillermo; Barbosa
Guerra, Nonete
Fruto de palma [Opuntia fícus-indica (L) Miller, Cactaceae]: morfologia, compocicão química, fisiologia,
índices de colheita e fisiologia pós-colheita
Revista Iberoamericana de Tecnología Postcosecha, vol. 9, núm. 1, 2008, pp. 16-25
Asociación Iberoamericana de Tecnología Postcosecha, S.C.
Hermosillo, México

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=81311226004

Como citar este artigo


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Fruto de palma (Opuntia ficus-indica… Marta Assunção Alves y cols. (2008)

FRUTO DE PALMA [Opuntia fícus-indica (L) MILLER, Cactaceae]:


MORFOLOGIA, COMPOCICÃO QUÍMICA, FISIOLOGIA, ÍNDICES
DE COLHEITA E FISIOLOGIA PÓS-COLHEITA.

Marta Assunção Alves1, Andréa Carla Mendonça de Souza2, Guillermo


Gamarra-Rojas3, Nonete Barbosa Guerra4.
1
Pesquisadora da Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária, doutoranda da Pós-Graduaçã em
Nutrição da UFPE, Recife-Pe; E-mail: massuncaoa@hotmail.com; 2Doutoranda da Pós-Graduação em
Nutrição da UFPE, Recife-PE; E-mail: andreacarlams@gmail.com; 3Agrônomo, Dr.Consultor autônomo;
4
Professora Titular do Depto. de Nutrição da UFPE. Recife-PE.

Palavras-chave: figo-da-índia, caracterização de frutos, tecnologia pós-colheita.

RESUMO
A Opuntia fícus-indica (L) Miller é um fruto cultivado na América tropical e subtropical e nos países mediterrâneos,
ainda pouco conhecido e utilizado, no Brasil, como alimento humano. Na Europa e Estados Unidos é bastante
consumido. Apesar de sua valorização no mercado internacional e natural aptidão para se desenvolver em climas
xerófilos, o cultivo da O. fícus-indica (L) Miller para produção de frutos é ainda incipiente no Brasil, face ao
desconhecimento de sua potencialidade como frutícola. Para preencher a lacuna foi realizada esta revisão sobre as
características morfológicas, composição química, fisiologia, índices de colheita e fisiologia pós-colheita das
espécies cultivadas no Brasil. Trata-se de fruto não climatérico, com baixa atividade metabólica, cujo ciclo de
desenvolvimento ocorre entre 70 e 100 dias após a floração; sua porção comestível, 45% do total, apresenta
características organolépticas suaves e agradáveis e valor nutricional similar ao da maioria dos frutos, sendo
também considerado uma boa fonte de Ca, P, Mg e K; os danos físicos, por causa do manejo pós-colheita, são
apontados como principal causa da deterioração, principalmente os decorrentes da remoção dos gloquídeos. Na
dependência da variedade, apresenta excepcional tolerância a baixas temperaturas. É, portanto, viável o cultivo
desses frutos exóticos, no país, para consumo no mercado interno e para exportação. Contudo, há necessidade de
implementar pesquisas com as variedades mais cultivadas no país, para aprofun os conhecimentos e possibilitar
que seu consumo se torne habitual para a população.

Indian fig [Opuntia ficus-indica (L.) Miller, Cactaceae]: morphology,


chemical composition, physiology, harvest rates and post-harvest
physiology
Keywords: Prickly pear, fruit characteristics, post-harvest technology.

ABSTRACT
Opuntia fícus-indica (L) Miller is a fruit cultivated in tropical and subtropical America and in the Mediterranean, but
little known in Brazil as human food resource. It is largely consumed in Europe and in the United States. Despite
its high international value and natural ability to grow in xenophile environments, O. fícus-indica (L) Miller
cultivation for fruit production is still rudimentary in Brazil due to the lack of knowledge of its potentials. To fill this
gap, this paper revisited its morphological characters, chemical composition, physiology, harvest rates and post-
harvest physiology of the Brazilian cultivated species. It is a non climacteric fruit with low metabolic activity, which
development cycle takes place between 70 and 100 days after bloom; the edible portion corresponds to 45% of
the fruit, with smooth and pleasant organoleptic characteristics and nutritional value similar to most fruits, being
also considered a good Ca, P, Mg and K supply; physical damage due to post-harvest mishandling are the main
cause of deterioration, especially those resulting of the removal of the prickles. Depending on the variety, it shows
exceptional tolerance to low temperatures. Thus, it is feasibly cultivated in Brazil, both for domestic consumption
and export. However, improved researches with the most widely cultivated varieties in the country are necessary
to enhance knowledge and make it available to ordinary consumption.

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Introdução sobre esta espécie, como forma de contribuir


A Opuntia ficus-indica (L.) Miller, espécie para melhorar as condições de vida da
da família das cactáceas, gênero Opuntia, é população do semi-árido nordestino.
também conhecida como figueira-da-índia,
nopal, nopalera, higuera-de-indias, higuera-de-
As cactáceas
pala, tuna, figueira-da-barbaria, figuera-de-mor
As cactáceas são plantas arbustivas,
e indiapico, natural da América, provavelmente
suculentas, ramificadas, compostas de artículos
do México; é cultivada na América tropical e
ou segmentos carnosos (palmas) superpostos
subtropical e nos países mediterrâneos
uns aos outros, com uma altura média de 3 – 6
(Ramadan & Mörsel, 2003, Manica, 2002).
m, coroa larga, glabra, caule (talo ou tronco)
com 60 – 150 cm de largura, formado a partir
No Brasil, a Opuntia sp. foi introduzida
do envelhecimento das palmas primárias que
pelos portugueses, no período colonial, em
assumem uma consistência lenhosa,
meados do século XVIII, com o objetivo de
suportando as demais (conhecidas como
desenvolver a criação de cochonilha para obter
cladódios, raquetes ou folhas). Constituem um
um pigmento carmin, muito utilizado nas
grupo extremamente diversificado, com um
indústrias de roupas, cosméticos, pinturas,
impressionante conjunto de estratégias
medicamentos e alimentos. Diante do
adaptativas, evolutivas e ecológicas que lhes
insucesso deste objetivo, a partir de 1900 esta
conferem uma grande capacidade de
planta passou a ser utilizada como forragem.
desenvolvimento nos diferentes habitat. Neste
contexto, destacam-se os gêneros Opuntia e
Das várias espécies introduzidas, apenas
Nopalea (palmas), de ampla distribuição em
três apresentaram ótima adaptação: a palma
regiões áridas e semi-áridas, por serem as
graúda ou grande (Opuntia sp.); a palma
cactáceas mais exploradas no que diz respeito
miúda (Nopalea cochenillifera, Salm-Dyck) e a
ao potencial alimentar e forrageiro (Barbera,
palma redonda (Opuntia sp.) (Sobreira Filho,
2001; Rebman & Pinkava, 2001). Os cladódios
1992).
da Opuntia sp. são utilizados como verduras e
Atualmente, a área plantada, cerca de
seus frutos consumidos in natura ou
500.000 Ha., na Região Nordeste e estados de
constituem como matéria-prima para o
Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais, é destinada
processamento de diversos produtos.
precipuamente à obtenção de forragem para
alimentar os rebanhos no período de estiagem.
Dentre as espécies do gênero, a O.
Seu cultivo para a produção de frutos é fícus-indica (L) Miller (Figura 1) tem se
ainda emergente no país, concentrando-se em destacado como a mais estudada, utilizada e
São Paulo, na região de Valinhos, e, de forma difundida nas regiões semi-áridas (Barrios &
incipiente, nos estados de Pernambuco e Urías, 2001). Os principais produtores são:
Paraíba. Do total produzido em São Paulo, Itália, Chile, Israel, Colômbia, Estados Unidos
apenas uma pequena parte é destinada ao e, principalmente, o México, que também é o
mercado interno, enquanto a maior parcela é país com maior variabilidade genética,
exportada para a Europa e Estados Unidos, disponibilidade de germoplasma, área cultivada
onde existe o hábito de consumo deste fruto, e maior consumo de frutos (García & Silva,
considerado exótico (Souza, 2005; García & 2005; Valdez, 2002).
Valdez, 2003; Glass, 2005).
A valorização dos frutos desta espécie
no mercado internacional abre perspectivas
para as variedades locais, ainda não
reconhecidas como frutícolas, tampouco
apreciadas pela população urbana, face ao
desconhecimento de suas potencialidades.
Estas constatações justificam a realização
desta revisão para a atualizar o conhecimento

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Figura 1. O.ficus-indica Figura 2 – Aspectos externos e internos do


fruto da O. ficus-indica.
Morfologia, Fisiologia e Composição
Química
Genericamente denominado de “tuna”, O desenvolvimento fisiológico desse
em espanhol, “prickly pear”, em inglês, e “figo- fruto ocorre entre 70 e 110 dias após a
da-índia”, em português, o fruto da O. ficus- floração (DAF), podendo estender-se até 150
indica (Figura 2) apresenta morfologia idêntica dias, na dependência da cultivar, do manejo
à do cladódio, é doce e suculento, com um cultural, das condições edafoclimáticas e dos
comprimento de 4,8 – 10 cm e largura de 4 – 8 tratamentos pós-colheita. O ciclo de
cm. Seu tamanho é determinado em função do desenvolvimento compreende três fases,
número de sementes fecundadas e abortadas, caracterizadas por: aumento do peso fresco e
e sua forma é de baga ovoidal, oblonga, seco da casca; parada do crescimento global,
globosa, cilíndrica, pêra, unilocular, polisperma acompanhada do desenvolvimento das
e carnosa, umbilicada no extremo superior, sementes e polpa e expansão da parte
provido de um pericarpo coriáceo, em que se comestível, principalmente ao longo das
observam tufos de gloquídeos (pequenos últimas 5 e 6 semanas que precedem a
espinhos de celulose quase cristalina). O peso maturação (García, 2003).
pode variar entre 100 – 200 gramas; deste
total, 30 – 40% representam o peso da casca Embora ainda pouco conhecida,
que, nos estádios iniciais de desenvolvimento, trabalhos sobre a fisiologia têm demonstrado
é verde, mudando para branco – esverdeado, algumas particularidades dessa espécie e de
amarelo, laranja, vermelho, púrpura, amarelo- seus frutos, como o fato de que apresentam
arroxeado, até violáceo ou profundamente um uso da água 4 a 5 vezes mais eficiente que
marrom, na dependência da cultivar. Sua o de outras espécies, em termos de
porção comestível (polpa), que corresponde a conservação da água em matéria seca, devido
cerca de 45% do peso total, é suave, ao mecanismo de fixação do dióxido de
suculenta, translúcida, mucilaginosa, carbono, denominado CAM (metabolismo do
gelatinosa, aveludada, açucarada, muito ácido crasulaceano), segundo o qual a
aromática quando madura, e possui numerosas captação atmosférica ocorre no período
sementes pequenas e lenticulares, cujo peso noturno, ocasionando uma redução de perda
total representa de 5 – 15% do fruto de água durante o dia, o que explica a aptidão
(Ramadan & Mörsel, 2003; Manica, 2002). dessa planta para se desenvolver em climas
xerófilos (Nobel, 2001).
Quanto aos seus frutos, apresentam
padrão respiratório do tipo não climatérico,

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com taxa respiratória e atividade metabólica As mudanças das características


pós-colheita pouco elevadas, quando internas do fruto pós-colheita: pH, acidez,
comparados a frutos de outras espécies. ºBrix, concentração de acetaldeído e etanol
são relativamente pequenas; a vitamina C é
Conforme Kader (2005), os frutos se significativamente reduzida, em função das
caracterizam por uma baixa atividade condições de armazenamento (García et al.
fisiológica e reduzida produção de 1997); a susceptibilidade à desidratação é
-1 -1
etileno,menor que 0.3 μL kg h a 20 °C, e por elevada (Esquivel, 2004).
serem, aparentemente, insensíveis à exposição
deste gás. Quando colhidos no estádio de Os resultados obtidos por diversos
maturação comercial apresentam uma lenta autores, sobre a composição química dos
redução da taxa de respiração ao longo do frutos, estão apresentados no quadro 1. Do
tempo de armazenamento, comportamento ponto de vista nutricional, destacam-se os
carboidratos, entre 14 e 15%, como os
dependente, dentre outros fatores, da
variedade (Cantwell, 2001). Em frutos principais nutrientes, que, associados ao baixo
verdosos, com 13,30 ºBrix, Berger el al. (1978) teor de lipídeos e proteínas e ao elevado teor
determinaram, no dia da colheita, uma taxa de água, explicam o reduzido valor calórico do
respiratória de 72mg CO2/kg de fruta/hora, fruto. No que diz respeito aos minerais, Bicalho
e Penteado (1981) citam este fruto como
que atingiu 115mg no terceiro dia, seguida de
importante fonte de cálcio e fósforo e, além
uma redução que se manteve mais ou menos
constante entre 10-30mg CO2/kg de destes, Sawaya et al. (1983) destacam o
fruta/hora, sem registro de mudanças da magnésio e o potássio. Os valores de vitamina
coloração da casca. Deste modo, a C, apresentados por diversos autores, variam
deterioração destes frutos (Figura 3) não é de 20,33mg a 80,91mg/100, e são
comparáveis aos da laranja, limão e mamão,
decorrente de sua fisiologia, mas,
principalmente, dos danos físicos da casca, considerados boas fontes deste nutriente.
durante o manejo na colheita e pós-colheita.
Altamente perecíveis, começam a apresentar Discrepâncias entre os valores
sinais de apodrecimento aos nove dias após a apresentados no quadro 1 podem ser
colheita, e aos vinte geralmente apresentam atribuídas a fatores diversos, como:
metodologia analítica, cultivar, condições
perdas de 70% a 80%, conforme Kader
edafoclimáticas, método de cultivo, estádio de
(2005). Os frutos machucados são facilmente
infectados por microrganismos, causando maturação do fruto e condições de
apodrecimento da base, deterioração, armazenamento. Neste contexto, Bicalho e
favorecida por patógenos dentre os quais se Penteado (1981) ressaltam ainda a importância
do estádio de maturação do fruto sobre a
destacam o Fusarium spp! Alternaria spp.,
composição centesimal e mineral,
Chlamydomyces spp. e Penicillium spp;
(Esquivel, 2004). principalmente do estádio verde maduro para
maduro, caracterizado pelas mudanças
químicas dos constituintes do fruto.
O quadro 1 apresenta também
informações sobre a acidez, pH e sólidos
solúveis totais (ºBrix), de fundamental
importância na determinação do ponto de
colheita, tanto para consumo in natura como
para a seleção da matéria-prima para fins
industriais. Na literatura, também são
encontrados dados sobre constituintes com
potencial funcional, presentes no fruto, como:
pigmentos, betalaínas e polifenóis, obtidos por
Figura 3. Aspectos externos do fruto em fase de
deterioração. Ramadan e Mörsel (2003) e Stintzing et al.
(2001).

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Fruto de palma (Opuntia ficus-indica… Marta Assunção Alves y cols. (2008)

Quadro 1. Composição físico-química, química e nutricional do fruto da O. fícus-indica (L.) Miller

FONTES CONSULTADAS (AUTORES)

1 1 2 2 1 2 1 2 2 1
COMPONENTE Medina Cerezal Coelho Manica Sáenz FA Sepúlveda Franco Sawa Bicalho
et al. (2002) (2000) O & Sáenz (1995) ya et
et al. & Duarte &
(2004) 200 (1990) al.
(2007) et al. Penteado
1 1983
(2005) (1981;

1982)

Valor Calórico 50,0 55,3 47,30


(Kcal/100g)
Proteína 0,90 <0,01 0,98 0,21 – 1,6 0,8 0,82 0,40 0,21 1,08
(%) Nx 6,25 0

Lipídios (%) 0,50 0,23 0,09 – 0,7 0,7 0,10 0,12 0,96

Açúcares 13,42 14,06 13,20 12,8


totais (%)
Fibra (%) 5,37 0,19 2,79 0,02 – 3,15 0,1 0,23 0,02 0,02
0
Cálcio 26,3 15,0 – 32,8 12,8 ± 1,1 10 28,0 38,91
(mg/100g)
Magnésio 25,1 - 16,1 28,0 21,78
(mg/100g)
Sódio 0,62 0,60 – 1,19 0,60 0,80
(mg/100g)

Fósforo 12,8 – 27,6 32,8 16 15,40 30,36


(mg/100g)

Ferro - 0,40 0,30 1,50 2,65


(mg/100g)

Potássio 158,3 217,0 217,0 ± 161,0 0,80


(mg/100g) 3,3

Vit. C 17,2 32,44


(mg/100g)
ß – caroteno 0,53 traços
(%)
Umidade (%) 82,27 50,41 87,27 83,770 85,60 84,83
Cinzas (%) 0,392 3,90 - 0,40 0,4 – 1,0 0,44 0,44 0,36
Acidez 0,078 0,33 0,124 0,18 - 0,059 0,06
(% ác. cítr.)
Sol.Solúveis 14,58 40,0 12,26 19,66 16,00 14,06 13,65
Totais (%)
pH 6,32 3,34 5,948 5,3-7,1 6,37 5,33

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Índices de Colheita região onde o fruto é cultivado, do vigor e


O desenvolvimento dos frutos, de uma idade da planta, condições edafoclimáticas e
maneira geral, inicia-se com uma intensa coloração da casca, podendo esta última ser
multiplicação celular, seguida de aumento do influenciada pelo tamanho do fruto e seu
volume, que dá lugar ao aparecimento de posicionamento na planta (García, 2000). Estas
vacúolos, nos quais ocorre o acúmulo de constatações levaram Bleinroth (1988) a
nutrientes por ele sintetizados, do recomendar a utilização de dois ou mais
armazenamento e senescência (Wills et al. índices de colheita, pré-estabelecidos para a
1989). variedade nas condições utilizadas no seu
As reservas de substratos permitem cultivo, para determinar o ponto ótimo de
que os frutos climatéricos possam ser colhidos colheita dos frutos de um modo geral.
ao atingirem o volume característico da espécie Recomenda-se também que os frutos devem
e promoverem as modificações químicas ser colhidos em horário que favoreça a
características do amadurecimento: aumento turgência dos tecidos, facilite o corte e
da respiração, elevação do teor de sólidos proporcione maior resistência aos danos
solúveis totais, interconversão de açúcares mecânicos por compressão.
simples, elevação do pH, redução dos ácidos
orgânicos, fenólicos, e modificações dos No caso específico desse fruto, devido
componentes da parede celular por ação à presença dos gloquídeos são requeridas
enzimática, sobretudo da protopectina a tecnologias de colheita especiais para
pectina (Guerra et al. 2006; García & Valdez, minimizar as perdas e atender às exigências do
2003; Wills et al. 1989). mercado, principalmente quanto à boa
resistência ao manuseio e transporte (Valdez,
Por ser um fruto não climatérico, o 2002; Barbera, 2001). A colheita do figo-da-
figo-da-índia deve ser colhido maduro, uma índia pode ser realizada de três formas: por
vez que, diferentemente dos climatéricos, não giro ou torção; corte rente à articulação e corte
possui as reservas necessárias para promover abaixo do fruto, incluindo um pequeno pedaço
as modificações supracitadas fora da planta. do cladódio (Figura 4), com a finalidade de
Razão pela qual Barbera (2001) e García proteger a porção basal, reduzindo, assim, a
(2000) consideram imprescindível a incidência de putrefação. Neste caso, a fruta
determinação do ponto de colheita para obter deve ser curada, ou seja, mantida por um ou
frutos de alta qualidade, como forma de dois dias em temperatura ambiente, sob
preservar suas características organolépticas e corrente de ar, para que o tecido do cladódio
nutritivas após a colheita. seque e caia no momento da seleção e
embalagem. Nas duas últimas formas de
O completo desenvolvimento do fruto colheita, utilizam-se canivetes para reduzir os
pode ser determinado pelo tamanho, danos físicos (marcas de dedos), conservando
corpulência, coloração da casca, queda dos por mais tempo a aparência dos frutos (Valdez,
gloquídeos (pequenos espinhos de celulose 2002).
cristalina), firmeza, grau de profundidade do
receptáculo floral, peso específico e sólidos Tecnologia pós-colheita
solúveis totais, mínimo de 14 ºBrix, em Após a colheita, o fruto poderá sofrer
conjunto com outros atributos de qualidade, deterioração, devido aos danos por lesões e
como a porcentagem de polpa, espessura e infecções patológicas decorrentes do corte e
facilidade de remoção da casca, relação polpa- do manejo imediato e apresentar fisiopatias ou
casca, gravidade específica e resistência física enfermidades fisiológicas (danos pelo frio)
ao manuseio (García & Valdez, 2003). quando submetido a temperaturas e tempo de
Convém ressaltar que os indicadores armazenamento distantes do limiar biológico
do ponto de colheita sofrem influência de da espécie e variedade (Valdez, 2002).
fatores intrínsecos e extrínsecos, a exemplo do A mais importante operação pós-
peso, do ºBrix, da acidez e, por extensão, da colheita diz respeito à remoção dos gloquídeos
relação ºBrix/acidez, que variam em função da “despinados”, que poderá ser realizada de

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forma manual ou mecânica. A remoção manual Mais vantajosas que as de madeira,


é feita por escovação dos frutos dispostos por possuírem paredes internas lisas e
sobre o solo ou em áreas cobertas com palha brandas, reduzirem os danos, a incidência
ou sobre tábuas perfuradas. Esta prática causa microbiana e facilitarem o manejo no
danos consideráveis ao fruto, aumentando sua transporte e em câmaras de armazenamento,
perecibilidade. A forma mais indicada é a as caixas de papelão apresentam, entretanto,
mecânica, efetuada pela passagem dos frutos como desvantagens, limitada reutilização, alto
por uma série de escovas giratórias (com custo, menor resistência mecânica e à umidade
cerdas de nylon), aspergidas com água ou (Cantwell, 2001; García, 2000).
remoção por sucção, processo que reduz o Das numerosas dificuldades que
número de lesões (Cantwell, 2001; García, afetam o manejo pós-colheita dos frutos
2000). tropicais, principalmente o transporte aos
Depois de escovados, os frutos são mercados externos, destaca-se a baixa
encerados, operação que poderá ser realizada tolerância ao frio (temperatura mínima de
por imersão ou aspersão de cera, com o segurança entre 8ºC e 12 ºC), reduzindo o
objetivo de controlar a perda de água por tempo de conservação. O manejo adequado
transpiração, reduzir a intensidade das trocas reduz a perda de peso por transpiração, por
gasosas próprias do fruto, melhorar o aspecto diminuir o déficit de pressão de vapor de água
visual e prolongar sua conservação. Embora entre o fruto e o ambiente de armazenamento.
Félix et al. (1992) indiquem a cera de A pressão de vapor dos espaços intercelulares
Candelilla como a mais eficiente para controlar da maioria dos frutos é de cerca de 99%,
a perda de peso, as mais utilizadas são a requerendo, portanto, umidade relativa do ar
parafina, ésteres de sacarose e ácidos graxos. (UR) da câmara de armazenamento entre 86%
A utilização de cera de carnaúba poderia e 95%, para manutenção da qualidade
constituir uma alternativa importante para o (Cantillano, 1991).
desenvolvimento da economia local no semi- Diferentes películas podem ser
árido, onde a carnaúba é uma espécie nativa, utilizadas como cobertura das caixas e
particularmente explorada nos estados do Rio elaboração de diferentes bolsas, a fim de
Grande do Norte, Ceará e Piauí. Há resultados reduzir as perdas de peso e modificar a
experimentalmente comprovados de utilização atmosfera. Essas práticas, contudo, requerem
de cera de carnaúba em bananas (Lima, 1998). o uso de papel ou outro material absorvente,
Na seleção dos frutos são considerados para evitar que a umidade condensada
defeitos, más-formações, danos físicos e aumente a decomposição por ataque
mecânicos (cicatrizes, marcas de dedos etc.). microbiano (Cantwell, 1995). Para reduzir os
Sua classificação é realizada manual ou riscos de alterações por microrganismos, além
mecanicamente, segundo a cor e o tamanho. da modificação da atmosfera, pode-se utilizar
Na seqüência, os frutos podem ser envolvidos combinações técnicas como imersão dos frutos
em papel de seda, para reduzir o contágio de em água aquecida contendo fungicidas, de
podridão entre eles, e acondicionados em preferência de baixa toxicidade, associada ou
caixas. Dependendo da finalidade, são não à aplicação de ceras e armazenamento
utilizadas caixas de madeira, indicadas para o refrigerado (Oliveira & Cereda, 2003). Neste
acondicionamento de frutos destinados ao contexto, é bom salientar que, embora
mercado local; e caixas de papelão, com temperaturas na faixa de 11ºC - 12ºC sejam
capacidade em torno de 5kg, para frutos mais indicadas para o armazenamento de
destinados à exportação. As primeiras, embora frutos tropicais, para os frutos de O. fícus-
acondicionem maior quantidade de produtos, indica, excepcionalmente, têm sido
ocasionam sérios danos, por compressão, e, recomendadas temperaturas mais baixas, entre
por serem reutilizáveis, são fontes de 5ºC e 8ºC, cuja eficácia encontra-se na
microrganismos responsáveis por infecções e dependência de fatores como tempo de
decomposição, acarretando consideráveis armazenamento, embalagem, época de
perdas (García, 2000). colheita e variedade (García, 2000).

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Berger et al. (1978) conduziram exportador, a uva, a goiaba, a manga e o


experimento com frutos de O. fícus-indica melão, devido à potencialidade produtiva,
tratados por imersão, por dois minutos, em aliada à demanda do consumo. Além destes,
água aquecida a 48 ºC-50 ºC, contendo outros frutos poderão ser cultivados visando a
Benlate (Benomyl) e Botran (DCNA), em exportação, como é o caso do O. fícus-indica,
seguida foram embalados em sacos de objeto desta revisão, que constitui uma
polietileno (0,038 mm de espessura) e alternativa para a diversificação do mercado de
armazenados a 0 ºC ± 0,5 ºC com UR entre frutos exóticos na Região Nordeste, pela
85%-90%, por períodos de 21, 32, 42, 49 e 50 conhecida aptidão de se desenvolverem em
dias. Ao final do experimento, constataram que climas xerófilos. A consecução deste objetivo
os frutos encontravam-se em condições para perpassa, no entanto, por ações que permitam
consumo, indício de boa tolerância ao frio, e uma maior competitividade no setor, isto é,
que a embalagem foi eficaz na conservação da pesquisas voltadas para aspectos fundamentais
aparência e no controle da perda de peso, cuja desta temática, como: seleção das variedades
média diária foi de 0,11%, durante o mais produtivas; condições favoráveis de
armazenamento a 0ºC e 0,33ºC nas condições cultivo; estabelecimento do ponto ótimo de
de comercialização, cerca de 60% inferior à colheita; definição da tecnologia pós-colheita
registrada para os não embalados. Inglese et em função das cultivares, condições sine qua
al. (2002) mencionam a utilização de películas non para garantir produtos com um padrão de
de polietileno em frutos armazenados a 6 ºC, qualidade compatível ao exigido pelo mercado
por seis semanas, e posteriormente nacional e internacional.
comercializados a 20ºC, achados que Há, portanto, ainda um longo caminho
confirmam os dados citados em relação à a percorrer, diante da impossibilidade de
perda de peso, danos pelo frio e conservação transpor os resultados obtidos pelos
da aparência. García (2003), da mesma forma, pesquisadores de outros países, principalmente
destaca a utilização de película de polietileno do México, para os frutos aqui produzidos, face
na retenção do frescor e redução da perda de às diferenças entre as variedades cultivadas e,
peso em frutos armazenados a 9ºC, por quatro sobretudo, das condições edafoclimáticas. As
semanas. pesquisas deverão contribuir para agregar
Em contraposição, Franco e Veloz valor a essa espécie, que poderá ser explorada
(1985) relatam danos pelo frio, após como alternativa alimentar e/ou fonte de renda
armazenarem frutos de O. amyclaea e O. fícus- complementar para os agricultores familiares
indica a 8 ºC ou 10 ºC, por 15 dias; García et da Região Nordeste.
al. (1997), ao armazenarem frutos de seis
variedades dessa espécie, por 60 dias, sob Referências Bibliográficas
refrigeração (9 ºC e 90% de UR), constataram Barbera, G. 2001. História e importância
que a “Burrona” e a “Cristalina” foram mais econômica e agroecológica. In: Barbera, G.;
tolerantes do que a “Torreoja” e a “Copena”. Inglese, P.; Pimienta-Barrios, E.
Estes resultados foram ratificados por Franco e Agroecologia, cultivo e usos da palma
Veloz (1985), ao constatarem a forrageira. FAO/ Sebrae. pp.1-11.
susceptibilidade destes frutos a danos pelo frio, Barrios, E. P.; Urías, A. M. 2001. Domesticação
na dependência da variedade, expressos pelo das Opuntias e variedades cultivadas. In:
surgimento de pequenas manchas escuras na BARBERA, G.; INGLESE, P.; PIMIENTA-
superfície da casca, levando ao seu BARRIOS, E. Agroecologia, cultivo e usos da
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A fruticultura, no Brasil, é uma das Conservación de tunas (Opuntia ficus-
atividades mais dinâmicos e competitivas da indica) en almacenaje refrigerado.
atualidade e uma das principais fontes de Investigación Agrícola.4:21-24.
renda para a Região Nordeste. Dos frutos
cultivados, destacam-se, no segmento

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