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20160708140547boletim Tecnico 36 PDF
20160708140547boletim Tecnico 36 PDF
Boletim Técnico
Julho 2016
GOVERNO DO ESTADO DO
RIO GRANDE DO SUL
Marc Richter
Presidente Interino
CDU662.613.11:662.66(81)
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RESUMO
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5 – fomentar a sustentabilidade da cadeia produtiva do carvão
termelétrico.
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1. OBJETIVOS
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ETAPA III LEVANTAMENTO DE DADOS DA GERAÇÃO DE
CINZA NAS TERMELÉTRICAS NO ESTADO DE SANTA
CATARINA E PARANÁ
Maranhão
Ceará
2. MÉTODO DE TRABALHO
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3. EXECUÇÃO DO PROJETO
4. RELATÓRIO FINAL
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Quadro 1 – Usinas Termelétricas Projetadas para o Sul do Brasil
– Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
USINA MUNICÍPIO MW
UTE Fase D - CGTEE Candiota 350
UTE ENEVA Sul Candiota 727
UTE Seival - ENEVA Candiota 600
UTE Pampa Sul - Tractebel Candiota 340
UTE Jaguarão - Star Energy - Grupo Betim Candiota 1200
UTE Cibe Energia S.A. Candiota 700
UTE CT Sul Cachoeira do Sul 700
UTE Eleja (ex-Jacuí) Charqueadas 350
Usitesc Treviso 440
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Figura 1 – Matriz de energia elétrica nacional – atual.
Fonte: Ministério de Minas e Energia, 2013.
outros derivados
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Das reservas de carvão fóssil conhecidas no Brasil,
aproximadamente 32,3 bilhões de toneladas, o Rio Grande do Sul
detém as maiores reservas, representando cerca de 89% do total
nacional (CRM, 2013), ao lado do segundo produtor, Santa
Catarina, com cerca de 10% e o Paraná é o terceiro e dispõe de
aproximadamente 1% das reservas nacionais conhecidas.
Pelas características dos carvões fósseis sulbrasileiros, tais
como: baixo poder calorífico, alto teor em matéria inorgânica e um
significativo teor em enxofre, a sua utilização tem sido direcionada
preferencialmente para a geração de vapor, em termelétricas,
sendo hoje a forma mais expressiva de utilização desse
combustível. Três polos regionais, localizados conforme mostra a
Figura 3, se destacam, no sul do Brasil, como consumidores de
carvão mineral como combustível, e consequentemente
geradores de cinzas resultantes de sua combustão.
A importância das cinzas cresce, na medida em que políticas
governamentais, que vem sendo adotadas para o setor energético,
acenam para um cenário favorável para a instalação, no Rio
Grande do Sul, ainda na presente década, de novas unidades
térmicas de carvão, num total de aproximadamente 1327 MW de
potência.
Fonte: Calculado a partir da potência nominal média das UTEs; Mallmann, 2013.
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Tendo em vista os dados registrados nos Quadros 2 e 3,
obtidos na forma de cálculos da potência nominal e em declarações
históricas das empresas, verifica-se que a produção atual de cinzas
de carvão no Estado do Rio Grande do Sul disponíveis para uso são
da ordem de 1,5 milhões de toneladas/ano de cinzas volantes e 700
mil toneladas/ano de cinzas de fundo. Considera-se já nestes
números a parcela absorvida pelo uso na fabricação de cimento.
Ressalta-se, ainda, que toda a cinza de fundo é atualmente
descartada, retornando para as cavas de mineração.
A partir da realização de leilões de venda de modalidades de
energia incluindo as termelétricas a carvão fóssil nacional e
importado, tal como o ocorrido em dezembro de 2005, duas novas
usinas já estão viabilizadas pela ANEEL e mais quatro (CT Sul,
Seival, MPX Sul e Usitesc) estão sendo encaminhadas.
O projeto da Usina Termelétrica Sul-Catarinense S. A. –
USITESC com seus 440 MW está previsto para ser instalado no
município de Treviso (PALMA, 2005). Esta UTE utilizará um carvão
fóssil que, durante sua operação, irá originar 67% de cinzas. A
produção anual, apenas de cinzas volantes, será de 800.000
toneladas.
Até o final da década a produção de cinzas não utilizadas e a
serem, portanto, dispostas no ambiente, ultrapassará os 5 milhões
de toneladas/ano.
Deve ser ressaltado, por outro lado, que além das cinzas
"brasileiras" de carvão, já razoavelmente conhecidas do ponto de
vista científico, técnico e ambiental, passarão a existir outras – com
propriedades absolutamente desconhecidas por cientistas e
técnicos nacionais – a partir da utilização de carvões originários da
Colômbia, de Moçambique e da África do Sul, apenas para citar
alguns exemplos.
A matéria mineral associada ao carvão, e que não foi separada
dele no processo de beneficiamento, constitui-se em um material
inerte nos processos de gaseificação ou combustão direta do
carvão. São as chamadas cinzas e, conforme o processo de
gaseificação ou queima do carvão, apresentam-se sob diversas
formas, a saber: escórias, cinzas de fundo e cinzas volantes.
As escórias são produtos originados na queima ou
gaseificação do carvão granulado em grelhas móveis. São
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retiradas pelo fundo das fornalhas, após serem resfriadas com
água. Frequentemente apresentam-se em granulometria grosseira
e blocos sinterizados, apresentando elevados teores de carbono
não queimado (10 a 20%).
As cinzas de fundo (bottom ash) são as cinzas mais pesadas e
de granulometria mais grossa, que caem para o fundo das
fornalhas e gaseificadores, sendo frequentemente retiradas por um
fluxo de água, principalmente nas grandes caldeiras de usinas
térmicas e centrais de vapor. Originadas nos processos de queima
do carvão em forma pulverizada e da queima ou gaseificação do
carvão em leito fluidizado, contem geralmente teores de carbono
não queimado de 5 a 10%.
As cinzas volantes (fly ash) são constituídas de partículas
extremamente finas (100% menor que 0,15mm), leves e que são
arrastadas pelos gases de combustão de fornalhas ou gases
gerados em gaseificadores industriais. Uma grande parcela dessas
partículas é retida por um sistema de captação tais como filtros de
tecido, ciclones, precipitadores eletrostáticos, etc. As grandes
unidades produtoras desse tipo de cinza são as usinas
termoelétricas e centrais de vapor.
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O consumo específico de cada UTE perfaz: Fase A – 1,28
t/MWh; Fase B – 1,24 t/MWh e Fase C – 0,89 t/MWh;
A geração de cinzas do Complexo Termelétrico de
Candiota é muito variável e depende diretamente da
operação das Unidades Geradoras; desta forma os valores
apresentados são referenciados em dados históricos
médios.
Para os cálculos foram utilizadas as relações de 30% de
cinza pesada e 70% de cinza leve do total de cinza gerada
na combustão do carvão de Candiota nas Unidades da
Eletrobras CGTEE.
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base na sua inflexibilidade (155 MW).
As quantidades médias de cinzas geradas pela Fase B
são: cinza leve – 52.300 t/mês e cinza pesada – 22.400
t/mês.
A CGTEE possui mais de 60 compradores de cinzas
cadastrados, além das cimenteiras Votoram e Intercement,
seus maiores compradores.
Aproximadamente 30% da cinza leve gerada é
comercializada, podendo ser na forma seca, transportada
em caminhão silo, ou úmida, em caminhão basculante; a
média da cinza leve comercializada é de 15.600 t/mês,
sendo que a cinza pesada não é comercializada e, após
umidificada, também retorna a cava da Mina de Candiota
(Figura 7).
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FASE C (Iniciada em 2011 - 350 MW)
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volante no cimento, a quantia utilizada oscila de 30 a 35%
deste material. A quantidade de cinza volante utilizada no
processo atinge o valor de 12.000 t/mês.
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Figura 8 – Fotografia da UTCH em vista geral mostrando o equipamento de
dessulfuração, localizada no município de Charqueadas-RS.
Fonte: Tractebel Energia, 2014.
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EMPRESA BRASKEM
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volante e 14% de cinza de fundo, sendo as quantidades 8.000
t/mês de cinza volante e 1.100 t/mês de cinza de fundo.
As cinzas volantes são, na totalidade, despachadas para a
fábrica de cimento da InterCement (ex-Cimpor) localizada no
município de Nova Santa Rita. As cinzas de fundo têm destino final
na volta para a cava de mineração.
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Figura 12 – Fotografia da bacia de cinzas úmidas nos lotes de
armazenamento Lote 17 e Lote 18, contendo um volume que
perfaz aproximadamente 200.000 m3.
EMPRESA BIANCHINI S. A.
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Figura 15 – Fotografia do local de estocagem das cinzas já misturadas
da unidade Canoas da empresa Bianchini S. A.
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Figura 16 – Vista aérea do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda.
Fonte: Tractebel Energia, 2014.
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blocos de cinza fundida – sinterizada que são conhecidos
popularmente pelos nomes de "batoque", "tatu" e "cascão".
As cinzas volante e de fundo geradas são totalmente
gerenciadas pela Votorantim Cimentos, em contrato de regime de
comodato. Por força contratual, deve haver uma margem de cinzas
a serem livremente comercializadas na ordem de 15 a 20%.
O destino das cinzas volante e de fundo gerenciadas pela
Votorantim Cimentos são as unidades da Votorantim de Imbituba e
Vidal Ramos em Santa Catarina, e uma unidade em Rio Branco do
Sul, no Paraná. Também recebem cinzas volantes uma fábrica da
empresa Itaimbé, próxima à Curitiba e a Imbralit. Muitas
concreteiras também recebem cinzas, por exemplo a Polimix e a
Supermix no município de Capivari de Baixo.
Tendo em vista que a indústria cimenteira absorve a totalidade
das cinzas volantes produzidas no Complexo Termelétrico Jorge
Lacerda, a Votorantim Cimentos instalou uma unidade de secagem
de cinza de fundo na sua área contígua ao Complexo (Figura 17). A
capacidade de processamento (= secagem) desta unidade é de 30
t/hora de cinza de fundo, o que equivale a 27.000 t/mês.
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Figura 18 – Vista aérea da UTE Figueira. Fonte: COPEL, 2013.
CONFIGURAÇÃO ATUAL
GERAÇÃO DE CINZAS
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são recolhidas e acondicionadas em local próprio. Existe um pátio
de reserva de carvão que oscila entre 10 mil a 1000 toneladas de
carvão estocado.
A UTE Figueira está queimando 8.100 t/mês de carvão CE
6000, com 25 % de cinzas (270 t/ dia de carvão ou 97.200 t/ano).
Com produção aproximada de 24.300 t de cinzas/ano que vão para
o aterro, sendo as cinzas volantes misturadas com as de fundo. A
quantidade relativa de cinzas volantes é de 84% do total.
A cinza volante é misturada com a cinza de fundo e recebe 16%
de umidade para ser levado de caminhão distante 8 km para célula
de depósito.
A COPEL, através de um leilão de cinzas, realizado no ano de
2014, pretendeu dar destino industrial-produtivo para as cinzas.
ATERRO DE CINZAS
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Figura 19 – Fotografia do estado atual do Aterro 2 que serve à
UTE Figueira, recebendo a mistura final de cinzas.
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Figura 20 – Fotografia da UTE Porto de Itaqui, em São Luiz do Maranhão-MA.
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COMPLEXO TERMELÉTRICO DE PECÉM
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4.3 USO E DISPONIBILIDADE DE CINZAS NO RIO GRANDE DO
SUL
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4.4 USO, DISPONIBILIDADE E DESTINAÇÃO DAS CINZAS EM
OUTROS ESTADOS
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REFERÊNCIAS