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SETOR HABITACIONAL PONTE DE TERRA

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL


VOLUME III

2012

i
ii

GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL

Agnelo dos Santos Queiroz Filho


GOVERNADOR

Tadeu Filippelli
VICE-GOVERNADOR

Antonio Carlos Lins


PRESIDENTE DA TERRACAP

Luís Antônio Almeida Reis


DIRETOR TÉCNICO E DE FISCALIZAÇÃO – DITEC
iii

EQUIPE TÉCNICA
iv

EQUIPE TÉCNICA
v

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 1

2 IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR
REENDEDOR 2

3 CARACTERIZAÇÃO GERAL DO EMPREENDIMENTO 3

3.1 NOME DO EMPREENDIMENTO 3


3.2 ÁREA DE ESTUDO 3
3.3 SITUAÇÃO FUNDIÁRIA 3
3.4 LOCALIZAÇÃO, ACESSOS PRINCIPAIS E ZONEAMENTO 3
3.5 OBJETIVOS DO ESTUDO 4
3.6 COMPATIBILIZAÇÃO DO PROJETO COM A LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA E ORDENAMENTO TERRITORIAL 8
3.7 COMPATIBILIZAÇÃO DO PROJETO COM A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 8
LICENCIAMENTO AMBIENTAL 8

4 SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO
CO AMBIENTAL 9

4.1 ÁREAS DE INFLUÊNCIA 9


4.2 MEIO FÍSICO 9
ASPECTOS CLIMÁTICOS 9
GEOLOGIA 10
RELEVO 12
SOLOS 12
HIDROGRAFIA 16
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS 16
4.3 MEIO BIÓTICO 17
FLORA 17
FAUNA 21
4.4 MEIO SOCIOECONÔMICO 24
REGIÃO ADMINISTRATIVA DO GAMA (RA-II) 24
SETOR HABITACIONAL PONTE DE TERRA (SHPT) 26
4.5 ASPECTOSS URBANÍSTICOS E DE INFRAESTRUTURA 28
ASPECTOS URBANÍSTICOS 28

5 PROGNÓSTICO AMBIENTAL
AMBIENTA 39

5.1 CENÁRIO 1: DESCONSTITUIÇÃO DA ÁREA E REMOÇÃO DAS OCUPAÇÕES 40


5.2 CENÁRIO 2 - CENÁRIO DE NÃO REGULARIZAÇÃO 42
5.3 CENÁRIO 3 - ALTERNATIVA DE REGULARIZAÇÃO 43

6 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS
IMPACTO E MEDIDAS MITIGADORAS 60

6.1 CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS 60


6.2 DEFINIÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS 61
vi

MATRIZ DE IMPACTOS 62
6.2 AÇÕES IMPACTANTES NA FASE DE PLANEJAMENTO 84
LICENCIAMENTO E COMPENSAÇÃO AMBIENTAL 84
REGULARIZAÇÃO DAS TERRAS 84
MEDIDAS PREVENTIVAS DE IMPACTOS OU OTIMIZADORAS DOS BENEFÍCIOS ESPERADOS 84
6.3 AÇÕES IMPACTANTES NA FASE DE INSTALAÇÃO 84
ASPECTOS CLIMÁTICOS 85
ASPECTOS GEOLÓGICO-GEOTÉCNICOS 85
INTERFERÊNCIAS COM RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS 87
IMPACTOS POTENCIAIS RELATIVOS ÀS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS 88
IMPACTOS SOBRE A FLORA E FAUNA 88
6.4 MEDIDAS PREVENTIVAS DOS IMPACTOS OU OTIMIZADORASDOS BENEFÍCIOS ESPERADOS 89
6.5 AÇÕES IMPACTANTES NA FASE DE OPERAÇÃO 90
IMPACTOS SOBRE O MEIO SOCIOCULTURAL 90
DINAMIZAÇÃO DA ECONOMIA REGIONAL E DO MERCADO DE TRABALHO 91
ALTERAÇÃO NO MERCADO IMOBILIÁRIO 91
EXPECTATIVAS DA POPULAÇÃO 91
DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS 92
6.6 MEDIDAS PREVENTIVAS DOS IMPACTOS OU OTIMIZADORASDOS BENEFÍCIOS ESPERADOS 92
6.7 IMPACTOS NAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 92
CORREDORES ECOLÓGICOS 94

7 PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL


AM 95

7.1 PROGRAMA DE GESTÃO E MONITORAMENTO DAS OBRAS 95


JUSTIFICATIVA 95
OBJETIVOS 95
ATIVIDADES 95
7.2 PROGRAMA DE GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 96
JUSTIFICATIVAS 96
OBJETIVOS 96
ATIVIDADES 96
7.3 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL 97
JUSTIFICATIVAS 97
OBJETIVOS 98
ATIVIDADES 98
7.4 PROGRAMA DE ARTICULAÇÃO E FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL 99
JUSTIFICATIVAS 99
OBJETIVOS 100
ATIVIDADES 100
7.5 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO E COMPENSAÇÃO AMBIENTAL 101
JUSTIFICATIVA 101
OBJETIVO 101
ATIVIDADES 101
7.6 SUBPROGRAMA DE RECUPERAÇÃO
RECUPE E RECOMPOSIÇÃO PAISAGÍSTICA. 101
JUSTIFICATIVA 101
OBJETIVOS 101
ATIVIDADES 102
7.7 SUBPROGRAMA DE COMPENSAÇÃO FLORÍSTICA 102
JUSTIFICATIVA 102
vii

OBJETIVO 102
ATIVIDADES 103
7.8 PROGRAMA DE MONITORAMENTO E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL 104
JUSTIFICATIVA 104
OBJETIVOS 104
ATIVIDADES 104
7.9 PROJETO DE MONITORAMENTO E CONTROLE DA QUALIDADE AMBIENTAL 105
JUSTIFICATIVA 105
ATIVIDADES 105
7.10 PROJETO DE MONITORAMENTO E CONTROLE DA QUALIDADE DA ÁGUA 105
OBJETIVO 105
ATIVIDADES 106
7.11 PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA
ASSISTÊNC À SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 107
JUSTIFICATIVA 107
OBJETIVOS 107
ATIVIDADES 107

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 110

9 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
FICA 115
viii

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – LOCALIZAÇÃO DO SETOR HABITACIONAL PONTE DE TERRA. ................................................................ ................................ 4


O
FIGURA 2 - ZONEAMENTO DO SETOR HABITACIONAL PONTE DE TERRA, CONFORME PDOT/2009 E ADIN N
2009.00.2.017.552-9. ................................................................................................................................
................................ .................................... 5
FIGURA 3 – LOCALIZAÇÃO DO SETOR HABITACIONAL PONTE DE TERRA EM RELAÇÃO ÀS BACIAS ACIAS HIDROGRÁFICAS....... 6
FIGURA 4 – LOCALIZAÇÃO DO SETOR HABITACIONAL PONTE DE TERRA EM RELAÇÃO ÀS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
E ÁREAS DE PRESERVAÇÃO DE MANANCIAIS. ................................................................................................
...................................... 7
FIGURA 5 – GEOLOGIA DA ÁREA DO SETOR HABITACIONAL PONTE DE TERRA.......................................................
................................ 11
FIGURA 6 - PERFIL DE LATOSSOLO VERMELHO ERMELHO NA ÁREA DO SHPT. ................................................................
..................................... 12
FIGURA 7 - OCORRÊNCIA DE LATOSSOLO LATOSSO VERMELHO-AMARELO NA ÁREA DE ESTUDO.............................................
................................ 13
FIGURA 8 - SOLO GLEISSOLO ENCHARCADO ENCHAR COM OCORRÊNCIA DE VEGETAÇÃO TÍPICA DE VEREDA. ......................... 13
FIGURA 9 – PEDOLOGIA DA ÁREA DO SETOR HABITACIONAL PONTE DE TERRA. ....................................................
................................ 15
FIGURA 10- DALBERGIA MISCOLOBIUM. ................................................................................................
........................................... 17
FIGURA 11 - À DIREITA: SCHEFFLERA MACROCARPA. À ESQUERDA, MAIS ALTA:VOCHYSIA THYRSOIDEA, MAIS
BAIXA:KIELMEYERA CORIACEA. ................................................................................................
................................ ........................................................ 18
FIGURA 12 - TRECHO DE MATA DE GALERIA NÃO INUNDÁVEL DO CÓRREGO PONTE DE TERRA................................ 18
FIGURA 13 - OCORRÊNCIA DE ESPÉCIES DO GRUPO PTERIDÓFITA NA MATA DE GALERIA DO CÓRREGO PONTE DE
TERRA. ................................................................
................................................................................................
......................................................... 19
FIGURA 14 - PRESENÇA DE CIPÓS E TREPADEIRAS T EM TRECHO DA MATA DE GALERIA DO CÓRREGO PONTE DE TERRA.
................................................................
................................................................................................................................
.................................... 19
FIGURA 15 - CAMPO DE MURUNDUS NO LIMITE DA CABECEIRA DO CÓRREGO PONTE DE TERRA............................... 20
FIGURA 16 - ASPECTO DO TRECHO DE MATA DE GALERIADO CÓRREGO PONTE DE TERRA. .................................... ................................ 21
FIGURA 17 – LOCALIZAÇÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ( RAIO DE INFLUÊNCIA DO SETOR HABITACIONAIS
PONTE DE TERRA – RESOLUÇÃO Nº 428/2010).. ..............................................................................................
.............................. 23
FIGURA 18 - POPULAÇÃO DO GAMA DE ACORDO COM O GÊNERO, 2011 (FONTE: PESQUISA DISTRITAL POR AMOSTRA
DE DOMICÍLIOS (PDAD):GAMA, 2011. CODEPLAN, DISTRITO FEDERAL). ............................................................ ............................ 24
FIGURA 19 – RODOVIAS E FAIXAS DE DOMÍNIO. ................................................................................................
................................. 29
FIGURA 20 - RUA ESTREITA, DESPROVIDA DE CALÇADAS CALÇAD E ARBORIZAÇÃO.............................................................
............................ 31
FIGURA 21 - RUA INTERNA DE CONDOMÍNIO CONDOM ................................................................................................
...................................... 32
FIGURA 22 - PADRÃO DOS CONDOMÍNIOS CONDOMÍNIO E TRAÇADO DAS VIAS INTERNAS. ...........................................................
................................ 33
FIGURA 23 – EQUIPAMENTOS EXISTENTES EXISTENT .................................................................................................
....................................... 34
FIGURA 24- VIAS PAVIMENTADAS COM ACÚMULO DE ÁGUA NO SHPT. ................................................................ ................................. 36
FIGURA 25 – COLETORES PARA RETIRADA RETIRA DE RESÍDUOS. ................................................................
................................................... 37
FIGURA 26 – PLANO DE USO E OCUPAÇÃO PROPOSTO................................................................. ..................................................... 52
FIGURA 27 – FAIXAS DE DENSIDADES DE OCUPAÇÃO. FAIXA 1 – MUITO BAIXA FAIXA 2 – BAIXA E, FAIXA 3 – MÉDIA.
................................................................
................................................................................................................................
.................................... 59
FIGURA 28 - EXEMPLO DE COLETORES PARA RESÍDUOS RECICLÁVEIS. ................................................................ ................................. 97
ix

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – PADRÕES DE VIAS PROPOSTOS


PROPO PARA O SHPT. ................................................................
................................................ 50
TABELA 2 – EQUIPAMENTOS PÚBLICOS COMUNITÁRIOS. ................................................................
.................................................... 55
TABELA 3 - DISTRIBUIÇÃO DE ÁREAS PROPOSTAS. DESTINAÇÃO E/OU USO FUTURO DE EVENTUAIS NTUAIS ÁREAS
REMANESCENTE. ...............................................................................................
................................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO DEFINID .
TABELA 4 – PERCENTUAL DE EQUIPAMENTOS
EQUIPAM PÚBLICOS E DENSIDADE ESTABELECIDOS PAR O SHPT. .................... 57
TABELA 5 – PARÂMETROS URBANÍSTICOS
URBANÍSTIC PARA O SETOR HABITACIONAL PONTE DE TERRA. ..................................
................................ 57
TABELA 6 – QUANTITATIVO DE LOTES POR USO PREVISTOS. .................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO DEFINID .
1

1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo a apresentação do Estudo de Impacto
Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (Rima) referente à
regularização fundiária de área denominada Setor Habitacional Ponte de Terra
(SHPT), situado na Região Administrativa do Gama – RA II.

Trata-se de um Setor Habitacional de Regularização que agrega áreas não parceladas


e a Área de Regularização de Interesse Específico (ARINE) Ponte de Terra,
Terra localizado
em área urbana.

O Rima retrata sinteticamente os resultados do Estudo de Impacto Ambiental - EIA,


apresentando a situação atual das condições socioeconômicas e ambientais
decorrentes das ocupações irregulares, bem como avalia as restrições ambientais e
socioeconômicas, as alternativas e a capacidade de suporte dos sistemas de
infraestrutura urbana. Além disso, estabelece
estabelec as medidas mitigadoras, compensatórias
e de monitoramento dos impactos decorrentes da atividade.
2

2 IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR
Nome: Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap)

Razão Social: Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap)

Endereço: SAM – Bloco “F” Edifício Sede – Brasília/DF

Endereço Eletrônico: www.terracap.df.gov.br

Inscrição Estadual: nº 07.312.572/001-20

CNPJ: nº 00.359.877/0001-73

Representante Legal: Antonio Carlos Lins


3

3 CARACTERIZAÇÃO GERAL DO EMPREENDIMENTO

3.1 NOME DO EMPREENDIMENTO


Setor Habitacional Ponte de Terra (SHPT).

3.2 ÁREA DE ESTUDO


O Setor Habitacional Ponte de Terra possui 786,52 ha, formado pela Área de
Regularização de Interesse Específico (ARINE) Ponte de Terra.

3.3 SITUAÇÃO FUNDIÁRIA


De acordo com o Despacho nº 0180/2009-NUTOP - Terracap, o Setor encontra-se
parte em terras desapropriadas transferidas e incorporadas ao patrimônio da Terracap
(Registro R.1/2.126 do Cartório do 5º Oficio de Registro de Imóveis do Distrito
Federal), parte em terras desapropriadas, atualmente registradas em nome da
Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil – Novacap (Cartório do 1º Ofício
Luziânia – GO, às fl. 144, do livro 3-k, no de ordem 11.085), e parte em terras
desapropriadas em comum entre a Terracap e outros (Registro R.1.550 do 5º Ofício
de Registro de Imóveis do Distrito Federal). Ainda de acordo com o documento, as
terras desapropriadas, adquiridas ou desapropriadas pela Novacap, serão transferidas
e incorporadas ao patrimônio da Terracap, conforme a necessidade do caso.

3.4 LOCALIZAÇÃO, ACESSOS PRINCIPAIS E ZONEAMENTO


Localizado na porção leste da Região Administrativa do Gama - RA II, o SHPT limita-
se ao norte com a DF-475 e VC-341, a leste com a DF-001 e ao sul com a DF-480,
principal via de acesso ao Setor (Figura 1) (MAPA 01 – Mapa de Localização).

Conforme o Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT/09), a ARINE Ponte de


Terra incide na Zona Urbana de Uso Controlado (ZUUC II) e os demais
assentamentos informais urbanos encontram-se em Zona de Contenção Urbana. Essa
última Zona foi declarada inconstitucional nos termos da Ação Direta de
Inconstitucionalidade – ADIN nº 2009.000.2.017.552-9, resultando para a mesma um
vácuo normativo quanto às diretrizes e parâmetros de ordenamento dessa área
especificamente (Figura 2) (MAPA 02 – Mapa Macrozoneamento – PDOT/2009).

Hidrograficamente, o Setor localiza-se na Região Hidrográfica do Paraná, Bacia


Hidrográfica do rio Corumbá, Unidade Hidrográfica Alagado/Ponte Alta (Figura 3).

Ambientalmente, a área do Setor insere-se sobre a Área de Proteção Ambiental (APA


do Planalto Central), (Figura 4) e das Áreas de Proteção de Manancial (APM) Ponte de
Terra e Olho D’Água.
4

Figura 1 – Localização do Setor Habitacional Ponte de Terra.

3.5 OBJETIVOS DO ESTUDO


O objetivo deste estudo é a regularização fundiária do assentamento urbano
informalmente implantado denominado Setor Habitacional Ponte de Terra, afim de
atender as disposições e estratégias constantes do Plano de Ordenamento Territorial
do Distrito Federal (PDOT/2009), em conformidade com as políticas ambientais
urbanas, federais e distritais.

O estudo contempla, ainda, a proposição de alternativas tecnológicas e de localização


de projeto, a identificação e avaliação sistemática dos impactos ambientais gerados e
as medidas preventivas ou mitigadoras propostas.
5

o
Figura 2 - Zoneamento do Setor Habitacional Ponte de Terra, conforme PDOT/2009 e ADIN n 2009.00.2.017.552-9.
6

Figura 3 – Localização do Setor Habitacional Ponte de Terra em relação às bacias hidrográficas.


7

Figura 4 – Localização do Setor Habitacional Ponte de Terra em relação às Unidades de Conservação e Áreas de Preservação de Mananciais.
8

3.6 COMPATIBILIZAÇÃO DO PROJETO COM A LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA E


ORDENAMENTO TERRITORIAL
O Projeto de Regularização do SHPT está em conformidade com os termos do
PDOT/2009, com a Constituição Federal e com a Lei Orgânica do Distrito Federal
(LODF) e com todos os dispositivos legais que regulamentam o parcelamento e a
regularização do solo urbano,no tocante ao pleno desenvolvimento das funções
sociais da cidade e da propriedade, bem como a garantia de bem-estar da população.

3.7 COMPATIBILIZAÇÃO DO PROJETO COM A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL


O presente estudo contempla o disposto na legislação ambiental e demais normas
estabelecidas por outros instrumentos de gestão territorial e ambiental, ressaltando-se
as restrições, exigências e adequações porventura impostas pelas normas relativas à
preservação da Unidade de Conservação em que o assentamento se insere (APA do
Planalto Central), bem como às Unidades localizadas no raio de 3 km do Setor objeto
da regularização.

Licenciamento Ambiental
O licenciamento ambiental é um procedimento administrativo qualificado como um dos
instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, por meio do qual a Administração
Pública controla e fiscaliza as ações dos administrados.

Basicamente, com relação ao licenciamento ambiental, este documento atende a


todas as exigências e normas preconizadas pela Política Nacional de Meio Ambiente e
pelas Resoluções Conama nº 001/1986 e nº 237/1997.
9

4 SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

4.1 ÁREAS DE INFLUÊNCIA


A Área de Influência Direta (AID) para o meio físico foi considerada com a área da
poligonal do Setor Habitacional Ponte de Terra e as áreas de implantação das redes
coletoras de drenagem pluvial.

A Área de Influência Indireta (AII), para o meio físico, foi definida como a área da bacia
hidrográfica, onde se encontra o Setor. Neste trabalho, serão utilizadas como AII, as
sub-bacias hidrográficas dos córregos Ponte de Terra e Olho D´Água.
Para o diagnóstico ambiental do meio biótico, considerou-se a AID como a área da
poligonal do Setor Habitacional Ponte de Terra, incluindo a cabeceira do córrego
Ponte de Terra. Para a AII foram consideradas as sub-bacias hidrográficas dos
córregos Ponte de Terra e Olho D´Água, potenciais corredores ecológicos bem como,
as Áreas de Proteção de Mananciais Ponte de Terra, Olho D´Àgua, a área do Cindacta
I e as áreas de realização do inventário florístico, uma vez que o estudo contemplou
fragmentos de Cerrado localizados em outras bacias hidrográficas, cuja caracterização
se mostrou relevante para o cálculo da compensação florestal.
Para o meio antrópico, a AID corresponde à área do empreendimento e toda a Região
Administrativa do Gama. A AII contempla a Regiões Administrativas do Recanto das
Emas (RA-XV) e Riacho Fundo II (RA-XXI), por serem áreas limítrofes ao
empreendimento e possuírem relação mais próxima de fluxo e vivência dos moradores
da região

4.2 MEIO FÍSICO


Aspectos Climáticos
Em condições gerais, o clima da área corresponde ao clima do Distrito Federal.
Segundo a classificação de Köppen, o clima é caracterizado como “Tropical de
Savana” como verão chuvoso e inverno seco. A estação chuvosa inicia em outubro e
termina em abril, sendo o trimestre mais chuvoso de novembro a janeiro.

O clima do Distrito Federal é controlado por massas de ar provenientes da zona


tropical, com ventos dominantes da componente nordeste a leste, responsáveis pelo
tempo seco no inverno. No verão, geralmente, os ventos tem sentido nordeste e
sudeste propiciando condições de estabilidade e tempo bom.

A temperatura média no Distrito Federal tende a um leve aumento de janeiro a março


e decai até os meses de junho e julho, nos quais se registram os menores valores
médios de temperatura. Com a chegada do mês de agosto, a temperatura tende a
crescer atingindo seu ápice no mês de setembro, quando há um novo declínio da
temperatura média.

A umidade relativa do ar é o parâmetro mais característico do clima do Distrito


Federal. Na estação seca, nos horários da tarde, os valores podem alcançar o
patamar de 14 a 15%, no mês de agosto.
10

Geologia
No âmbito da Unidade Hidrográfica do Alagado/Ponte Alta, ocorrem rochas do Grupo
Paranoá, xistos do Grupo Araxá, e coberturas detrítico-lateríticas do Terciário
Quaternário.

Na área do empreendimento, ocorrem apenas rochas do grupo Paranoá. Estas rochas


são representadas pelas unidades descritas abaixo (Figura 5) (MAPA 09 – Mapa
Geológico - Área de Influência Direta):

Grupo Paranoá: Unidade MNPpr3


Unidade denominada de metarritmito arenoso, é formada por intercalações
centimétricas a decimétricas de camadas ricas em quartzo com camadas argilosas.
Apresenta coloração entre avermelhada no topo até branco na base. Estas rochas
apresentam maior resistência à erosão, interrompendo o processo erosivo. Em geral,
ocorrem em regiões com baixas declividades no DF, sustentando as chapadas.
Porém, não foi possível identificar nenhum afloramento de rocha sã na área do Setor.

Unidade MNPpq3
A Unidade Q3 é composta por rocha rica em quartzo com grânulos finos a médios,
brancos a rosados, bem selecionados. Esta unidade é responsável pela manutenção
do relevo elevado, marcando as bordas das chapadas no DF. Esse fato é justificado
devido ao alto grau de silicificação, o que dificulta o intemperismo e alterações pelos
agentes externos. Ressalta-se que esta unidade ocorre somente no emissário do
lançamento de drenagem pluvial.

Unidade MNPpr4
A Unidade R4, denominada de metarritmito argiloso, é rocha predominantemente
argilosa; apresenta intercalações delgadas e regulares de rocha rica em quartzo. As
camadas individuais são de poucos centímetros, porém localmente podem aparecer
camadas de até 50 cm de quartzitos e de 30 a40 cm de pacotes argilosos.

Ressalta-se que esta unidade ocorre somente no emissário do lançamento de


drenagem pluvial.
11

Figura 5 – Geologia da área do Setor Habitacional Ponte de Terra.


12

Relevo
O relevo na região do Setor Habitacional Ponte de Terra é suave com declividade
variando entre 0% a 5%, típica do Domínio de Chapada (ANEXO – MAPAS –
VOLUME V - MAPA 09 – Mapa Geomorfológico – Área de Influência Indireta, II e
MAPA 10 – Mapa Geomorfológico – Área de Influência Direta)

Solos
Na área de estudo, ocorrem Latossolos, variedades Vermelho (Figura 6), Vermelho-
amarelo (Figura 7) e Solos Hidromórficos Indiscriminados, atualmente denominados
Gleissolos (Figura 8) (MAPA 14 – Mapa Pedológico – Área de influência Direta).

Figura 6 - Perfil de latossolo vermelho na área do SHPT.


13

Figura 7 - Ocorrência de latossolo vermelho-amarelo na área de estudo.

Os Latossolos são solos de grande profundidade, argilosos e com pequena tendência


natural ao desenvolvimento de processos erosivos. Há, no entanto, grande
possibilidade de desenvolvimento de ravinas e voçorocas em locais onde exista
grande concentração de água. Em condições especiais, estes solos podem
desenvolver processos de erosão interna, representadas por “canalículos” (piping).

Figura 8 - Solo gleissolo encharcado com ocorrência de vegetação típica de vereda.


14

Os Gleissolos são solos saturados em água e mal drenados, pouco profundos, muito
argilosos. São solos de consistência plástica e pegajosa. Normalmente, são solos de
estrutura maciça bem coerente. No que se refere a seus aspectos geotécnicos, estes
solos apresentam suscetibilidade à erosão média a baixa.
15

Figura 9 – Pedologia da área do Setor Habitacional Ponte de Terra.


16

Hidrografia
O SHPT está inserido na Região Hidrográfica do Paraná. Esta Região Hidrográfica é
responsável pela maior área drenada do Distrito Federal e ocupa, aproximadamente,
uma área de 3.658 km². É constituída pelas Bacias Hidrográficas do rio São
Bartolomeu, do Lago Paranoá, do rio Descoberto, do rio Corumbá e do rio São
Marcos. Por ter a maior área de drenagem, cerca de 64% de toda porção territorial do
Distrito Federal, a Região Hidrográfica do Paraná é de suma importância para a
região, pois nela estão localizadas todas as grandes áreas urbanas e todas as
captações de água para o abastecimento público.

Inserido na Região Hidrográfica do Paraná, o SHPT encontra-se situado na Bacia


Hidrográfica do rio Corumbá. Esta bacia é formada pelas Unidades Hidrográficas
Santa Maria e Alagado/Ponte Alta, sendo seus principais afluentes os ribeirões Ponte
Alta, Alagado e Santa Maria. Essa Bacia drena uma área de aproximadamente 280,5
km² dentro do Distrito Federal, o que corresponde a 4,8% do território

Com o crescimento urbano desordenado, vem ocorrendo aumento da quantidade de


lançamento de esgotos sem prévio tratamento nos afluentes do rio Corumbá. Esse
fato é impeditivo do processo de manutenção da qualidade da água neste manancial,
podendo inviabilizá-lo como fonte futura de abastecimento para o Distrito Federal.

As unidades hidrográficas do ribeirão Ponte Alta e do ribeirão Alagado drenam áreas


urbanas, integrantes das Regiões Administrativas Recanto das Emas e Gama/Santa
Maria respectivamente. A avaliação das características químicas de suas águas,
demonstra que as duas bacias apresentam comportamento semelhante nos
parâmetros condutividade, alcalinidade e pH. Na estação Ponte Alta observou-se
diminuição da concentração de oxigênio dissolvido e valores mais baixos para o
parâmetro nitritos e demanda bioquímica de oxigênio, evidenciando a oxidação da
matéria orgânica e do nitrogênio. Essas características sugerem a contaminação por
efluentes de esgotos domésticos.

Os Índices de Qualidade da Água – IQA obtidos tanto para a estação Alagado como
para a estação Ponte Alta indicam qualidade de água de RUIM a MÉDIA para
abastecimento público.

Águas Subterrâneas
A área em estudo, por interferir diretamente com Áreas de Proteção de Manancial,
apresenta como fator importante para sua ocupação a preservação das águas
subterrâneas.

Essas áreas deveriam ser protegidas contra interferências danosas e, portanto,


vedadas à implantação de assentamentos, indústrias poluentes, lixões e aterros
sanitários, extração mineral para a construção civil e abertura de estradas, por
exemplo. Dentre as diferentes disponibilidades hídricas na região, as áreas mais
significativas para a alimentação dos aquíferos estão cada vez mais restritas e
alteradas ambientalmente, pois são também as de maior ocupação por assentamentos
populacionais e por plantios extensivos.

Para o caso do Distrito Federal, o cruzamento das informações contidas nos mapas
geológico, geomorfológico, pedológico e de riscos de contaminação das águas
subterrâneas possibilita a classificação da área em estudo, como área de recarga, que
devem ser preservadas. As principais áreas foram identificadas, em caráter preliminar,
17

no Mapa Geológico do Distrito Federal (1:100.000), sendo confirmadas no Mapa


Hidrogeológico em escala idêntica e no mapa específico elaborado por Campos e
Freitas-Silva (1999), também em escala 1:100.000. Neste caso, os autores
consideraram como áreas prioritárias de recarga, toda a faixa de afloramento das
unidades R3 e Q3, que formam o subsistema mais importante do ponto de vista
hidrogeológico e o Sistema poroso P1, considerando sua espessura, composição
mineralógica e posicionamento geomorfológico.

Esta associação geológica/pedológica ocorre em toda a poligonal da área do SHPT


(MAPA 20 – Mapa Hidrogeológico da Área de Influência Direta) a caracterizando como
importante área de recarga.

4.3 MEIO BIÓTICO


Flora
Em termos de vegetação, no SHPT existem apenas indivíduos arbóreos e arbustivos
remanescentes em três fragmentos de Cerrado e uma Mata de Galeria situada às
margens do córrego Ponte de Terra, haja vista o intenso grau de descaracterização do
da vegetação, consequência dos usos e ocupações já consolidados na área (Figura 10
e Figura 11).

Figura 10- Dalbergia miscolobium.


18

Figura 11 - À direita: Schefflera macrocarpa. À esquerda, mais alta:Vochysia thyrsoidea, mais


baixa:Kielmeyera coriacea.

O trecho de Mata de Galeria estudado do córrego Ponte de Terra foi caracterizado


como não inundável (Figura 12), possuindo linha de drenagem bem definida que não
ultrapassa dez metros de largura em todo seu curso.

Figura 12 - Trecho de Mata de Galeria não inundável do córrego Ponte de Terra.

A elevada densidade de cipós e trepadeiras, bem como de indivíduos do grupo


pteridófita, evidenciam a existência de atividade antrópica e perturbação nas áreas
(Figura 13 e Figura 14).
19

Figura 13 - Ocorrência de espécies do grupo Pteridófita na Mata de Galeria do córrego Ponte de Terra.

Figura 14 - Presença de cipós e trepadeiras em trecho da Mata de Galeria do córrego Ponte de Terra.

Próximo à nascente, encontra-se uma área de Campo de Murundus. Os Campos de


Murundus são caracterizados por apresentarem predomínio do estrato graminoso e
pequenos morrotes (murundus) compostos por vegetação arbóreo-arbustiva (ilhas de
vegetação). Há indícios de fogo e presença de lixo/entulho (Figura 15).
20

Figura 15 - Campo de murundus no limite da cabeceira do córrego Ponte de Terra.

As gramíneas e ervas sobre os murundus são espécies de Cerrado, enquanto que as


espécies encontradas entre os Murundus são típicas de campo úmido. No
levantamento florístico realizado na mata do córrego Ponte de Terra, foram
encontradas 39 espécies arbóreas pertencentes a 29 famílias botânicas (Figura 16).

Sugere-se a criação de um corredor ecológico ao longo dos cursos de água, sendo


estes conexões entre diferentes ambientes e/ou fragmentos florestais próximos ao
empreendimento, que permitem o fluxo gênico entre as populações silvestres,
minimizando o isolamento causado pela fragmentação, proporcionando vias de
intercâmbio e incrementando as possibilidades de movimento de indivíduos entre
populações isoladas e, consequentemente, a possibilidade de sobrevivência na meta
populacional.
21

Figura 16 - Aspecto do trecho de Mata de Galeriado córrego Ponte de Terra.

Compensação Florística
O cálculo para quantidade de mudas para a realização da compensação florística de
acordo com o que preconiza o Decreto n° 14.783/1993 , foi baseado no inventário
florístico realizado no entorno da área de estudo. Segundo os cálculos realizados será
necessário o plantio de 3.114.619,00 (três milhões cento e quatorze mil seiscentos e
dezenove) mudas de espécies nativas.

Fauna
Durante as amostragens de campo, foram registradas na área de influência direta
(AID): 23 espécies de anfíbios e 27 de répteis, totalizando 50 espécies da
herpetofauna, sendo a maioria registrada como de provável ocorrência. Para a
avifauna, registrou-se um total de 80 espécies, o que corresponde a aproximadamente
28% do total de 281 espécies esperadas para toda a região de estudo, distribuídas em
38 famílias.

Em relação aos mamíferos, foram consideradas 32espécies, sendo 21 de pequenos


mamíferos (pequenos roedores, marsupiais, morcegos e lagomorfos) e 11 espécies de
médios mamíferos.

A região não apresentou nenhuma espécie pertencente à lista da fauna brasileira


ameaçada de extinção (MMA, 2003 e 2008) e apenas duas espécies de aves
endêmicas do bioma Cerrado: o soldadinho (Antilophia galeata) e o pula-pula-de-
sobrancelhas (Basileuterus leucophrys). Entretanto, foram registradas 14 espécies
cinegéticas, sendo uma espécie de réptil, 2 de anfíbios, 4 de mamíferos e 7 de aves,
além de 16 espécies que são utilizadas com xerimbabo, sendo a maior parte
pertencente ao grupo das aves.

Na área urbanizada do SHPT, foram registradas 5 espécies domésticas (cão, gato,


porco, pombo e bovinos) e 4 exóticas (ratazana, camundongo, pardal e a lagartixa-de-
parede).

O habitat de Mata de Galeria foi o que apresentou a maior riqueza de espécies, para
todos os grupos (116 espécies), com 25 espécies de mamíferos (78%), 48 espécies de
22

aves (60%) e 37espécies da répteis (74%), seguido pelo Campo Sujo com 14 espécies
da mamíferos (44%), 32 espécies da aves (40%) e 26 espécies da répteis (52%) e
pela área urbanizada com 9 espécies da mamíferos (28%), 21espécies da aves (26%)
e 11 espécies da répteis (22%).

Os dados sobre a presença de animais peçonhentos, de vetores ou reservatórios de


zoonoses (insetos, aracnídeos, roedores e marsupiais) e sobre a incidência de
doenças transmissíveis e parasitárias, identificados nas entrevistas com moradores ou
nas reuniões do Plano de Mobilização Participativa, indicam um grande potencial de
risco à saúde pública na área do empreendimento.
Dentre os animais peçonhentos, foram mencionados escorpiões, aranhas e duas
espécies de serpentes venenosas: jararaca (Bothrops sp) responsável pela maior
parte dos acidentes ofídicos na Região Centro-Oeste e a coral-verdadeira (Micrurus
sp). Estas espécies têm importância médica não só pelos possíveis acidentes ofídicos,
mas também pelo potencial uso em diferentes linhas de pesquisas da produção de
fármacos, relacionados principalmente à coagulação sanguínea e tratamento da
hipertensão.
Na área de estudo, foi constatada a ocorrência de doenças alérgicas, infecciosas e
parasitárias, como dengue (focos de Aedes aegipiti foram encontrados em lotes vazios
e em pneus abandonados), hantavirose (depósitos irregulares de lixo foram apontados
como focos de proliferação de ratos silvestres, reservatórios dessa doença);
parasitoses provocadas por água e verduras contaminadas; doenças respiratórias
provocadas por poeira e micro-organismos, conjuntivite, miíases e outros problemas
de pele por contato com águas de poços contaminados e pela presença de animais
como cães, gatos, cavalos, porcos, que dispersam pulgas, sarna, carrapatos, bichos-
de-pé e outros vetores.
A prevenção de doenças infecciosas e parasitárias está relacionada a um efetivo
investimento em saneamento básico e melhoria da qualidade de vida da população,
incluindo as condições de moradia. Igualmente eficientes são as campanhas de
educação ambiental voltadas para a prevenção das doenças transmissíveis, incluindo
dentre outros. combate aos vetores (uso de inseticidas, remoção do lixo, evitar vasos e
outros recipientes onde a água possa se acumular) e cuidados com a saúde (higiene
pessoal, uso de mosquiteiros, repelentes de insetos, desinfecção da água e alimentos)

Unidades de Conservação

A área de estudo está localizada integralmente dentro do polígono estabelecido para a


APA do Planalto Central, criada com a finalidade de proteger os mananciais, regular o
uso dos recursos hídricos e o parcelamento do solo, garantindo o uso racional dos
recursos naturais e protegendo o patrimônio ambiental e cultural da região.

Segundo a Resolução Conama nº. 428/2010, que estabeleceu o raio de influência de


três quilômetros ,medidos a partir do seu polígono, o SHPTinfluencia cinco Unidades
de Conservação, das quais duas estão localizadas na Região Administrativa do Gama
- RA II (Parque Vivencial Ponte Alta do Gama e Parque Urbano e Vivencial do Gama)
e as demais localizadas na Região Administrativa do Núcleo Bandeirante - RA VIII
(Luiz Cruls, Lauro Müller e Córrego da Onça) (Figura 17).
23

Figura 17 – Localização das Unidades de Conservação ( raio de influência do Setor Habitacionais Ponte de Terra – Resolução nº 428/2010)..
24

4.4 MEIO SOCIOECONÔMICO


Região Administrativa
dministrativa do Gama (RA-II)
O empreendimento em tela está situado na Região Administrativa do Gama (RA II),
II)
com uma área de 276,34 km²,
km² sendo 15,37 km² de área urbana e 260,97 km² de área
rural.

A Região Administrativa do Gama (RA II) foi criada pela Lei nº 4.545,
4.545 de 10 de
dezembro de 1964. A área urbana do Gama foi planejada em formato hexagonal, e
está dividida em seis setores: Norte, Sul, Leste, Oeste, Central e de Indústria.
Internamente, as quadras possuem formato triangular com um número médio de 96 a
100 lotes e um setor comercial.

A área rural é formada pelo Núcleo Rural Monjolo, Colônia Agrícola Ponte Alta e
Córrego Crispim, Núcleo Rural Ponte Alta de Baixo e Ponte Alta Norte e Alagado.
(DISTRITO FEDERAL, 2004, 2011a). Parte da área rural do Gama está seguindo a
tendência de parcelamento de fazendas e chácaras em condomínios horizontais com
características de habitações urbanas dando nova configuração às cidades.

População: perfil pessoal


A população do Gama, em 2011,
2011 foi estimada em 127.121 pessoas sendo 52,4% do
gênero feminino (66,654 pessoas) e 47,6% do gênero masculino (60,467 pessoas),
pessoas)
conforme ilustra o gráfico abaixo. O número maior de mulheres segue o mesmo
padrão do Distrito Federal, que apresentou no Censo Demográfico
emográfico de 2010 do IBGE
52% do sexo feminino e 48% do sexo masculino
mas (Figura 18).

60,467 66,654
Feminino
Masculino

Figura 18 - População do Gama de acordo com o gênero, 2011 (Fonte: Pesquisa Distrital por Amostra de
Domicílios (PDAD):Gama, 2011. Codeplan, Distrito Federal).

A faixa etária da população do Gama está centrada na faixa etária de 25 a 39 anos,


com 23% da população. A segunda maior faixa de idade é dada por 22% da
população entre 40 a 59 anos. Observa-se
Observa se que o número de jovens na faixa etária de
19 a 24 anos é de apenas 8% e a faixa etária de 10 a 18 anos também é baixa com
16%.
25

Os critérios de escolaridade estudados apontam que 69,2% da população não


estudam, enquanto 19,7% estudam em estabelecimentos públicos e 11,1% estudam
em estabelecimentos particulares.

Em relação à escolaridade, observa-se que quase um terço da população possui


ensino fundamental incompleto representando 28,8% do total. Cerca de 4,4% são
analfabetos ou analfabetos funcionais. Pouco mais de 10% da população possuem
curso superior e 22,9% possuem o ensino médio completo.

A população economicamente ativa que exerce atividade remunerada foi estimada,


pela PDAD 2011, em 47.200 pessoas. Destes, cerca de 54% são empregados com
carteira de trabalho registrada e 6,9% são empregados sem carteira de trabalho
registrada. Menos de 0,5% ocupa empregos temporários e 1,3% são estagiários. O
percentual de servidores públicos ou militares foi de 16,7%. Chama a atenção o
percentual de 19,9% de trabalhadores autônomos.

A renda per capita da população ocupada do Gama foi estimada em R$1.109,00, que
seria atualmente equivalente a dois salários mínimos. A renda domiciliar estimada foi
de R$3.549,00, que seria atualmente equivalente a seis e meio salários mínimos.

Sistema Viário e de Transporte


No Gama, 97% das vias são asfaltadas. As principais vias de acesso1 ao Gama são:
DF-001; DF-290; DF-379; DF-383; DF-385; DF-475; DF-480; e DF-483.

Segundo dados do DFTRANS2, em julho de 2011 havia 98 linhas de ônibus circulares


com acesso ao Gama. A frota de veículos presentes na Região Administrativa
apresenta 61,3% de automóveis e 5,5% de motocicletas. As bicicletas apresentam
percentual de 30,8% da frota.

Equipamentos Públicos
Em 2007, como parte do projeto de expansão da Universidade de Brasília, o Gama
recebeu uma unidade do campus universitário com enfoque em tecnologia oferecendo
cursos de graduação e pós-graduação.

Em 2008, existiam 42 unidades escolares públicas em zona urbana nas quais estão
distribuídas 706 salas de aula. A zona rural apresentava seis unidades escolares
públicas, com um total de 37 salas de aulas.

Além das unidades regulares de ensino, o Gama conta com uma Biblioteca Pública e
um Centro Interescolar de Línguas. O Gama apresenta um hospital com 510 leitos
operacionais, além de três postos de saúde, sendo um em zona urbana e dois em
zona rural; sete centros de saúde; 51 clínicas básicas; e 63 clínicas especializadas.
Foram realizadas, em 2009, um total de 623.125 consultas, cerca de 2.161 cirurgias
eletivas e 2.245 cirurgias emergenciais.

No que tange à segurança pública, há duas Delegacias de Polícia (14ª DP e 20ª DP),
um Posto da Polícia Civil, um Posto de Identificação, 14 Postos da Polícia Militar e
uma Penitenciária Feminina. Esta se localiza no Setor Leste do Gama e é destinada à

1
http://www.der.df.gov.br/sites/200/232/00000821.pdf, acesso em 19 de julho de 2011.
2
http://www.horarios.dftrans.df.gov.br/resultado.php, acesso em 19 de julho de 2011.
26

reclusão de mulheres que aguardam julgamento ou foram sentenciadas com penas


privativas de liberdade no regime semiaberto e fechado.

Setor Habitacional Ponte de Terra (SHPT)


O histórico de origem dos diversos parcelamentos que compõem o atual SHTP é
absolutamente semelhante ao que é contado nos diferentes parcelamentos surgidos
de modo “espontâneo” - fora da iniciativa governamental, presentes em muitas partes
do Distrito Federal.

Os moradores mais antigos na área relatam que os 786,52 ha situados na Zona Rural
do Gama, denominada de Ponte Alta Norte, era uma grande fazenda, cujo dono dividiu
e repassou aos seus herdeiros. Estes, por sua vez, sem intenção de utilizar
produtivamente a terra, dividiram-na em glebas ainda menores, na grande parte, entre
8 ha a 2 ha (um módulo rural) e venderam a terceiros. Os documentos que
“comprovam” a passagem destes bens para os novos compradores são títulos de
propriedade registrados em cartórios de dois municípios goianos: Abadiânia e
Luziânia.

Por sua vez, os proprietários das terras de 8 ha a 2 ha, em alguns casos maiores que
isso, parcelaram em lotes de 800 m², portanto, mudando a característica rural do local
para urbana. Os primeiros parcelamentos surgiram entre 1995 e 1996 e, até hoje, as
ofertas de venda estão disponíveis em anúncios de jornais, imobiliárias, cartazes,
faixas. Foram e são vendidos com o nome de “condomínios”, com as garantias
comuns a esse tipo de propriedade: segurança, tranquilidade, proximidade ao Gama
etc.

A documentação, que possuem os compradores dos lotes nos parcelamentos, são as


chamadas sessões de uso registradas em algum cartório local. Sendo que, dos
condomínios mais antigos, apenas um garante ter escritura pública lavrada no Quinto
Cartório de Ofícios e Notas do Gama: o Condomínio Parque do Gama.

Em meio a este novo padrão de ocupação, situado na Zona Rural Ponte Alta Norte,
restam alguns poucos módulos rurais, ou propriedades de 2 ha, utilizados para festas
ou para o lazer de famílias que vivem em outras cidades do Distrito Federal ou mesmo
no Gama.

Situação geral observada em campo


A área em estudo está localiza na Região Administrativa do Gama (RA II)
precisamente na faixa de terra situada entre a DF 001, a DF 480, a VC 341 e DF 475
(DER, 2009) e se estende para sudoeste até aproximadamente a linha formada pelas
nascentes do córrego Ponte Alta, totalizando 786,52 ha, de acordo com informações
obtidas na Terracap (2010).

O SHPT está definido pelo PDOT 2009 como uma Zona Urbana de Uso Controlado II.
No interior de sua poligonal e fazendo limites com ela há duas áreas que o PDOT
define como “Vácuos Normativos”. Outra faixa vizinha é uma Zona Urbana de
Expansão e Consolidação e todo o resto constitui Zona Rural de Uso Controlado. Há
uma faixa de Área de Proteção Permanente diretamente relacionada a uma parte do
setor, justamente a cabeceira de um rio, com ocupações muitos próximas.

A antiga Seduma (Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente), do


Governo do Distrito Federal, estimou a população local em 4.004 habitantes, no ano
27

de 2009. Recentemente, a Prefeitura local, que acompanhou os trabalhos do último


Censo IBGE na região, afirma que o quantitativo de habitantes do SHPT aproxima-se
de 7 mil habitantes, embora os dados do Censo não sejam apresentados
desagregados e sim na somatória da população total do Gama. O número de lotes,
fornecido pela Prefeitura local, é de 1.821 unidades residenciais. Ao tomar esse último
valor e multiplicá-lo por um número médio de moradores por residência,
aproximadamente 3,5, o total seria de 6.373,5 habitantes na região.

Não há registro claro do número de condomínios efetivamente implantados. Uma


contagem iniciada pela Prefeitura Comunitária do SHPT, realizada em 2009, registrou
cerca de 70 condomínios. Este foi apenas um levantamento inicial, não tendo sido
concluído. Estima-se, portanto, que o número seja muito maior e em franco
crescimento, apesar das proibições dos órgãos do poder público do Distrito Federal.

Os parcelamentos denominados de condomínios são, em grande parte, de pequeno


porte, uma vez que as propriedades vendidas tinham entre 2 ha e 8 ha. A divisão
levou à formação de unidades com 800 a 1.000 m², constituindo espaços com 10 a 20
lotes. Em meio a estes, há, de acordo com a Prefeitura Comunitária local e como foi
verificado em campo, parcelamentos entre 100 e 200 lotes. São esses: os
condomínios Residencial das Palmeiras, Park do Gama e o Fênix, com mais de 150
lotes. O condomínio Atlântida, por último, com 100 lotes, é considerado de porte
médio.

A poligonal da área está situada dentro da APA do Planalto Central e ainda possui
duas Áreas de Proteção de Manancial (APM): a APM Ponte de Terrae a APM Córrego
Olho D’Água. Apesar de essas APMs comporem a poligonal, o local está definido
como Zona Urbana de Uso Controlado II, o que indica suscetibilidade ambiental a ser
observada neste processo de regularização, que por sua vez conduz à necessidade
de observância quanto a densidades e localizações de serviços equipamentos e
possíveis áreas de risco.

Ainda com relação à estrutura organizacional do SHPT, há 35 ruas cadastradas junto


à Prefeitura Comunitária, todas com nome e código de endereçamento postal (CEP).
Os CEPs existem desde 2009. Contudo, o serviço dos Correios ainda não atende a
região pelo fato dos condomínios, em sua maioria, ainda não terem providenciado
placas de identificação para a frente de seus empreendimentos. São, na verdade, ruas
e avenidas, por exemplo: Jequitibás, Rodobelo I, Rodobelo II, Figueiras, JK, Corujas,
São Francisco, Palmeiras.

O transporte público no SHPT é considerado caótico. Existe uma linha de ônibus –


Gama - Ponte Alta Norte, que passa na Avenida São Francisco em direção à DF 480.
Trata-se de um transporte rural, já antigo, ou seja, serve a região, antes desta se
tornar o espaço que é hoje.O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) funciona. Os
caminhões passam três vezes por semana, recolhendo os resíduos sólidos de toda a
região.

Quanto ao serviço de energia, o que há de iluminação pública foi colocada pelos


moradores e os valores foram rateados para contratação dos serviços e compra dos
materiais. Existem ruas que possuem sérios problemas com escoamento de água. Um
exemplo é a Avenida Buritis. Ali foram construídas bacias de contenção, a fim de evitar
que a água siga em direção ao córrego Ponte de Terra.
28

Serviços e Equipamentos Públicos Presentes na Área


Apenas 18,4% das residências são abastecidas de água pela rede oficial. Cerca de
42,7% das residências são abastecidas com água proveniente de poços semi-
artesianos. O restante, é abastecido por cisternas e poços tubulares profundos.

A coleta de esgoto, em 98% dos casos, é feita por meio de fossas. Alguns declararam
utilizar fossas ecológicas.

Cerca de 90% do lixo produzido no condomínio é recolhido pelo sistema de limpeza


pública. Um percentual de apenas 0,3% declarou que a coleta é particular, custeado a
partir de taxa paga ao condomínio e repassada a uma empresa que recolhe os
rejeitos.

Durante as visitas locais, não foi constatado nenhum equipamento público de saúde
na área No quesito segurança pública, não há rondas e existe carência no
atendimento à comunidade.

Quando questionados sobre o acesso ao transporte público, cerca de 70% dos


entrevistados classificaram como de difícil acesso, pois a comunidade tem que se
deslocar muito para chegar aos pontos de ônibus mais próximos e, via de regra, os
moradores ou saem do local com seus carros próprios ou têm que se deslocar até a
rodovia, para tomar o ônibus coletivo de acordo com as linhas disponíveis.

O acesso à telefonia (móvel, fixa e internet)foi considerado fácil por 50,3% dos
entrevistados, enquanto 28,3% o apontam como difícil.

Aspectos Arqueológicos
Durante os trabalhos de campo não foram identificados vestígios arqueológicos,
apenas foram registrados alguns pontos potenciais, fato este que requer a realização
de um trabalho sistemático de intervenções em toda a área, recomendando-se a
realização de um levantamento arqueológico sistemático, com vistorias superficiais e
intervenções em subsuperfície, com o objetivo de identificar, resguardar, preservar e
resgatar o patrimônio cultural e arqueológico porventura presente na área de estudo
do SHPT.

4.5 ASPECTOSS URBANÍSTICOS E DE INFRAESTRUTURA

ASPECTOS URBANÍSTICOS
O Setor Habitacional Ponte de Terra, identificado também como Núcleo Rural Ponte
Alta de Cima, localiza-se na Região Administrativa do Gama (RA-II) à cerca de cinco
quilômetros de distância da área urbana da cidade. Possui área de 786,52 hectares e
os principais acessos se dão através das rodovias que contornam o setor, a leste a
DF-001, a sul DF-480 e norte a DF-475 e VC- 341.

Atualmente predomina o uso residencial, o qual foi estimulado por diversos fatores tais
como, proximidade com a cidade do Gama, relevo pouco acidentado e facilidade de
acesso pelas rodovias acima citadas que circundam a área.
29

Sistema Viário
A classificação viária básica estrutura-se em quatro classes de via: vias expressas,
arteriais, coletoras e locais (Figura 19).

Figura 19 – Rodovias e faixas de domínio.

Quanto às vias expressas, o Setor Habitacional Ponte de Terra apresenta uma


situação privilegiada com diversas rodovias que ligam a área com todo o DF e a região
do entorno.

A rodovia DF-480 principal via de ligação entre a área, a cidade do Gama e o Plano
Piloto. A DF- 001 liga a área com a cidade de Riacho Fundo II e também com a DF-
480 e à cidade do Gama, a BR-060 e as cidades do Recanto das Emas, Samambaia e
Santa Maria e, a DF-475 situada a norte da área que oferece mais uma alternativa de
acesso à DF-001 e à VC- 341.

O acesso a essas rodovias favorece a distribuição dos fluxos do setor, muito embora a
maioria desses acessos se dê de forma direta, devido à inexistência de vias marginais
que hierarquizem o sistema. Apenas os acessos da DF-480 são feitos através de uma
via marginal, ainda sem pavimentação.

O sistema viário interno do SHPT apresenta estrutura pouco hierarquizada,


consequência do primeiro parcelamento que foi feito com lotes de áreas rurais
(aproximadamente 2 hectares) o que resultou em quadras de grandes dimensões
dificultando o sistema viário para fins urbanos.

A maioria dos quarteirões tem largura de cerca de 380.000 m2, com ruas longas, com
comprimento médio de mais de 1000 metros, de fraca integração e conexão entre as
partes, o que acarreta em dificuldade de circulação, principalmente para os pedestres.
30

O traçado viário apresenta estrutura regular com a maioria das vias distribuídas no
sentido paralelo e perpendicular às rodovias limítrofes favorecido pela baixa
declividade do terreno. Destaca-se como eixo diagonal na malha existente a chamada
Avenida Buritis, que tem como continuidade uma servidão de redes de alta tensão que
atravessam a poligonal do empreendimento. Outra via que se destaca como eixo de
integração da malha urbana é a chamada Avenida São Francisco, que atravessa o
parcelamento no sentido sudeste-nordeste, ligando a DF-480 à DF-475.

Afora as duas vias acima citadas, o sistema viário não apresenta nenhuma
característica que defina uma hierarquia entre vias principais e secundárias que se
destacam apenas pela presença de pavimentação.

Quanto às vias locais que dão acesso as áreas ainda não parceladas e aos pequenos
condomínios em sua grande maioria não possuem saídas3 e nem espaço de manobra
(cul de sac) o que inviabiliza a entrada de caminhões e dificulta a prestação de
serviços tais como coleta de lixo.

Outro problema encontrado na maioria dos condomínios é que foram criados


independentemente uns dos outros e seu desenho não considerou a possibilidade de
conexões futuras entre as vias. Essa situação dificulta as interferências que visem à
melhoria da circulação urbana com a diminuição dos quarteirões e a implantação da
rede de drenagem.

Na maioria desses pequenos condomínios, o dimensionamento das vias internas


também é insuficiente para implantar as calçadas e instalar a infraestrutura e o
mobiliário urbano, como lixeiras, placas de sinalização, telefone público e arborização.
Em alguns casos o espaço existente acomoda apenas os postes e obriga os pedestres
a caminhar nas faixas de rolamento dos veículos. Mesmo as ruas que apresentam
maiores dimensões não possuem largura suficiente para dimensioná-las a um
aumento da densidade populacional no local, o qual acarretará limitações ao fluxo de
veículos.

Quanto às vias de caráter local, que servem os condomínios e as vias internas destes
apresentam largura que varia de 15 metros de largura nas situações de melhor padrão
até vias com cerca de 6 metros de largura nas piores situações, aonde a caixa de
rolamento chega a ter menos de 4,50 metros e as calçadas cerca de 70 cm (Figura
20).

Quanto ao sistema de transporte público no interior do parcelamento, existe apenas


uma linha que circula pela Av. São Francisco e pela DF 480; associado a esse serviço
não existem abrigos e nem paradas sinalizadas. O sistema de transporte público mais
utilizado pelos moradores é oferecido pelos ônibus que trafegam pelas rodovias
circundantes, onde existe uma boa distribuição de paradas de ônibus com abrigo4

Outro problema é a inexistência de oferta de vagas em estacionamentos tanto públicos


quanto privados, nas vias atuais. Como a ocupação ainda é rarefeita e não existem
áreas concentradas de oferta de comércio, equipamentos públicos ou serviços, este
problema ainda não é sentido. Os estacionamentos existentes atualmente são
encontrados apenas nas áreas dos lotes de clubes, casas de festas, posto de gasolina

3
A média de comprimentos dessas ruas sem saída é de 750 metros.
4 Os pontos das rodovias onde se localizam as paradas de ônibus não apresentam baia.
31

e comércio de grande porte, localizados em sua maioria nas áreas periféricas do


parcelamento.

Figura 20 - Rua estreita, desprovida de calçadas e arborização.

Uso do Solo Existente


A cidade do Gama, implantada em 1960, foi o quarto assentamento urbano criado no
Distrito Federal destinado à transferência de moradores de assentamentos da cidade
de Brasília e da Vila Planalto.

Atualmente a Região Administrativa do Gama – RA-II, além da área urbana, possui


diversas áreas rurais: a Colônia Agrícola Ponte Alta, o núcleo Rural Córrego Crispim, o
Núcleo Rural Ponte Alta de Baixo, o Núcleo Ponte Alta Norte e o Alagado.

O Setor Habitacional Ponte de Terra criado em parte de um desses núcleos rurais está
em processo de parcelamento e ocupação para fins urbanos.

Como já citado acima, primeiramente iniciou-se a ocupação em lotes rurais, com


dimensões aproximadas de 2 hectares5 ou até de áreas maiores que surgiram logo no
inicio da ocupação da região. Mais recentemente, inicia-se o reparcelamento dessas
áreas rurais para fins urbanos. Este processo vem se consolidando lentamente o que
fica evidenciado pela existência de grande quantidade de lotes, com dimensão de
gleba rural, fragmentados por todo o parcelamento e ainda utilizados como chácaras
ou áreas de lazer. Além destas glebas, na parte central da área de estudo existe uma
grande área desocupada com dimensão aproximada de 41 hectares.

5
Dimensão mínima de lotes de parcelamentos rurais.
32

O uso urbano apresenta-se disperso pela área e é constituída em sua maioria por
pequenos condomínios horizontais residenciais unifamiliares concentrados
principalmente ao longo da Avenida São Francisco e da Av. JK. Quase todos estes
condomínios possuem o mesmo traçado: uma rua central com apenas um acesso e os
lotes com tamanho médio de 800,00 m2, distribuídos nas laterais.

Nos lotes já ocupados as construções não possuem nenhum padrão de afastamento


frontal, lateral ou de gabarito. A falta de afastamento frontal cria situações de
desconforto visual e dificuldades de alargamento das vias estreitas e de implantação
de calçadas No geral as construções, possuem bom padrão construtivo (Figura 21).

Figura 21 - Rua interna de condomínio

A densidade média atual na área de estudo é de cerca de 5,7 habitantes por hectare,
o que ainda pode ser considerada como uma ocupação de caráter rural.
Considerando-se apenas a área dos condomínios já ocupados, a densidade média
sobe para até 45 habitantes por hectare (Figura 22).
33

Figura 22 - Padrão dos condomínios e traçado das vias internas.

O contexto urbano de grandes áreas residenciais horizontalizadas e de baixa


densidade, como da área em foco, nem sempre tráz resultados positivos para seus
moradores e para o meio ambiente. Normalmente tal situação é associada ao
empobrecimento das interações sociais, dificulta a distribuição equilibrada dos
serviços e equipamentos e promove o uso intensivo do transporte individual.

Além desses fatores a proporção de área impermeabilizada fica muito elevada


considerando-se a baixa densidade de ocupação. Assim a repetição deste padrão nas
áreas ainda desocupadas pode não representar uma solução ideal tanto em relação
às demandas sociais quanto ao meio ambiente.

Além do uso residencial, alguns serviços e pequenos comércios são encontrados na


Avenida São Francisco e na esquina desta com a Avenida. Buritis, provavelmente por
se tratar de um sítio de maior acessibilidade.

A maioria dos lotes situados ao longo das rodovias DF-001 e DF-475 são de uso
comercial de grandes equipamentos, como posto de gasolina e armazenagem e
distribuição de alimentos, além de outros, estimulados pela facilidade de acesso às
demais regiões administrativas e à BR-060, que liga o Distrito Federal ao estado de
Goiás e demais estados. Esta tendência de uso também é observada na margem de
outras rodovias do DF e estimulada em diversas áreas urbanizadas como em Riacho
Fundo II, Samambaia e outras áreas. Outros usos encontrados na área são alguns
clubes e casas de festas.

Equipamentos Urbanos Existentes


O acesso aos equipamentos e serviços públicos é um indicador da qualidade de vida
de uma população. Com esse objetivo foram verificados os equipamentos encontrados
na área de estudo referentes à saúde, educação, cultura, lazer e segurança.

Não existe nenhum equipamento público na área do parcelamento. Tal circunstância é


amenizada pela proximidade com a cidade do Gama e do Riacho Fundo II que
possuem uma estrutura de equipamentos consolidada, embora já saturada pela
demanda existente nas cidades do entorno (Figura 23).
34

O PDOT estabelece para a área um percentual de 10% da área total para


Equipamentos Públicos Urbanos, Equipamentos Públicos Comunitários e Espaços
Livres de Uso Público. Mesmo que não se faça necessária a instalação de
equipamento de grande porte, é possível a instalação na gleba de equipamentos que
complementem as necessidades existentes na região.

Sistema de Endereçamento Existente


Comum a quase todos os parcelamentos que surgem de maneira informal, o sistema
de endereçamento do Setor apresenta algumas incoerências. Algumas ruas seguem o
sistema de numeração (rua 1, rua 2) enquanto outras adotaram o sistema de nomes,
Avenida São Francisco, Avenida JK etc. Estas principais ruas possuem CEP.

Devido ao grande tamanho de alguns quarteirões, existem algumas dificuldades de


localização e entendimento relativo ao endereçamento, tanto para os próprios
moradores, como para os visitantes.

Figura 23 – Equipamentos existentes.

Elementos do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Paisagístico e Cultural


Não foi identificado nenhum elemento de patrimônio histórico ou arqueológico na área
de estudo. Quanto a áreas de relevante interesse paisagístico, devido à baixa
declividade, a área não apresenta significativas visuais de interesse paisagístico.

Sistema de Abastecimento de Água


Com referência ao abastecimento de água, constatou-se que poucas residências são
abastecidas pela Caesb, sendo o abastecimento por água subterrânea, através de
poços profundos ou cisternas o mais comum para a região.
35

Em resposta à Carta Consulta nº 125/2011, enviada à Caesb, referente a


interferências de unidades existentes ou previstas com a poligonal do
empreendimento, esta afirmou que atende apenas ao condomínio Residencial
Palmeiras (margens DF-475).

Com relação ao abastecimento de longo prazo, a Caesb está viabilizando a


implantação de novos sistemas produtores: Corumbá, Lago Paranoá e Bananal.

Qualquer demanda, acrescentada nas Regiões Administrativas do DF, estará


condicionada ao início de operação dos novos sistemas produtores de água e das
novas captações a serem implantadas no Sistema Bananal (final de 2012), Sistema
Lago Paranoá (1ª Etapa – Final de 2013) e Sistema Corumbá (1ª Etapa – Final de
2013).

Sistema de Esgotamento Sanitário


Na ausência de redes coletoras públicas de esgotos sanitários, os esgotos
provenientes das residências são depurados em fossas sépticas ou fossas
rudimentares e com disposição final no solo, por meio de sumidouros.

A Caesb, por meio da Carta nº. 258/2011 – DE, em resposta à Carta nº 125/2011 –
Geo Lógica, informou que para uma futura implantação de sistema de esgotamento
sanitário convencional, constituído de redes públicas, interceptores, estações
elevatórias e linhas de recalque, deverão ser interligados ao Sistema de Tratamento
de Esgotos Sanitário do Gama.

Atualmente, os sistemas utilizados para a coleta e disposição dos esgotos domésticos


são de fossa séptica, algumas vezes aliada a sumidouro. Esses sistemas em
operação foram instalados pelos moradores, segundo as informações disponibilizadas
pelo Relatório Técnico EPRC -11/015.

Ainda de acordo com o Relatório Técnico, não existe projeto, recursos assegurados e
nem previsão de implantação em curto prazo para o sistema de esgotamento sanitário
que atenderá o Setor objeto da consulta.

Sistema de Drenagem Pluvial


A área em estudo não possui sistema de drenagem pluvial tradicional ou alternativo
(infiltração, telhados verdes etc.). Como o Setor em estudo está em fase de
consolidação urbana, os volumes de escoamento superficial estão se elevando,
quando comparado com o cenário original de ocupação rural.

Somente as vias de acesso principais estão pavimentadas, as demais se encontram


em terra. Nas vias pavimentadas, foi observado o acúmulo de água em grande parte
do pavimento, pois não há o escoamento da água (Figura 24).
36

Figura 24- Vias pavimentadas com acúmulo de água no SHPT.

A compactação do solo nas vias sem asfalto diminui sua permeabilidade, favorecendo
o escoamento superficial da água de chuva para os cursos d’água nas proximidades.

A fim de minimizar a presença de grandes lâminas de água nas ruas não


pavimentadas do SHPT, foram executadas pequenas canaletas improvisadas,
direcionando o escoamento das águas pluviais para pequenas bacias, situadas nas
extremidades das vias, evitando desbarrancamentos e a formação de sulcos e
processos erosivos.

A Novacap informou que não existem redes de águas pluviais implantadas e/ou
projetadas na área denominada Ponte de Terra. Quanto à viabilidade de atendimento
da demanda a ser gerada, indica a necessidade de elaboração de projeto específico
para o parcelamento em questão, que obedecerá às limitações/diretrizes a serem
definidas neste estudo ambiental.

Sistema de Coleta de Resíduos Sólidos


Os caminhões do SLU passam três vezes por semana, recolhendo os resíduos sólidos
de toda a região.

A parcela que pertence ao SHPT dispõe de caçambas coletoras que ficam nas
extremidades das vias, facilitando a coleta pelo caminhão de limpeza urbana (Figura
25).
37

Figura 25 – Coletores para retirada de resíduos.

Por meio de consulta ao SLU, na qual se solicitava informações quanto ao


atendimento da área com relação à coleta de resíduos sólidos, obteve-se como
resposta, não haver nenhuma restrição por parte daquele Serviço, quanto ao
atendimento para coleta, tratamento e destinação final de resíduos sólidos.

Com referência aos Ecopontos, Centros de Triagem e Áreas de Transbordo, o SLU


informou que as possíveis áreas destinadas às futuras instalações estão sendo
estudadas.

Energia Elétrica
A CEB informou ter disponibilidade para atender a demanda em questão. Contudo,
serão necessárias obras de expansão da rede de 15 Kv, obras previstas no Plano de
Desenvolvimento da Distribuição (PDD/2011) e parcialmente em execução e que a
implantação de infraestrutura de redes de distribuição de energia elétrica para
atendimento a novos empreendimentos será definida oportunamente, por meio de
estudo especifico.

Foi verificada a existência de interferências da poligonal com as redes de distribuição


de energia elétrica da CEB e CELG, e de iluminação pública.

Todas as vias de acesso internas do empreendimento possuem sistema de


distribuição de energia elétrica em baixa tensão (posteamento) e sistema de
iluminação pública.

Nas vias não pavimentadas, alguns postes não possuem lâmpadas para iluminação
pública, o que prejudica a visibilidade noturna e a segurança para a população local.

Sistema de telefonia fixa


Na poligonal em estudo, foram observadas cabines telefônicas nas esquinas das
avenidas.
38

A OI informou que existem interferências de rede telefônica na área do SHPT e nas


proximidades. Ressalta que cuidados especiais devam ser tomados por ocasião das
escavações,no sentido de preservar a integridade física da rede telefônica e que
eventuais danos provocados à citada rede deverão ter seus custos ressarcidos à
empresa.

O remanejamento de rede, se necessário, será cobrado. Para o atendimento das


edificações com serviços de telecomunicações, será necessária a conclusão das
obras e a regularização da área pelos órgãos competentes.

A recente resposta da OI (Carta nº 149/2011-OI Brasília Geo/DF), datada de 20 de


junho de 2011, informou que no SHPT existem interferências com a rede telefônica.
39

5 PROGNÓSTICO AMBIENTAL
As intervenções para regularização do SHPT destinam-se a implantar um projeto
urbanístico na área, contemplando: sistema viário, pavimentação, projetos de
saneamento ambiental, equipamentos comunitários, áreas verdes e de lazer, ciclovias
e a proporcionar a interligação dos espaços, para melhoria do bem-estar, da qualidade
de vida e das condições ambientais.

Uma vez elaborado o diagnóstico da área de estudo, isto é, a caracterização do


cenário atual, atendendo às recomendações da legislação ambiental com vistas à
avaliação das consequências ambientais e sociais decorrentes das soluções adotadas
e dos impactos futuros que essa situação poderá causar, adotou-se a metodologia de
cenários.

Cenários são imagens de futuro configuradas a partir da combinação de hipóteses


sobre os prováveis comportamentos de variáveis determinantes de um sistema. Trata-
se da descrição de um futuro – possível imaginável ou desejável – para um objeto e
seu contexto.

Numa primeira abordagem, como estratégia visando colher as opiniões dos moradores
do SHPT sobre o processo de regularização, nas Oficinas de Mobilização
Participativa, foi feita uma exposição técnica inicial, na qual foram apresentados à
comunidade conceitos e princípios acerca do processo de cenarização. Foram
expostos os aspectos legais e ambientais sobre a área e procurou-se fomentar o
questionamento de alguns itens para que a população pudesse refletir e debater dois
cenários básicos:

Cenário 1 – Prazo de regularização em 4 anos com base no PDOT 2009 e


legislação ambiental vigentes.
Cenário 2 – Prazo de regularização em 2 anos com base no PDOT 2009 e
legislação ambiental vigente.
Com o avanço das discussões, as propostas elaboradas nas oficinas passaram por
alterações e ajustes, tendo como princípio o atendimento, na medida do possível, às
demandas dos moradores, considerando o contexto atual em que o empreendimento
está inserido, as condicionantes ambientais, legais, jurídicas e administrativas que
determinam a execução dos projetos de regularização.
A hipótese de regularização em um prazo de dois anos mostrou-se pouco provável de
se concretizar integralmente, em função das condicionantes ambientais e das
limitações impostas pelas necessidades de abastecimento de água. Até que se
tenham fontes alternativas de abastecimento, a Caesb recomenda que nada seja
implantado nas APMs que possa diminuir a permeabilidade e a recarga dos aquíferos
subterrâneos.
Assim, foram construídos três cenários quanto às possibilidades de regularização da
área de estudo, a saber:
• Cenário 1- Hipótese de desconstituição da área e remoção dos moradores.
• Cenário 2 - Cenário de não regularização. Correspondente à suspensão de
todas as ações governamentais de regularização em curso e à permanência da
situação atual em relação às formas de ocupação presentes no SHPT.
• Cenário 3 - Alternativa de regularização.
40

5.1 CENÁRIO 1: DESCONSTITUIÇÃO DA ÁREA E REMOÇÃO DAS OCUPAÇÕES


Este primeiro cenário conjectura sobre a possibilidade de desocupação total da área
de estudo, por meio da remoção de toda a ocupação urbana irregular atualmente
existente. Com esse objetivo, toda a população seria retirada e a área recuperada,
desconstituindo toda as benfeitorias implantadas no SHPT, reiniciando em outra área
um novo processo de ocupação, com a repetição de todas as ações, gastos, impactos
e transtornos construtivos já ocorridos no SHPT.

Pelo porte das obras, as consequências ambientais e sociais deste cenário seriam
levadas ao extremo, quais sejam:

• Os traumas psicológicos da remoção.


• Inexistência de um novo local para abrigar todo o contingente populacional.
• Problemas fundiários e ambientais no novo local.
• Remoção da pavimentação existente, posteamento, canalizações, entulhos de
obras.
• Recuperação da área demolida.
• Supressão de vegetação e o desperdício de recursos naturais.
• Gastos públicos exorbitantes com infraestrutura, saneamento básico e com a
elaboração e execução de Planos de Recuperação de Áreas Degradadas –
PRAD.
Além disso, os problemas com os efluentes dos canteiros de obra, provocando a
degradação dos corpos hídricos e de áreas protegidas, o estabelecimento de
condições favoráveis para a proliferação de vetores de endemias constituem os
elementos de um panorama extremamente desfavorável do ponto de vista social e
ambiental que se descortina para o futuro com este cenário.
Ao fim dos referidos trabalhos, do ponto de vista ambiental, a situação da área
aparentemente poderia ficar melhor do que está hoje. No entanto, as dificuldades
naturais para restabelecimento da vegetação primitiva em longo prazo, os custos de
tal empreitada e os impactos das obras seriam tão elevados, que na prática
impossibilitariam a concretização deste cenário.
Pode-se supor ainda que a paralisação do processo de regularização não evitaria a
atual ocupação urbana à margem da Lei. Ao contrário disso, considerando-se a
rapidez dos processos de transformação ocorridos na área nos últimos anos com a
consolidação do quadro de ocupação atual, decorrência de uma conjunção de fatores,
parece lícito supor que as consequências do estancamento das iniciativas
governamentais produziriam o agravamento do descontrole da ocupação urbana e o
respectivo uso sustentável da área, bem como o surgimento de novos parcelamentos
irregulares e o consequente agravamento dos impactos ambientas pré-existentes,
reproduzindo em maior escala as situações que são observadas hoje.

Da mesma forma, não serão adotados os dispositivos previstos na legislação vigente,


dentre os quais se destacam: ações de identificação, demarcação, cadastramento,
registro e fiscalização de bens imóveis, bem como a regularização das ocupações
(legitimação de posse com outorga de títulos de domínio). Essa situação continuaria
gerando o aumento das condições de insegurança patrimonial no seio das famílias
residentes, provocando tensões sociais que podem e devem ser evitadas.
41

Acrescente-se ainda que o SHPT, de acordo com o PDOT 2009, encontra-se em


ZUUC II, composta por áreas predominantemente habitacionais de baixa e média
densidade demográfica, com enclaves de alta densidade, sujeitas às restrições
impostas pela sua sensibilidade ambiental e pela necessidade de proteção dos
mananciais destinados ao abastecimento de água. O SHPT atende à legislação
vigente, inclusive à Lei Federal nº 6.766/1979, que só permite o parcelamento do solo,
para fins urbanos, de áreas consideradas pela legislação local como zonas urbanas ou
de expansão urbana
A relocação total seria contrária a atual política de planejamento urbano do Governo
do Distrito Federal, expressas no art. 8 do PDOT, no sentido de:

• Otimizar e priorizar a ocupação urbana em áreas com infraestrutura implantada


e em vazios urbanos das áreas consolidadas, respeitada a capacidade de
suporte socioeconômica e ambiental do território;
• Manter as características de uso e ocupação do solo.
• Atender as demandas da população.
• Cumprir as funções sociais da propriedade.
Portanto, nesta área, onde já se conta com alguma infraestrutura urbana, como
sistema viário, rede de energia e iluminação pública, deve-se otimizar e priorizar a
ocupação urbana, desde que atendida a legislação e os condicionantes ambientais, ao
invés de criar novos parcelamentos para os quais seria necessário implantar o sistema
viário e demais equipamentos públicos.

Além disso, o PDOT 2009 definiu grande parte do SHPT como ARINE, que
obrigatoriamente deverá ser submetida a intervenções públicas, destinadas a legalizar
áreas urbanas ocupadas irregularmente para fins de habitação, desde que atendidas a
legislação e as condicionantes ambientes, implicando melhorias no ambiente urbano,
no meio ambiente, no resgate da cidadania e da qualidade de vida da população.

Depreende-se do exposto, que a desconstituição da área fere os princípios


estabelecidos na legislação vigente, especialmente o PDOT 2009/ADIN
2009.00.2.017.552-9 e o Estatuto da Cidade.

Não existem justificativas técnicas ou legais para a escolha deste cenário. Trata-se,
portanto, de uma hipótese inviável a ser descartada.

Depreende-se do exposto, que a desconstituição da área fere os princípios


estabelecidos na legislação vigente (PDOT2009), que orienta, desde que atendida a
legislação e as condicionantes ambientais, no sentido de manutenção da ocupação
existente, com a regularização do SHPT, inclusive com o adensamento da população
para além da situação existente atualmente.

Portanto, nesta área, onde já se conta com alguma infraestrutura urbana, como
sistema viário, rede de energia e iluminação pública, deve-se otimizar e priorizar a
ocupação urbana,desde que atendida a legislação e os condicionantes ambientais, ao
invés de criar novos parcelamentos para os quais seria necessário implantar o sistema
viário e demais equipamentos públicos.

Não existem justificativas técnicas ou legais para a escolha deste cenário. Trata-se,
portanto, de uma hipótese inviável a ser descartada.
42

5.2 CENÁRIO 2 - CENÁRIO DE NÃO REGULARIZAÇÃO


Este Cenário foi criado para atender às exigências da legislação, especialmente a
Resolução Conama nº 001/1986, que dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais
para avaliação de impacto ambiental, determinando no art. 5º, inciso I “contemplar
todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, confrontando-as com a
hipótese de não execução do projeto”, e no art. 9º, inciso V, “que seja feita a
caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, comparando as
diferentes situações da adoção do projeto e suas alternativas, bem como com a
hipótese de sua não realização”.

O Cenário 2 considera a hipótese da não regularização da área do empreendimento


com a suspensão das iniciativas governamentais destinadas à regularização fundiária
ou implementação de qualquer melhoria das condições sociais, urbanas ou
ambientais.

O descumprimento dos preceitos constitucionais e legais ou das normas de segurança


ficam evidentes quando se detectam na área:

• Ocupações desordenadas em áreas desprovidas de infraestrutura e de


saneamento ambiental, que expõem a comunidade aos riscos próprios de
parcelamentos irregulares de ambientes com latente desequilíbrio ecológico;
• Contaminação das nascentes, das águas superficiais e subterrâneas colocando
em risco a saúde da população.
• Concentrações elevadas de nutrientes (fósforo, nitratos, nitritos e amônia) nas
águas superficiais, relacionadas com a deposição irregular de lixo nas áreas
urbanas.Falta de técnicos em número e qualificação para controlar e fiscalizar o
processo de crescimento urbano e a deterioração da qualidade de vida e
ambiental.
• Agravamento dos impactos ambientais pré-existentes e manutenção do
“passivo ambiental”.
• Problemas graves de segurança pública potencializados pelas desigualdades
socioeconômicas, pela carência de moradia e de serviços básicos e pela
escassez de pessoal e de recursos financeiros.
• Precariedade dos serviços de transporte, de saúde e de educação pela
escassez de recursos financeiros e orçamentários.
• Carência de áreas para recreação, esporte e lazer.
A adoção deste cenário prevê uma situação futura com ocupação desordenada, a
degradação do meio ambiente e a degeneração dos recursos naturais, como se tem
visto nos diversos condomínios irregulares distribuídos pelo Distrito Federal. Nem
mesmo a hipótese de congelamento do atual processo de ocupação da área poderá
assegurar o bem-estar, a qualidade de vida e a proteção ambiental do SHPT e, ao
mesmo tempo, impedir o seu adensamento.

Nas Oficinas de Mobilização Participativa, foi solicitado que os moradores do SHPT se


pronunciassem a respeito de hipótese de a regularização se concretizar num período
de quatro anos, ou seja, na gestão de outro governo, cujas prioridades e vontade
política são incertas. Nesta oportunidade, a comunidade demonstrou, de forma,
enfática sua preocupação com as consequências deste Cenário 2, declarando a sua
apreensão com relação à suspensão das ações governamentais de regularização.
43

Essas preocupações são pertinentes, uma vez que, neste Cenário, os fatores que hoje
atuam no sistema continuariam a induzir a expansão do parcelamento do solo urbano,
em que toda a comunidade seria penalizada pela deterioração da qualidade de vida e
ambiental.

A não regularização implicará em prejuízos sociais e financeiros e desgaste político


para as instituições públicas envolvidas no processo em andamento.

A ocupação desordenada do espaço urbano e a falta de infraestrutura adequada na


área do SHPT têm provocado significativos impactos sobre a qualidade e quantidade
de água, sobre os solos susceptíveis a erosões, além da poluição e o assoreamento
dos corpos hídricos. Já foram detectados processos de contaminação de poços rasos
pelo extravasamento de fossas contruídas ou operadas fora dos padrões
estabelecidos pelas Normas da ABNT (NBR 7229/93).

Os córregos Ponte de Terra e Olho D’Água têm suas Matas de Galeria degradadas
por desmatamentos, queimadas ou retirada de espécies vegetais. Essas áreas,
tratadas como passivo ambiental, estão contempladas nos programas de recuperação
e reconstituição da vegetação primitiva das margens dos corpos hídricos. Na hipótese
de se suspenderem as intervenções e os programas ambientais na área de estudo,
perde o meio ambiente a oportunidade de ter mitigados os impactos que lhe foram
imputados.

Em consonância com o que foi exposto, valem para o Cenário 2 os mesmos


argumentos apresentados no Cenário 1. O SHPT, por se tratar de uma Área de
Regularização de Interesse Específico, obrigatoriamente deverá ser submetido a
intervenções públicas destinadas à sua legalização para fins de habitação, em bases
ecologicamente sustentáveis, implicando melhorias no ambiente urbano, no resgate da
cidadania e da qualidade de vida da população.

Este Cenário 2 fere os dispositivos legais vigentes (Constituição, Estatuto da Cidade e


PDOT 2009). Em caso de sua adoção, poderão ser atribuídas aos responsáveis
penalidades por improbidade administrativa

5.3 CENÁRIO 3 - ALTERNATIVA DE REGULARIZAÇÃO


A densidade populacional prevista pelo PDOT/2009 para o Setor Habitacional Ponte
de Terra é do tipo baixa - entre 15 e 50 habitantes/hectare. Neste cenário prevê-se a
regularização da área de estudo atendendo inteiramente às exigências da legislação
urbanística e ambiental vigente, discutindo-se duas alternativas básicas com relação
às densidades passíveis de serem adotadas:

• Aplicação em todas as área do Setor do valor máximo da densidade


estabelecida pelo PDOT 2009, ou seja 50 hab/ha.
• Proposta de zoneamento do Setor, com a adoção de três índices de
densidades, resultando em uma média final de 28,64 hab./ha, bem inferior ao
valor máximo previsto pelo PDOT 2009
Com estas premissas, foi construído o Cenário 3, analisando-se a situação fática do
parcelamento, os principais dispositivos da legislação, as restrições ambientais e as
consequências mais relevantes deste nível de adensamento no processo de
regularização.
44

O empreendimento sobrepõe-se às poligonais das áreas de Proteção de Mananciais –


APMs Ponte de Terra e Olho D’Água, áreas de relevante interesse para recarga dos
aquíferos, que requerem estratégias especiais de proteção em função da captação de
água destinada ao abastecimento público. Nestas áreas, ficam proibidas práticas
potencialmente poluidoras ou geradoras de risco à captação, dentre as quais se
destaca a impermeabilização do solo.

Inicialmente, para se atender à legislação ambiental e ao PDOT, as Áreas de Proteção


de Manancial não deveriam ser ocupadas, mas como se trata de uma Área de
Regularização, a ocupação urbana passa a ser permitida desde que atenda as
restrições ambientais da área.

O PDOT/2009 proíbe ainda o parcelamento do solo urbano e rural nas APMs, exceção
feita aos parcelamentos com projetos já registrados em cartório, aqueles incluídos na
Estratégia de Regularização Fundiária da referida Lei Complementar e aqueles em
que haja necessidade de adequação em parcelamentos regulares já existentes”.

Os critérios de regularização destas áreas serão definidos por grupo de trabalho


coordenado pelo órgão gestor do desenvolvimento territorial e urbano do Distrito
Federal, com participação do órgão gestor da política rural do Distrito Federal e da
concessionária de serviço público autorizada e responsável pela captação.
Os índices urbanísticos para as áreas de regularização poderão ser ajustados,
mediante estudos ambientais e urbanísticos específicos, desde que aprovados pelos
órgãos legalmente competentes. Para o Setor Habitacional Ponte de Terra, está
prevista densidade populacional baixa, com até 50 hab/ha e exigência de reserva de
10% da área do setor para a implantação de Equipamentos Comunitários,
Equipamentos Urbanos e Espaços Livres de Uso Público (EC/ EU/ ELUP).

Quanto ao sistema viário existente, que já se encontra bastante consolidado, verifica-


se que a maioria das vias não atende às dimensões mínimas estabelecidas pelo
Decreto 26.048/2005. O dimensionamento é inadequado, o que resulta desconforto
para os usuários. Deve-se ainda elencar que não existe nenhuma hierarquia com
dimensionamento diferenciado. A maioria das vias possui dimensão insuficiente até
mesmo para o padrão mínimo de via local sugerido pela norma, a qual determina a
largura de onze metros (7 metros de caixa viária e calçadas com 2 metros cada).

Os encontros entre as vias não são dotados de raio de giro mínimo (6 metros) o que
ocasiona desconforto e insegurança no tráfego de veículos e pedestres o que é
minimizado pela falta de pavimentação que obriga os motoristas a reduzirem a
velocidade o que tem contribuído para evitar os riscos de acidente.

É importante ressaltar o Decreto 26.048/2005 prevê a flexibilização dos parâmetros


por ele estabelecidos, uma vez que a implementação de um projeto viário, que atenda
integralmente aos padrões normativos, implicaria em uma quantidade elevada de
interferências em propriedades, produção de grande quantidade de entulho resultante
de demolições e suas graves consequências ambientais. Essa retirada também seria
dispendiosa economicamente e os custos sociais em tal cenário criariam uma forte
tensão política que poderia impedir a implantação final do projeto.

Outro fator que agravaria os problemas sociais gerados para remoção é o fato de que
não são previstas áreas de realocação nem ajuda às famílias, por se tratar de ARINE
e não Área de Regularização de Interesse Específico, onde estes benefícios são
previstos.
45

O Setor situa-se à margem das rodovias DF-001, DF-480 e DF-475 que, de acordo
com o Decreto nº 27.365, de 01 de novembro de 2006, artigo 5º, possuem
respectivamente 130 m, 130 m e 50 m de faixa de domínio, recomendando a previsão
de marginais de contenção de tráfego nos projetos de loteamentos urbanos ou rurais
em áreas lindeiras às rodovias do SRDF.

Outro aspecto relevante, do ponto de vista urbanístico, diz respeito aos parâmetros
estabelecidos pelo Plano Diretor Local da RA do Gama – Lei Complementar n.º
728/2006, especialmente no que se refere à taxa de permeabilidade do solo, em
função da dimensão do lote.

• Em “Lotes com área de até 200 m² (duzentos metros


quadrados), não é exigida a taxa de permeabilidade do solo”.
• Em “Lotes com área superior a 200 m² (duzentos metros
quadrados) e até 500 m² (quinhentos metros quadrados), a
taxa de permeabilidade do solo corresponde a 10% (dez por
cento) da área do lote”.
• Em “Lotes com área superior a 500m² (quinhentos metros
quadrados) até 2.000 m² (dois mil metros quadrados), a taxa
de permeabilidade
• Para lotes “com área superior a 2.000 m² (dois mil
metros quadrados), a taxa de permeabilidade do solo
exigida corresponde a 30% (trinta por cento) da área do
lote.”
Se estes parâmetros fossem aplicados à área de estudo, a impermeabilização
decorrente do parcelamento das áreas atualmente desocupadas ocasionaria uma
grande diminuição das áreas de infiltração o que afetaria diretamente a captação de
água nas APMs, que ocupam uma grande parte da poligonal da área de estudo.

Tendo em vista a necessidade de limitar a impermeabilização do solo para garantir a


recarga de aquíferos da região, no item 9.6.5.1 deste EIA, foram realizadas
simulações considerando a densidade de 21,65 hab/ha para a área ocupada pelas
APMs. Os resultados encontrados mostram haver perda de recarga dos aquíferos da
ordem de 27,85 % para a APM Ponte de Terra e 11,4% para a APM Olho D’ Água
neste cenário. Assim, recomenda-se que a taxa de ocupação do SHPT seja de no
máximo 30 hab/ha, nas áreas onde há sobreposição com as APMs.

Mesmo considerando que o impacto da impermeabilização poderá ser atenuado pela


incorporação, nos projetos das edificações, de sistemas para a recarga artificial dos
aquíferos, optou-se por adotar densidades médias de 28,64 hab/ha, com a mais
adequada para atender às restrições ambientais destinadas a garantir a recarga dos
aquíferos e a disponibilidade de água para abastecimento.

Esta alternativa encontra respaldo no art. 131, parágrafo único do PDOT, que prevê
para o caso de ocupação de APMs:

Art. 131. Na fixação dos índices urbanísticos das Áreas de


Regularização, seja considerada a situação fática da ocupação
[...]

Parágrafo único. Em situações especiais, considerando-se a


realidade consolidada até a data de publicação desta Lei
46

Complementar, os índices urbanísticos para as áreas de


regularização definidos nesta Lei Complementar poderão ser
ajustados, mediante estudos ambientais e urbanísticos
específicos, existentes ou a serem definidos pelos órgãos
afins, desde que aprovados pelos órgãos legalmente
competentes.
Nas APMs Ponte de Terra e Olho D’Água, qualquer redução da atual taxa de
permeabilidade pode ter consequências graves no abastecimento de água da Região
Administrativa do Gama, onde se inclui o SHPT. Qualquer alteração na ocupação que
possa reduzir a atual taxa de permeabilidade representa sério comprometimento da
produção de água, que no período de seca já está no seu limite.

Com a substituição da cobertura vegetal por estruturas urbanas impermeáveis, as


águas pluviais têm a taxa de infiltração significativamente reduzida, fato que também
reduz o volume de água que reabastece os aquíferos, podendo causar seu
rebaixamento gradativo.

Conclui-se que a adoção de uma densidade única de 50 hab/ha, em toda a área do


SHPT, conforme estabelecido numa primeira hipótese, afetaria as Áreas de
Preservação de Mananciais - APMs. Nestes termos, propõe-se o zoneamento do Setor
com a adoção de três índices de densidades, com média final de 28,64 hab./ha, bem
inferior ao valor máximo previsto pelo PDOT 2009.

Os projetos de urbanismo e a pavimentação das vias deverão adotar soluções que


minimizem a impermeabilização, e que contribuam para dar maior eficiência ao
sistema de recarga de aquíferos.

Esta diversidade de densidades, adotada no Plano de Uso e Ocupação, é viável, visto


que a ocupação da área do Setor Habitacional Ponte de Terra não se encontra ainda
totalmente consolidada.

Tal diferenciação encontra amparo no art. 39, parágrafo único do PDOT/2009, que
prevê: “a densidade demográfica definida para cada porção territorial poderá variar
dentro de uma mesma porção, desde que seja preservado como média o valor de
referência estipulado neste artigo e que sejam observados os condicionantes
ambientais”.

Foi com base neste Cenário 3, considerado como o Cenário de Referência, que se
elaborou a proposta do Plano de Uso e Ocupação, apresentada a seguir nos seus
diversos aspectos.

Proposta do Plano de Uso e Ocupação


A Proposta do Plano de Uso e Ocupação para o Cenário 3 foi construída
conjuntamente com a comunidade do SHPT, por meio das oficinas comunitárias
participativas e reuniões públicas realizadas ao longo dos meses de julho a setembro
de 2011, em razão do Plano de Mobilização Participativa que compõe a regularização
da área.

Foram realizadas oficinas de diagnóstico e de prognóstico ambiental, assim como de


urbanismo, seguidos da audiência pública para apresentação da proposta final. As
oficinas, que ocorreram em conformidade com as recomendações do Estatuto da
Cidade, foram desenvolvidas por meio de uma exposição técnica inicial, na qual foram
47

apresentados à comunidade alguns princípios básicos a respeito de urbanismo,


sempre ilustrados com desenhos esquemáticos e exemplos da região.

A participação comunitária foi de extrema valia, uma vez que houve o enriquecimento
do estudo com a troca de informações acerca da área, o que possibilitou a reflexão
dos problemas, o esclarecimento de alguns dados e a construção conjunta de
soluções. O detalhamento sobre a participação da comunidade nas oficinas está
exposto no Relatório de Atividades do Plano de Participação Comunitária, no qual se
registram, tanto os procedimentos, quanto os resultados obtidos de cada etapa de
trabalho.

O Plano de Uso e Ocupação - PUO foi elaborado com base no levantamento


aerofotogramétrico e embasado na legislação vigente, além de atender às normas
fornecidas pelas concessionárias de serviços públicos e informações obtidas nas
reuniões entre a equipe técnica, a equipe de acompanhamento da Terracap e
representantes dos diversos órgãos e entidades governamentais.

Assim, o PUO desenvolvido teve como objetivo qualificar o espaço urbano e amenizar
os impactos ambientais e sociais da ocupação irregular, tendo como referência as
premissas mencionadas acima e a partir do conhecimento da situação existente no
parcelamento e das demandas da população local. Deve-se mencionar que o Plano de
Uso e Ocupação do Solo está em conformidade com o Plano Diretor de Ordenamento
Territorial, Lei Complementar nº 803, de 2009 - PDOT-2009, que enfatiza a destinação
da área prioritariamente para oferta habitacional, com manutenção das características
de uso existentes e introdução de usos complementares a esse.

De acordo com o Plano Diretor de Ordenamento Territorial – PDOT/2009, Lei


Complementar nº 803/2009, o objeto de estudo encontra-se inserida em Zona Urbana
de Uso Controlado II - ZUUC II, área destinada a uso predominantemente habitacional
e sujeita às restrições impostas pela sua sensibilidade ambiental e pela proteção das
áreas de contribuição dos mananciais destinados ao abastecimento público de água.

O PDOT/2009 cita, ainda, que a zona na qual se encontra o parcelamento deve


compatibilizar o uso urbano com a conservação dos recursos naturais, por meio da
recuperação ambiental e da proteção dos recursos hídricos, tendo entre suas
diretrizes, conforme artigo 71, inciso III in verbis:

• Art.71
• [...]
• “III – regularizar o uso e a ocupação do solo dos
assentamentos informais inseridos nessa zona,
considerando-se a questão urbanística, ambiental, de
salubridade ambiental, edilícia e fundiária.”
Além de situar a gleba em ZUUC II, o PDOT/2009 também define parte da área da
gleba como Zona de Contenção Urbana, porém considerando a Ação Direta de
Inconstitucionalidade para esse trecho, o presente estudo tratou toda a área do SHPT
com os mesmos parâmetros, ou seja, com os parâmetros de ZUUC II, baseado no
Projeto de Lei de atualização do PDOT, em análise na Câmara Legislativa.

Ainda, segundo o PDOT/2009 (Anexo II, Tabela 2), para o Setor Habitacional Ponte de
Terra, está prevista baixa densidade populacional com exigência de reserva de 10%
48

da área do setor para a implantação de Equipamentos Comunitários, Equipamentos


Urbanos e Espaços Livres de Uso Público (EC/ EU/ ELUP).

Grande parte do Setor está inserida na poligonal da Área de Proteção de Manancial


Ponte de Terra e Olho D´Água. Ainda, conforme o PDOT-2009, as APM’s são tidas
como porções do território com proteção em função da captação de água destinada ao
abastecimento público. Assim, tais áreas não devem ser parceladas com uso urbano
ou rural, com exceção dos parcelamentos incluídos na Estratégia de Regularização
Fundiária de que trata a Seção IV do Capítulo IV do Título III do PDOT.

Neste sentido, o plano manteve as características de uso e ocupação do solo no que


diz respeito à oferta habitacional predominantemente e, com o objetivo de qualificar o
espaço urbano, introduziu outros usos complementares com vistas à melhoria da
qualidade do espaço e consequente qualidade de vida da população, de acordo com
as necessidades expostas pelos próprios moradores.

Assim, preservou-se o maior número possível das ocupações existentes,


considerando o impacto social das desconstituições. Destinaram-se áreas
desocupadas para o incremento dos usos existentes, principalmente o uso
habitacional unifamiliar e inserindo mais diversidade, com a oferta do uso habitacional
coletivo, do uso misto e do uso comercial de diversas categorias. Além disso, foram
previstos equipamentos públicos e comunitários e espaços livres de uso público,
distribuídos pela área, visando atender a população presente e futura, de uma forma o
mais homogênea possível.

Sistema Viário Proposto


Trata-se de uma área cuja ocupação irregular já se encontra em boa parte consolidada
e cujo sistema viário existente apresenta diversos problemas, entre os quais podemos
destacar: dimensões reduzidas das larguras das caixas de vias e calçadas,
inexistência de raios de giro, inexistência de previsão de áreas de visibilidade em
esquinas e falta de cul-de-sac ao final de vias sem saída.

Devido à dificuldade em se restabelecer completamente o sistema viário conforme os


padrões da norma (como foi mencionado anteriormente), foi estudada a possibilidade
de se implementar um sistema mais flexível, com padrões alternativos de vias
buscando qualificar a área, respeitando-se ao máximo a ocupação vigente
concomitantemente. Assim, as vias existentes foram classificadas de acordo com as
dimensões médias encontradas no Setor.

Considerando que o sistema viário é o elemento urbano estrutural que deve manter
relação direta com uso e a ocupação do solo, tanto o existente quanto aos usos
propostos, houve a necessidade de adequá-lo com a criação de eixos prioritários de
circulação e de transporte coletivo, hierarquia e redimensionamento das vias, como
forma a facilitar os deslocamentos e permitir maior fluidez do tráfego local.

O sistema viário foi requalificado de modo a atender os padrões mínimos de


segurança de acordo com a Norma NTD - 6.01 da Companhia Energética de Brasília e
Cartilha de Acessibilidade - Volume I e II - Sedhab - Comissão Permanente de
Acessibilidade.

Desta forma, a proposta indica a divisão do sistema viário local em quatro categorias
de vias: marginais, principais, secundárias ou coletoras e locais.
49

Quanto às vias marginais, foi criada um via que circunda toda a área do SHPT, com o
intuito de organizar e minimizar a retenção do tráfego junto aos acessos às rodovias e
diminuir o risco de acidentes, com a implantação de um sistema de trânsito mais lento,
paralelo às rodovias.

O sistema de vias principais é formado por uma rede de vias todas com duas pistas de
7 metros cada, que permitem o acesso à centralidade e às áreas de comércio e
prestação de serviços, inclusive por meio de transporte coletivo, sem a necessidade
de trânsito pelas porções internas do Setor. A Avenida Buritis, uma via já existente,
mas que foi redimensionada, secciona diagonalmente a área, (ao longo da linha de
transmissão de energia elétrica que dá acesso à DF-001). Uma outra via também já
existente, a Avenida JK, perpendicular à DF-001, faz a ligação do trânsito desta
rodovia até o centro proposto, além de mais três avenidas internas que definem o
centro e compõem o sistema viário principal.

As vias secundárias ou coletoras configuram vias por onde deve circular um número
considerável de veículos e pessoas, visto que são responsáveis por distribuir o tráfego
das vias principais pelas demais áreas e permitir o acesso às vias locais. Por fim, a
rede de vias locais é responsáveel pelo acesso direto aos lotes.

A fim de disciplinar o fluxo de veículos, minimizar os riscos de acidentes e permitir a


alteração do sentido de tráfego, o partido adotado prevê a implantação de
mecanismos de intersecção viária nos trechos onde ocorre o cruzamento ou
entroncamento de duas ou mais vias. Para auxiliar na escolha do tipo de intersecção
viária utilizada foram analisados aspectos como: capacidade de escoamento de
tráfego, segurança, conforto, número de cruzamentos ou entroncamentos, hierarquia
das vias e custo da obra.

O estudo propõe, para os casos de encontro de vias, interseção em “T” ou em “Y”,


além da introdução de raios de giro e chanfros em todos os lotes de esquina de forma
a garantir a visibilidade entre os motoristas. Essas alterações seguem os padrões
sugeridos no Decreto nº 26.048, de 20 de julho de 2005, o qual dita as normas viárias,
conceitos gerais e parâmetros para dimensionamento de sistema viário urbano,
elaboração e modificação de projetos urbanísticos do Distrito Federal.

Para solucionar o problema de retorno das ruas sem saída, foram adotados dois tipos
de cul-de-sac, de acordo com a configuração local encontrada. Quando ao final da rua
não existiam edificações próximas foi adotado o cul-de-sac voltado para os dois
sentidos, de forma a minimizar o impacto da implantação do dispositivo nos lotes e
dividir a perda de área entre eles. No caso de existir edificação próxima ao sistema
viário existente ou projetado, impossibilitando a utilização deste modelo, foi adotada a
tipologia de cul-de-sac voltada apenas para um dos sentidos. O último caso consiste
na adoção da mesma tipologia de retorno já implantada, ou seja, onde já se
encontravam implantados estes mecanismos, eles apenas foram redimensionados,
quando necessário, para atingir as medidas mínimas. Porém, a maior parte das ruas
sem saída foi conectada, porque em grande parte dos casos associados aos
problemas de retorno existiam problemas de drenagem.

Quanto ao dimensionamento, as vias propostas procuram manter os requisitos


mínimos de mobilidade e de segurança de pedestres e para veículos leves e pesados.
Os padrões foram estabelecidos com o objetivo de assegurar a circulação mínima
necessária para cumprir sua função de tráfego, segurança e manter um
dimensionamento mínimo confortável para mobilidade geral, considerando-se a diretriz
50

de preservar o maior número de edificações. Os padrões de vias propostos


encontram-se na Tabela 1.

Tabela 1 – Padrões de vias propostos para o SHPT.

TIPO PADRÃO CARACTERÍSTICAS


Marginal Marginal com Ciclofaixa Caixa de Via: 7 metros + Ciclofaixa: 2 metros +
Calçada Interna: 2 metros + Calçada Externa: variável
Principal Servidão com Ciclofaixa 2 Caixas de Via: 14 metros + Ciclofaixa: 2 metros+
1 Canteiro Central: variável + 2 Calçadas: 3 metros
Centro com Ciclofaixa 2 Caixas de Via: 14 metros + Canteiro Central: 3 metros +
Ciclovia: 2 metros + Calçadas: 3 metros
Coletora Padrão 13 metros Caixa de Via: 7 metros + Ciclofaixa: 2 metros +
2 Calçadas: 2 metros
Padrão 11 metros Caixa de Via: 7 metros + Calçadas: 2 metros
Padrão 10 metros Caixa de Via: 7 metros + Calçada c/ Poste: 1,80 metros +
Calçada s/ Poste: 1,20 metros
Local Padrão 11 metros Caixa de Via: 7 metros + 2 Calçadas: 2 metros
Padrão 10 metros Caixa de Via: 7 metros + Calçada c/ Poste: 1,80 metros +
Calçada s/ Poste: 1,20 metros
Padrão 8,30 metros Caixa de Via: 5,50 metros + Calçada c/ Poste: 1,80 metros +
Calçada s/ Poste: 1,00 metros
Padrão 7,30 metros Caixa de Via: 5,50 metros + faixa c/ Poste: 1,80 metros
Via Compartilhada

No que diz respeito aos padrões de calçadas, de maneira geral, optou-se, sempre que
possível, pelos padrões normativos segundo a função da via. Porém, nos casos mais
críticos, adotaram-se calçadas com o mínimo de 1,80 metros na lateral onde passa o
posteamento, de acordo com a norma - NTD – 6.01, da Companhia Energética de
Brasília – CEB, que prevê uma distância mínima de 1,70 metros entre os postes e as
construções e um mínimo de 1,00 metros na outra lateral.

O padrão de via compartilhada configura-se como um padrão mínimo desenvolvido


para vias locais situadas entre sete metros e trinta centímetros e oito metros e trinta
centímetros. Nesse padrão, onde a velocidade máxima permitida deverá ser baixa (10-
20 km/h), o pedestre irá dividir a via com os automóveis. Contudo, deverá ser utilizada
uma pavimentação diferenciada que sinalize a redução da velocidade e facilite a
percepção do motorista para que haja o devido respeito ao espaço de cada usuário.

Em conformidade com a Cartilha de Acessibilidade, o maior número possível de


calçadas terá uma faixa livre de no mínimo, 1,20 m (um metro e vinte) de largura para
a circulação de pedestres, com piso regular, antiderrapante e sem degrau. Juntos aos
obstáculos, postes, orelhões e caixas de correio será obrigatória a colocação do piso
tátil para sinalizá-los. As áreas com desnível e travessias devem ter ligação com
rampas para possibilitar a circulação de cadeiras de rodas, carrinhos de bebê,
carrinhos de compras e de idosos.

É importante destacar que se estudou um sistema eficiente de trânsito de bicicletas,


visando incentivar o uso desse tipo de transporte pela população local. Todas as vias
principais foram dotadas de ciclovia ou ciclofaixa. Algumas vias secundárias que
51

desempenham função importante na malha viária também foram projetadas com


sistema de ciclofaixa.

Em relação ao transporte público coletivo, atualmente as linhas de ônibus passam à


margem da área e atendem a população de forma precária. Apenas uma linha cruza a
gleba pela Avenida São Francisco. O Plano prevê a manutenção do percurso atual e,
a implantação de um novo percurso de transporte público, que se inicia na Avenida
Buritis, segue até o centro proposto, contorna-o e sai por outra via principal, a Avenida
JK. Esse novo trajeto foi proposto afim de que a população do Setor seja mais bem
atendida, tornando o transporte público coletivo mais confortável e eficiente, com
ajuste para distâncias mais equidistantes a todos os moradores.

Uso do Solo Proposto


Além do uso habitacional, existem no local outros usos, entre os quais algumas
indústriais de baixa incomodidade (Brasnica - processamento de frutas) e comércio e
serviços de grande porte (transportadora e posto de combustivel), todos estes voltados
para as rodovias do entorno, principalmente para a DF-001. Paralelamente,
encontram-se também na área espaços privados de uso de lazer como clubes, casas
de festas e áreas de prática esportiva (Bola na Rede e outros), além de casas de
repouso e templos religiosos. Alguns destes usos são considerados de alta
incomodidade pela população residente.

O PUO manteve a localização dessas atividades econômicas (uso comercial


“atacadista” (hipermercados e similares) e usos incômodos como industrial (de baixa
incomodidade), casas de festas e clubes ao longo das rodovias, visto que a
proximidade com esse tipo de via não é propício ao uso residencial, principalmente
devido à geração de ruídos e consequente desconforto sonoro. Mas é atrativa em
situação periférica, que torna essas áreas mais visíveis a uma grande quantidade de
pessoas que circulam por essas rodovias o que facilita o acesso e o escoamento das
mercadorias.Esta tendência de ocupação também é observada ao longo de outras
diversas rodovias do DF.

Na proposta (Figura 26), o uso continuará sendo o residencial unifamiliar, com lotes de
aproximadamente 800 a 1.000 m2 em sua maioria. O uso residencial é
complementado por usos de abrangência local, de bairro e regional. A introdução de
outras atividades compatíveis com as existentes atende às necessidades dos
moradores e proporciona diversificação de usos e a dinamização do espaço urbano.

A diversificação da tipologia de moradia com introdução do uso coletivo foi uma


alternativa adotada para adensar o uso e induzir a ocupação mais intensa na parte do
Setor que está fora das APMs. Houve intenção de designar outros usos para as áreas
desocupadas localizados dentro das APM, tendo em vista que essa porção encontra-
se mais consolidada e trata-se de uma área ambientalmente mais sensível, onde o
adensamento não é favorável à conservação dos recursos hídricos. Além da questão
ambiental, o sistema viário na porção adensada possui mais capacidade de
escoamento para a DF-001 e se apresenta menos saturado que o da área já
consolidada. Portanto, com o uso residencial coletivo, pode se obter uma densidade
populacional mais alta e uma morfologia diferenciada. Para o uso coletivo, são
previstos edifícios de quatro pavimentos - pilotis e três pavimentos com apartamentos.
52

Figura 26 – Plano de Uso e Ocupação Proposto.


53

No que diz respeito à dinamização dos usos já existentes, observa-se que foi proposto
o uso misto para alguns lotes residenciais situados ao longo de vias com tráfego mais
intenso ou em frente a lotes destinados a praças e parques. A solução pode ser vista
de maneira positiva, já que havia grande carência de comércio local no setor.
Adotaram-se duas tipologias de uso misto: uma é reservada para a ocupação
unifamiliar e a outra para residência coletiva, com térreo e mais dois pavimentos - tipo
sobrado.

Quanto aos Equipamentos – EU/ EC e Espaços Livres de Uso público – ELUP, foram
distribuídos por toda a gleba, com alguns pontos de concentração.

Os Espaços Livres de Uso Público foram distribuídos de forma o mais homogênea


possível, de modo a facilitar o acesso ao lazer e fazer com que esses espaços sirvam
de apoio aos equipamentos e comércio projetados ao seu redor. A existência de
praças ao longo dos caminhos percorridos por pedestres e veículos também contribui
para que esses espaços tenham uma maior animação o que favorece a sua
segurança.

Estas áreas de convívio, praças e parques, trazem inúmeros benefícios ao espaço


urbano, agregando-lhe valor cênico e paisagístico, o que contribui para a melhoria da
qualidade de vida dos moradores e usuários. Estes espaços também agregam ao
parcelamento características de bairro, oferecendo à população oportunidades de
lazer, de forma que a população local não tenha necessidade de se deslocar para
outros setores.

Outro aspecto relevante é o aumento das taxas de permeabilidade nas áreas das
APMs contidas dentro do setor. Neste sentido uma grande parte dos Espaços Livres
de Uso público – ELUP, principalmente parques, estão localizados dentro da poligonal
das APMs com o objetivo de aumentar a infiltração de água nessas áreas.

O PDOT/2009 em seu artigo 14 dá as diretrizes setoriais para o meio ambiente e


dentre elas, no item VIII, destaca-se o incentivo à arborização como elemento
integrador e de conforto ambiental na composição da paisagem urbana e rural,
observando-se, na escolha das espécies, critérios ambientais e de saúde publica.
Além de servirem como área de lazer e recreação para população, recomenda-se a
utilização de vegetação nativa nas praças e parques previstos no projeto, como forma
de auxiliar a recuperação das áreas degradadas através da conservação de
exemplares que podem contribuir tanto com a dispersão de sementes quanto manter a
avifauna.

A inserção de equipamentos para exercício físico e quadras poli-esportivas é uma


alternativa para estimular a prática de esportes e assim também proporcionar melhoria
na qualidade de vida da população, disseminando programas sociais que atenuem os
índices de violência e problemas de saúde nas comunidades.

O partido adotado propõe uma centralidade no Setor com a implementação de alguns


equipamentos: um parque, comércio, uso misto e uso residencial coletivo. A
concentração de equipamentos na área central favorece a sua consolidação e
consequentemente gera um polo atrativo de tráfego. O acesso a este centro se dá por
meio de vias principais ligadas à DF-001 e através de transporte público coletivo como
citado anteriormente.
54

Propõe-se também uma faixa de uso comercial de porte (atacadista) nas áreas
voltadas para as rodovias onde já se verifica esta tendência de uso e ocupação.

Quanto às construções, principalmente residências, localizadas nas faixas de domínio


das rodovias que contornam a área (DF-001, DF 480 e 475), áreas estas consideradas
non aedificandi, segundo o Decreto nº 27.365, de 1º de novembro de 2006, que dispõe
sobre o Sistema Rodoviário do Distrito Federal. Em seu art. 7º, prevê que, nos casos
de loteamentos já consolidados às margens das rodovias do SRDF, os limites das
faixas de domínio sejam fixados, levando-se em consideração o projeto de
urbanização aprovado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação.

Atividades Permitidas
As atividades permitidas e aplicadas ao Setor Habitacional Ponte de Terra estão em
conformidade com a Tabela de Usos e Atividades do Distrito Federal, constantes do
Decreto n.º 19.071, de 06 de março de 1998, e no PDOT- 2009, o qual prevê para os
novos parcelamentos urbanos outras categorias de usos que não estavam previstas
nos documentos citados anteriormente.

Na lista a seguir estão definidos os Usos e Atividades adotados para este projeto:

• Residencial (unifamiliar e multifamiliar) – permitido uso residencial


exclusivamente.
• Misto (residencial e comercial) – permitido o uso comercial no pavimento térreo
e o uso residencial no 1º pavimento, previsto e incentivado no PDOT para os
novos parcelamentos também como forma de evitar a segregação (art.33 e art.
37, inciso IV).
• Comercial(de bens e prestação de serviços) – comercial de pequeno porte,
quando localizado próximo às áreas residenciais, em edificações de uso
exclusivo, e comercial de grande porte (apenas para os lotes localizados ao
longo das rodovias).
• Institucional e Comunitário (administração, segurança, educação, saúde,
cultura, associativo etc).
• Industrial (apenas indústrias de baixa incomodidade). No caso de atividades de
incômodo de natureza especial, tais como as mencionadas no art. 44, inciso IV
do PDL do Gama, ou seja, as que, segundo também o art. 45 do PDL,
apresentam, pelo menos uma das naturezas de incômodo com características
especiais de interferência no meio natural ou construído ou de sobrecarga na
infraestrutura existente especificadas no Anexo II, estando condicionadas à
apresentação pelo proponente de um Estudo de Impacto de Vizinhança – EIV, a
ser aprovado pelo órgão gestor do planejamento urbano - e conterá a anuência
de outros órgãos, conforme listado no parágrafo único e seus itens.

Equipamentos Públicos Propostos: Educação Saúde, Segurança e Transporte


Coletivo
A localização de equipamentos é determinada em função de diversos fatores e
condicionantes os quais devem ser analisados conjuntamente, considerados e
contrapesados, tendo em vista a densidade populacional de cada parte do setor, o raio
de abrangência de cada equipamento, as demandas populacionais, a compatibilidade
com o sistema viário, a acessibilidade e, por se tratar de uma área de regularização, a
disponibilidade de áreas.
55

Para solucionar as demandas da população no que diz respeito aos equipamentos


públicos e áreas livres voltadas ao lazer, não foi percebida dificuldade para atingir o
percentual de 10% determinado pelo PDOT-2009, devido a existência de diversas
áreas desocupadas no Setor. A regularização do parcelamento e a implantação destes
equipamentos podem gerar diversas melhorias para os moradores do Setor (Tabela
2).

Tabela 2 – Equipamentos Públicos Comunitários.

ELUP
TIPO DE QUANTIDADE QUANTIDADE/HAB RAIO DE ÁREA LOCALIZAÇÃO
EQUIPAMENTO PROPOSTA ABRANGÊNCIA MÍNIMA INDICADA
Encontro de x x x Raio de x
vias 10 m
Praças 53 x x 0,5% x
área
total
Parque de 1 1/20.000. 2.400 m 20.000 x
bairro m2
Parque de 17 1/10.000. 600 m 6.000 Escolas e
Vizinhança m2 áreas
residenciais
TOTAL 71
LAZER
TIPO DE QUANTIDADE QUANTIDADE/HAB RAIO DE ÁREA LOCALIZAÇÃO
EQUIPAMENTO PROPOSTA ABRANGÊNCIA MÍNIMA INDICADA
Centro de
Atividade 2.500
3 1/20.000 x x
Culturais/ m²
Esportivas
SEGURANÇA
TIPO DE QUANTIDADE QUANTIDADE/HAB RAIO DE ÁREA LOCALIZAÇÃO
EQUIPAMENTO PROPOSTA ABRANGÊNCIA MÍNIMA INDICADA
Posto Policial 1 1/20.000 2.000 m 900 m2 x
Posto de 10 x x x x
Segurança
Comunitário
SAÚDE
TIPO DE QUANTIDADE QUANTIDADE/HAB RAIO DE ÁREA LOCALIZAÇÃO
EQUIPAMENTO PROPOSTA ABRANGÊNCIA MÍNIMA INDICADA
Posto de Saúde 3 1/3.000. 8.000 m 360 m² x
Centro de 1 1/30.000 5.000 m 2.400 x
Saúde m2
EDUCAÇÃO
TIPO DE QUANTIDADE QUANTIDADE/HAB RAIO DE ÁREA MÍNIMA LOCALIZAÇÃO
EQUIPAMENTO PROPOSTA ABRANGÊNCIA INDICADA
2
Ensino Infantil 15 x 300 m 3.000 m x
2
Ensino 6 9 1.500 m 8.000 m x
Fundamental
2
Ensino Médio 2 x 3.000 m 11.000 m x
TOTAL 41
Destacam-se os números de lotes destinados às áreas verdes, contabilizando no total,
setenta e um lotes entre praças, parques de vizinhança e o parque de bairro. A
inserção de inúmeros parques nas diversas áreas do Setor deve ser visto como uma
iniciativa positiva para melhoria da qualidade de vida do local. Grande quantidade de
parques de vizinhança justifica-se como forma de garantir mais áreas permeáveis,
onde poderão ser localizadas trincheiras para infiltração, o que irá contribuir para
minimizar os impactos provocados pela ocupação urbana da área.
56

Sistema de Endereçamento Proposto


O sistema de endereçamento proposto aproveitou parte do sistema existente,
principalmente no que se refere à nomenclatura das vias principais. Estas serão
utilizadas para demarcar as diversas partes do setor, já que sua área corresponde a
de uma cidade de pequeno porte. Internamente e entre cada via nomeada, o sistema
dispõe de quadras numéricas, de conjuntos nomeados por letras e lotes numerados.

Distribuição de Áreas Propostas


Atualmente existem grandes áreas passíveis de ocupação no Setor. Foi prevista a
redefinição de uso de todas as áreas desocupadas e dos lotes acima de 2500 m2, bem
como seu reparcelamento (ANEXO – MAPAS - VOLUME V – MAPA 27- Mapa de Uso
e Ocupação do Solo Proposto).

A proposta destinou grande parte dessas áreas ainda não ocupadas para receber os
equipamentos públicos (EU/ EC) e os espaços livres de uso público (ELUP). Outros
usos propostos, como o comércio, o uso misto 2 (comércio+residencial coletivo), o
residencial coletivo e os equipamentos privados de uso público (EPR), também foram
localizados nessas áreas. O uso residencial unifamiliar e o uso misto 1 são propostos
em diversas áreas, principalmente compondo quarteirões onde já havia este tipo uso.

Nas parcelas em questão, já houve a supressão da cobertura vegetal original ou


sejam, essas áreas já não representam uma amostra significativa de vegetação do
Cerrado. Portanto, designar novos usos para essas áreas não representa grande
impacto nesse aspecto e, todavia melhora significativamente a dinâmica da área e
complementa o uso existente.

As áreas de chácaras ou lotes residenciais desocupados com área acima 2.500 m2


foram destinados em sua maioria à colocação de equipamentos e espaços livres de
uso público. Na parte central da gleba, existe uma grande área desocupada de
aproximadamente 52 ha onde se propõe centralidade, com a inserção de grandes
equipamentos públicos e de um parque, associado também à oferta de lotes
comerciais, uso misto e algumas áreas habitacionais. A associação de diversos usos
nessas áreas é benéfica no sentido de evitar áreas exclusivamente comerciais e
institucionais, as quais durante os fins de semana normalmente perdem totalmente o
movimento de pessoas ou áreas somente residenciais, que virem dormitórios durante
a semana em horário comercial como se configura a situação atual da área de estudo.

Uma parcela dessas áreas remanescentes localizadas na porção sudoeste da


poligonal, próximas à APP Ponte de Terra, também foram destinadas a equipamentos
privados para uso público. Tal destinação tem o objetivo de criar grandes áreas com
baixas taxas de ocupação e grande taxa de permeabilidade naquela região.

Parâmetros de Uso e Ocupação do Solo Propostos


Como já citado, o PDOT-2009 determina que o percentual da área destinado à
implantação de Equipamentos Comunitários, Equipamentos Urbanos e Espaços Livres
de Uso Público (EC/ EU/ ELUP) é de 10% do total da gleba. Conforme Tabela abaixo:
57

Tabela 3 – Percentual de equipamentos públicos e densidade estabelecidos par o SHPT.

SETORES HABITACIONAIS DENSIDADES EU / EC / ELUP


02 – Ponte de Terra Baixa (até 50 hab/h) 10%

Fonte: PDOT 2009, Anexo II, Tabela 2A, p.55.

Destaca-se que a porcentagem destas áreas não está discriminada entre


Equipamentos Urbanos, Equipamentos Comunitários e Espaços Livres de Uso Público
e que esta Lei não determina o percentual total de áreas públicas, como a Lei nº
6.766, de 19 de dezembro de 1979, que também destinava um percentual para o
sistema viário. O percentual de sistema viário não é determinado pelo PDOT/2009,
devendo ser ajustado de acordo com a realidade existente.

Em relação aos tamanhos dos lotes o projeto adotou os parâmetros do PDOT/2009 e


quanto aos usos utilizou o Coeficiente de Aproveitamento Básico como forma de
minimizar os impactos da ocupação, visto que mais de 50% da área do Setor situa-se
em APMs (Tabela 4).

Tabela 4 – Parâmetros urbanísticos para o Setor Habitacional Ponte de Terra.

ÁREA DE TAMANHO USOS


REGULARIZAÇÃO DOS LOTES Coeficiente de aproveitamento básico Coeficiente de
RESIDENCIAIS aproveitamento máximo
2
(M )
Setor Habitacional Máx. Mín. R< 400 R>400 C I Ind M C M R
2 2
Ponte de Terra m m

2.500 125 1 0,8 1 1 1 1 2 4 2

2
Obs.: Os lotes destinados à produção agrícola poderão ter área superior a 2.500 m , com coeficiente de
aproveitamento básico de 0,3. Fonte: PDOT 2009 – Anexo VI – 01 – Áreas inseridas em Setores
Habitacionais, p.130.

Densidade
A densidade populacional prevista pelo PDOT/2009 para o Setor Habitacional Ponte
de Terra é do tipo baixa - entre 15 e 50 habitantes/hectare. Considerando-se a área do
setor que é de 786,52 hectares e, um valor de 50 habitantes por hectare, o total
máximo previsto é de 39.326 habitantes.

No entanto, de modo a minimizar os impactos nas Áreas de Proteção de Manancial, o


plano previu um escalonamento dessa densidade, considerando três faixas de
ocupação (Figura 27). Tal diferenciação encontra amparo no PDOT/2009, que de
acordo com o art. 39, em seu parágrafo único prevê que: “a densidade demográfica
definida para cada porção territorial poderá variar dentro de uma mesma porção,
desde que seja preservado como média o valor de referência estipulado neste artigo e
que sejam observados os condicionantes ambientais”.

Esta diversidade de densidades proposta pelo Plano de Uso e Ocupação é viável visto
que a ocupação da área do Setor Habitacional Ponte de Terra não se encontra ainda
totalmente consolidada.

Assim sendo a proposta de redução da densidade foi estimada, conforme aumentam


as restrições ambientais:
58

A faixa 1 onde os estudos apontaram a região mais sensível ambientalmente abrange


a maior parte da área da APM Ponte de Terra, na região mais próxima à sua nascente.
Tendo em vista minimizar os impactos da consolidação da ocupação nessa parte do
setor, previu-se a menor densidade nesta região, com lotes de maiores dimensões,
principalmente os destinados a EPR e menor taxa de ocupação. A densidade proposta
no projeto é de aproximadamente 15,00 hab/ha.

A faixa 2 abrange também parte das áreas com condicionantes ambientais restritivos
das APM Ponte de Terra e APM Olho D’Água, mas foi demarcada nos limites das
poligonais dessas áreas onde se observa que as restrições ambientais não são tão
críticas. Para esta faixa, prevê-se a densidade intermediária de cerca de 27,00 hab/ha,
mantendo-se os lotes consolidados e parcelando as novas áreas com lotes com
dimensões entre 800 e 1.000 m2 e taxa de permeabilidade que também favorece a
maior infiltração de água no solo.

A faixa 3 localiza-se na área externa às APMs e, portanto, não apresenta


condicionantes ambientais restritivos. Assim sendo, foi previsto maior adensamento
nesta região, inclusive com uso habitacional coletivo. A densidade do projeto proposta
para esta área chegou a 59,00 hab/ha, um pouco acima da densidade prevista no
PDOT/2009 de 50 hab/ha. No entanto, esse índice se equilibra com a tomada de
média estatística, quando do cômputo da baixa densidade proposta para as outras
duas faixas.

Assim, de acordo com o Plano de Uso e Ocupação proposto, estima-se um


quantitativo populacional de 20.932 habitantes. (conforme o total de unidades
residenciais previstas, utilizando o índice de 3,58 habitantes/unidade habitacional da
CODEPLAN/Gama 2011). Este número de habitantes dividido pela área do
empreendimento (786,52 hectares) determina uma densidade média não superior a
27hab/ha, inferior ao valor máximo previsto pelo PDOT.
59

Figura 27 – Faixas de Densidades de Ocupação. Faixa 1 – Muito Baixa Faixa 2 – Baixa e, Faixa 3 – Média.
Média
60

6 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS
IMPACTO E MEDIDAS MITIGADORAS
Este item do relatório traz uma análise dos principais impactos ambientais previstos no
processo de regularização fundiária (ambiental,, urbanística e jurídica) e no pleno
funcionamento do SHPT,, na hipótese de ser adotado o Cenário 4, considerado
con como
mais vantajoso, do ponto de vista urbanístico e ambiental.

Assim, para caracterizar os impactos que ocorrerão,


ocorrerão foram gerados os seguintes
instrumentos de avaliação:

Matriz de Impactos- elaborada de forma a sistematizar as informações numa mesma


estrutura e permitir a visualização das ações responsáveis pelos impactos mais
significativos. Cada célula da matriz mostra a relação entre uma ação do
empreendimento e um parâmetro ambiental, qualificando os impactos em positivos ( )
ou negativos: fracos,
racos, moderados ou críticos.

Quadro-Síntese- elaborado com o objetivo de identificar para cada uma das ações do
empreendimento a sequência dos impactos envolvidos, suas características e as
respectivas medidas capazes de prevenir, minimizar ou compensar os o impactos
gerados.

Texto descritivo- contendo os resultados da avaliação, a descrição das ações e dos


impactos mais relevantes e as propostas das medidas preventivas e mitigadoras.

6.1 CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO


CLASSIF E AVALIAÇÃO DOS
OS IMPACTOS
Para a classificação e avaliação dos impactos foram adotados os seguintes critérios:

Natureza
Positivo: impacto cujos efeitos se traduzem em benefício para melhoria da qualidade
ambiental de um fator ou parâmetro considerado.

Negativo: impacto cujos efeitos se traduzem em prejuízo


prejuízo à qualidade ambiental de um
fator ou parâmetro considerado.

Efeito
Direto: impacto resultante da ação do empreendimento sobre um determinado
parâmetro ambiental, também chamado
chamado de impacto de primeira ordem.

Indireto: impacto que resulta das alterações de um impacto de primeira ordem sobre
um ou mais parâmetros ambientais, também chamado de impacto de segunda ou
terceira ordem.

Amplitude
Local: impacto cujos efeitos se fazem sentir apenas nas imediações ou no próprio
sítio onde se dá a ação.

Regional: impacto
pacto cujos efeitos se fazem sentir além das imediações
imediações do sítio onde se
dá a ação.

Duração e Periodicidade
61

Temporário: impacto cujos efeitos se manifestam em um intervalo de tempo limitado e


conhecido, cessando uma vez eliminada a causa da ação
a impactante.

Permanente: impacto cujos efeitos se estendem além de um horizonte temporal


conhecido, mesmo cessando a causa
ca geradora da ação impactante.

Cíclico: impacto cujos efeitos se manifestam de forma intermitente e em intervalos de


tempo determinados.

Intensidade
Fraco: impacto que resulta em alteração pouco significativa para um determinado fator
ou parâmetro ambiental, podendo ser considerados desprezíveis seus efeitos sobre a
qualidade do ambiente.

Moderado: impacto que resulta em alteração medianamente


medianamente significativa para um
determinado fator considerado ou parâmetro ambiental, podendo comprometer
parcialmente a qualidade do ambiente.
ambiente

Crítico: impacto cujo efeito resulta em alteração significativamente elevada para um


determinado fator ou parâmetro ambiental
ambiental considerado, podendo comprometer
comp a
qualidade do ambiente.

6.2 EFINIÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS


DEFINIÇÃO
A partir de uma análise preliminar das características do empreendimento e com base
nas conclusões do Diagnóstico Ambiental, foram identificadas as intervenções
interve
relacionadas com a urbanização e a ocupação do espaço urbano, correlacionando-as
correlacionando
com os impactos mais significativos provocados ao meio ambiente.

Com o objetivo de prevenir práticas nocivas ao meio ambiente ou com potencial


poluidor, foram elaboradosos uma Matriz e Quadros Sínteses de Impactos, onde foram
propostas diretrizes e recomendações para procedimentos capazes de evitar o risco, a
saúde e o bem-estar
estar das populações envolvidas.
envolvidas
Meio Físico Uso e Ocupação
Meio Socioeconômico
Solos Microclima do Solo

Fatores
Ambientais

Segurança
Fases
Matriz de Impactos

Conservação

Nível de Ruídos
Qualidade do Ar
Atividades

Taxa Demográfica

Saúde e Bem-estar
estar
Mercado Imobiliário
Comércio e Serviços
Mercado de Trabalho

Estrutura e Qualidade
Educação, Cultura e Lazer

Anseios e Expectativas da População


Infraestrutura e Equipamentos Urbanos

Patrimônio Histórico, Cultural e Paisagístico


Áreas de Preservação Permanente e Unidades de





Plano de Mobilização Participativa


Estudo de Impacto Ambiental – EIA-










RIMA





Audiência Pública
Ambiental








v v v v
Licenciamento Ambiental

v v v v
■ ■ ■ ■ ■
Concepção dos Projetos









v
Urbanísticos, de Infraestrutura e
Fundiária

Saneamento Básico
Regularização


■ Titulação e Posse dos Lotes

v
v



Desconstituição dos Lotes


v
Urbanística Jurídica

Mobilização de Mão de Obra e



v
v

v
Instalação de Canteiros de Obras

Movimentação de Terra,

Equipamentos e Maquinário

Fornecimento de Matéria Prima



v
v

v
v

Depósitos de Bota-Fora

Desmobilização dos Canteiros de


e Saneamento Básico



Obra

Plano de Controle e Monitoramento











Ambiental

Compensação Ambiental e













Implantação dos Projetos Urbanísticos, de Infraestrutura

Recuperação de Áreas Degradadas





Uso Habitacional




v
v
v

Comércio e Serviços
v* v*

Sistema de Transporte e Vias








v
v
v
v

Públicas




Serviços de Saúde





Educação, Cultura e Lazer







Iluminação Pública
Operação

Utilização da Rede de



Abastecimento de Água
Destinação dos Efluentes da Rede



de Esgoto Sanitário
Escoamento e Infiltração da




v*

Drenagem Pluvial
62

Coleta Seletiva e Destinação dos





v*

Resíduos Sólidos
Meio Biótico
Recursos
Fauna Vegetação
Hídricos

Fatores
Ambientais
Fases

Estabilidade

Biodiversidade
Biodiversidade
Permeabilidade
Atividades

Composição Florística

Corredores Ecológicos

Composição Faunística
Drenagem

Qualidade e Volume das Águas Superficiais

Qualidade e Volume das Águas Subterrâneas



■ Plano de Mobilização Participativa
Estudo de Impacto Ambiental – EIA-










RIMA

Audiência Pública
Ambiental










Licenciamento Ambiental

■ Concepção dos Projetos






Urbanísticos, de Infraestrutura e
Fundiária

Saneamento Básico
Regularização

Titulação e Posse dos Lotes



Desconstituição dos Lotes


v
v
Urbanística Jurídica

Mobilização de Mão de Obra e


Instalação de Canteiros de Obras

Movimentação de Terra,
Equipamentos e Maquinário

Fornecimento de Matéria Prima

Depósitos de Bota-Fora

Desmobilização dos Canteiros de


e Saneamento Básico

Obra

Plano de Controle e Monitoramento











Ambiental

Compensação Ambiental e










Implantação dos Projetos Urbanísticos, de Infraestrutura

Recuperação de Áreas Degradadas


Uso Habitacional
*
*
*
*
*
*

Comércio e Serviços
v* v*
v* v*
v* v*

Sistema de Transporte e Vias


v
v
v
v

*
*
*
*
v

Públicas
Serviços de Saúde
Educação, Cultura e Lazer
Iluminação Pública
Operação

Utilização da Rede de
*

Abastecimento de Água
Destinação dos Efluentes da Rede
*

de Esgoto Sanitário
Escoamento e Infiltração da
v*
v*

Drenagem Pluvial
63

Coleta Seletiva e Destinação dos


v*

Resíduos Sólidos
64

Quadros-Síntese
FASE DE PLANEJAMENTO
CARACTERÍSTICAS MEDIDAS PREVENTIVAS, MITIGADORAS E RESPONSÁVEIS PELAS
ATI VID ADES IMPACTOS
DOS IMPACTOS COMPENSATÓRIAS MEDIDAS

• Necessidade de serem mantidas articulações e consulta


aos órgãos normativos e aos diversos segmentos sociais
envolvidos, para potencializar os efeitos positivos do
empreendimento.

•Buscar
Buscar soluções compartilhadas para os conflitos de
interesses entre a comunidade
com local, governo,
empresários e a sociedade civil organizada.
• Participação da comunidade local no planejamento,
através de reuniões e exposições dos projetos, P-D
D-L-P-I-C •Avaliar
Avaliar a adequação das intervenções às novas leis e
atendendo às suas demandas e necessidades. normas em vigor, com relação aos processos TERRACAP
construtivos, ao uso e ocupação do espaço e ao
SEDHAB
1 – Plano de mobilização participativa • Oportunidades de reflexão sobre os problemas sociais, equacionamento das questões ambientais.
ambientais e econômicos que afetam a área, sobre os CAESB
conflitos de uso e ocupação dos solos, e sobre o •Garantir
antir a participação popular em todas as fases do NOVACAP
processo de regularização, que resultarão na busca de P-D
D-L- P-I-C empreendimento, através de reuniões e consultas
alternativas para sua solução. públicas que permitam às partes interessadas formar
opinião sobre as intervenções propostas ou em
andamento e apresentar soluções e alternativas para as
questões
ões mais relevantes.

• Garantir a transparência no processo de licitação dos


lotes pela Terracap, em atendimento às exigências da Lei
8666/93, criando oportunidades para o controle social do
projeto e suas intervenções.

• Os termos de referência,
referência induzem a um razoável
consenso sobre as ações que devem ser priorizadas • Articulação entre os órgãos da Administração Pública,
P-D
D-L-T-R-M empresários e lideranças locais para definir prioridades
para solução dos problemas relacionados com os
empreendimentos em processo de licenciamento. nas intervenções destinadas a prevenir, mitigar ou
compensar os impactos causados pelo empreendimento.
• As exigências do órgão ambiental expressas no Termo TERRACAP
TERRACA
de Referência para elaboração do EIA/RIMA
EIA/ permitem • Buscar o entendimento do real alcance e dimensão do
2 – Licenciamento e compensação IBRAM
que a organização do espaço atenda: processo de licenciamento, regularização e urbanização,
ambiental DEMAIS ÓRGÃOS DO
- Às especificações técnicas emanadas dos diferentes atendendo-se
se aos princípios da razoabilidade e da
racionalidade. GDF
órgãos normativos e licenciadores; P-D
D-L-P-I-M
- À legislação e normas em vigor para o equacionamento
das questões ambientais; • Prestação de informações e esclarecimentos aos órgãos
ambientais, visando facilitar ações de fiscalização e
- Às demandas e expectativas dos diversos segmentos
sociais envolvidos, principalmente a comunidade local. controle ambiental.
65

FASE DE PLANEJAMENTO
CARACTERÍSTICAS DOS MEDIDAS PREVENTIVAS, MITIGADORAS E RESPONSÁVEIS PELAS
ATI VID ADES IMPACTOS
IMPACTOS COMPENSATÓRIAS MEDIDAS
• O licenciamento ambiental, utilizado como processo de
melhoria da qualidade ambiental e disciplinamento do • Consulta aos órgãos ambientais e aos técnicos das
uso e ocupação do solo, possibilita também ampliar o P-D--L-P-I-M
diferentes áreas para a busca de consenso e de
conhecimento sobre as potencialidades e os passivos
soluções técnicas e economicamente viáveis.
ambientais da área de estudo.
• O processo pode criar falsas expectativas de que o • De acordo com o Decreto n° 6848/2009, a
licenciamento ambiental é a oportunidade única e compensação pelos impactos causados ao meio
2 – Licenciamento e compensação
exclusiva para solução de todos os problemas que N-D-L
L- T-R-M ambiente deverá ser no máximo 0,5%
0 do valor do
ambiental
ocorrem na área, gerando conflitos entre os diversos empreendimento.
segmentos envolvidos.
• Para fixação do valor da compensação o órgão
• Possibilidade de haver uma supervalorização da licenciador deverá adotar a metodologia expressa no
compensação a ser paga, onerando indevidamente a Decreto 6848/2009.
N-D--L- P-R-C
implementação dos projetos e desestimulando
investidores.

SISTEMA VIÁRIO - REDES DE ÁGUA, ESGOTO E DRENAGEM PLUVIAL


• Deverá ser evitada a alternativa de utilização de
• Melhoria da qualidade ambiental e das condições de fossas sépticas, valas ou sumidouros.
saúde com implementação dos sistemas públicos de • Deverá ser evitada a alternativa de utilização de
P-D-L-P-I-C
abastecimento de água, de esgotamento sanitário e cisternas, cacimbas ou poços.
gerenciamento dos resíduos sólidos.
• Previsão em projeto da implantação de sistema
s de
drenagem de águas pluviais com canalização
3 – Concepção dos projetos • Requalificação do espaço urbano, criando formas mais subterrânea ou superficial, pavimentação e
ecológicas de viver com o redimensionamento do P-D-L-P-I-C dispositivos de dissipação.
Urbanismo
Saneamento Ambiental sistema viário e implantação da drenagem pluvial. • Elaborar projeto de drenagem compatível com os
• Sistema de abastecimento de volumes de lançamentos de água no sistema pluvial
água; da Novacap.
• Redução do aporte de carga orgânica aos córregos
• Sistema de esgotamento sanitário; • Projetar bacias de contenção, visando diminuir a TERRACAP
Ponte Alta e Olho D’água, ao se eliminarem os P-D-L-P-I-C
• Redes de drenagem pluvial; energia de água pluvial no córrego Ponte de Terra. CAESB
problemas de extravasamento de fossas nos lotes.
Infraestrutura • Planejamento integrado das drenagens do Ponte de NOVACAP
• Redes de energia elétrica; Terra, da Área de Múltiplas Atividades e dos novos
condomínios.
• Sistema de telefonia;
• Estudar a possibilidade de ampliação da bacia de
• Sistema viário. • Possibilidade de um dimensionamento inadequado dos captação das águas pluviais do Setor de Múltiplas
equipamentos de drenagem, gerando fluxos Atividades do Gama, para receber esses novos
concentrados de águas pluviais em direção aos corpos lançamentos.
receptores, provocando inundações das vias públicas N-D
D-L-P-I-C • Elaborar projetos da drenagem compatíveis com os
e das áreas edificáveis, com formação de ambiente novos lançamentos de água no sistema pluvial,
favorável à proliferação de mosquitos e outros vetores após verificação da capacidade de suporte dos
de doenças corpos hídricos receptores
ptores.
66

FASE DE PLANEJAMENTO

CARACTERÍSTICAS MEDIDAS PREVENTIVAS, MITIGADORAS E RESPONSÁVEIS PELAS


ATI VID ADES IMPACTOS
DOS IMPACTOS COMPENSATÓRIAS MEDIDAS
• Projetar bacias de dissipação, visando diminuir a
energia de água pluvial e aumentar sua infiltração
no solo.
• Priorizar a implantação de sistema de drenagem de
águas pluviais com canalização subterrânea ou
superficial, pavimentação e dispositivos de
3 - Concepção dos projetos dissipação.
Urbanismo • Elaborar projetos de recuperação de áreas expostas
Saneamento Ambiental através de revegetação com espécies nativas nas
• Sistema de abastecimento de áreas degradadas.
água; SOCIOECONOMIA
• Sistema de esgotamento sanitário;
• Criação de expectativas na população e possibilidades • Necessidade de serem mantidas articulações e
• Redes de drenagem pluvial;
dos projetos não atenderem aos múltiplos interesses e consultas aos órgãos normativos e aos diversos
Infraestrutura demandas da sociedade e dos órgãos envolvidos, N--D-L-T-R-C segmentos sociais envolvidos, para atualizar o
• Redes de energia elétrica; gerando entraves e reação desfavorável ao conhecimento sobre suas demandas e assegurar a
• Sistema de telefonia; empreendimento. devida consideração de seus pontos de vista.
• Buscar soluções compartilhadas para os conflitos
c TERRACAP
• Sistema viário.
de interesses entre as esferas governamentais, SEDHAB
• Riscos de se ter uma fragmentação de ações, empresariais e a sociedade civil organizada.
pulverizando recursos humanos e financeiros, em N--I-E-T-R-M • Manter um processo de atualização e revisão
detrimento de ações consideradas prioritárias. permanente dos projetos, utilizando equipes
multidisciplinares para uma abordagem integrada
dos problemas e racionalização
ionalização das soluções
67

FASE DE IMPLANTAÇÃO

MEDIDAS PREVENTIVAS, MITIGADORAS E RESPONSÁVEIS PELAS


ATI VID ADES IMPACTOS CARACTERÍSTICAS DOS IMPACTOS
COMPENSATÓRIAS MEDIDAS

• Melhoria da Qualidade de Vida


• Atendimento da Demanda • Garantia de recursos para obras de infraestrutura e dos
Habitacional equipamentos públicos comunitários.
• Oferta de Equipamentos Públicos; • Educação Patrimonial nos projetos de levantamento
l e resgate
4 – Regularização
Fundiária • Possíveis Sítios Arqueológicos; arqueológico, caso ocorram vestígios arqueológicos;
• Impactos sociais, econômicos e • Implementação do Plano de Ocupação conforme proposto,
culturais da remoção de população, na com densidade menor possível, e manutenção dos percentuais de
hipótese de realização de obras para área verdes e protegidas.
atendimento dessa

SOCIOECONOMIA

• Dinamização do mercado de trabalho • Nos processos de licitação, adotar, como critérios de


e perspectivas de desenvolvimento P-D-R-T-R-M
classificação das firmas empreiteiras, as propostas
regional. comprometidas com a sustentabilidade ambiental e valorização
• Riscos de acidentes com operários e do capital humano.
N-D-L-T-R-C
moradores • Adotar sistema de sinalização adequado para as obras e vias de
5 - Mobilização da mão
acesso e procedimentos previstos no Plano de Controle e
de obra e instalação de
• Alterações do quadro de saúde e da N-D-L-T-R-F Monitoramento Ambiental.
Canteiros de Obra TERRACAP
realidade socioeconômica da região. • Contratação preferencial de mão de obra local, com redução dos
• Possibilidade de conflitos com as custos dos deslocamentos diários, da sobrecarga no sistema de
comunidades envolvidas e problemas N-D-L-T-R-M transporte e a consequente melhoria da qualidade de vida.
de segurança. • Previsão de campanhas permanentes de sensibilização da
• Emergência de aglomerações urbanas comunidade, de empresários e empregados, com objetivo
objet de
precárias, aumentando a demanda por N-D-L-T-R-M induzir a racionalidade dos processos construtivos e a
serviços sociais. responsabilidade ambiental.
68

FASE DE IMPLANTAÇÃO

MEDIDAS PREVENTIVAS, MITIGADORAS E RESPONSÁVEIS PELAS


ATI VID ADES IMPACTOS CARACTERÍSTICAS DOS IMPACTOS
COMPENSATÓRIAS MEDIDAS
• Presença de depósitos de lixo e • Remover os depósitos de lixo e entulho; gerenciar e destinar
entulho na área, prejudicando o N-D-L-T-R-M adequadamente os resíduos gerados na obra (Ver Plano de
andamento e os prazos das obras. Controle e Proteção Ambiental).
• Desenvolver tecnologias para reciclagem de entulho inerte, após
• Geração de resíduos sólidos nos N-D-R-P-I-M processo seletivo para separá-lo lo de outros materiais de origens
canteiros de obras, nas escavaçõess e diversas (móveis, equipamentos domésticos, restos de podas,
na pavimentação das vias de acesso. plásticos, tintas etc.).
• Transferir para áreas pré-selecionadas
selecionadas e licenciadas pelos
• Poluição dos solos e dos corpos órgãos ambientais competentes o entulho inaproveitável.
hídricos pela disposição irregular de N-D-R-P-R-C • Utilização de áreas degradadas, após consulta aos órgãos
5 - Mobilização da mão entulho proveniente dos canteiros de
competentes, como depósito de entulho antes de se proceder à
de obra e Instalação de obra e do lixo doméstico e comercial
sua recuperação.
Canteiros de Obra proveniente de bares e restaurantes.
• Não executar bota-fora fora decorrente do desmatamento,
desmata do
excedente da terraplenagem e da decapagem de jazidas em
áreas de preservação permanente ou em áreas especiais de
proteção.
• Custo e transtorno no transporte de • Incorporação do excedente de material de entulho no corpo dos
bota-fora
fora do local do N-D-R-P-R-M aterros na pavimentação de ruas e em áreas que necessitem de
empreendimento para outras áreas. recuperação.
• Instalação de sistemas para coleta de efluentes líquidos em
tanques de captação, de modo que não sejam drenados para o
interior de corpos hídricos e nem se infiltrem no solo.
SOCIOECONOMIA
• Congestionamento das vias principais
6 – Movimentação de de acesso à área, por incremento do • Para prevenir acidentes que podem ter consequências quanto à
equipamentos e N-D-L-T-R-M
tráfego proveniente de máquinas e responsabilidade civil e criminal, as empresas devem manter
maquinário: transporte de matéria prima. controle dos seguintes itens: habilitação do condutor para a
Terraplenagem • Riscos de acidentes de trânsito ou de categoria do veículo e prazo de validade e manutenção periódica
trabalho por imperícia ou pela N-D-L-P-R-C dos itens básicos de segurança do veículo.
Fornecimento de
matéria prima
movimentação de veículos e • Recobrimento dos resíduos e materiais de construção TERRACAP
maquinários. transportados com lona, evitando-se
se o excesso de carregamento
Depósitos de bota-fora
fora • Poluição e riscos de acidentes com para reduzir emissão de poeira e riscos de queda de fragmentos
veículos pela queda de material N-D-R-T-R-M na pista.
transportado. • Promoção de irrigação sistemática das vias de serviço, de forma
• Produção de ruídos, vibrações e N-D-L-T-R-M a minimizar a produção de poeira.
poeira.
69

FASE DE IMPLANTAÇÃO

MEDIDAS PREVENTIVAS, MITIGADORAS E RESPONSÁVEIS PELAS


ATI VID ADES IMPACTOS CARACTERÍSTICAS DOS IMPACTOS
COMPENSATÓRIAS MEDIDAS
• Contaminação do solo e água com
• Execução de sinalização adequada e adoção de um sistema de
óleos, graxas, lubrificantes, N-D-L-P-R-C apoio logístico com regulamentação dos horários de circulação,
detergentes e combustíveis oriundos
visando proporcionar a segurança da comunidade.
de maquinários e caminhões.
SOLOS
• Aperfeiçoamento dos processos de monitoramento e fiscalização,
• Intensificação de processos erosivos visando o fiel cumprimento das especificações de projeto, das
com carreamento de solos pela exigências ambientais, o controle da erosão e da poluição, a
utilização de práticas inadequadas de N-D-L-T-R-M preservação do entorno, e dos recursos hídricos e a melhoria da
construção e retirada da cobertura qualidade de vida.
vegetal.
• Adotar procedimentos construtivos adequados quando da
movimentação de terra conforme disposto no Plano de Controle e TERRACAP
6 – Movimentação de Monitoramento Ambiental.
Equipamentos e • Assoreamento dos canais de • Fiscalização das obras com o objetivo de garantir os cuidados
Maquinário: drenagem pluvial, com reflexos N-D-L-T-R-M ambientais expressos nos documentos de licenciamento (relatórios
Terraplanagem danosos às terras e vias marginais. de impactos, condicionantes estabelecidas pelos órgãos
licenciadores e no Plano de Controle e Monitoramento Ambiental
Fornecimento de deste Relatório).
matéria prima
RECURSOS HÍDRICOS,FAUNA E FLORA
Depósitos de bota-fora
fora
• Aumento da turbidez nos corpos
hídricos em decorrência de materiais N-D-L-T-R-M • Adotar soluções de pavimentação de vias e estacionamentos, do
em suspensão oriundos do
tipo bloquete que minimizem a impermeabilização ao nível de 60%
lixiviamento do solo.
da área.
• Redução da recarga natural dos
• Implantar obras retirando a cobertura vegetal na medida do
aquíferos em virtude da
N-I-E-P-I-M estritamente necessário e reduzindo ao máximo a formação de TERRACAP
impermeabilização da superfície ie do
rampas íngremes de escoamento de água.
terreno, como resultado da
implantação da infraestrutura. • Implantar projetos paisagísticos e de recomposição
r vegetal
imediatamente após o término das obras, visando reduzir os
• Alteração da composição da fauna e
processos erosivos e garantir a infiltração das águas que
flora, destruição de micro-habitats
habitats e N-D-R-P-R-F alimentam os aquíferos.
redução da biodiversidade na área de
influência indireta.
70

FASE DE IMPLANTAÇÃO

MEDIDAS PREVENTIVAS, MITIGADORAS E RESPONSÁVEIS


ATI VID ADES IMPACTOS CARACTERÍSTICAS DOS IMPACTOS
COMPENSATÓRIAS PELAS MEDIDAS

SISTEMA VIÁRIO - REDES DE ÁGUA, ESGOTO E DRENAGEM PLUVIAL

• Garantir a adequação das intervenções às novas leis e normas em TERRACAP


• Possibilidade da ocorrência de falhas vigor, com relação aos processos construtivos, ao uso e ocupação
nos projetos de água, esgoto e N-D-R-T-R-C NOVACAP
do espaço e ao equacionamento das questões ambientais.
drenagem pluvial.
• Revisão sistemática dos dados
dos de projeto. EMPREITEIRAS

• Inspeções durante a construção das redes de água, esgoto e TERRACAP


• Possibilidade da ocorrência de falhas
N-D-R-T-R-C drenagem pluvial, com o objetivo de garantir o fiel cumprimento da CAESB
na execução dos projetos de água,
legislação, normas, exigências dos órgãos licenciadores e
esgoto e drenagem pluvial. NOVACAP
recomendações deste EIA.
• Possibilidade de um dimensionamento
inadequado dos equipamentos de
7 – Implantação de projetos drenagem, gerando fluxos • Garantir a adequação das intervenções às novas
nova leis e normas em
Urbanismo concentrados de águas pluviais em vigor com relação aos processos construtivos, ao uso e ocupação
direção aos corpos receptores, do espaço e ao equacionamento das questões ambientais. TERRACAP
N-D-L-T-R-C
Saneamento Ambiental provocando inundações das vias • Revisão sistemática dos dados de projeto durante a fase de NOVACAP
• Sistema de públicas e das áreas edificáveis, com implantação com adequado dimensionamento de bueiros, sarjetas,
sarjet
abastecimento de formação de ambiente favorável à meios-fios e bocas-de-lobo.
água; proliferação de mosquitos e outros
• Sistema de vetores de doenças
esgotamento sanitário; • Recalques diferenciais, em casos de
• Redes de drenagem vazamentos ou drenagens mal • Execução de estudos geotécnicos para determinar a capacidade TERRACAP
pluvial; projetadas, nos solos colapsíveis, com N-D-L-P-R-M de carga e resistência dos solos colapsíveis para minimizar
possibilidade de danos às edificações recalques. NOVACAP
Infraestrutura
• Redes de energia e leitos viários
elétrica; • Atrasos nas obras de drenagem N-D-L-T-R-C • Deverão ser priorizados os investimentos públicos necessários à
pluvial, por questões administrativas consecução da implantação das redes de drenagem pluvial, com o NOVACAP
• Sistema de telefonia;
• Sistema viário; ou aporte de recursos. objetivo de prevenir processos erosivos.
• Depósitos de bota-fora.
fora. RESÍDUOS SÓLIDOS

• A disposição irregular de lixo durante • Fiscalização para impedir a instalação de depósitos irregulares de TERRACAP
as obras poderá expor os lixo, destinando áreas previamente selecionadas para tal uso.
trabalhadores e a população a sérios SLU
riscos de saúde, além do grave N-D-L-T-R-M • Execução de um Programa de Gestão de Resíduos Sólidos
IBRAM
problema de poluição ao meio associado a um Programa de Educação Ambiental e Comunicação
ambiente e atração indesejável de Social (Vide Programa de Gestão dos Resíduos Sólidos e ADMINISTRAÇÃO DO
animais, vetores de doenças. Programa de Comunicação e Educação Ambiental). GAMA
71

FASE DE IMPLANTAÇÃO

MEDIDAS PREVENTIVAS, MITIGADORAS E RESPONSÁVEIS PELAS


ATI VID ADES IMPACTOS CARACTERÍSTICAS DOS IMPACTOS
COMPENSATÓRIAS MEDIDAS

TERRACAP
• Remover os depósitos de lixo e entulho; gerenciar e destinar
SLU
adequadamente os resíduos gerados na obra (Ver Programa de
• Presença de depósitos de lixo e Gestão dos Resíduos Sólidos). ADMINSTRAÇÃO DO
entulho na área, prejudicando o N-D-L-T-R-M
andamento e os prazos das obras. • Transferir para áreas pré-selecionadas
selecionadas e licenciadas pelos GAMA
órgãos ambientais competentes os resíduos da construção civil IBRAM
inaproveitáveis.
EMPREITEIRAS

TERRACAP
• Geração de resíduos sólidos nos
• Desenvolver tecnologias para reciclagem de resíduos da SLU
canteiros de obras, nas escavações e N-D-L-I-P-I-M construção civil inertes, após processo seletivo para separá-lo
separá de
na pavimentação das vias de acesso, ADMINSTRAÇÃO DO
outros materiais de origens diversas.
7 – Implantação de projetos com potencial de contaminação. GAMA
Urbanismo
MICROCLIMA
Saneamento Ambiental
• Sistema de • Aumento da temperatura, alteração da • Plantio de mudas nativas do Cerrado a título de Compensação
abastecimento de composição natural do ar (poluição) e Florestal.
água; da umidade, alteração no balanço • Utilização de caminhões-pipa
pipa para irrigação das áreas de
hídrico etc.,, devido à supressão da terraplenagem que possam produzir poeira. TERRACAP
• Sistema de N-D-R-T-R-M
esgotamento sanitário; vegetação, à impermeabilização do • Cobertura com lonas dos caminhões que transitam com material EMPREITEIRAS
• Redes de drenagem terreno com as construções e à terroso.
pluvial; emissão de poluentes (poeira, fuligem, • Lavagem dos pneus de todas as viaturas que saírem das áreas
fumaça etc.). de terraplenagem.
Infraestrutura
• Redes de energia NÍVEIS DE RUÍDO E POEIRA
elétrica;
• Sistema de telefonia; • Manutenção preventiva e periódica dos equipamentos e
• Sistema viário; • Aumento dos níveis de ruído, maquinários. TERRACAP
vibrações e poeira pelas obras de N-D-L-T-R-F • Deverão ser disponibilizados protetores auriculares aos ÓRGÃOS
ÓRGÃO DO GDF
• Depósitos de bota-fora.
fora.
infraestrutura, terraplenagem e funcionários da obra.
construção. • Promoção de irrigação sistemática das vias de serviço, de forma EMPREITEIRAS
a minimizar a produção de poeira.
RECURSOS HÍDRICOS,
• Poluição/contaminação dos córregos
Ponte de Terra e Olho D’água com • Prever os lançamentos de drenagem pluvial com a instalação
instalaç de
óleos, graxas, detergentes, e trincheiras de infiltração e reservatórios de detenção, o que irá TERRACAP
combustíveis oriundos de maquinários N-D-R-T-R-C minimizar as vazões de cheias e reduzir o aporte de resíduos NOVACAP
e caminhões e pela disposição sólidos e particulados para os córregos Ponte de Terra e Olho
irregular de resíduos da construção D’água, mantendo assim o seu comportamento hídrico e a sua EMPREITEIRAS
civil provenientes dos canteiros de qualidade.
obras.
72

FASE DE IMPLANTAÇÃO

MEDIDAS PREVENTIVAS, MITIGADORAS E RESPONSÁVEIS


ATI VID ADES IMPACTOS CARACTERÍSTICAS DOS IMPACTOS
COMPENSATÓRIAS PELAS MEDIDAS
• Controle rigoroso dos efluentes ou resíduos gerados na obra,
monitorando-se
se fontes potenciais de poluição, como áreas de
lavagem e de troca de óleo de veículos, dentre outras. TERRACAP
• Deverá ser evitado o emprego de fossas sépticas, valas ou
sumidouros.
• Contaminação e alterações do lençol N-D-R-T-R-C • Implantação de rotinas de fiscalização durante a construção das TERRACAP
freático. redes de esgoto.
• Executar obras de terraplenagem, e demais atividades de
7 – Implantação de projetos movimentação de terra que possam interferir com o lençol TERRACAP
freático, preferencialmente, no período de estiagem, ou seja, nos
Urbanismo EMPREITEIRAS
meses de abril a setembro respeitando os limites de profundidade
Saneamento Ambiental observados por meio de sondagens.
• Sistema de • Redução da recarga natural dos
abastecimento de aquíferos subterrâneos, em virtude da
água; • Implantação de sistemas na área do empreendimento para a
impermeabilização da superfície do N-I-R-P-I-M TERRACAP
recarga artificial (poços de infiltração), visando à infiltração
• Sistema de terreno como resultado da implantação
induzida das águas pluviais
iais para os aquíferos.
esgotamento sanitário; da infraestrutura e ocupação das áreas
• Redes de drenagem verdes.
pluvial; SOLOS
Infraestrutura
• Redes de energia • A implantação do sistema de drenagem pública de águas pluviais
elétrica; deverá ser priorizada com canalização subterrânea,
pavimentação e dispositivos para sua coleta e adução controlada,
control NOVACAP
• Sistema de telefonia;
incluindo as estruturas de dissipação de energia nos pontos
• Sistema viário; • Surgimento
rgimento de processos erosivos, escolhidos para lançamento, prevenindo a erosão da drenagem
• Depósitos de bota-fora.
fora. com carreamento do solo e, natural e seu assoreamento.
consequentemente, assoreamento dos
canais naturais de drenagem e dos N-D-R-T-R-C
córregos Ponte de Terra e Olho • Para evitar fluxos concentrados de água em regime laminar,
D’Água, no caso de não haver um recomendam-se se iniciativas que visem à indução dispersa da
disciplinamento da drenagem pluvial. infiltração de água, tais como instalação de calha nos telhados TERRACAP
para captação de águas de chuva e tubulações para conduzi-las
conduzi
a poços de infiltração
filtração localizados estrategicamente no interior do
empreendimento.
73

FASE DE IMPLANTAÇÃO

MEDIDAS PREVENTIVAS, MITIGADORAS E RESPONSÁVEIS


ATI VID ADES IMPACTOS CARACTERÍSTICAS DOS IMPACTOS
COMPENSATÓRIAS PELAS MEDIDAS
• Efetuar a cobertura da área do empreendimento com vegetação,
no intuito de aumentar a rugosidade do solo, ajudar a manter a
sua matéria orgânica, preservando a sua capacidade de
infiltração. Obras de engenharia, pavimentação do tipo bloquete TERRACAP
.
intertravados em áreas dee estacionamentos e calçadas. Projetos EMPREITEIRAS
de paisagismo também favorecem a infiltração e poderão atenuar
os efeitos danosos da impermeabilização, dos processos
erosivos e assoreamento dos córregos da região.
• Contaminação dos solos pela
7 – Implantação de projetos disposição irregular de resíduos da • Instalação de sistemas para coleta de efluentes líquidos (óleos
construção civil provenientes dos lubrificantes, graxas e combustíveis)
ombustíveis) em tanques de captação, de TERRACAP
Urbanismo N-D-R-P-R-C
canteiros de obras e por óleo e graxas modo que não sejam drenados para o interior de corpos hídricos
Saneamento Ambiental provenientes dos equipamentos e e nem se infiltrem no solo.
• Sistema de maquinários.
abastecimento de
água; • Elaboração de plano de execução de movimentação de terra, no
qual devem estar descritos os tipos de equipamentos e os
• Sistema de métodos a serem utilizados para escavações, terraplanagem, TERRACAP
esgotamento sanitário; cortes, dentre outras, tendo como base a sondagem do terreno,
terreno
• Impactos na estabilidade dos solos e EMPREITEIRAS
• Redes de drenagem respeitando as características do solo e profundidade das águas
pluvial; fundações das edificações vizinhas às N-D-L-P-R-C subterrâneas.
obras, oriundos da movimentação de
Infraestrutura terra. • Empregar contenções nos taludes de vizinhança, utilizando-se
utilizando
• Redes de energia perfis metálicos, paredes diafragma ou outro método com tal TERRACAP
elétrica; função de comprovada sua eficácia. A implementação deve EMPREITEIRAS
• Sistema de telefonia; ocorrer antes da movimentação de terra.
• Sistema viário;
• Depósitos de bota-fora.
fora. VEGETAÇÃO E FAUNA

• Plantio de mudas de espécies nativas do Cerrado a título de TERRACAP


• Supressão da vegetação e compensação florestal. EMPREITEIRAS
consequente alteração da composição
da fauna e flora, destruição de micro-
micro N-D-R-P-R-M • Adotar procedimentos construtivos que minimizem a supressão
TERRACAP
habitats e redução da biodiversidade de vegetação propostos no Programa de Monitoramento das
na área de influência indireta. Obras e Programa de Recuperação e Compensação Ambiental. NOVACAP
• Adotar projetos de recomposição vegetal em solos expostos, com CAESB
espécies nativas.
74

FASE DE IMPLANTAÇÃO

MEDIDAS PREVENTIVAS, MITIGADORAS E RESPONSÁVEIS


ATI VID ADES IMPACTOS CARACTERÍSTICAS DOS IMPACTOS
COMPENSATÓRIAS PELAS MEDIDAS

TRÁFEGO

• Congestionamento das vias principais


• Execução de sinalização adequada e adoção de um sistema de
de acesso à área, por incremento do N-D-L-T-R-M TERRACAP
apoio logístico com regulamentação dos horários de circulação,
tráfego proveniente de máquinas e
visando proporcionar a segurança da comunidade.
transporte de matéria prima.
7 – Implantação de projetos • Riscos de acidentes de trânsito ou de
• Planejamento de estruturas de acesso e de pátios para
Urbanismo trabalho por imperícia ou pela N-D-L-T-R-C TERRACAP
estacionamento, racionalmente localizados de forma a não
movimentação de veículos e
Saneamento Ambiental comprometer a segurança do tráfego e de pedestres.
maquinários.
• Sistema de
abastecimento de SOCIOECONOMIA
água;
• Sistema de • Estimular a implantação de equipamentos institucionais de
esgotamento sanitário; preparação de mão de obra especializada para atendimento às
novas demandas do setor.
• Redes de drenagem • Dinamização do mercado de trabalho P-D-R-P-I-C EMPRESÁRIOS
pluvial; • Manutenção de informações às comunidades, para diminuir a
pela geração de empregos diretos e
geração de expectativas e de movimentos especulatórios. ÓRGÃOS DO GDF
GD
Infraestrutura indiretos na fase de obras.
• Criar e manter aberto um permanente canal de comunicação com
• Redes de energia a população local, associado ao Programa de Educação
elétrica; Ambiental e Comunicação Social.
• Sistema de telefonia;
POLÍCIA CIVIL
• Sistema viário; • Melhoria das condições de segurança P-D-R-P-I-C • Planejamento da infraestrutura urbana e aplicação dos recursos
• Depósitos de bota-fora.
fora. pública pela ocupação ordenada dos originados com a elevação das receitas para revitalização de POLÍCIA MILITAR
espaços. áreas. ÓRGÃOS DO GDF
• Aumento da densidade populacional
local, com incremento da demanda por N-I-L-P-R-C
bens e serviços públicos,
especialmente transporte.
• Remoção de estruturas inadequadas e
recuperação da área com melhoria do • Demolição de obras provisórias e recuperação das áreas TERRACAP
P-D-L-P-I-M
8 – Compensação aspecto visual e das condições degradadas após a desmobilização das estruturas inadequadas. EMPREITEIRAS
Ambiental, recuperação ambientais.
de APP, áreas • Remoção de lixo e resíduos de
• Destinação de áreas para o lazer e descanso, em condições TERRACAP
degradadas e construção para reaproveitamento nas P-D-R-P-I-M controladas para que não entrem em conflitos com a segurança
paisagismo. obras de pavimentação das vias EMPREITEIRAS
do tráfego e com as normas de proteção de áreas protegidas.
internas.
75

FASE DE IMPLANTAÇÃO

MEDIDAS PREVENTIVAS, MITIGADORAS E RESPONSÁVEIS


ATI VID ADES IMPACTOS CARACTERÍSTICAS DOS IMPACTOS
COMPENSATÓRIAS PELAS MEDIDAS
• Conservação ou restabelecimento da
cobertura vegetal para refrear • Reflorestamento com espécies nativas resistentes às doenças e
processos erosivos, contribuir para adequadas às condições locais. TERRACAP
amenizar as condições climáticas, criar P-D-R-P-I-M
condições para o restabelecimento de • Estocagem de solos férteis retirados dos canteiros de obra para EMPREITEIRAS
EMP
populações da fauna e flora e da reaproveitamento na recomposição paisagística.
biodiversidade.

• Melhoria das condições ambientais e


P-D-L-P-I-M • Reflorestamento com espécies nativas resistentes às doenças e TERRACAP
de saúde pela purificação do ar e
adequadas às condições locais.
8 – Compensação absorção de ruídos.
ambiental, recuperação de
APP, de áreas degradadas • Execução de projetos de paisagismo ao longo das faixas de
e projetos de paisagismo. • Aumento da capacidade de infiltração
P-D-L-P-I-M domínio e non aedificandi das vias públicas, com o objetivo de
no solo das águas que alimentam os TERRACAP
aumentar a infiltração
ração das águas e a recarga dos aquíferos e
aquíferos, reduzindo o assoreamento e
isolar estabelecimentos com potencial para causar ou sofrer os
a poluição dos corpos hídricos.
impactos da poluição atmosférica ou sonora.

• Diminuição de carga de sedimentos P-D-L-P-I-M TERRACAP


que assoreiam os leitos dos córregos • Reflorestamento com espécies nativas nas APP’s e UC’s. EMPREITEIRAS
pela formação de uma barreira vegetal
• Educação ambiental dos usuários para os cuidados com a
• Aprimoramento do senso estético. P-D-L-P-I-M disposição inadequada dos resíduos sólidos e com as condições TERRACAP
paisagísticas do local.
76

FASE DE OPERAÇÃO

CARACTERÍSTICAS MEDIDAS PREVENTIVAS, MITIGADORAS E RESPONSÁVEIS PELAS


ATI VID ADES IMPACTOS
DOS IMPACTOS COMPENSATÓRIAS MEDIDAS
• Efeitos sobre os setores primário, secundário e terciário: • Articulação e integração entre os diversos setores e empresas
dinamização da economia local, alteração da P-I-R-P-I-C instaladas, reforçando sua estruturação e otimizando as
arrecadação tributária e alteração no mercado atividades econômicas.
imobiliário. • Vigilância epidemiológica e erradicação de focos de vetores de
• Criação de oportunidades para o desenvolvimento doenças, especialmente dengue e hantavirose.
social, oferecendo à comunidade infraestrutura, • Conscientização
ntização dos usuários com relação aos problemas de
P-D-E-P-I-C
serviços, equipamentos, capacitação profissional e segurança, saúde e conservação ambiental, através de
inserção no mercado de trabalho. Programas de Educação Sanitária e Ambiental.
• Organizar adequadamente o espaço, evitando conflitos entre as
• Dinamização do mercado de trabalho pela geração de P-I-R-P-I-C áreas urbanas, rurais, as atividades de comércio,
comér serviços e o
empregos diretos e indiretos.
tráfego local.
• Fortalecimento institucional e articulação entre órgãos P-D-R-P-I-C • Criar e manter aberto um permanente canal de comunicação
gestores e executores do empreendimento. com a população local, associado ao Programa de Educação
• Alteração do quadro de saúde pela melhoria das Ambiental e Comunicação Social, para diminuir a geração de
9 – Dinamização condições sanitárias e controle de proliferação de P-D-E-P-R-M expectativas e de movimentos especulatórios.
socioeconômica vetores. • Sensibilização
bilização dos usuários com relação aos problemas de
Uso Habitacional • Aumento da demanda de água e pela expansão segurança, saúde e conservação ambiental, através de
demográfica sobre o Sistema de Abastecimento, que N-I-E-P-R-C Programas de Comunicação e Educação Ambiental, e
Transporte pode se tornar deficitário. Programa de Assistência à Saúde e Segurança no Trabalho. TERRACAP
Segurança • Melhoria das condições de saúde e qualidade de vida • Disciplinamento do uso agrícola, da criação de d animais,
EMPRESÁRIOS
pela ocupação ordenada dos espaços, hoje comércio e de outros serviços locais, evitando ações
Saúde P-D-R-P-I-C espontâneas e desordenadas, que gerem riscos à saúde ÓRGÃOS DO GDF
desarticulados e ocupados de forma inadequada em
Educação locais insalubres. (presença de carrapato e bicho-de-pé),
bicho incomodidades e
conflitos de interesse entre as diversas necessidades dos
Comércio e Serviços • Distribuição racional da densidade populacional local, usuários.
com incremento da oferta de bens e serviços públicos, N-I-L-P-I-M
• Fiscalizar e controlar
trolar a qualidade ambiental com relação ao
especialmente transporte.
armazenamento e transporte de lixo, emissão de odores e
• Aumento da pressão antrópica sobre áreas frágeis, de N-D-E-P-I-C poluição visual.
preservação permanente ou sujeitas a inundações. • Criar e manter barreiras (áreas verdes e parques) à expansão
• Poluição do solo, da água e da atmosfera pela emissão urbana em direção às APPs e APMs.
de ruídos e efluentes diversos, oriundos das atividades N-D-L-P-I-M • Aumentar eficácia destas medidas físicas associando-as
as aos
urbanas e rurais, que afetam as condições de saúde e o Programas de Educação Ambiental, com o objetivo de
bem-estar da comunidade. conscientizar a sociedade sobre a importância da fragilidade
dessas áreas.
• Intensificação do tráfego de veículos no local e • Elaborar projetos de paisagismo e plantio de vegetação nativa,
adjacências, provocando congestionamentos e com função de isolar estabelecimentos com potencial para
deterioração das vias públicas, agravados pela falta de N-D-L-P-I-C causar poluição atmosférica ou sonora.
estacionamento, dificuldades de acesso e sinalização • Reorganização dos meios de transporte público, disciplinamento
inadequada. do trânsito, e melhorias na sinalização sempre que surgirem
problemas de fluxo, congestionamentos ou riscos à segurança.
77

FASE DE OPERAÇÃO

CARACTERÍSTICAS MEDIDAS PREVENTIVAS, MITIGADORAS E RESPONSÁVEIS PELAS


ATI VID ADES IMPACTOS
DOS IMPACTOS COMPENSATÓRIAS MEDIDAS

RESDES DE ÁGUA, ESGOTO E DRENAGEM PLUVIAL


• Ampliação do sistema de oferta de água de acordo com as
políticas e estratégias da Caesb.
• Implementar campanhas para racionalização e combate ao
TERRACAP
• Possibilidade de sobrecarga nos sistemas de água e N-D-R-T-R-F desperdício de água e outros recursos naturais, junto às
esgoto, em função do atendimento às novas demandas. comunidades locais, aos empresários e empregados. CAESB
10 – Operação da • Monitoramento e fiscalização da rede de abastecimento de
Infraestrutura Urbana água e esgotamento sanitário, visando identificar e corrigir
irregularidades e vazamentos.
Urbanismo • Possibilidade de contaminação do solo e do aquífero
TERRACAP
Saneamento Ambiental poroso e eventualmente de águas subterrâneas por N-D-R-T-R-C • Implantação de rotinas para monitoramento e manutenção
• Sistema de falhas ou irregularidades no sistema de esgotamento preventiva das redes de esgoto em operação. CAESB
abastecimento de sanitário.
água; • Possibilidade de aumento nas taxas de doenças • Deverá ser evitada a utilização de fossas sépticas, valas ou
• Sistema de infecciosas pela coleta e disposição inadequada dos sumidouros na área do empreendimento.
N-D-R-T-R-C
esgotamento sanitário; dejetos, por falta de manutenção ou por falhas no • Implantação de rotinas para monitoramento e manutenção
sistema de esgotamento sanitário. TERRACAP
• Redes de drenagem preventiva das redes de esgoto em operação.
pluvial; • Disposição de efluentes industriais do empreendimento CAESB
N-D-R-T-R-C • Monitoramento e fiscalização dos efluentes industriais do
Infraestrutura na rede de esgotamento sanitário da Caesb, em
empreendimento lançados na rede de esgoto, conforme
• Redes de energia desacordo com as disposições da Resolução 357/05 do
padrões estabelecidos pela Resolução 357 do Conama.
elétrica; Conama.
• Sistema de telefonia; • Previsão de inspeções e manutenção preventiva regulares do
• Sistema viário; sistema de drenagem implantado, de modo a assegurar a
integridade das estruturas, detectando precocemente problemas
• Possibilidade de sobrecarga ou mau funcionamento do N-D-R-T-R-C que possam comprometer sua estabilidade ou seu NOVACAP
sistema de drenagem implantado. funcionamento hidráulico.
• Fiscalização e monitoramento da rede de águas pluviais para se
evitar a disposição ilícita de águas servidas.
• Surgimento de processos
cessos erosivos e assoreamento dos
canais naturais pelo mau funcionamento do sistema de • Previsão de inspeções e manutenção preventiva regulares do TERRACAP
N-D-R-T-R-C
drenagem pluvial ou lançamento irregular de resíduos sistema de drenagem implantado. NOVACAP
sólidos.
78

FASEDE OPERAÇÃO

MEDIDAS PREVENTIVAS, MITIGADORAS E RESPONSÁVEIS PELAS


ATI VID ADES IMPACTOS CARACTERÍSTICAS DOS IMPACTOS
COMPENSATÓRIAS MEDIDAS

ENERGIA ELÉTRICA
• Ampliações e reforços na rede energética de acordo com o
• Provável sobrecarga na demanda da plano de expansão da CEB
região quando da consolidação do
N-D-R-I-T-R-C • Monitoramento e fiscalização da a rede de energia elétrica,
10 – Operação da SHPT, com riscos de perda e CEB
visando à manutenção e racionalização do uso de energia.
Infraestrutura Urbana deterioração de equipamentos, e
riscos de incêndio, choques e morte • Promover campanhas de sensibilização da população na área
Urbanismo provocados por curtos-circuitos. de influência sobre os riscos de ligações elétricas
sobrecarregadas.
Saneamento Ambiental
• Sistema de NÍVEIS DE RUÍDO E POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
abastecimento de
água; • Controle das atividades geradoras de ruídos, estabelecendo
horários para funcionamento e níveis de ruídos permitidos por
• Sistema de
lei.
esgotamento sanitário;
• Deverão ser realizadas rotinas sistemáticas de fiscalização dos
• Redes de drenagem EMPREENDEDOR
níveis de ruído para verificar o atendimento das Resoluções
pluvial;
Conama, das Normas da ABNT e da Lei nº 4.092, de 30 de IBRAM
Infraestrutura janeiro de 2008.
• Redes de energia • Aumento no nível de ruído local em • Deverão ser observados os valores considerados aceitáveis
elétrica; função do tráfego de veículos pesados N-D-R-T-R-F pela NBR n.º 10.151 da ABNT, ou seja,
seja níveis até 60 decibéis à
• Sistema de telefonia; e do maquinário. noite e 70 decibéis durante o dia.
• Sistema viário; • Plantio de mudas nativas e exóticas do Cerrado no perímetro do
empreendimento, para a construção de barreiras na rota de
propagação do som, de forma a mitigar os impactos sobre os EMPREENDEDOR
níveis de ruídos.
EMPREITEIRAS
• Modernização dos equipamentos e racionalização dos
processos operacionais da indústria, com disponibilização de
protetores auriculares para funcionários.
79

FASEDE OPERAÇÃO

MEDIDAS PREVENTIVAS, MITIGADORAS E RESPONSÁVEIS PELAS


ATI VID ADES IMPACTOS CARACTERÍSTICAS DOS IMPACTOS
COMPENSATÓRIAS MEDIDAS

RECURSOS HÍDRICOS
• Favorecer a infiltração a fim de diminuir o fluxo superficial em
direção aos córregos locais, mantendo assim o fluxo e a
qualidade das águas. EMPREENDEDOR
• Fiscalização e monitoramento das redes de esgotamento NOVACAP
• Poluição/contaminação dos córregos sanitário e águas pluviais para se evitar a disposição ilícita de
Ponte de Terra e Olho D’água e dos águas servidas no solo ou na rede de drenagem pluvial.
aquíferos subterrâneos pela N-D-R-T-R-C • Controle rigoroso dos efluentes ou resíduos de oficinas, postos
10 – Operação da
disposição irregular dos efluentes de gasolina e indústrias locais, monitorando-se
monitorando fontes potenciais
Infraestrutura Urbana
domésticos e industriais e de resíduos de poluição, como áreas de lavagem e de troca de óleo de
Urbanismo sólidos. veículos, dentre outras. EMPREENDEDOR
Saneamento Ambiental • Implantação de rotinas para monitoramento e manutenção CAESB
• Sistema de preventiva das redes de esgoto.
abastecimento de • Deverá ser evitado o emprego de fossas sépticas, valas ou
água; sumidouros.
• Sistema de TRÁFEGO
esgotamento sanitário;
• Redes de drenagem • Intensificação do tráfego de veículos • Instalação e manutenção de equipamentos e dispositivos de
pluvial; no local e adjacências, provocando segurança: sinalização, faixas, passarelas, telas defensivas
congestionamentos e deterioração das metálicas, leitos de frenagem de emergência etc.
Infraestrutura
• Redes de energia
vias públicas, agravados por N-D-R-P-R-C • Utilização de placas educativas
ativas e fiscalização com bafômetro
dificuldades de acesso e sinalização associadas a campanhas de educação para o trânsito.
elétrica; inadequada.
• Sistema de telefonia; • Organizar adequadamente o espaço, evitando conflitos entre as
áreas urbanas, as atividades de comércio, serviços e o tráfego
• Sistema viário;
local. DER
• Implantar redutores de velocidade em áreas de risco como
passagem de pedestres ou escolares.
• Riscos de acidentes pela • Implantar passarelas, rampas de acesso ao cadeirante para
movimentação de veículos destinados melhor acessibilidade.
N-D-R-P-R-C
ao fornecimento de matéria prima e ao • Implantar ciclovias.
escoamento da produção. • Criação de um sistema de gerenciamento de rodovias,
utilizando engenharia de tráfego, fiscalização
fiscalizaçã e manutenção das
estruturas, visando potencializar os benefícios do
empreendimento.
80

FASEDE OPERAÇÃO

MEDIDAS PREVENTIVAS, MITIGADORAS E RESPONSÁVEIS PELAS


ATI VID ADES IMPACTOS CARACTERÍSTICAS DOS IMPACTOS
COMPENSATÓRIAS MEDIDAS

10 – Operação da
Infraestrutura Urbana
Urbanismo
Saneamento Ambiental
• Sistema de • Desenvolvimento de programas de educação ambiental para o
abastecimento de trânsito com previsão de campanhas para a convivência
água; harmônica de motoristas com outros veículos e pedestres.
• Sistema de • Intensificação da fiscalização, além de campanhas educativas,
esgotamento sanitário; visando diminuir os acidentes por embriaguez, imperícia ou
• Redes de drenagem manutenção inadequada de veículos.
pluvial; • Limpeza de vegetação na faixa de domínio, evitando incêndios
e a cobertura de placas de sinalização.
Infraestrutura
• Redes de energia
elétrica;
• Sistema de telefonia;
• Sistema viário.
TERRACAP
SLU
• Fiscalizar e controlar a qualidade ambiental com relação ao
armazenamento e transporte de lixo, emissão de odores e IBRAM
poluição visual.
ADMINISTRAÇÃO
• Possibilidade de contaminação do solo DOGAMA
e da água, e aumento nas taxas de N-D-L-T-R-M
doenças, pela coleta e disposição TERRACAP
inadequada dos resíduos sólidos.
• Execução de um Programa de Gestão de Resíduos Sólidos SLU
associado a um Programa de Educação Ambiental e
IBRAM
Comunicação Social (vide capítulos de Programas de Controle
11 – Coleta, transporte, Ambiental). ADMINISTRAÇÃO DO
tratamento e disposição GAMA
final dos resíduos sólidos
• Coleta e destinação do material de • Elaboração e implantação do Plano de Gerenciamento de
construção civil gerados nas obras e P-D-L-P-I-M Resíduos Sólidos para o SHPT.
na implantação da infraestrutura. • Manejo dos resíduos, no âmbito interno dos estabelecimentos,
• Coleta e destinação dos resíduos deve obedecer a critérios técnicos que conduzam à
sólidos gerados.por atividades urbanas P-D-L-P-I-M minimização do risco à saúde pública e à qualidade
qualidad do meio EMPRESÁRIOS
. ambiente. ADMINSTRAÇÃO DO
• Estimular a destinação final adequada dos resíduos sólidos GAMA
• Diminuição da contaminação do solo e urbanos de forma compatível com a saúde pública e
da água proveniente de despejos de P-D-L-P-I-M conservação do meio ambiente
resíduos em locais inadequados. • Implementar programas de educação ambiental, em especial os
relativos a padrões sustentáveis de consumo.
co
81

FASEDE OPERAÇÃO

CARACTERÍSTICAS DOS RESPONSÁVEIS PELAS


ATI VID ADES IMPACTOS MEDIDAS PREVENTIVAS, MITIGADORAS E COMPENSATÓRIAS
IMPACTOS MEDIDAS
• Diminuição e controle de vetores de P-D-L-P-I-M
doenças.
• Promover a recuperação do passivo
ambiental, oriundos da disposição P-D-L-P-I-M
inadequada dos resíduos sólidos. • Estimular a pesquisa, desenvolvimento, a apropriação, a adaptação, o
• Preservar a qualidade dos recursos aperfeiçoamento e o uso efetivo de tecnologias adequadas ao
11 – Coleta, transporte, hídricos pelo controle efetivo e pelo gerenciamento integrado de resíduos sólidos.
levantamento periódico dos descartes P-D-L-P-I-M
tratamento e disposição • Capacitar gestores ambientais, envolvidos em atividades relacionadas
relac
final dos resíduos sólidos de resíduos em áreas de preservação no gerenciamento integrado dos resíduos sólidos.
sólidos
ambiental.
• Instalar grupos de trabalhos permanentes para acompanhamento
• Estimular o uso, reúso e reciclagem, sistemático das ações, projetos, regulamentações na área de resíduos.
com a implantação de unidades de
tratamento, visando o P-D-L-P-I-M
reaproveitamento dos resíduos
domésticos e inertes da construção
civil.
RESDES DE ÁGUA, ESGOTO E DRENAGEM PLUVIAL
• Diminuição do desperdício de água gerado nos dutos e juntas do
• Identificação e correção de sistema de abastecimento de água.
irregularidades nas redes de água, P-D-L-P-I-M CAESB
esgoto e drenagem pluvial. • Apontamentos de manutenções corretivas e preventivas necessárias
no sistema de água e esgoto.
• Monitoramento e fiscalização dos
efluentes industriais lançados na rede
de esgoto, exigindo tratamento prévio.
• Implantação de rotinas para
monitoramento e manutenção P-D-L-P-I-M CAESB
12 – Monitoramento, preventiva das redes de esgoto.
fiscalização e
• Identificação de zonas de vazamento
manutenção da
de esgoto e efluentes lançados na
infraestrutura
rede de esgoto e água.
• Monitoramento e fiscalização da rede
de drenagem pluvial, visando P-D-L-P-I-M • Correções no dimensionamento dos equipamentos de drenagem. NOVACAP
identificar e corrigir irregularidades.
• Previsão de inspeções e manutenção
preventiva regulares do sistema de
drenagem implantado, de modo a
assegurar a integridade das estruturas. P-D-L-P-I-M • Limpeza e manutenção de talvegues e bueiros, evitando inundações e NOVACAP
a proliferação de mosquitos e outros vetores de doenças.
• Identificação e controle das
ocorrências de inundações e
processos erosivos.
82

FASEDE OPERAÇÃO

CARACTERÍSTICAS DOS MEDIDAS PREVENTIVAS, MITIGADORAS E RESPONSÁVEIS PELAS


ATI VID ADES IMPACTOS
IMPACTOS COMPENSATÓRIAS MEDIDAS
ENERGIA ELÉTRICA
• Monitoramento e fiscalização da rede
de energia elétrica, visando à P-D-L-P-I-M • Identificação de “gambiarras” e sobrecarga na rede elétrica.
CEB
manutenção e racionalização do uso • Manutenção da iluminação pública.
de energia.
NÍVEIS DE RUÍDO E POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
• Fiscalização sistemática dos veículos, no sentido de manter em
• Fiscalização e controle das emissões boas condições: pneus, freios, amortecedores e a regulagem dos
por veículos automotores e por fontes motores, visando reduzir a emissão de gases e os riscos de VIGILÂNCIA SANITÁRIA
fixas (bares, restaurantes e casas de P-D-L-P-I-M acidentes.
DETRAN
festa) para redução dos níveis de • Exigir alvarás para funcionamento dos estabelecimentos
poluição sonora e atmosférica. comerciais, estabelecendo horários e regras em consonância com
a Lei do Silêncio.
RECURSOS HÍDRICOS

12 – Monitoramento, • Fiscalização das obras com o objetivo de garantir os cuidados


• Identificação e controle da poluição ambientais expressos
pressos nos documentos de licitação, obrigando as
fiscalização e manutenção IBRAM
dos córregos por resíduos sólidos, empreiteiras a prevenir ou reparar danos, antes de entregar as
da infraestrutura P-D-R-P-I-M
efluentes industriais, óleos e graxas obras concluídas; ADMINISTRAÇÃO
provenientes dos processos REGIONAL
produtivos. • Proceder regularmente análises físico-química
química e bacteriológica nos
córregos Ponte de Terra e Olho D’água.
IBRAM
• Controle de erosões e assoreamento P-D-L-P-I-M • Investigação de campo e aplicação de técnicas de estabilização
dos córregos. dos processos erosivos. ADMINSTRAÇÃO
REGIONAL

• Investigação regular da situação de IBRAM


uso e manutenção de poços e P-D-R-P-I-M • Profilaxia dos poços e cisternas. ADMINSTRAÇÃO
cisternas remanescentes. REGIONAL
SOLO

• Fiscalização e controle dos processos P-D-L-P-I-M IBRAM ADMINSTRAÇÃO


• Aplicação de técnicas de estabilização dos processos erosivos. REGIONAL
erosivos.
83

FASEDE OPERAÇÃO

CARACTERÍSTICAS DOS MEDIDAS PREVENTIVAS, MITIGADORAS E RESPONSÁVEIS PELAS


ATI VID ADES IMPACTOS
IMPACTOS COMPENSATÓRIAS MEDIDAS
• Análises do solo;
• Controle da contaminação do solo por • Instalação de sistemas para coleta de efluentes líquidos (óleos IBRAM
P-D-L-P-I-M lubrificantes, graxas e combustíveis) em tanques de captação, de
12 – Monitoramento, efluentes líquidos. ADMINSTRAÇÃO DO GAMA
modo que não sejam drenados para o interior de corpos
corpo hídricos e
fiscalização e nem se infiltrem no solo.
manutenção da
SOCIOECONOMIA
infraestrutura
• Vigilância epidemiológica e • Promover a vigilância sanitária e o monitoramento dos meios físico
erradicação de focos e de vetores de P-D-R-I-P-I-M e biótico, visando manter a qualidade ambiental, a saúde e o bem-
bem VIGILÂNCIA SANITÁRIA
doenças. estar da população diretamente afetada.
• Articulação e integração entre os diversos setores e empresas
instaladas, reforçando sua estruturação e otimizando o processo
• Fortalecimento institucional e produtivo.
articulação entre órgãos gestores e P-D-R-MP-P-I-M
executores do empreendimento. • Disciplinamento do comércio e de outros serviços locais, evitando
13 – Articulação político-- ações espontâneas e desordenadas, gerando conflitos de EMPRESÁRIOS
institucional interesse entre as diversas necessidades dos usuários. ÓRGÃOS DO GDF
• Consolidação de parcerias público- • Adoção de estratégias para fomento a novas formas de produção
privadas propiciando suporte à P-D-R-MP-P-I-M mais limpa, privilegiando a incorporação da sustentabilidade
modernização e à competitividade econômica e ambiental nas cadeias produtivas e a troca de
empresarial experiência entre os atores envolvidos.
84

6.2 AÇÕES IMPACTANTES NA FASE DE PLANEJAMENTO


De modo geral, as ações na fase de planejamento incorporam as atividades
preliminares às obras, como o Plano de Mobilização Participativa, a Regularização
Ambiental (Estudo de Impacto Ambiental – EIA-RIMA,, Audiência Pública,
Licenciamento ambiental - LI e LO), concepção dos projetos urbanísticos, de
infraestrutura e saneamento básico; captação de recursos, licitação, contratação de
empreiteiras, dentre outras.

Licenciamento e Compensação Ambiental


O Licenciamento Ambiental é um importante instrumento de gestão
gestão que os órgãos
ambientais dispõem para garantir intervenções adequadas ao meio ambiente. Ao
mesmo tempo em que induz a ampliação do conhecimento sobre as potencialidades e
os riscos ambientais, estabelece condições, restrições e ações de controle que
deverão
everão ser atendidas pelo empreendedor, resultando na melhoria da qualidade
ambiental e no disciplinamento do uso e ocupação do solo.

Regularização das Terras


Em termos fundiários a área pertence à Terracap,, que aplicará a modalidade de venda
direta para os ocupantes dos lotes. A reurbanização e o licenciamento ambiental
sinalizarão o início do processo de regularização fundiária Com a regularização,
haverá uma dinamização da economia e o reaquecimento do mercado imobiliário pelo
movimento de compra e venda
venda de lotes, proporcionando significativa valorização dos
lotes.

No entanto, a elevação dos preços dos lotes nas áreas mais propícias à urbanização
expulsa as classes de baixa renda para a periferia, em um processo perverso de
exclusão social, que representa
representa um dos poucos aspectos negativos da regularização
das terras.

Medidas Preventivas de Impactos ou Otimizadoras


Otimizadoras dos Benefícios Esperados
Para mitigação dos impactos identificados na etapa de Planejamento, são
propostas as seguintes ações:
• Pesquisa junto aos
aos órgãos governamentais para compatibilização do
empreendimento com a legislação e normas vigentes, com as políticas de
desenvolvimento e com as características específicas da área.
• Consulta prévia aos órgãos normativos e licenciadores e articulação para
soluções compartilhadas dos conflitos de interesses entre as esferas
governamentais, empresários e a comunidade das áreas de influência.
• Concepção do projeto utilizando equipes multidisciplinares para uma
abordagem integrada dos problemas e racionalização das soluções.
• Transparência
ncia no processo de venda dos lotes pela Terracap, em atendimento
às exigências da Lei 8666/93, criando oportunidades para o controle social do
projeto.

6.3 AÇÕES IMPACTANTES NA FASE DE INSTALAÇÃO


As ações impactantes na fase de construção estão relacionadas com as obras de
urbanização, implantação de infraestrutura viária, pavimentação e saneamento básico
85

(sistemas de abastecimento de água, de esgotamento sanitário, de drenagem pluvial,


de coleta e tratamento de resíduos), construção
construção de equipamentos comunitários, áreas
verdes, estacionamentos, dentre outros.

A contratação de operários, a implantação dos canteiros de obras e a movimentação


de terra, máquinas e equipamentos, são potencialmente capazes de gerar múltiplos
impactos, que
e diferem entre si quanto à sua magnitude, abrangência e temporalidade.

Como impactos positivos nessa fase de construção, destacam-se


destacam se a geração de
emprego pela contratação de mão de obra e a dinamização da economia local.

Os impactos negativos nesta fase, como geração de ruído, vibrações e poeira,


congestionamento das principais vias de acesso, contaminação dos solos, instalação
de processos erosivos, riscos de assoreamento e poluição dos corpos hídricos, têm
caráter temporário e, na sua maioria, circunscrevem-se
circunscr se ao término das obras.

Aspectos Climáticos
Durante a fase de construção, a movimentação de máquinas e os movimentos de terra
provocarão ruídos e vibrações, elevando a concentração de particulados no ar, fato
que se tornará mais relevante durante a estação
estação seca. Entretanto, este impacto tende
a ser localizado, restrito à própria área onde o Empreendimento se insere e
desaparecerá quando se encerrarem as obras. Nesta fase, em épocas secas, deverão
ser previstos caminhões-pipa
pipa para irrigação das áreas que
que possam produzir poeira.

A redução da poluição atmosférica requer a adoção de estratégias próprias para


fontes e tipos específicos de poluentes. Estratégias razoáveis para o controle da
poluição atmosférica são aquelas que visam reduzir, coletar, capturar
captura ou reter os
poluentes antes que eles atinjam a atmosfera.

Aspectos Geológico-Geotécnicos
Geotécnicos
Em termos geotécnicos, os aspectos de maior relevância para a implantação de
infraestrutura e construção das edificações dizem respeito à erodibilidade dos solos, à
sua capacidade de carga, aos efeitos da colapsividade, à profundidade do lençol
freático, à permeabilidade do solo, à declividade e extensão das rampas.

Os efeitos mais significativos das modificações a serem induzidas ao meio físico com
a implantação destas obras dizem respeito:

À possibilidade de intensificação dos processos erosivos, com carreamento do solo


em direção às áreas deprimidas a jusante da área, no caso de não se implantar
previamente a rede de drenagem pluvial;

Assoreamento dos canais naturais


naturais de drenagem resultante do carreamento de
material sólido (argila, silte e areia) para os corpos receptores das águas pluviais,
podendo ocorrer em todas as fases do projeto. O processo é crítico na fase de
construção do empreendimento, quando há exposiçãoexposição e desagregação do solo
durante a implantação das vias de acesso, da rede de saneamento básico e de outras
obras de infraestrutura.

Recalques diferenciais nos solos colapsíveis, com possível dano às edificações e


leitos viários;
86

Contaminação do aquífero
ro poroso e eventualmente das águas subterrâneas profundas
pela disposição inadequada de lixo ou outras substâncias poluentes;

Redução da recarga natural dos aquíferos subterrâneos em virtude da


impermeabilização da superfície do terreno como resultado da implantação da
infraestrutura e ocupação das áreas verdes.

Os processos erosivos são provocados pelo escoamento superficial concentrado


sobre solos desnudos, associado a declividades acentuadas. A intensificação dos
processos erosivos pela alteração das condições
condições naturais (escoamento difuso), ao
serem implantadas as vias, pode ser potencializada com pavimentação que reduza a
capacidade de infiltração dos solos, aumentando a velocidade de escoamento
superficial.

As medidas preventivas para esses efeitos indesejáveis


indesejáveis podem ser assim resumidas:

Iniciar a implantação do empreendimento com a limpeza e abertura das vias das cotas
inferiores para as mais elevadas, reduzindo assim os comprimentos das rampas por
onde se dará o escoamento superficial.

Priorizar a implantação
plantação do sistema de drenagem de águas pluviais com canalização
subterrânea, pavimentação e dispositivos para sua coleta e adução controlada,
incluindo as estruturas de dissipação da sua energia nos pontos escolhidos para
lançamento nas drenagens naturais.
natura

Para evitar fluxos concentrados de água em regime laminar, recomendam-se


recomendam
iniciativas que visem à indução da infiltração de água, tais como instalação de calha
nos telhados para captação de águas de chuva e tubulações para conduzi-las
conduzi a
“caixas de recarga”,, preenchidas com brita e areia, localizadas estrategicamente no
interior do empreendimento. Com a implantação desses dispositivos, que podem ser
individuais ou comunitários, será possível recuperar a perda de boa parte da água que
iria para o sistema de
e drenagem pluvial.

A cobertura da área com vegetação, como um gramado, por exemplo, aumentará a


rugosidade do solo, ajudará a manter a sua matéria orgânica, preservando a sua
capacidade de infiltração. Obras de engenharia, pavimentação do tipo bloquete
intertravados
ntertravados em áreas de estacionamentos, pátios, praças e calçadas e projetos de
paisagismo também favorecem a infiltração e poderão atenuar os efeitos danosos da
impermeabilização e dos processos erosivos.

Os efeitos da colapsividade dos solos da área poderão


poderão ocorrer por ocasião da
construção das edificações, dos equipamentos sociais e da infraestrutura básica. A
influência da colapsividade poderá ser atenuada, senão eliminada, adotando-se
adotando
medidas preventivas, de acordo com as seguintes recomendações:

Para
ra carregamentos menores devido à implantação de residências de um pavimento,
pode-se
se escavar trincheiras de até 1m ao longo da linha dos baldrames, compactar ao
fundo após saturá-lo lo de água e, a seguir, preencher as trincheiras com o solo
compactado na umidade
idade adequada.

Para carregamentos maiores, isto é, edificações com dois ou mais pavimentos,


executar fundações profundas, ultrapassando a faixa crítica dos solos colapsíveis.
87

Realizar sondagens à percussão, com medidas de SPT (Standart


(Standart Penetration Test),
Test
para verificação da capacidade de carga do local da fundação, associada à execução
de ensaios de laboratório para determinação da coesão (C) e do ângulo de atrito (φ)
(
dos solos, para verificação da capacidade de suporte, requerida no projeto de
fundações.

Para as edificações com até dois pavimentos, empregar alicerce ou sapata corrida na
fundação, para minimizar os recalques diferenciais.

Evitar ou diminuir a infiltração da água no solo, utilizando projetos de drenagem


adequados, controle de vazamento de condutos
condutos de água e esgoto e utilização de
canalizações, principalmente de esgotos, menos suscetíveis a vazamentos.

Interferências Com Recursos Hídricos Superficiais


É possível prever, nesta fase dos estudos, que as atividades inerentes à implantação e
operação
ção do empreendimento são potencialmente poluidoras e capazes de provocar
alterações na dinâmica e na qualidade das águas, como descrito a seguir.

Aumento do volume de descarga durante períodos de picos de escoamento –


Mudanças
udanças na cobertura natural do terreno
terreno (terraplenagem, remoção da cobertura
vegetal, construção de estradas, edificações) impermeabilizam os níveis superiores do
solo, fazendo com que a alíquota de água pluvial, que deveria ser absorvida pelo solo,
transforme-se
se em fluxo superficial. O aumento
aumento do escoamento durante os picos de
precipitação é diretamente proporcional ao tamanho da área impermeabilizada.

Este impacto é passível de ser minimizado através de plantas urbanísticas que


mantenham áreas verdes entre as impermeabilizadas destinadas às edificações,
estacionamentos, calçadas e vias de acessos. A utilização de pavimentos alternativos
(bloquetes intertravados) nestas áreas favorece a infiltração e, consequentemente, a
diminuição do fluxo superficial.

Modificação da qualidade química natural das águas – Construções de médio a


grande porte por si só causam problemas à qualidade química das águas dos corpos
receptores, uma vez que geram efluentes (esgotos), resíduos e tendem a concentrar
os lançamentos de águas pluviais. Os principais parâmetros
parâmetros indicativos de qualidade
que potencialmente serão afetados são:

• Sólidos em suspensão – relacionado ao aumento de particulados na


água, sendo sempre observados durante e logo após o evento de
precipitação.

• Nitratos e fosfatos – são indicativos de contaminação por efluentes


domésticos e industriais, sendo os principais parâmetros marcadores de
lançamento de esgotos no corpo hídrico.
• Resíduos sólidos como plásticos, vidros e metais - são atribuídos à
implantação do empreendimento e consequente aumento no fluxo local
de pessoas.
• Graxas e óleos – os níveis destes componentes na água poderão
aumentar em função da presença de postos de abastecimento
abastecimento de
combustíveis, locais de armazenamento óleos lubrificantes, graxas e
tintas, oficinas,
ficinas, pátios, almoxarifados, refeitórios e movimentação de
veículos nas áreas. Na fase de implantação das obras de infraestrutura
88

do empreendimento, este impacto será maior devido ao tráfego de


máquinas pesadas e que consomem óleo diesel.

• Coliformes fecais – este tipo de contaminação está relacionado ao


lançamento de esgotos diretamente nos corpos hídricos ou na rede de
drenagem pluvial. Impactos relacionados principalmente
principalmente à contaminação
das bacias afetadas pela implantação do empreendimento podem ser
minimizados com a fiscalização e o monitoramento das redes de
esgotamento sanitário e águas pluviais para se evitar a disposição ilícita
de águas servidas na rede de águas pluviais.
Impactos Potenciais Relativos às Águas Subterrâneas
Em relação aos impactos decorrentes da impermeabilização do solo,
solo depreende-se
que a urbanização da área e seu entorno, com pavimentação das ruas, construção de
calçadas e edificações, ocasionará
ocasionará redução das áreas com cobertura vegetal, por
onde se dá a infiltração das águas pluviais no meio poroso e, consequentemente,
diminuição da recarga dos aquíferos.

Tendo em vista a necessidade de limitar a impermeabilização do solo para garantir a


recarga de aquíferos da região, recomenda-se
recomenda que as taxas de impermeabilização do
SHPT sejamm diferenciadas conforme proposto neste cenário 04.

Este impacto poderá ser atenuado também com a incorporação, nos projetos das
edificações, de sistemas para a recarga
recarga artificial (caixas de recarga), visando à
infiltração induzida das águas pluviais para os aquíferos, e sempre que possível, em
volumes equivalentes aos que serão diminuídos pela impermeabilização do terreno.

A contaminação das águas subterrâneas está ligada,


ligada, principalmente, a três fatores:
tipo de esgotamento das águas servidas, disposição irregular de resíduos sólidos,
lançamento de efluentes líquidos contaminados em locais inadequados e construção
de poços tubulares fora das especificações técnicas.

A contaminação dos aquíferos subterrâneos em área de recarga regional, que


abastece tanto os aquíferos sotopostos quanto áreas de topografia mais baixa, pode
ser evitada proibindo-se
se a implantação de sistema de esgotamento sanitário através
de fossas sépticas
cas e sumidouros, procedendo-se
procedendo se a remoção do lixo depositado
irregularmente e implementando-se
implementando a coleta regular de lixo.

As obras de implantação e posteriormente a ocupação prevista da área deverão


acarretar alterações no balanço precipitação/infiltração na
na área de influência direta,
uma vez que o tráfego de equipamentos, as obras de compactação e a construção das
edificações diminuirão significativamente a infiltração das águas de chuva. Esse fato
promoverá um escoamento hídrico rápido, diminuindo a quantidade
quantidade de água que
penetra no solo e a contribuição da água subsuperficial para os cursos d’água durante
o resto do ano, diminuindo as suas vazões. Neste caso, para as águas subterrâneas,
aplicam-sese as mesmas recomendações formuladas para as águas superficiais
superficia no item
anterior.

Impactos sobre a Flora e Fauna


Os desmatamentos das áreas remanescentes de vegetação dentro dapoligonal
d do
SHPT, para
ara a implantação de infraestrutura e equipamentos urbanos (estradas,
residências, comércio, entre outras), reduzirá as áreas
reas naturais com possibilidade de
ocorrência e utilização pela fauna.
89

A biodiversidade
versidade da área depende não só da preservação dessas áreas naturais,
como também permitir a comunicação entre elas. ApesarApesar da cabeceira do córrego
Ponte de Terra estar praticamente
pratic isolada, pode-se ainda considerar o local como
parte fundamental de um potencial corredor ecológico, ligando a bacia do Rio Ponte
Alta (bacia do córrego Ponte de Terra
Te e bacia do córrego Olho D Água)
Água com a bacia
dos ribeirões Saia Velha e do Gama (APA(APA Gama e Cabeça de Veado), através da
região constituída pelas respectivas Matas de Galeria e Campo Sujo adjacente, e pelo
Campo Sujo da área do Cindacta I, que se liga à região da Área Alfa da Marinha do
Brasil, podendo atuar como um importante local de dispersão de fauna e,
e portanto de
fluxo gênico, principalmente em relação aos animais voadores (aves e morcegos).

Fauna nativa local e regional


O incremento do contingente humano na regiãoelevará
regiãoeleva a pressão sobre a fauna
nativa, devido às atividades de caça e coleta de recursos naturais, principalmente nas
áreas naturais adjacentes.

O aumento do número de animais domésticos, principalmente de cães e gatos,


elevará a pressão sobre a fauna nativa, tanto local como regional,, não só devido a
eventos de predação, mas também em consequência de competição por recursos
naturais e possibilidade de transmissão de doenças.

Outro impacto negativo importante é o afugentamento da fauna do entorno,


principalmente devido ao aumento da poluição sonora (ruído do maquinário) e do ar
(material em suspensão – poeira e emissão de gás carbônico), da água (esgoto
sanitário e águas pluviais) e da luminosidade local,
loca além da própria presença
presenç humana
na região (operários e moradores),
moradores pela possibilidade
bilidade de caça ou coleta de elementos
da fauna, assim como incidência de incêndios e a deposição de lixo.

Haverá um incremento, qualitativo e quantitativo, de espécies botânicas


bot exóticas
invasoras,, lembrando que os efeitos nocivos dessas espécies não se restringem à
competição com as plantas nativas, mas a fauna também pode ser afetada,
especialmente pela substituição de espécies que lhes serviam de alimento, ou por
modificação de habitat.

Em linhas gerais, a implementação total do SHPT deverá diminuir ainda mais a


diversidade, riqueza e abundância,
abundâ tanto da fauna local,, inclusive com a substituição
de espécies silvestres nativas, por exóticas e domésticas, quanto regional (AII) (AI
principalmente em relação às espécies de maior porte.

6.4 MEDIDAS PREVENTIVAS DOS


DOS IMPACTOS OU OTIMIZ
OTIMIZADORASDOS
BENEFÍCIOS ESPERADOS
Sugerem-se
se como medidas mitigadoras, compensatórias e de recuperação dos
impactos decorrentes da implantação do parcelamento:
- Manter e incentivar a utilização de espécies nativas do Cerrado no paisagismo das
áreas públicas do empreendimento, especialmente com espécies que ofereçam
alimentos e/ou abrigo à fauna silvestre, assim como nas áreas verdes residências
(jardins).

- Realizar
izar todas as medidas de saneamento básico (esgoto e águas pluviais) para
evitar a contaminação do lençol freático, assim como dos cursos hídricos da bacia do
córrego Ponte de Terra (Proteção
(Proteç de Manancial Ponte de Terra).
90

- Manter um serviço permanente e eficiente


eficiente de coleta de lixo, para evitar a atração de
animais silvestres venenosos
nenosos e/ou peçonhentos como aranhas escorpiões e cobras,
da área do entorno para os locais dos empreendimentos.
empreendimentos

- Efetuar o projeto de iluminação pública dos empreendimentos de forma


forma a minimizar a
atração da fauna noturna alada das áreas naturais adjacentes, principalmente da
classe Insecta, que além do desconforto que podem causar à população humana
local, também podem atrair alguns de seus predadores.

- Proteção efetiva da Áreaa de Proteção de Manancial Ponte de Terra e Olho D água,


proibindo a utilização de espécies exóticas invasoras como cerca viva nas suas áreas
limítrofes, cercando-aa totalmente com cerca do tipo alambrado para impedir a
presença de pessoas e animais domésticos
domésticos nos seu interior, e fazer aceiro para evitar
queimadas na época de estiagem, como é feito na Área de Proteção
Proteção de Manancial
Olho D’água.

- Programa de educação ambiental abordando principalmente os cuidados com as


áreas naturais adjacentes (Mata de Galeria,
Galeria, Campo Úmido e Campo Sujo da bacia do
córrego Ponte de Terra), como caça, coleta de recursos naturais e queimadas.
queimadas

- Substituir as gramíneas exóticas da área de domínio da DF-480


DF 480 próximo, a área de
estudo, por grama do tipo batatais ou similar, que é menos
menos agressiva e de mais fácil
manutenção.

A compensação ambiental deverá ser utilizada na recuperação das Matas de Galeria


das cabeceiras e ao longo de toda extensão dos córregos Ponte de Terra e Olho
D`água, incluindo ainda os Campos Úmidos de Mururundus adjacentes,
principalmente em relação à erradicação e/ou controle das espécies exóticas da fauna
e flora, às queimadas e às invasões. Para tanto, essas áreas também deverão ser
totalmente cercadas com cerca do tipo alambrado, para impedir a presença de
pessoas
ssoas e animais domésticos nos seu interior e aceirada (aceiros internos e/ou
externos) para evitar a queima da vegetação na época de estiagem.

6.5 AÇÕES
ÇÕES IMPACTANTES NA FASE DE OPERAÇÃO
Os impactos negativos relacionados com a fase de operação da infraestrutura
infraestrutur
implantada, diferentemente dos impactos da fase de construção, têm caráter
permanente. Para esta fase são previstas ações de fiscalização, monitoramento e
manutenção das redes de saneamento básico, com o objetivo de prevenir ou mitigar a
contaminação do solo, do ar ou dos recursos hídricos por acidentes, falhas
operacionais ou irregularidades no sistema.

Impactos sobre o Meio Sociocultural


A regularização fundiária do SHPT é um processo de intervenção pública, que objetiva
legalizar áreas urbanas ocupadas irregularmente para fins de habitação, implicando no
resgate da cidadania e melhorias do ambiente urbano e da qualidade de vida da
população.

Além desses efeitos positivos, outros benefícios deverão surgir pela dinamização da
economia regional, atração de novos investimentos e de novos empreendimentos para
a região e que terão reflexos sobre o mercado de trabalho e imobiliário, como a
atração de mão de obra, aquisição de lotes e moradias, sobre arrecadação tributária,
geração de empregos e renda, dentre outros.
outros. Enfim, haverá uma melhoria da
91

qualidade de vida, do meio ambiente e do bem-estar


bem estar das populações. Sobre o meio
socioeconômico é que se notará a maior parte dos impactos positivos, embora alguns
impactos negativos também far-se-ão
far notar.

As questões da rede viária e do transporte público merecem atenção especial. A rede


viária já não comporta o tráfego de automóveis existentes, situação que se agrava no
período das chuvas e nas horas de pico.

A chegada de novos contingentes de pessoas atraídas pelas oportunidades


opo de
trabalho e negócios, pode criar um clima propício à emergência de conflitos e tensões
sociais.

Nesse processo, alguns impactos se destacam, tais como: sobrecarga nos serviços
sociais básicos (saúde, educação e saneamento), os prováveis conflitos
conflitos socioculturais
e o aumento de incidência de novas doenças.

Dinamização da Economia Regional


Regi e do Mercado de Trabalho
Tanto naa etapa de construção como na etapa de operação serão demandados
materiais e insumos para os quais o comércio local tenderá a se
se adaptar, por meio do
aumento e diversificação de sua capacidade de fornecimento. Paralelamente, a
chegada e permanência de pessoas a serviço das obras irão representar acréscimos
ao consumo local.

Na fase de operação, serão mais perceptíveis os efeitos sobre


sobre o setor terciário,
considerando o contingente populacional que migrará para a região, bem como o
aumento da circulação monetária e do consumo advindos da massa salarial a ser
gerada por empreendimentos diversos.

Alteração no Mercado Imobiliário


O mercado
cado imobiliário na área de influência será impactado fundamentalmente em
dois aspectos: pela aquisição de lotes do empreendimento e pelo aumento da
demanda por habitação decorrente do incremento de trabalhadores atraídos por este e
outros empreendimentos.

Com o incremento populacional,


populacional haverá ampliação do comércio e um crescimento de
imóveis alugados ou a construção de novas residências, os quais ocasionam grande
valorização do solo em relação ao que é atualmente praticado, especialmente nas
áreas de maior interesse comercial. Mesmo que os operários possam morar nos
canteiros de obras, deverá haver uma migração para a cidade com melhor
infraestrutura. Em relação ao mercado imobiliário, isto significará um crescimento na
demanda por imóveis urbanos.

Expectativas da População
A presença e a movimentação dos agentes empreendedores, a circulação dos
equipamentos e dos materiais de obras e o afluxo de população em função dos novos
empregos criados, são alguns dos elementos, presentes no processo de implantação
de grandes projetos. As obras causam
causam uma alteração do cotidiano, sendo um
elemento novo na rotina das pessoas que residem, trabalham, estudam ou possuem
outras relações especialmente nos locais mais diretamente afetados.
92

Disposição
isposição de Resíduos Sólidos
Os órgãos públicos do GDF, em estreita articulação com a Administração Regional,
deverão intensificar a fiscalização para impedir novos depósitos irregulares de lixo.

A indústria da construção civil é a que mais gera resíduos. Em termos quantitativos,


essee material corresponde a algo em torno de 50% da quantidade em peso de
resíduos sólidos urbanos coletada em cidades com mais de 500 mil habitantes de
diferentes países, inclusive o Brasil. Em termos de composição, os resíduos da
construção civil são uma mistura
mistura de materiais inertes, tais como concreto, argamassa,
madeira, plásticos, papelão, vidros, metais, cerâmica e terra.

A gestão dos resíduos sólidos provenientes do SHPT, incluindo os resíduos da


construção civil está detalhada no Programa de Gestão de Resíduos Sólidos.

6.6 MEDIDAS PREVENTIVAS DOS IMPACTOS


IMPACTOS OU OTIMIZADORAS
OTIMIZADORASDOS
BENEFÍCIOS ESPERADOS
Implementar programas de comunicação e educação ambiental e criar oportunidades
para que as comunidades locais se organizem para definir coletivamente suas
necessidades
des e identificar as alternativas mais viáveis para resolução de seus
problemas.

Desenvolver campanhas através dos Programas de Comunicação e Educação


Ambiental e de Assistência à Saúde junto à população, enfocando medidas de
controle das condições ambientais
ambient e de prevenção de riscos à saúde.

Desenvolver programas de capacitação e treinamento da mão de obra pouco


qualificada para atender às demandas do empreendimento.

Desenvolver Programas de Assistência à Saúde e Segurança no Trabalho junto à


população operária
rária para controle de doenças endêmicas, parasitárias e sexualmente
transmissíveis e redução dos riscos de conflitos com a população local.

Manutenção de informações às comunidades, para diminuir a geração de expectativas


e de movimentos especulatórios.

Apoio técnico à Administração Regional do Gama no planejamento, administração e


integração da população migrante.

Disponibilizar serviços de assessoria à Administração Regional no planejamento e


ordenamento urbano e na aplicação dos recursos originados com com a elevação da
receita e renda, na busca de empreendimentos complementares, no incentivo ao
desenvolvimento de pequenos negócios na região e no planejamento em geral.

6.7 IMPACTOS NAS UNIDADES


UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
A fragmentação e o isolamento da vegetação natural são as maiores ameaças à
sobrevivência das populações de animais e plantas, rompendo o movimento natural de
indivíduos, sementes, esporos e pólen vegetais, favorecendo o aparecimento de
espécies invasoras que ameaçam a manutenção das espécies nativas.

A redução
dução ou perda da biodiversidade no Cerrado é a principal consequência da
fragmentação das matas e a eliminação de habitats.
93

De forma inevitável, a implantação o Setor Habitacional Ponte de Terra acarretará a


redução na diversidade vegetal e, por consequência,
consequência, das espécies da fauna. Este
impacto negativo de alta significância poderá repercutir sobre a fauna a nível regional.

Na área de influência do empreendimento,


empreendimento são notórios os inúmeros impactos na
qualidade dos recursos hídricos, advindos da ação antrópica ópica sobre as áreas
legalmente protegidas dos córregos da região, tais como: desmatamentos,
desmatamentos despejos
de esgoto e a disposição de resíduos nas suas margens, podendo acarretar o
aumento de nutrientes,, a contaminação das águas e o assoreamento.

A fauna silvestre é também prejudicada pela presença de animais domésticos que,


além de competir por recursos alimentares, podem disseminar doenças.
doenças

No Parque Nacional de Brasília,


Brasília há indícios de que matilhas de cães domésticos são
oportunistas, predando desde animais pequenos como teiús e tatus, de médio porte,
como mãos-peladas
peladas e tamanduás, até animais de grande porte como veados e antas.
Citam-se
se até casos de transmissão de raiva a cachorros-do-mato
cachorros mato e lobos-guará.
lobos

Outro fator que põe em risco tanto a fauna como a flora


flora são as frequentes queimadas,
naturais ou provocadas pelo homem, pelo seu enorme potencial de devastação. A
intensidade, duração, extensão, frequência e a época do ano é determinante para o
tipo de impacto a ser causado pelas queimadas nos elementos da biota,
biota, uma vez que
o fogo exerce impacto considerável sobre o solo, a vegetação e a fauna.

As áreas vizinhas ao SHPT constituem-sese de fragmentos naturais de Cerrado sentido


restrito, nascentes e matas de galeria que devem ser conservados. Cada vez mais
serãoo necessários esforços que evitem o isolamento das populações das espécies
ameaçadas que possuem baixa capacidade de deslocamento. Neste processo, surge
a importância das APP e das UCs conectadas umas às outras por meio de corredores
ecológicos que permitam m o fluxo gênico das populações das diversas espécies,
especialmente das endêmicas e ameaçadas.

Na tentativa de amenizar o impacto ambiental causado pelos empreendimentos na


região, podem-se
se adotar as seguintes medidas:

• Recuperação das APP da região.


regiã
• Recuperação de áreas com processos erosivos.
• Ações de limpeza, recuperação e proteção dos corpos hídricos presentes no
raio de influência do empreendimento.
empreendimento
• Realização de estudos hidrológicos nos variados pontos dos córregos, sobre a
qualidade da água e sobre
s a vazão que podem suportar.
• Instalação de grades nas “bocas de lobo” e bueiros nas áreas de origem, coleta
e despejo das águas.
águas
• Implementação de um programa de monitoramento de fauna e flora para as
áreas de preservação permanente.
permanente
• Programa de educação ambiental nas escolas, associações e comunidades
das cidades, núcleos rurais e áreas circunvizinhas que tenham qualquer
relação com os recursos naturais da região.
região
• Ações de controle de animais domésticos por parte das autoridades
94

competentes (Vigilância
lância Sanitária, Saúde Pública, Polícia Florestal, Ibama
I e
Ibram).
Corredores Ecológicos
Os corredores ecológicos não são unidades políticas ou administrativas, mas extensas
áreas geográficas onde se destacam ações coordenadas destinadas a proteger a
biodiversidade.
iversidade. Tais ações envolvem fortalecimento, expansão e a conexão de áreas
protegidas. O corredor ecológico é uma forma de recuperar e religar os fragmentos,
fragmentos na
tentativa de evitar ou diminuir o isolamento,
isolamento aumentando as probabilidades de
sobrevivência de uma determinada espécie.

Pequenos
equenos fragmentos isolados próximos podem servir de vias de acesso para o
trânsito de espécies, funcionando como trampolins ecológicos. Enquanto os
fragmentos maiores são importantes para a manutenção da biodiversidade e de
processos
rocessos ecológicos em larga escala, os pequenos remanescentes cumprem funções
extremamente relevantes ao longo das paisagens, funcionando como elementos de
ligação entre grandes áreas, promovendo um refúgio para espécies que requerem
ambientes particulares.

Dentre os possíveis ambientes que podem fazer parte de um mosaico para criação do
corredor ecológico, estão a Fazenda Sucupira, área protegida pela Embrapa, as
a Áreas
de Proteção de Manancial da Caesb,
Caesb a Reserva da Aeronáutica, as Matas Ciliares dos
córregos Ponte de Terra,, Olho D’Água e Serra, além de outras mata em linhas de
drenagem adjacentes.

Nesse sentido, sempre que não existir


exist ligação entre um fragmento florestal e outro, é
importante que sejam estabelecidoscorredores
estabelecido entre estes fragmentos e a área
ár seja
recuperada com o plantio de espécies nativas ou através da regeneração natural. Um
meio de criar corredores é através da manutenção ou recuperação das matas ciliares,
consideradas áreas de preservação permanente, que ultrapassam as fronteiras das
propriedades
ropriedades e dos municípios. Através das matas ciliares é possível estabelecer
conexão com as reservas legais e outras florestais no interior das propriedades rurais.
95

7 PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL


AM
O Plano de Controle Ambiental tem
te por objetivo estabelecer diretrizes básicas e propor
um sistema de gestão para assegurar a proteção do meio ambiente, a saúde, o bem-bem
estar e a qualidade de vida das populações afetadas, observando o atendimento da
legislação vigente.

Os Programas apresentados ados a seguir consolidam as recomendações das fases


anteriores deste estudo e apresentam de forma sistematizada as medidas destinadas
a prevenir, mitigar ou compensar os impactos negativos, otimizar as potencialidades e
os benefícios socioeconômicos das intervenções,
intervenções, adotando como premissas o
desenvolvimento sustentável e o princípio básico da precaução.

Programa de Gestão e Monitoramento das Obras.


Obras

Programa de Gestão dos Resíduos Sólidos.


Sólidos

Programa de Comunicação e Educação Ambiental.


Ambiental

Programa de Articulação
Articulaç e Fortalecimento Institucional.

Programa de Recuperação e Compensação Ambiental.


Ambiental

Programa de Monitoramento e Fiscalização Ambiental.


Ambiental

Programa de Assistência à Saúde e Segurança no Trabalho.

7.1 PROGRAMA DE GESTÃO E MONITORAMENTO DAS OBRAS


Justificativa
A fiscalização e o acompanhamento das obras permitem detectar problemas, tais
como, o descumprimento da legislação, de normas e exigências das licenças
ambientais, a utilização de materiais inadequados ou de práticas prejudiciais ao meio
ambiente. O contínuo uo monitoramento do andamento das obras proporcionará a
identificação de não conformidades,
conformidades, subsidiando a escolha das medidas de controle
ambiental.

Objetivos

• Propiciar o acompanhamento das intervenções capazes de gerar degradações


significativas ao meio ambiente
ambiente e que demandem ação regulamentadora,
principalmente com relação à emissão e tratamento de efluentes, de ruídos e
poeira e seus efeitos sobre a saúde, sobre a qualidade das águas e do solo.

• Intensificar a fiscalização nos canteiros de obras, través de ações integradas


entre empresários, concessionárias, órgãos do GDF e a Administração do
Gama,, visando diminuir problemas com a poluição, especialmente com relação
ao esgotamento sanitário e à disposição inadequada de lixo.

Atividades
Este Programa tem como abrangência todas as ações relativas às obras para
implantação de projetos urbanísticos, de infraestrutura e saneamento básico do SHPT,
tendo como escopo:
96

Análise detalhada das atividades de obra, identificação dos impactos potenciais


e identificação de medidas de controle e normas a serem seguidas na
execução dos serviços.

Estabelecimento de rotinas para fiscalização, monitoramento e avaliação dos


processos construtivos a serem executados pelo empreendedor, em atendimento
às medidas de controle e normas.
nor

Estabelecimento de procedimentos e diretrizes ambientais relativas à: gestão


ambiental; contratação e gestão de recursos humanos e gerenciamento das
obras.

Desmobilização do Canteiro de Obras e Pátio de Equipamentos.

7.2 PROGRAMA DE GESTÃO DOS


D RESÍDUOS SÓLIDOS
Justificativas
Considerada um dos setores do saneamento básico, a gestão dos resíduos sólidos
tem papel fundamental al na qualidade ambiental e bem-estar
bem estar da população, já que o
seu gerenciamento tem relação direta com os recursos naturais, especialmente
especialmen o solo
e os recursos hídricos.

Os resíduos sólidos constituem um problema ambiental e o seu gerenciamento deve


ser conduzido de forma adequada, seja pela sua disposição final ou pela reciclagem. A
aplicação de tecnologias econômica e ambientalmente adequadas,
adequadas, com a redução da
utilização de recursos naturais, de desperdício, da geração de resíduos e poluição, é
uma ação de prioridade mundial.

Objetivos

• Minimizar a geração de resíduos na fonte, adequar à segregação na origem,


controlar e reduzir riscos ao meio ambiente e assegurar o correto manuseio e
disposição final, em conformidade com a legislação vigente.

• Identificar a origem, caracterizar e determinar o volume dos resíduos gerados;

• Propor diretrizes, metas e objetivos para melhoria da gestão destes resíduos,


embasados em normas e nos procedimentos legais vigentes, nas Políticas
Nacional e Distrital de Resíduos Sólidos e nos princípios da não geração, da
redução, da reutilização e reciclagem, associados às boas práticas de
segregação, acondicionamento,
acondicionamento, coleta seletiva e disposição dos resíduos
gerados.

Atividades
Separar e classificar os resíduos de acordo com a Resolução Conama nº 307/2002.

Destinar os resíduos sólidos provenientes dos condomínios e da construção civil para


os locais designados pelo SLU.
S

Promover a Coleta Seletiva de Resíduos,


Resíduos obedecendo aos padrões previstos na
Resolução (Figura 28).
97

Figura 28 - Exemplo de coletores para resíduos recicláveis.

Obedecer à legislação com relação ao descarte de resíduos perfuro cortantes,


cortantes pilhas e
baterias, lâmpadas fluorescentes e pneus usados.

Estabelecer Plano de Gestão


Gestã de Resíduos Sólidos – PGRS, contendo as medidas
alternativas para o controle e minimização de danos causados ao meio ambiente e ao
patrimônio quando da ocorrência de situações anormais envolvendo quaisquer das
etapas do gerenciamento do resíduo.

7.3 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO


COMUNICA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Justificativas
A educação ambiental al deve ser entendida como possibilidade de mudanças
comportamentais e das condições de qualidade de vida, por meio da conscientização
obtida pela reflexão, pelo diálogo e pela apropriação de diversos conhecimentos e
experiências. Deve
eve estar voltada à formação
formação de cidadãos conscientes, preparados
para a tomada de decisões, comprometidos
comprometi com o bem-estar
estar de cada um e da
sociedade, para o sucesso de um empreendimento.

A educação ambiental potencializa os benefícios advindos do empreendimento, na


medida em que promove
romove a sensibilização e a participação da comunidade nos
processos de melhoria das condições de vida e da qualidade ambiental, como o
controle da erosão, da poluição do ar, da água e do solo por efluentes industriais ou
urbanos, por lançamentos irregulares
irregulares de lixo, o controle de vetores ou reservatórios de
doenças dentre outros cuidados com a saúde e o bem-estar.
bem

O estabelecimento do programa justifica-se


justifica ainda pela necessidade de estabelecer
canais de comunicação com a população para a construção da visibilidade
visi do
programa. Sua execução demonstrará à população envolvida os aspectos relevantes,
98

os transtornos da execução, o modo de contorná-los


contorná los e as melhorias sociais e
ambientais resultantes.

Objetivos

• Sensibilizar empregados e a comunidade para os limites


limites dos usos de recursos
naturais, bem como propor campanhas de reciclagem e reúso de materiais,
promover o conhecimento sobre as relações e princípios ecológicos e o efeito das
tomadas de decisão em relação ao ambiente.

• Desenvolver o respeito e a defesa do ambiente, assumir atitudes inovadoras na


resolução de problemas ambientais e desenvolver o espírito crítico sobre a
problemática ambiental.

• Fomentar ações integradas com os diversos segmentos sociais, especialmente os


empresários locais para aquisição de competências
competências que levem à identificação e
resolução de problemas ambientais.
ambientais

• Desenvolver o envolvimento pessoal em relação aos cuidados e melhoria do


ambiente de cada um e dos outros.
outros

• Desenvolver estratégias de cooperação com os órgãos fiscalizadores, de forma


for
que os mecanismos de regulação e controle se tornem mais eficientes e as
relações mais cooperativas e harmoniosas.

Atividades
Na prática, a implantação do Programa de Educação Ambiental visa criar condições
para a participação dos diferentes atores sociais no processo de gestão ambiental e
no entendimento de seus papéis como agentes e cidadãos para a melhoria da
qualidade de vida individual e coletiva.

Este Programa destina-se


se a ser executado desde a fase de planejamento até a
operação do empreendimento.

LINHA DE AÇÃO I – Marketing e Comunicação

Neste segmento, busca-se se alcançar transparência e uma visibilidade positiva para o


empreendimento,
preendimento, com estabelecimento de processos de comunicação entre os
empresários, poder público, agentes políticos, comunidade técnico-científica,
técnico
entidades de classe, associações comunitárias, entidades religiosas, cooperativas,
instituições educacionais,
s, veículos de comunicação e a população em geral.

Nesta linha de ação serão desenvolvidas as seguintes atividades:

• Distribuir informativos, em linguagem direta e diagramação leve, adequada ao


público a que se destina, sobre as intervenções a serem realizadas,
realizadas, destacando os
benefícios que delas advirão; os conteúdos, ainda que não aprofundados, visam
esclarecer dúvidas mais frequentes. Deverá veicular, com antecedência mínima de
cinco dias úteis, os transtornos a serem causados pelas obras, afetando
diretamente
mente o cotidiano das comunidades-alvo.
comunidades

• Realizar campanhas para evitar os desperdícios dos recursos naturais,


especialmente com relação à água e à eletricidade, combater a poluição do solo,
99

dos recursos hídricos por efluentes sanitários ou pela disposição ou queima


irregular do lixo.

• Promover mutirões de limpeza na área do empreendimento e nas quadras


vizinhas.

• A viabilização das ações de educação ambiental e comunicação social serão


baseadas em eventos (reuniões e palestras) e em material de divulgação, tais ta
como folhetos, cartazes e, caso seja pertinente, através dos meios de
comunicação regional (rádio, jornais). A execução das ações tomará como
orientação a ocorrência dos principais eventos relativos ao desenvolvimento do
projeto, sendo que, a partir do início das obras, as ações de comunicação deverão
ser intensificadas.

• Realização de reuniões informativas sobre o empreendimento envolvendo


diretores, representantes da comunidade local e a imprensa.

• Apoio a organizações locais que promovam atividades de preservação


p
ambiental na área de influência do empreendimento.

LINHA DE AÇÃO II – Educação Ambiental e Conscientização de Gestores e


Empregados

• Capacitar responsáveis pela implementação do empreendimento para as


atividades profissionais básicas de gerenciamento
gerenciam ambiental.

• Incentivar programas de capacitação e treinamento de agentes ambientais


para atuarem junto aos trabalhadores e comunidades locais.

• Desenvolver conteúdos programáticos para o estabelecimento de conceitos


ambientais que considerem a relação homem/sociedade/natureza,
homem/sociedade/natureza, os aspectos
legais relacionados com a preservação dos recursos naturais e os cuidados
com os serviços e processos de saneamento ambiental, bem como os direitos
e deveres do cidadão.
cidadão

• Elaborar e distribuir material informativo sobre a área, sobre as características


do empreendimento, sobre as normas de segurança local e sobre as
necessidades de proteção ambiental.

• Utilizar cartazes e placas educativas, chamando a atenção de empregados e


usuários do local para os possíveis riscos que podem
podem estar relacionado com a
movimentação de maquinários e veículos.

7.4 PROGRAMA DE ARTICULAÇÃO


ARTICULA E FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL
Justificativas
Os escassos recursos financeiras, as deficiências de pessoal e equipamentos são
entraves a serem superados pelos órgãos
órgãos governamentais para a implementação das
políticas de desenvolvimento sustentável e de ações para fiscalização das atividades
potencialmente poluidoras dos empreendimentos.
100

Para consolidação do SHPT, é preciso promover a articulação, o fortalecimento


institucional,
stitucional, a mobilização de recursos humanos e financeiros e a incorporação dos
anseios e expectativas da comunidade.

Para o atendimento as estas demandas são indispensáveis a reestruturação das


instituições públicas e privadas, a ampliação e capacitação
capacitação de seus quadros técnicos e
dotações orçamentárias compatíveis com os custos envolvidos.

Iniciativas como a criação de parcerias público-privadas,


público privadas, destinadas a promover, de
forma integrada, o desenvolvimento sustentável e o fortalecimento institucional,
garantindo aporte e aplicação racional dos recursos financeiros, sem sombra de
dúvida, representarão um salto na qualidade da gestão ambiental e do
desenvolvimento socioeconômico do Distrito Federal como um todo, e em particular,
do SHPT.

Objetivos
• Criar mecanismos de articulação entre as diferentes instâncias governamentais
e o setor privado, visando buscar soluções integradas e eficientes para
problemas socioambientais e para melhoria da qualidade de vida.
• Garantir o cumprimento das normas e leis em vigor,
vigor, o controle da qualidade
ambiental, o disciplinamento do comércio e de outros serviços locais, evitando
ações espontâneas e desordenadas, que possam gerar conflitos entre as
diversas necessidades de empresários, trabalhadores e usuários.
• Consolidar parcerias
parce público-privadas,
privadas, propiciando o fortalecimento
institucional, o suporte à modernização e à competitividade empresarial.
Atividades
Articulação com as instituições governamentais envolvidas com obras e serviços na
área do SHPT, em suas respectivas áreas
área de competência.

Elaboração de planos estratégicos de desenvolvimento de gestão articulada entre as


diversas empresas no SHPT,
SHPT, visando solucionar seus problemas e dar suporte
gerencial para processos produtivos, segundo o princípio da sustentabilidade, isto é, a
compatibilização das atividades econômicas com a proteção da qualidade ambiental.

Contratação de consultoria de empresas especializadas em desempenho


organizacional, para analisar a estrutura de funcionamento de empresas locais, com o
objetivo de promover a modernização da gestão, a capacitação de gerentes e
empregados, a racionalização dos processos produtivos, melhorar desempenho
empresarial e obter melhores resultados financeiros.

Reformas estruturais e administrativas no setor empresarial e na Administração do


Gama: capacitação técnica e gerencial, ampliação dos seus quadros técnicos e
investimentos em equipamentos e infraestrutura.

Desenvolvimento de procedimentos padronizados para o licenciamento ambiental de


empreendimentos co-localizados,
localizados, estabelecendo,
estabelecendo, em articulação com o Ibram, critérios
para concessão de licenças, para compensação ambiental e para planos integrados
de recuperação e controle ambiental, com o objetivo de agilizar o processo e dar
segurança aos empreendedores.
101

Otimização e racionalização dos esforços para o controle e fiscalização das atividades


capazes de gerar impactos e para a segurança e melhoria do tráfego.

Articulação entre as Secretaria de Saúde e de Vigilância Sanitária para intensificar as


ações de prevenção e controle
controle de doenças nos canteiros de obra e nas áreas
adensadas pela atração exercida pelo empreendimento.

7.5 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO


RECUPERA E COMPENSAÇÃO AMBIENTAL
BIENTAL
Justificativa
As áreas degradadas por desmatamentos, obras de infraestrutura, canteiros de obras,
exploração de matéria-prima
prima e deposição de lixo, entulho e esgoto sanitário,
necessitam de recuperação, pois além do aspecto estético, são focos de
contaminação e de vetores de doenças e estão sujeitas à erosão laminar pela
concentração de escoamento das águas superficiais.
sup

Objetivo

• Recuperar áreas alteradas pelas atividades antrópicas, como a implantação da


infraestrutura urbana e edificações na área diretamente afetada, propor medidas
de compensação florística para atenuar os impactos da supressão de vegetação; e
propor ao projeto urbanístico a adoção de recomposição paisagística.
paisagística

Atividades
Elaborar projetos de paisagismo que, por associações de plantas harmoniosamente
inseridas em um contexto de cores e formas, criem um ambiente onde as condições
extremas de temperatura
peratura e umidade tendam a ser minimizadas.

Recuperar áreas degradadas, revertendo os processos responsáveis pela degradação


e criando condições favoráveis à revegetação natural ou induzida.

Integrar, de forma harmônica o empreendimento à paisagem, de maneira


maneira a reduzir os
problemas de poluição e os impactos visuais e sonoros.

Recompor os elementos de infraestrutura básica afetada vias de acesso, rede de


distribuição de energia elétrica, dentre outros.

7.6 SUBPROGRAMA DE RECUPERAÇÃO


RECUP E RECOMPOSIÇÃO
O PAISAGÍSTICA.
Justificativa
O Subprograma de Recuperação e Recomposição Paisagística envolve ações que
permitem mitigar os impactos ambientais gerados na construção e operação do Polo
de Desenvolvimento JK – 3ª Etapa, assim como propor ao projeto urbanístico e
paisagístico
tico da área, estratégias como a arborização urbana, utilizando espécies que
atenuem a poluição e criem um ambiente onde as condições extremas de temperatura
e umidade tendam a ser minimizadas.

Objetivos

• Reparação, recomposição e monitoramento dos impactos inerentes a


implantação e operação do empreendimento para manutenção das funções
ecológicas do local..
102

• Elaboração de projetos de paisagismo que por associações de plantas


harmoniosamente inseridas em um contexto de cores e formas, criem um
ambiente onde as condições extremas de temperatura e umidade tendam a ser
minimizadas.

Atividades

• Proceder a limpeza e a reabilitação ambiental das áreas do canteiro de obras,


de bota-fora,
fora, de disposição de resíduos, caminhos de serviço, vias de acesso e
de outras áreas alteradas,
lteradas, através de projetos paisagísticos específicos para
cada caso.

• Realizar inspeções das áreas acima descritas com emissão de relatórios,


certificando a qualidade dos trabalhos realizados.

• Minimizar a supressão de vegetação nativa de Cerrado, tendo a presença


dessa vegetação como a base do paisagismo definitivo, principalmente das
espécies protegidas por lei ou de exuberante aspecto visual.
visual

• Definir as espécies nativas e/ou exóticas a serem utilizadas na revegetação


das áreas, compatibilizando o porte das árvores com a proximidade de
equipamentos e edificações existentes ou planejados, incluindo redes elétricas,
telefônicas, de drenagem, de abastecimento de água e esgotamento sanitário.

• Evitar a incineração de biomassa vegetal.

• O projeto de paisagismo deverá


deverá indicar preferencialmente espécies nativas,
procurando induzir o desenvolvimento rápido e efetivo da vegetação a ser
implantada, garantindo a maior diversidade possível e adotando técnicas
culturais com vistas a integrar os ambientes locais. As espécies
espéc nativas
deverão ser selecionadas preferencialmente com base no levantamento
florístico do EIA/RIMA
RIMA, levando-se
se em conta as facilidades das condições para
o plantio, devendo propiciar proteção e sombreamento ao solo e dispersão seja
ela abiótica e/ou biótica.
ótica.

Todas as atividades de plantio ou revegetação de áreas deverão ser executadas no


início da estação chuvosa, ou seja, nos meses de setembro e outubro.

7.7 SUBPROGRAMA DE COMPENSAÇÃO


COMPE FLORÍSTICA
Justificativa
O Subprograma de Compensação Florística tem por finalidade atender ao disposto no
Decreto distrital nº 14.783/1993.
14.783/1993

Objetivo
Implementar projetos em áreas definidas pelo órgão ambiental, após consultaà
Administração Regional do Gama.
Gama
103

Atividades

• Definir as espécies nativas a serem utilizadas na revegetação


revegetação e implementar
projetos em áreas definidas pelo órgão ambiental, após consulta à
Administração Regional do Gama.
Gama

• Elaborar os projetos executivos para preparação do solo, plantio e manutenção


das mudas, prevendo o acompanhamento do crescimento e a substituição
demudas por um período de, no mínimo, 2 anos.
104

7.8 PROGRAMA DE MONITORAMENTO


MONITORA E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL
Justificativa
se como “monitoramento ambiental” o conjunto de estratégias destinadas a
Entende-se
gerar, sistematizar e processar informações oriundas de diversas estruturas de
acompanhamento e de fiscalização de empreendimentos licenciados. Representa
importante instrumento para a proteção ambiental, uma vez que permitem detectar
falhas estruturais e não conformidades na malha urbana e corrigir precocemente
processos que possam gerar passivos e problemas ambientais significativos, nocivos
ao meio ambiente. Constituem um mecanismo permanente de vigilância e de suporte
à tomada de decisão, durante as fases de implantação e operação de um
empreendimento.

Na fase de operação, o monitoramento e a fiscalização devem contemplar o controle


da qualidade das águas dos córregos Ponte de Terra e Olho D’Água e ao controle de
efluentes oriundos das residências e dos estabelecimentos comerciais ou industriais,
industriais
bem como à manutenção dos sistemas de água, esgoto sanitário e drenagem pluvial,
visando prevenir, detectar e corrigir falhas ou irregularidades operacionais.
operacionais

Objetivos
Propiciar o acompanhamento das intervenções capazes de gerar degradações
significativass ao meio ambiente e que demandem ação regulamentadora,
principalmente com relação à qualidade das águas.

Intensificar a fiscalização através de ações integradas entre os órgãos ambientais,


concessionárias do GDF e da Administração do Gama, visando diminuir
diminui problemas
com a poluição, especialmente com relação ao esgotamento sanitário e à disposição
inadequada de lixo.

Atividades
1. Reavaliar os dados de projetos durante a fase de construção, visando um
melhor dimensionamento de bueiros, sarjetas, meios-fios,
meios fios, aterros,
at taludes e
canais de drenagem.
2. Realizar inspeções nas redes de abastecimento de água, de drenagem e
de esgotamento sanitário, com emissão de relatórios, certificando a
qualidade dos projetos e obras realizadas.
3. Propor medidas corretivas para as falhas
falhas detectadas nos sistemas de
drenagem, abastecimento de água e esgotamento sanitário.
105

7.9 PROJETO DE MONITORAMENTO


MONITORAMENTO E CONTROLE DA Q
QUALIDADE
AMBIENTAL
Justificativa
A implantação do empreendimento implicará na mobilização de um razoável
contingente de trabalhadores
dores e desenvolvimento de atividades,, o que implicará em
uma maior pressão sobre o ambiente natural, especialmente sobre áreas frágeis.
Assim, este programa tem como justificativa a identificação dessas áreas, bem como a
proposição de atividades para garantam
garantam a manutenção da qualidade ambiental.

Atividades
Identificar áreas frágeis, degradadas ou de equilíbrio morfodinâmico instável e
processos com grande potencial impactante, como por exemplo, a disposição de lixo,
para se tornarem foco de maior atenção e intensidade de monitoramento.

Acompanhar as alterações da cobertura vegetal, formação de processos erosivos,


deposição de lixo e entulho, ocupação irregular do solo e outras atividades
impactantes negativas, através de inspeções permanentes.

Proceder a reabilitação
abilitação ambiental das áreas de apoio às obras, das caixas de
empréstimo, de bota-fora
fora e vias preferenciais de serviço e de acesso, através de
projetos paisagísticos específicos para cada caso.

Utilizar cortinas de vegetação e procedimentos operacionais redutores do nível de


ruído para que não sejam ultrapassados os limites estabelecidos pela legislação: 70
decibéis durante o dia e 60 decibéis à noite.

Sinalizar a área com placas educativas, de alerta nas proximidades das obras.
Medidas de controle de velocidade
velocidade e de proteção aos pedestres, acompanhadas de
campanhas de educação ambiental, deverão ser adotadas para prevenir acidentes e
preservar a qualidade de vida e ambiental.

Otimizar as visitas de inspeção para divulgar mensagens ecológicas, prestar


esclarecimentos
arecimentos à população e ouvir suas reivindicações.

7.10 PROJETO DE MONITORAMENTO


MONITORAM E CONTROLE DA QUALIDADE
UALIDADE DA ÁGUA
O monitoramento da qualidade de água deve contemplar aspectos referentes à
qualidade da água dos córregos Ponte de Terra e Olho D’Água

Objetivo
Realizar campanhas sistemáticas para coletas e análise de dados, visando o
acompanhamento da evolução da qualidade e da quantidade das águas dos do córregos
Ponte Alta e Olho D’Água,, para que se possa, ao longo do tempo, aferir os impactos
do empreendimento.

Identificar eventuais distorções/falhas nos sistemas de drenagem pluvial e de esgotos,


disposição inadequada de resíduos sólidos e possíveis derramamentos de óleos,
graxas, combustível e outras substâncias perigosas, que possam deteriorar a
qualidade das águas dos córregos Ponte de Terra e Olho D’Água.

Deverão ser monitoradosParâmetros


Parâmetros de Qualidade da Água e de drenagem pluvial de
acordo com a Resolução Conama nº 357/05.
357/05
106

Atividades

Coletar e analisar mensalmente as águas dos córregos Ponte de Terra e Olho


D’Água
’Água l durante a realização das obras para implantação da infraestrutura.

Estabelecer rotinas de monitoramento mensais ou emergenciais (em caso


de acidentes), utilizando planilhas a serem preenchidas pela equipe
responsável pela qualidade ambiental, em articulação
articulação com os responsáveis
pelo Empreendimento.
Empreendimento

Realizar inspeções periódicas nos sistemas de esgotamento sanitário dos


estabelecimentos comerciais e das indústrias locais, visando o atendimento
aos padrões de lançamento de efluentes previstos na Resolução Conama
357/05.

Adotar medidas de segurança que evitem o derramamento de combustíveis


e substâncias poluidoras, e que
que restrinjam a implantação de indústrias,
comércio, postos de lavagem, lubrificação ou depósitos de substâncias
perigosas em locais inadequados, que possam provocar a poluição do ar,
dos recursos hídricos e do solo.

Adotar medidas de controle de problemas ligados à infiltração e


escoamento superficial das águas pluviais, para evitar a contaminação do
lençol freático e das águas superficiais.

Deverá ser realizado acompanhamento do nível de assoreamento dos córregos Ponte


de Terra e Olho D’Água, sendo para isso
isso necessária a implantação de dois níveis de
referência (RN), e medido o assoreamento com o auxílio de régua graduada padrão.

No caso de divergências entre os resultados apresentados no Diagnóstico Ambiental


do presente EIA e nas fases de construção e operação,
operação, algumas medidas deverão ser
tomadas:

Verificar se a anomalia é consequência do empreendimento.


empreendimento

Detectar a origem da poluição.


poluição

Tomar as medidas corretivas necessárias.


necessárias

Desenvolver rotinas de monitoramento e fiscalização, definindo parâmetros,


processos
ssos e responsabilidades compartilhadas com a comunidade e com
os órgãos governamentais.
governamentais

Estabelecer rotinas de monitoramento mensais ou emergenciais (em caso


de acidentes), utilizando planilhas a serem preenchidas pela equipe
responsável pela qualidade ambiental,
ambiental, em articulação com os responsáveis
pelo SHPT.

Vistoriar com regularidade todas as instalações que possam poluir o solo


ou o lençol freático.
freático
107

7.11 PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA


ASSISTÊN À SAÚDE E SEGURANÇA
NÇA DO TRABALHO
Justificativa
A implantação do empreendimento deverá implicar na mobilização de um razoável
contingente de trabalhadores, principalmente na fase de construção. Uma das
consequências evidentes desse processo é a atração de população em busca de
emprego e oportunidade, o que implicará em uma maior pressão sobre os serviços de
saúde. Este setor já apresenta deficiências, podendo se tornar crítico com a ampliação
da demanda pela população operária que será assentada na região.

No que se refere a empreendimentos desse porte, dois aspectos devem ser


considerados e que estão inter-relacionados.
inter relacionados. Um diz respeito à saúde da população
trabalhadora (fase de implantação), que remete à instância da medicina do trabalho.
Outro aspecto se refere às implicações do aumento da demanda por serviços de
saúde, assim como a possibilidade de potencializar, introduzir ou reintroduzir
endemias na região, em função da população afluente.

As normas de medicina do trabalho já se encontram estabelecidas e há legislação


específica para tal. Para isto, o Empreendedor deverá cumprir uma série de requisitos
legais, os quais se destacam os exames pé-admissionais
admissionais e os periódicos.

Sobre o segundo aspecto, há uma interligação com a questão da saúde pública,


indicando a necessidade de um conhecimento claro das condições do setor na região
receptora de Planaltina e entorno, assim como da sua capacidade de suporte para
atender pressões que advirão.

Objetivos
Propiciar a implementação de um conjunto de ações de apoio ao sistema de saúde em
parceria com a iniciativa
a privada para fazer face ao aumento da demanda da
população por atendimento.

Desenvolver um conjunto de medidas preventivas, de monitoramento e de controle,


que venham impedir a reintrodução de endemias já erradicadas; o recrudescimento
daquelas que se encontram
contram sob controle; o agravamento/instalação de focos de
doenças transmissíveis; e a prevenção de outros agravos à saúde, tais como a
ocorrência de acidentes de trabalho e de trânsito, dentre outros.

Atividades
Os Projetos de Assistência à Saúde concebidos
concebidos sob dois enfoques, a saúde do
trabalhador e a saúde coletiva, deverão ser conduzidos em parceria com instituições
públicas e privadas e as empreiteiras das obras. Do ponto de vista operacional, as
seguintes ações são propostas para o controle nosológico.
nosológic

Controle de grandes endemias:

• Reforço no monitoramento e controle dos vetores de doenças transmissíveis,


que se constituem em atividade realizada pelo Governo Federal.
• Monitoramento e controle da ocorrência dessas doenças em casos humanos,
por meio da implementação de um sistema de vigilância epidemiológica, que
assegure o diagnóstico precoce, tratamento, notificação sistemática,
investigação epidemiológica de casos suspeitos, adoção de medidas
profiláticas e de controle, abrangendo os dois públicos envolvidos.
envolvidos.
108

• Promoção de campanhas educativas/preventivas com relação às doenças


endêmicas presentes ou com risco de instalação.
• Controle de doenças sexualmente
s transmissíveis – DST.
• Realizar os exames laboratoriais recomendados, objetivando identificar casos
de pacientes com histórico clínico compatível com as DST.
• Prestar atendimento aos portadores de DST, bem como o tratamento
adequado.
• Identificar os contatos e estender-lhes
estender lhes o tratamento com vistas a interromper a
cadeia de propagação da doença.
• Incluir a realização de teste de VDRL como rotina nos exames pré-
pré
admissíonais de mão de obra.
• Encaminhar ao centro d referência regional os casos suspeitos ou
o confirmados
de HIV ou de AIDS.
• Capacitar os recursos humanos dos serviços de saúde locais para o
diagnóstico
o clínico e de exames complementares.
• Incrementar campanhas de prevenção de DST/AIDS, inclusive com distribuição
gratuita de preservativos.
• Controle de outras doenças transmissíveis: tuberculose, poliomielite, sarampo,
tétano, coqueluche, e difteria, meningite,
meningite, febre tifóide e hepatite.
hepatite
• Implementação de um sistema de vigilância epidemiológica que assegure o
diagnóstico precoce, tratamento, notificação sistemática, investigação
epidemiológica de caso suspeito, adoção de medidas profiláticas e de controle,
abrangendo
rangendo tanto a população em geral quanto à população de trabalhadores
da construção civil.
• Expansão da atenção médica geral.
geral
A responsabilidade pela estruturação de um serviço de Saúde Ocupacional é
competência da empreiteira e é obrigatório para todos os os empregados, segundo a
Norma Reguladora Nº7 (NR 7), do Ministério do Trabalho. A organização das
atividades deste serviço se faz a partir da elaboração de um Programa de Controle
Médico da Saúde Ocupacional (PCMSO), que estabelece uma série de medidas
referentes
erentes à: avaliação de riscos associados ao trabalho; promoção e manutenção do
bem-estar
estar físico, mental social dos trabalhadores; prevenção de doenças
ocupacionais; proteção dos ambientes de trabalho às aptidões físicas e psicológicas
do trabalhador.

Essas
as medidas são operacionalizas através da realização de exames pré- pré
admissionais e exames periódicos, atendimento ambulatorial de emergência e
atendimento médico primário. O empreendedor deverá manter transporte adequado
para os casos de urgência médica ou acidentes no trabalho e manter o canteiro de
obras em boas condições de segurança.

Diante do exposto, o PCMSO é o instrumento eficaz de detecção de situação de risco


à saúde coletiva, impedindo que a mão de obra contratada para construção do SHPT
se torne um agente de irradiação de doenças para o restante da comunidade. Além
disso, o empreendedor deverá integrar o sistema de vigilância epidemiológica,
notificando os casos suspeitos de doenças transmissíveis e outros agravos à saúde.
109

Equipe Técnica/Gestões Institucionais


nstitucionais

O detalhamento do Programa deverá ser realizado por um profissional da área médica


em parceria com um assistente social. Para sua execução deverão integrar a equipe
outros profissionais especialmente médico do trabalho e técnicos em comunicação.
110

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo é motivado pela Estratégia de Regularização Fundiária constante
da proposta de revisão do Plano Diretor de Ordenamento Territorial – PDOT, Lei
Complementar n.º 803/2009, elaborada para adequar o Plano Diretor Diretor do Distrito
Federal às Diretrizes Gerais da Política Urbana estabelecidas pela Lei n.º 10.257, de
10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade, que regulamentou os artigos 182 e 183 da
Constituição Federal de 1988. Objetiva promover a atuação pactuada do Poder
Público com os diferentes segmentos sociais sobre os destinos da população que
ocupa áreas impróprias para moradia.

O estudo ambiental apresentado procurou identificar e analisar os principais danos


ambientais causados pelas atividades do processo de regularização.do SHPT. Com
base nas informações prestadas pelo estudo, o empreendedor deverá definir metas
para que todos os objetivos sejam alcançados no sentido de restabelecer o uso
racional e equilibrado dos recursos naturais naquela área e combater de forma
preventiva qualquer dano ao meio ambiente.

O Setor Habitacional Ponte de Terra possui 786,52 ha,, formado pela Área de
Regularização de Interesse Específico (ARINE) Ponte de Terra. O Setor Habitacional
Ponte de Terra encontra-sese parte em terras desapropriadas
desapropriadas pertencentes à Terracap
(Registro R.1/2.126 do 5º Oficio de Registro de Imóveis do Distrito Federal),
Federal) parte em
terras desapropriadas em comum entre a Terracap e outros (Registro R.1.550 do 5º
Oficio de Registro de Imóveis do Distrito Federal) e parte em terra desapropriada
pertencente à Companhia Urbanizadora
Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) (Cartório
3 no de ordem 11.085).
do 1º Ofício Luziânia – GO, às fl. 144, do livro 3-k, 11.085)

Conforme o Plano Diretor de Ordenamento


Ordenamento Territorial (PDOT/09), a ARINE
AR Ponte de
Terra (2.E-1) incide na Zona Urbana de Uso Controlado
Controlado (ZUUC II) e os demais
assentamentos informais urbanos encontram-sese em Zona de Contenção Urbana. Essa
última Zona foi declarada inconstitucional nos termos da Ação Direta de
Inconstitucionalidade – ADIN nº 2009.000.2.017.552-9,
2009.000.2.017.552 9, resultando para a mesma um
vácuo normativo.

Ambientalmente, a área do Setor insere-se


insere sobre a Área de Proteção
roteção Ambiental (APA
(
do Planalto Central), e sobrepõe-se
sobrepõe às poligonais da Área
rea de Proteção de Manancial
Mananci
(APM) Ponte de Terra e APM Olho D’Água.

O Setor Habitacional Ponte de Terra situa-se


situa se sobre superfície de aplainamento
residual denominada Chapadas Elevadas com declividades que não ultrapassam a
10%. A poligonal de estudo está inserida na Bacia Hidrográfica do rio Corumbá. A
geologia é formada por rochas do Grupo Paranoá, representada por quartzitos e
ritmitos de granulação grossa. Os solos são Latossolo vermelho e Gleissolo. O solo
Latossolo vermelho ocorrem na maior parte do Setor. Os Gleissolos ocorrem apenas
em pequena porção sul da área de estudo, entre a DF-480
DF 480 e a nascente do córrego
Ponte de Terra. Hidrologicamente, a área está inserida no domínio poroso P3 e sobre
o domínio fraturado R3/Q3. Esta associação confere à área elevada importância
hidrogeológica, sendo
endo considerada áreas prioritárias de recarga do aquífero
subterrâneo, ao passo que confere também elevada susceptibilidade à contaminação
dos recursos hídricos.

As simulações hidrogeológicas mostraram que há perda de recarga dos aquíferos na


situação de uso atual, da ordem de 13,76% para a APM Ponte de Terra e 5,67% para
a APM Olho D`Água.
111

A flora da região evidencia a existência de atividade antrópica e perturbação nas áreas


naturais. Na amostragem foram registrados 697 indivíduos, 55 espécies e 44 gêneros
gêner
distribuídos em 31 famílias. As famílias que mais se destacaram em riqueza de
espécie foram: Fabaceae (9); Vochysiaceae (6); e Malpighiaceae (5). Essas três
famílias representam cerca de 36,36% do total das espécies encontradas na área. As
demais famíliasas apresentam duas ou uma espécie cada. A comunidade estudada
apresentou diversidade florística com Índice de Shannon-Weaner
Shannon Weaner estimado em 3,30
nats/indivíduo, caracterizando alta diversidade de espécies na área. A equabilidade de
pielou (J’) resultou em 0,88,
0,88, indicando distribuição mais uniforme do número de
indivíduos em relação ao número de espécies.

Para a Mata de Galeria do córrego foram encontradas 39 espécies arbóreas


pertencentes
centes a 29 famílias botânicas. Myrtaceae (4) e Lauraceae (3) foram as famílias
que contribuíram com maior riqueza de espécies. Mais de 70% das famílias foram
representadas por apenas uma espécie.

De acordo com o levantamento realizado,


realizado verificou-se
se que a densidade absoluta do
Cerrado sentido
entido restrito na região é de 465 ind/ha. A área total, passível
pass de
regularização do Setor Habitacional Ponte de Terra é de 786,52 ha. Dessa forma, uma
das opções de atendimento ao Decreto n° 14.783/1993 é a realização do plantio de
10.971.954,00(dez milhões
ões novecentos e setenta e um mil e novecentos e cinquenta e
quatro) mudas de espécies nativas.

Para a avaliação da fauna, foram realizadas sete expedições de campo para coleta de
dados primários, que se concentraram nos principais habitats da área antropizadada
antropi
do SHPT e nas APMs Ponte de Terra e Olho D’Água.

Durante as amostragens de campo, foram registradas como de ocorrência na área de


influência direta (AID): 23 espécies de anfíbios e 27 de répteis,
répteis totalizando 50 espécies
da herpetofauna, sendo a maioria
maioria registrada como de provável ocorrência. Para a
avifauna, registrou-se um total de 80 espécies,
espécies o que corresponde a aproximadamente
28% do total de 281 espécies esperadas para toda a região de estudo, distribuídas em
38 famílias, sendo Tyrannidae (com 11 11 espécies) e Emberezidae, Trochilidae e
Columbidae, todas com cinco espécies, as mais representativas. Em relação aos
mamíferos foram consideradas 32 espécies, sendo 21 de pequenos mamíferos
(pequenos roedores, marsupiais, morcegos e lagomorfos) e 11 espécies
espécies de grandes e
médios mamíferos.

A região não apresentou nenhuma espécie pertencente à lista da fauna brasileira


ameaçada de extinção (MMA, 2003 e 2008)) e apenas duas espécies de aves
endêmicas do bioma Cerrado: o soldadinho (Antilophia galeata)) e o pula-pula-de-
pul
sobrancelhas (Basileuterus
Basileuterus leucophrys).
leucophrys Entretanto, foram registradas 14 (quatorze)
espécies cinegéticas, sendo uma espécie de réptil, 02 (duas) de anfíbios, 04 (quatro)
de mamíferos e 07 (sete) de aves, além de 16 (dezesseis) espécies que são utilizadas
ut
com xerimbabo, sendo a maior parte pertencente ao grupo das aves.

A avaliação socioeconômica foi constituída a partir de investigação exploratória de


abordagem mista (qualitativa e quantitativa). Utilizaram-se
Utilizaram se elementos quantitativos
para algumas questões, como por exemplo, faixa etária, rendimento, tamanho do
núcleo familiar e elementos qualitativos com questões abertas sobre a percepção dos
moradores a respeito de seu setor residencial.
112

Este estudo caracteriza a população do


d SHPT dentro de relativa
iva homogeneidade em
termos de perfil socioeconômico. No geral, são pessoas de escolaridade mais elevada
do que a observada na RA do Gama, com faixa de renda superior ao perfil dessa
Região Administrativa. À exceção da telefonia e da energia elétrica, a maioria
considera difícil o acesso aos equipamentos públicos e infraestrutura de transporte.
Quanto à percepção ambiental, os moradores do SHPT revelaram ram que ainda há
necessidade de esclarecimento sobre questões questões relacionadas à natureza,
principalmente no que se refere ao conhecimento de preservação de mananciais, usos
da água e proteção ambiental, dada a proximidade de APM na região.

Do ponto de vista urbanístico,


urbanístico observa-se haver relação direta entre hierarquia
hierarq e
demanda do sistema viário. A diferenciação na hierarquia visa à economia do espaço
e relaciona-se
se com as características do tráfego, do transporte coletivo e do uso do
solo das diversas áreas de uma cidade, serve de acesso às edificações e orienta os
percursos dos usuários.

A rodovia DF-480
480 é a principal via expressa de ligação entre a cidade do Gama e o
Plano Piloto. A DF- 001 liga a área com as DF-480
DF a BR- 060 e as cidades do Gama,
Riacho Fundo II, Recanto das Emas e Samambaia e Santa Maria.Maria O acesso
aces ao Setor
se dá através das rodovias, uma situação que favorece a distribuição dos fluxos do
setor, muito embora a maioria desses acessos se dê de forma direta, ou seja, de vias
expressas, diretamente às vias coletoras, devido à inexistência de vias marginais
marg que
hierarquizem o sistema.

A malha viária interna se configura por grandes quarteirões de aproximadamente


380.000 m2, com ruas longas, com comprimento médio de 900 metros, de fraca
integração e conexão entre as partes, o que acarreta em dificuldade de circulação,
principalmente para os pedestres. Assim como acontece em quase todos os
parcelamentos irregulares, a repetição da dimensão das ruas não distingue as vias
principais, secundárias e locais o que também ocorre no cenário estudado. A estrutura
hierárquica
ierárquica é favorecida apenas pela presença de pavimentação, mesmo que precária
e sem drenagem.

O dimensionamento das vias internas não apresenta diferenciação


diferenciação relativa à
hierarquia.. Em algumas vias,
vias o espaço existente acomoda apenas os postes e não
atendee a necessidade de circulação dos pedestres,
pedestres obrigando-os
os a caminhar nas
faixas de rolamento dos veículos.
veículos

Quanto ao uso urbano, a ocupação apresenta-se


apresenta se dispersa em grande parte da área e
é constituída em sua maioria por pequenos condomínios de uso residencial
residen unifamiliar.
A maior concentração de condomínios horizontais localiza-se
localiza se ao longo da Avenida São
Francisco. Quase todos estes condomínios possuem o mesmo traçado: uma rua
central com apenas um acesso e os lotes com tamanho médio de 800,00 m2, m
distribuídos nas laterais.

Nos lotes já ocupados as construções não possuem nenhum padrão de afastamento


frontal e lateral ou de gabarito. Muitas construções não possuem afastamento frontal o
que cria situações de desconforto visual e dificulta melhorias no dimensionamento
dimens da
via e das calçadas principalmente no caso de vias de pequenas dimensões. No geral,
geral
as construções possuem bom padrão construtivo.

A densidade média da área da poligonal de estudo é de cerca de 5,7 habitantes por


hectare, o que ainda pode ser considerada
considerada como uma ocupação de caráter rural. Não
113

existe nenhum equipamento público na área do parcelamento. Tal circunstância é


amenizada pela proximidade com a cidade do Gama e com a cidade de Riacho Fundo
II, que possuem uma estrutura de equipamentos consolidada,
consolidada, embora já saturada pela
demanda existente
istente nas cidades do entorno

O abastecimento de água do SHPT é realizado pelo manancial subterrâneo. O


esgotamento sanitário é realizado por fossas. A área não possui sistema de drenagem
pluvial tradicional ou
u alternativo (infiltração,
(infi telhados verdes etc.). Quanto
Quant aos serviços
de coleta e disposição de resíduos,
resíduos são inexistentes ou não o funcionam de maneira
adequada. Os resíduos acumulam-se
acumulam se nas vias públicas ou áreas desocupadas. Além
dos problemas sanitários e estéticos resultantes desse acúmulo, claramente
percebidos, a ocorrência de chuvas pode provocar o carregamento dos resíduos para
o sistema de drenagem natural, provocando sua obstrução, afetando seu
funcionamento e contribuindoindo para a degradação da qualidadeidade das águas pluviais e,
consequentemente, dos cursos d’água para os quais são encaminhadas.

Em relação à energia elétrica, existem interferências


erferências com unidades da CEB. Em
reunião realizada nesta concessionária, foi informado que a rede de alta tensão
existente no SHPT é de propriedade da Companhia Energética de Estado – CELG. Foi
enviada carta consulta a essa concessionária sobre a necessidade de manutenção
manuten de
faixa de domínio para a linha de alta tensão,
tensão que interfere diretamente com a área em
estudo. Entretanto,
ntretanto, até a presente data, a resposta a este documento ainda não foi
recebida.

O prognóstico ambiental realizado neste estudo considerou três cenários de ocupação:

• Cenário 1 - Hipótese de desconstituição da área e remoção dos moradores.


• Cenário 2 - Cenário de não regularização. Correspondente à suspensão de
todas as ações governamentais de regularização em curso e à permanência da
situação atual em relação às formas de ocupação presentes no SHPT.
• Cenário 3 - Alternativa
lternativa de regularização.
regularização
Após apresentação
tação e justificativa de todos os cenário, a equipe técnica de realização
dos estudos optou pelo Cenário 3. Este cenário leva em consideração a situação atual
da ocupação urbana, tanto do ponto de vista de sua consolidação,
consolidação quanto das
iniciativas governamentais
ntais no sentido da regularização fundiária e da implementação
impl
de melhorias urbanas.

A regularização urbana prevista neste cenário adota intervenções urbanas criteriosas.


criteriosas
Buscando conciliar a regularização do Setor,
Setor a proposta ajusta as áreas urbanas já
ocupadas
upadas com as novas áreas,
áreas de acordo com a legislação, tanto ambiental quanto
urbanística, de modo a preservar os recursos naturais, recuperar parte daqueles já
impactados e suprir a área de infraestrutura e oferta de equipamentos coletivos, tanto
públicos quanto privados, numa situação que provocará sensíveis melhoras na
qualidade de vida da população.
população

De acordo com o Plano de Uso e Ocupação proposto, estima-se


estima se um quantitativo
populacional de 20.932 habitantes. (conforme o total de unidades residenciais
previstas,
evistas, utilizando o índice de 3,58 habitantes/unidade habitacional da
CODEPLAN/Gama 2011). ). Este número de habitantes dividido do pela área do
empreendimento (786,52 hectares)
hectares determina uma densidade média não superior a 27
hab/ha, inferior ao valor máximo previsto
p pelo PDOT.
114

De modo a minimizar os impactos nas Áreas de Proteção de Manancial, o plano previu


um escalonamento dessa densidade, considerando três faixas de ocupação. Tal
diferenciação encontra amparo no PDOT/2009,
PDOT/2009 que de acordo com o art. 39, em seu
se
parágrafo único prevê que: “a “a densidade demográfica definida para cada porção
territorial poderá variar dentro de uma mesma porção, desde que seja preservado
como média o valor de referência estipulado neste artigo e que sejam observados os
condicionantes ambientais”.”.

A condicionante ambiental avaliada, considerando que a área está situada sobre


importante aquífero subterrâneo, foi a permeabilidade e sua interferência na recarga
do aquífero. Os resultados apresentados mostraram haver perda de recarga dos
aquíferos da ordem de 27,85 % para a APM Ponte de Terra e 11,4% para a APM Olho
D Água. Este impacto poderá ser atenuado pela incorporação, nos projetos das
edificações, de sistemas para a recarga artificial (caixas de recarga), visando à
infiltração induzida das águas pluviais para os aquíferos, e sempre que possível, em
volumes equivalentes aos que serão diminuídos pela impermeabilização
impermeabilização do terreno.

Desta forma, após a identificação de todos os danos já causados e definidas as


soluções cabíveis e possíveis à recuperação dos mesmos,
mesmos caberá ao Poder Público a
implantação dessas obras,, por se tratar de utilidade pública, e evitar assim que a área
em questão seja ainda mais degradada com a falta saneamento ambiental, de
infraestrutura, de fiscalização e de outras intervenções do poder público. Nestas
áreas, pretende-se, com a regularização,
regularização com a implantação de urbanismo e
conscientização
tização da população, melhorar a qualidade ambiental e as condições de vida
da população.
115

9 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
GEO LÓGICA, 2012. EIA. Setor Habitacional Ponte de Terra. TERRACAP/DF.
BRASÍLIA 2012.

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