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INSTITUTO SUPERIOR DE ESTUDOS DE DESENVOLVIMENTO LOCAL

CURSO DE ENFERMAGEM EM SAUDE MATERNO-INFANTIL

Trabalho de Introdução de Linguas Bantu I

TEMA: CONSOANTES DAS LINGUAS BANTU

Discente: Elisete Basílio Docente: dra. Sara Bambo

MANHIÇA
2020
ACTIVIDADE 1

FICHA DE LEITURA
Referências Armindo Ngunga e Madalena Citia Simbine
bibliográficas
Gramática Descritiva da Língua Changana

Colecção: As Nossas Línguas V Centro De Estudos


Africanos (CEA) – UEM Maputo 2012

Breve resumo FALA DE CONSOANTES EM LINGUAS BANTU


Transcrições de De acordo com Ngunga & Simbine (2012) as consoantes
citações mais são produzidas com o ar que, saindo de um determinado
importantes ponto (fonte) do aparelho fonador, sofre algum tipo de
“ obstrução ao longo do seu percurso. Esta fonte de ar pode
ser a boca, as fossas nasais, a faringe, a glote, os pulmões.
Em Changana, as consoantes podem sofrer pelo menos
uma das três principais modificações, a saber: pré-
nasalização, labialização e/ou velarização e
palatalização. Tratemos de cada uma delas
individualmente.

A pré-nasalização: a pré-nasalização em Changana pode


resultar de processos fonológicos.

A labialização/velarização: Muitas vezes a produção das


consoantes, tanto nasais como orais, pode ser feita com um
ligeiro arredondamento dos lábios e/ou uma ligeira
constrição velar. Este fenómeno chama-se labialização (se
as consoantes em causa forem não-labiais) ou velarização
(se as consoantes em causa forem labiais). Em ortografia
corrente este fenómeno é representado por um w.

Aspirantização: Em algumas variantes desta língua, as


consoantes lábio-velares vozeadas seguidas de vogais
arredondadas, podem realizar-se como africadas lábio-
velares quando em determinados contextos derivados.

Aspiração: Fenómeno que acontece quando, na produção de


uma consoante oclusiva ou africada, o volume do ar proveniente
dos pulmões continua a libertar-se continuamente após a
explosão inicial
Comentário pessoal Torna imprescindível ler esta obra, pois que dela pode-se
aprender o comportamento das consoantes em língua
bantu, em especial Xichangana

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ACTIVIDADE 2

QUESTÃO 1: APRESENTA O CONCEITO DE CONSOANTES

Em fonética, consoante é qualquer fonema caracterizado por alguma obstrução ou constrição em


um ou mais pontos do tracto vocal. Deriva do latim consonante, que significa literalmente "soante
+ com = consoante", que descreve outra característica das consoantes: elas não podem aparecer
sozinhas numa sílaba, pois devem estar acompanhadas de pelo menos uma vogal. Essa
característica, no entanto, não é válida para todos os sons atualmente classificados como
consoantes.

De acordo com Ngunga & Simbine (2012) as consoantes são produzidas com o ar que, saindo de
um determinado ponto (fonte) do aparelho fonador, sofre algum tipo de obstrução ao longo do
seu percurso. Esta fonte de ar pode ser a boca, as fossas nasais, a faringe, a glote, os pulmões.

QUESTÃO 2: QUANTAS CONSOANTES EXISTEM NAS LINGUAS BANTU?

O numero de consoantes nas línguas bantu, varia de língua para língua, dado que, línguas bantu
formam um ramo do grupo benue-congolês da família linguística nígero-congolesa, com mais de
600 línguas.

Por exemplo, a lingua Kimwani e Xichangana apresentam 22 sons consonânticos.

QUESTÃO 3: FAÇA UM COMENTÁRIO SOBRE AS CONSOANTES DE CHANGANE

a) Tabela de consoantes

L. Glot
Modo/lugar Labial Alveolar Retrofl. A.palatal Palatal L.velar Velar
Dental al
Oclusiva P- b t -d c- j k- g
Implosiva b’ d’ q -gq
Nasal m n ny n’-n’q
Africada Ps - bz Pf - bv Ts – dz
Fricativa F - vh S -z Sv - zv X - xj h
Lateral Hl -lh Tl - dl
Lateral l

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aproxi.
Vibrante r
Aproximan
V y w
te
b) Consoantes especiais e/ou marginais
i. As implosivas [b] e [d] escrevem-se b’ e d’, respectivamente, para se distinguirem das
oclusivas [b] e [d], que se escrevem b e d, respectivamente. Exemplo: b’ava ‘pai’;
kubava ‘ser amargo’; d’okomela ‘fruto’ e faduku ‘lenço’
ii. A fricativa lábio-dental vozeada [v] escreve-se vh para se distinguir da aproximante lábio-
dental que se deve escrever v. Exemplo: movha ‘carro’; cf. mova ‘cana-doce’;
kuvhamba ‘ter o hábito de’; e cf. kuvamba ‘esticar’
iii. Os grafemas sv e zv, representam, respectivamente, as fricativas lábio-alveolares [s] e [z],
sendo a última muito rara no Xichangana. Exemplo: kusveka ‘cozinhar’ Mazvaya
(nome próprio)
iv. A fricativa palatal [z] muito rara em Xichangana, ocorrendo, sobretudo, em empréstimos
e ideofones. Escreve-se xj para se diferenciar da oclusiva [d], que se grafará j. xjaradi
‘jardim’ kuxjiii (ideofone = fazer calor) Jaha rijahile ‘o rapaz está apressado’
v. Os cliques velar não-vozeado [!], velar vozeado [g!] e velar nasal [!] grafar-se-ão,
respectivamente, como q, gq e n’q. Estes sons são raros nesta língua, ocorrendo em
empréstimos de línguas vizinhas. (7) xiqamelo ‘almofada’ n’gqhondho ‘juízo’ n’qolo
‘carroça’.

c) Modificação de consoantes
 Pré-nasalização

As consoantes b, f, p e v e as combinações por elas iniciadas são prénasalizadas com m e as


restantes com n.

a) mbuti - ‘cabrito’

mpfumu - ‘reino, governo’

b) ndota - ‘homem ancião’

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ndzeni - ‘na barriga’

 Aspiração

A aspiração marca-se com h. Exemplo: k/kh kukala ‘andar desaparecido’/’ser raro’ kukhala
‘protestar’/’reclamar’

 Labialização

A labialização marca-se com w. (11) kutwala ‘ouvir-se’ cf. kutala ‘encher-se’

 Africatização

A fricatização marca-se com z ou com s, conforme a qualidade da consoante afectada, para se


distinguir da palatalização com que, em certos casos, está em variação livre e que se marca
com y. Exemplo: a. b > by/bz

kubala ‘escrever’ kubzala ‘semear’ b. p > py/pz kupala ‘vencer’ kupyanya/kupsanya


‘pisar’

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