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Capítulo 2

Estática dos Corpos


Rígidos

2.1 Definições

2.1.1  Vetores Posição e Deslocamento


O vetor posição ®
r de um ponto P pode ser escrito em função das coorde-
nadas desse ponto. Evidentemente o módulo desse vetor representa a distân-
cia entre a origem do sistema coordenado e o ponto P. Para expressar ®r em
componentes cartesianas, podemos escrever que (figura 2.1):

r = x^
®
x + y^
y + z^
z (2.1)

FIGURA 2.1  Vetor posição.

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64   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

O vetor que vai de um ponto (1) no espaço a outro ponto (2) qualquer é
chamado de vetor deslocamento do ponto (1) ao ponto (2) e é frequentemente
denominado por  ® ®
r  . Observando a figura 2.2, podemos expressar   em
r função
dos vetores posição de (1) e (2).

FIGURA 2.2  Vetor deslocamento.

®
r ®
  = r1 = (x2 – x1)^
r2 – ® x + (y2 – y1)^
y + (z2 – z1)^
z (2.1a)

2.1.2  Momento de uma Força com Relação a um Ponto


O momento de uma força com relação a um ponto A (figura 2.3) é um
®
vetor M, cujo módulo é igual ao produto do módulo da força pela distância
perpendicular desse ponto até a linha de ação da força. E a direção deste
vetor é perpendicular ao plano formado pelo ponto e a força. O sentido do
momento é determinado pelo sentido de um saca-rolha de rosca direita.

FIGURA 2.3  Momento de uma força.

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CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   65

®
Se a força F for decomposta em duas componentes (figura 2.4) tal que
todos os três vetores e o ponto A estejam no mesmo plano, a soma dos mo-
mentos das componentes é igual ao momento da resultante. Isto já foi mos-
trado na Física como Teorema de Varignon, ou seja:
® ® ®
|F| d = |F1| d1 + |F2| d2 (2.2)

FIGURA 2.4  Teorema de Varignon.

®
Este conceito de momento de uma força F com relação a um ponto A
pode ser expresso pelo produto vetorial abaixo (figura 2.5).
® ®
M=®
r × F (2.2a)

FIGURA 2.5  Momento de uma força com relação a um ponto.

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66   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

®
Sabemos do Cálculo Vetorial que |® r × F| = rFsenα = Fd. Portanto, am-
® ®
bas definições, elementar e vetorial, dão a mesma direção para M. Então, M
®
é perpendicular ao plano formado por ® r e F.
O Teorema de Varignon é automático, porque o produto vetorial é uma
operação distributiva. Trabalhando com as componentes retangulares de ® r
®
e F, também podemos separar o momento em suas componentes cartesianas
(figura 2.6).

FIGURA 2.6  Decomposição do momento em componentes.

Momento devido a Fx:


®
r × Fx = (x^
®
x + y^
y + z^ x) = –Fxy^
z) × (Fx^ z + Fxz^
y

Momento devido a Fy:


®
®
r × Fy = (x^
x + y^
y + z^ y) = Fyx^
z) × (Fy^ z – Fyz^
x

Momento devido a Fz:


®
r × Fz = (x^
®
x + y^
y + z^ z) = –Fzx^
z) × (Fz^ y + Fzy^
x
®
Escrevemos agora M na forma vetorial:
®
M = (Fzy – Fyz)^
x + (Fxz – Fzx)^
y + (Fyx – Fxy)^
z (2.3)

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CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   67

logo, as componentes retangulares do momento serão:


Mx = Fzy – Fyz (1)

14243
My = Fxz – Fzx (2) (2.4)
Mz = Fyx – Fxy (3)

Notas:
(a) O vetor ®
r vai do ponto em que pretendemos calcular o momento até qual-
® ®
quer ponto da linha de ação F. Isso se deve à transmissibilidade de F ao
longo de sua linha de ação (capítulo anterior).
(b) O momento na forma de produto vetorial dos vetores:

r rx^
®
  = x + ry^
y + rz^
z
e
®
F = Fx^
x + Fy^
y + Fz^
z

pode também ser escrito como um determinante:

|^x     ^ z |
y     ^
| |
® ®
r × F = || rx   ry  rz ||
M=® (2.5)
| |
| Fx  Fy  Fz |

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68   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

► EXEMPLO 1: A cantoneira mostrada na figura 2.7 é soldada em uma


viga I para suportar uma força de 4 500 kgf, aplicada paralelamente ao eixo
da viga (z), e uma força de 2 500 kgf aplicada no plano pertencente a face
final da viga (xy). Para analisar a resistência da viga é necessário calcular o
momento dessas forças com relação ao ponto O. Determine o momento na
forma vetorial.

FIGURA 2.7

Solução: Determinamos primeiramente as coordenadas dos pontos A, B e O.

A (–10, –35,0), B (10, –35,0) e O (0,0,0)

O problema pede para calcularmos:


® ®
Mo = S(®
r × F) (1)

Os vetores posição serão portanto:

®
rA = –10^
x – 35^ rB = 10^
ye® x – 35^
y

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CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   69

E os vetores força:
®
FA = –4 500^
z
_
®
FB = 2 500 cos30 x – 2 500 sen30 y = 1 250 ( 3 ^
^o o^
x–^
z) Ö
Utilizando a expressão (1)
® ® ®
Mo = ®
rA × FA + ®
rB × FB

| ^x ^
y ^
z| | ^x ^
y z|
^
| | | |
| 0 || + || 10 0 || · 1 250
®
Mo = | –10 –35 _ –35
| | | |
| 0 0 –4 500 | | 3 Ö –1 0|

Resolvendo, temos:
®
Mo = 157 500^
x – 45 000^
y + 63 277^
z kgf · cm

2.1.3  Momento de uma Força sobre um Eixo


®
Para calcular o momento de uma força F sobre um eixo λ (figura 2.8),
®
nós passamos um plano por um ponto P pertencente à linha de ação de F, e
®
que seja perpendicular a λ. A força F é então projetada a formar uma com-
®
ponente F//λ paralela a λ (e então perpendicular ao plano a) como mostra a
® ®
figura 2.8. A interseção do plano a com o plano das forças F//λ e F, dá uma
®
direção CC ao longo da qual a outra componente retangular de F denotada
® ®
por F^λ possa ser projetada. O momento F sobre a linha λ é então definido
®
como o momento da componente F^λ sobre λ, ou seja, recaímos num problema
coplanar discutido anteriormente. Então, de acordo com a definição, a com-
®
ponente F^λ, não contribui no momento com relação a λ, e podemos escrever:
®
Ml = (F^l) · (d) = |F| (cosa) · (d)

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70   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

FIGURA 2.8  Momento de uma força sobre um eixo.

Embora esta grandeza esteja associada com um eixo particular, que tem
uma direção distinta, ela é uma escalar. A situação é idêntica àquela das
componentes escalares, rx, Fx, Mx, que são associadas com um eixo particular,
ou seja, o eixo x.
Fisicamente, o momento de uma força com relação a um eixo é a tendên-
cia de giro dessa força com relação ao eixo. Observemos a situação da figura
2.9, que mostra uma tubulação espacial livre em A e engastada na parede
(plano xz).

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CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   71

FIGURA 2.9  Tubulação espacial.

®
Na extremidade A é aplicada uma força F = Fx^
x + Fy^
y + Fz^
z. Já mos-
tramos anteriormente (2.3), que:
® ®
r × F = (Fzy – Fyz)^
Mo = ® x + (Fxz – Fzx)^
y + (Fyx – Fxy)^
z

ou
®
Mo = Mx^
x + My^
y + Mz^
z

Notemos então que o momento sobre o eixo x é: Mx = Fzy – Fyz.


Este mesmo resultado pode ser obtido se projetarmos o momento com
relação a O sobre o eixo x. Para isso usaremos o conceito de produto escalar,
ou seja:
®
Mx = Mo · ^
x

Dessa maneira, podemos generalizar esse conceito para determinar o mo-


®
mento de uma força F com relação a um eixo λ. Observemos agora a figura 2.10.

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72   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

FIGURA 2.10  Momento com relação a um eixo.

Nesta figura temos um eixo λ perpendicular a um plano A. A linha de


®
ação de uma força F (que não pertence a esse plano A) intercepta o plano A
®
no ponto B. Nosso objetivo é determinar o momento da força F sobre o eixo
®
λ, ou seja, a tendência que a força F tem em girar o plano A em torno de λ.
®
Calculemos então o momento de F com relação ao ponto A (interseção de λ
com o plano A):
® ®
MA = ®
rp × F

onde: ®rp é um vetor que vai de A a qualquer ponto P da linha de ação da


®
força. Projetamos então o momento MA sobre o eixo λ.
®
Mλ = MA · λ

Para transformarmos esse escalar num vetor, utilizamos novamente o


unitário da direção λ, e teremos finalmente:
® ®
Mλ = (MA · ^λ  )^λ (2.6)

ou ainda

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CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   73

® ®
rp × F · ^λ  )^λ
M = (® (2.6a)

Se voltarmos ao cálculo vetorial, lembraremos que a expressão entre pa-


rênteses da equação (2.6a) é um produto misto, que pode ser calculado por
um determinante (2.6b).

| r r r |
| x y z |
® | F F F |
M=| x y z | (λx^
x + λy^
y + λz^
x)
| | (2.6b)
| λx λy λz |

Concluímos então que: “O momento de uma força sobre um eixo é igual


a componente vetorial na direção do eixo, do vetor momento tomado sobre
qualquer ponto ao longo desse eixo”.

►  EXEMPLO 2: Uma placa retangular mostrada na figura 2.11, de 2,5 × 6 m,


®
tem uma aresta situada segundo o eixo x. Uma força P de 1 400 kgf de in-
®
tensidade é aplicada na placa em C. Determinar o momento de P em relação:
a) ao eixo y;
b) a diagonal DA.

FIGURA 2.11

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74   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

Solução: Cálculos preliminares:


®
Vamos escrever primeiramente o vetor P.
®
CE
P = P C^E = P ___
®
®
|C E   |

Note que:
®
C E = 3^
x + 6^
y – 2^
z
®
|C E| = 7
Logo:
æ 3^
x + 6^
y – 2^

P = 1 400 ç __________ ç
®

è 7 è
®
P = 200 (3^
x + 6^
y – 2^
z)

a) Momento com relação a y:

Devemos escrever um vetor que vai de qualquer ponto do eixo y a qual-


® ®
quer ponto da linha de ação de P. Tomemos então F E = 6^
x.
®
Calculemos o momento de P com relação a F.
® ® ®
MF = F E × P = 6^
x · [200 (3^
x + 6^
y – 2^
z]
® ® ®
MF = 200 [36^
z + 12^
y] e My = (MF · ^
y)^
y
®
My = 200 · 12^
y
®
My = 2 400^
y kgf · m

b) Momento com relação a diagonal DA:

MDA = (MA.D^A) D^A


® ®

® ® ®
MA = A E × P

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CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   75

Então:

MDA = (A E × P · D^A) D^A


® ® ®

Onde:
®
A E = 4,5^
y
®
DA 6^
x + 1,5^
y – 2^
z
D^A = ___
® = ___________
|D A   | 6,5

Usando o produto misto:

| 0 4,5 0 |
| | ^
200 | | (6 x + 1,5^
y – 2^
____________ z)
= ___
®
MDA 3
| 6 –2 |
6,5 | | 6,5
6
| 1,5 –2 |

Donde:
®
MDA = –767^
x – 192^
y + 256^
z
ou

|M |
DA = 831 kgf · m

►  EXEMPLO 3: Determinar o módulo do momento da força F = 100 kgf,


com relação a linha CD, conforme figura 2.12.

FIGURA 2.12

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76   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

Solução: Usando o produto misto:

MCD = (C A × F) · C^D
® ®

®
CD
___ 9^
x – 2^
y – 5^
__________ z
C^D = ® = ___
|C D   |
Ö
110

900^
x + 500^
y + 200^
z
F = F · A^B = ________________
®
___
Ö 110
®
|C A| = –2^
y – 5^
z

Portanto:

| 0 –2 –5 |
| |
1 |
MCD = ___ 900 500 200 || = 171,8
110 || |
| 9 –2 –5 |

MCD = 171,8 kgf · m

Nota:
O conceito de produto escalar usado para projetar momento também pode
ser usado para projetar forças; vejamos os exemplos a seguir:

►  EXEMPLO 4: Utilizando os dados e a figura do exemplo 3, determinar o


®
módulo da componente de F sobre a linha CD.

Solução: Usando o produto escalar.

FCD = F · C^D
®

æ 900^
x + 500^ z æ æ __________
y + 200^ 9^
x – 2^
y – 5^

FCD = ç________________
___ ç·ç ___ ç
è
Ö110 è è
Ö
110 è

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CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   77

1
FCD = ___ (8 100 – 1 000 – 1 000)
110

FCD = 5,5 kgf

►  EXEMPLO 5: A corrente AB (figura 2.13) segura a porta na posição mos-


trada. Se a tensão T na corrente tem uma componente em z igual a 600 kgf,
determine a componente em x de T.

FIGURA 2.13

Solução: Temos que:

B (0, 0, 30)

A (Ax, Ay, 60)

Porém:

Ay = –(40 – 40 · cos60o) = –20

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78   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

Ax = 40 · cos30o = 34,6
®
BA 34,6^
x – 20^y + 30^
z
B^A = ___
® = ______________
|B A   | 50

B^A = 0,69^
x – 0,40^
y + 0,60^
z

T = T.B^A = T (0,69^
®
x – 0,40^
y + 0,60^
z)

Porém, sabemos que:


®
Tx = T · ^
x = T · 0,69 (1)
®
Tz = T · ^
z = T · 0,60 (2)

(1) ÷ (2), vem:

Tx
__ 0,69 0,69
= ___ \ Tx = ___ · Tz
Tz 0,60 0,60

0,69
Tx = ___ · 600
0,60

Tx = 690 kgf

2.1.4  O Conjugado e Momento-Conjugado


O conjugado é formado por duas forças paralelas que têm sentidos opos-
tos (figura 2.14), e sobre um corpo rígido ele tem somente o efeito de giro.
Esta ação de giro é dada quantitativamente pelo momento das forças sobre
um ponto ou linha (como estudo feito na seção anterior).

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CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   79

FIGURA 2.14 Conjugado.

Seja calcularmos o momento do conjugado sobre a origem. Os vetores


posição estão desenhados na figura 2.15, para os pontos A e B pertencentes
às linhas de ação das forças. Somando os momentos das duas forças, vem:
® ® ®
M=®
r1 × F + ®
r2 × (–F)
® ®
M = (®
r1 – ®
r2) × F (2.7)

FIGURA 2.15 Conjugado.

Vimos que (®r1 – ®


r2) é o vetor deslocamento entre os pontos A e B, e se
chamarmos este vetor por ® r, teremos a fórmula abaixo:
® ®
M=®
r × F (2.8)

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80   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

Desde que ®r esteja no plano do conjugado, é claro que, pela definição


®
de produto vetorial, M está na direção normal ao plano. O sentido neste caso
pode ser visto na figura 2.16.

FIGURA 2.16 Conjugado.

®
Como o sentido e direção de M são dados pelo produto vetorial, o mó-
dulo desse conjugado será:
® ® ® ®
|M| = |®
r × F| = |®
r| · |F| senq = |F| · |d| (2.9)

Observemos na figura 2.17 que d é a distância entre as linhas de ação


das duas forças:

FIGURA 2.17  Módulo do conjugado.

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CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   81

Resumindo, podemos concluir que o momento de um conjugado é um ve-


tor com direção normal ao plano do conjugado e com sentido dado pela “regra
da mão direita”. O módulo do conjugado é igual ao produto do módulo da
força pela distância perpendicular entre as forças.

2.1.5  O Momento-Conjugado como um Vetor Livre


Escolhemos uma outra origem arbitrária O¢, para calcularmos o momen-
to-conjugado das forças mostradas na figura 2.18. Observamos, portanto, que
obteremos para essa nova origem o mesmo momento. Para entendermos isto,
note que embora os vetores posição de A e B foram mudados conforme O¢, a
diferença entre esses vetores ®
r não mudou, e podemos realmente observar que
® ®
o momento continua M = ® r × F.

FIGURA 2.18  Conjugado como vetor livre.

Concluímos então que “o conjugado tem o mesmo momento para qual-


quer ponto no espaço”. A linha de ação da representação vetorial desse vetor
tem pouca significação, ou seja, o momento-conjugado é um “vetor livre”.
Desde que não mudemos o seu módulo, sentido e direção, podemos deslocá-lo
no espaço, que manteremos o seu efeito de giro. Para identificarmos melhor
®
esse momento, usaremos C para representá-lo ao longo do texto.

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82   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

®
►  EXEMPLO 6: Uma força F1 = 10^
x + 6^
y + 3^
z age na posição (3, 0, 2).
®
No ponto (0, 2, –3) age uma força igual e oposta –F1.
a) Qual é o momento-conjugado?
b) Quais são os cossenos diretores da normal ao plano do conjugado?
c) Qual é a distância perpendicular entre essas forças?

Solução: Escrevamos os vetores posição:

rA = 3^
®
x + 2^
z e rB = 2^
®
y – 3^
z

O vetor deslocamento será:

®
r=® rB = 3^
rA – ® x – 2^
y + 5^
z

E as forças:
® ®
F1 = 10^
x + 6^
y + 3^
z e –F1 = –10^
x – 6^
y – 3^
z

a) Momento-conjugado

| x
^ ^
y z|
^
| |
® | ®
C=®
r × F1 = 3
| –2 5 || = –36^
x + 41^
y + 38^
z
| |
10
| 6 3|

®
C = –36^
x + 41^
y + 38^
z

ou em módulo:

_________________
®
Ö
|C| = (–36)2 + (41)2 + (38)2 = 66,49

b) Cossenos diretores da direção normal ao plano do conjugado


^, pois C
Basta calcularmos o vetor unitário C
  
®
é normal ao plano do par
de forças.

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CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   83

®
C
^ = __ –36^
x + 41^y + 38^
______________ z
C ® =
|C| 66,49

^ = –0,54^
C x + 0,62^
y + 0,57^
z

Portanto:

cosqx = –0,54
cosqy = 0,62
cosqz = 0,57

c) Distância perpendicular entre essas forças

Temos que:
®
® ® |C|
__
|C| = |F| d; logo: d = ®
|F|
__________
®
Ö
|F| = 102 + 62 + 32 = 12,04

66,49
d = ____ = 5,52
12,04

d = 5,52 (µ · C)

2.1.6 Soma e Subtração de Conjugados


A adição e subtração de conjugados significam a adição e subtração dos
momentos dos conjugados, pelas razões discutidas no item anterior. Desde
que os momentos-conjugados sejam vetores livres, podemos sempre arranjá-los
como um sistema de vetores concorrentes, que aprendemos a somá-los no capí-
tulo 1. Vamos ilustrar somando os dois conjugados da figura 2.19.

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84   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

FIGURA 2.19  Soma de conjugados.

Cada um dos conjugados é representado por um vetor conjugado, per-


pendicular ao plano do mesmo. O sentido de cada vetor é obtido pela aplica-
ção da regra da mão direita e, por conveniência, ambos os vetores conjugados
são aplicados na origem.
O conjugado resultante ou equivalente aos dois conjugados será represen-
tado pelo vetor soma (soma vetorial dos conjugados C, na figura 2.20). Como
no cálculo dos conjugados obtemos componentes vetoriais. Para realizar a
soma, simplesmente somamos os respectivos versores. A intensidade ou mó-
dulo desse vetor continua sendo calculada pela raiz da soma dos quadrados
das componentes.

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CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   85

FIGURA 2.20  Conjugado resultante.

As forças que geram os conjugados são:


®
F1 = –5 · cos60o^
y + 5 · sen60o^
z
®
F2 = 6^
x

Aplicando a equação (2.8) para cada par de forças (que vai gerar um
conjugado), e somando os vetores, temos:

| ^x ^
y ^z | | ^
x ^
y z|
^
| | | |
® ® ®
®
C =     ®
r 2 × F2 = || –6
r 1 × F1 +     0 0 || + || 0 –4 0 ||
| | | |
| 0 –2,5 4,33 | | 6 0 0|

® ®
C = 25,98^
y + 39^
z ou |C| = 46,86 kgf · m

Os cossenos diretores desses vetores serão:


®
C
__ 25,98^
y + 39^
__________ z
^
C = ® = = 0,55^
y + 0,83^
z
|C| 46,86
ou seja:

cosqy = 0,55 e cosqz = 0,83

02-Mecânica Geral Estática.indd 85 14/12/2017 14:52:14


86   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

e portanto:

qy = 56,3o e qz = 33,7o

O conjugado soma é um conjugado de momento C = 46,86 kgf · m, atu-


ante em um plano paralelo ao eixo x e que forma um ângulo de 33,7o com o
plano horizontal. O conjugado terá, por exemplo, o mesmo efeito das duas
forças na figura 2.21.

FIGURA 2.21  Conjugado resultante.

Em problemas coplanares, a notação que é comum para representar con-


jugado é a da figura 2.22.

FIGURA 2.22  Representação coplanar de conjugados.

02-Mecânica Geral Estática.indd 86 14/12/2017 14:52:14


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   87

® ®
►  EXEMPLO 7: Os vetores momentos C1 e C2 mostrados na figura 2.23
representam conjugados contidos nos planos ABC e ACD, respectivamente.
Supondo C1 = C2 = M:
a) Calcular o conjugado soma ou resultante.
b) Quais os ângulos que o vetor soma faz com os eixos coordenados?

FIGURA 2.23

Solução: Teremos para (a):


® ® ®
C = C1 + C2

e para (b):
®
C
^ = __ ^ ^ ^
C
  ® = cosqx x + cosqy y + cosqz z
|C|

® ®
Primeiramente precisamos escrever os vetores C1 e C2; para isso temos que
n1 e ^
determinar as direções ^ n2, normais aos planos ABC e ACD, respectivamente.

| x
^ ^
y ^z|
® ®
| |
® |
n1 = BC × BA = 6 0 0 || = 18^
y + 36^
z
|
| |
0
| 6 –3 |

02-Mecânica Geral Estática.indd 87 14/12/2017 14:52:14


88   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

®
n
__
n1 = ®1 = 0,447^
^ y + 0,894^
z
|n1|

| ^x ^
y z|
^
| |
® ® |
®
n2 = D A × D C = | –6 6 0 || = 18^
x + 18^
y
| |
| 0 0 3|

®
n
n2 = __
^
®
2
= 0,707^
x + 0,707^
y
|n2|

Portanto, podemos escrever que:


®
C1 = C1 ^
n1 = M ^
n1 = M (0,707^
y + 0,707^
z)
e
®
C2 = C2 ^
n2 = M ^
n2 = M (0,447^
x + 0,894^
y)

a) Conjugado soma:
® ® ®
C = C1 + C2
®
C = M (0,707^
x + 1,154^
y + 0,894^
z)

ou em módulo:
__________________
®
Ö
|C| = M 0,7072 + 1,1542 + 0,8942

C = 1,622 M [uf · m]

b) Ângulos com os eixos coordenados:


®
C
^ = __ ^
x + 1,154^y + 0,894^
M (0,707_________________
______ z)
C
  ® =
|C| M · 1,622

 ^ = 0,463^
C x + 0,711^
y + 0,551^
z

02-Mecânica Geral Estática.indd 88 14/12/2017 14:52:14


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   89

Então:

cosqx = 0,436; cosqy = 0,711 e cosqz = 0,551

e finalmente:

34241
qx = 64,2o
qy = 44,7o
qz = 56,6o

2.1.7  Componentes Escalares de um Momento-


Conjugado
Desde que o momento-conjugado é uma grandeza vetorial, ele deverá ter
componentes. Para ilustrar essa discussão, um momento-conjugado é mos-
trado na figura 2.24 ao longo de uma direção arbitrária. Podemos dizer que:
® ® ^ ^
CS = (C ·    
S ) (2.10)
S
® ®
onde |CS| é uma representação escalar da projeção de C sobre a linha S. Desde
®
que C é um vetor livre, os momentos sobre todas as linhas paralelas a um
dado conjunto são iguais.

FIGURA 2.24  Componente de um conjugado.

02-Mecânica Geral Estática.indd 89 14/12/2017 14:52:15


90   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

►  EXEMPLO 8: Forças iguais e opostas são dirigidas ao longo das diagonais


da face de um cubo (figura 2.25). Qual é o módulo da componente do momen-
to conjugado sobre a diagonal AD?

FIGURA 2.25

®
Solução: Primeiramente
®
devemos escrever F na forma vetorial, para de-
pois calcularmos C.
F = F F^B = 10 F^B
®

F^B =
3^
y –_3^
______ z
=
___2
(^y–^
z)
Ö
3 2 _ Ö2

®
F = 5 2 (^ y–^ Ö
z)
®
r = G F  = 3^
 ® x
portanto:
| x
^ ^
y ^y| _ _
| |
® ® ®
|
C = r × F = 3
| 0 Ö
0 || 5 2 = 5 2 (3^ Ö
y + 3^
z)
| |
0
| 1 –1 |
_
®
C = 15 Ö2 (^
y+^
z)

02-Mecânica Geral Estática.indd 90 14/12/2017 14:52:15


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   91

Queremos calcular
® ^
S = C · A^D
®
CS = C.  
Temos que:
_
AD
A^D = ___
®
®
–3^
x + 3^
= ________
+ 3^
y_____
z 3
= ___ (–^
x+^
y+^
z)
Ö
|A D   |
3 3 Ö 3

Finalmente:
_
_ _ _
CS
Ö3
= 15 Ö 2 ___ (–1 0 + 1 1 + 1 1) = 5 Ö 2 · Ö 3 .2
3
· · ·
_
CS = 10 Ö6 = 24,5

CS = 24,5 kgf · m

2.2 Sistemas de Forças Equivalentes

2.2.1 Equivalência de Sistemas de Forças – Condições


Necessárias e Suficientes
d
Usando a Lei de Newton do movimento, F = __ (m V), onde F é a força,
® ® ®

® dt
e (mV) é a quantidade de movimento, podemos comparar as capacidades de
sistemas de forças para produzirem movimentos. Na dinâmica temos a equação
d
M = __ (I  w ), onde M é o momento e (I  w ) é a quantidade de movimento angular
® ® ® ®
dt
do corpo. Usando esta equação, podemos comparar as capacidades dos sis-
temas de forças produzirem movimento de rotação. Consequentemente, as
condições necessárias e suficientes para dois sistemas de forças serem equiva-
lentes nesta capacidade serão:
1) Eles exercerem forças iguais sobre o corpo em qualquer direção para
empurrá-lo ou puxá-lo.
2) Eles terem momentos iguais sobre qualquer ponto para virar (ou gi-
rar) o corpo sobre o ponto.

02-Mecânica Geral Estática.indd 91 14/12/2017 14:52:15


92   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

Se tivermos n forças, e m conjugados em um sistema de forças, podemos


imaginar dois sistemas de forças designados por (I) e (II). As condições acima,
de equivalência de dois sistemas de forças podem ser expressas como segue:

n  n

S S (F )
® ®
(Fi)I = i II
(2.11)
i=1 i=1

n   m   n  m

S S S S (C )
® ® ® ®
[(Mi)P]I + (Ci)I = [(Mi)p]II + i II
(2.12)
i=1 i=1  i = 1 i=1

®
onde P designa qualquer ponto sobre o qual o momento é tomado, Mi é o
® ®
momento devido a Fi e Ci é o conjugado. Em geral, os valores de n ou m são
diferentes para os sistemas I e II. As equações (2.11) e (2.12) podem também
ser escritas como:

[ [ [ [
n n

S S (F )
® ®
(Fi) = i (2.13)
i=1 i=1
I II

n m n m

S [(®r × F ) ] S (C ) S [(®r × F ) ] S (C )
® ® ® ®
i i P I
+ i I
= i i P II
+ i II
(2.14)
i=1 i=1  i = 1  i = 1

Estas duas equações representam a condição necessária e suficiente para


dois sistemas de forças serem equivalentes.

►  EXEMPLO 9: Dados dois sistemas de forças:


®
(I) F1 = 5^
x + 10^y – 4^
z kgf aplicada no ponto (0, 0, 0)
®
F2 = 2^
x + 2^
y + 3^ z kgf aplicada no ponto (1, 2, 0) m
®
C1 = 5^
x + 10^y + 12^ z kgf · m
®
^ ^ ^
C = 2 x + 3 y + 7 z kgf · m
2
®
(II) F3 = 4^
x + 8^
y + 2^
z kgf aplicada no ponto (2, 0, 0) m
®
F4 = ? aplicada em (3, 1, 0)
®
^ ^ ^
C3 = 16 x – 2 y – 3 z kgf · m
®
C4 = ?

02-Mecânica Geral Estática.indd 92 14/12/2017 14:52:15


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   93

® ®
Encontrar F4 e C4 para que os dois sistemas sejam equivalentes.
Solução: Aplicando a equação (2.13), vem:
®
(5^
x + 10^
y – 4^
z) + (2^
x + 2^
y + 3^
z) = (4^
x + 8^
y + 2^
z) + F4
®
F4 = 3^
x + 4^
y – 3^
z kgf

Aplicando a equação (2.14):

® ® ® ® ® ® ® ® ®
r1 × F 1 + ®
r2 × F2 + C1 + C2 = ®
r3 × F3 + ®
r4 × F4 + C3 + C4

é evidente que esta equação pode ser aplicada com relação a qualquer ponto
P no espaço, logo escolhemos a origem:

0 + (^
x + 2^ y) × (2^
x + 2^ y + 3^z) + (5^
x + 10^y + 12^ z) + (2^x + 3^ y + 7^z) =
®
^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^
2 x × (4 x + 8 y + 2 z) + (3 x + y) × (3 x + 4 y – 3 z) + 16 x – 2 y – 3 z + C4

6^x – 3^
y – 2^
z + 7^
x + 13^
y + 19^z=
–4^
y + 16^
z – 3^
x + 9^y + 9^
z + 16^
x – 2^
y – 3^
z + C4

Donde:
®
C4 = 7^
y – 5^
z kgf · m

2.2.2 Translação de uma Força para uma Posição


Paralela
®
Consideremos uma força F atuante sobre um corpo rígido num ponto A.
®
Suponhamos que por alguma razão a força F tivesse que atuar no ponto B.
®
Pelo princípio da transmissibilidade podemos mover F ao longo de sua linha
de ação, mas não podemos movê-la para o ponto B, sem modificar a ação
®
original de F sobre o corpo rígido da figura 2.26a.
®
Contudo, podemos aplicar duas forças no ponto B, uma igual a –F e
®
outra igual a +F sem modificar a ação original (figura 2.26b). Como conse-
®
quência desta transformação temos na figura 2.26c a força F aplicada em B
® ®
acrescida de um momento MB = ® r × F.

02-Mecânica Geral Estática.indd 93 14/12/2017 14:52:15


94   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

®
Concluímos então que: “Qualquer força F atuante sobre um corpo rígido
pode ser deslocada para um ponto arbitrário B, desde que seja adicionado um
®
conjugado de momento igual ao momento de F com relação a B”.

FIGURA 2.26  Translação de uma força a um ponto.

02-Mecânica Geral Estática.indd 94 14/12/2017 14:52:16


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   95

►  EXEMPLO 10: Substituir o conjugado e força por uma simples força apli-
cada em D. Localizar D pela determinação de b.

FIGURA 2.27

Solução: A figura 2.27 pode ser esquematizada da seguinte maneira:

FIGURA 2.28

Ao deslocarmos a força de 60 kgf para D, aparecerá um momento


MD = 60 · b cos20o, e teremos agora o sistema equivalente da figura 2.29.

FIGURA 2.29

02-Mecânica Geral Estática.indd 95 14/12/2017 14:52:17


96   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

Para que o sistema fique reduzido a uma única força em D, a condição será:

500 = 60 b · cos20o

Donde:

b = 8,87 cm

►  EXEMPLO 11: Substituir as forças e os conjugados mostrados na figura


2.30 por um sistema equivalente a uma única força.

FIGURA 2.30

Solução: Olhando de frente para o sistema, e levando-se em conta a pro-


priedade de que o conjugado é um vetor livre, podemos transformar o sistema
espacial, no plano da figura 2.31.

FIGURA 2.31

02-Mecânica Geral Estática.indd 96 14/12/2017 14:52:18


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   97

Devemos transladar todas as forças para o ponto C, e levar os seus mo-


mentos com relação a C. A figura 2.32 mostra então o sistema equivalente.

FIGURA 2.32

O nosso objetivo é reduzir o sistema a um sistema equivalente, que pos-


sua uma única forma. Portanto, devemos transladar a força de 200 kgf para
a esquerda de C, de tal maneira que o momento dessa força com relação a M
anule o de 180 kgf · m, veja a figura 2.33.

FIGURA 2.33

M = 200 · d = 180

d = 0,9 m

O sistema equivalente final é mostrado na figura 2.34.

FIGURA 2.34

02-Mecânica Geral Estática.indd 97 14/12/2017 14:52:18


98   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

Em termos vetoriais a resposta será:


®
F = –200^
z kgf

Localizada em:

P (4; –0,9; z) m

►  EXEMPLO 12: Transformar o sistema mostrado na figura 2.35, em outro


sistema constituído de duas forças perpendiculares ao eixo Oy e aplicadas em
A e B. Supor R = 60 kgf; M = 400 kgf · cm; a = 10 cm e b = 20 cm.

FIGURA 2.35

Solução: Inicialmente vamos escrever as forças aplicadas em A e B, bem


® ®
como R e M na forma vetorial.
®
FA = FAx^
x + FAz^
z
®
FB = FBx^
x + FBz^
z
® ®
R = 60^
x e M = 400^
x

As equações para equivalência serão (com relação à origem):


® ® ®
R = FA + FB (1)
® ® ® ® ®
M = OB × FB + OA × FA (2)

02-Mecânica Geral Estática.indd 98 14/12/2017 14:52:18


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   99

Portanto, aplicando (1) e (2), temos:

60^
x = (FAx + FBx)^
x + (FAz + FBz)^
z (3)
® ®
400^
x = 30^
y × FB + 10^
y × FA

400^
x = (30 FBz + 10 FAz)^
x – (30 FBx + 10 FAx)^
z (4)

Das equações (3) e (4), obtemos o seguinte sistema de equações:


3442441

FAx + FBx = 60
FAz + FBz = 0
30 FBz + 10 FAz = 400
30 FBx + 10 FAx = 0

Resolvendo o sistema, vem:

FBx = –30; FAx = 90; FBz = 20; FAz = –20

e finalmente:
®
FA = 90^
x – 20^
z kgf
®
FB = –30^
x + 20^
z kgf

2.2.3  O Torsor
®
Na seção anterior mostramos que uma força F pode ser substituída
pela mesma força deslocada para uma posição paralela, que passa por um
ponto arbitrário O e pelo conjugado Fd, onde d é o braço de alavanca de O
® ® ®
à posição original de F. Ou no sistema de representação vetorial, M = ®
r × F,
®
onde ®r é um vetor de O a qualquer ponto sobre a linha de ação da força F.

02-Mecânica Geral Estática.indd 99 14/12/2017 14:52:18


100   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

® ® ®
Para um sistema de forças geral {F1, F2, F3, ...} no espaço, veja figura
2.36, conclui-se que cada uma delas pode ser deslocada para uma posição
paralela, contanto que o conjugado seja somado a cada uma das forças as-
sim transferidas. Portanto, teremos um sistema equivalente, mostrado na
figura 2.37.

FIGURA 2.36  Sistema de forças no espaço.

FIGURA 2.37  Resultante do sistema de forças no espaço.

Então, as forças concorrentes podem ser somadas vetorialmente, a fim de


®
fornecerem uma força resultante R, podendo também serem adicionados os
®
conjugados fornecendo um conjugado resultante Mo. Analiticamente teremos:

02-Mecânica Geral Estática.indd 100 14/12/2017 14:52:19


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   101

i=n

SF
® ® ® ® ® ®
R = F1 + F2 + F3 + ... + Fn = i
(2.15)
i=1

i=n

SC
® ® ® ® ® ®
M = C1 + C2 + C3 + ... + Cn = i
(2.16)
i=1

onde
® ®
Ci = ®
ri × Fi
®
Quando o vetor M do conjugado resultante for paralelo à força resul-
tante, figura 2.38, o sistema resultante é chamado de torsor. O torsor será
® ®
positivo se os vetores R e M tiverem o mesmo sentido, e negativo se tiverem
sentidos opostos.

FIGURA 2.38  Representação de um torsor.

Um exemplo prático de um torsor positivo está no emprego de um pa-


rafuso de acionamento. Mostraremos que um sistema geral de forças pode
ser representado por um torsor aplicado ao longo de uma única linha de
ação, também chamada de “eixo central”. Vejamos, então, como fazer esta
equivalência:
Cortamos o sólido da figura 2.37b por um plano hipotético que passa
® ® ®
por R e seja perpendicular ao plano formado por {Mo, R}. Em seguida pro-
® ®
jetamos o conjugado resultante Mo na direção de R e perpendicularmente a
®
R, veja a figura 2.39.

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102   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

®
FIGURA 2.39  Decomposição de  
M o em componentes ortogonais.

Analiticamente, podemos escrever que:


® ® ®
14243

Mo = M10 + M20

® ® ^) R
M10 = (Mo ·  R
    ^ (2.17)
® ® ®
M20 = Mo – M10
®
Transladamos em seguida a resultante R sobre o plano α até que obte-
®
nhamos um conjugado (R · d) que anule o M20. Evidentemente que o conju-
® ®
gado M10 pode ser transladado juntamente com R sem alterar o sistema, pois
este é um vetor livre, veja a figura 2.40.

FIGURA 2.40  Translação da resultante do torsor.

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CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   103

M20 = R · d

14243
® ®
M20 |MO – M10|
d = ___ = ________
® (2.18)
R |    
R|

Finalmente, se observarmos o sistema resultante da figura 2.40, notamos


® ®
que R se anula com –R, e obtemos o torsor positivo da figura 2.41. Esse torsor
pode ser representado vetorialmente por:

1442443
® ®
æM  · R æ ^
® ____
o
M10 = ç ® ç R
è |    
R| è
(2.19)
onde:
® ®
R = SF

FIGURA 2.41  Torsor resultante.

A razão M10/R é chamada de passo do torsor.


® ®
M10 Mo · R
p = ___ = ____ (2.20)
R R2

02-Mecânica Geral Estática.indd 103 14/12/2017 14:52:20


104   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

Um caso particular importante da redução de um sistema de forças a um


® ®
torsor é quando R e M10 são nulos. O sistema de forças é dito equivalente a
zero. Tal sistema não tem nenhum efeito sobre o corpo rígido, e o sistema é
dito estar em equilíbrio.

►  EXEMPLO 13: Substituir as forças mostradas na figura 2.42 por um tor-


sor. Dar a interseção do eixo central com o plano xy indicado pelos suportes.
Especificar também o passo do torsor.

FIGURA 2.42

Solução:

a) Cálculo da resultante
® ®
R = SF = 20^
y – 20^
y + 20^
x – 20^
x + 10^
y – 10^
y – 100^
z
®
R = –100^
z kgf

02-Mecânica Geral Estática.indd 104 14/12/2017 14:52:21


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   105

b) Cálculo do momento (conjugado do torsor)

Notemos que nesse exemplo, com exceção da força de 100 kgf, todas as
outras formam pares conjugados. Portanto, esses conjugados (vetores livres)
podem ser transladados diretamente para o ponto P, veja a figura 2.43.

FIGURA 2.43

® ®
Mp = SCip = –100^
z + 200^
x – 200^
y kgf · m

Para obtermos um torsor, isto é, determinar o eixo central, precisamos


®
transladar R no espaço, de tal maneira a anularmos os conjugados 200^ x e
^ ®
r temos:
–200 y. Chamando esse deslocamento de    ,
®
r R = 200^
®
 × x – 200^
y

® ^
r x x + ry^
(    x) × (–100^
z) = 200^
x – 200^
y

Daí:
rx = –2 e ry = –2

Da figura anterior podemos observar que:

rx = (x – 10) e ry = (y – 10)

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106   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

Donde:

x=8mey=8m

O torsor resultante é mostrado logo a seguir (figura 2.44):

FIGURA 2.44

Torsor:
®
R = –100^
z kgf
®
M = –100^
z kgf · m

c) Passo do torsor
®
|M    
| 100 kgf · m
p = ___
® =
________ =1m
|    
R| 100 kgf

p=1m

02-Mecânica Geral Estática.indd 106 14/12/2017 14:52:22


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   107

► EXEMPLO 14: Um bloco é carregado pelas cinco forças mostradas na


figura 2.45. Reduzir o sistema de forças em:
a) Um sistema força-conjugado na origem.
b) Um torsor, especificando o eixo central.

FIGURA 2.45

Solução:
a) Cálculo da resultante:
® ®
R = SF = 5^
x – 5^
x + 10^
z – 10^
z – 5^
y
®
R = –5^
y kgf

b) Redução das forças à origem. Usemos, para facilitar, o princípio da


transmissibilidade.
® ®
r × F) = (8^
Mo = S(® x + 6^
y) × (5^
x + 10^
z) + (8^
x + 4^
z) × (–5^
x – 5^
y)
®
Mo = 80^
x – 100^
y – 70^
z kgf · cm
®
R = –5^
y kgf

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108   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

c) Obtenção do conjugado do torsor:


® ® ^)R
M10 = (Mo · R ^ = (100) (–^
y)
®
M10 = – 100^
y

d) Determinação da posição da resultante:


® ® ® ®
r R = M20 = Mo – M10 = 80^
®
 × x – 70^
z

Como o sistema se encontra na origem, podemos escrever que:

(x^
x + y^
y + z^
z) × (–5^
y) = 80^
x – 70^
z

5x^
z + 5z^
x = 80^
x – 70^
z

70 80
x = __ = 14 cm e z = __ = 16 cm
5 5

Torsor:
®
R = –5^
y kgf
®
M = –100^
y kgf · cm

Eixo central: paralelo ao eixo Oy, passando pelo ponto (14, 0, 16) cm.

02-Mecânica Geral Estática.indd 108 14/12/2017 14:52:22


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   109

►  EXEMPLO 15: Dado o sistema de forças da figura 2.46, reduzi-lo a um


torsor, dando o ponto de interseção do eixo central com o plano cartesiano, e
os ângulos diretores desse eixo.

FIGURA 2.46

Solução: A resultante será:


® ®
R = 12^
y + 8^
z com |R| = R = 14,42 kgf
®
Reduzindo F2 ao ponto O, teremos:
®
Mo = 12 · 1,3^
z = 15,6^
z

O conjugado do torsor será:


® ® ^) 
M10 = (Mo ·  R
  ^
R

onde:
®
R (12^
y + 8^z)
^ = __
R
  = ________ = 0,832^
y + 0,555^
z
R 14,42
®
M10 = 15,6 · 0,555 (0,832^
y + 0,555^
z)
®
M10 = 7,20^
y + 4,80^
z kgf · m

02-Mecânica Geral Estática.indd 109 14/12/2017 14:52:22


110   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

Para determinarmos onde o eixo central fura o plano cartesiano, teremos:


® ® ® ®
r R = M20 = Mo – M10 = –7,2^
®
 × y + 10,8^
z

(x^
x + y^
y + z^
z) × (12^
y + 8^
z) = –7,2^
y + 10,8^
z

| x
^ ^
y z|
^
| |
|
x y z || = –7,2^
y + 10,8^
z
|
| |
0
| 12 8|

(8y – 12z)^
x + (–8x)^
y + (12x)^
z = 0^
x –7,2^
y + 10,8^
z

Donde:
34241

8y –12z = 0
–8x = –7,2 ∴ x = 0,9 (1)
12x = 10,8 ∴ x = 0,9

Se fizermos z = 0, teremos o ponto onde o eixo fura o plano xy, portanto:

z = 0 em (1), vem: y = 0

Torsor:
®
R = 12^
y + 8^
z kgf
®
M = 7,2^
y + 4,8^
z kgf · m

^ = 0,832^
Sendo R
  y + 0,555^
z contido no eixo central, podemos afirmar que:

qx = arccos(0) = 90o

qy = arccos(0,832) = 33,7o

qz = arccos(0,555) = 56,3o

02-Mecânica Geral Estática.indd 110 14/12/2017 14:52:22


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   111

Eixo central: passa pelo ponto (0,9; 0; 0) m e tem direção:

qx = 90o

34241
qy = 33,7o
qz = 56,3o

2.2.4  Resultante de um Sistema de Forças


Se levarmos em conta os conceitos estabelecidos no item anterior, pode-
mos reduzir qualquer sistema de forças a um sistema força-conjugado equiva-
lente na origem. Vejamos a figura 2.47.

FIGURA 2.47  Sistema de forças no espaço.

A força resultante desse sistema será, portanto:

SF
® ® ® ® ® ®
R = F1 + F2 + F3 + ... + Fn = i
(2.21)
i=1

02-Mecânica Geral Estática.indd 111 14/12/2017 14:52:23


112   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

O momento-conjugado resultante no ponto O (origem arbitrária), é


dado por:
® ® ®® ® ® ® ® ® ®
r 1 × F1 +    
MRo = [    r 2 × F2 + ... +    
r n × Fn] + [C1 + C2 + ... + Cm]

ou seja:

i=n i=m

S S
® ® ® ®
MRo = r i × Fi) +
(    Ci (2.22)
i=1   i = 1

®
Note que Ci é um vetor livre e também que se O é a origem do sistema
®
r i será o vetor posição de cada força.
de referência,    
O sistema final será o da figura 2.48.

FIGURA 2.48  Sistema força-conjugado resultante.

® ®
Os vetores R e M terão, obviamente, suas componentes nos eixos
cartesianos.
As intensidades dos resultados e suas componentes são:

Rx = SFx; Ry = SFy; Rz = SFz (2.23)


___________________
®
|R| = (SFx)2 + (SFy)2 + (SFz)2 Ö
(2.24)

02-Mecânica Geral Estática.indd 112 14/12/2017 14:52:23


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   113

Para os momentos
®
Mx = MRo · ^

14243
x
®
My = MRo · ^
y (2.25)
®
Mz = MRo · ^
z

____________
M= Ö Mx2   + My2   + M2z

Como já comentamos, o ponto O é arbitrário e a intensidade e direção


®
de MRo dependerão do ponto escolhido. Contudo, o módulo, direção e sentido
®
de R não dependerão da escolha de O. Na dinâmica, o ponto O escolhido é o
centro de massa do corpo.

► EXEMPLO 16: Calcular as componentes cartesianas da resultante do


sistema em A e B. Veja a figura 2.49.

FIGURA 2.49

02-Mecânica Geral Estática.indd 113 14/12/2017 14:52:24


114   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

Solução: A força resultante não depende de A ou B, portanto:

R = 500 C^D + 400^


®
y + 100^
z – 100^
z

æ –4^
x + –4 ^
y + 8^zæ
® ç_____
___________
_______ ç + 400^
R = 500 ç y
è Ö4 +4 +8 ç
2 2 2
è
®
R = –204^
x + 604^
y + 408^
z kgf

Então:

SFx = –204 kgf

SFy = 604 kgf

SFz = 408 kgf

Momento resultante em A:
®
MRA = [20^
y × 400^
y] + [(20^
y – 4^
z) × (–100^
z)] + [(20^
y – 4^
z – 4^
x) × (100^
z)] +
+ [(20^
y – 4^
x) × (–204^
x + 204^
y + 408^
z)]
®
MRA = 8 160^
x + 2 032^
y + 3 264^
z kgf · m

Então:

MAx = 8 160 kgf · m

MAy = 2 032 kgf · m

MAz = 3 264 kgf · m

Momento resultante em B: Para calcularmos esse momento, vamos apro-


veitar o resultado calculado em A, ou seja:
Se:
® ®
RA = RB

02-Mecânica Geral Estática.indd 114 14/12/2017 14:52:24


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   115

teremos:
® ® ® ®
MRB = MRA + B A × RA
®
Essa equação pode ser escrita porque MRA é um conjugado, isto é, um
vetor livre.
®
MRB = 8 160^
x + 2 032^
y + 3 264^
z + (–20^
y) × (–204^
x + 604^
y + 408^
z)
®
MRB = 2 032^
y – 816^
z kgf · m

e finalmente:

MBx = 0

MBy = 2 032 kgf · m

MBz = –816 kgf · m

Observação: Baseado nesse exemplo, podemos afirmar que os três siste-


mas da figura 2.50 são equivalentes.

FIGURA 2.50  Sistemas equivalentes.

02-Mecânica Geral Estática.indd 115 14/12/2017 14:52:24


116   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

Note que nos três sistemas (a), (b) e (c), a resultante das forças é a
®
mesma, R.
Com relação aos conjugados, teremos:
®
em (a), conjugado: MRA = 0
® ® ®
rA × R
em (b), conjugado: MRo =    
® ® ®
rB × R
em (c), conjugado: MRB =    

Note que:
® ® ®
r =    
    r B +    
rA
Podemos escrever que:
® ® ® ®
r A +    
MRB = (    r B) × R
® ® ®® ® ® ® ®
r A × R +    
MRB =     r B × R = MRo +    
rB × R

e finalmente:
® ®® ®
r B × R (2.26)
MRB = MRo +    
® ®
Conclusão: Então, o momento MRB de R em relação a B é obtido adicio-
® ® ® ®
r B × R,
nando-se ao momento MRo de R em relação a O o produto vetorial    
®
que representa o momento da força R aplicada em O em relação a B.

2.2.5  Resultantes de Sistemas Especiais de Forças


® ®
Com o estabelecimento das resultantes R e M para qualquer sistema
geral de forças, a determinação das resultantes para vários sistemas de forças
especiais será a seguir definida.

Caso 1 – Sistemas de forças coplanares

Na figura 2.51 é mostrado um sistema de forças e conjugados no plano (x, y).

02-Mecânica Geral Estática.indd 116 14/12/2017 14:52:24


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   117

FIGURA 2.51  Sistema de forças coplanares.

A resultante das forças para o sistema equivalente será:

[S [ [S [
n n
®
R= Fxi ^
x+ Fyi ^
y (2.27)
i=1 i=1

O momento do conjugado equivalente pode ser representado por:


®
MR = (F1 d1 + F2 d2 + F3 d3 + ...)^
z + (C1 + C2 + ...)^
z (2.28)

onde d1, d2, etc., são as distâncias do ponto O (arbitrário) às linhas de ação
das forças, e C1, C2, ..., etc., são os valores do conjugado no plano.
®
Se R ≠ 0, ou seja, se SFx ≠ 0 e/ou ΣFy ≠ 0, podemos mover a força para
uma nova posição tal que o conjugado seja cancelado.
Desde que x e y representem o sistema de referência usado arbitraria-
mente, e estejam no mesmo plano das forças, podemos afirmar que:
“Se pelo menos uma das componentes da resultante não for nula, pode-
mos substituir todo sistema de forças coplanares por uma única força”.
Podemos concluir também que:
“Se ΣFx = ΣFy = 0, a resultante pode ser um conjugado ou ser nula”.
Utilizando o conceito de vetor unitário, a equação (2.27) pode ser escrita
também como:

 ^ = R (cosqx^
®
R = R R x + cosqy^
y) (2.29)

02-Mecânica Geral Estática.indd 117 14/12/2017 14:52:24


118   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

Comparando (2.28) com (2.29), tiramos que:

ΣFxi ΣFyi
cosqx = ___ e cosqy = ___
R R

Porém:

qx + qy = 90o e cosqy = senqx

Finalmente:

senqx
____ ΣFyi/R ΣFyi
= ______ = ___
cosqx ΣFxi/R ΣFyi

onde:

ΣFyi
qx = arctg ___ (2.30)
ΣFxi

é o ângulo que a resultante das forças faz com o eixo Ox.


Usando o teorema de Varignon, podemos também modificar a expressão
(2.28), da seguinte maneira:

z = (F1d1 + F2d2 + ...)^


(R.d)^ z + (C1 + C2 + ...)^
z (2.31)

onde d é a distância perpendicular do ponto O à linha de ação da resultante.

►  EXEMPLO 17: Utilizando o sistema mostrado na figura 2.51, determinar


o vetor resultante das forças. Encontrar a coordenada x do ponto onde a linha
®
de ação de R intercepta o eixo Ox.

Solução: Observando a figura 2.51, podemos escrever que:

Rx = ΣFx = 150 – 300 = – 150 kgf

Ry = ΣFy = –200 kgf

02-Mecânica Geral Estática.indd 118 14/12/2017 14:52:24


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   119

Logo
®
R = –150^
x – 200^
y kgf

Vejamos o ângulo que a resultante faz com o eixo Ox:

R –200
tg qx = __y = ____ = 1,33
Rx –150

donde:
_________
®
Ö
qx = 53,1 e |R| = 1502 + 2002 = 250 kgf
o

Aplicando o teorema de Varignon em torno da origem, temos:

250d = 150 · 2 – 300 · 3 + 200 · 5 + 100 + 80 = 580 kgf · m

Então:
d = 2,32 m

Podemos então fazer a figura 2.52, a seguir.

FIGURA 2.52

Da figura 2.52:

2,32
senqx = ___
x

02-Mecânica Geral Estática.indd 119 14/12/2017 14:52:25


120   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

Donde:

x = 2,9 m

► EXEMPLO 18: Um suporte angular é submetido ao sistema de forças


mostrado na figura 2.53. Encontrar a resultante do sistema e o ponto de in-
terseção de sua linha de ação com a:
a) reta AB;
b) reta BC.

FIGURA 2.53

Solução: Calculemos a resultante:

ΣFx = 100 · sen60o = 86,6 kgf

ΣFy = 30 – 100 · cos60o = –20 kgf

Logo:
®
R = 86,6^
x – 20^
y kgf

02-Mecânica Geral Estática.indd 120 14/12/2017 14:52:25


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   121

Podemos calcular o ponto de interseção da linha de ação da resultante


com a linha AB, usando o princípio da transmissibilidade e somente a com-
ponente Ry (figura 2.54).

FIGURA 2.54

Aplicando Varignon em B:

20 · a = 200 + 30 · 6 – 50 · 16

a = 21 m

Utilizemos o mesmo raciocínio para a reta BC da figura 2.55.

FIGURA 2.55

Aplicando Varignon em B, vem:

–86,6b = 200 + 30 · 6 – 50 · 16

b = 4,85 m

02-Mecânica Geral Estática.indd 121 14/12/2017 14:52:25


122   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

®
►  EXEMPLO 19: Determinar a intensidade e o sentido da força vertical P
que deve ser aplicada em D, para que a linha de ação da resultante do sistema
inteiro da figura 2.56 passe pelo ponto B.

FIGURA 2.56

Solução: Devemos fazer o esquema da figura 2.57 para compreendermos


melhor o problema.

FIGURA 2.57

02-Mecânica Geral Estática.indd 122 14/12/2017 14:52:26


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   123

Apliquemos então o teorema de Varignon com relação ao ponto B.

R · 0 = –400 + 30 · 8 + P · 16 + 100 cos30o · 10 – 100 sen30o · 16

Logo:

100 · 0,5 · 16 + 400 – 240 – 1 000 · 0,866


P = ________________________________
16

®
P = 5,87 kgf¯

Caso 2 – Sistema de forças paralelas no espaço

Vamos considerar agora um sistema de forças paralelas como o da figura


2.58, onde a direção z foi escolhida para corresponder com aquelas das forças.
Também incluímos conjugados cujos planos são paralelos à direção z, porque
tais conjugados podem ser considerados como forças iguais e opostas, porém
paralelas à direção z.

FIGURA 2.58  Forças paralelas no espaço.

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124   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

Desde que possamos transladar as forças tal que elas passem pela origem
O, a resultante do sistema será:

æ n æ
S
®
R =ç Fi ç^
z (2.32)
è i = 1 è

O conjugado neste caso é calculado por:

n  m

S [(x ^x + y ^y) × (F ^z)] + S (C ^x + C ^y)


®
MRo = i i i ix iy
(2.33)
i=1  i = 1

onde Fi representa as forças que não formam o par conjugado. Desenvolvendo


o produto vetorial, temos:

n  m

S S (C ^x + C ^y)
®
MRo = [Fiyi^
x – Fixi^
y] + ix iy
(2.33a)
i=1 i=1

Concluímos então que:


“O sistema resultante de um sistema de forças paralelas é uma outra
força ou um conjugado”.
® ® ®
►  EXEMPLO 20: Determinar os módulos das forças F1, F2 e F3, para que
a resultante (força-conjugado) do sistema da figura 2.59 seja, em qualquer
ponto, nula.

FIGURA 2.59

02-Mecânica Geral Estática.indd 124 14/12/2017 14:52:26


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   125

Solução: Vamos reduzir todo o sistema a um outro sistema força-conju-


gado equivalente no ponto A. Para isto, elaboremos o quadro a seguir:

® ® ® ® ®
F i  
ri  
C i = 
r i × F i

F2 ^z 0 0

F1 ^z 4 ^
x –4 F1^y

F3 ^z 9 ^
y 9 F3^x

–30 ^z 0,25 ^x  + 9 ^y 7,5 ^y – 270^x

–50 ^
z ^x +  
^y 50 ^y – 50^x

– – 50^y  (Conjugado aplicado)


® ® ® ®R
F i = (F1 + F2 + F3 – 80)^z
 R = S  –   A (9 F3 – 320) ^x + (–4 F1 + 107,5)^y
S  C i = M

Para obtermos um sistema força-conjugado nulo, a condição necessária


e suficiente é que:
® ®
R = 0 e MRA = 0

Portanto:

F1 + F2 + F3 – 80 = 0
34241

9 F3 – 320 = 0
–4 F1 + 107,5 = 0

Do sistema tiramos que:

F1 = 26,9 kgf
34241

F2 = 17,5 kgf
F3 = 35,6 kgf

02-Mecânica Geral Estática.indd 125 14/12/2017 14:52:27


126   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

►  EXEMPLO 21: Para o Sistema de forças aplicado à viga dada na figura


2.60. Determinar:
a) o módulo da força resultante do sistema;
b) onde a linha de ação da resultante corta o eixo Ax;
c) o sistema força-conjugado em A, que seja equivalente ao sistema
dado.

FIGURA 2.60

Solução:
a) Calculemos a resultante. Devemos notar que as forças de 200 kgf
formam um conjugado 60^ z.

Rx = ΣFx = 0 e Ry = ΣFy = 500 – 1 650 = –1 150

Logo:
®
R = –1 150^
y kgf

b) Apliquemos o teorema de Varignon com relação ao ponto A.

1 150 · x = 1 000 · 0,5 + 650 · 2,7 – 500 · 1,5 – 60

1 445
x = ____ = 1,26 m
1 150

P (1,26; 0)

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CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   127

c) Basta translocarmos a força encontrada no item b para a origem.


Portanto:

MRA = 1 150 · x = 1 150 · 1,26 = 1 445


®
MRA = –1 445^
z kgf · m
®
R = –1 150^
y kgf

2.3 Equilíbrio de um Corpo Rígido

2.3.1  Diagrama de Corpo Livre


Para estudar o equilíbrio de um corpo impedido de mover-se livremente,
imagina-se sempre que os apoios ou vínculos foram retirados e que, em seus
lugares, permanecem as reações que exercem sobre o corpo. Assim, no caso da
viga representada na figura 2.61a, retirando-a dos apoios devemos colocar nos
seus lugares as reações, exercidas sobre a viga. Evidentemente a quantidade
e o tipo de reações dependerão dos vínculos. A representação que aparece na
figura 2.61b, em que a viga está completamente isolada do suporte e todas as
forças que agem sobre ela representadas por vetores, é denominada diagrama
de corpo livre.

FIGURA 2.61  Diagrama de corpo livre.

02-Mecânica Geral Estática.indd 127 14/12/2017 14:52:27


128   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

No caso de um sistema de corpos rígidos, poderemos fazer o diagrama


de corpo livre de todo sistema, ou se desejarmos conhecer as forças de liga-
ções entre eles, isolamos um do outro, não esquecendo do princípio da ação e
reação discutido no capítulo 1. A figura 2.62a representa um conjunto pistão-
-biela-manivela. Na figura 2.62b representamos todo conjunto em diagrama
de corpo livre e na figura 2.62c temos o pistão, biela e manivela isolados em
diagramas de corpo livre.

FIGURA 2.62  Diagrama de corpo livre de um sistema de corpos rígidos.

02-Mecânica Geral Estática.indd 128 14/12/2017 14:52:28


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   129

® ®
Na configuração 2.62, P e N são esforços ativos e todos os outros são
reativos.
Veremos mais adiante que para se ter um corpo em equilíbrio é necessá-
rio que o conjunto de forças ativas e reativas forme um sistema em equilíbrio.
Assim, é por meio do diagrama de corpo livre que definimos o sistema de
forças que devemos estudar ao tratarmos do equilíbrio de um corpo qualquer.
A construção deste diagrama deve ser o primeiro passo na análise de um
problema de estática e, é claro, qualquer erro nele cometido refletir-se-á sobre
todo o trabalho a seguir efetuado.

2.3.2 Equações de Equilíbrio
Para cada diagrama de corpo livre é possível substituir o sistema de forças
e conjugados agindo sobre um corpo por um sistema único, força-conjugado
agindo sobre um ponto arbitrário do corpo. A força terá sempre o mesmo
módulo, direção e sentido para qualquer ponto, contudo o conjugado depen-
derá da escolha desse ponto. “As condições necessárias e suficientes para um
®
corpo rígido estar em equilíbrio são que a força resultante R e o conjugado
®
resultante MR para qualquer ponto devem ser nulos”. Então:
®
123

R = 0 (a)
® (2.34)
MR = 0 (b)

Estas podem ser consideradas as equações básicas da Estática. Compa-


rando as equações (2.34) com (2.21) e (2.22), podemos escrever que:
1442443

i=n

S
®
Fi = 0         (a)
i=1
(2.35)
i=n i=m

S S
® ® ®
( r   i × Fi) + Ci = 0    (b)
i=1 i=1

onde os r¢   
i
s são os vetores do ponto comum a qualquer ponto das linhas de
ação das respectivas forças. Desta forma, para um sistema coplanar como o
da figura 2.63, utilizando (2.27), (2.28) e (2.34), teremos:

02-Mecânica Geral Estática.indd 129 14/12/2017 14:52:28


130   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

FIGURA 2.63  Sistema coplanar.

ΣFxi = 0

14243
(a)
ΣFyi = 0 (b) (2.36)
(F1d1 + F2d2 + ... + Fndn)^
z + (C1 + C2 + ... + Cm)^
z = 0  (c)
® ®
Utilizando das componentes cartesianas dos vetores R e MR, as equações
do equilíbrio podem ser escritas da seguinte maneira:

æ n æ æ n æ æ n æ
ç S Fxi ç^x +çS Fyi ç^ S
y +ç Fzi ç^
z=0
èi = 1 è èi = 1 è èi = 1 è

æ m æ æ m æ æ m æ
ç S Mxiç^x +ç S Myiç^
y +ç S Mziç^
z=0
èi = 1 è èi = 1 è èi = 1 è

Donde:

S S
1442443

  Fxi = 0  (a)   Mxi = 0  (d)


i i

S S
  Fyi = 0  (b)   Myi = 0  (e) (2.37)
i i

S S
  Fzi = 0  (c)   Mzi = 0   (f)
i i

02-Mecânica Geral Estática.indd 130 14/12/2017 14:52:28


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   131

As equações (2.37) formam um sistema de equações independentes, onde


Mxi, Myi e Mzi são momentos de uma força ou um conjugado sobre os respec-
tivos eixos x, y e z, através do ponto. Deste conjunto de equações, é claro que
num problema de Estática não podemos ter no diagrama de corpo livre mais
de seis incógnitas.
Vale a pena sistematizar algumas categorias de forças em equilíbrio:

a) Forças colineares – unidimensional (figura 2.64a)

FIGURA 2.64 (a)

Resolvemos o problema com a única equação ΣFx = 0 independente.

b) Forças concorrentes em um ponto – bidimensional (figura 2.64b)

FIGURA 2.64 (b)

As equações independentes são:

ΣFx = 0 e ΣFy = 0

02-Mecânica Geral Estática.indd 131 14/12/2017 14:52:29


132   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

c) Forças concorrentes em um ponto no espaço (figura 24c)

FIGURA 2.64 (c)

As equações independentes são:

ΣFx = 0; ΣFy = 0; ΣFz = 0

d) Forças concorrentes em um eixo no espaço (figura 2.64d)

FIGURA 2.64 (d)

As equações independentes são:

ΣFx = 0; ΣFy = 0; ΣFz = 0

ΣMy = 0; ΣMz = 0

02-Mecânica Geral Estática.indd 132 14/12/2017 14:52:29


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   133

e) Sistema de forças paralelas no plano (figura 2.64e)

FIGURA 2.64 (e)

As equações independentes são:

ΣFx = 0 e ΣMz = 0

f) Sistema de forças paralelas no espaço (figura 2.64f)

FIGURA 2.64 (f)

As equações independentes são:

ΣFx = 0; ΣMy = 0; ΣMz = 0

02-Mecânica Geral Estática.indd 133 14/12/2017 14:52:29


134   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

g) Sistema geral de forças no plano (figura 2.64 g)

FIGURA 2.64 (g)

As equações independentes são:

ΣFx = 0; ΣFy = 0; ΣMz = 0

h) Sistema geral de forças no espaço (figura 2.64 h)

FIGURA 2.64 (h)

ΣFx = 0; ΣFy = 0; ΣFz = 0

ΣMx = 0; ΣMy = 0; ΣMz = 0

02-Mecânica Geral Estática.indd 134 14/12/2017 14:52:30


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   135

2.3.3  Vínculos ou Apoios


Evidentemente um corpo geralmente é fixo, ou seja, é impedido de mo-
ver-se devido aos vínculos ou apoios que conectamos nesse corpo. Já discu-
timos no item 2.3.1, que para esquematizarmos um diagrama de corpo livre,
precisamos conhecer a natureza desses vínculos. Estudemos os mais comuns.

a) Cabo flexível, correia, corrente ou corda

Quando o peso do cabo é desprezado, temos a situação da figura 2.65a, e


quando não é, temos a da figura 2.65b. A força exercida por um cabo flexível
é sempre uma tração fora do corpo na direção do cabo (tangencial).

FIGURA 2.65  Vínculos – cabo flexível, correia, corrente ou corda.

b) Superfícies lisas

A força de contato é de compressão e normal à superfície. Veja a fi-


gura 2.66.

FIGURA 2.66  Vínculos – superfícies lisas.

02-Mecânica Geral Estática.indd 135 14/12/2017 14:52:30


136   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

c) Superfícies rugosas

As superfícies rugosas são capazes de suportar uma componente tangen-


® ®
cial T (força de atrito) da força de contato resultante R, além, é claro, da
componente normal. Veja a figura 2.67.

FIGURA 2.67  Vínculos – superfícies rugosas.

d) Suporte de rolete

O suporte de rolete, de esfera ou de setor de rolete, transmite uma força


de compressão normal à superfície de contato. Veja a figura 2.68.

FIGURA 2.68  Vínculos – suporte de rolete.

e) Conexão rotulada com pino liso

O pino deve estar livre para girar. Uma conexão de pino, articulada
®
livremente, é capaz de suportar uma força R em qualquer direção, no plano
normal ao eixo do pino. Veja figura a 2.69.

02-Mecânica Geral Estática.indd 136 14/12/2017 14:52:31


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   137

FIGURA 2.69  Vínculos – conexão rotulada com pino liso.

f) Conexão rotulada com pino fixo

Um pino que não esteja livre para girar, além das duas forças, também
suporta um momento reativo.

FIGURA 2.70  Vínculos – conexão rotulada com pino fixo.

g) Suporte engastado ou fixo

Um suporte engastado figura (2.71a) ou fixo figura (2.71b) é capaz de


® ®
suportar uma força axial N, uma força transversal Q (força de cisalhamento)
®
e um conjugado M (momento fletor) para evitar rotação. Veja a figura 2.71c.

FIGURA 2.71  Vínculos – suporte engastado ou fixo.

02-Mecânica Geral Estática.indd 137 14/12/2017 14:52:31


138   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

h) Suporte de junta esférica ou rótula


®
Uma conexão de rótula da figura 2.72a suporta uma força R em qualquer
direção.
A ação sobre o corpo a ser isolado será a da figura 2.72b.
Se a conexão for soldada, deverá suportar também um conjugado con-
forme figura 2.72c.

FIGURA 2.72  Vínculos – suporte de junta esférica ou rótula.

i) Apoio sobre uma superfície lisa no espaço

Esse tipo de apoio impede a translação em uma única direção e exerce


portanto uma única força, de linha de ação normal à superfície de contato.
Veja a figura 2.73.

02-Mecânica Geral Estática.indd 138 14/12/2017 14:52:31


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   139

FIGURA 2.73  Vínculos – apoio sobre uma superfície lisa no espaço.

j) Engaste espacial

Um engaste impede qualquer movimento (tanto rotação como transla-


ção) e consiste de três forças e três momentos incógnitas (figura 2.74).

FIGURA 2.74  Vínculos – engaste espacial.

k) Dobradiça e mancal que suportam somente carga radial

Esses tipos de apoios impedem também algumas rotações, veja figura a


2.75b.
Neste caso teremos duas componentes incógnitas, bem como dois conju-
gados ou momentos.

02-Mecânica Geral Estática.indd 139 14/12/2017 14:52:32


140   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

FIGURA 2.75  Vínculos – dobradiça e mancal.

l) Dobradiça que suporta carga axial e radial (figura 2.76)

Possui 5 reações incógnitas, uma a mais que a dobradiça e mancal, pois


há restrição do movimento do mancal.

FIGURA 2.76  Vínculos – dobradiça.

Devemos observar então que as reações de apoios sobre um corpo rígido


vão de uma única força até um sistema de reações composto de três forças e
três momentos incógnitas. Vejamos alguns exemplos:

02-Mecânica Geral Estática.indd 140 14/12/2017 14:52:33


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   141


►  EXEMPLO 22: A viga AB é apoiada sobre suportes A e B. Determinar as
reações nos apoios, sendo a força P = 2 000 kgf. Tanto na figura 2.77a, quanto
na figura 2.77b, desprezar o peso próprio da viga.

FIGURA 2.77

Solução:
a) Desenhamos primeiramente o diagrama de corpo livre (figura 2.78).

FIGURA 2.78

Como o sistema está em equilíbrio, podemos escrever que:

+
  F = RAx – P · cos45o = 0
® x
RAx = P · cos45o = 1 414 kgf

ΣMA = 2 000 (sen45o) 2 – RBy · 4 = 0

2 000 · 0,707
RBy = _________ = 707 kgf
2
+ ΣFy = RAy + RBy – 2 000 sen45o = 0
­®

RAy = 1 414 – 707 = 707 kgf

02-Mecânica Geral Estática.indd 141 14/12/2017 14:52:34


142   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

Por Pitágoras:
________
2
RA = RAx Ö
+ R2Ay = 1 581 kgf

RAy 707
tgqx = ___ = ____ = 0,50; qx = 26,57o
RAx 1 414
®
RA = 1 581 kgf 26,57o
®
RB = 707 kgf

b) Procedendo da mesma maneira que (a) (figura 2.79): ­®

FIGURA 2.79

® ΣFx = 0 ∴ RAx – 2 000 · cos45o – RB · cos45o = 0 (1)

ΣFy = 0 ∴ RAy + RB · sen45o – 2 000 sen45o = 0 (2)


­®

ΣMA = 0 ∴ 2 000 (sen45o) 2 – RB (sen45o) 4 = 0 (3)

De (3):
®
RB = 1 000 kgf 45o

em (1)
RAx = 2 121 kgf
em (2)
RAy = 707 kgf

02-Mecânica Geral Estática.indd 142 14/12/2017 14:52:34


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   143

Portanto:
®
RA = 2 121^
x + 707^
y kgf

ou
__________
Ö
®
|RA| = 2 1212 + 7072 = 2 235,7 kgf

707
tgqx = ____ = 0,33 ® qx = 18,4o
2 121
®
RA = 2 235,7 kgf 18,4o

►  EXEMPLO 23: As vigas AB são mantidas na posição horizontal por bar-


ras verticais CD. Duas forças iguais a 3 000 kgf são aplicadas nas vigas, con-
forme figura a seguir. Determinar as forças de tração na barra CD da figura
2.80a e a de compressão na da figura 2.80b.

FIGURA 2.80

Solução: Para a viga da figura 2.80a temos o diagrama de corpo livre da


figura 2.81.

FIGURA 2.81

02-Mecânica Geral Estática.indd 143 14/12/2017 14:52:34


144   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

ΣMA = T · 2 – F sen60o · 3 = 0

Donde:

3 000 · 0,866.3
T = __________ = 3 897
2

T = 3 897 kgf

Para a viga da figura 2.80b procedemos da mesma maneira, veja a figura


2.82.

FIGURA 2.82

ΣMA = F · sen60o · 3 – C · 2 = 0

C = 3 897 kgf

Observação: É evidente que conhecendo previamente os valores de T e C,


podemos calcular as reações nos apoios da parede. Vejamos então:
Caso da figura 2.80a:

® ΣFx = 3 000 · cos60o – FAx = 0 (1)

ΣFy = T + FAy – 3 000 sen60o = 0 (2)


­®

Substituindo T = 3 897 em (2), vem:

FAy = –1 299 kgf; e de (1): FAx = 1 500 kgf

Portanto:
®
RA = 1 500^
x – 1 299^
y kgf

02-Mecânica Geral Estática.indd 144 14/12/2017 14:52:34


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   145

Caso da figura 2.80b:

® ΣFx = FAx – 3 000 · cos60o = 0 (1)

­® ΣFy = C + FAy – 3 000 sen60o = 0 (2)

De (1)

FAx = 1 500 kgf

Substituindo C = 3 897 kgf em (2), vem:

FAy = –1 299 kgf

Logo:
®
RA = 1 500^
x – 1 299^
y kgf

►  EXEMPLO 24: Determinar as reações nos suportes A e D, causadas pela for-


ça P. Desprezar o peso próprio da estrutura em pórtico mostrada na figura 2.83.

FIGURA 2.83

02-Mecânica Geral Estática.indd 145 14/12/2017 14:52:35


146   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

Solução: Diagrama de corpo livre, veja a figura 2.84.

FIGURA 2.84

Equações de equilíbrio:

® ΣFx = 1 000 – FAx = 0 ∴ FAx = 1 000 kgf

ΣFy = RD – FAy = 0 ∴ RD = FAy


­®

ΣMA = 1 000 · 5 – RD · 10 = 0 ∴ RD = 500 kgf


e
FAy = 500 kgf

Portanto:
®
RD = 500^
y kgf
321

®
RA = –1 000^
x – 500^
y kgf

02-Mecânica Geral Estática.indd 146 14/12/2017 14:52:35


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   147

►  EXEMPLO 25: Para o quadro da figura 2.85, determinar as reações em A


e B. Em C, temos uma articulação em pino liso. Como foi explicado anterior-
mente, nesse tipo de articulação não há momento reativo.

FIGURA 2.85

Solução: Diagrama de corpo livre do quadro, veja a figura 2.86.

FIGURA 2.86

02-Mecânica Geral Estática.indd 147 14/12/2017 14:52:36


148   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

Devemos notar que neste diagrama de corpo livre de estrutura plana,


temos quatro forças reativas incógnitas. Já estudamos que para um problema
desse tipo existem somente três equações independentes de equilíbrio. Para
levantar esse impasse, basta isolarmos em diagramas de corpo livre os dois
corpos, não esquecendo das forças de interconexão em C. Essas forças geram
um par ação-reação, que em conjunto (estrutura completa) se anulam, como
mostrado na figura 2.87.

FIGURA 2.87

Apliquemos as equações de equilíbrio na figura 2.86.

® ΣFx = 0 ∴ 1 000 + FAx + FBx = 0 (1)

ΣFy = 0 ∴ FAy + FBy – 1 000 = 0 (2)


­®

ΣMA = 0 ∴ 1 000 · 5 + 1 000 + 1 000 · 7 – 10 · FBy = 0 (3)

De (3):

FBy = 1 300 kgf

02-Mecânica Geral Estática.indd 148 14/12/2017 14:52:36


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   149

em (2), vem:

FAy = 1 000 – 1 300 = –300 kgf

Para obtermos a quarta equação, utilizamos o diagrama de corpo livre


da figura 2.87a, onde o corpo também está em equilíbrio.

ΣMC = 0 ∴ 1 000 + FAy · 5 – FAx · 5 = 0

Donde:

1 000 + (–300) · 5
FAx = _____________ = –100 kgf
5

em (1)

FBx = –1 000 – FAx = –1 000 – (–100) = –900 kgf

Finalmente:
®
RA = 100^
x – 300^
y kgf
®
RB = –900^
x + 1 300^
y kgf

Observação: Poderíamos também calcular a força na junta C, utilizando


a figura 2.87a, vejamos:

® ΣFx = 0 ∴ FAx + 1 000 + CAx = 0

CAx = –1 000 – FAx = –1 000 + 100 = –900 kgf

ΣFy = 0 ∴ FAy + CAy = 0


­®

CAy = –FAy = 300 kgf

02-Mecânica Geral Estática.indd 149 14/12/2017 14:52:36


150   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

Logo:
®
RC = –900^
x + 300^
y kgf em AC

ou
®
RC = 900^
x – 300^
y kgf em BC

► EXEMPLO 26: A figura 2.88 representa uma viga ACB, engastada na


parede em A, rotulada em C e apoiada em B sobre um suporte de roletes.
Um guindaste de peso Q = 5 000 kgf é montado sobre a viga, e seu Centro de
Gravidade (CG), local onde se concentra seu peso próprio, atua sobre a linha
vertical CD. Este guindaste sustenta um peso P = 1 000 kgf a uma distância
KL = 4 m. Desprezando o peso próprio da viga, determine as reações em A
e B. A viga e o guindaste estão num mesmo plano vertical.

FIGURA 2.88

02-Mecânica Geral Estática.indd 150 14/12/2017 14:52:36


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   151

Solução: O sistema pode ser considerado como composto de três corpos


— —
rígidos, ou seja, do guindaste, trechos AC e CB da viga. Isolemos os três cor-
pos em diagramas de corpos livres conforme figura 2.89.

FIGURA 2.89

Primeiramente iremos determinar as reações nas rodas do guindaste.


Observemos a figura 2.89a.

ΣMM = P · 5 + Q · 1 – N2 · 2 = 0

1 000 · 5 + 5 000 · 1
N2 = ________________ = 5 000 kgf
2

ΣFy = N1 + N2 – Q – P = 0
­®

N1 = 5 000 + 1 000 – 5 000 = 1 000 kgf

02-Mecânica Geral Estática.indd 151 14/12/2017 14:52:37


152   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

Passemos agora para o trecho CB da figura 2.89c.

® ΣFx = FCx = 0 ∴ FCx = 0

ΣMC = N2 · 1 – RB · 8 = 0

5 000
RB = ____ = 625 kgf
8
®
RB = 625^
y kgf

ΣFy = –N2 – FCy + RB = 0


­®

FCy = RB – N2 = 625 – 5 000 = –4 375 kgf

Passemos finalmente ao trecho AC da figura 2.89b:

ΣFy = FAy + FCy – N1 = 0


­®

FAy = N1 – FCy = 1 000 + 4 375 = 5 375 kgf

® ΣFx = FAx – FCx = 0

FAx = FCx = 0

ΣMC = FAy · 4 – MA – N1 · 1 = 0

MA = 4 · 5 375 – 1 000 · 1 = 20 500 kgf · m

Logo:
®
RA = 5 375^
321

y kgf
®
MA = 20 500 kgf · m

02-Mecânica Geral Estática.indd 152 14/12/2017 14:52:37


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   153

►  EXEMPLO 27: Uma estrutura em arco mostrada na figura 2.90 é fixa ao


suporte articulado no ponto A, e sobre roletes em B num plano de 30o com
a horizontal. O vão AB mede 20 m. O peso da estrutura é Q = 10 000 kgf.
A força resultante dos ventos é P = 2 000 kgf, e situa-se a 4 m acima de A,
paralelamente a reta AB. Determine as reações nos suportes A e B.

FIGURA 2.90

Solução: A estrutura em diagrama de corpo livre pode ser simplificada


para a figura 2.91.

FIGURA 2.91

02-Mecânica Geral Estática.indd 153 14/12/2017 14:52:38


154   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

ΣMA = RB · sen60o.20 – 10 000 · 10 – 2 000 · 4 = 0

RB = 6 235 kgf

ΣFy = RB · sen60o + FAy – 10 000 = 0


­®

FAy = 4 600 kgf

® ΣFx = RB · cos60o + FAx – 2 000 = 0

FAx = –1 117,5 kgf


®
RB = 6 235 kgf 60o
®
RA = –1 117,5^
x + 4 600^
y kgf

► EXEMPLO 28: Uma manivela é equipada de uma roda de catraca de


diâmetro d1 e uma trava A, conforme figura 2.92. O tambor de diâmetro d2 é
rigidamente unido ao diâmetro interno da catraca. Para um peso Q = 50 kgf
que foi elevado, qual será a reação no eixo B da trava, para d1 = 420 mm,
d2 = 240 mm; h = 50 mm; a = 120 mm.

FIGURA 2.92

02-Mecânica Geral Estática.indd 154 14/12/2017 14:52:39


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   155

Solução: Isolemos esquematicamente a catraca em diagrama de corpo


livre conforme figura 2.93.

FIGURA 2.93

Tomemos na figura 2.93b o momento em torno de O:

d1 d2
ΣMo = FTA · __ – Q · __ =0
2 2

d2
FTA = Q · __ (1)
d1

Passemos ao equilíbrio da trava (figura 2.93a).

ΣMB = FTA · h – FNA · a = 0

h
FNA = FTA · _
a

02-Mecânica Geral Estática.indd 155 14/12/2017 14:52:39


156   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

em (1):

d2 _ h
FNA = Q · __ · (2)
d1 a

240
® ΣFx = F1 – FTA = 0 ∴ F1 = FTA = 50 · ___ = 28,6 kgf
420

50
ΣFy = FNA – F2 = 0 ∴ F2 = FNA = 28,6 · ___ = 11,9 kgf
­®

120

Finalmente:
®
RB = 28,6 (→) + 11,9 ( )kgf
­®

► EXEMPLO 29: O guindaste giratório de poço mostrado na figura 2.94


está sustentando um peso P = 4 000 kgf. Possui como ponto de apoio o ponto
A, e o ponto B é um apoio de superfície cilíndrica polida, paralela ao eixo Ay.
AB = 2 m, DE = 5 m. O peso próprio do guindaste é 2 000 kgf e atua a 2 m
do eixo vertical Ay. Determine as reações dos suportes A e B.

FIGURA 2.94

02-Mecânica Geral Estática.indd 156 14/12/2017 14:52:40


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   157

Solução: Esquematizemos todo o guindaste em diagrama de corpo livre


conforme figura 2.95.

FIGURA 2.95

ΣMA = 4 000 · 5 + 2 000 · 2 – RB · 2 = 0

RB = 12 000 kgf

® ΣFx = RB + FAx = 0

FAx = RB = 12 000 kgf

ΣFy = FAy – 2 000 – 4 000 = 0


­®

FAy = 6 000 kgf

Logo:
®
RB = –12 000^
x kgf
®
RA = 12 000^
x + 6 000^
y kgf

02-Mecânica Geral Estática.indd 157 14/12/2017 14:52:40


158   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

► EXEMPLO 30: Uma barra uniforme AB de peso P mostrada na figura


2.96 é articulada em A sobre o piso horizontal AD. O terminal B é unido a
parede CD pela corda BC. Se o ângulo CED = α e BAD = β, qual a reação
na articulação e a tração na corda T?

FIGURA 2.96

Solução: Isolemos, na figura 2.97, somente a barra em diagrama de corpo


livre.

FIGURA 2.97

02-Mecânica Geral Estática.indd 158 14/12/2017 14:52:40


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   159


AB
___ — —
ΣMA = P · .cosb + T · cosa. AB senb – T sena · AB · cosb = 0
2

Donde:

P
_ cosβ = T (senα cosβ – senβ · cosα)
2

Daí:

cosb
T = P · __________
®
α
2 sen (a – b)

ΣFy = T senα – P + FAy = 0


­®

æ sena cosb æ
__________
FAy = P ç 1 – ç
è 2 sen (a – b) è

® ΣFx = T cosα – FAx = 0

cosa · cosb
FAx = P · __________
2 sen (a – b)

finalmente:

P cosa · cosb æ sena · cosb æ


__________
RA = __________^
®
x + P ç1 – ç^y
2 sen (a – b) è 2 sen (a – b) è

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160   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

►  EXEMPLO 31: Uma polia C de raio igual a um metro, e um pinhão D de


raio = 10 cm, estão montados num eixo horizontal, conforme figura 2.98. A
força P atuante na polia vale 10 kgf e Q atuante no pinhão deve ser tal que
mantenha o equilíbrio do eixo. Determine Q e as reações em A e B.

FIGURA 2.98

Solução: Esquematizemos o sistema em diagrama de corpo livre confor-


me figura 2.99.

FIGURA 2.99

02-Mecânica Geral Estática.indd 160 14/12/2017 14:52:41


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   161

ΣMy = P · 100 – Q · 10 = 0

10 · 100
Q = _____ = 100 kgf
10

ΣMx = Q · 10 + ZB · 100 = 0

–100 · 10
ZB = ______ = –10 kgf
100

ΣFz = ZA + ZB + Q = 0

ZA = –Q – ZB = –100 + 10 = –90 kgf

ΣMz = –P · 90 – XB · 100 = 0

P · 90 10 · 90
XB = ____ = – _____ = –9 kgf
100 100

ΣFx = XA + XB + P = 0

XA = –P – XB = –10 + 9 = –1 kgf

Então:
®
RA = –^
x – 90^
z kgf
®
RB = –9^
x – 10^
z kgf

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162   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

►  EXEMPLO 32: A figura 2.100 representa o esquema de um rotor de uma


turbina que desenvolve um torque T = 120 kgf · m. Através do eixo vertical
e um par de engrenagens cônicas, transmite-se o movimento para a horizon-
tal. A força normal desenvolvida nos dentes da engrenagem B vale P e está
inclinada de 15o com a horizontal. Se o peso total do sistema turbina-eixo é
Q = 1 200 kgf e atua ao longo do eixo OC, determine as reações nos mancais
A e C, sendo OB = 0,6 m o raio da engrenagem B, AC = 3 m e AO = 1 m.

FIGURA 2.100

Solução: Vamos supor o eixo vertical em diagrama de corpo livre confor-


me figura 2.101.

FIGURA 2.101

02-Mecânica Geral Estática.indd 162 14/12/2017 14:52:42


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   163

Calculemos primeiramente FRB e FTB pela decomposição de P.

FTB = P · cos15o e FRB = P · sen15o

Porém,

ΣMz = T – FTB · 60 = 0

12 000
FTB = _____ = 200 kgf
60

Então:

FTB 200
P = _____ = ____ = 207 kgf
cos15o
0,966

E consequentemente:

FRB = 207 · sen15o = 53,6 kgf

ΣFz = Zc – Q – FRB = 0

Zc = Q + FRB = 1 200 + 53,6 = 1 253,6 kgf

ΣMy = XA · 300 – FTB · 400 = 0

400 · 200
XA = ______ = 266,7 kgf
300

ΣFx = –FTB + XA + Xc = 0

Xc = FTB – XA = 200 – 266,7 = –66,7 kgf

ΣMx = –YA · 300 – FRB · 60 = 0

FRB · 60 53,6 · 60
YA = – ______ = – ______ = –10,7 kgf
300 300

02-Mecânica Geral Estática.indd 163 14/12/2017 14:52:42


164   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

ΣFy = YC + YA = 0 → YC = –YA = 10,7 kgf


®
Rc = –66,7^
x + 10,7^
y + 1 253,6^
z kgf
®
RA = 266,7^
x – 10,7^
y kgf

►  EXEMPLO 33: A barra uniforme AB mostrada na figura 2.102 pesa 24 kgf


e está apoiada por uma junta esférica em B e uma corda CD ligada ao ponto
médio da haste em C. Sabendo-se que a haste se recosta contra a parede ver-
tical, lisa em A, pede-se determinar a tração na corda e as reações de apoio
em A e B.

FIGURA 2.102

02-Mecânica Geral Estática.indd 164 14/12/2017 14:52:43


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   165


Solução: Isolemos a barra AB em diagrama de corpo livre conforme fi-
gura 2.103.

FIGURA 2.103

Apliquemos vetorialmente

ΣMx = 0
® ® ® ®
(O C  × T) · ^
x + (O C  × P) · ^
x = 0 (1)

Sendo:

T
T = T · C^D = __ (–2,0^
®
x + 1,2^
y – 0,9^
z)
2,5

Usando o produto misto para a expressão (1)

| 2,0 1,2 0,9 | | 2,0 1,2 0,9 |


T | | | |
__ | –2,0 1,2 –0,9 || + || 0 –24 0 ||
2,5 |
| | | |
| 1 0 0 | | 1 0 0 |

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166   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

T
__ (–1,2 · 0,9 – 1,2 · 0,9) + 0,9 · 24 = 0
2,5

0,9 · 24 · 2,5
_________
T= = 25 kgf
2 · 1,2 · 0,9
®
Agora temos T na forma vetorial, ou seja:

T = T C^D = –20^
®
x + 12^
y – 0^
z

Sendo:

Tx = –20 kgf; Ty = 12 kgf e Tz = –9 kgf

Outras equações de equilíbrio:

ΣFy = –24 + 12 + By = 0

By = 12 kgf

ΣMz = –Ax · 2,4 – 24 · 2,0 + 12 · 2,0 + 12 · 4,0 + 20 · 1,2 = 0

Ax = 20 kgf

ΣFx = Ax – Bx – 20 = 0

Bx = 20 – 20 = 0

ΣFz = Bz – 9 = 0 → Bz = 9 kgf

Logo:
®
RA = 20^
321

x kgf
®
RB = 12^
y + 9^
z kgf

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CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   167

►  EXEMPLO 34: Um conjugado de 600  kgf · m, formado pelas forças de 50  kgf


em D e E, é aplicado à estrutura mostrada na figura 2.104. Sabendo-se que a
linha que une D e E forma um ângulo de 30o com o plano yz, pede-se deter-
®
minar a força Q necessária para o equilíbrio e as reações em B e C. É suposto
que o mancal C não suporta carga axial.

FIGURA 2.104

Solução: Isolemos a estrutura dos mancais conforme figura 2.105.

FIGURA 2.105

02-Mecânica Geral Estática.indd 167 14/12/2017 14:52:43


168   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

® ®
Observe que C (conjugado) é um vetor livre. Vamos escrever C na forma
vetorial:
®
C = 600 · cos30o^
x + 600 · cos60o^
z
®
C = 519,6^
x + 300^
z kgf · m

Apliquemos as equações de equilíbrio:

ΣMz = 4.Q + 300 = 0 ® Q = –75 kgf

ΣMy = –Cx · 20 + Q · 4 = 0

Cx = –15 kgf

ΣFx = Q + Bx + Cx = 0

–75 + Bx – 15 = 0 ® Bx = 90 kgf

ΣMx = 20 · Cy + 519,6 = 0

Cy = –26 kgf

ΣFy = By + Cy = 0; By = –Cy = 26 kgf

Daí:
®
RB = 90^
x + 26^
321

y kgf
®
RC = –15^
x – 26^
y kgf

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CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   169

2.4 Exercícios Propostos
I) Sistemas de forças:

1) O suporte angular mostrado na figura 2.106 encontra-se submetido ao


sistema de forças visto na figura. Determinar o momento resultante com
relação ao ponto B.

FIGURA 2.106

2) Três forças atuam sobre um cubo de aresta a, como mostra a figura 2.107.
Sabendo-se que F1 = F2 = F3 = P, determinar o momento na origem do
sistema coordenado.

FIGURA 2.107

02-Mecânica Geral Estática.indd 169 14/12/2017 14:52:44


170   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

3) Duas forças de intensidade P atuam segundo as diagonais de um cubo


de aresta a, mostrada na figura 2.108. Calcular o momento do sistema
relativo ao eixo OC, assim como ao ponto O.

FIGURA 2.108

4) Uma placa retangular 2 × 3 m está sendo sustentada pelos cabos A, B e


C, conforme figura 2.109. Sabendo-se que a tração no cabo B vale 6,25 kgf,
qual será o momento do sistema com relação ao eixo AC, sendo 50 kgf o
peso da placa?

FIGURA 2.109

02-Mecânica Geral Estática.indd 170 14/12/2017 14:52:45


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   171

®
5) Uma força P de intensidade 420 kgf será orientada segundo a linha AB,
®
do ponto A para o ponto B. Determinar a projeção de P sobre a linha
AC. Veja a figura 2.110.

FIGURA 2.110

6) Dada uma força e um conjugado como mostra a figura 2.111, determinar:


a) o torsor equivalente;
b) o ponto onde a linha de ação desse torsor fura o plano xy.

FIGURA 2.111

02-Mecânica Geral Estática.indd 171 14/12/2017 14:52:45


172   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

7) Com base na figura 2.108 do exercício proposto 3, determinar o torsor


do sistema, assim como os cossenos diretores do eixo central. Investigar
também as coordenadas do ponto de um plano normal ao torsor, ponto
este perfurado pelo mesmo.

8) Duas forças de intensidade igual a 1 000 kgf atuam segundo as diagonais


das faces de um cubo cuja aresta vale 10 cm conforme a figura 2.112.
Determinar:
a) um sistema força-conjugado equivalente na origem;
® ®
b) as componentes R e M10 do torsor equivalente;
c) o passo do torsor e o eixo central do sistema.
Observação: Representar graficamente o eixo central.

FIGURA 2.112

02-Mecânica Geral Estática.indd 172 14/12/2017 14:52:45


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   173

9) Idem ao anterior, para a figura 2.113, apenas alterando o valor da aresta


do cubo para 8 cm.

FIGURA 2.113

10) Sabendo-se que o cubo representado na figura 2.114 possui arestas de 8 cm


cada e que o módulo das forças atuantes vale 1 000 kgf, calcular:
a) o sistema força-conjugado equivalente na origem;
b) as componentes e a linha de ação do torsor atuante, expressando a di-
reção do eixo central através dos referidos arcos dos cossenos diretores.

FIGURA 2.114

02-Mecânica Geral Estática.indd 173 14/12/2017 14:52:46


174   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

11) No exercício proposto 1, determinar a intensidade e o sentido da força


®
vertical P que deve ser aplicada em B para que a resultante do sistema
passe pelo ponto E.

12) Voltando à figura 2.107, do exercício proposto 2, calcular o torsor e o


eixo central do sistema lá apresentado, com os mesmos dados que foram
descritos.

13) Novamente com base na figura 2.106 do exercício proposto 1, achar onde
a resultante intercepta a reta horizontal definida pela direção AB e ainda
a reta vertical dada pelo segmento BC.

II) Estática no plano:



14) A barra diferencial da figura 2.115 consiste de uma barra AB, apoiada
— —
em um suporte C e uma travessa DE, a qual é articulada pelo elo AD
— —
e EF para com a alavanca AB. O peso Q = 1 000 kgf é suspenso pela
travessa em G sendo que a distância horizontal entre as verticais de C e

G vale 1 mm. Calcular o peso P a ser suspenso pela alavanca AB em H
— —
(CH = 1 m) para contrabalançar o peso Q, sendo AC = CF e os atritos
desprezíveis.

FIGURA 2.115

02-Mecânica Geral Estática.indd 174 14/12/2017 14:52:46


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   175


15) A barra AB de 10 m de comprimento suporta um carro guindaste (figura

2.116). O peso do guindaste é 5 000 kgf e o seu CG está sobre o eixo CD.

O peso da carga suspensa é P = 1 000 kgf e o da viga AB é de 3 000 kgf.
A extensão do guindaste é KL = 4 m e a distância AC = 3 m. Achar as
— —
reações nos suportes A e B, quando o braço DL e a viga AB estão num
mesmo plano vertical.

FIGURA 2.116

16) Determinar as reações nos suportes A e B, quando uma força horizontal


P é aplicada conforme figura 2.117. Desprezar o peso da barra.

FIGURA 2.117

02-Mecânica Geral Estática.indd 175 14/12/2017 14:52:46


176   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

17) O sistema consiste de três quadros (dimensões dadas na figura 2.118).


Expressar as reações dos suportes A, B, C e D em termos da força P
aplicada horizontalmente.

FIGURA 2.118

18) Uma escada portátil é armada sobre uma superfície horizontal lisa, ver
— —
figura 2.119. Ela é feita de 2 (duas) partes AC e BC de comprimento 3  m
e peso 12 kgf de cada lado. São unidas pela rótula C e pela corda EF. É
— —
dado que BF = AE = 1 m e que o CG de cada lado está no centro do
mesmo.

Um homem de 72 kgf está em pé no ponto D tal que CD = 0,6 m. Se o
ângulo ABC = BAC = 45o, calcular as reações no chão, na rótula C e

também a tensão na corda EF.

FIGURA 2.119

02-Mecânica Geral Estática.indd 176 14/12/2017 14:52:47


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   177

19) A figura 2.120 representa um quadro que consiste de 4 hastes de igual


comprimento. As rótulas A e F são fixas. Nas juntas B, C e D estão
atuando forças idênticas, iguais a Q. No equilíbrio, o ângulo α = 60o e
pede-se determinar o ângulo β de inclinação das hastes com a horizontal.

FIGURA 2.120

20) Uma estrutura para caixa d’água possui uma caixa cilíndrica de 6 m de
altura por 4 m de diâmetro, conforme figura 2.121. Ela está montada

sobre a estrutura metálica localizada num plano horizontal AB. A altura
do chão à base da caixa é de 17 m e o peso da torre é de 8 000 kgf. A
pressão do vento é determinada através de medição e vale 125 kgf/m2

sobre a caixa d’água. Determinar a distância AB necessária para que, sob
ação do vento, a estrutura não tombe.

FIGURA 2.121

02-Mecânica Geral Estática.indd 177 14/12/2017 14:52:47


178   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

21) Uma barra uniforme AB, mostrada na figura 2.122, é articulada em A


com uma parede vertical, formando um ângulo de 60o com a vertical. A

corda BC faz um ângulo de 30o com a barra. Determinar a intensidade e
®
a direção da reação R na articulação C, se o peso da barra é 25 kgf.

FIGURA 2.122

22) A cunha A possui um ângulo de inclinação tgα = 0,05, e é pressiona-


da para dentro do recesso BB1 por uma força de Q = 6 000 kgf (figura
2.123). Se o coeficiente de atrito µ é 0,1, determine as forças normais N
nas faces da cunha e a força P necessária para retirá-la.

FIGURA 2.123

02-Mecânica Geral Estática.indd 178 14/12/2017 14:52:47


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   179

23) Uma barra uniforme de peso 60 kgf está com a extremidade encostada na
parede pelo ponto B, mede L m de comprimento e faz um ângulo de 30o
com a vertical conforme figura 2.124. Na posição dada, a base da barra

é ligada a uma corda AC para impedir seu deslizamento. Determine a
® ®
tensão na corda e as reações RB e RC.

FIGURA 2.124


24) A escada AB = L da figura 2.125 está inclinada de 60o com a horizontal

e um peso P é colocado a uma distância BP. O coeficiente de atrito na

parede e no chão é tg 15o. Determine qual deve ser a distância BP, para
a escada ficar em equilíbrio.

FIGURA 2.125

02-Mecânica Geral Estática.indd 179 14/12/2017 14:52:47


180   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA


25) Uma chapa uniforme AB mostrada na figura 2.126, de peso P = 100 kgf
possui o extremo livre apoiado no ponto A da superfície polida, e está presa
— —
por 2 barras BC e BD. A chapa faz um ângulo de 45o com a horizontal, con-
forme figura, e BCD é um triângulo equilátero. Estando, os pontos C e D na
mesma vertical e assumindo que as juntas B, C e D são articuláveis, calcular
a reação do suporte A e as tensões nas barras. Desprezar os pesos próprios.

FIGURA 2.126


26) Uma barra uniforme AB de peso 100 kgf está com uma extremidade
apoiada sobre uma superfície horizontal e outra inclinada de 30o. A ex-
tremidade B da barra é ligada por uma corda que passando pela polia

C, sustenta um peso P, conforme figura 2.127. A parte da corda BC é
paralela ao plano inclinado. Desprezando os atritos, determinar o peso P
e as reações NA e NB atuantes nas duas superfícies.

FIGURA 2.127

02-Mecânica Geral Estática.indd 180 14/12/2017 14:52:48


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   181

27) A figura 2.128 nos mostra uma viga uniforme AB de peso P = 100 kgf
articulada em A na parede e fazendo um ângulo de 45o com a vertical. Um
— —
peso Q = 200 kgf é suspenso pelo ponto D da viga, tal que BD = AB/4.
Pela extremidade B, uma corda é fixada à viga, fazendo um ângulo de 30o
com a vertical, que passando pela polia C, sustenta um peso G. Despre-
zando os atritos, calcular o peso G e as reações em A.

FIGURA 2.128

28) A ponte da figura 2.129 é composta de duas partes, ligadas pela articula-
ção A e rotuladas em B e C. O peso de cada parte da ponte é 4 000 kgf e
seus CG estão em D e E. Uma carga P = 2 000 kgf é aplicada sobre a pon-
te. Determinar o valor das reações na articulação A e nas rótulas B e C.

FIGURA 2.129

02-Mecânica Geral Estática.indd 181 14/12/2017 14:52:48


182   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

29) Um guindaste giratório da figura 2.130 é montado sobre uma fundação de


concreto, cuja base é um quadrado de lado EF = 2 m e o peso específico
da argamassa é de 2 gf/cm3. O guindaste pesa Q = 2 500 kgf que atua
sobre o ponto A, sendo que a distância desse ponto ao eixo do guindaste é
0,8 m. Calcular a mínima altura da fundação, se o—guindaste é designado
para levantar um peso de 3 000 kgf. A extensão CD é de 4 m.
Observação: Resolver analisando o tombamento em torno de F.

FIGURA 2.130

III) Estática no espaço:

30) Três discos, A, B e C, de raios 15 cm, 10 cm e 5 cm, respectivamente, estão


sujeitos a forças conjugadas, conforme figura 2.131. Os eixos OA, OB e OC
estão no mesmo plano, sendo o ângulo OAB = 90o. Determine o valor do
conjugado (P, P) e o ângulo α para que tal sistema esteja em equilíbrio.

FIGURA 2.131

02-Mecânica Geral Estática.indd 182 14/12/2017 14:52:48


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   183

31) Uma tampa uniforme de peso P = 40 kgf está, em parte, aberta, fazendo
um ângulo de 60o com a horizontal, através de um peso Q que a mantém
em equilíbrio, conforme figura 2.132. Determinar o peso Q e as reações
— —
nas dobradiças A e B, sendo que AD = AC e ainda que a dobradiça B
não exerce nenhum empuxo axial.

FIGURA 2.132

32) Uma tampa ABCD mostrada na figura 2.133, de peso P = 1 500 kgf é
articulada em A e B; um cabo fixo em C passa pela polia E e está preso
em K de modo a mantê-la em posição conforme figura. O CG da tampa
coincide com o do retângulo ABCD. Determine a tensão no cabo e as
reações nas dobradiças, que não suportam empuxos axiais.

FIGURA 2.133

02-Mecânica Geral Estática.indd 183 14/12/2017 14:52:49


184   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

33) Uma lâmina quadrada uniforme de lado a = 30 cm e peso P = 5 kgf é


fixa no ponto A por uma junta e em B por uma dobradiça, sendo que em

E apenas apoia. Uma força F = 10 kgf paralela a AB atua em H tal que

BH = 10 cm. Sabendo-se que CE = ED e o ângulo α do plano com o eixo
y vale 30o, achar as reações em A, B e E. Veja a figura 2.134, supondo a
dobradiça sem empuxo axial.

FIGURA 2.134

— — —
34) Duas cordas horizontais AD e CB fixam a barra AB de peso P = 8 kgf,
conforme figura 2.135. Determinar as reações nos planos de apoio
da barra, assim como as tensões nas cordas TA e T B, sabendo-se que
^
ABC ^
= BCE = 60o.

FIGURA 2.135

02-Mecânica Geral Estática.indd 184 14/12/2017 14:52:49


CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   185


35) A figura 2.136 representa um eixo horizontal AB que, através das polias
C e D de raios rC = 20 cm e rD = 25 cm transmitem movimento rotativo
através de correias. Sendo T1 = 2 t1 = 500 kgf, T2 = 2 t2 e α = 30o, de-
terminar as reações nos mancais A e B e as tensões T2 e t2.
Dados: a = b = 50 cm; c = 100 cm.

FIGURA 2.136

— —
36) Calcular a força na barra AB (que está articulada em B) e nos cabos AC

e AD devido ao peso Q = 42 kgf conforme figura 2.137. Os planos são
— — —
ortogonais e AB = 145 cm, AC = 80 cm e AD = 60 cm.

FIGURA 2.137

02-Mecânica Geral Estática.indd 185 14/12/2017 14:52:50


186   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

37) A chapa compensada da figura 2.138 encontra-se apoiada numa junta es-
férica em A e sustentada por dois cabos flexíveis. Sabendo-se que o peso
da chapa é igual a 200 kgf, calcular as reações na junta e nos cabos.

FIGURA 2.138

38) Com base na figura 2.109 do exercício proposto 4, determinar os esforços


nos cabos de sustentação da placa, colocados em A, B e C, mantendo o
peso próprio da mesma em 50 kgf.

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CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   187

39) Calcular as reações verticais nos apoios B, C e D da grelha isostática


triapoiada da figura 2.139 cujos nós formam ângulos de 90o.

FIGURA 2.139

40) Obter as reações transmitidas pela reação do terreno nos pontos B, C e


^
E da grelha horizontal mostrada na figura 2.140, sendo: ABC = 90o.

FIGURA 2.140

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188   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

Respostas dos Exercícios Propostos


®
1) MB = 820^
z kgf · cm
®
2) Mo = P · a (–^
x–^
y–^
z)

P·a
3442441

®
Moc = ____
__ (^
x+^
y+^
z)

3) 
18 Ö
P·a
Mo = ____
®
_ (^
x+^
y–^
z)
2 Ö
®
4) MAC = 0

5) ProjAC = 400 kgf

®
     R = 30^x + 120^y – 40^
34241

z kgf
321

a) ®
6) M10 = –5,7^
x – 22,7^y + 7,6^
z kgf · m
b) x = 7,6 m e y = 11,9 m

_
344424441

®
34241

   R = P 2 ^ x Ö cosqx = 1
34241

_
Torsor
7) 2
M10 = P · a ___ ^
®
x Ö e o Eixo Central:   cosqy = 0
2 cosqz = 0
a
Ponto do Plano YZ: y = z = _
  2

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CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   189

_
Ö
®
R = 1 000 2 ^
x kgf
34241
344444424444441

a) 104
MO = ___
®
_ (^
x+^ y–^ z) kgf · cm
2Ö _
Ö
®
R = 1 000 2 ^x kgf
34241

8)
b) 104
M10 = ___
®
_ ^x kgf · cm
Ö
2

passo = 5 cm
321

c)
  eixo central: paralelo a x, furando o plano YZ no ponto Y = Z = 5 cm

_
3444442444441

Ö
®
R = 500 2 (^x_+ ^
321

y) kgf
a) ®
Mo = –4 000 2 ^x kgf · cm Ö
_
Ö
®
R = 500 2 (^ x_+ ^
321

y) kgf
9) b) ®
M10 = –2 000 2 (^x+^ Ö
y) kgf · cm

passo = 4 cm
321

c)
eixo central: x = y e z = 4 cm

_
3444442444441

Ö
®
R = 500 2 (^x_+ ^
321

y) kgf
a) ®
Mo = –4 000 2 ^y kgf · cm Ö
_
344424441

Ö
®
R = 500 2 (_^
x+^ y) kgf
10)
Ö
®
M10 = 2 000 2 (^
x+^ y) kgf.cm
b)
   qx = qy = 45o
321

eixo central:
qz = 90o

®
11) P = –116,7^
y kgf

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190   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

®
34241

R = P (^
x+^
y+^
321
12) z)
torsor ®
M10 = –Pa (^
x+^
y+^
z)
eixo central: x = y = z

13) A resultante corta a horizontal a 41 cm à esquerda de B e a vertical


9,47 cm abaixo.
®
14) P = 1 kgf
­®

® ®
15) RA = 5 300 kgf e RB = 3 700 kgf
­®

® P
16) RA = – _ (^
x+^
® P
y) e RB = _ (–^
x+^ y) ­®
2 2
344424441 344424441

P
RA = – _ (^
®
x+^
y)
2
®
RB = P^y
17) ®
RC = –P^y
P
RD = _ (–^
®
x+^
y)
2
®
RA = 40,8 kgf
­® ­®

®
RB = 55,2 kgf
®
18) Cx = 52,2 kgf ¬ (na barra AC)
®
Cy = 28,8 kgf (na barra AC)
­®

®
T = 52,2 kgf ® (na barra AC)

19) β = 30o

20) AB ³ 15 m
®
21) R = –10,83^
x + 18,75^
y

na face B1
34241

a
321

®
N = 20 025 kgf
22) a na face B
®
p = 2 000 kgf
­®

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CAPÍTULO 2  Ë  ESTÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS   191

®
34241

T = 13 kgf ¬  (na barra)


®
23) RB = 15 kgf      30o
®
RC = 52,5 kgf
— L ­®
24) BP = _
2
®
34241 34241 321 34241

RA = 35,4 kgf ® 45o 


®
25)
123

TC = 89,4 kgf
® ao longo das barras
TD = 60,6 kgf
®
RA = 50 kgf
­®

®
26) RB = 43,3 kgf   60o
®
P = 25 kgf
­®

®
G = –146,4^
y kgf
27) ®
A = 73,2^
x + 173,2^
y kgf
®
A = –2 000^
x + 800^y kgf na parte AB
®
28) B = 2 000^
x + 5 200^y kgf
®
C = –2 000^
x + 4 800^
y kgf

29) h = 1,1 m
321

P = 50 kgf
30)
a = 143,1o
34241

Q = 10,4 kgf
®
31) RA = 10^x + 17,3^
z kgf
®
R = 20^ z kgf B
34241

T = 375 kgf
®
32) RA = 750^
z kgf
®
RB = –324,8^y + 562,5^
z kgf

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192   MECÂNICA GERAL ESTÁTICA

®
3442441

RA = 10^
x + 2,3^
y – 0,1^z kgf
®
33) RB = –3,4^
y + 3,2^
z kgf
30o
®
RE = 2,2 kgf
E
® ®
321

RA = 2 kgf (®) e RA = 8 kgf ( )

­®
34) Na barra AB:
   TA = 1,2 kgf e TB = 2,3 kgf
34241 34241 34241 34241 34241 34241

®
RA = –637,5^
x + 129,9^
z kgf
®
35) RB = –412,5^
x + 389,7^
z kgf
T2 = 400 kgf e t2 = 200 kgf
®
TB = 58 kgf ao longo da barra
®
36) TC = –32^
z kgf (na barra)
®
T = –24^x kgf (na barra) D

®
RA = 250^
x + 75^
y – 16,7^
z kgf
37) TE = 233,3 kgf
TB = 75 kgf
®
Ta = 18,75^
y kgf
®
38) Tb = 6,25^
y kgf
®
T = 25^y kgf c

®
RB = 2 000 kgf
­®

®
39) RC = 0
®
RD = 6 000 kgf
­®

®
RB = 4 tf
­® ®­ ­®

®
40) RC = 2 tf
®
RE = 8 tf

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