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FÍSICA | FRENTE A

2
ENSINO
MÉDIO
FÍSICA FRENTE A

Antônio Máximo
Beatriz Alvarenga
Carla Guimarães

DINÂMICA: AS LEIS DE NEWTON


1 Primeira e terceira leis de Newton . . . . . . . . . . . . . . . 4
Força. A primeira lei de Newton . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5
Equilíbrio de uma partícula. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
Terceira lei de Newton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15
Força de atrito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20
2 Segunda lei de Newton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
FRENTE A
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33
Unidades de força e massa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36
Massa e peso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .39
Revisão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
FÍSICA

2137733 (PR)

Dinâmica: as leis de Newton


MÓDULO
Dinâmica:
as leis de Newton

A foto mostra a utilização de cães de trenó


como meio de transporte para percorrer distân-
cias na neve. Evidências arqueológicas apontam que
equipamentos especializados de tração utilizando
cães são oriundos de locais que eram/são habita-
dos pelos inuítes 2 povo esquimó que vive nas regiões
árticas da Groelândia, Alasca e Canadá. A invenção
desse meio de transporte aprimorou o alcance da caça
e das viagens entre os anos 1000-1600 d.C.
REFLETINDO SOBRE A IMAGEM LATINSTOCK/PETER MENZEL/SCIENCE PHOTO LIBRARY/SPL

O que aconteceria com o trenó caso as cordas


que o unem aos cães rompessem? Ele pararia?
Aumentando o número de cães, o trenó con-
seguiria imprimir uma maior aceleração? E se
aumentássemos a massa do trenó? Na foto, são
os cães que estão puxando o trenó ou é o trenó
que está puxando os cães?

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CAPÍTULO

1 Primeira e terceira leis


de Newton

Veja, no Guia do Professor, o quadro de competências e habilidades desenvolvidas neste módulo.

Objetivos: As grandes velocidades que são alcançadas por um trem-bala dependem das relações entre
forças e movimentos. O objetivo da Dinâmica, cujo estudo se inicia neste capítulo, é o de procurar
c Caracterizar causas
estabelecer essas relações.
e efeitos dos

HUNG CHUNG CHIH/SHUTTERSTOCK


movimentos.

c Identificar a primeira
e a terceira leis de
Newton e aplicá-las
aos movimentos e ao
equilíbrio de partículas.

c Identificar a ação
de forças de atrito
no movimento ou
equilíbrio dos corpos.

c Reconhecer forças de
interação e aplicá-las,
juntamente com as leis
de Newton, na solução
de problemas.

O trem-bala é um dos meios de transporte mais rápidos do mundo. Na fotografia, vemos o trem-bala Shanghai
Maglev, que é o mais rápido do mundo, alcançando a velocidade máxima de 430 km/h.

4 Dinâmica: as leis de Newton


FORÇA. A PRIMEIRA LEI DE NEWTON BIOGRAFIA
Neste capítulo vamos iniciar o estudo da Dinâmica, procurando responder a diversas perguntas, Físico, matemático, astrônomo,
tais como: “O que provoca um movimento?”, “Há necessidade de algo para manter um movimento?” alquimista e teólogo, o inglês
e “Quais são as causas das variações observadas em um movimento?”. Isaac Newton foi um dos maio-
Há aproximadamente três séculos, Isaac Newton (1642-1727), baseando-se em observações suas e res cientistas de sua geração. Ele
de outros cientistas, formulou três princípios fundamentais para solucionar outros problemas relacionados lançou as bases para o cálculo
diferencial e integral. Seu traba-
com os movimentos. Esses princípios foram posteriormente chamados “leis do movimento”.
lho em óptica e gravidade, além
Essas leis constituem os pilares da Mecânica e foram enunciadas na famosa obra de Newton, de ter estabelecido as bases para
Princípios matemáticos da filosofia natural, publicada em 1686. Elas são conhecidas como primeira, a maior parte da Mecânica Clás-
segunda e terceira leis de Newton, de acordo com a ordem em que apareceram na obra citada. Neste sica, tornou-o um dos maiores
capítulo, estudaremos a primeira e a terceira leis, que nos permitirão analisar o equilíbrio de um cientistas que o mundo já co-
corpo. A segunda lei de Newton será discutida no próximo capítulo. nheceu.

ANTHONY BAGGETT/GETTY IMAGES


Conceito de força
Quando, por exemplo, exercemos um esforço muscular para puxar ou empurrar um objeto,
estamos lhe comunicando uma força (figs. 1 e 2); um caminhão exerce força para carregar os tanques
(fig. 3). Todos nós temos, intuitivamente, a noção do que seja força.
ANDERSEN ROSS/GETTY IMAGES

ALISTAIR BERG/GETTY IMAGES


F& Estátua de Newton na Trinity College,
F& em Cambridge, Reino Unido.

Fig. 1 – Quando uma pessoa empurra um objeto, Fig. 2 – Quando ela puxa um objeto, ela também
ela está exercendo uma força sobre ele. exerce força.

FUSE/GETTY IMAGES
F&

FRENTE A

Fig. 3 – Um caminhão exerce uma força para carregar os tanques.


FÍSICA

Analisando os exemplos que acabamos de citar, para que o efeito de uma força fique bem
definido, será necessário especificar seu módulo, sua direção e seu sentido. Em outras palavras, a
força é uma grandeza vetorial e poderá, portanto, ser representada por um vetor, como foi feito
nas figuras 1, 2 e 3.

Dinâmica: as leis de Newton 5


Outro exemplo de força, com que lidamos frequentemente, é a força de atração da Terra sobre
os corpos situados próximo à sua superfície. Essa força é denominada peso:

Peso de um corpo é a força com que a Terra atrai este corpo.

O peso é uma grandeza vetorial e pode ser representado por um vetor. Na figura 4, mostramos
o vetor P &, que representa o peso do corpo. Observe que P & tem a direção vertical e seu sentido é
dirigido para baixo.
A força de atração da Terra sobre um objeto, assim como as forças elétrica e magnética
NHPAKEYSTONE BRASIL

(figs. 5 e 6), é exercida sem que haja necessidade de contato entre os corpos (ação a distância).
Elas são diferentes das forças citadas no início deste capítulo, que só podem atuar se existir um
contato entre os corpos.

MIKE DUNNING/DORLING KINDERSLEY/GETTY IMAGES


P&

P&

Fig. 5 – Força elétrica.

PAUL SEHEULT/EYE UBIQUITOUS


P&

P&

P&

Fig. 4 – O peso de um corpo é a força com


que a Terra o atrai. Fig. 6 – Força magnética.

6 Dinâmica: as leis de Newton


Medida de uma força
Quando uma força (peso de um corpo ou outra força qualquer) é exercida na extremidade de

AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/


ARQUIVO DA EDITORA
uma mola, esta se deforma (fig. 7). Esse fato é usado para medir as forças. Para medir qualquer gran-
deza, é necessário escolher uma unidade de medida. No caso da força, a unidade escolhida pelos físi-
cos é o peso de um corpo padrão (o kilograma-padrão), que se denomina 1 kilograma-força 5 1 kgf.
O kilograma-força (1 kgf) foi definido em medidas feitas ao nível do mar e a 45º de latitude. Por
definição:

1 kilograma-força (1 kgf) é o peso de 1 kilograma.

Pendurando pesos de 1 kgf, 2 kgf, 3 kgf, etc. na extremidade de uma mola, podemos calibrá-la
para medir pesos ou qualquer outra força. Uma mola calibrada dessa maneira é denominada dina-
mômetro (fig. 8). As balanças de molas, como as de algumas drogarias, são, na realidade, dinamô-
metros. Quando você sobe em uma dessas balanças, você está medindo o seu peso. Se a balança
indica, por exemplo, “60 kilos”, significa que o seu peso é de 60 kgf, isto é, você é atraído pela Terra
com uma força de 60 kgf. F& P&
Outra unidade muito usada na medida de forças é 1 newton 5 1 N.
Sua definição será dada posteriormente. Por enquanto, basta saber que: Fig. 7 – Por meio da deformação de

WWW.FOTOARENA.COM.BR
uma mola, podemos medir o peso
de um corpo ou o valor de uma
1 kgf 5 9,8 N força qualquer.

Portanto, a força de 1 N equivale, aproximadamente, ao peso de um


pacote de 100 gramas (0,1 kgf).

Força e movimento – Aristóteles


As relações entre força e movimento são objeto de estudo desde a
Antiguidade. O filósofo Aristóteles, por exemplo, analisando essas rela-
ções, acreditava que um corpo só poderia permanecer em movimento se
existisse uma força atuando sobre ele. Se um corpo estivesse em repouso
e nenhuma força atuasse sobre ele, esse corpo permaneceria em repou-
so. Quando uma força agisse sobre o corpo, ele se poria em movimen-
to, mas, cessando a ação da força, o corpo voltaria ao repouso (fig. 9). Fig. 8 – Dinamômetros
As afirmações de Aristóteles podem parecer corretas à primeira vista, pois, modernos costumam ser
em nossa experiência diária, vemos que os objetos, de um modo geral, só digitais e são utilizados
na indústria, em pontes
se encontram em movimento quando estão sendo puxados ou empur- rolantes para pesagem e
rados. Um livro empurrado sobre uma mesa, por exemplo, para imedia- conferência de materiais.
tamente quando se deixa de empurrá-lo.
Movimento
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/
ARQUIVO DA EDITORA

Repouso Repouso

F& FRENTE A
F50 F50

Portal
FÍSICA

SESI
Fig. 9 – Segundo Aristóteles, um corpo só poderia estar em movimento enquanto Educação www.sesieducacao.com.br
houvesse uma força atuando sobre ele.
Acesse o portal e leia o texto
Durante toda a Idade Média, as ideias de Aristóteles foram acatadas sem uma análise mais cui- Galileu, dos céus à Inquisição.
dadosa sobre elas. As críticas às teorias aristotélicas só surgiram com Galileu, no século XVII.

Dinâmica: as leis de Newton 7


Força e movimento – Galileu
HTTP://POSNER.LIBRARY.CMU.EDU

Introduzindo o método experimental para o estudo dos fenômenos físicos, Galileu realizou uma
série de experiências que o levaram a conclusões diferentes daquelas de Aristóteles.
Estando uma esfera em repouso sobre uma superfície horizontal, Galileu observou que,
empurrando-a com certa força, ela entrava em movimento. Entretanto, a esfera continuava a
se mover, percorrendo certa distância, mesmo depois que ele deixava de empurrá-la (fig. 11-A).
Assim, Galileu verificou que um corpo podia estar em movimento sem a ação de uma força
que o empurrasse.
Repetindo a experiência, usando uma superfície horizontal mais lisa, ele observou que o
corpo percorria uma distância maior após cessar a ação da força (fig. 11-B). Baseando-se em
uma série de experiências semelhantes, Galileu concluiu que o corpo parava, após cessado o
empurrão, em virtude da ação do atrito entre a superfície e o corpo, cujo efeito seria sempre o
de retardar o seu movimento.

AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA


A F5 0 v5 0
F&
Fig. 10 2 Capa de Duas novas ciências,
obra de Galileu na qual ele contestou as Fig. 11 – Galileu chegou à conclusão de que
ideias de Aristóteles sobre o movimento um corpo pode estar em movimento, mesmo B F50 v5 0
dos corpos. que nenhuma força esteja atuando sobre F&
ele. Em (C), quando a experiência é repetida
em uma superfície mais lisa do que em (A), o
corpo percorre uma distância maior. Em (C), Movimento retilíneo
se fôssemos capazes de eliminar as forças C F& F50 uniforme
de atrito, o corpo continuaria a se mover
indefinidamente, após cessar a ação da força.

Assim, se fosse possível eliminar totalmente a ação do atrito, o corpo continuaria a se mover
indefinidamente, sem nenhum retardamento, isto é, em movimento retilíneo uniforme (fig. 11-C).
Generalizando suas conclusões, Galileu chegou ao seguinte resultado:

Se um corpo estiver em repouso, é necessária a ação de uma força sobre ele para colocá-lo
em movimento. Uma vez iniciado o movimento, cessando a ação das forças que atuam sobre
o corpo, ele continuará a se mover indefinidamente, em linha reta, com velocidade constante.

A figura 12 mostra recursos experimentais, usados na atualidade, que nos permitem comprovar
as conclusões a que chegou Galileu.

CO2 sólido CO2 vapor


Fig. 12 – Com este equipamento, podemos
estudar um movimento quase sem atrito,
como Galileu idealizou. Trata-se de um
pesado disco de metal, altamente polido
na face inferior, que carrega um recipiente
cheio de gelo-seco (CO2 sólido). Ao vaporizar,
o gelo escapa por um orifício no centro
da face inferior do disco. Com isso, uma
camada gasosa se forma constantemente
entre o disco e a superfície na qual ele se
apoia. O disco desliza sobre a camada gasosa
praticamente sem atrito.

Na figura 13, o atrito desempenha um papel importantíssimo na prática do curling. Nesse es-
porte olímpico, os jogadores vestem sapatos com solados especiais para aumentar a aderência à
superfície de gelo, e a pista tem uma película de água em sua superfície para reduzir o atrito entre a
pedra e o solo. Além disso, após o lançamento da pedra, os jogadores “varrem” a pista para controlar
a quantidade de atrito aumentando o deslocamento da pedra para atingir o alvo.

8 Dinâmica: as leis de Newton


STREETER LECKA/GETTY IMAGES
Fig. 13 – O curling é um esporte olímpico.
Nele, cada equipe é formada por quatro
jogadores que lançam pedras de granito
o mais próximo de um determinado alvo.
Após o lançamento, os outros jogadores
podem varrer o gelo para diminuir o atrito
entre a pedra e a pista, fazendo-a percorrer
uma distância maior.

Inércia
As experiências de Galileu o levaram a atribuir a todos os corpos uma propriedade, denominada
inércia, pela qual um corpo tende a permanecer em seu estado de repouso ou de movimento. Em
outras palavras, se um corpo estiver em repouso, ele, por inércia, tende a continuar parado e só sob
a ação de uma força é que poderá sair desse estado; se um corpo estiver em movimento, sem que
nenhuma força atue sobre ele, tende, por inércia, a se mover em linha reta com velocidade constante.
Será necessária uma força para aumentar ou diminuir sua velocidade ou para fazê-lo desviar-se para
um lado ou para outro.
Vários fatos ligados à sua experiência diária estão relacionados com o conceito de inércia. As
figuras 14 e 15 ilustram situações em que ela representa um papel importante.
RICARDO SIWIEC

CULTURE IMAGES/EASYPIX BRASIL

FRENTE A
Fig. 14 – Um corpo em repouso, por inércia, tende a continuar em repouso.
De acordo com a primeira lei de Newton, os utensílios em cima da mesa não
se moverão a menos que uma força externa os mova. Inicialmente, todos os
objetos estão em repouso (imóveis). Quando a toalha é puxada lentamente,
FÍSICA

os utensílios em cima da mesa adquirem a baixa taxa de aceleração da toalha


e se movem junto com ela. Quando o tecido é puxado rapidamente, os Fig. 15 – Um corpo em movimento, por inércia, tende a continuar em
objetos devem acelerar a uma taxa superior para se moverem juntamente movimento. É por isso que existem o cinto de segurança e os airbags nos
com a toalha; mas a força necessária para que isso aconteça é maior do carros: em uma parada brusca ou em uma batida, apesar de o carro ter
que a força de atrito estática presente. Assim, se o tecido é puxado muito cessado o movimento, o motorista e outros passageiros continuam se
rapidamente, os utensílios da mesa “permanecem no lugar”. movendo, o que pode acarretar danos físicos sérios.

Dinâmica: as leis de Newton 9


A primeira lei de Newton
Ao estruturar os princípios da Mecânica, Newton se baseou em estudos de grandes físicos
que o precederam, entre eles, Galileu. A primeira lei de Newton nada mais é do que uma síntese
das ideias de Galileu relativas à inércia e, por isso, também é denominada lei da inércia de Galileu:

Primeira lei de Newton


Lei da inércia de Galileu
Projeto de
Na ausência de forças, um corpo em repouso continua em repouso, e um corpo em
Desenvolvimento
movimento move-se em linha reta, com velocidade constante.
Acesse o Material Comple-
mentar disponível no Portal e
aprofunde-se no assunto.

PARA CONSTRUIR

1 a) Você sabe que seu peso é uma força vertical, dirigida para b) Nesta figura, desenhe a resultante de F&1 e F&2 e, usando
baixo. Qual é o corpo que exerce essa força sobre você? uma régua, determine o seu módulo.
Usando a regra do paralelogramo determinamos, na imagem an-
É a Terra, pois, como vimos, o peso de um corpo é a força com que terior, a resultante R& de F 1& e F 2& . Medindo, com uma régua, o
a Terra atrai esse corpo. comprimento do vetor R&, encontramos 5,0 cm. Então, o módulo
de R& será: R 5 5,0 ? 2 ∴ R 5 10 N.

b) Na linguagem diária, uma pessoa lhe diz que pesa 100 kilos.
De acordo com o que aprendemos, você deve entender que
essa pessoa pesa quantos kgf? E quantos N?
Na linguagem diária, 1 kilo é usado em lugar de 1 kgf. Então, o
3 (PUC-RJ) Você é passageiro num carro e, imprudentemen-
te, não está usando o cinto de segurança. Sem variar o
peso da pessoa é 100 kgf. Como foi dito que 1  kgf 5 9,8 N,
módulo da velocidade, o carro faz uma curva fechada para
podemos igualmente dizer que o peso da pessoa é (100 ? 9,8) N, a esquerda e você se choca contra a porta do lado direito
ou seja, 980 N. do carro.
Considere as seguintes análises da situação: d
I. Antes e depois da colisão com a porta, há uma força para
a direita empurrando você contra a porta.
II. Por causa da lei de inércia, você tem a tendência de conti-
2 Duas forças, F&1 e F&2, atuam sobre um pequeno corpo. F1& é nuar em linha reta, de modo que a porta, que está fazen-
vertical, para baixo e vale 8,0 N, enquanto F&2 é horizontal, para do uma curva para a esquerda, exerce uma força sobre
a direita e vale 6,0 N. você para a esquerda, no momento da colisão.
a) Usando uma escala de 1 cm : 2 N, faça uma figura mos- III. Por causa da curva, sua tendência é cair para a esquerda.
trando os vetores que representam F&1 e F&2. Assinale a resposta correta:
Como cada 1 cm representa 2 N (escala 1 cm : 2 N), F 1& será a) Nenhuma das análises é verdadeira.
representada por um vetor de 4 cm de comprimento e F 2& por b) As análises II e III são verdadeiras.
um vetor de 3 cm. c) Somente a análise I é verdadeira.
d) Somente a análise II é verdadeira.
F&
2 e) Somente a análise III é verdadeira.

Embora o módulo da velocidade não varie, para fazer a curva, a di-


R& reção da velocidade do passageiro deve variar e, portanto, existe
aceleração centrípeta. Por essa razão, ele sente a força que a porta
exerce, para a esquerda, enquanto está em contato com seu corpo
durante a curva.

F&1

10 Dinâmica: as leis de Newton


4 No século XVII, um dos problemas sobre os quais havia divergência de opinião entre Galileu e os aristotélicos era o seguinte: se
um navio está em movimento retilíneo uniforme e uma pedra for abandonada do alto do mastro (veja a figura deste problema),
onde ela irá cair? Para Galileu, a pedra cairia no pé do mastro; já os aristotélicos afirmavam que ela cairia atrás do pé do mastro,
alegando que, enquanto a pedra estivesse no ar, o navio se deslocaria um pouco. A experiência nos mostra que Galileu tinha razão.
Lembrando o conceito de inércia, descreva o raciocínio de Galileu para chegar à conclusão correta.

AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/


ARQUIVO DA EDITORA
MRU

Por inércia, ao ser abandonada, a pedra continua a se movimentar, na horizontal, com a mesma velocidade do navio (desprezando a resistência do ar).

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 1 a 3 Para aprimorar: 1 e 2

EQUILÍBRIO DE UMA PARTÍCULA

EXPERIMENTANDO
Inércia
Resultante de forças
Quando você estiver
A figura 16 apresenta duas forças, F1& e F2& , atuando simultaneamente sobre um corpo. A ex- dentro de um carro ou
periência nos mostra que essas duas forças podem ser substituídas por uma força única, R&, que é ônibus em movimento,
a resultante de F1& e F2& . A resultante R& é determinada, em módulo, direção e sentido, pela regra do procure fazer a seguinte
paralelogramo. experiência: ao perceber
que o veículo está se des-
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA

locando em linha reta


com velocidade aproxi-
madamente constante,
jogue um objeto (um
chaveiro, por exemplo)
verticalmente para cima.
F&2 O objeto, ao cair, retor-
na às suas mãos? Por que
R& ele não cai atrás de você?
Use seus conhecimentos
F&1
sobre inércia para expli-
FRENTE A
car o resultado da expe-
riência.

Experimentando: é fácil realizar essa ex-


FÍSICA

periência e verificar que o objeto, ao cair,


retorna às mãos da pessoa que o lançou.
Isso ocorre porque o objeto, no momento
do lançamento, possuía uma velocidade
Fig. 16 – A resultante de duas forças é uma força única que produz o mesmo efeito que as forças horizontal juntamente com o ônibus. Por
consideradas. inércia, ele continua com essa velocidade
enquanto está no ar e, assim, o seu deslocamento na horizontal é o
mesmo que o ônibus efetua naquele intervalo de tempo.
Dinâmica: as leis de Newton 11
De maneira geral, se várias forças F1& , F2& , F3& , etc. estiverem atuando em uma partícula, elas pode-
rão ser substituídas por sua resultante, R&, obtida pela soma vetorial dessas forças, ou seja:

R& 5 F1& 1 F2& 1 F3& 1 ... ou R& 5 ΣF &


A força R&, atuando sozinha, produz na partícula o mesmo efeito, a mesma modificação em
seu movimento que o sistema de forças que ela representa. Se a resultante R& for nula, tudo se passa
como se não existisse nenhuma força atuando na partícula. Portanto, essas duas situações podem
ser consideradas equivalentes e, na primeira lei de Newton, poderemos enunciá-la, de maneira mais
geral, do seguinte modo:

Quando a resultante das forças que atuam sobre uma partícula for nula, se ela estiver
em repouso, continuará em repouso; se estiver em movimento, se manterá com movimento
retilíneo uniforme.

Condição de equilíbrio de uma partícula


Dizemos que uma partícula está em equilíbrio em uma das seguintes situações:
a partícula está em repouso;
a partícula está em movimento retilíneo uniforme.
Como vimos na primeira lei de Newton, qualquer uma dessas situações ocorre quando é nula
a resultante das forças que atuam na partícula. Consequentemente:

A condição para que uma partícula esteja em equilíbrio é que seja nula a resultante das
forças que nela atuam (R& 5 0 ou ΣF & 5 0).

Equações do equilíbrio
Consideremos uma partícula sob a ação de um sistema de forças F1& , F2& , F3& , etc. (fig. 17).
Decompondo essas forças segundo os eixos x e y, obtemos:
sobre x: F1x , F2x , F3x, etc.
y
sobre y: F1y , F2y , F3y , etc.
F1y F&1

Se a resultante das componentes sobre x for nula (ΣFx& 5 0) e a das componentes sobre y tam-
bém (ΣFy& 5 0), a resultante R& das forças que atuam sobre a partícula será nula. Conse­quen­temente,
F&2
F2y

0
nessas condições, a partícula estará em equilíbrio. Por exemplo, na figura 17, teremos:
F2 x F3x F1x x
sobre x: ΣFx& 5 0; significa que F1x& 1 F2x& 1 F3x& 5 0 ou, considerando os módulos, F1x 2 F2x 2 F3x 5 0,
isto é, a componente F1x& deve anular-se com F2x& e F3x& ;
F&3
sobre y: ΣFy& 5 0; significa que F1y& 1 F2y& 1 F3y& 5 0 ou, considerando os módulos, F1y 1 F2y 2 F3y 5 0,
F3y

Fig. 17 – As forças que atuam em uma isto é, as componentes F1y& e F2y& devem anular-se com F3y& .
partícula podem ser substituídas por suas
componentes sobre os eixos x e y. Considerando os eixos x e y, podemos dizer que:

A condição para que uma partícula esteja em equilíbrio é que ΣFx& 5 0 e ΣFy& 5 0. Essas
equações são equivalentes à equação R& 5 0.

12 Dinâmica: as leis de Newton


EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1 Imagine um automóvel se deslocando em uma estrada hori- a) Calcule o valor da tensão T& no cabo.
zontal, com movimento retilíneo uniforme. O motor comuni- b) Qual o valor da força F & que a pessoa está exercendo?
ca ao carro uma força de propulsão F 5 1 500 N.
RESOLUÇÃO:

a) Desenhamos as forças T&, F & e P&, que atuam na esfera, e


V&

dois eixos, x e y.
f&

ARQUIVO DA EDITORA
F&
y

PAULO CESAR/
T ? sen θ
T&

a) Qual o valor da resultante das forças que atuam no auto-


móvel?
θ
b) Qual o valor total das forças de retardamento que tendem F&
a contrariar o movimento do carro? T ? cos θ x

P&
RESOLUÇÃO:
a) Como o movimento é retilíneo e uniforme, o carro está
em equilíbrio e, portanto, a resultante das forças que nele
atuam deve ser nula.
b) As forças que tendem a contrariar o movimento do carro,
isto é, as forças de resistência do ar, as forças de atrito en-
tre as peças do carro, etc., estão representadas pela força
f &da figura. Como a resultante das forças que atuam no car- Em seguida, substituímos a tensão  T&  por suas compo-
ro é nula, f & deverá ter o mesmo módulo, mesma direção e nentes T ? cos θ (sobre x) e T ? sen θ (sobre y). Como a
sentido contrário a F &. Portanto, devemos ter f 5 1 500 N. esfera está em equilíbrio, sabemos que Σ Fx& 5 0 e ΣFy& 5 0.
Usando esta última equação, teremos:
2 Uma esfera de aço, cujo peso é P 5 50,0 kgf, está sustenta-
da por um cabo preso ao alto de um mastro. Uma pessoa,
ΣFy& 5 0 ⇒ T sen θ 2 P 5 0
exercendo na esfera uma força F &horizontal, desloca-a lateral-
mente, mantendo-se em equilíbrio na posição mostrada na
figura. Nela, o vetor T& representa a tensão no cabo, isto é, o Portanto, T 5 P
sen θ
esforço que ele exerce sobre a esfera naquela posição.
É fácil concluir que θ 5 30°. Como P 5 50,0 kgf, obtemos:

60º
T 5 50,0
,0 5 50,0
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA

sen 30° 0,500

T& Portanto, T 5 100 kgf


F&

b) Usando a equação ΣFx& 5 0, virá: FRENTE A


P&

F 2 T cos u 5 0
FÍSICA

F 5 T cos u 5 100 ? cos 30° 5 100 ? 0,866 ⇒

⇒ F 5 86,6 kgf

Dinâmica: as leis de Newton 13


PARA CONSTRUIR

5 (Vunesp) Em uma operação de resgate, um helicóptero so- 6 Suponha que a partícula mostrada na figura 17 esteja em
brevoa horizontalmente uma região levando pendurado um equilíbrio.
recipiente de 200 kg com mantimentos e materiais de pri- a) Considere o módulo de F2x igual a 10 N e o de F3x igual a
meiros socorros. O recipiente é transportado em movimento 7 N. Quanto vale F1x?
retilíneo e uniforme, sujeito às forças peso (P), de resistência Como a partícula está em equilíbrio, sabemos que ΣF x& 5 0,
do ar horizontal (F) e tração (T), exercida pelo cabo inextensí- isto é, para este caso:
vel que o prende ao helicóptero. F1x 2 F2x 2 F3x 5 0 ou F1x 2 10 2 7 5 0 ∴ F1x 5 17 N
CASA DE TIPOS/ARQUIVO DA EDITORA

MRU
θ

b) Considere o módulo de F3y igual a 15 N e o de F2y igual a


6 N. Quanto vale F1y?
Do mesmo modo, devemos ter ΣF x& 5 0:
F1y 1 F2y 2 F3y 5 0 ou F1y 1 6 2 15 5 0 ∴ F1y 5 9 N
Sabendo que o ângulo entre o cabo e a vertical vale θ, que
sen θ 5 0,6, cos θ 5 0,8 e g 5 10 m/s2, a intensidade da força
de resistência do ar que atua sobre o recipiente vale, em N, c
a) 500.
b) 1 250.
c) 1 500.
d) 1 750.
e) 2 000.

Temos movimento retilíneo e uniforme. Pela 1a lei de Newton


(princípio da inércia), a resultante das forças que atuam no reci- 7 A figura (a) deste problema mostra um corpo de peso
piente é nula. P 5 400 N sendo sustentado por uma roldana fixada por uma
O diagrama de forças é dado por:
pessoa. A roldana torna mais cômoda a tarefa de sustentar
(ou elevar) o corpo. Entretanto, como você poderá verificar,
θ a pessoa deverá exercer uma força F& igual ao peso do corpo
T& P& suspenso para equilibrá-lo. A figura (b) mostra o mesmo cor-
po preso ao eixo de uma roldana móvel, isto é, uma roldana
que pode ser deslocada para cima ou para baixo. Observe
que essa roldana é sustentada por uma força F& exercida pela
F&
Logo, temos: pessoa e por outra força, também igual a F&, exercida por um
cateto oposto F suporte fixo.
tg θ 5 5
cateto adjacente P
sen θ 0,6
F 5 P ? tg θ ⇒ F 5 m ? g ? ⇒ F 5 200 ? 10 ?
cos θ 0,8 F 5?
A B C
F 5 1500 N F 5?
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA

F&

F 5 400 N

P 5 400 N
P 5 400 N
P 5 400 N

14 Dinâmica: as leis de Newton


a) Qual o valor da força F& que a pessoa deve exercer para 8 Quando se deseja elevar um peso muito grande, costuma-
sustentar o peso suspenso no eixo da roldana móvel? -se usar uma associação de roldanas como a da figura deste
(Despreze o peso da roldana.) problema. Lembrando-se do que você aprendeu no proble-
Como o peso P está equilibrado por duas forças, cada uma de ma anterior sobre roldanas, determine o valor da força F & ne-
módulo F, teremos 2F 5 P. Ou seja: F 5 200 N. Observe então cessária para sustentar o peso de 400 kgf (despreze os pesos
que, usando uma roldana móvel, conseguimos equilibrar um certo
das roldanas).
peso, exercendo uma força igual à metade do valor desse peso.

AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/


ARQUIVO DA EDITORA
(4)

(3) F 5 50 kgf

100 kgf
b) Para facilitar a elevação de corpos pesados, é comum as-
sociar uma roldana fixa e uma móvel, como em (c). Neste (2) F&
caso, qual deve ser o valor de F& para sustentar o corpo 200 kgf
suspenso? Qual é a vantagem dessa associação?
(1)
Como a roldana fixa não altera o valor da força aplicada, o valor
400 kgf
da força F & na figura (c) será também de 200 N. A vantagem de se
associar à roldana móvel uma roldana fixa é tornar mais cômoda
a aplicação da força F & (ela será exercida de cima para baixo, ao 400 kgf
contrário da figura (b)).

No problema anterior vimos que, para sustentar um peso suspenso


no eixo de uma roldana móvel, devemos exercer em um dos ramos da
corda uma força igual à metade desse peso. Concluímos, então, que
no eixo da roldana (2) mostrada na figura atuará uma força de 200 kgf.
Como essa roldana também é móvel, no eixo da roldana (3) atuará uma
força de 100 kgf. Logo, para sustentar essa roldana, devemos exercer
no ramo direito da corda que passa por ela uma força de 50 kgf. Como
essa força está sendo exercida por meio da roldana (4), que é fixa,
concluímos que o valor de F & será igual a 50 kgf, ou seja, é possível sus-
tentar um peso de 400 kgf por meio de uma força de apenas 50 kgf.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 4 a 6 Para aprimorar: 3 a 6

TERCEIRA LEI DE NEWTON


Em seus estudos de Dinâmica, Newton percebeu que as forças sempre aparecem como resulta-
do da interação de dois corpos. Em outras palavras, a ação de uma força sobre um corpo não pode
se manifestar sem que haja outro corpo que provoque essa ação. Além disso, Newton constatou COMENTÁRIO
que, na interação de dois corpos, as forças sempre aparecem aos pares: para cada ação de um corpo As duas forças mencionadas
sobre outro, existirá sempre uma reação igual e contrária desse outro corpo sobre o primeiro. Essas na terceira lei de Newton, e que
observações de Newton podem ser sintetizadas no enunciado de sua terceira lei, também denomi- aparecem na interação de dois
nada lei da ação e reação: corpos, são denominadas ação
e reação. Qualquer uma delas
poderá, indiferentemente, ser
considerada a ação ou a reação.
Terceira lei de Newton Note que a ação está aplicada
Lei da ação e reação em um corpo e a reação, no cor- FRENTE A
po que provocou a ação, isto é,
Quando um corpo A exerce uma força sobre um corpo B, o corpo B reage sobre A com elas estão aplicadas em corpos
uma força de mesmo módulo, mesma direção e de sentido contrário. diferentes. Consequentemente,
FÍSICA

a ação e a reação não podem se


equilibrar mutuamente porque
Nos exemplos seguintes, analisaremos algumas interações entre dois corpos, sob o ponto de isso só iria ocorrer se elas estives-
vista da terceira lei de Newton. A discussão dessas interações o ajudará a compreender melhor a sem aplicadas em um mesmo
corpo, o que nunca acontece.
terceira lei e a identificar as forças de ação e reação.

Dinâmica: as leis de Newton 15


1o) Imagine uma pessoa empurrando uma mesa com uma força F1& (ação). A mesa reage e empurra
a pessoa com uma força F2& (reação) igual e contrária a F1& . Se a mesa e a pessoa estiverem sobre
uma superfície lisa (fig. 18), observamos que tanto a mesa quanto a pessoa podem se colocar
em movimento, em sentidos contrários, se a força de atrito que atua em cada uma for inferior,
respectivamente, à ação e à reação.

Reação Ação

F&2 F&1

AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA


Fig. 18 – Se uma pessoa empurra uma mesa, a mesa empurra a pessoa com uma força igual e contrária.

2o) Um prego e um ímã são colocados sobre uma mesa. Sabemos que o prego é atraído pelo ímã
com uma força F1& . Pela terceira lei de Newton, o prego reage e atrai o ímã com uma força F2& , de
mesmo módulo, mesma direção e sentido contrário a F1& (fig. 19).
Como dissemos, F1& e F2& estão aplicadas em corpos diferentes e, portanto, não podem se equili-
brar mutuamente. De fato, se a mesa fosse bastante lisa, observaríamos que tanto o prego quanto
o ímã se deslocariam, um em direção ao outro. Entretanto, como o ímã é muito pesado, o atrito
que atua sobre ele poderá se igualar à reação do prego sobre ele. Assim, ele fica em repouso e só
o prego se movimenta.
Ação e reação

AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/


ARQUIVO DA EDITORA

F&2 F&1

Fig. 19 – Se um ímã atrai um prego, o prego atrai o ímã com uma força igual e contrária.

3o) Um bloco, de peso P ,& apoiado sobre uma superfície horizontal, exerce nela uma compressão N&',
perpendicular à superfície (fig. 20). A superfície reage sobre o bloco, exercendo nele uma reação
normal N&. Evidentemente, N& e N&' têm o mesmo módulo, mesma direção e sentidos contrários.
No caso mostrado na figura 20, as únicas forças que atuam no bloco são o seu peso P& e a reação
normal N&. Como o bloco está em equilíbrio, N 5 P.

16 Dinâmica: as leis de Newton


N&

Ação e reação

P&

AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA


N&'

Fig. 20 – Se um objeto comprime uma mesa, a mesa reage sobre o objeto com uma força
igual e contrária.

Entretanto, existem situações em que a reação normal não é igual ao peso. Por exemplo, na
figura 21, o mesmo bloco da figura 20 é comprimido por uma pessoa com uma força vertical.
Nesse caso, a compressão do bloco sobre a superfície, N&', será maior do que o peso do bloco. A
superfície reage sobre o bloco com uma força N&, igual e contrária a N&' e, consequentemente, teremos
N . P. Você poderá, agora, imaginar uma situação em que N , P.
Na figura 21 não foi desenhada a força que a mão exerce sobre o bloco. A soma dessa força
atuando sobre o bloco, juntamente com N& e P &, deve produzir uma resultante nula, pois o bloco
está em equilíbrio.

N&
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA

Ação e reação

P&

N&'

Fig. 21 – Se a compressão do objeto sobre a mesa for aumentada, a reação da


mesa sobre o objeto também aumentará.
FRENTE A
4o) Consideremos um bloco sobre uma superfície inclinada (plano inclinado), como na figura 22.
Para facilitar a análise da situação, vamos substituir o peso P & do bloco por suas componentes
PN& (normal ao plano inclinado) e PT& (tangente ao plano inclinado). A componente PT& tende a
deslocar o bloco paralelamente ao plano. A componente P&N faz com que o bloco exerça sobre
FÍSICA

o plano uma compressão normal N&'. Devido a essa compressão, o plano reage sobre o bloco,
exercendo nele a reação normal N& (fig. 22).
Observe que a compressão sobre o plano se deve apenas à componente P&N' e, portanto, N' , P.
Consequentemente, teremos também N , P.

Dinâmica: as leis de Newton 17


GORAN CAKMAZOVIC/SHUTTERSTOCK
N&

AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA


P&T
P&N

Ação e reação
P&

N&'

Fig. 22 – Quando um objeto está em um plano inclinado,


a com­pressão sobre o plano é menor do que o peso do Fig. 23 – Ao remar, o remo empurra a água para trás. A água reage e empurra o remo para frente,
objeto. fazendo com que o conjunto barco + remo + pessoa se movimente.

5o) Sabemos que o peso de uma pessoa é a força com que a Terra a atrai. Se a Terra atrai uma pessoa
com a força P&, a pessoa, pela terceira lei de Newton, atrairá a Terra com uma força P&', de mesmo
módulo, mesma direção e sentido contrário a P&(fig. 24).

JODIE GRIGGS/MOMENT/GETTY IMAGES


Fig. 24 – A Terra atrai a pessoa para baixo (peso da
pessoa). A pessoa reage e atrai a Terra para cima
com sua força, de mesma intensidade, direção,
mas sentido contrário.

Atividade
Experimental
Acesse o Material Comple-
mentar disponível no Portal e
aprofunde-se no assunto. Portanto, se o seu peso for de 60 kgf, ou seja, se você estiver sendo atraído pela Terra com uma
força de 60 kgf, a Terra também estará sendo atraída por você com uma força de 60 kgf.

18 Dinâmica: as leis de Newton


PARA CONSTRUIR

9 Observe a figura 20 e responda: e) N& e N&' constituem um par de ação e reação? Justifique.
a) Qual corpo está exercendo a força P& sobre o bloco? Sim, pois N' é a força do bloco sobre a mesa e N& é a força da mesa

P& é o peso do bloco. Portanto, P& é a força que a Terra exerce sobre sobre o bloco.

o bloco.

b) Qual corpo está exercendo a força N&' sobre a mesa? 10 Suponha que na figura 21 o peso do bloco seja P 5 10 N e
N&' é a força com que o bloco comprime a mesa (em virtude da que a força de compressão, exercida pela pessoa, seja de 5 N.
tendência que o bloco tem de cair). a) Qual o valor da compressão N&' sobre a mesa?
c) Qual corpo está exercendo a força N& sobre o bloco? Nestas condições, a compressão do bloco sobre a mesa será

N& é a reação da força N&', isto é, N& é a força de reação que a mesa N' 5 10 + 5 ou N' 5 15 newtons.

exerce sobre o bloco.

d) A força N& é a reação da força P&, isto é, N&e P& constituem um


par de ação e reação? Justifique. b) Qual é a reação a essa força, o seu valor e onde está aplicada?
Não, pois a reação da força P& é a força com que o bloco atrai a Terra. Conforme está indicado na figura 21, a reação da força N' é a

Além disso, deve-se observar que N& e P& estão aplicadas no força N& que está aplicada no bloco e que vale também

mesmo corpo (o bloco) e, assim, não podem constituir um par de 15 newtons (pois é a reação de N&').

ação e reação.

11 (UFRN) Em tirinhas, é muito comum encontrarmos situações que envolvem conceitos de Física e que, inclusive, têm sua parte
cômica relacionada, de alguma forma, com a Física. Considere a tirinha envolvendo a “Turma da Mônica”, mostrada a seguir.
© MAURICIO DE SOUSA EDITORA LTDA.

FRENTE A

Supondo que o sistema se encontra em equilíbrio, é correto afirmar que, de acordo com a lei da ação e reação (3a lei de Newton), c
FÍSICA

a) a força que a Mônica exerce sobre a corda e a força que os meninos exercem sobre a corda formam um par ação-reação.
b) a força que a Mônica exerce sobre o chão e a força que a corda faz sobre a Mônica formam um par ação-reação.
c) a força que a Mônica exerce sobre a corda e a força que a corda faz sobre a Mônica formam um par ação-reação.
d) a força que a Mônica exerce sobre a corda e a força que os meninos exercem sobre o chão formam um par ação-reação.
De acordo com a lei da ação e reação (3a lei de Newton), temos que as forças ação e reação são da mesma interação (Mônica-corda), agem em
corpos diferentes (Mônica-corda), são recíprocas (Mônica na corda e corda na Mônica) e têm mesma intensidade, direção e sentidos opostos.
Dinâmica: as leis de Newton 19
12 Um bloco, de peso igual a 100 N, está sendo arrastado para d) O valor da força F exercida sobre o bloco é maior do que
cima, com movimento uniforme, ao longo de um plano in- 50 N.
clinado sem atrito, por meio de uma força F&  (veja a figura a Errada. Para que se tenha R& 5 0, devemos ter F 5 PT, isto é,
seguir). Para as afirmações seguintes, diga se estão corretas e F 5 50 N.
justifique. Considere sen 30º 5 0,500 e cos 30º 5 0,866.
N&
F&

e) A reação normal do plano sobre o bloco é nula, pois não


P&T
PN& há atrito entre eles.
30° Errada. Como o bloco exerce uma compressão sobre o plano,
P& existirá a força de reação normal do plano sobre o bloco.

a) O bloco exerce sobre o plano uma compressão normal


igual a 100 N.
Errada. A compressão normal que o bloco exerce sobre o plano

é igual à componente P&N mostrada na figura acima, cujo módulo 13 (UPE) A figura a seguir representa um ventilador fixado em
é PN 5 P cos u 5 86,6 N. um pequeno barco, em águas calmas de um certo lago. A
vela se encontra em uma posição fixa e todo vento soprado
pelo ventilador atinge a vela.

CASA DE TIPOS/
ARQUIVO DA EDITORA
b) A componente do peso que tende a fazer o bloco descer
o plano vale 50 N.
Correta. A componente que tende a fazer o bloco descer o plano é o

vetor P&T mostrado na figura, cujo valor é PT 5 P sen θ 5 50 N.

Nesse contexto e com base nas leis de Newton, é correto afir-


c) A resultante das forças que atuam no bloco é nula. mar que o funcionamento do ventilador: d
Correta. Como o bloco está em movimento retilíneo uniforme, a) aumenta a velocidade do barco.
b) diminui a velocidade do barco.
devemos ter R& 5 0.
c) provoca a parada do barco.
d) não altera o movimento do barco.
e) produz um movimento circular do barco.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 7 a 9 para aprimorar: 7 a 9


13. Ao soprar o ar, o ventilador sofre uma força de reação para trás.
Todo o vento soprado pelo ventilador atinge a vela aplicando
uma força para frente. Assim, temos duas forças de mesma
intensidade e sentidos opostos aplicadas no sistema barco-vela-
FORÇA DE ATRITO -ventilador, fazendo com que a resultante seja nula e que não
haja movimento do barco.
Atrito
N&
Consideremos um bloco apoiado em uma superfície horizontal. Como o bloco está em repouso,
as forças que atuam sobre ele têm resultante nula, isto é, o seu peso, P &, é equilibrado pela reação
normal, N&, da superfície (fig. 25).
Suponhamos, agora, que uma pessoa puxe ou empurre o bloco com uma força F &(fig. 26) e
P&
que o bloco continue em repouso. A resultante das forças que atuam no bloco é, ainda, nula. Deve,
portanto, existir uma força atuando no bloco que equilibre a força F &. Esse equilíbrio é devido a uma
Fig. 25 – Não havendo tendência
força, exercida pela superfície sobre o bloco, denominada força de atrito ( f &).
de movimento do bloco sobre a
superfície, não haverá forças de A força de atrito sempre se opõe à tendência de movimento do corpo sobre a superfície e é
atrito entre eles. decorrente, entre outros fatores, da existência de pequenas irregularidades das superfícies em contato.

20 Dinâmica: as leis de Newton


Atrito estático
Na figura 26, se aumentarmos o valor da força F &e verificarmos que o bloco continua em repou-
so, podemos concluir que a força de atrito f &continua equilibrando a força F &. Em outras palavras, o
módulo de f &também se torna maior ao aumentarmos o valor de F &. Essa força de atrito, que atua
no bloco em repouso, é denominada força de atrito estático (fe).& Concluímos, portanto, que:

A força de atrito estático (fe &) que atua sobre um corpo é variável, equilibrando sempre as
forças que tendem a colocar o corpo em movimento.

N&

F&
fe&

P&
Fig. 26 – Nesta situação, o bloco continuou em
repouso porque a força F & foi equilibrada pela
força de atrito estático f e& .

Força de atrito estático máxima

Aumentando continuamente o valor de F & (fig. 26), verificamos que a força de atrito estático
fe& também cresce, continuando sempre com seu módulo igual ao módulo de F &. Entretanto, a força
f e& cresce até um valor limite, além do qual ela não equilibra mais a força F &. Esse valor limite de f e&
denomina-se força de atrito estático máximo (feM& ) (fig. 27). Quando o valor de F & ultrapassa o valor
de feM& , o bloco começa a se movimentar.

N&

F&
&
feM

P&

Fig. 27 – A força de atrito estático cresce à medida


que aumentamos o valor de F & até atingir um
valor máximo.

A experiência mostra que feM é proporcional à compressão normal que o bloco exerce sobre a
superfície, isto é, quanto mais comprimido estiver o bloco sobre a superfície, maior será o valor da
força de atrito estático máxima. Como essa compressão tem valor igual ao da reação normal N& da
superfície sobre o bloco, podemos escrever que feM~ N (~ significa “proporcional a”). A constante de
proporcionalidade entre feM e N é representada por me e denominada coeficiente de atrito estático. FRENTE A

O valor de me depende da natureza das superfícies em contato, do polimento dessas superfícies, da


existência ou não de lubrificação entre elas, etc.
Resumindo:
FÍSICA

A força de atrito estático cresce até um valor máximo feM. Esse valor máximo é dado por
feM 5 me N, em que me é o coeficiente de atrito estático entre as superfícies.

Dinâmica: as leis de Newton 21


Atrito cinético
Suponhamos que o valor de F & tenha se tornado superior ao de feM& . Nessas condições, o bloco
estará em movimento (fig. 28). Podemos perceber que a força de atrito continua a atuar sobre o cor-
po, sempre se opondo ao seu movimento. Essa força de atrito que atua sobre o corpo em movimento
é denominada força de atrito cinético (fc).&

N& movimento

F&
fc&

P&

Fig. 28 – Quando o bloco está em


movimento, a força de atrito que atua sobre
ele se denomina força de atrito cinético.

Verifica-se que o valor de fc& é menor do que o de feM& , isto é, o valor da força de atrito diminui
quando o movimento se inicia. O valor de fc & é praticamente constante (independentemente da
velocidade do corpo) e proporcional ao valor da compressão normal que o corpo exerce na super-
fície. Logo:

fc ~ N
fc 5 mcN

em que mc é o coeficiente de atrito cinético entre o corpo e a superfície. O valor de mc depende


dos mesmos fatores que afetam me e, para duas superfícies dadas, mc , me.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

3 Suponha que o bloco da figura 26 pese 20 kgf. Os coeficientes c) Durante o movimento, está atuando a força de atrito ciné-
de atrito entre ele e a superfície valem μe 5 0,40 e μc 5 0,20. tico, que vale:
a) Exercendo no bloco uma força F & de 5,0 kgf, verificamos fc 5 μcN 5 0,20 ? 20 ∴ fc 5 4,0 kgf
que ele permanece parado. Qual é o valor da força de atri-
to estático, fe&, que está atuando no bloco? Portanto, para que o movimento seja retilíneo e uniforme,
b) Qual deve ser o mínimo valor de F & para que o bloco saia a força F & deverá ser igual e contrária a f c& (primeira lei de
do repouso? Newton), isto é, a força F & deve ser de 4,0 kgf.
c) Uma vez iniciado o movimento, qual deve ser o valor de F &
para manter o bloco em movimento uniforme? 4 Um bloco, cujo peso é P 5 10 kgf, está em repouso sobre um
plano inclinado, sendo o ângulo θ 5 30°, como mostra a figura.
RESOLUÇÃO:
N&
a) Como o bloco permaneceu em repouso, concluímos que
f e&
f e& anulou a força F & e, portanto, fe 5 5,0 kgf.
b) A força de atrito estático máxima vale feM 5 μeN. Como, P&T
neste caso, N 5 P 5 20 kgf: θ

feM 5 μeN 5 0,40 ? 20 ∴ feM 5 8,0 kgf P&N

Para que o movimento se inicie, devemos vencer a for- P&

ça feM& . Portanto, devemos exercer uma força F & um pouco θ


maior do que 8,0 kgf.

22 Dinâmica: as leis de Newton


a) Qual é o valor da componente, P&N, do peso do bloco na Portanto, a compressão do bloco sobre o plano é, tam-
direção perpendicular ao plano? bém, de 8,7 kgf (menor do que o peso do bloco).
b) Qual o valor da reação normal N& do plano sobre o bloco? c) O valor de P&T é igual ao do cateto oposto ao ângulo θ; logo:
c) Qual o valor da componente do peso do bloco, P&T ,
na direção paralela ao plano? PT 5 P sen θ 5 10 ? sen 30° ⇒ PT 5 5,0 kgf
d) Qual o valor da força de atrito estático que o plano exerce d) A componente P&T tende a fazer o bloco descer o plano.
no bloco? Como ele permanece em repouso, concluímos que a for-
e) Se fosse conhecido o valor de μe entre o bloco e o pla-
ça de atrito f e& está equilibrando P&T . Logo:
no, o valor da força f e& poderia ser calculado pela relação
fe 5 μeN? fe 5 PT ⇒ fe 5 5,0 kgf
f ) Suponha que uma pessoa comece a empurrar o bloco, e) Não. Esta relação só pode ser usada para se calcular a força
com uma força F &crescente, paralela ao plano, dirigida para
de atrito estático máxima, feM, e não foi dito, na situação
baixo. Sendo μe 5 0,70 o valor do coeficiente de atrito es-
tático entre o plano e o bloco, para qual valor de F &o bloco examinada, que a força de atrito havia atingido seu valor
começará a descer o plano? máximo.
f ) Quando o movimento do bloco estiver prestes a iniciar, a
RESOLUÇÃO: força de atrito no bloco terá atingido seu valor máximo.
a) O ângulo entre P& e P&N é igual ao ângulo θ do plano inclinado, Sabemos que:
porque seus lados são perpendiculares entre si. Observando feM 5 μeN ⇒ feM 5 0,70 ? 8,7 ⇒ feM 5 6,1 kgf
que P&N é o cateto adjacente a θ e que P& é a hipotenusa, po-
Nessa situação, como o bloco ainda está em equilíbrio, f eM &
demos escrever:
está equilibrando P&T e a força F&exercida pela pessoa. Logo:
PN 5 P cos θ 5 10 ? cos 30° ⇒ PN 5 8,7 kgf
feM 5 PT + F ⇒ 6,1 5 5,0 + F ⇒ F 5 1,1 kgf
b) Como o bloco está em repouso, concluímos que N& e P&N
estão se equilibrando, isto é, Assim, qualquer valor de F superior a 1,1 kgf fará com que
N 5 PN ⇒ N 5 8,7 kgf o bloco comece a descer o plano.

PARA CONSTRUIR

14 Uma mesa cujo peso vale 15 kgf é empurrada por uma pessoa, com uma força F& horizontal.
a) Qual o valor da força de atrito estático f e& para o caso em que F 5 3,5 kgf e a mesa não se move?
Enquanto a mesa permanecer em repouso, a força de atrito f e& estático será variável, adquirindo o mesmo valor da força – ou a resultante
das forças – que tende a colocar o corpo em movimento. Como a única força atuando na direção de f e& é a força F&, fe 5 F 5 3,5 kgf.

b) Sabendo-se que a mesa começa a se mover quando o valor de F & torna-se ligeiramente superior a 9,0 kgf, qual o valor da força
& ?
de atrito estático máxima, f eM
Quando F 5 9,0 kgf, a mesa ainda está em repouso, mas na iminência de se mover. Nessa situação, a força de atrito estática é máxima,
& , e se iguala em módulo à força aplicada. Logo, fe 5 F 5 9,0 kgf.
f eM

FRENTE A

c) Supondo que a pessoa agora esteja movendo a mesa, sabendo-se que o coeficiente de atrito cinético entre a mesa e o chão é
μc 5 0,40, qual é o valor da força de atrito cinético, f c& , atuando sobre a mesa?
FÍSICA

Após iniciar o movimento, o valor da força de atrito é obtido por meio da relação fc 5 μcN, em que N& é a força de contato que o chão
aplica à mesa. Como não há movimento na direção vertical, o módulo de N& é igual ao do peso da mesa, que é 15 kgf. Assim:
fc 5 μcN 5 0,40 ? 15 ∴ fc 5 6,0 kgf

Dinâmica: as leis de Newton 23


15 (UFSC) No urbanismo e na arquitetura, a questão da acessibili- N
dade tem recebido grande atenção nas últimas décadas, preo-
cupação que pode ser verificada pela elaboração de normas
f
para regulamentar a acessibilidade. A Associação Brasileira de PT
Normas Técnicas (ABNT), por meio da norma NBR 9050 elabo-
a
rada no Comitê Brasileiro de Acessibilidade, define: a PN
Acessibilidade: Possibilidade e condição de alcance, per-
cepção e entendimento para a utilização com segurança P
da autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipa- Decompondo o peso P& em duas componentes, uma P&N, perpen-
mento urbano e elementos. dicular à rampa, e outra P&T paralela à rampa, teremos:
Rampa: Inclinação da superfície de piso, longitudinal ao N 5 PN 5 mg cos α e PT 5 mg sen a
sentido de caminhamento. Consideram-se rampas aque- Na iminência de deslizar, a força de atrito estática atinge o seu
las com declividade igual ou superior a 5%. valor máximo, devendo equilibrar a componente paralela à rampa.
Assim, o coeficiente de atrito estático deve ser:
A figura apresenta uma rampa com 5% de inclinação, sobre
a qual se encontra uma pessoa em pé e parada. Para facilitar f 5 PT ⇒ μeN 5 mg sen α ⇒ μe mg cos α 5 mg sen α
sen α h
a visualização, o desenho não está apresentado em escala. µe 5
cos α
⇒ µ e 5 tg α ⇒ µ e 5
c

N&
16 (UFCSPA-RS – Adaptada) Testando uma das teorias de constru-
ção das grandes pirâmides do Egito, um arqueólogo construiu
CASA DE TIPOS/ARQUIVO DA EDITORA

uma rampa e mediu a força necessária F, indicada pela seta na


figura, para puxar rampa acima um bloco de peso 20 000 N. A
rampa do teste tinha inclinação constante de 30º com a ho-
rizontal, formando um plano inclinado perfeito. Sabe-se que,
f& em todos os testes, a força mínima para iniciar o movimento
h do bloco foi de 13 500 N. Nesse caso, a força de atrito estático
entre o bloco e a rampa foi de aproximadamente: a
c a) 3 500 N c) 13 500 N e) 23 500 N
P& b) 10 000 N d) 20 000 N
F
A inclinação das rampas deve ser calculada segundo a se-
guinte equação:
i 5 h ? 100 , na qual i é a inclinação, em porcentagem; h é a
c
altura do desnível e c é o comprimento da projeção horizon-

tal da rampa.
Considerando as informações acima apresentadas: N&
F&
a) Desenhe e identifique as forças que atuam sobre a pessoa.
b) Identifique o tipo de atrito que existe entre a pessoa e a
rampa para que ela possa caminhar com segurança sobre P&T
a mesma.
fe&
c) Determine o coeficiente de atrito mínimo para que a pes-
30°
soa não deslize ao caminhar nesta rampa. Mostre explici- PN&
tamente o raciocínio matemático utilizado, que deve ser PN&
P&
fundamentado em princípios físicos. 30°
a) Atuam sobre a pessoa a força peso (P&) e as forças de contato
exercidas pela rampa: normal (N&) e atrito (f )& . A resultante das forças na direção paralela à rampa será nula, pois
b) Para que a pessoa possa caminhar com segurança sobre a ram- o bloco ainda está em repouso.
pa sem deslizar, deve existir uma força entre as superfícies de As forças que atuam no bloco na iminência de movimento são F&,
contato que impeça o escorregamento. Logo, o tipo de atrito
P&, N& e a força de atrito estático f e& . Pela figura, obtemos:
que existe entre a pessoa e a rampa é o atrito estático.
c) Para facilitar a visualização das forças sobre a figura, represen- PT 5 P sen 30° 5 20 000 ? 1 5 10 000 N
taremos a pessoa como um bloco e a inclinação da rampa um 2
pouco maior. fe 5 F – PT 5 13 500 – 10 000 5 3 500 N

24 Dinâmica: as leis de Newton


17 (Enem) Uma pessoa necessita da força de atrito em seus pés para se deslocar sobre uma
superfície. Logo, uma pessoa que sobe uma rampa em linha reta será auxiliada pela força
de atrito exercida pelo chão em seus pés. Em relação ao movimento dessa pessoa, quais
são a direção e o sentido da força de atrito mencionada no texto? c
a) Perpendicular ao plano e no mesmo sentido do movimento. Quando uma pessoa anda, ela
b) Paralelo ao plano e no sentido contrário ao movimento. aplica no solo uma força para-
lela à superfície empurrando-a
c) Paralelo ao plano e no mesmo sentido do movimento. para trás. A superfície reage
d) Horizontal e no mesmo sentido do movimento. exercendo força para frente,
e) Vertical e sentido para cima. também paralela à superfície.

18 (UFABC-SP) Considere duas equipes A e B, formadas por três garotas cada uma, numa
disputa de cabo de guerra sobre uma superfície plana e horizontal, como mostra a figura.

Equipe A Equipe B

ARQUIVO DA EDITORA
ILUSTRAÇÕES: AVITS
ESTÚDIO GRÁFICO/
A alternativa que mostra corretamente a força de tração aplicada pela corda nas mãos
e a força de atrito aplicada pelo solo nos pés, respectivamente, de uma integrante da
Equipe B, durante a disputa, é: e

a) d)
Tração Tração

EXPERIMENTANDO
Atrito Sobre uma mesa lisa,
Atrito coloque um pequeno ímã
e um prego. Aproxime-os
até que a atração entre
eles possa ser percebida
e) por você, segurando-os
b) Tração
nessa posição.
Tração
1o) Mantendo o ímã fixo,
solte o prego. Ele se
Atrito
desloca em direção ao
Atrito
ímã?
2o) Voltando à posição ini-
cial, mantenha fixo o
prego e solte o ímã. Ele
c) se desloca em direção
Tração
A força de tração deve ter a mesma direção que a ao prego? FRENTE A
corda e contrária à força exercida pelas mãos. O atri-
to deve ser paralelo ao apoio e contrário à tendência Você poderá concluir
de escorregamento. Assim, para uma integrante da que, se o ímã atrai o pre-
Atrito Equipe B, a tração deve ser horizontal para a esquer- go, este também atrai o
FÍSICA

da; o atrito, horizontal para a direita. ímã. Qual é a lei física, es-
tudada neste capítulo,
evidenciada nesta expe-
TAREFA PARA CASA: Para praticar: 10 a 13 Para aprimorar: 10 a 12 riência?
Experimentando: os alunos deverão asso-
ciar o fenômeno à terceira lei de Newton.
Dinâmica: as leis de Newton 25
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR

1 Um estudante, procurando ter uma ideia do valor da força de


1 N, sustentou na palma de sua mão um pacote de 500 g. Qual
é, em newtons, o valor aproximado do esforço muscular que
ele estava fazendo?

2 Um homem, no interior de um elevador, está jogando dardos


em um alvo fixado na parede interna do elevador. Inicialmente,
o elevador está em repouso e em relação à Terra, suposta um
Sistema Inercial, e o homem acerta os dardos bem no centro Para posicionar a lâmpada logo à frente da barraca, uma cor-
do alvo. Em seguida, o elevador está em movimento retilíneo da presa à lona foi amarrada ao fio da extensão, obtendo-se
e uniforme em relação à Terra. Se o homem quiser continuar a configuração indicada na figura. Considere sen 30°  5  1 ,
2
acertando o centro do alvo, como deverá fazer a mira, em rela-
cos 30° 5  3 e g 5 10 m/s2.
ção ao seu procedimento com o elevador parado? 2
a) Mais alto.
b) Mais baixo.
c) Mais alto se o elevador está subindo, mais baixo se des- 30º
cendo.
d) Mais baixo se o elevador estiver descendo e mais alto se
descendo.
e) Exatamente do mesmo modo.

3 a) Se um corpo está se movendo, que tipo de movimento O conjunto formado pela cúpula, lâmpada e soquete, de
ele tende a ter, em virtude de sua inércia? massa total 0,5  kg, é sustentado pela corda e pelo fio con-
b) O que deve ser feito para que a velocidade de um corpo dutor. Desprezando-se os pesos do fio e da corda, é possível
aumente ou diminua? E o que deve ser feito para que esse afirmar que o fio condutor esticado através da janela sofre
corpo mude de direção? ação de uma força de intensidade, em newtons, de:
a) 10. c) 10 3 . e) 15 3.
4 (IFSC) Um bloco, apoiado sobre uma superfície horizontal, b) 15. d) 20.
está submetido a duas forças, F1 5 4 N e F2 5 2 N, como
mostra a figura. 6 (UFPB) Adote os conceitos da mecânica newtoniana e as se-
guintes convenções:
F2 F1 o valor da aceleração da gravidade: g 5 10 m/s2;
a resistência do ar pode ser desconsiderada.
Um vagão gôndola, mostrado na figura a seguir, transportan-
do minério de ferro, deve descer uma rampa inclinada para
entrar em uma mina a certa profundidade do solo.
É correto afirmar que:
a) a resultante das forças é igual a 6 N.
b) o bloco não está em equilíbrio.
c) a resultante das forças que atuam sobre o bloco é nula.
d) a resultante das forças é diferente de zero e perpendicular
à superfície.
e) se o bloco estiver em repouso, continuará em repouso.

5 (UFTM-MG) As dependências da escola não possuíam toma-


das no local em que estava montada a barraca do churrasco
e, por isso, uma extensão foi esticada passando por uma ja- Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Kipplore.jpeg>.
nela do segundo andar do prédio das salas de aula. Acesso em: 12 ago. 2011.

26 Dinâmica: as leis de Newton


Para controlar a velocidade de descida do vagão, um cabo de Qual das opções abaixo relaciona corretamente os módulos
aço é amarrado a esse vagão e a uma máquina que está na dessas forças, se o movimento é constante?
parte superior da rampa. Esse cabo aplica, no vagão, uma for- a) P5 Fs e Fp 5 Rar
ça paralela à rampa e orientada para a máquina. Essa situação b) P 5 Fs e Fp . Rar
pode ser descrita em um diagrama vetorial em que as forças
c) P . Fs e Fp . Rar
aplicadas possuem as seguintes notações:
d) P . Fs e Fp 5 Rar
T é a força feita pelo cabo de aço na gôndola;
e) P 5 Fs e Fp , Rar
fa é a força de atrito na gôndola;
P é a força peso da gôndola; (Uerj 2 Adaptada) Considere as leis de Newton e as informa-
N é a força normal na gôndola. ções a seguir para responder às questões de números 8 e 9.
Nesse contexto, a situação descrita está corretamente repro- Uma pessoa empurra uma caixa sobre o piso de uma sala. As
duzida no diagrama vetorial: forças aplicadas sobre a caixa na direção do movimento são:
FP: força paralela ao solo exercida pela pessoa;
a) N Fa: força de atrito exercida pelo piso.
T
A caixa se desloca na mesma direção e sentido de FP.
fa A força que a caixa exerce sobre a pessoa é Fc.
P
8 Se o deslocamento da caixa ocorre com velocidade constan-
te, as magnitudes das forças citadas apresentam a seguinte
b) N relação:
T
a) Fp 5 Fc 5 Fa
b) Fp . Fc 5 Fa
fa
c) Fp 5 Fc . Fa
P
d) Fp 5 Fc , Fa

9 Se o deslocamento da caixa ocorre com aceleração constan-


c) te, na mesma direção e sentido de Fp, as magnitudes das for-
N T
ças citadas apresentam a seguinte relação:
a) Fp 5 Fc 5 Fa 
fa
b) Fp . Fc 5 Fa
P c) Fp 5 Fc . Fa
d) Fp 5 Fc , Fa
d) N
T 10 (Uespi) Dois blocos idênticos, de peso 10 N cada, encontram-
-se em repouso, como mostrado na figura a seguir. O plano
fa
inclinado faz um ângulo θ 5 37° com a horizontal, tal que são
considerados sen 37° 5 0,6 e cos 37° 5 0,8. Sabe-se que os
P
respectivos coeficientes de atrito estático e cinético entre o
bloco e o plano inclinado valem μe5 0,75 e μc 5 0,25. O fio
e) N ideal passa sem atrito pela polia. Qual é o módulo da força de
T atrito entre o bloco e o plano inclinado?

fa
g
P
FRENTE A

7 Um avião está voando horizontalmente em linha reta. Lista- u


mos a seguir as forças que atuam sobre ele:
FÍSICA

a) 1N
o peso P&(para baixo); b) 4N
a sustentação F&s (para cima); c) 7N
a força de propulsão F&p (para frente); d) 10 N
a resistência do ar R&ar (para trás). e) 13 N

Dinâmica: as leis de Newton 27


11 (UFPB) Adote os conceitos da mecânica newtoniana e as se- O coeficiente de atrito estático entre o bloco e a superfície é
guintes convenções: μ 5 0,2. Dispõe-se de 4 pequenos blocos cujas massas são:
m1 5 300 g
o valor da aceleração da gravidade: g 510 m/s2;
m2 5 600 g
a resistência do ar pode ser desconsiderada.
m3 5 900 g
Na cidade de Sousa, no sertão paraibano, é comum agricul-
m4 5 1 200 g
tores subirem, sem ajuda de equipamentos, em coqueiros.
Para descer, um determinado agricultor exerce forças com Cada bloco pode ou não ser colocado no prato, de modo
que o prato pode conter um, dois, três ou até todos os qua-
suas mãos e pés sobre o coqueiro, de modo a descer com
tro blocos. Considerando-se a aceleração da gravidade com
velocidade constante (ver figura esquemática abaixo).
valor igual a 10 m/s2, de quantas maneiras distintas é possível
colocar pesos no prato, a fim de que o bloco entre em mo-
vimento?
a) 5
F F
b) 4
Mãos
c) 7
d) 6
Tronco do e) 3
coqueiro
13 Um corpo B, de peso PB 5 20 kgf, apoiado sobre uma su-
perfície horizontal, está ligado por meio de uma corda a um
F F
corpo A, de peso PA 5 5 kgf, como mostra a figura deste
Pés
problema. Analise as afirmativas seguintes e assinale aquela
que está ERRADA.
B
Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/_hVi9HUJf5YQ/TERhFjQkmgI/

AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA


AAAAAAAAGA8/ulAxoa4AtWw/s1600/Coqueiro_S1Tome.gif>.
Acesso em: 12 ago. 2011.

Considerando que cada membro, pés e mãos desse agricul-


tor, exerce uma força F perpendicular ao tronco do coqueiro,
e que o coeficiente de atrito entre os membros e o tronco do
coqueiro é μ, identifique as afirmativas corretas:
I. A força normal exercida pelo tronco em cada membro do
agricultor tem módulo igual a F.
II. O atrito é estático, pois a aceleração é nula.
III. A força de atrito é paralela ao tronco e orientada para
cima.
IV. O peso do agricultor é P 5 4μF.
V. A velocidade escalar do agricultor, imediatamente antes de A

chegar ao solo, diminuirá, se o coeficiente de atrito diminuir.

12 (Cesgranrio-RJ) A figura abaixo ilustra um bloco de massa


igual a 8 kg, em repouso, apoiado sobre um plano horizontal.
Um prato de balança, com massa desprezível, está ligado ao a) Como PB . PA, o sistema ficará em repouso mesmo que
bloco por um fio ideal. O fio passa pela polia sem atrito. não exista atrito entre B e a superfície.
b) Se o sistema está em repouso, a força de atrito estático em
B vale 5 kgf.
c) Se o sistema está em repouso e o coeficiente de atrito
estático entre B e a superfície vale 0,4, poderíamos au-
mentar o peso de A até 8 kgf sem que o sistema saia do
repouso.
d) Se o corpo A está descendo em movimento uniforme, a
força de atrito cinético em B vale 5 kgf.
e) Se o corpo A está descendo com movimento uniforme, o
coeficiente de atrito cinético entre B e a superfície vale 0,25.

28 Dinâmica: as leis de Newton


PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR 3 Um bloco está sendo puxado sobre uma superfície por uma
força F& aplicada em um ponto P. Para analisar os efeitos des-
A TERRA É AZUL! sa força nas direções horizontal e vertical, um estudante a
Em 1961, um homem – Yuri Gagarin – subia, pela pri- decompôs em suas componentes F&x e F&y , como mostra a figu-
meira vez, ao espaço. O feito posicionou os russos na ra deste problema. Ele conclui que no ponto P estão aplica-
frente da corrida espacial travada com os Estados Uni- das três forças: F&, F&x e F&y. Critique a conclusão do estudante.
dos após o fim da Segunda Guerra. Em 2011, comemo-
F&
ramos cinco décadas dessa façanha. F&y
Por: Othon Winter

Em 12 de abril de 1961, Yuri Alekseevich Gagarin


estava a bordo da espaçonave Vostok-1, lançada de uma P F&x
plataforma em Baikonur, no Cazaquistão, por um fogue-
te Soyuz. Durante o voo, que durou 108 minutos, sendo
90 minutos efetivamente no espaço, completou uma
órbita ao redor da Terra, viajando a uma velocidade
aproximada de 27 mil km/h. Na descida, foi ejetado da
nave quando estava a 7 km de altura e chegou ao solo 4 Duas pessoas sustentam, em equilíbrio, um peso P 5 20 kgf
suavemente, com o auxílio de paraquedas. por meio de duas cordas inclinadas de um ângulo θ 5 45°
Em órbita, Gagarin fez algumas anotações em seu em relação à vertical (veja a figura deste problema).
diário de bordo. Porém, ao tentar usá-lo, o diário f lu-

AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/


ARQUIVO DA EDITORA
tuou e voltou para ele sem o lápis, que estava conectado
ao livro por uma mola. A partir de então, todos os re-
gistros tiveram que ser feitos por meio de um gravador u
u
de voz. Como ele era ativado por som, a fita ficou logo
cheia, pois muitas vezes o equipamento era ativado pe- F& F&
los ruídos na cápsula. Durante o voo, Gagarin se ali-
mentou e tomou água, mantendo contato contínuo com
a Terra por rádio, em diferentes canais, telefone e telé-
grafo. Ele foi o primeiro ser humano a ver a Terra do P&
espaço. Pôde vê-la como um todo e, entre as observa-
ções que fez, uma é marcante. Impressionado com o que a) Qual o valor da força F& que cada pessoa está fazendo?
via, afirmou: “A Terra é azul!”. b) Se as pessoas aumentarem a inclinação das cordas (em re-
Trecho adaptado a partir de matéria publicada na lação à vertical) de maneira que o ângulo θ se torne maior
Ciência Hoje,v. 47, ed. 280. p. 72-3.
que 45°, a força  F&  que cada uma deve fazer será maior,
menor do que o valor calculado em a ou igual a ele?
1 (Cefet-RJ) “Na descida, foi ejetado da nave quando estava a
7 km de altura e chegou ao solo suavemente, com o auxílio 5 (ITA-SP – Adaptada) O arranjo de polias da figura é preso ao
de paraquedas.” teto para erguer uma massa de 24 kg, sendo os fios inexten-
Após o paraquedas ter sido aberto, entendendo-se que o as- síveis e desprezíveis as massas das polias e dos fios. Despre-
tronauta passou a descer com velocidade escalar constante, zando os atritos, determine o valor do módulo da força F& ne-
a resultante das forças que atuavam sobre Gagarin era igual: cessário para equilibrar o sistema.
a) ao seu peso.
b) ao seu peso e ao peso do paraquedas.
FRENTE A
c) à força de resistência do ar.
d) a zero.
F
2 Você empurra um disco de gelo-seco sobre uma superfície
FÍSICA

horizontal, colocando-o em movimento. No instante em que


o disco atinge a velocidade de 2,0 m/s, você para de empur-
rá-lo. A partir desse instante, o que deveria acontecer com o
24 kg
disco, de acordo com Aristóteles? E segundo Galileu?

Dinâmica: as leis de Newton 29


6 (UFT-TO) Assinale a afirmativa a seguir que NÃO é sempre ver- Translação

dadeira: 

CASA DE TIPOS/ARQUIVO DA EDITORA


a) No movimento circular uniforme de um determinado
Rotação
objeto existe força atuando no objeto.  
b) Se um objeto está acelerado é porque existem forças
Bola Raquete
atuando sobre ele e sua velocidade muda com o passar
do tempo.  
c) Se existem forças atuando sobre um objeto, ele está ace-
Representação da jogada top spin.
lerado e sua velocidade muda com o passar do tempo.  
d) No movimento circular uniforme de um objeto existe
Com base nos conhecimentos de Mecânica, e considerando
aceleração do objeto e, portanto, a velocidade do mesmo
a representação da figura, é correto afirmar que:
muda com o passar do tempo.  
a) a trajetória do centro de massa da bola pode ser descrita
e) No movimento circular uniforme de um determinado ob-
jeto não existe aceleração angular.  por uma espiral, devido à composição dos movimentos
de translação e de rotação.
7 É um fato conhecido que a Terra exerce uma força de atração b) a bola alcançará uma distância maior devido ao seu movi-
sobre a Lua. Pela terceira lei de Newton, podemos concluir mento de rotação.
que a Lua também atrai a Terra. A figura deste exercício foi c) a força que a raquete aplica à bola é a mesma que a bola
encontrada em certo livro de Física, mostrando essas forças aplica à raquete, porém em sentido contrário.
de interação entre a Terra e a Lua. Há um erro grave neste d) a energia cinética adquirida no movimento ascendente
desenho. Diga qual é esse erro. da bola é transformada em energia potencial no movi-
mento descendente.
e) o torque aplicado à bola pela raquete resulta no seu mo-
vimento de translação.
F1 F2
(Uerj) Utilize as informações a seguir para responder às ques-
tões 10 e 11.
A figura abaixo representa o plano inclinado ABFE, inserido
em um paralelepípedo retângulo ABCDEFGH de base hori-
zontal, com 6 m de altura CF, 8 m de comprimento BC e 15 m
8 Uma pessoa, de peso P, está no interior de de largura AB, em repouso, apoiado no solo.
um elevador que sobe com movimento E H

uniforme. Seja F o valor da força com que a


pessoa comprime o assoalho do elevador N
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA

e F' o valor da força exercida pelo assoalho F&'


sobre a pessoa (veja a figura ao lado).
F G
Assinale, entre as afirmações seguintes,
aquelas que estão corretas. D A

a) F 5 F' porque constituem um par de P&


ação e reação.
M
b) F' 5 P porque o movimento da pessoa
é uniforme.
C B
c) F' e P constituem um par de ação e F&
reação.
d) F' . P porque o elevador está subindo.
10 Considere o deslocamento em movimento retilíneo de um
corpo P1 de M até N e de um corpo P2 de A até F.
e) F . P porque o elevador está subindo.
Admita as seguintes informações:
9 (UEL-PR) “Top Spin” é uma das jogadas do tênis na qual o te- P1 e P2 são corpos idênticos;
nista, usando a raquete, aplica à bola um movimento de ro-
F1 e F2 são, respectivamente, as componentes dos pesos
tação (que ocorre em torno do seu próprio eixo) sobreposto de P1 e P2 ao longo das respectivas trajetórias;
ao movimento de translação, conforme esquematizado na
M e N são, respectivamente, os pontos médios das arestas
figura a seguir:
AB e EF.

30 Dinâmica: as leis de Newton


F1 Dados:
Considerando esses dados, a razão equivale a:
F2
sen 30° 5 1 ; cos 30° 5 3 ;
2 2
17 15 3
a) c) sen 60° 5 ; cos 60° 5 1 ;
6 3 2 2
sen 45° 5 cos 45° 5 2
4 13 2
b) d)
3 2

11 Admita outro corpo de massa igual a 20 kg que desliza com


atrito, em movimento retilíneo, do ponto F ao ponto B, com
velocidade constante. A força de atrito, em newtons, entre a
superfície deste corpo e o plano inclinado é cerca de:
a) 50 c) 120
b) 100 d) 200
45°
12 (Unisc-RS) Um corpo de massa m foi deixado sobre um pla-
no inclinado de 45o em relação à horizontal, conforme a fi-
gura. Para que o corpo permaneça parado, é necessário que a) 0,8. d) 1,1.
o coeficiente de atrito estático entre o corpo e o plano seja b) 0,9. e) 1,2.
igual a: c) 1,0.

ANOTAÇÕES

FRENTE A
FÍSICA

Dinâmica: as leis de Newton 31


CAPÍTULO

2 Segunda lei de Newton

Objetivos: As leis de Newton são a base da Dinâmica, parte da Física que estuda as causas dos movimentos.
A força necessária para acelerar caminhões gigantes que transportam minérios em minas, por
c Identificar a segunda
exemplo, pode ser calculada com base nas leis enunciadas por Newton no século XVII.
lei de Newton e aplicá-
-la a movimentos.
Se um caminhão está em repouso (em relação a certo referencial), sua velocidade é zero. Se
colocado em movimento, sua velocidade deixará de ser nula e, portanto, o caminhão será acelerado.
c Relacionar as De modo similar, se o veículo, em movimento retilíneo uniforme (e, portanto, com aceleração nula,
características já que a velocidade é constante), for forçado a parar, também podemos afirmar que ele sofreu uma
cinemáticas e as aceleração (popularmente fala-se, nesse caso, em “desaceleração”).
dinâmicas de corpos Em ambas as situações – do repouso ao movimento retilíneo uniforme, ou ao contrário –, uma
em movimento circular.
força resultante atua sobre o corpo (primeira lei de Newton).
Disso, podemos inferir que a atuação de uma força resultante sobre um corpo produz nele
uma aceleração.
Esse é o tema da segunda lei de Newton, que veremos a seguir.

Caminhão gigante utilizado no


transporte de minérios extraídos
de minas. O caminhão da foto
tem 7 metros de altura e pesa
350 toneladas.
JOSEF HANUS/ALAMY/GLOW IMAGES

32 Dinâmica: as leis de Newton


a& 
INTRODUÇÃO A
F& 
Vimos, quando estudamos a primeira lei de Newton, que, se a resultante das forças que atuam
em um corpo for nula, esse corpo estará em repouso ou em movimento retilíneo uniforme. Em
qualquer dessas situações, a aceleração do corpo é nula. Assim, se R&  5 0, a 5
& 0.
Agora, vamos estudar que tipo de movimento teria o corpo se a resultante das forças que nele
atuam fosse diferente de zero. Consideremos um objeto colocado sobre uma superfície horizontal
lisa, sem atrito, sendo puxado por uma força F & (fig. 1-A). Como as forças peso e reação normal que
atuam no corpo se equilibram, podemos considerar F & a única força que atua no corpo. A figura 1-B
mostra as posições do corpo tomadas em intervalos de tempo iguais, em seu movimento sob a ação
da força F &. Como a distância entre duas posições sucessivas está crescendo, a velocidade do corpo
está aumentando, ou seja, o movimento do corpo é acelerado. Concluímos que: B

Um corpo, sob a ação de uma força única, adquire uma


aceleração, isto é, se F & ≠ 0, temos a ≠
& 0.

Relação entre força e aceleração


Na figura 1, para um dado valor da força F aplicada
& no corpo, podemos medir o valor da acelera-
ção a que
& o corpo adquire. Repetindo a experiência com diversos valores da força F ,& verificamos que:
duplicando F, o valor de a também duplica; Fig. 1 2 A força F & imprime ao corpo um
movimento acelerado.
triplicando F, o valor de a também triplica;
quadruplicando F, o valor de a também quadruplica; e assim sucessivamente.
Portanto, por meio da experiência, podemos concluir que:

A força F que atua em um corpo é diretamente proporcio-


F
nal à aceleração a que ela produz no corpo, isto é, F ~ a.

Dessa maneira, se construirmos um gráfico F 3 a, obteremos uma reta passando pela origem (fig. 2).

Massa de um corpo
Sendo F ~ a, sabemos que a relação F é constante e igual à inclinação do gráfico F 3 a. a
a
Suponha agora que a experiência fosse repetida usando-se, porém, um outro corpo. Construin-
Fig. 2 2 A força aplicada a uma
do o gráfico F 3 a para ele, também obteríamos uma reta passando pela origem, mas com uma partícula é diretamente proporcional
inclinação diferente da anterior. De modo geral, verificamos que, para um dado corpo, temos sempre à aceleração que ela produz.
F ~ a, mas a inclinação do gráfico F 3 a varia de um corpo para outro (fig. 3). Portanto, o quociente
F tem um valor constante para um dado corpo, sendo, assim, característico de cada objeto. Esse
a
quociente é denominado massa (m) do corpo. Logo:
F
Massa de um corpo é o quociente entre a força que atua
no corpo e a aceleração que ela produz nele, isto é:
F
m5a A
B FRENTE A

C
Observe que a inclinação do gráfico F 3 a nos fornece o valor da massa m do corpo. Na figura 3,
mA . mB . mC. De m 5 F , obtemos: 0 a
FÍSICA

a
A B C
a5 F
m Fig. 3 2 A inclinação do gráfico F × a
representa a massa do corpo.

Dinâmica: as leis de Newton 33


Essa relação mostra que, para dada força, quanto maior a massa de um corpo, menor será a
aceleração que ele adquire. Em outras palavras, a massa de um corpo caracteriza a “dificuldade” que
ele apresenta de adquirir uma aceleração. Portanto, dados dois corpos de massas diferentes, o de
maior massa apresenta maior “dificuldade” em ter sua velocidade modificada, ou seja, o de maior
massa apresenta maior inércia.
Lembre-se, por exemplo, de que um caminhão carregado (maior massa 5 maior inércia), par-
tindo do repouso, demora mais para adquirir certa velocidade do que se estivesse vazio (menor
massa 5 menor inércia). Do mesmo modo, se o caminhão em movimento “perder os freios”, será
mais difícil pará-lo se ele estiver carregado, uma vez que sua inércia será maior do que se ele estivesse
vazio. Concluindo:

Quanto maior for a massa de um corpo, maior será a sua inércia,


isto é, a massa de um corpo é uma medida da inércia desse corpo.

Os vetores F& e a&


O valor da força F &  que atua em um corpo, o valor da aceleração a que
& ele adquire e sua massa
m estão relacionados, conforme vimos, pela expressão:

m 5 F ∴ F 5 ma
F&  a
a & 
A relação F 5 ma foi estabelecida entre os módulos dos vetores F  & e a .&
m Quando uma força atua em um corpo, a aceleração que ele adquire tem a mesma direção
e o mesmo sentido da força aplicada, isto é, o vetor a & tem sempre a mesma direção e o mesmo
Fig. 4 2 O vetor a & tem sempre a mesma sentido do vetor F &  (fig. 4). Portanto, a relação F 5 ma poderá ser escrita vetorialmente da se-
direção e o mesmo sentido do vetor F &. guinte maneira:

F  & 5 ma & 

A massa m deve ser uma grandeza escalar sempre positiva, para que o produto ma & tenha a
mesma direção e o mesmo sentido do vetor F & . Se a massa de um corpo pudesse ser negativa, esse
corpo adquiriria uma aceleração de sentido contrário ao da força aplicada – o que não acontece.

A segunda lei de Newton


Consideremos, agora, um corpo sob a ação de várias forças (fig. 5). Sabemos que, nessas condi-
ções, podemos substituir o sistema de forças por uma força única, que é a resultante R&  do sistema.
A aceleração que o corpo irá adquirir, sob a ação desse sistema de forças, será obtida como se ele
estivesse sob a ação de uma força única, igual a R& . A equação F 5
& ma & será, nesse caso, substituída por
R&  5 ma & e o vetor a & terá a mesma direção e o mesmo sentido do vetor R& (fig. 5). A relação R&  5 ma &é
F& 2 F& 1 a expressão matemática da segunda lei de Newton em sua forma mais geral.
F& 3
a &  R&  R&5 ma &

F& 5
F& 4
Segunda lei de Newton
Fig. 5 2 Quando várias forças
R&  5 ma & ou ∑F &5 ma &
atuam em uma partícula, esta A aceleração que um corpo adquire é diretamente proporcional à resultante das forças
adquire uma aceleração na
mesma direção e no mesmo que atuam nele e tem a mesma direção e o mesmo sentido dessa resultante.
sentido da resultante dessas forças.

34 Dinâmica: as leis de Newton


A segunda lei de Newton é utilizada na análise dos movimentos que observamos próximos à
superfície da Terra e no estudo dos movimentos dos corpos celestes. O próprio Newton aplicou-a
ao desenvolver seus estudos dos movimentos dos planetas, e o grande sucesso alcançado constituiu
uma das primeiras confirmações dessa lei.

PARA CONSTRUIR

1 Um bloco, sendo arrastado por uma força F &  sobre uma su- c) O que representa a inclinação desse gráfico?
F
perfície horizontal, ocupa, em intervalos de tempo iguais, as A inclinação do gráfico é igual à relação . Logo, a inclinação é
a
posições mostradas na figura deste exercício.
igual à massa m do corpo.
→ → → →
F 
F& F& 
F F 
F& FF& 
3 Suponha que uma pessoa arremessasse uma bola de borracha
e uma bola de ferro (de tamanhos iguais), exercendo em ambas
a) Observe a figura e explique como podemos afirmar que
o mesmo esforço muscular.
existe atrito entre o bloco e a superfície.
a) Qual delas, em sua opinião, iria adquirir maior aceleração?
Observando a figura do exercício, vemos que o movimento do
Baseando-se em sua experiência diária (ou realizando a
bloco é retilíneo uniforme. Então, a resultante das forças que
experiência), o estudante perceberá facilmente que a bola de
atuam sobre ele deve ser nula. Assim, deve existir uma força
borracha (bola mais leve) adquiriria maior aceleração.
de atrito que equilibre a força F & que está atuando sobre o
bloco.

b) Se o atrito fosse eliminado, que tipo de movimento o blo- b) Qual delas possui maior inércia?
co teria? Possui maior inércia aquela que apresenta maior dificuldade

Se o atrito fosse eliminado, a força F  & não seria equilibrada e de ser acelerada, isto é, a bola de ferro (bola mais pesada).

imprimiria uma aceleração ao bloco. Assim, o movimento do bloco


seria acelerado. Observação: Supondo que a força F & permaneça
constante, a aceleração adquirida pelo bloco será também
c) Qual delas possui maior massa?
constante, isto é, o movimento do bloco será uniformemente
Como a massa é uma medida da inércia, concluímos que a bola
variado (acelerado).
de ferro possui maior massa.

2 a) Na tabela deste exercício, F representa a força que atua 4 (UnB-DF – Adaptada)


em um certo corpo e a é a aceleração adquirida pelo cor-
A palavra “átomo” foi cunhada pelos gregos, mas, nas
po sob a ação dessa força. Complete a tabela.
primeiras décadas do século XIX, não havia evidência ex-
perimental de que a matéria fosse composta de átomos. [...]
F (N) 1,5 3,0 4,5 6,0
Em 1827, o naturalista inglês Robert Brown observou
a (m/s2) 0,70 1,4 2,1 2,8 que grãos de pólen boiando em um copo de água se movi-
mentavam constantemente, em um zigue-zague caótico, sem
Como sabemos que F ~ a, concluí- que nenhuma força os empurrasse. Brown chegou a achar
b) Construa o gráfico F 3 a. mos que o gráfico F 3 a será uma que o pólen estivesse vivo, mas recuou em seguida: o efeito
reta passando pela origem.
era o mesmo com pó de granito. Ali estava um mistério para
F
ser resolvido. Alguns cientistas, no entanto, especularam que
o movimento browniano fosse causado pelo choque aleatório
FRENTE A
entre as moléculas que compunham o sistema. Anos depois,
6,0
Albert Einstein cogitou que, embora os átomos fossem peque-
4,5 nos demais para serem observados, seria possível estimar o
3,0 seu tamanho calculando-se seu impacto cumulativo em ob-
FÍSICA

1,5 jetos “grandes” – como um grão de pólen. Se a teoria atômica


a estivesse certa, então deveria ser possível, analisando-se o
movimento das partículas “grandes” (chamado movimento
0,7 1,4 2,1 2,8
browniano), calcular as dimensões físicas dos átomos.

Dinâmica: as leis de Newton 35


Einstein assumiu que o movimento aleatório das partículas b) No trecho “e computou o peso e o tamanho dos átomos”,
em suspensão era causado pela colisão de trilhões e trilhões o autor deveria referir-se à massa do átomo, e não ao seu
de moléculas de água e computou o peso e o tamanho dos peso, uma vez que a força peso, reação à força de contato
átomos, dando a primeira prova experimental de existência normal, não é uma grandeza física da matéria.
deles. Einstein foi além: calculou que um grama de hidrogê- Afirmativa incorreta. De fato, o autor deveria referir-se à massa
nio continha 3,03 3 1023 átomos, valor surpreendentemente
do átomo, e não ao seu peso, conforme mencionado na pri-
próximo do real. Sua fórmula foi confirmada em 1908 pelo
meira parte da afirmativa. Entretanto, o peso não é a reação à
francês Jean Perrin. Abria-se ali o mundo do muito pequeno.
Disponível em: ,www.moderna.com.br/.. força normal.
Especial Einstein: 100 anos de relatividade. Adaptado.
Tendo o texto como referência inicial e considerando os 5 A Terra atrai a Lua com uma força F&1 que produz nesse satélite
múltiplos aspectos que ele suscita, julgue os itens a seguir, uma aceleração a1& . Por sua vez, a Lua atrai a Terra com uma
justificando-os. força F&2, que produz em nosso planeta uma aceleração a2& .
a) O valor F&1 é maior, menor do que F&2 ou igual a ele? Explique.
a) Se for analisada, isoladamente, a observação de que “grãos
É fácil perceber que F 1& e F 2& constituem um par de ação e reação.
de pólen boiando em um copo de água se movimenta-
vam constantemente, em um zique-zague caótico, sem Então, pela terceira lei de Newton, temos F 1& 5 F&2.

que nenhuma força os empurrasse” contraria a segunda


lei de Newton. b) O valor de a1& é maior, menor ou igual ao de a2& ? Explique.
Afirmativa correta, pois de acordo com a 2a lei de Newton, R& 5 m ? a&, As forças que atuam na Lua e na Terra são iguais, mas a massa da
em que R& é a resultante das forças no sistema e a& é a Lua é menor do que a da Terra. Então, pela segunda lei de Newton,
aceleração adquirida. Caso não existissem forças atuando na a Lua adquire uma aceleração maior do que a da Terra (a1& . a&2).
partícula, a aceleração vetorial seria nula, o que inviabilizaria o
movimento de zigue-zague.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 1 e 2 Para aprimorar: 1 e 2


BUREAU INTERNATIONAL DES POIDS ET MESURES

UNIDADES DE FORÇA E MASSA


Sistema de unidades
Vimos que uma unidade de força muito usada nos estudos físicos e na vida diária é o kilograma-
-força (kgf). Entretanto, essa não é a unidade de força mais conveniente quando se trata de empregar
a segunda lei de Newton e outras equações da Física.

Unidades fundamentais do SI
As unidades fundamentais do SI, usadas na Mecânica, são apenas três:
a unidade de comprimento: metro (m);
a unidade de massa: kilograma (kg);
a unidade de tempo: segundo (s).
Por causa dessa escolha, o Sistema Internacional de Unidades da Mecânica costuma ser deno-
minado Sistema MKS (metro, kilograma e segundo). Em suas atividades diárias, você utiliza constan-
Fig. 6 2 Cilindro de platina iridiada, na temente essas unidades e seus valores lhe são, portanto, familiares. Suas definições rigorosas foram
Repartição Internacional de Pesos e
estudadas com muito cuidado pelos cientistas.
Medidas, na França.
Os padrões utilizados para a definição dessas unidades no SI mudaram ao longo do tempo,
sendo feitos vários estudos para que todas as unidades fundamentais fossem baseadas em alguma
constante física. O kilograma ainda é a única unidade que é definida por um objeto: o cilindro de
PARA platina iridiada, guardado na Repartição Internacional de Pesos e Medidas, na França (fig. 6) – 1 kg é
REFLETIR definido como sendo a massa desse cilindro –, mas há propostas para alterar esse padrão.
Um dos conceitos originais do metro, por exemplo, era a distância que a luz percorria no vácuo no
Procure quais são os padrões utili- 1
intervalo de tempo de segundos; e um dos conceitos originais do segundo era o tempo
zados para as definições atuais de 299792458
“metro” e “segundo”. necessário para o Sol percorrer a distância de 1 da circunferência terrestre (na linha do equador).
86400

36 Dinâmica: as leis de Newton


Unidades derivadas
As unidades das outras grandezas, chamadas unidades derivadas, são obtidas das unidades
fundamentais:
área: m ? m 5 m2
volume: m ? m ? m 5 m3
m
velocidade: s 5 m/s

aceleração: m/s 5 m/s 2


s
Para obtermos a unidade de força, usaremos a segunda lei de Newton. A equação F 5 ma
nos mostra que a unidade de força deve ser igual ao produto da unidade de massa pela unidade
de aceleração. Essa unidade de força denomina-se newton (N), cuja definição é: 1 N 5 1 kg ? m/s2,
ou seja, 1 N é a força que, atuando na massa de 1 kg, imprime a essa massa a aceleração de
1 m/s2 (fig. 7).
a 5 1 m/s2

F51N
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/
ARQUIVO DA EDITORA

1 kg

Fig. 7 2 Quando um corpo, de massa 1 kg, é solicitado por uma força resultante de 1 N, ele adquire uma aceleração
de 1 m/s2. A força é medida com um dinamômetro.

Como vamos adotar, preferencialmente, as unidades do Sistema Internacional, ao usar a segunda


lei de Newton observe sempre as unidades. Elas devem ser usadas da seguinte maneira:

R (em N) 5 m (em kg) ? a (em m/s2)

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1 a) Um corpo, de massa m 5 2,0 kg, move-se com aceleração a 5 6,0 m/s2. Qual é o valor da resultante R& das forças que atuam
no corpo?
b) Se uma força resultante R 5 10 kgf atua em um corpo, produzindo nele uma aceleração de 2,0 m/s2, qual é a massa do corpo?

RESOLUÇÃO:
a) O valor de R& será dado pela segunda lei de Newton, R 5 ma. Como o valor de m está expresso em kg e o valor de a, em
m/s2, sabemos que o valor de R&  será dado em newtons. Portanto:
R 5 ma 5 2,0 ? 6,0 ∴ R 5 12 N

b) Para obtermos a massa do corpo em kg, devemos expressar o valor de R em newtons (o valor de a já está expresso em m/s2). FRENTE A
Como 1 kgf 5 9,8 N, teremos:
R 5 10 kgf 5 10 ⋅ 9,8 N ∴ R 5 98 N
FÍSICA

De R 5 ma, temos:

m 5 R 5 98 ∴ m 5 49 kg
a 2,0

Dinâmica: as leis de Newton 37


PARA CONSTRUIR

6 (Uerj) O corpo de um aspirador de pó tem massa igual F&at 5 P&R


m
a 2,0 kg. Ao utilizá-lo, durante um dado intervalo de tem-
v0
po, uma pessoa faz um esforço sobre o tubo 1 que resulta em
uma força de intensidade constante igual a 4,0 N aplicada ao
corpo do aspirador. A direção dessa força é paralela ao tubo 2,
cuja inclinação em relação ao solo é igual a 60°, e puxa o 30°
corpo do aspirador para perto da pessoa. Durante a descida, o bloco tem movimento uniformemente variado
e a intensidade da força resultante que age no bloco é igual à inten-
sidade da força de atrito (ver figura).
v2  v20  2a∆s ⇒ 02  152  2  a  5 ⇒ a  22,5 m/s2
Corpo do Tubo 2 | a |  22,5 m/s2
aspirador
Tubo 1 R  m  a ⇒ R  4  22,5  90 N

60°

Considere sen 60° 5 0,87, cos 60° 5 0,5 e também que o 8 (Cefet-MG) Três blocos A, B e C, de massas MA 5 1,0 kg e
corpo do aspirador se move sem atrito. Durante esse inter- MB 5 MC 5 2,0 kg, estão acoplados através de fios inexten-
valo de tempo, a aceleração do corpo do aspirador, em m/s2, síveis e de pesos desprezíveis, conforme o esquema abaixo.
equivale a: b
B
a) 0,5
b) 1,0
A
c) 1,5
C
d) 2,0 u 5 30°
A componente da força horizontal R&x aplicada ao cabo é a resul-
tante das forças sobre o corpo do aspirador. Esquematicamente, Desconsiderando o atrito entre a superfície e os blocos e, tam-
temos:
bém, nas polias, a aceleração do sistema, em m/s2, é igual a: b
a) 2,0.
b) 3,0.
c) 4,0.
R& d) 5,0.
B

60° A
P&X
R&x C
u
Rx 5 ma ⇒ F cos 60° 5 ma ⇒ 4 ? 0,5 5 2a ⇒ a 5 1 m/s2 P&A P&C

PC 5 força peso do corpo C


Px 5 PA sen 30° 5 componente tangencial do peso do corpo A
Para o sistema, temos:
PC 2 Px 5 (MA 1 MB 1 MC) a ⇒ 20 2 10 (0,5) 5 5 a ⇒ 15 5 5 a ⇒
⇒ a 5 3 m/s2

7 (UFPE) Um bloco de massa m 5 4,0 kg é impulsionado so-


bre um plano inclinado com velocidade inicial v0 5 15 m/s,
como mostra a figura. Ele desliza em um movimento des-
cendente por uma distância L 5 5,0 m, até parar. Calcule o
módulo da força resultante que atua no bloco, ao longo da
descida, em newtons.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 3 a 6 Para aprimorar: 3 e 4

38 Dinâmica: as leis de Newton


MASSA E PESO
Vamos analisar mais detalhadamente os conceitos de massa e peso de um corpo, pois essas duas
grandezas são muito importantes no estudo da Mecânica e da Física de modo geral.

Massa
F
A massa de um corpo é uma grandeza escalar, definida pela relação m 5 a , em que F é o mó-
dulo da força que atua no corpo e a é o valor da aceleração que F&  produz nele. A massa também
pode ser considerada uma medida do conceito de inércia. Se a massa de um corpo é pequena, ele
apresenta pequena inércia, de modo que mesmo forças pequenas podem produzir alterações apre-
ciáveis em seu movimento.
Experimentalmente, podemos verificar outra propriedade importante da massa: ela é uma cons-
tante característica do corpo. A massa não varia quando o corpo é transportado de um local para
outro, ou quando sua temperatura é alterada, ou, ainda, quando o corpo muda de estado (sólido,
líquido ou gasoso). Essas considerações são válidas para velocidades não relativísticas, ou seja, para
velocidades muito inferiores à velocidade da luz (fig. 8).

RICARDO SIWIEC

Fig. 8 2 O bloco de gelo e a água que resulta de sua fusão têm a mesma massa.

Peso
O peso de um corpo foi definido como a força com que a Terra atrai o corpo. Como o peso é
uma força, trata-se de uma grandeza vetorial.
Se um corpo de massa m for abandonado de uma certa altura sobre a superfície da Terra, ele
cairá devido à ação de seu peso P&. Sendo P& a única força que atua nele, o corpo adquirirá a aceleração
da gravidade g.  Podemos
& dizer que:
m
O peso de um corpo é uma for-
ça gravitacional que imprime a esse
corpo uma aceleração g..& g&  FRENTE A

Pela segunda lei de Newton: P&


FÍSICA

P& 5 mg& Fig. 9 2 O peso


P& provoca no corpo
de massa m uma
Ao usarmos essa equação, se expressarmos m em kg e g em m/s2, obteremos o valor de P aceleração g .& Logo,
expresso em newtons. P& 5 mg .&

Dinâmica: as leis de Newton 39


Variações do peso
Na equa­ção P 5 mg, o valor de m é cons­tan­te. Entretanto, veri­fi­ca-se que a ace­le­ra­ção da gra­
vi­da­de sofre varia­ções quan­do nos des­lo­ca­mos de um lugar para outro sobre a super­fí­cie da Terra.
Nas pro­xi­mi­da­des dos polos da Terra, por exem­plo, o valor de g é maior que nas pro­xi­mi­da­des do
equador (ver a tabe­la 1).
Concluímos que o valor do peso, P, de um corpo tam­bém sofre varia­ções, em vir­tu­de das varia­
ções obser­va­das em g. O peso de uma pes­soa será maior nos polos que no equador, isto é, uma
pes­soa situa­da nos polos é atraí­da pela Terra com uma força maior do que se esti­ves­se situa­da no
equador (fig. 10). Essa dife­ren­ça é, porém, muito peque­na, como se pode per­ce­ber pela tabe­la 1. Em
qual­quer ponto nas pro­xi­mi­da­des da super­fí­cie da Terra, o corpo cai com uma ace­le­ra­ção pra­ti­ca­
men­te igual a 9,8 m/s2.

gmaior
NN maior
P
Pmaior
maior Tabela 1 – Variação de g com a latitude
(ao nível do mar)
ggmenor
menor Latitude g (m/s2)
PPmenor
menor

 0° 9,780
20° 9,786
40° 9,802
SS 60° 9,819

Fig. 10 2 Uma pessoa próxima aos 80° 9,831


polos da Terra tem maior peso do que
se estivesse próxima ao equador. 90° 9,832

Entretanto, se o corpo fosse abandonado de uma certa altura sobre a superfície da Lua, ele cairia
com uma aceleração cerca de 6 vezes menor do que 9,8 m/s2, pois o valor de g na Lua é, aproxima-
damente, 1,6 m/s2. Em consequência disso, o peso de um objeto na Lua (força com que a Lua atrai o
objeto) é cerca de 6 vezes menor do que seu peso na Terra (fig. 11).

NASA
Fig. 11 2 Como a aceleração da
gravidade na Lua é cerca de 6 vezes
menor que na Terra, o peso de um
astronauta na Lua será também cerca
de 6 vezes menor que na Terra. Por isso,
se desse um pulo na superfície da Lua,
um astronauta atingiria alturas bem
maiores do que na Terra. Em um planeta
onde o valor de g fosse muito grande
como Júpiter (g . 26 m/s2), uma pessoa
poderia ser esmagada pela ação do
próprio peso.

Portal
SESI
Educação www.sesieducacao.com.br

Acesse o portal e utilize o si-


mulador Queda livre em ou-
tros planetas.

40 Dinâmica: as leis de Newton


Medida da massa
F
Pela equação m 5 a , que define a massa de um corpo, percebemos que, para medir o valor
de m, devemos puxar o corpo com uma força F& conhecida e medir o valor da aceleração que ele
adquire. O quociente Fa nos fornecerá o valor de m.
Na prática, esse processo de obtenção de m seria de difícil execução; por isso utilizamos um
processo muito mais simples, empregando as balanças, com as quais você já está habituado. Quando
uma balança de braços iguais está equilibrada, tendo em um dos pratos o corpo cuja massa m dese-
jamos medir e, no outro, massas conhecidas m' (fig. 12), concluímos que os pesos P e P' que atuam
em cada braço são iguais. Como o valor de g sobre as massas m e m' é o mesmo, temos:
P 5 mg e P' 5 m'g
Logo:
mg 5 m'g ∴ m 5 m'
0

m=? m'

P = mg P' = m'g

Fig. 12 2 Quando a balança está equilibrada,


concluímos que P 5 P' e, logo, m 5 m'.

Portanto, a massa do corpo é dada pelo valor das massas conhecidas que equilibram a balança.
O processo da balança só poderá ser usado em locais onde os corpos têm peso. Em uma região
do espaço onde um corpo estivesse isolado, afastado da influência de qualquer corpo celeste, isto
é, em uma região em que fosse constatada ausência de gravidade, não seria possível medir a massa
do corpo por meio de uma balança, pois esse corpo não teria peso. Entretanto, a massa do corpo
F
poderia ser medida por meio da relação m 5 a , válida em qualquer situação.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

2 Um astronauta, com vestimenta própria para descer na Lua, Observe que, sendo P dado em newtons e g, em m/s2,
foi pesado, na Terra, obtendo-se um peso de 980 N para o obteremos m em kg.
conjunto astronauta e vestimenta. b) Conforme vimos, a massa de um corpo não varia se ele
a) Qual é a massa do conjunto? for transportado de um local para outro. Portanto, o as-
b) Na Lua, qual seria a massa desse conjunto? tronauta e sua vestimenta continuariam a ter, na Lua, a
c) Qual seria, na Lua, o peso do conjunto? (A aceleração da mesma massa m 5 100 kg.
gravidade na Lua é 1,6 m/s2.) FRENTE A
c) O peso do conjunto será dado por P 5 mg, em que
RESOLUÇÃO: m 5 100 kg e g 5 1,6 m/s2:
a) Em qualquer lugar da superfície da Terra, pode-se consi-
FÍSICA

P 5 mg 5 100 ? 1,6 ∴ P 5 160 N


derar g 5 9,8 m/s2. Como P 5 mg:
Observe que o astronauta e sua vestimenta se tornam bem
m 5 P 5 980 ∴ m 5100 kg mais leves quando situados na Lua.
g 9, 8

Dinâmica: as leis de Newton 41


PARA CONSTRUIR

9 Imagine que um astronauta pudesse descer em Júpiter, onde b) qual seria o peso da pedra?
a aceleração da gravidade é g 5 26 m/s e, usando um dina-
2
Não havendo, na região, influência de qualquer corpo celeste,
mômetro, pesasse uma pedra, obtendo P 5 13 kgf. isto é, na ausência de gravidade, evidentemente, o peso da
a) Em que unidade o astronauta deve expressar P para cal- pedra será nulo (não há nenhuma atração sobre a pedra).
cular a massa m da pedra em kg?
Ele deve expressar P no SI, isto é, em newtons.

b) Calcule a massa da pedra em kg (considere 1 kgf 5 10 N).


P
De P 5 mg, obtemos m 5 . Considerando 1 kgf 5 10 N, vem:
g
P 5 13 kgf 5 13 ? 10 N 5 130 N c) e a inércia da pedra, seria a mesma que na Terra?
Logo, teremos:
Sim, a inércia da pedra é medida pela sua massa que, como vimos,
m 5 P 5 130 ∴ m 5 5,0 kg não se modifica. Isso significa que a dificuldade que a pedra
g 26
oferece para ser acelerada é a mesma em qualquer lugar do
espaço.

10 Se o astronauta trouxesse a pedra do exercício anterior para a


Terra, qual seria, aqui:
a) a massa da pedra?
Já vimos que a massa de um objeto não varia. Logo, a massa da
pedra é a mesma na Terra e em Júpiter, isto é, m 5 5,0 kg.

12 (Fuvest-SP) Imagine que, no final deste século XXI, os habi-


b) o peso da pedra? tantes da Lua vivam em um grande complexo pressurizado,
Como, na Terra, g 5 10 m/s , teremos:
2 em condições equivalentes às da Terra, tendo como única
diferença a aceleração da gravidade, que é menor na Lua.
P 5 mg 5 5,0 ⋅ 10 ∴ P 5 50 N
Considere as situações imaginadas, bem como as possíveis
Observe que o peso da pedra aqui na Terra (50 N) é bem menor descrições de seus resultados, se realizadas dentro desse
complexo, na Lua:
do que em Júpiter (130 N).
I. Ao saltar, atinge-se uma altura maior do que quando o
salto é realizado na Terra.
II. Se uma bola está boiando em uma piscina, essa bola
manterá maior volume fora da água do que quando a ex-
periência é realizada na Terra.
11 Suponha, agora, que a pedra do exercício 9 fosse transporta- III. Em pista horizontal, um carro, com velocidade v0, conse-
da para uma região afastada da influência de qualquer corpo gue parar completamente em uma distância maior do
celeste (onde não há gravidade). Nessa situação: que quando o carro é freado na Terra.
a) qual seria a massa da pedra? Assim, pode-se afirmar que estão corretos apenas os resulta-
A massa da pedra seria, ainda, a mesma (5,0 kg). dos propostos em: c
a) I.
b) I e II.
c) I e III.
d) II e III.
e) I, II e III.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 7 e 8 Para aprimorar: 5 a 8

42 Dinâmica: as leis de Newton


Isaac Newton, um dos maiores cientistas de todos os tempos
O dia 4 de janeiro de 2013 marcou os 370 anos do nascimento de um dos maiores cientistas de todos os tempos: Isaac
Newton. Embora conhecido como “o cara da maçã”, que descobriu a lei da gravitação universal, o cientista também prestou
contribuições essenciais para a Matemática, além de estudar Filosofia, Alquimia, Astronomia, Teologia e Astrologia. É con-
siderado o pai da Física moderna e uma grande influência para outros nomes de sua área, como Albert Einstein.
Seus feitos são numerosos. Dentre eles, destaca-se a obra Philosophiae naturalis principia mathematica (Princípios Matemá-
ticos da Filosofia Natural, ou simplesmente Principia), de 1687, que apresentava a lei da gravitação universal e as três leis de
Newton, que descreviam o comportamento dos corpos em movimento e serviram como base para a Mecânica. Essas mesmas
leis também tiveram destaque no livro Ombros de gigantes: a história da astronomia em quadrinhos, sobre a importância de
cientistas como Kepler, Galilei e Newton para a astronomia.
A perspectiva de Newton mudou tudo. Segundo Jane Gregorio-Hetem, doutora em astrofísica e uma das autoras do
livro, o título da publicação foi inspirado na famosa frase proferida por ele, na qual reconheceu a importância dos trabalhos
realizados por seus antecessores: “Se vi mais longe, foi por estar de pé sobre os ombros de gigantes”. Para a professora do
Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP), Newton é considerado o
“pai da Física”. “Ele estabeleceu o método científico para estudar os fenômenos físicos. Ele definiu o conceito de força que
usamos até hoje, e suas leis são fundamentais para o estudo dos movimentos e da interação dos corpos”, justifica.
Eduardo de Campos Valadares, doutor em Física e professor no Departamento de Física da Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG), destaca o cálculo diferencial e integral, utilizado na Física, Química, Biologia, Engenharias, Medicina,
Computação e tratamento de imagens, como contribuições relevantes para a Matemática. Além disso, Valadares aponta outras
descobertas importantes de Newton à ciência: “Os seus estudos sobre a refração da luz, que faz uma faca imersa parcialmen-
te num copo de água parecer torta, lhe permitiram explicar como o arco-íris é formado”.
Valadares, que escreveu o volume Newton: a órbita da Terra em um copo d'água, da coleção "Imortais da Ciência", reco-
nhece que as contribuições de Newton à ciência moderna foram enormes. “Ele demonstrou que as leis físicas que regem o
cosmo se aplicam aos fenômenos terrestres, além de propor que os experimentos e a observação constituem o fundamento
de toda a ciência. Isso significou um avanço sem precedentes, cujo impacto se reflete nos dias atuais”, ressalta.
Dessa forma, o cientista possibilitou uma compreensão mais racional do planeta. “Newton permitiu que a civilização
fizesse a transição de ver a natureza como um lugar místico, além da compreensão da mente humana, para um lugar conhe-
cido, em que podemos usar as leis da física para prever o comportamento da própria natureza”, enfatiza o famoso astrofísico
Neil deGrasse Tyson em entrevista ao Terra. Segundo Tyson, a Revolução Industrial não teria sido possível sem essa transição.
Valadares concorda com o astrofísico: “A importância de Newton para a ciência foi demonstrar que o mundo, a despeito de
toda a sua complexidade, pode ser compreendido”.
No que se refere às aplicações das descobertas de Newton, Valadares acrescenta: “As chamadas leis de Newton da me-
cânica são essenciais para o cálculo de estruturas de edificações, de navios, asas e fuselagem de aviões, etc. O lançamento de
satélites e o cálculo de sua órbita, assim como o lançamento e o controle de naves espaciais são baseados nessas leis”.
O trabalho de Newton pode ser percebido no cotidiano. De acordo com Jane, isso

SCIENCE PHOTO LIBRARY/LATINSTOCK


ocorre porque ele utilizou uma teoria unificada para explicar diferentes fenômenos. “Essa
teoria é válida em qualquer ponto do Universo. Podemos perceber tais aplicações em
diversos exemplos simples do nosso dia a dia, como elevadores, automóveis, pontes,
satélites artificiais, missões espaciais, só para citar algumas”, destaca.
De acordo com Jane, por todas as suas contribuições científicas, o mérito de Newton
é inegável. “Apesar da grande importância de cientistas como Kepler, suas descobertas
foram mais voltadas para aspectos observacionais, nos quais se constataram os fenômenos,
descrevendo, por exemplo, o movimento planetário. Foi Newton, no entanto, que apre-
sentou a teoria para explicar fisicamente a origem de tais fenômenos”, salienta.
Essa sustentação se dá também no estabelecimento do método científico, baseado FRENTE A
em “observação, teoria, e comprovação experimental”. Segundo Jane, esse método é vá-
lido para qualquer área do conhecimento, e é a sua aplicação que diferencia a pesquisa
científica de outros tipos de estudo. “O ideal é que Newton seja cada vez mais famoso,
FÍSICA

pois conhecer os grandes feitos de Newton significa conhecer a própria ciência, uma
carência cultural de nosso país”, finaliza.
Disponível em: <http://noticias.terra.com.br/ciencia/pesquisa/ha-370-anos-nascia-o-maior-cientista-de-todos- Página 488 do Principia, de Newton,
os-tempos,0f4f89ab3500c310VgnCLD2000009bcceb0aRCRD.html>. Acesso em: 8 set. 2014. Adaptado. com estudo sobre cometas.

Dinâmica: as leis de Newton 43


Veja, no Guia do Professor, as respostas da "Tarefa para casa". As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As respostas encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR 3 (UFPE) Uma bolinha de borracha, de massa m 5 0,1 kg, é libera-
da a partir do repouso de uma altura h1 5 3,2 m. Ela colide com
o piso e sobe até uma altura h2 5 0,8 m. Considerando que a
1 (UFPR) Um avião voa numa trajetória retilínea e horizontal colisão durou Δt 5 0,02 s, calcule o módulo da força média que
próximo à superfície da Terra. No interior da aeronave, uma a bola exerceu no piso durante a colisão, em newtons. Despre-
maleta está apoiada no chão. O coeficiente de atrito estático ze a resistência do ar e a ação da força peso durante a colisão.
entre a maleta e o chão do avião é m e a aceleração da gravi-
dade no local do voo é g. Considerando esta situação, analise 4 (UFG-GO) Um objeto de  5 kg  move-se em  linha reta sob a
as seguintes afirmativas: ação de uma força. O gráfico a seguir representa sua veloci-
1. Se a maleta não se mover em relação ao chão do avião, dade em função do tempo.
então um passageiro pode concluir corretamente, sem 6
acesso a qualquer outra informação, que o avião está se

Velocidade (m/s)
deslocando com velocidade constante em relação ao 4
solo.
2
2. Se o avião for acelerado com uma aceleração superior a
mg, então o passageiro verá a maleta se mover para trás 0
do avião, enquanto um observador externo ao avião, em
repouso em relação à superfície da Terra, verá a maleta se 2
2 1 0 1 2
mover no mesmo sentido em que o avião se desloca. Tempo (s)
3. Para um mesmo valor da aceleração da aeronave em rela-
Considerando os dados apresentados, conclui-se que o grá-
ção à Terra, com módulo maior que mg, maletas feitas de
fico que representa a força que atua no objeto em função do
mesmo material e mesmo tamanho, mas com massas di-
tempo é o seguinte:
ferentes, escorregarão no interior do avião com o mesmo
a) 10
valor da aceleração em relação ao chão da aeronave.
8
Assinale a alternativa correta.
Força (N)

a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira. 6


b) Somente a afirmativa 3 é verdadeira. 4
c) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
2
d) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. 0
0 1 2
Tempo (s)
2 (UFTM-MG) Analisando as leis de Newton, pode-se concluir
0
corretamente que: b)
2
a) O movimento retilíneo e uniforme é consequência da
Força (N)

aplicação de uma força constante sobre o corpo que se 4


move. 6
b) A lei da inércia prevê a existência de referenciais inerciais
8
absolutos, em repouso, como é o caso do centro de nossa
galáxia. 10
0 1 2
c) Para toda ação existe uma reação correspondente, sendo Tempo (s)
exemplo dessa circunstância a força normal, que é reação c) 15
à força peso sobre objetos apoiados em superfícies planas.
d) Se um corpo é dotado de aceleração, esta certamente é
10
Força (N)

consequência da ação de uma força, ou de um conjunto


de forças de resultante diferente de zero, agindo sobre o
5
corpo.
e) A força centrífuga é uma força que surge em decorrência
da lei da inércia sobre corpos que obedecem a um movi- 0
0 1 2
mento circular e que tem como reação a força centrípeta. Tempo (s)

44 Dinâmica: as leis de Newton


d)
0 7 (UEM-PR) Analise as alternativas abaixo e some os valores das
alternativas que forem corretas.
–5
(01) 1 kgf é o módulo da força com que o kilograma-padrão
Força (N)
é atraído pela Terra, ao nível do mar e a 45° de latitude.
–10 (02) Uma grandeza vetorial é completamente caracterizada
quando conhecemos seu módulo, direção e sentido.
–15 (04) Quando um corpo está em repouso, é necessária a ação
0 1 2
Tempo (s)
de uma força sobre esse corpo, para colocá-lo em movi-
mento.
10
e) (08) Um corpo somente está em equilíbrio, se nenhuma for-
5
ça atuar sobre ele.
(16) A massa de um corpo é a constante de proporcionali-
Força (N)

0 dade entre o módulo da resultante de forças que atuam


nesse corpo e o módulo da aceleração provocada no
5
corpo pela ação dessas forças.
10
0 1 2 8 (Uerj) A imagem abaixo ilustra uma bola de ferro após ser
Tempo (s) disparada por um canhão antigo.
5 (Uece) Duas únicas forças, uma de 3 N e outra de 4 N, atuam
sobre um corpo puntiforme. Sobre o módulo da aceleração
desse corpo, é correto afirmar que:
a) é o menor possível se os dois vetores força forem perpen-
diculares entre si.
b) é o maior possível se os dois vetores força tiverem mesma
direção e mesmo sentido. Solo
c) é o maior possível se os dois vetores força tiverem mesma
direção e sentidos contrários.
Desprezando-se a resistência do ar, o esquema que melhor
d) é o menor possível se os dois vetores força tiverem mes-
representa a(s) força(s) que atua(m) sobre a bola de ferro é:
ma direção e mesmo sentido.
6 (IFSP – Adaptada) Roldanas móveis são utilizadas para van- a)  c) 
tagens mecânicas, ou seja, aplica-se uma determinada força
a uma extremidade do sistema e transmite-se à outra extre-
midade uma força de maior intensidade. Esse tipo de recurso
é comumente utilizado em guindastes de construção civil b)  d) 
para levantar materiais de grandes massas. Um modelo se-
melhante ao dos guindastes está apresentado na figura, em
que são colocadas 3 roldanas móveis e 1 fixa.

PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 (UEPG-PR) O estudo dos movimentos está fundamentado


nas três leis de Newton. Sobre movimentos e as leis de New-
ton, assinale o que for correto.
F 5 750 N
a) ( ) O princípio da inércia é válido somente quando a for-
FRENTE A
ça resultante sobre um corpo é não nula.
b) ( ) Duplicando-se o valor da força resultante aplicada
M
sobre um objeto, a aceleração experimentada pelo
objeto também será duplicada.
FÍSICA

Considerando a massa M igual a 500 kg sendo levantada a


partir do repouso em um local cuja aceleração gravitacional c) ( ) Forças de ação e reação nunca se equilibram, pois
é de 10 m/s2, podemos afirmar que, após 2 s, ela atingirá a atuam sempre em corpos distintos.
velocidade, em m/s, de: d) ( ) Um avião voando em linha reta com velocidade
a) 4. b) 8. c) 10. d) 12. e) 14. constante está em equilíbrio dinâmico.

Dinâmica: as leis de Newton 45


a& v&
a& v&

a& F&
a& F&
2 Uma partícula está em movimento sob a ação de uma força Considere, na Terra, g 5 10 m/s2 e, na Lua, g 5 1,6 m/s2. Entre
resultante F& . Sejam v& e a& , respectivamente, a velocidade e a as afirmativas seguintes, assinale as corretas.
aceleração da partícula em um dado v& instante.
F& Em todas as al- a) Na Terra, o bloco, ao ser puxado sobre a mesa, adquire
v& F&
ternativas seguintes estão indicados direções e sentidos fisica- uma aceleração a 5 4,0 m/s2.
mente a&possíveis
v&
para os vetores mencionados, EXCETO em: b) A massa do bloco, na Lua, é igual a 0,50 kg.
a& v& a& F&
a& v& a& F&
c) Na Lua, o bloco, ao ser puxado sobre a mesa, adquire uma
a) d) aceleração a 5 4,0 m/s2.
a& F& d) O peso do bloco, na Terra, é 5,0 N.
a& F& a& v&
b) a& F& e) a& v&
e) O peso do bloco, na Lua, é 0,80 N.

7 Considere o mesmo enunciado do problema anterior, mas


v& F&
c) v& F& suponha, agora, que entre o bloco e a mesa exista uma for-
v& F&
ça de atrito cinético cujo valor, aqui na Terra, seja fc 5 1,0 N.
3 Um bloco, cuja massa é m 5 5,0 kg, desloca-se em linha Quais das afirmativas seguintes estão corretas?
reta, puxado a&a&sobre uma
F&
F& superfície horizontal por uma força a) Na Terra, o bloco, ao ser puxado sobre a mesa, adquire
a& F&
F 5 20 N, também horizontal. Sobre o bloco atua ainda uma uma aceleração a 5 2,0 m/s2.
força de atrito cinético fc 5 5,0 N. b) O coeficiente de atrito cinético entre o bloco e a mesa
a& v&
a&
a) Qual é o valor dav& resultante, R& , das forças que atuam no tem o mesmo valor na Terra e na Lua.
a& v&
bloco? c) Na Lua, o valor da reação normal da mesa sobre o bloco é
b) Qual é o valor da aceleração do bloco? menor do que na Terra.
c) Se no instante t 5 0 a velocidade do bloco era v0 5 1,5 m/s, d) Na Lua, o valor da força de atrito cinético que atua no blo-
qual será sua velocidade no instante t 5 2,0 s? co é menor do que 1,0 N.
e) Na Lua, o bloco, ao ser puxado sobre a mesa, adquire uma
4 (Uece) Dois cubos de mesma densidade e tamanhos diferen- aceleração maior do que 2,0 m/s2.
tes repousam sobre uma mesa horizontal e mantêm contato
entre si por uma de suas faces. A aresta de um dos cubos mede 8 (Olimpíada de Física-SP) Um foguete encontra-se à deriva no
o dobro da aresta do outro. Em um dado instante, uma força espaço exterior, movendo-se ao longo da linha FG, mostrada
constante F& , horizontal, é aplicada sobre o cubo menor que, na figura a seguir, sem estar sujeito a qualquer força externa.
por sua vez, empurra o maior, conforme a figura a seguir. Em G o motor do foguete é acionado para produzir uma ace-
leração constante em direção perpendicular à linha FG e senti-
do para cima. O motor é desligado quando o foguete alcança
uma determinada altura h em relação à linha FG.
F&

F G

Despreze todos os atritos. A razão entre o módulo de F& e o Qual opção abaixo melhor representa o caminho do foguete
módulo da força de contato entre os cubos é: a partir do ponto G?
1 9
a) 8. b) 2. c) . d) . a) d)
8 8
5 Um foguete V-2 tem uma massa de 1,5 ⋅ 104 kg. No início de sua h h h hh h h h h
ascensão, ele possui uma aceleração vertical, para cima, de G G G G
G GG GG G
12 m/s2. Nesse momento:
b) e)
a) qual é o valor da resultante das forças que atuam no fo-
guete?
b) qual é o valor do peso do foguete? Considere
h g 5 10 m/s2. h h h h h h h h h
c) qual é o valor da força que os gases expelidos
G
comunicam
G G G G
G
G
G G G
ao foguete?
c)
6 Um bloco de massa m 5 0,50 kg desloca-se, sem atrito, em
uma mesa sob a ação de uma força horizontal F 5 2,0 N. Ima-
h h h h h
gine que essa experiência fosse realizada na Lua, com o mes-
G G
mo bloco puxado pela mesma força sobre Ga mesma mesa.G G

46 Dinâmica: as leis de Newton


Veja, no Guia do Professor, as respostas da "Revisão".
As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

REVISÃO As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

1. (UFPA) Belém tem sofrido com a carga de tráfego em suas Mas foi Galileu Galilei que, em 1632, baseando-se em ex-
vias de trânsito. Os motoristas de ônibus fazem frequen- periências, rebateu a crítica aristotélica, confirmando as-
temente verdadeiros malabarismos, que impõem des- sim o sistema de Copérnico. Seu argumento, adaptado
conforto aos usuários devido às forças inerciais. Se fixar- para a nossa época, é se uma pessoa, dentro de um vagão
mos um pêndulo no teto do ônibus, podemos observar de trem em repouso, solta uma bola, ela cai junto a seus
a presença de tais forças. Sem levar em conta os efeitos pés. Mas se o vagão estiver se movendo com velocida-
do ar em todas as situações hipotéticas ilustradas abaixo, de constante, a bola também cai junto a seus pés. Isto
considere que o pêndulo está em repouso com relação ao porque a bola, enquanto cai, continua a compartilhar do
ônibus e que o ônibus move-se horizontalmente. movimento do vagão.
(I) v (II) v (III) v O princípio físico usado por Galileu para rebater o argu-
a0 a a mento aristotélico foi:
a) a lei da inércia.
(IV) v (V) v
a a b) ação e reação.
c) a segunda lei de Newton.
Sendo v a velocidade do ônibus e a sua aceleração, a po-
4. (Uerj) No interior de um avião que se desloca horizontal-
sição do pêndulo está ilustrada corretamente:
mente em relação ao solo, com velocidade constante de
a) na situação (I).
1 000 km/h, um passageiro deixa cair um copo. Observe a
b) nas situações (II) e (V).
ilustração abaixo, na qual estão indicados quatro pontos
c) nas situações (II) e (IV).
no piso do corredor do avião e a posição desse passageiro.
d) nas situações (III) e (V).
e) nas situações (III) e (IV).

2. (UEG-GO) No reino animal, existem seres que têm a ca-


pacidade de realizar diferentes tipos de voo. O voo pode
ser dividido em três grupos: o paraquedismo, o planeio P Q R S
e o voo propulsionado. Com relação aos tipos de voo,
considera-se o seguinte: O copo, ao cair, atinge o piso do avião próximo ao ponto
a) no animal planador, a facilidade do voo depende da indicado pela seguinte letra:
forma e da dimensão das asas, sendo o movimento no a) P.
ar ascendente e sem realização de trabalho. b) Q.
b) no paraquedismo, a força de resistência do ar no ani- c) R.
mal equilibra-se com o seu peso, fazendo-o cair com d) S.
velocidade constante.
5. (UFSM-RS) Quando as posições relativas dos corpos mu-
c) nos voos propulsionados, os animais exercem a movi-
dam, percebe-se que existe movimento. Na Física, para
mentação de seus músculos para impulsionar o deslo-
descrever qualquer movimento, precisa-se, em primeiro
camento vertical.
d) o paraquedismo e o planeio baseiam-se em princípios lugar, estabelecer um referencial. Referencial é um sis-
físicos iguais, pois as forças de resistência e peso são tema de três eixos ortogonais. Em termos práticos, uma
um par de ação e reação. partícula muito distante de qualquer outra partícula ou
corpo do Universo é uma partícula livre porque, sobre ela,
3. (Enem – Adaptada) Em 1543, Nicolau Copérnico publicou não atua qualquer força. Analise, então, as afirmativas: FRENTE A
um livro revolucionário em que propunha a Terra girando I. Um referencial em que essa partícula está em repouso
em torno do seu próprio eixo e rodando em torno do Sol. é um referencial inercial.
Isso contraria a concepção aristotélica, que acredita que a II. Qualquer outra partícula do Universo em repouso ou
FÍSICA

Terra é o centro do universo. Para os aristotélicos, se a Terra em MRU nesse referencial é uma partícula livre.
gira do oeste para o leste, coisas como nuvens e pássaros, III. Qualquer outra partícula do Universo pode estar em
que não estão presas à Terra, pareceriam estar sempre se repouso ou em MRU nesse referencial, desde que a
movendo do leste para o oeste, justamente como o Sol. soma das forças que atuam sobre ela seja zero.

Dinâmica: as leis de Newton 47


Está(ão) correta(s): a) zero. d) 16 N.
a) apenas I. b) 4 N. e) 24 N.
b) apenas II. c) 8 N.
c) apenas III.
d) apenas I e III. 8. (IFSC) A força de reação normal é uma força que surge
e) I, II e III. quando existe contato entre o corpo e uma superfície,
sendo definida como uma força de reação da superfície
6. (IFSP) Para transportar os operários numa obra, a empre- sobre a compressão que o corpo exerce sobre esta super-
sa construtora montou um elevador que consiste numa fície. Abaixo temos quatro situações, com os respectivos
plataforma ligada por fios ideais a um motor instalado no diagramas de forças. Analise a representação da força de
telhado do edifício em construção. A figura mostra, fora reação normal (N) em cada uma das situações.
de escala, um trabalhador sendo levado, verticalmente
N&
para cima com velocidade constante, pelo equipamento. F& N& F& f&
Quando necessário, adote g 5 10 m/s2. N& F&
f&
Motor P& P&
P& N& P&
(I) (II) (III) (IV)

Assinale a alternativa correta.


a) A força de reação normal está corretamente represen-
tada em I, II e IV.
b) A força de reação normal está corretamente represen-
tada em I, II e III.
c) A força de reação normal está corretamente represen-
tada em I, III e IV.
Preocupada com as normas de segurança, a empresa d) A força de reação normal está corretamente represen-
responsável pelo elevador afixou a placa mostrada a se- tada em II, III e IV.
guir, indicando a carga máxima que pode ser transpor- e) A força de reação normal está corretamente represen-
tada por ele. tada em todas as situações.

9. (Enem) Durante uma faxina, a mãe pediu que o filho a


ajudasse, deslocando um móvel para mudá-lo de lugar.
Para escapar da tarefa, o filho disse ter aprendido na es-
cola que não poderia puxar o móvel, pois a terceira lei de
Newton define que, se puxar o móvel, o móvel o puxará
Considerando-se as unidades de medida estabelecidas igualmente de volta, e assim não conseguirá exercer uma
pelo Sistema Internacional, quem escreveu os dizeres da força que possa colocá-lo em movimento. Qual argumen-
placa cometeu um erro e, para corrigi-lo, bastaria trocar to a mãe utilizará para apontar o erro de interpretação do
“600 kg” por: garoto?
a) 600 000 g. a) A força de ação é aquela exercida pelo garoto.
b) 0,6 kgf. b) A força resultante sobre o móvel é sempre nula.
c) 60 N. c) As forças que o chão exerce sobre o garoto se anulam.
d) 600 N. d) A força de ação é um pouco maior que a força de
e) 6 000 N. reação.
e) O par de forças de ação e reação não atua em um mes-
7. (Uespi) Três livros idênticos, de peso 8 N cada, encontram- mo corpo.
-se em repouso sobre uma superfície horizontal (ver figu-
ra). Qual é o módulo da força que o livro 2 exerce no livro 1? 10. (UFF-RJ) Um bloco encon­tra-se, ini­cial­men­te, em repou­so
sobre um plano hori­zon­tal. Uma força F, para­le­la ao plano,
Livro 3 passa a atuar sobre o bloco; o módu­lo de F é cons­tan­te e
g&
duas vezes maior que o da força de atri­to ciné­ti­co entre o
Livro 2
plano e o bloco. Após 5,0 s cessa a atua­ção de F.
Livro 1
O grá­fi­co que ­melhor repre­sen­ta como a velo­ci­da­de do
bloco varia em fun­ção do tempo é:

48 Dinâmica: as leis de Newton


v (m/s) v (m/s)
v (m/s) v (m/s)
v (m/s) v (m/s)
a) vv(m/s)
(m/s) d) vv(m/s)
(m/s) II. Para corpos em movimento circular uniforme, não se
aplica a segunda lei de Newton.
0 10 t (s)
5,0 0 5,0
10 t (s) III. Se uma caixa puxada por uma força horizontal de in-
0 5,0 10 t (s)
tensidade F 5 5 N deslocar-se sobre uma mesa com
0 5,0 10 t (s)
0 5,0 10 t (s) 0 5,0 10 t (s) velocidade constante, a força de atrito sobre a caixa
00 5,0 10 t t(s)
5,0 10 (s) 00 5,0 5,0 10
10 t t(s)
(s)
v (m/s) v (m/s) também terá intensidade igual a 5 N.
b) v (m/s) v (m/s) Está(ão) correta(s):
v (m/s) e) v (m/s)
vv(m/s)
(m/s) vv(m/s)
(m/s) a) apenas III.
b) apenas II.
0 5,010 t (s)
c) apenas I.
0 5,0 10 t (s)
d) I e III.
0 5,0 10 t (s) 0 5,0 10 t (s)
0 5,0 10 t (s) 0 5,0 10 t (s) e) II e III.
00 5,0 10
5,0 10 t t(s)
(s) 00 5,0 10
5,0 10 t t(s)
(s)
c) v (m/s)
v (m/s) 14. (UFPE) A respeito das leis de Newton, podemos afirmar
v (m/s)
vv(m/s)
(m/s) que:
a) a primeira lei de Newton diz que, para que um cor-
0 5,0 10 t (s) po esteja em movimento, é obrigatório que haja pelo
0 5,0 10 t (s)
menos uma força atuando sobre ele.
0
0
5,0 10 t (s)
5,0 uma
10 tpar b) a segunda lei de Newton não contém a primeira lei de
0
11. (AFA-SP) 5,0
Em 10 t(s)
(s)tícula situada num plano horizontal
Newton como caso particular porque elas são com-
aplica-se uma força F& variável, somente em módulo, cujo pletamente diferentes.
valor cresce desde zero. Assinale, dentre os gráficos abai- c) a segunda lei de Newton implica uma equação para
xo, aquele que melhorvrepre v0
senta a intensidade da força cada força que atua em um corpo massivo.
de atrito (fatf) & em fun v00da
ção v0 força (F) aplicada.
f& F& F& d) a terceira lei de Newton estabelece que a toda força
fatat& fatat& F& F&
v0 de ação corresponde uma força de reação, sempre
fat& F& com ambas no mesmo corpo.
e) as três leis de Newton valem em qualquer referencial.
f f f f
a) fatat fatat c)fatat fatat
15. (Ufla-MG) Um trator utiliza uma força motriz de 2 000 N
fat fat e arrasta, com velocidade constante, um tronco de mas-
FF FF sa 200 kg ao longo de um terreno horizontal e irregular.
FF FF Considerando g 5 10 m/s2, é correto afirmar que o coefi-
F F ciente de atrito cinético mc entre o tronco e o terreno é:
b) ffatfat d)ffatfat
f
at at f
at at
a) 1,0.
b) 0,5.
fat fat
c) 0,25.
FF FF d) zero.
FF FF

F F 16. (UEPB) Um jovem aluno de Física, atendendo ao pedido


12. (IFSP) Um corpo de 20 kg de massa cai em queda livre
de uma altura de 2 m. Considerando-se a aceleração da de sua mãe para alterar a posição de alguns móveis da
gravidade g 5 10 m/s2, é correto afirmar que, durante a residência, começou empurrando o guarda-roupa do
queda, o corpo atrai a Terra com: seu quarto, que tem 200 kg de massa. A força que ele
a) força desprezível, aproximadamente zero. empregou, de intensidade F, horizontal, paralela à super-
b) força menor que 200 N. fície sobre a qual o guarda-roupa deslizaria, se mostrou
c) força superior a 200 N. insuficiente para deslocar o móvel. O estudante solicitou
d) força igual a 200 N. a ajuda do seu irmão e, desta vez, somando à sua força FRENTE A
e) uma força cada vez maior à medida que se aproxima uma outra força igual, foi possível a mudança pretendida. 
do chão. O estudante, desejando compreender a situação-proble-
ma vivida, levou-a para sala de aula, a qual foi tema de dis-
FÍSICA

13. (IFCE) Considere as afirmações sob a luz da segunda lei cussão. Para compreendê-la, o professor apresentou aos
de Newton. estudantes um gráfico, a seguir, que relacionava as inten-
I. Quando a aceleração de um corpo é nula, a força re- sidades da força de atrito (fe, estático, e fc, cinético) com
sultante sobre ele também é nula. as intensidades das forças aplicadas ao objeto deslizante.

Dinâmica: as leis de Newton 49


Força de atrito 18. (UFF-RJ) Dois corpos, um de massa m e outro de massa
5m, estão conectados entre si por um fio e o conjunto en-
contra-se originalmente em repouso, suspenso por uma
fe linha presa a uma haste, como mostra a figura. A linha
Atrito cinético que prende o conjunto à haste é queimada e o conjunto
fc
cai em queda livre.
Atrito estático

m
Força aplicada F

Com base nas informações apresentadas no gráfico e na


situação vivida pelos irmãos, em casa, é correto afirmar
5m
que:
a) o valor da força de atrito estático é sempre maior do
Desprezando os efeitos da resistência do ar, indique a fi-
que o valor da força de atrito cinético entre as duas
gura que representa corretamente as forças f1 e f2 que o
mesmas superfícies. 
fio faz sobre os corpos de massa m e 5m, respectivamen-
b) a força de atrito estático entre o guarda-roupa e o
te, durante a queda.
chão é sempre numericamente igual ao peso do guar-
da-roupa.  a) d)
f1 5 0
c) a força de intensidade F, exercida inicialmente pelo es-
f1
tudante, foi inferior ao valor da força de atrito cinético
entre o guarda-roupa e o chão. f2
d) a força resultante da ação dos dois irmãos conseguiu f2

deslocar o guarda-roupa porque foi superior ao valor


máximo da força de atrito estático entre o guarda-rou-
pa e o chão. 
b) e)
e) a força resultante da ação dos dois irmãos conseguiu
f1 5 0
deslocar o guarda-roupa porque foi superior à intensi-
f1
dade da força de atrito cinético entre o guarda-roupa
e o chão.
f2 f2 5 0
17. (UFPE) Um elevador partindo do repouso tem a seguinte
sequência de movimentos:
1. De 0 a t1, desce com movimento uniformemente ace-
lerado. c)
2. De t1 a t2, desce com movimento uniforme.
f1
3. De t2 a t3, desce com movimento uniformemente re-
tardado até parar.
Um homem, dentro do elevador, está sobre uma balança f2 5 0
calibrada em newtons.
O peso do homem tem intensidade P e a indicação da
balança, nos três intervalos citados, assume os valores F1,
F2 e F3, respectivamente. Assinale a opção correta e justi- 19. (Cefet-MG) Uma caixa, inicialmente em repouso, sobre
fique sua resposta. uma superfície horizontal e plana, é puxada por um ope-
a) F1 5 F2 5 F3 5 P. rário que aplica uma força variando linearmente com o
b) F1 , P; F2 5 P; F3 , P. tempo. Sabendo-se que há atrito entre a caixa e a superfí-
c) F1 , P; F2 5 P; F3 . P. cie, e que a rugosidade entre as áreas em contato é sem-
d) F1 . P; F2 5 P; F3 , P. pre a mesma, a força de atrito, no decorrer do tempo, está
e) F1 . P; F2 5 P; F3 . P. corretamente representada pelo gráfico a seguir:

50 Dinâmica: as leis de Newton


a) F d) F A Marinha negou que a movimentação esteja ligada
aos eventos na Síria e disse que faz parte de uma rotati-
vidade planejada de seus navios no Mediterrâneo. A
força não disse que tipo de embarcação, ou quantas,
estão a caminho da região.
t t
Os Estados Unidos acusam as forças do governo
b) F e) F
sírio de realizar um ataque com armas químicas na se-
mana passada e disse que está reposicionando suas for-
ças navais no Mediterrâneo.
Portal G1. Disponível em: <http://g1.globo.com/revolta-arabe/
t t noticia/2013/08/russia-envia-navios-de-guerra-para-o-mediterraneo-diz-
agencia.htmI>. Acesso em: 30 set. 2013.
c) F
Um cruzador de mísseis russo, classe Kirov, opera com
turbinas de propulsão nuclear e tem uma massa total de
aproximadamente 24 000 toneladas. Em uma missão, ele é
capaz de passar da velocidade de 18 km/h para 54 km/h
t
em aproximadamente 10 minutos.
20. (IFCE) Na figura abaixo, o fio inextensível que une os cor- Nessa situação, a força média resultante sobre o navio é
pos A e B e a polia têm massas desprezíveis. As massas dos de:
corpos são mA 5 4,0 kg e mB 5 6,0 kg. Desprezando-se o a) 400 000 N.
atrito entre o corpo A e a superfície, a aceleração do con- b) 86 400 N.
junto, em m/s2, é de: (Considere a aceleração da gravidade c) 24 000 N.
10,0 m/s2.) d) 1 440 N.

22. (AFA-SP) Para levantar um pequeno motor até determi-


A
nada altura, um mecânico dispõe de três associações de
polias:

I II III
B

a) 4,0.
b) 6,0.
c) 8,0.
d) 10,0.
e) 12,0.

21. (Cefet-RJ)
Rússia envia navios de guerra para o Mediterrâneo
Fonte militar disse que envio ocorre devido à situa-
Aquela(s) que exigirá(ão) menor esforço do mecânico
ção na Síria. A Marinha negou que a movimentação
é(são):
esteja ligada à crise em Damasco.
29/8/2013 08h32 – Atualizado em: 29/8/2013 08h32
a) I.
b) II.
A Rússia está enviando dois navios de guerra ao c) I e III.
Mediterrâneo Oriental, enquanto potências ocidentais d) II e III.
se preparam para uma ação militar na Síria em respos- FRENTE A
ta ao suposto ataque com armas químicas na semana 23. (Cefet-RJ) O texto a seguir é um pequeno resumo do tra-
passada. balho de Sir lsaac Newton (1643-1727).
Uma fonte anônima do comando das Forças Arma- Sir lsaac Newton foi um cientista inglês, mais reconhecido
FÍSICA

das disse que um cruzador de mísseis e um navio antis- como físico e matemático, embora tenha sido também
submarino chegariam nos próximos dias ao Mediterrâ- astrônomo, alquimista, filósofo natural e teólogo. Devido à
neo por causa da “situação bem conhecida” 2 uma peste negra, em 1666, Newton retorna à casa de sua mãe
clara referência ao conflito na Síria. e, neste ano de retiro, constrói suas quatro principais des-

Dinâmica: as leis de Newton 51


cobertas: o teorema binomial, o Cálculo, a lei da gravita- a) 30 e 40.
ção universal e a natureza das cores. Foi Newton quem b) 30 e 50.
primeiro observou o espectro visível que se pode obter c) 40 e 30.
pela decomposição da luz solar ao incidir sobre uma d) 40 e 50.
das faces de um prisma triangular transparente (ou ou- e) 50 e 30.
tro meio de refração ou de difração), atravessando-o e
projetando-se sobre um meio ou um anteparo branco, 25. (UFPE) A esca­da AB está apoia­da numa pare­de sem atri­
fenômeno este conhecido como dispersão da luz branca. to, no ponto B, e encon­tra-se na imi­nên­cia de escor­re­gar.
No artigo “Nova teoria sobre luz e cores” (1672) e no livro O coe­fi­cien­te de atri­to está­ti­co entre a esca­da e o piso é
Óptica (1704), Newton discutiu implicitamente a nature- 0,25. Se a dis­tân­cia de A até o ponto O é igual a 45 cm,
za física da luz, fornecendo alguns argumentos a favor da qual é a dis­tân­cia de B até O, em cen­time­tros?
materialidade da luz (Teoria Corpuscular da Luz). Cons-
truiu o primeiro telescópio de reflexão em 1668. Em 1687, B
publicou Philosophiae Naturalis Principia Mathematica
(Princípios matemáticos da filosofia natural), em três volu-
mes, obra na qual enunciou a lei da gravitação universal,
generalizando e ampliando o trabalho de Kepler. Nessa
obra descreve, além das três leis de Newton que funda-
mentam a Mecânica Clássica, o movimento dos corpos
em meios resistentes, vibrações isotérmicas, velocidade O A

do som, densidade do ar, queda dos corpos na atmos-


fera, pressão atmosférica, resumindo suas descobertas. O
26. (Centro Paula Souza-SP) Antes da Jabulani, a famosa bola
trabalho de Newton é atemporal e um dos alicerces da
Mecânica Clássica tal como a conhecemos. da Copa do Mundo de 2010, não se discutia a bola, mas
sim quem a chutava. O jogador Roberto Carlos ficou co-
De acordo com as leis do movimento de Newton, a
nhecido por seus gols feitos com fortes chutes de longa
atração gravitacional da Terra confere peso aos objetos,
fazendo com que caiam quando são soltos no ar (como distância e efeitos imponderáveis. Um dos seus mais
a atração é mútua, a Terra também se move em direção famosos gols ocorreu no Torneio da França de 1997, no
aos objetos, mas apenas por uma ínfima fração). Sendo o jogo entre as seleções brasileira e francesa quando, com
peso de um corpo, na Terra, de 360 N, qual será este peso um chute de bola parada a 35 metros das traves, a bola
na Lua, onde a aceleração da gravidade é um sexto da passou a mais de 1 metro à direita do último homem da
aceleração da gravidade na Terra? barreira, parecendo que ia para fora, quando mudou de
a) 60 N. trajetória e entrou com violência no canto do gol.
b) 120 N. A figura ilustra a cobrança da falta, vista de cima, que re-
c) 180 N. sultou no gol de Roberto Carlos.
d) 360 N.

24. (Fatec-SP) Um corpo está sub­me­ti­do à ação exclu­si­va e


simul­tâ­nea de três for­ças, F&, P& e T& , como é mos­tra­do na
figu­ra.
Sabendo que a inten­si­da­de da força F& é de 40 N e que o
corpo está em repou­so, as inten­si­da­des das for­ças P& e T& , 
em new­tons, valem res­pec­ti­va­men­te: (Dados: sen 37° 5 Roberto Carlos
5 0,60 e cos 37° 5 0,80.)
T&
Suponha que, na Copa de 2210, a humanidade tenha de-
senvolvido tecnologia suficiente para realizar a primeira
F& 37° Copa do Mundo na superfície da Lua, e um atleta cobre
falta da mesma forma como Roberto Carlos, na França em
1997.
P& Assinale a alternativa que representa a trajetória da bola
nesse novo contexto.

52 Dinâmica: as leis de Newton


a) d) Supondo que a ação do espectador sobre a TV pudes-
se produzir um efeito real no estádio, indique a alternativa
que melhor representaria as forças que agiriam sobre a
bola nas duas situações, respectivamente.

b) e) a) e

b) e

c)

c) e

d) e
27. (UFPE) Um corpo de massa 25 kg está sendo içado por
uma força vertical F, aplicada em uma corda inextensível
e de massa desprezível. A corda passa através de uma rol-
dana de massa também desprezível, que está presa ao e
e)
teto por um cabo de aço. O cabo de aço se romperá se
for submetido a uma força maior do que 950 N. Calcule
a aceleração máxima que o corpo pode atingir, em m/s2, 29. (UPE) Suponha um bloco de massa m 5 2 kg inicialmente
sem romper o cabo de aço. em repouso sobre um plano horizontal sem atrito. Uma
força F 5 16 N é aplicada sobre o bloco, conforme mostra
a figura a seguir.
F&

a& 60°

F&

28. (Unifesp) Durante o campeonato mundial de futebol, exi- Qual é a intensidade da reação normal do plano de apoio
biu-se uma propaganda em que um grupo de torcedores e a aceleração do bloco, respectivamente, sabendo-se
assistia a um jogo pela TV e, num certo lance, um jogador que sen 60° 5 0,85, cos 60° 5 0,50 e g 5 10 m/s2?
da seleção brasileira chutava a bola e esta parava, para a) 6,4 N e 4 m/s2.
desespero dos torcedores, exatamente sobre a linha do b) 13, 6 N e 4 m/s2.
gol. Um deles rapidamente vai até a TV e inclina o apare- c) 20,0 N e 8 m/s2.
lho, e a cena seguinte mostra a bola rolando para dentro d) 16,0 N e 8 m/s2.
do gol, como consequência dessa inclinação. As figuras e) 8,00 N e 8 m/s2.
mostram as situações descritas.
30. (Uece) Ao cair de uma altura próxima à superfície da Terra, FRENTE A
uma maçã de massa igual a 100 g causa no planeta uma
aceleração aproximadamente igual a:
a) Zero.
FÍSICA

b) 1 m/s².
c) 10 m/s².
d) 1 N.

Dinâmica: as leis de Newton 53


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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54 Dinâmica: as leis de Newton


Ciências Humanas e suas Tecnologias

MAIS ENEM
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Matemática e suas Tecnologias

CONSTRUÇÃO DAS GRANDES 2

PIRÂMIDES
O complexo de pirâmides de Gizé, localizado no planalto de
mesmo nome, na margem oeste do rio Nilo, é constituído por três
pirâmides construídas para serem túmulos dos grandes faraós (pai,
filho e neto) que lhe dão o nome: Quéops (ou Khufu, em egípcio), 1
Quéfrem (Khafre) e Miquerinos (Menkaure). 3
A pirâmide de Quéops, também conhecida como Grande Pi-
râmide, construída no auge do antigo reinado do Egito (século XXVI
a.C.), é a maior das três pirâmides, com 146,59 metros de altura
(atualmente 137,16 m, o equivalente a um prédio de 49 andares). Uma construtora que se propôs a testar uma dessas teorias da
construção da Grande Pirâmide descobriu que um bloco de concre-
146,59 m to (0,8 m 3 0,8 m 3 1,6 m) com massa de 2,5 toneladas poderia ser
(136,17 m atualmente) arrastado por 18 operários através de uma rampa com uma veloci-
Camada de
calcário dade de 18 metros por minuto. Nessa simulação foi considerado um
removida coeficiente de atrito cinético entre o bloco e a rampa de 0,6. Com
com o tempo Seções da Grande
Pirâmide da Quéops
base nessas informações, depois que o bloco começasse a se mover,
qual seria o valor da força necessária para que o bloco continuasse a
Dutos de ar Dutos de ar se mover com velocidade constante? b

Câmara
do rei
Grande
galeria N&
Câmara da F&
rainha

P&T
Câmara subterrânea f& 13°
P&N

A construção da grande pirâmide é cercada de muitos mis- 13°


P&
térios, e não há consenso entre as teorias científicas que buscam
explicá-los; por exemplo, uma das teorias diz que os pesados blo-
cos foram transportados sobre trenós em troncos cilíndricos de
madeira e depois arrastados sobre uma longa rampa coberta por Dados:
cascalhos. Cada vez que a altura da pirâmide aumentava, a rampa g 5 10 m/s2
se estendia, para manter o nível de inclinação igual. A teoria de cos 13° 5 0,97 sen 13° 5 0,22 tg 13° 5 0,23
Jean-Pierren, famoso arquiteto francês que fez uma demonstração

através de simulações 3D, afirma que os egípcios utilizaram uma a) 29 050 N a 5 0 ⇒ ∑F 5 0
rampa externa (1) para construir os primeiros 43 metros onde está b) 20 050 N F 2 µ c PN 2 PT 5 0 ⇒
a Câmara do Rei (2), e um conjunto de rampas mais curtas (3) que c) 27 550 N ⇒ F 5 µc mg cosu 1 mg sen u ⇒
⇒ F 5 0,6 ? 2500 ? 10 ? cos (13°) 1 2500 ? 10 ? sen (13°) ⇒
permitiu construir o restante. Essa rampa começava na base da d) 27 350 N ⇒ F 5 14 550 1 5500 5 20050 N
pirâmide e se estendia até o topo. e) 18 000 N

55
55
QUADRO DE IDEIAS

Direção editorial: Renata Mascarenhas


Coordenação editorial: Tatiany Renó
Edição: Camila De Pieri Fernandes (coord.), Tatiane
Godoy; Colaboração: Eliete Bevilacqua
Leis de Newton Coordenação de produção: Fabiana Manna, Daniela
Carvalho
Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga
Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Letícia Pieroni
(coord.), Danielle Modesto, Marília Lima, Marina Saraiva,
Tayra Alfonso, Vanessa Lucena.
Edição de Arte: Kleber de Messas
Força resultante Força resultante Iconografia: Sílvio Kligin (supervisão), Ellen Colombo
não nula nula Finta; Colaboração: Fábio Matsuura, Fernanda Siwiec,
Fernando Vivaldini
Licenças e autorizações: Patrícia Eiras
Ilustrações: Ideario Lab, Ilustra Cartoon
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Guedes
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Segunda lei Projeto Sistema SESI de Ensino
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Luz, Antônio Máximo Ribeiro da


Sistema de ensino ser : ensino médio, cadernos de
1 a 12 : física : frente A : professor / Antônio Máximo
Ribeiro da Luz, Beatriz Alvarenga Álvares, Carla da
Costa Guimarães. -- 2. ed. -- São Paulo : Ática, 2017.

1. Física (Ensino médio) I. Álvares, Beatriz Alvarenga.


II. Guimarães, Carla da Costa. III. Título.

16-08167 CDD-530.07

Índice para catálogo sistemático:


1. Física : Ensino médio 530.07
2016
ISBN 978 85 08 18314 2 (AL)
ISBN 978 85 08 18317 3 (PR)
2ª edição
1ª impressão

Impressão e acabamento

Uma publicação

56 Dinâmica: as leis de Newton


FÍSICA FRENTE A

GUIA DO PROFESSOR

ANTÔNIO MÁXIMO
Professor adjunto do Departamento de Física da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG).

BEATRIZ ALVARENGA
Professora emérita do Departamento de Física da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG).
Ambos são autores do Física (dois volumes), editado em língua
espanhola pela Oxford University Press, dos Física e Física – De olho
no mundo do trabalho (volumes únicos) e do Curso de Física (três
volumes), estes últimos editados pela Scipione.

CARLA GUIMARÃES
Professora de Física do Departamento de Engenharia Elétrica da FRENTE A
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
FÍSICA

MÓDULO
Dinâmica: as leis de Newton (16 aulas)

Dinâmica: as leis de Newton


sentação de uma unidade e de um processo para realizar a medição
completa a definição operacional dessa grandeza.
MÓDULO No estudo da primeira lei de Newton, deve-se destacar como o tra-
balho experimental de Galileu (figura 11, por exemplo) proporcionou
Dinâmica: um resultado contrário ao senso comum. Observando movimentos
as leis de Newton de seu dia a dia, os alunos, assim como a maioria das pessoas, são
levados a pensar como Aristóteles. Por esse motivo, eles devem ser
alertados para a análise cuidadosa feita por Galileu, que o levou a
estabelecer a lei da inércia.
Plano de aulas sugerido A ideia de inércia exige atenção especial e deve ser ilustrada por
Carga semanal de aulas: 2 numerosos exemplos. A discussão das situações apresentadas nas
figuras 14 e 15 será útil para familiarizar os alunos com esse conceito.
Número total de aulas do módulo: 16 Veja sugestões de leitura para essas aulas no fim deste guia.

Tarefa para casa


Competências Habilidades Solicite aos alunos que façam em casa as atividades 1 a 3 do “Para
cc Compreender as ciências cc Confrontar interpretações praticar” (página 26) e as atividades 1 e 2 do “Para aprimorar” (página 29).
naturais e as tecnologias científicas com interpretações Se achar oportuno, no início da próxima aula corrija as questões
a elas associadas, como baseadas no senso comum, juntamente com a classe.
construções humanas, ao longo do tempo ou em
percebendo seus papéis nos diferentes culturas.
processos de produção e no cc Caracterizar causas ou AULAS 3 e 4 Páginas: 11 a 15
desenvolvimento econômico efeitos dos movimentos
e social da humanidade. de partículas, substâncias, Equilíbrio de uma partícula
cc Apropriar-se de objetos ou corpos celestes.
conhecimentos da Física cc Relacionar propriedades Objetivos
para, em situações-problema, físicas, químicas ou biológicas
Conceituar resultante das forças que atuam em um corpo e apre-
interpretar, avaliar ou planejar de produtos, sistemas ou
intervenções científico- procedimentos tecnológicos sentar o conceito de força como grandeza vetorial.
-tecnológicas. às finalidades a que se
cc Entender métodos e destinam. Estratégias
procedimentos próprios das É aconselhável evitar, nesse momento, problemas com situações
ciências naturais e aplicá-los complicadas envolvendo grande número de forças. Esse tipo de pro-
em diferentes contextos. blema pode desestimular os alunos e nada acrescenta ao aspecto
físico da questão.
Nesse momento do curso, o estudo da estática dos corpos rígidos
1. P
 RIMEIRA E TERCEIRA não será abordado.
LEIS DE NEWTON
Tarefa para casa
Objeto do conhecimento Solicite aos alunos que façam em casa as atividades 4 a 6 do “Para
O movimento, o equilíbrio e a descoberta de leis físicas. praticar” (páginas 26 e 27) e as atividades 3 a 6 do “Para aprimorar”
(páginas 29 e 30).
Objeto específico Se achar oportuno, no início da próxima aula corrija as questões
Relação histórica entre força e movimento. Conceito de inércia. Noção
juntamente com a classe.
de sistemas de referência inerciais. Leis de Newton. Força de atrito,
força-peso, força normal de contato e tração. Diagramas de força.
AULAS 5 e 6 Páginas: 15 a 20

AULAS 1 e 2 Páginas: 4 a 11
Terceira lei de Newton
Força. A primeira lei de Newton Objetivo
Enunciar o princípio de ação e reação apresentando exemplos des-
Objetivos sas forças no dia a dia.
Conceituar força e enunciar a primeira lei de Newton.
Estratégias
Estratégias No estudo da terceira lei de Newton há, geralmente, grande dificul-
Discuta o conceito de força, considerando-a uma noção intuitiva dade na identificação das forças que constituem o par ação e reação.
a partir de exemplos de força da vivência dos alunos. Pode-se utilizar Para superar essa dificuldade, analise atentamente com os alunos
o vídeo “Forças no nosso cotidiano” disponível no portal. A apre- cada um dos exemplos apresentados no texto (figuras 18 a 24).

2 GUIA DO PROFESSOR
Tarefa para casa
2. SEGUNDA LEI DE NEWTON
Solicite aos alunos que façam em casa as atividades 7 a 9 do
“Para praticar” (página 27) e as atividades 7 a 9 do “Para aprimorar” Objeto do conhecimento
(página 30). O movimento, o equilíbrio e a descoberta de leis físicas.
Se achar oportuno, no início da próxima aula corrija as questões
juntamente com a classe. Objeto específico
Relação histórica entre força e movimento. Conceito de inércia.
Noção de sistemas de referência inerciais. Leis de Newton. Centro
AULAS 7 e 8 de massa. Condições de equilíbrio estático de ponto material.
Páginas: 20 a 25
Força de atrito, força-peso, força normal de contato e tração.
Força de atrito Diagramas de força.

Objetivos AULAS 10 e 11 Páginas: 32 a 36


Conceituar a natureza das forças de contato e diferenciar a ação de
atrito cinético e estático. A segunda lei de Newton
Estratégias Objetivo
O desenvolvimento que foi dado ao estudo das forças de atrito, Apresentar a segunda lei de Newton.
embora sucinto, é satisfatório para um curso de Ensino Médio. É de-
saconselhável a apresentação de detalhes, por exemplo, o estudo do Estratégias
atrito de rolamento. Quando se escreve a segunda lei de Newton sob a forma F& 5 ma&, deve
A situação apresentada na figura 26 deve ser analisada com certo ficar claro que F& representa a resultante das forças que atuam na partícula.
cuidado: muitos alunos costumam afirmar que “se o corpo é solicita- Foi para realçar esse fato que adotou-se a notação R& 5 ma& ou SF& 5 ma&.
do pela força F & e não se move, significa que a força de atrito estático Dessa forma, evita-se uma má interpretação por parte dos alunos.
f & é maior que F &”. A afirmativa está errada, pois, se isso ocorresse,
o corpo se moveria no sentido de f &, isto é, em sentido oposto ao Tarefa para casa
solicitado. Na realidade, se o corpo não se move, podemos concluir Solicite aos alunos que façam em casa as atividades 1 e 2 do “Para prati-
que f 5 F. car” (página 44) e as atividades 1 e 2 do “Para aprimorar” (páginas 45 e 46).
Além disso, deve ficar bem claro que a relação f em 5 meN só deve Se achar oportuno, no início da próxima aula corrija as questões
ser usada ao lidar com a força de atrito estático máxima. Na figura juntamente com a classe.
26, por exemplo, essa equação não poderia ser usada (como fazem
alguns alunos). AULA 12 Páginas: 36 a 38
Tarefa para casa
Unidades de força e massa
Solicite aos alunos que façam em casa as atividades 10 a 13 do “Para
praticar” (páginas 27 e 28) e as atividades 10 a 12 do “Para aprimorar” Objetivos
(páginas 30 e 31). Apresentar as unidades de força e massa e preparar a apresentação
Se achar oportuno, no início da próxima aula corrija as questões da segunda lei de Newton.
juntamente com a classe.
Estratégias
AULA 9 Páginas: 47 a 53 Geralmente os alunos têm resistência a aceitar a definição opera-
F
cional de massa, m 5 a . Isso ocorre provavelmente porque já estão
Revisão acostumados com a seguinte definição de massa, habitualmente
Objetivo apresentada em alguns textos de Física, Química ou Ciências Natu-
rais: “massa de um corpo é a quantidade de matéria que este corpo
Memorizar e generalizar os conceitos do capítulo.
possui”. Leve os alunos a perceber que essa não é uma definição ope-
Estratégia racional, isto é, ela não estabelece uma maneira de medir a grandeza,
Selecione alguns exercícios de “Revisão” referentes ao capítulo es-
por isso é inútil para os trabalhos científicos. Ela pode, quando muito, FRENTE A
ser aceita como um primeiro conceito intuitivo de massa. Entretanto,
tudado, e resolva-os com os alunos.
é preferível apresentá-la como uma medida da inércia do corpo em
lugar da ideia de quantidade de matéria.
FÍSICA

ANOTAÇÕES Veja as sugestões de leitura para essa aula no fim deste guia.

Tarefa para casa


Solicite aos alunos que façam em casa as atividades 3 a 6 do “Para prati-
car” (páginas 44 e 45) e as atividades 3 e 4 do “Para aprimorar” (página 46).

Dinâmica: as leis de Newton 3


Se achar oportuno, no início da próxima aula corrija as questões Construa com os alunos uma tabela com as informações obtidas
juntamente com a classe. sobre o trem-bala. Discuta divergências encontradas por eles que po-
dem ser originárias de fontes pesquisadas na internet.
AULAS 13 e 14 Páginas: 39 a 43 Espera-se que os alunos encontrem velocidades entre 220 e
Massa e peso 430 km/h. Discuta a aerodinâmica do trem-bala. É importante des-
tacar que se o trem-bala tivesse o formato do metrô ou das locomo-
Objetivos tivas antigas (frente quadrada), haveria um estrondo ao entrar no
Definir peso e distinguir peso de massa. túnel estreito com grande velocidade, produzido pela vibração do ar
devido às ondas de pressão atmosférica.
Estratégias
Resolva o exercício Mais Enem com os alunos. Discuta quais leis
Os alunos devem ser alertados sobre o fato de que uma fórmula de Newton estão presentes durante o deslocamento do bloco e
física (como a segunda lei de Newton) só pode ser usada quando quais são as dificuldades práticas para deslocá-lo. Explore as dimen-
as grandezas que nela figuram estão expressas por unidades de um
sões das pirâmides comparando-as com prédios da cidade onde a
mesmo sistema. Nesse curso, será usado quase sempre o Sistema In-
ternacional de Unidades (SI), recomendado em quase todo o mundo. escola está situada. Destaque a inclinação (ângulos) das rampas e a
Infelizmente, é prática frequente em textos didáticos de Física o uso dificuldade de empurrar blocos de pedra gigantescos (70 toneladas,
de vários sistemas de unidades, dando aos alunos uma visão comple- por exemplo) para compor a Câmara do Rei. Analise se o atrito seria
tamente distorcida da Física ao obrigá-los a memorizar as definições grande ou pequeno nestas condições. Para isto, explore o desenho
e as relações entre as várias unidades de uma grandeza. Esse pro- esquemático da planta interna da construção e comente a suges-
cedimento é desaconselhável; recomenda-se adotar o SI e trabalhar tão do famoso arquiteto francês para explicar como a pirâmide foi
sempre com suas unidades. Ao encontrarem situações nas quais são construída. Por fim, decomponha o movimento do bloco ao longo
usadas unidades de outros sistemas, os alunos utilizarão uma tabela da rampa (forças horizontais e verticais) como propõe o proble-
que lhes permita converter essas unidades para o SI. ma, destacando as informações que devem ser obtidas na leitura
Tarefa para casa atenta do texto. É interessante estimar com os alunos qual seria o
Solicite aos alunos que façam em casa as atividades 7 e 8 do tamanho da rampa (teorema de Tales – Matemática) para que a
“Para praticar” (página 45) e as atividades 5 a 8 do “Para aprimorar” pirâmide fosse levantada sem as grandes gruas que são empregadas
(página 46). na atualidade.
Solicite, caso seja possível, uma pesquisa sobre o trem-bala. Quais Selecione alguns exercícios de “Revisão” e resolva-os com os alunos.
são os países que o possuem? Qual é a sua velocidade máxima?
Como funciona a sua aerodinâmica? Já temos trem-bala em funcio-
namento no Brasil?
SUGESTÕES DE LEITURA
REVISÃO E MAIS ENEM AULAS 1 e 2

AULAS 15 e 16 Páginas: 47 a 55 Sobre Galileu há diversos livros interessantes. Entre eles:


GALILEI, G. Sidereus Nuncius: o mensageiro das estrelas.
Objetivos Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010.
Debater com os alunos as leis de Newton relacionadas ao movimen- SOBEL, D. A Filha de Galileu. São Paulo: Companhia das Le-
to de objetos no cotidiano e destacar o movimento do trem-bala da tras, 2012.
imagem de abertura do capítulo. VIDEIRA, Antônio Augusto Passos. As descobertas astronô-
Levar os alunos a perceberem que as leis da física podem solucionar micas de Galileu Galilei. Rio de Janeiro: Vieira & Lent editores,
problemas históricos, como é o caso da construção das pirâmides. 2009.
Memorizar e generalizar os conceitos do capítulo.
AULA 12
Estratégias
Questione os alunos sobre a pesquisa (caso tenha sido solicitada) Sobre Newton há diversos livros interessantes. Entre eles:
visando relacionar a física envolvida no tema com as expectativas NEWTON, I. Principia – princípios matemáticos de filosofia
de mudança no transporte e na economia do país. Estime com eles natural – livro 1. São Paulo: Edusp, 2002.
qual a velocidade máxima que o trem-bala pode alcançar. Quais NEWTON, I. Principia – princípios matemáticos de filosofia
as vantagens em ter um trem-bala no país? É mais rápido viajar de natural – livros 2 e 3. São Paulo: Edusp, 2008.
trem-bala ou de avião, cuja velocidade atinge cerca de 800 km/h POSKITT, K. Isaac Newton e sua maçã. São Paulo: Companhia
(lembre todo o tempo que é perdido no processo de embarque e das Letras, 2006. Coleção Mortos de Fama.
desembarque que há no aeroporto)?

4 GUIA DO PROFESSOR
RESPOSTAS

PARA APRIMORAR, páginas 45 e 46


CAPÍTULO 1 – PRIMEIRA E TERCEIRA LEIS
DE NEWTON 1. b, c, d.
2. b.
PARA PRATICAR, páginas 26 a 28 3. a) 15 N b) 3,0 m/s2 c) 7,5 m/s
1. Dissemos que a força de 1 N equivale, aproximadamente, ao peso 4. d.
de um objeto de 100 g. Então, para sustentar um objeto de 500 g,
5. a) 3,3 ? 105 N b) 1,5 ? 105 N c) 3,3 ? 105 N
o estudante fará uma força de cerca de 5 N.
6. Todas verdadeiras.
2. c.
7. Todas verdadeiras.
3. a) De acordo com a primeira lei de Newton, um corpo em movi-
mento tende a se mover em linha reta com velocidade constante. 8. d.
b) Para que ocorra qualquer modificação na velocidade de um
corpo, devemos aplicar a ele uma força.
REVISÃO, páginas 47 a 53
4. b. 9. c.
1. b.
5. a. 10. b.
2. b.
6. a. 11. I, III e IV.
3. a.
7. c. 12. c.
4. c.
8. a. 13. a.
5. e.
PARA APRIMORAR, páginas 29 e 30 6. e.
1. d. 7. d.
2. Segundo Aristóteles, um corpo só pode estar se movendo en- 8. a.
quanto houver uma força aplicada a ele. Então, quando deixamos
9. e.
de empurrar o disco, ele deveria parar imediatamente, pois não há
mais nenhuma força atuando sobre ele. Segundo Galileu, quando 10. a.
a força deixa de agir, o disco, por inércia, continua a se mover em 11. d.
linha reta com a velocidade que ele adquiriu (2,0 m/s).
12. d.
3. A conclusão não está correta, pois devemos considerar que a força
13. d.
F& foi eliminada, tendo sido substituída por F&x e F&y.
b) Maior. 14. Todas são falsas.
4. a) 14,3 kgf.
15. a.
5. 60 N
16. d.
6. c.
17. c.
7. O desenho mostra F1 . F2 , mas as forças representadas constituem
um par de ação e reação e devem ter o mesmo módulo (F1 5 F2). 18. e.
8. a, b. 19. b.
9. c. 20. b.
10. d. 21. a.
11. c. 22. c.
12. c. 23. a.
24. b.
CAPÍTULO 2 – SEGUNDA LEI DE NEWTON — FRENTE A
25. OB 5 90 cm
PARA PRATICAR, páginas 44 e 45 26. c.
1. d. 5. b. 27. amáx. 5 9 m/s2
FÍSICA

2. d. 6. a. 28. d.
3. 60 N. 7. 01 1 02 1 04 1 16 5 23 29. a.
4. d. 8. a. 30. a.

Dinâmica: as leis de Newton 5


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6 GUIA DO PROFESSOR
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FRENTE A
FÍSICA

Dinâmica: as leis de Newton 7


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