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Teoria
quântica dos átomos
1
Numa primeira fase serão apresentados os postulados para uma partícula sem spin e para
um sistema com um único grau de liberdade (sistema unidimensional, referido a variável x ).
As generalizações para três dimensões e para sistemas de duas ou mais partículas não
serão difíceis. A introdução da propriedade fundamental do spin exigirá a ampliação do
conjunto de postulados e será feita no decorrer do capítulo.
Postulado I. O estado físico de um sistema é descrito por uma função de onda complexa
( x, t ) das coordenadas de todas as partículas do sistema e do tempo.
( x, t )
Postulado II. A função de onda ( x, t ) , sua primeira derivada e sua segunda
x
2 ( x, t )
derivada , devem ser contínuas, unívocas e finitas para todos os valores x .
x 2
Postulado III. Qualquer quantidade que seja facilmente observável pode ser representada,
em mecânica quântica, por um operador hermitiano. Um operador hermitiano é um operador
F̂ que satisfaz a condição
1 Fˆ 2dx 2 ( Fˆ 1 ) dx
* *
(2.1)
para qualquer para de funções 1 e 2 , que representam estados físicos da partícula.
dx 1
*
(2.3)
z r.cos
y r.sen .sen
x r.sen .cos
x2 y2 z 2 r 2
Fig. 2.1. Coordenadas esféricas polares e regras de conversão para coordenadas cartesianas
Por esta equação, a função de onda é uma função de r , e . Esta é uma função
potencialmente complicada, mas é possível separá-la, tomando-a como produto de três
funções, cada uma dependente de apenas uma variável
(r , , ) R(r )( )( ) R(r )Y ( , )
A função R(r ) – chamada função radial – pode ser separada da função angular Y ( , ) . Para
tal deve-se usar uma constante de separação de variáveis, que por conveniência se tomou
como sendo ( 1) . Assim vem:
1 Y 1 2Y
sen ( 1)Y 0 (2.9)
sen sen2 2
1 d 2 dR 8 2 m Ze 2 ( 1)
r
2 E R 0 (2.10)
r 2 dr dr h r r 2
A equação para a função angular (2.9) produz funções de onda harmônicas esféricas. Tais
funções encontradas no problema do “rotor rígido” estão resumidas na tabela 2.1.
Tabela 2.1. Harmônicos esféricos de superfície
m m
P (s ) Harmónicos esféricos *
Em coordenadas polares Em coordenadas cartesianas
0 0 1 f 00 1 s 1
z
1 0 s f10 cos pz
R
sensen py
y
1
1 1 (1 s )2 2 f11 R
sencos x
px
R
1 (3s 2 1) f 20 3 cos2 1 (3 z 2 R 2 )
2 0 2 d z2
R2
sencossen d yz 2
yz
1
2 1 3s (1 s ) 2 2 f 21 R
sencoscos p xz 2
xz
R
sen 2sen 2 d xy 2
xy
3(1 s ) 2
2 2 f 22 R
sen 2cos2 (x2 y 2 )
d x2 y 2
R2
1 (5 s 2 3s ) f 30 5 cos2 3 cos (5 z 3 3R 2 z )
3 0 2 f z3
R3
sen (5 cos2 - 1)sen y (5 z 2 R 2 )
3 (1 s 2 )
1
f yz2
3 1 2
2 (5s 2 1) f 31 R3
sen (5 cos2 - 1)cos x(5 z 2 R 2 )
f xz2
R3
sen 2 cossens f xyz
xyz
15(1 s ) s 2 R3
3 2 f 32
sen 2 coscos2 z( x 2 y 2 )
f z ( x2 y 2 )
R3
sen3sen3 y ( y 2 3x 2 )
1
f y3
3 3 15(1 s 2 ) 2
f 33 R3
sen3cos3 x( x 2 3 y 2 )
f x3
R3
1
* Os f ,m são as formas reis de Y,m e R ( x 2 y 2 z 2 ) 2
A equação radial (2.10) é resolvida com base nos polinómios associados de Laguerre. Este
tratamento matemático não é objectivo desta apostila, pelo que passamos de imediato aos
resultados obtidos.
Quando normalizada a função R(r ) indicada em (2.10) toma a forma:
(3 / 2)
8 2 Ze 2
1/ 2
(n 1)! 8 2 Ze 2 2
Ze r
Rn (r ) 2
re nao 2 1
L
n r
2
2n(n )! o
na h o
na h
ao
Camada L
3/ 2
1 Z Zr Zr
n 2 , 0 , m 0 (2s) 2 e 2 ao
4 2 ao ao
3/ 2
1 Z Zr Zr 2 ao
(2 p z ) e cos
n 2 , 1 , m 0 4 2 ao ao
3/ 2
1 Z Zr Zr 2 ao
(2 p x ) e sen cos
4 2 ao ao
n 2 , 1 , m 1 * 3/ 2
1 Z Zr Zr 2 ao
(2 p x ) e sensen
4 2 ao ao
* As funções aqui são combinações lineares reais das funções de onda m 1 e m 1
Os níveis de energia determinados por substituição destas funções na equação radial têm a
fórmula genérica:
me 2 Z 2
En 2 2 (2.11)
n
Esta expressão é idêntica à deduzida da antiga teoria quântica de Bohr (equação 1.10). Por
ela podemos ver que n é um quantificador de energia.
Lˆ x i cot cos sen
Lˆ y i cotsen cos (2.16)
Lˆ z i
1 1 2
Lˆ2 i 2 sen (2.17)
sen sen2 2
Pode-se notar que esta expressão é idêntica à parte angular do operador laplaciano em
1 2 1 2 1
coordenadas esféricas – 2 2 r 2 2 sen – portanto,
r r r r sen 2 r 2 sen
um resultado útil.
Agora pode-se mostrar que as funções de onda análogas às do hidrogénio são autofunções
para os operadores L̂ z e L̂2 . Assim, cada autofunção correspondente a um valor mensurável
definido do momento angular total e do componente Z do momento angular:
Lˆ2 ( 1) 2 (2.18)
Lˆ z m (2.19)
Pela equação (2.18) podemos notar que ( 1) e em última análise (introduzido como
constante de separação de variáveis da equação de Schrӧdinger 2.8) se assume como
quantificador do momento angular total.
Sendo o momento angular uma grandeza física mensurável, pela equação (2.24), pode-se
ver que não pode ter valores negativos (pois levaria a números imaginário), assim os
valores que pode assumir vão de 0 a ( n 1 ), sendo que cada um desses valores
corresponde a um subnível dentro do nível. A representação de cada subnível é feita pelo
valor de n , seguido da letra que indica o subnível (s, p, d, f) para os quatro primeiros valores
de e (g, h, i, ..., na sequência alfabética) para =4, 5, 6, ...
Tabela 2.4. Alguns valores do número quântico secundário e representação dos subníveis
n 1 2 3 4 5 …
0 0 1 0 1 2 0 1 2 3 0 1 2 3 4 …
Nº se subníveis 1 2 3 4 5 …
Subnível 1s 2s 2p 3s 3p 3d 4s 4p 4d 4f 5s 5p 5d 5f 5g …
Fig. 2.4. Quantização dos componentes do momento angular no campo magnético para 2.
n 4
0 1 2 3
m 0 +1 0 -1 +2 +1 0 -1 -2 +3 +2 +1 0 -1 -2 -3
Fig. 2.5. Parte radial das funções de onda para o átomo de hidrogénio.
Fig. 2.6. Funções de distribuição radial como probabilidade de encontrar o electrão a uma distância r
do núcleo.
Observando os gráficos, para o primeiro tipo de cada função (1s 2p 3d), ela tende a zero na
origem e no infinito; para o segundo tipo (2s 3p), ocorre um nó entre o zero e o infinito; para o
terceiro tipo (3s) a função tem dois nós, e assim por diante.
Repare-se no estado 2s, assim como em 3s e 3p, para além do pico (máximo) principal,
existe um outro pico pequeno próximo da origem. A existência deste pico pequeno (interior)
mostra que, nestes estados, o electrão passa uma parte pequena do seu tempo muito
próximo do núcleo. A este provável fenómeno se chama efeito de penetração.
Para um dado valor de n , a penetração é maior quanto menor for o valor de . Essa
proximidade do electrão ao núcleo permitida pela penetração leva a um abaixamento da
energia do electrão tendendo a aumentar a estabilidade dos estados onde ocorre.
Os gráficos da figura 2.6 reprovam o conceito de “órbita” da velha teoria que precisava uma
posição do movimento do electrão, passando-se a falar de zonas de maior probabilidade da
localização do electrão chamada Orbital atómica. A função de onda (especificada pelos
números quânticos n , e m ) resume toda a informação relativa a provável posição do
electrão, por isso, é ela a própria orbital.
Tabela 2.6. Alguns valores dos números quânticos e representação dos orbitais
n m Representação da orbital Energia do nível para o átomo de
Notação n (n, , m ) Hidrogénio
1 0 0 1s 100 2,18 1018 J
0 0 2s 200
+1 2 px 211
5,45 1019 J
2
1 0 2 pz 210
-1 2py 211
0 0 3s 300
+1 3 px 311
1 0 3 pz 310
-1 3py 311
3
2,42 1019 J
+2 3d z 2 322
+1 3d xz 321
2 0 3d yz 320
-1 3d xy 321
-2 3d x2 y 2 322
Tabela 2.6. Alguns valores dos números quânticos e representação dos orbitais (continuação)
n m Representação da orbital Energia do nível para o átomo de
Notação n (n, , m ) Hidrogénio
0 0 4s 400
+1 4 px 411
1 0 4 pz 410
-1 4py 411
+2 4d xy 422
+1 4d xz 421
2 0 4d z 2 420
4 -1 4d yz 421 1,36 1019 J
-2 4d x2 y 2 422
+3 4 f x( x2 3 y 2 ) 433
+2 4 f xyy 432
3
+1 4 f xz2 431
0 4 f z3 430
-1 4 f yz2 431
-2 4 f z ( x2 y 2 ) 432
-3 4 f y ( y 2 3x2 ) 433
Lendo esta tabela pode-se facilmente verificar que cada valor do número quântico n
identifica o nível energético no átomo; cada valor do número quântico identifica um
subnível no nível e, cada valor do número quântico m identifica uma orbital no subnível.
Assim, diz-se que os átomos hidrogenóides têm degenerescência de nível, pois seus níveis
2, 3, …, apresentam várias orbitais com o mesmo valor de energia. Para estes átomos o grau
de degenerescência é calculado pela fórmula:
g ( n) n 2 (2.25)
Já as orbitais com 0 têm dependência angular. Essa dependência angular pode ser
ilustrada de diversas maneiras.
Uma das maneiras mais pictóricas de mostrar a dependência angular das orbitais é desenhar
em perspectiva tridimensional uma representação das superfícies ( )( ) , as superfícies
harmônicas esféricas. O mais comum, no entanto, é a representação correspondente a
2 ( ) 2 ( ) pois determinam as densidades electrónicas. Assim, as figuras 2.8 e 2.9
apresentam a dependência angular das orbitais para 1 (orbitais p), 2 (orbitais d) e
3 (orbitais f).
Fig.2.8. Gráficos da dependência angular das orbitais p baseados em 2 ( ) 2 ( ) que são proporcionais às
densidades electrónicas.
f baseados em 2 ( ) 2 ( ) .
Fig.2.9. Gráficos da dependência angular das orbitais d e
A dependência angular é a mesma para todos os valores de r . Assim, as formas sólidas das
figuras 2.7, 2.8 e 2.9 não implicam que as orbitais sejam precisamente assim no espaço, elas
apenas representam a dependência angular dos orbitais para qualquer valor de r .
duplete
Esta propriedade do spin (giratória) do electrão que faz com que ele aja como um íman, trás,
e
por analogia ao momento magnético orbital uma relação magnetogírica de spin ,
m
especificando então como momento magnético do electrão
eS e 3
pm (2.26)
m m 2
Por analogia à relação entre o número quântico e o momento angular, o momento angular
spin tem uma magnitude S s(s 1) 3 2 , onde s é sempre igual a 12 . Desta forma, se
assume que os dupletes aparecerão nos espectros dos metais alcalinos se o momento
angular spin puder ter somente duas orientações ao longo de qualquer eixo fisicamente
estabelecido, tais que as componentes na direcção dos eixos sejam especificados por um
número quântico m s (análogo a m ), onde ms 12 ou 12 . Essas relações estão resumidas
na figura 2.11.
Fig. 2.11. O spin S num campo magnético B .
Uma bela demonstração experimental do facto que o electrão age como íman foi dada pela
famosa experiência de Stern-Gerlach (figura 2.12).
O conceito de spin electrónico apareceu inicialmente como uma hipótese extra, que
precisava ser adicionada ao resto da teoria. Como resultado, quatro números quânticos
foram obtidos: n , , m e m s . Devido ao facto de que um número quântico ocorre na teoria
ondulatória para cada dimensão ao longo da qual o electrão se pode mover, quatro números
quânticos corresponderiam a quatro dimensões. A quarta dimensão é uma expressão
tornada famosa pela teoria da relatividade de Einstein, na qual os eventos são descritos em
um mundo tetradimensional de três coordenadas de espaço e uma coordenada de tempo.
Quando Paul Dirac, físico teórico inglês, desenvolveu uma forma relativista da mecânica
ondulatória para o electrão, ele achou que a propriedade do spin era uma consequência
natural de sua teoria e nenhuma hipótese de spin separada foi necessária.
2
Postulado IX. Para um único electrão há somente duas autofunções possíveis de S e Sz .
Suas autofunções são chamadas e . As equações de autovalores são
É comum dizer que um electrão representado por uma autofunção de spin tem spin 1
2
e
um electrão representado por uma autofunção de spin tem spin 12 . Deve-se entender,
contudo, que a componente z do momento angular spin tem significado físico somente se
houver uma maneira física para designar um eixo z . Assim, é comum representar os
como na figura 2.11, onde o eixo z é especificado
vectores para o momento angular spin
pela direcção do campo magnético B .
Neste tipo de átomo cada electrão já não se move no campo potencial central do núcleo
(como acontece no átomo hidrogenóide), mas sim no campo do núcleo e dos restantes
electrões. Este facto coloca algumas dificuldades à Mecânica que, embora se consiga
escrever a equação de Schrödinger, até ao momento não consegue dar soluções exactas
para este tipo de átomos.
2.3.1.1. Os átomos de He , H e Li
Nestes são átomos com dois electrões e, naturalmente, um núcleo. Em termos de
coordenadas, cada um desses pode ser esquematizado do seguinte modo:
e1 r12 e2
r1
r2
Ze
Assim, com base neste princípio considera-se o núcleo como ponto de referência do
movimento dos electrões e a equação de Schrödinger terá a seguinte forma:
8 2m Z .e2 Z .e2 e2
12 22 E 0 (2.29)
h2 r1 r2 r12
1
A dificuldade na resolução desta equação reside no termo (referente a interacção entre
r12
os dois electrões). Este termo torna impossível a separação de variáveis em termos de
coordenadas dos electrões 1 e 2.
2.3.1.3. O átomo de Li
No átomo de Lítio existem três electrões e a carga nuclear é 3e . Neste caso, a presença de
mais um electrão aumenta parcelas na equação da energia potencial que toma a forma:
3e 2 3e 2 3e 2 e 2 e 2 e 2
U (2.30)
r1 r2 r3 r12 r13 r23
Tendo em conta a equação (2.30) e a aproximação de Born-Oppenheimer, a equação de
Schrödinger será:
8 2 m 3e 2 3e 2 3e 2 e 2 e 2 e 2
12 22 32 E 0 (2.31)
h 2 r1 r2 r3 r12 r13 r23
Assim, nela existem três laplacianos correspondendo a três electrões.
Resumindo, para qualquer átomo poli-electrónico a energia potencial poderá ser trabalhada a
partir da equação:
n
Ze 2 n
e2
U (2.32)
i 1 ri j 2 i j rij
Esta energia potencial faz parte do operador hamiltoniano:
8 2 m n 2 n Ze 2 n
e2
H 2 i
ˆ (2.33)
h i 1 i 1 ri j 2 i j rij
E
* Hˆ d (2.34)
*d
Essa expressão dá a energia do sistema em termos da função correcta , mas não tem
qualquer utilidade se não conhecermos a função de onda correcta. Estimando uma (1)
aproximada baseados no nosso conhecimento de como uma distribuição electrónica razoável
pudesse ser. Assim a equação (2.34) torna-se
(1) *(1) Hˆ (1) d
E
* d
(1) (1)
O princípio da variação estabelece que, "para qualquer (1) tentativa, E (1) E ". O princípio
se aplica somente ao estado de energia mais baixa.
Hartree fez a aproximação de que "cada electrão se move num campo esfericamente
simétrico, o qual é a soma do campo devido ao núcleo e a um campo médio de
simetria esférica devido a todos os outros electrões". O campo resultante tem o nome de
campo eficaz e é um campo espacial. Os princípios básicos desta aproximação são:
4. A energia total do átomo é igual a soma das energias orbitais de todos os electrões
subtraída da energia total de repulsão média dos mesmos:
E Ei Erep .média (2.39)
Em 1930, Fock sugeriu que a maioria dos efeitos do spin electrónico poderia ser levada em
conta usando-se o determinante de Slater para determinar a função de onda em vez do
simples produto das funções de onda mono-electrónicas. Isto faz cumprir o Princípio de
Exclusão de Pauli. Pela contribuição de Fock, o método do campo autoconsistente passou a
chamar-se método de Hartree-Fock. Este método apresentou resultados muito bons, por
exemplo, deu para o átomo de hélio, E ( He) 2,867u.a.
Visto que a perturbação é pequena, podemos expandir tanto as funções de onda como as
energias em termos de , como
j oj oj '2 oj ' '...
E j E oj E oj '2 E oj ' '... (2.42)
(2.43)
Hˆ º j ' ' Hˆ ' j ' Hˆ ' ' oj E oj j ' ' E ' j j ' E j ' ' oj 2 ... 0
Como os termos são independentes uns dos outros e a equação (2.43) deve ser válida para
um arbitrariamente escolhido. Cada coeficiente deve se anular separadamente. Assim,
para a equação da perturbação de primeira ordem obtemos
Hˆ º E oj ' j ' E j Hˆ ' oj (2.44)
Multiplicamos a equação (2.46) por j e integramos sobre todo o espaço. Como o* lo d
*
se anula excepto para l j e para esse valor E l E j =0, a integral do lado esquerdo da
o o
Assim, como E ' j é uma constante, a correcção de primeira ordem para a energia é
E ' j oj * Hˆ ' oj d (2.47)
Este resultado mostra que a expressão de primeira ordem para a energia de perturbação é
igual à média da função de perturbação H ' sobre o estado não perturbado do sistema. Uma
notação simplificada é usada para integrais do tipo da equação (2.47):
H ' jk oj * Hˆ ' oj d (2.48)
As resoluções para encontrar a função de onda perturbada de primeira onda (equação 2.44)
e a correcção de segunda ordem para a energia 2 Hˆ ' ' podem ser encontradas em qualquer
livro comum de Mecânica Quântica.
Este efeito causa a perturbação do estado energético, fazendo com que os estados com n 1
deixem de ser degenerados e assim a energia do nível também depender do valor de .
A ordem crescente da energia dos subníveis pela qual se distribuem os electrões nos átomos
é estabelecida pelas regras de Kleshkowsky:
2. Quando esta soma tem valores iguais para dois ou mais casos, ocupa-se em primeiro
lugar os níveis de menor valor de n .
1s 2s 2 p 3s 3 p 4s 3d 4 p 5s 4d 5 p 6s 4 f 5d 6 p 7 s 5 f 6d ...
Linus Pauling num trabalho semelhante produziu um esquema ao qual se chama de regra de
“Aufbau prinzip”, que significa princípio de construção, na qual se pode ver claramente a
ordem a seguir para representar um configuração electrónica regular de qual quer átomo
(Figura 2.14).
1s
2s 2p
3s 3p 3d
4s 4p 4d 4f
5s 5p 5d 5f 5g
6s 6p 6d 6f 6g 6h
7s 7p 7d 7f 7g 7h 7i
8s 8p 8d 8f 8g 8h …
… … … … … … …
Fig. 2.14. Diagrama de Pauling sobre a ordem de crescimento de energia dos subníveis.
n11mm (1) n2 2m ms (2) n11m ms (2) n2 2m ms (1) (2.50)
1 s1 2 2 1 1 2 2
Se (1) e (2) são trocados, então . Supondo que os quatro números quânticos sejam
iguais para os dois electrões, resultará 0 , ou seja, esse estado não pode existir.
Esta afirmação – num átomo não podem existir dois electrões com os quatro números
quânticos iguais – é a formulação convencional para o Princípio de Exclusão de Pauli.
2.4. Exercícios
1. Escreva a equação de Schrödinger para:
a. B
b. B
c. Um átomo com dois electrões