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Medição PIB (Produto Interno Bruto)

• O PIB representa uma forma de medição a preços de mercado (pm) de todos


os bens finais e serviços, produzidos por um país durante um período
específico de tempo.

Nota1: bens finais podem ser duradouros (carro, livro) e não duradouros (pão,
bebida). Ex serviços: transportes, restaurantes, cinemas, etc
Nota 2: os bens em 2ª mão não são incluídos na medição do PIB

1) Medição do PIB pelo fluxo das despesas

PIB = C + I + G + (Ex – Imp)

Consumo (C)
Representa o consumo em bens finais e serviços feitos pelas famílias.
Representa a variável com maior peso no PIB (na Europa é cerca de 60-65%)

Investimento (I)
São consideradas despesas de investimento
a) Capital Físico (máquinas, fábricas, etc) que aumentam a capacidade
produtiva dum país.
b) Habitação Própria (uma 2ª casa não é considerada investimento, mas sim
consumo)
Nota: comprar acções e obrigações não é um investimento! (é somente uma
aplicação financeira)
c) Stocks/Existências finais (pois são bens produzidos no período em
consideração, embora não tenham sido vendidos)
Nota 1: O Investimento é realizado pelas empresas
Nota 2: nos países desenvolvidos a média do peso do Investimento no PIB é
cerca de 21%.

Gastos do Estado (G)


Compreende os gastos do estado em bens e serviços e o Investimento público
(ou bens públicos, como por exemplo as despesas na defesa, iluminação das
ruas, saúde, etc).
Nota 1: o peso desta variável no PIB depende das políticas fiscais seguidas
pelo governo
Nota 2: Os pagamentos a actividades não produtivas como pensões, subsídio
desemprego, abono família, etc, não são incluídos em G e chamam-se
transferências.

Exportações (Ex)
Venda de bens e serviços para o exterior.

Importações (Imp)
Compras feitas do exterior
Nota: (Ex-Imp) pode ser lido como Exportações Líquidas

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2) Medição pelo fluxo dos Rendimentos
A medição pelo fluxo de rendimentos corresponde ao pagamento dos 4
factores de produção terra, trabalho, capital (capital físico i.e.-máquinas) e
capacidade de gestão.

PIB = Rendas + Salários + Lucros + Juros

Para que estas duas formas de medição do PIB representem o mesmo valor,
há que adicionar ao fluxo de rendimentos: impostos indirectos, amortização do
capital e Rendimento Líquido do Exterior.

PIB fluxo despesas = PIB fluxo rendimentos + impostos indirectos + amortização +


Rendimento Líquido do Exterior

Nota: O nosso estudo de macroeconomia irá basear-se na determinação do


PIB pelo fluxo das despesas.
Iremos referir-nos ao PIB com Rendimento Nacional (Y) ou Produto Nacional.

Outros Conceitos de Rendimento


1- PNB (Produto Nacional Bruto)

PNB = PIB + Rendimento Líquido do Exterior


Sendo que,
Rendimento Líquido do Exterior = Investimentos domésticos feitos no
estrangeiro - Investimentos estrangeiros feitos no país

Ex: O McDonald´s em Portugal faz parte do PIB Português (bens e serviços


produzidos no país, independentemente se são nacionais ou estrangeiros),
mas não do PNB Português (pois é investimento estrangeiro em Portugal).

Assim,
O PIB mede o rendimento produzido no país e o PNB mede o rendimento
recebido pelo país.

2- Rendimento Disponível (Yd)


O Yd refere-se ao rendimento líquido de impostos. Representa o poder de
compra dos consumidores.

3- Propensão Marginal para Consumir (PMC)


Se o Yd aumentar de 1 unidade, a PMC diz-nos quanto desse aumento vai ser
gasto em Consumo.

Propensão Marginal para Poupar (PMS)


Se o Yd aumentar de 1 unidade, a PMS diz-nos quanto desse aumento vai ser
poupado (S vem do Inglês Saving que quer dizer Poupança)

Ex: se o Yd aumentar €1 e PMC for de 75%, quer dizer que €0.75 cêntimos são
gastos em Consumo e €0.25 cêntimos são poupados.

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PIB Real e Nominal

O PIB medido anualmente a preços de mercado (pm) é um valor nominal.


Uma alteração do PIB dum ano para o outro pode ser devida tanto a uma
variação de bens e serviços produzidos, como a uma variação de preços.

Em macroeconomia, o estudo do PIB é feito com valores reais, ou seja, só se


levam em consideração as mudanças das quantidades produzidas de bens e
serviços e não as variações dos preços.

O PIB real = PIB Nominal


Deflator Preços

O PIB real é calculado com base nos preços dum determinado ano base. O
PIB real é medido a preços constantes.

O PIB é uma medida razoável, mas não precisa do bem-estar económico, pois
não inclui:
- Actividades não declaradas ao fisco
- Lazer
- Melhoramentos na qualidade dos produtos
- Economia paralela (actividades ilegais)
- Condições ambientais
- Composição e distribuição do rendimento
- Outras fontes não-económicas de bem-estar.

Desemprego

A taxa de desemprego é definida como a percentagem da força de trabalho


(não confundir com a % da população) que não está empregada.

Taxa de desemprego = Desempregados x 100


Força de trabalho

Força de Trabalho consiste tanto nas pessoas que estão empregadas como
aquelas que estão desempregadas (mas que procuram emprego).

Tipos de desemprego
1- Desemprego Friccional: refere-se aos trabalhadores “entre empregos”

2- Desemprego Estrutural: refere-se às características “estruturais” da procura


de trabalho. Regista-se um “desencontro”entre procura e oferta de trabalho. Os
desempregados estruturais dificilmente encontrarão emprego sem melhorarem
as suas qualificações profissionais.

3- Desemprego Cíclico: Associado a uma fase de recessão do ciclo económico.

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Uma vez que existe sempre tanto desemprego friccional como estrutural, a taxa
de desemprego nunca poderá ser de zero.
Os economistas referem-se a Pleno Emprego quando somente o desemprego
friccional e estrutural é observado.

A taxa de desemprego consistente com Pleno emprego é chamada “Taxa


Natural de Desemprego”. Quando se atinge a taxa natural de desemprego,
diz-se que a economia está a produzir no seu potencial.

A taxa natural de desemprego é conseguida quando os mercados de trabalho


estão em equilíbrio, ou seja, a oferta de trabalho é igual à procura de trabalho.

Nota: embora de cálculo complexo, a taxa natural de desemprego nos EUA é


de 4-5%

Inflação

A inflação é uma subida sustentada e generalizada dos preços médios numa


economia.

A inflação reduz o poder de compra dos consumidores.


Nota: inflação não quer dizer que todos os preços dos bens e serviços subam.
Uma subida esporádica/temporária de preços não é inflação.
Mesmo durante períodos inflacionistas, alguns preços mantêm-se estáveis e
outros podem mesmo descer.

Medição da inflação
A medida mais usual da inflação é o IPC (Índice de Preços do Consumidor) 1,
compilado pelo Instituto Nacional de Estatística.
O IPC é constituído por um cabaz de cerca de 300 bens e serviços.

Estabilidade Preços refere-se a uma situação em que não se verifica nem


uma subida nem uma descida de preços.

A taxa de inflação é a variação percentual dos preços dum ano para o outro.

Taxa de inflação = Nível preços ano 2- Nível preços ano 1


Nível preços ano 1

Em termos de política monetária, os Bancos Centrais “olham” normalmente


para outra medida de inflação, chamada “Core Inflation”, que retira ao IPC o
preço dos bens energéticos e alimentares (devido à grande oscilação de preço
dos mesmos)

Alguns dados de IPC (Março 2007): EU 1.9%, EUA 2.5%, UK 2.7%, Japão
0.3% e China 2.8%

Procura e Oferta Agregada


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O Índice Preços do Retalho também é muito usado em certas negociações.

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O modelo da procura e oferta agregada permite-nos analisar alterações no PIB
simultaneamente com alterações nos preços.
Esta análise é feita numa perspectiva de curto-prazo. Entende-se por curto
prazo um período de tempo em que a economia apresenta um desvio do seu
potencial.
Na prática, o curto prazo poderá corresponder a mais que 1 ano.

Procura Agregada (P)


• A procura agregada (representada por uma curva ou uma tabela) mostra as
quantidades de bens e serviços que os agentes económicos (famílias,
empresas e governo) desejam comprar a diferentes preços possíveis.
Quando o nível dos preços aumenta (desce) a quantidade de bens e serviços
procurados será menor (maior).

Regras
Podem verificar-se dois tipos de movimentos:
1) Movimentos ao longo da curva
> Quando o nível dos preços desce/sobe, dá-se um movimento
descendente/ascendente ao longo da curvada procura, ceteris paribus.
Um aumento de P = diminuição da quantidade procurada
Uma diminuição de P = aumento da quantidade procurada

2) Deslocações da curva para a direita e para a esquerda


Uma deslocação para a direita da curva da procura = aumento da procura
Uma deslocação para a esquerda da curva da procura = diminuição da procura

Factores que contribuem para a deslocação da curva da procura:


- Subida/Descida de C (consumo)
Principais determinantes: rendimento disponível (+), expectativas e impostos
directos sobre o rendimento (-)
Nota o (+) e o (-) representam relações positivas ou negativas
Nota: Não esquecer que Yd = C + S (rendimento disponível igual a consumo
mais poupança)

- Subida/Descida de I (Investimento)
Principais determinantes: taxa de juro real (-) e taxas de retorno de
investimento esperadas (+)

- Subida/Descida de G (Gastos do Estado)


Movimentos autónomos, relacionados com a política fiscal

- Subida/descida de Ex – Imp (Exportações líquidas)


Principais determinantes: rendimento dos compradores estrangeiros e taxas de
câmbio

Oferta Agregada (O)

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A oferta agregada (representada por uma curva ou uma tabela) relaciona a
quantidade de bens e serviços que as empresas desejam produzir a diferentes
níveis de preços.

A inclinação da curva da oferta agregada é positiva pois as quantidades de


bens e serviços oferecidos aumentam/diminuem à medida que aumenta/baixa
o nível dos preços.
Nota: ao longo da curva da oferta agregada, os preços dos factores de
produção não se alteram.

Regras
Podem verificar-se dois tipos de movimentos:
1) Movimentos ao longo da curva
Quando o nível dos preços sobe/desce, dá-se um movimento
ascendente/descendente ou descendente ao longo da curva da oferta ceteris
paribus.
Um aumento de P = aumento da quantidade oferecida
Uma diminuição de P = diminuição da quantidade oferecida

2) Deslocações da curva para a direita e para a esquerda


Uma deslocação para a direita da curva da oferta = aumento da oferta
Uma deslocação para a esquerda da curva da procura = diminuição da oferta

Factores que contribuem para a deslocação da curva da oferta:

- Preço Inputs: salários, matérias-primas


Um aumento/diminuição do preço dos inputs, a curva da oferta desloca-se para
a esquerda/direita.

- Preço de inputs importados


Um aumento/diminuição do preço dos inputs importados, a curva da oferta
desloca-se para a esquerda/direita.

- Produtividade
Aumentos produtividade levam a uma deslocação da curva da oferta para a
direita

- Impostos e Subsídios
Um aumento/diminuição do IRC, a curva da oferta desloca-se para a
esquerda/direita.

Um aumento/diminuição de subsídios, a curva da oferta desloca-se para a


direita/esquerda.

Equilíbrio no Mercado Real


O Preço e Quantidade de equilíbrio encontram-se na intersecção das curvas da
procura e oferta agregadas.

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