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FACULDADE ANHANGUERA DE BRASÍLIA – FAB

DIREITO 4º SEMESTRE MATUTINO


DIREITO ADMNISTRATIVO
PROFESSOR SÉRGIO ZOGHBI CASTELO BRANCO

RESUMO
REFERENTE MATERIA DE APOIO 7:
LICITAÇÃO

JADER WINDSON DA SILVA LEITE


RA: 3423939166195

Brasília 2020
Uma licitação tem por propósito garantir a isonomia, preferir a melhor proposta,
além de impulsionar o desenvolvimento nacional sustentável, se utilizando de critérios
claros e impessoais ao celebrar os contratos com as empresas contratadas. Quem faz
cama para garantir tais características é a Lei nº 8.666/93 que apresenta, em seu teor,
os objetivos, princípios e o conceito de licitação.

• Objeto: Materializar o conteúdo celebrado no contrato quanto a


obras, serviços, inclusive publicidade, compras, alienações,
concessões, permissões e locações da Administração Pública.
• Princípios: Legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade,
publicidade, probidade administrativa, vinculação ao instrumento
convocatório e julgamento objetivo.
• Conceito: Processo administrativo responsável pela escolha da
empresa que será contratada pela administração pública para o
fornecimento de seus produtos/serviços.
• Função regulatória: Selecionar o licitante que apresentar melhor
proposta para a Administração Pública, bem como atender ao
desenvolvimento nacional sustentável, promoção da defesa do meio
ambiente, inclusão de pessoas com deficiência no mercado de
trabalho, bem como outras finalidades substanciais.

De forma sintática, as principais fontes constitucionais da licitação são:


a) Art. 22, XXVII, CF/88: designa a União competência privativa para legislar
sobre normas gerais referentes a licitação e contratação;
b) Art. 37, XXI, CF/88: consagra o regramento licitatório e admite que a lei
estabeleça exceções;
c) Art. 173, § 1º, III, CF/88: direciona ao legislador a missão de elaborar o Estatuto
próprio das empresas estatais econômicas, considerando regras próprias de
licitações e contratos.

Há ainda fontes infraconstitucionais que podemos mencionar algumas:


• Lei 8.666/93: normais gerais de licitações e contratos administrativos;
• Lei 10.520/02: pregão;
• LC 123/06, alterada pela LC 147/14: tratamento diferenciado para
microempresas e Empresas de Pequeno Porte EPP;
• Lei 11.079/04: Parceria Público-Privada PPP;
• Lei 12.232/10: licitações de publicidade, entre outras.
A União possui competência para legislar sobre normas gerais de licitações e
contratos, o que traz a característica de competência privativa somente em relação às
normas gerais, o que margeia a todos os Entes federativos o direito de legislar sobre
normas específicas. Vale pontuar que normas gerais é uma definição jurídica ampla e
indeterminada acarretando divergências interpretativas.
As competências privativas são distribuídas da seguinte forma a cada Ente:
• União: elaboração de normas gerias em âmbito nacional;
• União, Estados, DF e Municípios: competência autônoma para elaboração
de normas específicas no que tange suas limitações como Ente, para
atenderem as peculiaridades socioeconômicas, respeitando as normas gerais.

O art. 3º da Lei 8.666/93 destaca princípios específicos da licitação, a saber:


• Competitividade: Proposta mais vantajosa para a administração. (art. 3º, § 1º,
I Lei 8.666/93);
• Isonomia: Tratamento desigual entre os desiguais. Tem semelhanças com os
princípios da impessoalidade e competitividade, para que a administração
tenha tratamento igualitário aos licitantes, ciente que as restrições a
participações de interessados no certame acarretam a diminuição da
competição. (art. 5º, XVIII; art. 146, III, “c” – Cooperativas e art. 146, III, “d” e
art. 17 – Microempresas e EPPs).
Outro ponto crucial, diz respeito a chamada margem de preferência, que o
Poder Executivo Federal define, limitando em até 25% o preço dos concorrentes
não beneficiados com a preferência, conforme art. 3º, §§ 5º a 12 da Lei 8.666/93,
assegurando a igualdade de condições, preferência e sucessivamente aos
bens/serviços:
a) Produzidos no País;
b) Produzidos ou prestados por empresas brasileiras;
c) Produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no
desenvolvimento de tecnologia no País;
d) Produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de
reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para
reabilitado da previdência social e que atendam às regras de acessibilidade
previstas na legislação.
• Vinculação ao instrumento convocatório: O edital ou a carta convite é a lei
interna da licitação e, portanto, deve ser respeitada pelo Poder Público e pelos
licitantes, podendo acarretar na ilegalidade do certame em situação de
inobservância das regras fixadas (art. 41 Lei 8.666/93).
• Procedimento formal: Os procedimentos adotados na licitação são formais e
devem respeitar fielmente as normas contidas na legislação, o que não significa
que é algo engessado e rígido. Há flexibilização de algumas exigências formais,
desde que não firam a isonomia, visando maior competitividade (art. 48, § 3º,
apresentação de nova documentação ou propostas, por exemplo).
• Adjudicação Compulsória: Uma vez definido vencedor licitatório, por meio do
certame concluso, a Administração não poderá escolher um terceiro sob pena
de nulidade (art. 50)
• Julgamento Objetivo: É dever da Administração respeitar os critérios
elencados na legislação sob pena de ferir o princípio da isonomia como menor
preço, melhor técnica, técnica e preço, maior lance ou oferta (art. 45).

Como objeto da licitação, a lei 8.666/93 estabelece exigências diferenciadas para


quatro objetos distintos:
Obras: Toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada
por execução direta ou indireta, como construção de uma Biblioteca Pública (art. 6º, I)
Serviços: Obter determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como:
demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação,
reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro
ou trabalhos técnicos-profissionais (art. 6º, II) admitindo-se também a terceirização
como prestação de serviços à Administração. A quarteirização é compreendida como
gerenciamento do fornecimento de serviços terceirizados à Administração.
Compras: Câmbio de bens com cunho remuneratório a vista ou parcelado (art. 6, III),
submetidas por sistema de registro de preços (art. 15, II), não permitido escolha de
marcas (art. 15, § 7º, I), buscando manter o princípio da padronização com
especificações técnicas e de desempenho (art. 15, I), bem como o princípio da
economicidade (art. 15, IV).
Alienações: Todas as transferências de domínio de bens da Administração Pública a
terceiros (art. 6º, IV), atendendo aos seguintes requisitos:
a) Desafetação (bens dominicais, não afetados a nenhuma finalidade pública –
art. 101 CC);
b) Motivação (interesse público justificado);
c) Avaliação prévia;
d) Licitação;
e) Autorização legislativa para alienação dos bens públicos imóveis das pessoas
jurídicas de direito público.

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