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A religião é das manifestações existentes no ser humano desde a sua aparição sobre a terra.

A
interrogação sobre si, sobre o mundo e sobre a vida depois da morte caracterizou a existência
humana e fizeram dele um ser em contínua busca de respostas que aliviem os dissabores que
tornam a sua vida infeliz.

A prática religiosa ajuda a dimensão do conhecimento humano e do seu trato. Reflectimos neste
trabalho de Fundamentos de Teologia Católica sobre As convergências e divergências entre a fé
crista e a fé islâmica.

Relativamente a realização do trabalho, optou-se no uso de consultas bibliográficas como


metodologia aplicada para a efectivação dos conhecimentos aqui contidos. Assim, é de realçar
que o trabalho apresenta-se em dois capítulos, onde, no primeiro capítulo aborda-se algumas
informações a respeito da fé islâmica seguida dos conhecimentos inerentes a fé crista. Já no
segundo capítulo faz-se a discrepância das ideias sobre a convergência e divergência entre a fé
crista e fé islâmica.

Contudo, no que diz respeito a estrutura de organização, é de referir que apresenta a introdução,
desenvolvimento, conclusão e a respectiva bibliografia que justifica as fontes consultadas.
As convergências e divergência entre a fé Cristã e Islâmica.

O islamismo

O Islão ou Islã é uma religião monoteísta que surgiu na Península Arábica no século VII,
baseada nos ensinamentos religiosos do profeta Maomé (Muhammad) e numa escritura sagrada,
o Alcorão. A religião é conhecida ainda por islamismo. Na visão muçulmana, o Islão surgiu
desde a criação do homem, ou seja, desde Adão, sendo este o primeiro profeta dentre inúmeros
outros, para diversos povos, sendo o último deles Maomé. (Site: O Profeta Adão, em Inglês,
Islam.com. Página visitada em 31 de Julho de 2008).

A Fé Islâmica:

O Islão ensina Seis Crenças Principais:

A crença em Alá (Allah), único Deus existente;

A crença nos Anjos, seres criados por Alá;

A crença nos Livros Sagrados, entre os quais se encontram a Torá, os Salmos e o


Evangelho. O Alcorão é o principal e mais completo livro sagrado, constituindo a
colectânea dos ensinamentos revelados por Alá ao profeta Maomé;

A crença em vários profetas enviados à humanidade, dos quais Maomé é o último;

A crença no dia do Julgamento Final, no qual as acções de cada pessoa serão avaliadas;

A crença na predestinação: Alá tudo sabe e possui o poder de decidir sobre o que
acontece a cada pessoa.

Deus (Alá “Allah”) em árabe.

A pedra basilar da fé islâmica é a crença estrita no monoteísmo. Deus é considerado único e sem
igual. Cada capítulo do Alcorão (com a excepção de um) começa com a frase "Em nome de
Deus, o beneficente, o misericordioso". Uma das passagens do Alcorão frequentemente usadas
para ilustrar os atributos de Deus é a que se encontra no capítulo (sura) 59: "Ele é Deus e não há
outro deus senão Ele, Que conhece o invisível e o visível. Ele é o Clemente, o Misericordioso!
Ele é Deus e não há outro deus senão ele. Ele é o Soberano, o Santo, a Paz, o Fiel, o Vigilante,
o Poderoso, o Forte, o Grande! Que Deus seja louvado acima dos que os homens Lhe associam!
Ele é Deus, o Criador, o Inovador, o Formador! Para ele os epítetos mais belos" (59, 22-24).
Este Deus possui noventa e nove atributos.

Os cinco pilares do Islão

Os cinco pilares do Islão são cinco deveres básicos de cada muçulmano:

 A recitação e aceitação do credo (Chahada ou Shahada);


 Orar cinco vezes ao longo do dia (Salá,Salat ou Salah);
 Pagar esmola (Zakat ou Zakah);
 Observar o jejum no Ramadão (Saum ou Siyam)
 Fazer a peregrinação a Meca (Haj) se tiver condições físicas e financeiras.

O Alcorão

Os ensinamentos de Alá (Allah, a palavra árabe para Deus) estão contidos no Alcorão (Qur'an,
"recitação"). Os muçulmanos acreditam que Maomé recebeu estes ensinamentos de Alá por
intermédio do anjo Gabriel (Jibreel) através de revelações que ocorreram entre 610 e 632 d.C..
Maomé recitou estas revelações aos seus companheiros, muitos dos quais se diz terem
memorizado e escrito no material que tinham à disposição (omoplatas de camelo, folhas de
palmeira, pedras…).

As revelações a Maomé foram mais tarde reunidas em forma de livro. Considera-se que a
estruturação do Alcorão como livro ocorreu entre 650 e 656 durante o califado de Otman. O
Alcorão está estruturado em 114 capítulos chamados suras. Cada sura está por sua vez
subdividida em versículos chamados ayat. Os capítulos possuem tamanho desigual (o menor
possui apenas 3 versículos e os mais longos 286 versículos) e a sua disposição não reflecte a
ordem da revelação. Considera-se que 92 capítulos foram revelados em Meca e 22 em Medina.
As suras são identificadas por um nome, que é em geral uma palavra distintiva surgida no
começo do capítulo ("A Vaca", "A Abelha", "O Figo").
Autoridade Religiosa

Não há uma autoridade oficial que decide se uma pessoa é aceita ou excluída da comunidade de
crentes. O Islão é aberto a todos, independentemente de raça, idade, género, ou crenças prévias.
É suficiente acreditar na doutrina central do islamismo, acto formalizado pela recitação da
chahada, o enunciado de crença do Islão, sem o qual uma pessoa não pode ser considerada um
muçulmano. Embora não exista no islamismo uma estrutura clerical semelhante à existente nas
denominações cristãs, existe contudo um grupo de pessoas reconhecidas pelo seu conhecimento
da religião e da lei islâmica, denominadas ulemás. Os homens que se destacam pelo seu grande
conhecimento da lei islâmica podem receber o título de mufti, sendo responsáveis pela emissão
de pareceres sobre determinada questão da lei islâmica; em teoria estes pareceres só devem ser
seguidos pela pessoa que os solicitou.

O Cristianismo

Cristianismo é uma religião monoteísta centrada na vida e nos ensinamentos de Jesus de Nazaré,
tais como são apresentados no Novo Testamento. A fé cristã acredita essencialmente em Jesus
como o Cristo, Filho de Deus, Salvador e Senhor.

Os seguidores do cristianismo, conhecidos como cristãos, acreditam que Jesus é o Messias


profetizado na Bíblia Hebraica. A teologia cristã afirma que Jesus sofreu, morreu e ressuscitou
para abrir o caminho para o céu aos humanos; os cristãos acreditam que Jesus ascendeu, e a fé
cristã ensina que Jesus irá retornar para julgar todos os seres humanos, vivos e mortos, e
conceder a imortalidade aos seus seguidores. Jesus é considerado para os cristãos como modelo
de uma vida virtuosa, e tanto como o revelador quanto a encarnação de Deus.

Principais Crenças

Embora existam diferenças entre os cristãos sobre a forma como interpretam certos aspectos da
sua religião, é também possível apresentar um conjunto de crenças que são partilhadas pela
maioria deles.

Monoteísmo: O cristianismo herdou do judaísmo a crença na existência de um único Deus,


criador do universo e que pode intervir sobre ele. Os seus atributos mais importantes são por isso
a omnipotência, a omnipresença e omnisciência. Outro dos atributos mais importantes de Deus,
referido várias vezes ao longo do Novo Testamento, é o Amor: Deus ama todas as pessoas e
estas podem estabelecer uma relação pessoal com ele através da oração. A maioria das
denominações cristãs professa crer na Santíssima Trindade, isto é, que Deus é um ser eterno que
existe como três pessoas eternas, distintas e indivisíveis: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Jesus: Outro ponto crucial para os cristãos é o da centralidade da figura de Jesus Cristo. Os
cristãos reconhecem a importância dos ensinamentos morais de Jesus, entre os quais salientam o
amor a Deus e o amor ao próximo, e consideram a sua vida como um exemplo a seguir. O
cristianismo reconhece Jesus como o Filho de Deus que veio à Terra libertar os seres humanos
do pecado através da sua morte na cruz e da sua ressurreição, embora variem entre si quanto ao
significado desta salvação e como ela se dará. Para a maioria dos cristãos, Jesus é completamente
divino e completamente humano.

A salvação: O cristianismo acredita que a fé em Jesus Cristo proporciona aos seres humanos a
salvação e a vida eterna., mas vale lembrar que biblicamente, as obras não são capazes de dar a
uma pessoa a Vida Eterna, a única maneira de alcançar a Salvação é dando crédito à obra da cruz
realizada pelo que os cristãos acreditam ser o filho de Deus, a saber Jesus Cristo.

A vida depois da morte: A visão de determinadas religiões cristãs sobre a vida depois da morte
envolve, de uma maneira geral, a crença no céu e no inferno. A Igreja Católica considera que
para além destas duas realidades existe o purgatório, um estado de purificação onde ficam as
almas que morreram em estado de graça, mas que cometeram pecados.

A Igreja: O cristianismo acredita na Igreja (ekklesia), palavra de origem grega que significa
"assembleia", entendida como a comunidade de todos os cristãos e como corpo místico de Cristo
presente na Terra e sua continuidade.

Sentido religioso e cristão da fé

 No Antigo Testamento, Povo Primitivo, a fé é a atitude de adesão pessoal ao Deus que


se revelou e de confiança nas suas promessas.
 No Novo Testamento, Povo da Nova Aliança, “a fé, dom gratuito de Deus e acessível
a quantos a pedem humildemente, é uma virtude sobrenatural necessária para a
salvação.” Catecismo da Igreja Católica. Compendio, 2005, nr 28.
 A fé, como primeira virtude teologal e fundamento de todo o edifício espiritual de
cristão, é adesão firme do entendimento às verdades divinamente reveladas, por força
do testemunho do próprio Deus, que nos chega pela mediação da Igreja. Falcão, M.
Franco (2004). Enciclopédia Católica Popular. P. 198.

Principais crenças da igreja católica

Autoridade dentro da Igreja - os católicos acreditam que a autoridade da Igreja encontra-se


dentro da hierarquia da Igreja;

Baptismo - os católicos (assim como os luteranos, episcopais / anglicanos e alguns outros


protestantes) acreditam que o baptismo é um sacramento que regenera e justifica, e é
geralmente realizado na infância;

A Bíblia - os católicos acreditam que a verdade é encontrada na Bíblia, tal como interpretada
pela Igreja, mas também encontrada na Tradição da Igreja. 

Clero - A Igreja Católica Romana somente consagra sacerdotes do sexo masculino,


praticamente todos celibatários.

Perdão dos pecados - os católicos acreditam que o perdão dos pecados é obtido através do
ritual da Igreja, com a ajuda de um padre na confissão.

Inferno - A New Advent Catholic Encyclopedia  (Enciclopédia Católica do Novo Advento)


define o inferno em sentido estrito, como "o lugar de punição para os condenados", incluindo o
limbo das crianças, o limbo dos Padres, e purgatório. 

Imaculada Conceição de Maria - os católicos acreditam que quando Maria foi concebida, ela


estava sem o pecado original.

Oração - Os católicos acreditam na oração a Deus e também nas orações à Virgem Maria ou
um santo para interceder em seu nome.

Salvação - A religião católica ensina que a salvação depende da fé, obras e sacramentos.

Outras crenças: os sacramentos, as imagens


I – Convergências

No diz respeito as convergências entre a fé crista e a fé islâmica podemos destacar os seguintes:

Tanto a religião crista e islâmica, ambas a religiões convergem por serem monoteístas, isto é, por
acreditar na existência do único Deus, Criador do universo, merecedor de adoração.

São reconhecidas como religiões celestiais e que têm um livro que orienta as acções e práticas
dos homens no seu dia-a-dia, ou seja, os cristãos baseiam-se na Bíblia Sagrada e os muçulmanos
no Alcorão Sagrado;

Acreditam na vida após a morte e que todos os humanos serão julgados pelas acções que
praticaram durante a sua estadia neste planeta;

Reconhecem que para uma pessoa obter a salvação no dia juízo final depende da sua fé.

II – Divergências

No mundo em que vivemos estamos confrontados com uma multiplicidade de estados religiosos
e de formas multiculturais de compreensão do homem e de Deus. Neste contexto, apresentamos
as divergências relativas à fé crista da fé islâmica.

Sendo assim, apontam-se as divergências seguintes:

O cristianismo diverge-se do islamismo pelo facto de: a fé cristã acredita essencialmente em


Jesus como o Cristo, Filho de Deus, Salvador e Senhor.

A maioria das denominações cristãs professa crer na Santíssima Trindade, isto é, que Deus é um
ser eterno que existe como três pessoas eternas, distintas e indivisíveis: o Pai, o Filho e o Espírito
Santo.

Verifica-se que existência das principais crenças como é o caso da existência de uma
autoridade dentro da Igreja, o baptismo, a bíblia pois, os cristão acreditam que a verdade é
encontrada na Bíblia, tal como interpretada, o clero, perdão dos pecados - os católicos
acreditam que o perdão dos pecados é obtido através do ritual da Igreja, com a ajuda de um
padre na confissão, o inferno, a imaculada Conceição de Maria, a oração, a salvação e outras
crenças: os sacramentos, as imagens.
Assim sendo, constata-se também que o islamismo diverge-se do cristianismo pelo de facto de:
Crer em Alá (Allah), único Deus existente; a crença nos Anjos, seres criados por Alá; a crença
nos Livros Sagrados, entre os quais se encontram a Torá, os Salmos e o Evangelho. O Alcorão
é o principal e mais completo livro sagrado, constituindo a colectânea dos ensinamentos
revelados por Alá ao profeta Maomé; a crença em vários profetas enviados à humanidade, dos
quais Maomé é o último; a crença no dia do Julgamento Final, no qual as acções de cada
pessoa serão avaliadas; a crença na predestinação: Alá (Deus) tudo sabe e possui o poder de
decidir sobre o que acontece a cada pessoa.

Importa salientar que, relativamente a autoridade religiosa, no islão não há uma autoridade
oficial que decide se uma pessoa é aceita ou excluída da comunidade de crentes. O Islão é aberto
a todos, independentemente de raça, idade, género, ou crenças prévias.
Conclusão
Bibliografia

MACHADO, José Pedro Machado, "Islão" em Dicionário Onomástico Etimológico da Língua


Portuguesa, Vol.2 (E-M), Editorial Confluência, s.d.

SAPATO, Rafael Baciano, CUNLELA, Francisco e MARIA, Ester Lucas (2014) Manual de
Fundamentos e Teologia Católica. Universidade Católica de Moçambique – CED, Beira.

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