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PORTUGUÊS – 11ºANO
É o primeiro passo para captar o interesse do auditório – o orador deverá ser sensível às pessoas que tem
à sua frente e desenvolver o discurso tendo em conta as características do auditório.
Proposta de um tema dicotómico – Vos estis sal terrãe – retirado da Bíblia, constitui o conceito
predicável deste sermão.
Mensagem do
Pregadores Ouvintes
Evangelho
Propriedades
Sal = Pregadores Terra = ouvintes
Conservam o bem Sujeitos ao mal,
e evitam a corrupção à corrupção
Soluções possíveis
O que se há de fazer quando o sal e a terra não cumprem as suas funções?
Terra
Sal
Lançá-lo fora porque é inútil Mudar de terra (pregação aos
peixes à imitação de Santo
António)
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Principais recursos expressivos do Exórdio:
Apóstrofe
Citação bíblica – conceito predicável
Clarificação através da adversativa mas
1ºparágrafo
Interjeições e exclamações
Louvor de Santo António – Que outro santo poderia ser exemplo num sermão que
fala da falta de sal se “Santo António foi sal da terra e foi sal do mar”?
Trocadilho “pregar como eles que pregar deles”
“Deixa as praças, vai-se às praias, deixa a terra, vai-se ao mar.”
- jogo de paralelismo lexical e fónico;
- jogo antitético- deixa/vai-se (...) terra /mar.
Enumeração e polissíndeto
Repetição e enumeração
Ironia
Metáfora
2. EXPOSIÇÃO E CONFIRMAÇÃO
Paralelismo
Enumeração
Paralelismo antitético
Antítese
Interrogações retóricas
Exemplo de um peixe da sagrada Escritura – santo peixe de Tobias - potencialidades curativas: “(...) o fel era bom
para sarar da cegueira e o coração para lançar fora os demónios.”
Comparação com Santo António – “(...) se a este peixe o vestiram de burel, e o ataram com uma
corda, pareceria um retrato marítimo de Santo António” – “só duas coisas pretende de vós, e
convosco: uma é alumiar, e curar vossas cegueiras; e outra lançar-vos os demónios fora de casa.»
Nesta parte do sermão desempenha um papel importante a magnitude, ou seja, a técnica de evidenciar a
enormidade dos bens e dos males deduzíveis do assunto exposto;
O pregador aumenta o tom de voz e serve-se do arsenal retórico habitual – descrições, comparações,
alegorias, etc;
Interpelação ao auditório – “Ah moradores do Maranhão (...) ”;
Seguem-se mais três exemplos de peixes virtuosos:
Rémora: “(...) peixezinho tão Comparação com a língua de Santo António : “Se alguma rémora houve na
pequeno(...) se se pega ao leme de uma terra, foi a língua de Santo António (...) mostrou a língua de António quanta
nau da Índia (...) a prende e amarra força tinha, como rémora, para domar a fúria das paixões humanas: nau
mais que as mesmas âncoras(...)” Soberba, nau Vingança, nau Cobiça, nau Sensualidade”.
“Antes porém que vos vades, assim como ouvistes os vossos louvores, ouvi agora também as vossas
repreensões.”
1ª Condenação – Os peixes comem-se uns aos outros e, sobretudo, os maiores comem os mais pequenos.
Comem-no
O sangrador
Come-o
Os testamenteiros “Uma pessoa que morreu … A mesma mulher
Os legatários O que lhe abre a cova
Os acredores O que lhe tange os sinos
Os oficiais dos órfãos ...
...
O meirinho
Sistema judicial O carcereiro
Come-o
A advogad0
“Um réu no julgamento…
O escrivão
Os inquiridos
...
Se os perigos e os inimigos já são tantos, para quê a antropofagia?(Alusão aos ataques dos
holandeses às possessões portuguesas no Brasil).
Homens Peixes
Enganados
Perdem a vida
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Principais recursos expressivos:
Repudia aos peixes a ictiofagia, a ignorância e a cegueira, mas como fizera com os louvores prossegue:
“Descendo ao particular, direi agora, peixes, o que tenho contra alguns de vós.”
Roncador
Peixe cujo imponente ruído contrasta com o seu tamanho.
“Bastou a voz de uma mulherzinha para o fazer O que realmente faziam “Bastou um pastorzinho, com um
tremer, e negar.” cajado uma funda, e para dar cabo dele.”
“O muito roncar antes da ocasião é sinal de Conclusão “Os arrogantes e os soberbos tomam-se
dormir nela.” com Deus: e quem se toma com Deus
sempre fica debaixo.”
Pegador
Peixe que vive colado aos outros, fazendo disso o seu modo
de vida.
Os peixes terão aprendido isto com os portugueses porque “(...) não parte vice-rei ou governador para as
conquistas, que não vá rodeado de Pegadores, os quais se arrimam a eles, para que cá lhe matem a fome, de que lá
não tinham remédio.”
Exemplo bíblico: “Herodes, ao morrer, levou consigo todos os que queriam matar o menino.”
Voador
Peixe que possui umas barbatanas maiores do que o
comum e lhe permitem voar.
O seu elemento natural é a água, ele quis o ar e se tentar corre o risco de acabar cozinhado no fogo. Em vez de
correr os riscos de um peixe, corre outros riscos dos outros elementos o que implica, consequentemente, uma vida
mais curta.
Exemplo religioso: a história de Simão Mago que termina com um aviso aos voadores: “Eis aqui, voadores do
mar, o que sucede aos da terra, para que cada um se contente com o seu elemento.”
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Alguns recursos expressivos:
Aliteração do som consonântico – v – que remete para o campo semântico de voar, vento, vaidade.
Apóstrofe: “Oh alma de António, que só vós tivestes asas, e voastes sem perigo, porque soubestes voar para
baixo e não para cima!”
Exortação: “Imitai o vosso Santo Pregador.”
Polvo
“Mas já que estamos nas covas do mar, antes que saiamos
delas, temos lá o irmão polvo.”
O polvo é alvo de crítica cerrada e implacável; as queixas contra ele são antigas (Ex. S.
Basílio e Santo Ambrósio).
Vieira vira-se para os traidores da terra, visando atingir os moradores do Maranhão (colonos), que enganam os
Índios e lhes tiram tudo o que podem, inclusive a vida.
Santo António surge como antítese do polvo: “Ponde os olhos em António vosso Pregador (...) onde nunca
houve dolo, fingimento ou engano”.
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Alguns recursos expressivos:
SÍNTESE
Última repreensão
Uma vez que ocorriam tantos naufrágios naquela zona, Vieira alerta para não se apoderarem dos bens dos
náufragos. A advertência vai direitinha para os colonos que roubavam tudo o que podiam.
3. PERORAÇÃO – cap.VI
Paralelismo
Enumerações
Exploração semântica do adjetivo “morto”
Comparações
Metáforas
Interrogações retóricas
Quiasmo (...) “capazes de Glória, nem de Graça, não acaba o vosso sermão em Graça e Glória”