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TÍTULO V

Da Organização Disciplinar

CAPÍTULO I
Das Normas de Convivência

Art.150 As normas da convivência escolar fundamentam-se nos direitos e deveres que


devem ser observados por todos da Unidade de Ensino, visando orientar as relações
profissionais e interpessoais que ocorrem pautando-se em princípios legais de
responsabilidade individual e coletiva, de solidariedade, de liberdade, de direito, de ética, de
pluralidade cultural, de autonomia e gestão democrática.

Parágrafo único. As Normas de Convivência terão como finalidade aprimorar o bom


funcionamento dos trabalhos escolares e o respeito mútuo entre os membros da comunidade
escolar para obtenção dos objetivos previstos neste Regimento, visando, ainda, assegurar:

I- os direitos e deveres de todos os membros da comunidade escolar previstos


neste Regimento e nas legislações vigentes;

II - a proteção integral da criança e do/da adolescente;

III - a formação ética e moral do/da educando/educanda, desenvolvendo habilidades


sociais, a fim de torná-los/las cidadãos autônomos e participativos nos diversos aspectos da
vida social;

IV- o dever de não discriminação por raça, condição social, gênero, orientação sexual,
credo ou ideologia política;

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V- a orientação das relações profissionais e interpessoais que ocorrem no âmbito da
Unidade de Ensino assegurando a interação cidadã entre todos/todas os/as integrantes da
comunidade educacional;

VI - a necessidade de manutenção do respeito mútuo e das regras de civilidade entre


a direção, os/as professores/professoras, os/as servidores administrativos da unidade escolar,
os/as estudantes e os pais ou responsáveis;

VII - a possibilidade de democratização de acesso e do uso coletivo dos espaços


escolares; e

VIII - a responsabilidade individual e coletiva na utilização e manutenção de todos os


espaços educacionais e dos bens da unidade escolar.

Art. 151 As Unidades de Ensino desenvolverão as atividades em clima de cooperação


entre o/a Diretor/Diretora, Equipe Docente, Corpo Discente e Funcionários/funcionárias, para
que haja condições favoráveis à adoção, execução, avaliação e aperfeiçoamento das
estratégias educacionais.

Art.152 As normas de convivência no âmbito da Unidade de Ensino compreendem:

I. direitos, deveres do corpo discente;


II. direitos e deveres do corpo docente;
III. direitos e deveres do pessoal administrativo e de apoio;
IV. direitos e deveres dos pais ou responsáveis;
V. Penalidades aplicáveis
VI. Inquérito Escolar
VII. Inquérito administrativo.

CAPÍTULO II

DO CORPO DISCENTE

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Art.153 O Corpo Discente constitui-se de todos/todas os/as educandos/educandas
regularmente matriculados nas Unidades de Ensino.

Art.154 São direitos do/da aluno/aluna, além do previsto nas legislações vigentes:

I - ter acesso à educação visando a seu pleno desenvolvimento pessoal e preparo para
o exercício pleno da cidadania;

II - ter assegurado o respeito pelos seus direitos como criança e como pessoa
humana;

III – dispor de igualdades de condições para o acesso e permanência na escola;

IV - ser respeitado por seus educadores/educadoras em sua individualidade e em suas


convicções religiosas, filosóficas e políticas;

V - ter garantidas as condições necessárias ao desenvolvimento de suas


potencialidades, na perspectiva individual e social;

VI - ter acesso ao conhecimento, às atividades educativas, esportivas, sociais e


culturais oferecidas pela Unidade Educacional;

VII - ser atendido/atendida de forma cuidadosa e adequada por parte dos serviços
Educacionais;

VIII – Ter assegurada a sua participação na gestão democrática da escola;

IX - ser informado/informada sobre os programas de curso, sistema de avaliação e


calendário escolar;

X - participar da programação geral da unidade de ensino;

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XI - ser orientado/orientada e acompanhado/acompanhada sistematicamente em suas
dificuldades;

XII - receber continuamente informações sobre o seu aproveitamento escolar ter


assegurado o direito de recuperá-lo;

XIII - ter garantido uma proposta pedagógica capaz de prever e prover flexibilização
de conteúdos, metodologia de ensino, recursos didáticos diferenciados adequados ao
desenvolvimento dos/das alunos/alunas com necessidades especiais;

XIV - ter garantido ao/a aluno/aluna com altas habilidades/superdotação o processo de


aceleração de estudos, de acordo com a legislação em vigor;

XV - receber atendimento e acompanhamento educacional, no âmbito da classe


hospitalar, se por motivo de doença o/a aluno/aluna da classe especial necessitar ausentar-se
da unidade escolar por um período prolongado;

XVI - receber atendimento e acompanhamento educacional em ambiente domiciliar,


em caso de deficiências graves;

XVII - receber seus trabalhos devidamente corrigidos e avaliados em tempo hábil;

XVIII - organizar e participar de entidades estudantis;

XIX - ser ouvido/ouvida em suas queixas ou reclamações.

XX - submeter-se à verificação de aprendizagem de 2ª chamada quando, por motivo


justo, houver faltado;

XXI - defender-se, quando acusado/acusada de qualquer falta, inclusive fazendo-se


representar por responsável legal ou genitor/genitora, quando necessário;

XXII - requerer revisão de avaliação, quando necessário;

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XXIII - requerer transferência ou cancelamento de matrícula por si, quando maior, ou
por intermédio dos pais ou responsáveis, quando menor;

XIV - ter reposição das aulas quando da ausência do/da professor/professora


responsável pela disciplina.

XXV - ausentar-se da Unidade Educacional, em caso de necessidade, desde que


autorizado pelo/pela Diretor/diretora de Escola ou, na ausência deste, por outro/outra membro
da Equipe Gestora;

XXVI - ter conhecimento do Regimento Educacional no início do ano letivo;

§1º. À estudante gestante, nos termos da Lei nº 6.202, de 17 de abril de 1975, e ao/a
estudante impedido de locomover-se pelos motivos previstos no Decreto-Lei Federal nº
1.044, de 21 de outubro de 1969, deverão ser atribuídos, como atividade para compensação
da ausência às aulas, exercícios domiciliares com acompanhamento da unidade escolar,
devendo ser aplicados e avaliados pelo/pela coordenador/coordenadora
pedagógico/pedagógica, não se atribuindo falta, conforme anotação no diário de classe.

§2º Aos/as estudantes submetidos a obrigações religiosas sob a égide da liberdade de


culto legitimada pela Constituição Federal Brasileira, deverão ser atribuídos, como atividade
para compensação da ausência às aulas, exercícios domiciliares com acompanhamento da
unidade escolar, devendo ser aplicados e avaliados pelo/pela coordenador/coordenadora
pedagógico/pedagógica, não se atribuindo falta, conforme anotação no diário de classe.

Art. 155 São deveres do/da aluno/aluna, respeitadas as especificidades de cada faixa
etária/etapa/modalidade de ensino e/ou de seus pais/responsáveis:
I - comparecer, pontualmente, às aulas, provas e outras atividades preparadas e
programadas pelo/pela professor/professora ou pela direção;

II - justificar sua ausência;

III - submeter-se à verificação do rendimento escolar e aos processos avaliativos;

IV - colaborar com a preservação do patrimônio escolar;

V - atender às determinações da direção e dos/das professores/professoras.


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VI - zelar pelo nome da Escola, prestigiando suas iniciativas;

VII - tratar com civilidade e respeito todo pessoal da Escola;

VIII - comparecer na Escola com fardamento exigido;

IX - participar das atividades extraescolares (fora do espaço físico da Escola) somente


com autorização dos pais ou responsáveis;

X - abster-se de atos que perturbem a ordem, ofenda aos bons costumes ou importem
em desacato às leis, às autoridades escolares e aos colegas;

XI - responsabilizar-se pelo zelo e devolução dos livros didáticos recebidos e os


pertencentes à biblioteca e/ou sala de leitura e/ou cantinho de leitura da unidade de ensino;

XII - acatar este Regimento e as normas internas da unidade de ensino;

Art.156 É vedado ao/a aluno/aluna, além da prática de atos infracionais ou outros


previstos nas legislações vigentes:

I - retirar-se da aula sem autorização do/da Professor/professora;

II - descumprir os deveres do/da aluno/aluna descritos neste Regimento.

III - praticar atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos,


individualmente ou em grupo, com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo ou
grupo de indivíduos incapazes de se defender.

§ Único - Em caso de desobediência dos deveres e vedações previstos neste


Regimento, bem como nas legislações vigentes, deve a direção da unidade escolar seguir os
procedimentos para apuração de infração disciplinar e de aplicação de medidas educativas
previstos neste Regimento, portarias do diretor e no Estatuto da Criança e do Adolescente -
Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990.

Art.157 – A necessidade de assegurar a qualidade de ensino, direitos e objetivos de


aprendizagem e segurança a todos os envolvidos na ação educativa, em especial, aos/as

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educandos/educandas, pressupõe a comunidade educacional elencar nestas normas de
convívio o conjunto de atitudes e comportamentos não permitidos no âmbito da Unidade
Educacional.

CAPÍTULO III

DO CORPO DOCENTE E TÉCNICO PEDAGÓGICO

Art.158 O Corpo Docente e técnico pedagógico das Escolas Municipais é constituído


de todos os/as Professores/professoras e Coordenadores/coordenadoras
Pedagógicos/pedagógicas legalmente habilitados/habilitadas e designados/designadas pela
autoridade competente para o exercício na instituição.

Art.159 São direitos do/da Docente e do corpo técnico pedagógico:

I - ser respeitado/respeitada na condição de profissional atuante na área da educação e


no desempenho da função;

II - atender aos dispositivos constitucionais e à legislação específica vigente;

III - participar de reuniões ou cursos relacionados com a atividade docente que lhes
sejam pertinentes;

IV - ter autonomia na gestão pedagógica, em consonância com o método de ensino,


procedimento de avaliação e aprendizagem da unidade escolar, observadas as diretrizes e
normas expedidas pela Secretaria Municipal de Educação;

V - exercer sua autonomia na formulação de projetos didáticos, desde que atenda a


base curricular adotada pela Rede de Ensino e aos conteúdos definidos Projeto Político
Pedagógico da Escola;

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VI - propor à Direção medidas que visem aprimorar a funcionalidade da Escola e a
execução do Projeto Político Pedagógico;

VII - ter acompanhamento da Coordenação Pedagógica para que possa receber


orientação em relação ao trabalho;

VIII - ser tratado com civilidade e respeito pelos/pelas alunos/alunas, colegas,


funcionários demais pessoas;

IX - dispor de materiais e equipamentos necessários ao bom andamento do seu


trabalho;

X - participar dos eventos promovidos pela Escola.

XI - propor ações que tenham por finalidade o aprimoramento dos procedimentos da


avaliação, do processo ensino e aprendizagem, da administração, da disciplina e da relação de
trabalho na unidade de ensino;

XII - votar e/ou ser votado/votada como representante no conselho escolar e


associações afins;

XIII - participar do processo de formação continuada oferecida pela Secretaria


Municipal de Educação, tendo em vista, o constante aperfeiçoamento profissional;

Art. 160 São deveres do Corpo Docente:

I - observar os preceitos éticos do Magistério, constantes do Art. 3º desta Lei nº


036/2004;

II - preservar os princípios de autoridade, de responsabilidade e as relações funcionais;

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III - apresentar assiduidade e pontualidade;

IV - ministrar os dias letivos e horas/aula estabelecidos pela legislação vigente e


participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento e à avaliação do
desenvolvimento profissional;

V - Participar e colaborar na implementação do Projeto político-pedagógico da


unidade de ensino;

VI - Organizar e promover as atividades educativas, culturais, recreativas, cívicas e de


lazer, de forma individual e coletiva, visando o desenvolvimento cognitivo, psicomotor,
afetivo, psíquico e social;

VII - Implementar metodologias que possibilitem aos/as alunos/alunas o exercício da


escolha, da descoberta, da cooperação e atividades que os conduzam a construção gradativa
dos seus conhecimentos e a autonomia moral e social;

VIII - Planejar atividades que envolvam diversas modalidades de expressão e


comunicação visando criar experiências de aprendizagem que valorizem as manifestações
espontâneas e culturais dos/das alunos/alunas e possibilitem o desenvolvimento da
criatividade e novas formas de reconhecimento para representação do seu mundo;

IX - Manter atualizados os registros nos documentos escolares sob sua


responsabilidade;

X - Elaborar plano de aula, selecionando assunto e determinando a metodologia;

XI - Ministrar aula das matérias de forma integrada e compreensível;

XII - elaborar e aplicar propostas de atividades de acordo com as metodologias usuais


de avaliação;

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XIII - comunicar, com antecedência, eventuais atrasos e faltas para conhecimento e
organização da unidade de ensino;

XIV - Elaborar boletins de controle e relatórios, observando o comportamento e


desempenho do/da aluno/aluna, para manter um registro que permita dar informações e fazer
avaliação do/da aluno/aluna e do processo pedagógico;

XV - zelar pela aprendizagem dos estudantes;

XVI - manter e fazer com que seja mantida a disciplina em sala de aula e nas diversas
dependências escolares;

XVII - colaborar com as atividades de articulação da unidade de ensino com a família


e a comunidade;

XVIII - tratar alunos/alunas, colegas, funcionários e demais pessoas com civilidade e


respeito;

XIX - participar das reuniões pedagógicas, reunião com pais (geral e individual),
reuniões de coordenação e outras que sejam convocadas pela Diretoria ou solicitadas pelos
colegas;

XX - aplicar aos/as alunos/alunas as advertências que lhe competem, de acordo com as


disposições contidas neste Regimento Escolar;

XXI - elaborar exercícios domiciliares para os/as educandos/educandas


impossibilitados de frequentar a unidade de ensino, amparados por legislação;

XXII - comparecer às reuniões do conselho escolar, quando membro representante do


seu segmento;

XXIII - cumprir as disposições deste Regimento Escolar e,

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XXIV - Exercer outras atividades correlatas.

Art. 161- É vedado ao/a Docente:

I - o descumprimento dos deveres enumerados no artigo anterior;

II- a ação ou omissão que resulte em prejuízo físico, moral ou intelectual ao estudante;

III - tomar decisões individuais que venham a prejudicar o processo pedagógico e o


andamento geral da unidade de ensino;

IV- discriminar, usar de violência simbólica, agredir fisicamente e/ou verbalmente


qualquer membro da comunidade escolar;

V- ocupar-se, durante o período de trabalho, de atividades não vinculadas à sua função;


VI- transferir a outra pessoa o desempenho do encargo que lhe foi confiado;

VII- divulgar assuntos que envolvam direta ou indiretamente o nome da unidade de


ensino, por qualquer meio de publicidade, sem prévia autorização do conselho escolar
ou do/da diretor/diretora e,

VIII- ato que resulte em exemplo não educativo para o/a estudante

Parágrafo único. Em caso de desobediência dos deveres e vedações previstos neste


Regimento, bem como na legislação vigente, deve a direção da unidade escolar seguir os
procedimentos para apuração disciplinar e de responsabilidades previstos na Lei do
Servidor, Estatuto do Magistério Público, e informar ao Conselho Escolar e a Secretaria de
Educação caso se faça necessário.

CAPÍTULO IV

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