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Introdução

De acordo Christofoletti, (1993) com o clima influencia diretamente na dinâmica do meio


ambiente e é dependente das condições de cobertura vegetal.

O principal componente do clima que é a precipitação tem tido variações, interanuais, sazonais e
também regionais. Segundo o documento da SARDC, em termos climáticos, os padrões de
precipitação e temperatura do rio Zambeze apresentam 3 estações distintas: uma estação seca e
fresca (Abril a Agosto), uma estação quente e húmida (Setembro a Outubro) e estação temperada
e húmida (Novembro a Março).

A precipitação é factor dominante da dinâmica da vegetação segundo Barbosa, (2016), e os


estudos feitos por Beilfuss & Moore, (2001) dão conta que o delta do Zambeze é rica e possui
variedades de espécie no que concerne a vegetação, como o caso de matagal de acácias, savana
de palmeirais e um extenso manguezal.

Estudos de Barbosa et al, (2011) a partir de observações através de satélite das características da
vegetação e da precipitação, foi possível estabelecer relação de interdependência entre o índice
pluviométrico e o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI do inglês Normalized
Difference Vegetation Index).

O NDVI é utilizado principalmente em estudos ambientais e permitem analises, em escalas


diversificadas sobre a cobertura vegetal de determinadas regiões.
O NDVI foi proposto por Rouse, (1974), e segundo Bannari et al., (1995) trata-se de um índice
sensível à presença de vegetação verde, pois tem a finalidade de destacar a vegetação que ocorre
uma determinada área, realçando os alvos de interesse que é a vegetação.

Os valores de NDVI podem variar entre -1 e 1, e são positivos quando alvos são solos
descobertos, rochas e vegetação. Solos descobertos e as rochas refletem o vermelho e o
infravermelho próximo quase na mesma intensidade, o que faz com que o seu NDVI aproxime-
se de zero. Os maiores valores de NDVI devem-se a maiores densidades de vegetação. Os alvos
que refletem com mais intensidade no vermelho comparando com o infravermelho próximo
(nuvens, corpos de águas ou neve) apresentam NDVI negativo (Cordeiro et al., 2017).
O NDVI basea-se na grande diferença entre a reflectância nas plantas das regiões do espectro
eletromagnético pertencentes ao vermelho e ao infravermelho próximo. A reflectância do
vermelho decresce com o aumento da absorção de clorofila pela planta; por outro lado, a
reflectância no infravermelho próximo aumenta com o aumento da biomassa verde. Assim, o
NDVI é sensível à presença, densidade e condição da cobertura vegetal (COPPOLA et al., 2009).
Para a vegetação, de forma geral, valores altos do NDVI indicam saúde e densidade, enquanto
valores baixos caracterizam uma vegetação estressada e esparsa.
No estudo feito por Lima et al., (2016), constatou-se que o NDVI e a precipitação possuem uma
intima relação, baseando-se em analises estatísticas, onde verificou-se que as variações de NDVI
são altamente influenciadas pelas anomalias de precipitação na região de São João Del-Rei.

Segundo Gonçalves (2008) em seu estudo verificou que os valores de NDVI e precipitação
responderam de maneira semelhante, ou seja, quando houve aumento da precipitação o mesmo
ocorreu com o NDVI, principalmente nos meses de outubro a março que corresponde ao período
chuvoso e ao crescimento vegetativo da cana-de-açúcar na área de estudo. Nos anos com os
menores registros de precipitação,o NDVI apresentou o valores mínimos.

Dos estudos feitos nota-se que a precipitação e o NDVI possuem padrões semelhantes, pois à
medida que uma das variáveis aumenta, consequentemente haverá aumento da outra (Barbosa,
2011).
Deste modo, Delta do Zambeze sendo uma região que alberga uma vasta vegetação é possível
estabelecer-se uma relação de interdependência entre a precipitação e o NDVI, e dessa forma
compreender a dinâmica da vegetação
Referências bibliográficas

Bannari, A., Morin, D., Bonn, F., HUETE, A. R., A review of vegetation indices, Remote
Sensing Reviews 1995

Barbosa, H.A et al. Analysis of the NDVI temporal dynamics in semi-arid ecosystems:
Brazilian Caatinga na African Western Sahel. In: Simpósio Brasileiro de Sensoriamento
Remoto – SBSR, 15, 2011, Curitiba.

Barbosa, H.A et al. Influence of rainfall variability on the vegetation dynamics over
Northeastern Brazil. Jornal of Arid Environments, v.124, p. 377-387, Janeiro 2016.
Disponível em:<http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0140196315300392.

Beilfuss, Richard. Moore, Dom. PATTERNS OF VEGETATION CHANGE IN THE


ZAMBEZI DELTA, MOZAMBIQUE. Working paper, 2001.
Christofoletti, A. Implicações climáticas relacionadas com as mudanças climáticas globais.
Boletim de Geografia Teorética. Rio Claro, 1993.

Cordeiro, Ana Paula Assumpção et al. REGIÕES HOMOGÊNEAS DE VEGETAÇÃO


UTILIZANDO A VARIABILIDADE DO NDVI. Santa Maria.2016
Freire, N. C.F, Pacheco, A. P. Aspectos da detecção de áreas de risco à desertificação na
região de Xingó. XII. In: Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. Anais, Goiânia, Brasil,
abril 2005, INPE.

Gonçalves, R. R. V. Relação entre a resposta espectral da cana-de-açúcar, registrada nas


imagens dos satélites AVHRR/NOAA, em São Paulo. Dissertação (Mestrado em Engenharia
Agrícola) - Faculdade de Engenharia Agrícola, Universidade Estadual de Campinas, Campinas,
2008.
Lima, E.R., Costa, J.C., Pereira Gabriel. INFLUÊNCIA DA VARIABILIDADE DA
PRECIPITAÇÃO NA RESPOSTA DA VEGETAÇÃO EM SÃO JOÃO DEL-REI. Anais da
4ª Jornada Científica da Geografia UNIFAL-MG 30 de maio a 02 de junho de 2016.

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