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INTRODUÇÃO

A família passa por transformações, pois tem que se adequar às mudanças que
ocorrem na sociedade. Suas decisões são relativizadas, uma vez que se movimenta com a
família e com os direitos da filiação, que merecem sempre ampla protecção do Estado.

Depois de tantas mudanças no direito de família pode-se dizer que a família hoje não
é marcada pelo domínio de posse, mas pelos laços afectivos de amor, de ideal de felicidade,
de carinho, de desvelo e de comunhão. Pais não são somente os genitores (pai e mãe), mas
protector, amigo e companheiro.

O estudo do envolvimento parental na escolaridade dos filhos é de forte importância


na medida em que, na sociedade actual, vivemos cada vez mais no individualismo, e num
mundo em que as relações familiares são cada vez mais postas de parte. As relações que os
familiares e, em particular que os pais, desenvolvem com as crianças/jovens é crucial para o
seu desenvolvimento e, quando essas relações se desenvolvem em contexto escolar ainda se
tornam mais importantes uma vez que trazem benefícios para as crianças tanto ao nível do
seu desenvolvimento intelectual como em relação ao seu desenvolvimento social

O lugar do pai, entre seis e doze meses, não é tão destacado como acontece com a
figura materna, no entanto, o contacto corporal entre o bebé e o pai, no quotidiano, é
referência na organização psíquica da criança, devido à sua função estruturante para o
desenvolvimento do ego, DIAS (2008).

No segundo ano de vida, já existe a imagem de pai e de mãe, e a figura paterna fica
mais acentuada e tem a função de apoiar o desenvolvimento social da criança, auxiliando-a
nas dificuldades peculiares a este período e no desprendimento necessário da criança aos
costumes da situação familiar, mantidos pela mãe PEREIRA (2006).

O presente trabalho investiga o envolvimento paterno e sua repercussão nas


competências socio-emocionais das pessoas. As consequências da ausência paterna não
registam-se só nas crianças ou adolescente, embora, o foco do estudo são os adolescentes e
as crianças. Mas, de frisar, que muitos adultos desenvolvem certos comportamentos devido à
ausência paterna.

O envolvimento parental é fortemente influenciado por variáveis inerentes a estes


ambientes, tal como pela qualidade do ambiente da escola, pela estrutura escolar e as

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práticas de gestão da mesma, na medida em que potenciam sentimentos positivos/negativos
associados à presença dos pais na escola, maximizam a informação recebida pelas famílias
relativamente ao percurso do seu educando, assim como desenvolve relações de respeito e
entreajuda entre as duas entidades.

Quanto a estrutura do trabalho, está composto por cinco capítulos. O capítulo I do


presente trabalho, debruça-se sobre o problema de estudo. Capítulo I apresenta tópicos
como: formulação do problema, importância do estudo, objectivos (geral e específicos),
hipóteses, limitação e delimitação. Em resumo, o capítulo patenteia um problema
relacionamento ao marketing de relacionamento como estratégia de fidelizar clientes.

O capítulo II tem como objecto principal de estudo, mostrar os principais conceitos


teóricos necessários ao desenvolvimento do trabalho, suporte teórico, análise e reflexões,
sobre os dados e/ou informações colectadas.

No capítulo III o foco do trabalho é metodologia. Foram as etapas a seguir para


conclusão do presente estudo.

O método escolhido para realização dessa pesquisa foi qualitativo e quantitativo por
meio da aplicação do questionário sobre o estudo de caso.

O capítulo IV é sobre análise e interpretação dos resultados. Neste capítulo é


apresentado o perfil da amostra de 20 crianças Instituições escolares no Município de
Luanda, Distrito Urbano do Rangel.

O capítulo V apresenta a conclusões e recomendações. Finalmente o trabalho expõe a


as referências bibliografias, bibliografia e anexos.

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CAPÍTULO I: PROBLEMA

1.1. Formulação do problema

O tema família vem sendo bastante estudado, as ideias que a maioria das pessoas têm
sobre o que seja uma família variam, no decorrer do tempo, de acordo com o contexto a que
pertencem. Acredito que a organização familiar esteja directamente ligada ao grau de
aproveitamento escolar dos filhos.

Há muito tempo pesquisadores do comportamento humano têm considerado a


negligência como factor de risco para o desenvolvimento da criança e do adolescente
BAHENA (2006).

A negligência foi definida por BARROS (2002) como a prática parental que remete à
ausência de supervisão e interesse dos pais em relação à vida de seu filho. Nesses casos, os
pais agem como espectadores e não participantes da educação, sendo que essa situação pode
se caracterizar por falta de atenção, descaso, omissão e até mesmo falta de amor.

Pereira (2007, p. 49) “afirma que pesquisa nos Estados Unidos revelou que a grande
maioria dos problemas sociais da América estavam relacionados à ausência da figura paterna
na vida de sujeitos com problemas com a lei. Os números revelaram ainda que esses lares
sem a presença do pai aumentam em quatro vezes o risco de a criança viver na pobreza”.

Crianças que os pais são presente, apresentam níveis mais elevados de alto controlo,
duas vezes mais riscos de mortalidade infantil. Essas crianças são mais propensas a serem
bons cidadãos. Tem sete vezes mais probabilidade de estudar na adolescência e maior
oportunidade de sofrer maus tratos e negligência. Crianças que sofrem com a falta de
envolvimento do paterno são mais propensas ao uso e abuso de álcool, drogas, e ao
abandono dos estudos, VENOSA, (2006).

O problema não está tanto na ausência física de um pai, mas na presença de um pai
disfuncional. “Não se trata apenas de crianças ou adolescentes que estejam por aí sem um
pai para terem como parâmetro. Existe, sim, um pai que está presente, mas actuar
negativamente na construção de um ser problemático, com condutas desviantes”
PERLINGIERI (2002).

Desta análise, surge então o seguinte questionamento: Qual o impacto do


envolvimento paterno e sua repercussão nas competências sócio-emocionais das crianças?

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1.2. Formulação das hipóteses

Gil (1991) define “hipótese como a tentativa de apresentar uma solução para um
problema”. Com efeito, hipótese é uma solução provisória que um projecto de estudo
apresenta de forma empírica para responder o problema que se levantou, isto é, que ainda
não foi testada. Portanto, hipótese é o que o pesquisador imagina e espera que aconteça.

Em relação a questão levantada, formula-se as seguintes hipóteses:

H1. O envolvimento do pai pode ser um dos factores que interfere nas competências
sócio emocionais da criança;

H2. O envolvimento do Pai é um dos factores que compromete o rendimento escolar


da criança;

H2. O envolvimento paternal pode interferir no comportamento da criança quando


adulta.

1.3. Importância do estudo

Este tema desperta especial interesse nos dias de hoje, devido à modificação da
estrutura familiar actual, em que se observa a crescente ausência do pai. As principais teorias
do desenvolvimento se baseiam no modelo de família convencional, e, possivelmente, as
novas configurações familiares repercutem nas relações interpessoais e intrapsíquicas,
tornando este tema relevante.

No entanto é preciso destacar que a ausência paterna em Angola também já é bem


patente, devendo os pais ausentes encontrar formas de aproximação dos filhos a fim de sanar
certas situações, principalmente no que concerne as competências sócio emocionais da
criança.

O outro motivo que norteia o trabalho, é que existem poucos estudos científicos a
nível nacional que abordam sobre o tema do presente trabalho, sendo inquestionável a
importância no campo científico nacional, pois ajudará futuros pesquisadores e estudantes
que queiram saber ou produzir artigos científicos com a mesma natureza.

Para nós é uma mais valia abordar um tema pouco comum, tornando a pesquisa
desafiante contribuindo de forma significativa para o percurso académico e profissional,

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além de ser um contributo para o saber científico nacional, para toda a sociedade e
organizações.

Para o profissional da área e para os pais em geral, é sempre pertinente o tema que
proporciona mais conhecimento para sua actividade laboral. As empresas buscam
profissionais que produzem para o rendimento das mesmas, o conhecimento é uma das
maneiras de um profissional contribuir para o crescimento da organização.

1.4. Objectivos

“Indicam o que pretende-se conhecer, medir ou provar no decorrer da pesquisa, as


metas que se desejam alcançar” (Marconi & Lakatos, 2010, p.152).

1.4.1. Objectivo geral

Analisar os impactos do envolvimento paternal e sua repercussão nas competências


sócio-emocionais das crianças.

1.4.2. Objectivos específicos

1- Mostrar os benefícios do envolvimento paternal nas relações sócio-


emocionais das crianças;

2- Verificar como o envolvimento paternal afecta no aprendizado das crianças.

3- Saber quais são os impactos psicológicos que o envolvimento paternal pode


trazer nas crianças.

1.4.3. Delimitação do Estudo

Por ser um tema bastante abrangente o nosso estudo sobre o envolvimento paterno
será realizado numa das Instituições escolares na Província de Luanda, Município de
Luanda, Distrito Urbano do Rangel. A escola tem 15 salas, 40 professores e 250 alunos.

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CAPÍTULO II- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. DEFINIÇÃO DOS TERMOS E CONCEITOS

Este ponto visa conceituar os principais termos e conceito que norteiam o trabalho. É
de suma importância elucidar os leitores acerca dos mesmos, pois, sem a compreensão
destes termos torna-se difícil a interpretação do projecto.

2.1.1. Definição dos Termos e Conceitos

Família

Desse modo, importa considerar a família em um conceito amplo, como parentesco,


ou seja, o conjunto de pessoas unidas por um vínculo jurídico de natureza familiar, porém
esse conjunto não recebe tratamento pacífico e uniforme. A ordem jurídica enfoca-a em
razão de seus membros, ou de suas relações recíprocas, PEREIRA (2006).

Actualmente, de acordo com PERLINGIERI (2002) família é: “Formação social,


lugar-comunidade tendente à formação e ao desenvolvimento da personalidade de seus
participantes; de maneira que exprime uma função instrumental para a melhor realização dos
interesses afectivos e existenciais de seus componentes.”

Portanto, a família é formada, tanto de afecto, quanto de laços sanguíneos, já que a


mesma sofreu mudanças impostas pela necessidade, pela época, pelos costumes e pelo
próprio direito.

Envolvimento Parental

Segundo Correia (1999) é importante consciencializar os profissionais de educação,


particularmente os professores, da importância que o contributo dos pais pode ter na
educação dos alunos.

“A nossa experiência diz-nos que a relação pais-professores ainda não é a melhor


dado que, por um lado, estão os pais com as suas frustrações e a responsabilidade
acrescida de educar um filho com NEE e, por outro lado, está o professor, quantas
vezes sem formação nesta área, com a responsabilidade de alargar os seus
horizontes no sentido de poder vir a atender com eficácia a criança com NEE.”
(Correia, 1999, p.45)

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Segundo Nielsen (1999), na maioria das vezes, os professores sentem muitas
dificuldades em orientar os pais, enquanto estes recusam aceitar que o seu filho tem NEE.
Deste modo, é essencial que os profissionais (educadores, professores) sejam sensibilizados
para os problemas dos pais de forma ajudá-los a estabelecer para os seus filhos objectivos
académicos e sociais plausíveis.

Competências

“Competência pode ser definida como um saber – agir, isto é, um saber integrar,
mobilizar e transferir um conjunto de recursos (conhecimentos, saberes, aptidões, raciocínio
em um contexto para encarar os diferentes problemas encontrados ou para realizar uma
tarefa” (BOTERF, 2003, p. 34).

Competência é uma característica pessoal, relacionada com uma actuação superior na


realização de uma tarefa ou de uma determinada situação” ou ainda a “competência é uma
capacidade, porque se refere a aquilo que uma pessoa é capaz de fazer, não ao que faz
sempre em qualquer situação, BRANCO (2005),

Na concepção de BITENCOURT (1999) competência é uma capacidade de agir


eficazmente em um determinado tipo de situação, apoiada em conhecimento, mas sem
limitar-se a ele. Tendo em conta essa ideia, para enfrentar e resolver uma situação -
problema são necessários diversos recursos entre os quais estão os conhecimentos como
representações da realidade que armazenamos através da nossa experiência e da nossa
formação.

2.2. Origem e evolução da família

A ideia de família é um tanto quanto complexa, uma vez que variável no tempo e no
espaço. O modelo familiar sempre sofreu marcada influência do poder político, económico,
religioso e social da época e localidade nas quais estava inserido (GAMA, 2007, p.15). Em
outras palavras, cada povo tem sua ideia de família, dependendo do momento histórico
vivenciado. Vejamos o breve histórico da evolução da família.

Primitivamente, o homem encontrava-se totalmente subordinado a natureza. Não


havia um relacionamento afectivo entre um homem e uma mulher, o objectivo único era a
sobrevivência.

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Acerca das teorias sobre a configuração da entidade familiar na época primitiva, duas
delas são as mais predominantes: a teoria matriarcal e a teoria patriarcal, conforme salienta
WELTER (2003; p.33):

 Duas teorias são invocadas: a primeira, a matriarcal, asseverando que a família é


originária de um estágio inicial de promiscuidade sexual, em que todas as mulheres e
homens pertenciam uns aos outros; a segunda, a teoria patriarcal, que nega essa
promiscuidade sexual, aduzindo que o pai sempre foi o centro organizacional da
família;
 Nos relacionamentos não se vislumbravam sentimentos profundos, as relações
sexuais e a futura procriação eram actos meramente intuitivos, além de que o homem
pertencia a várias mulheres assim como a mulher pertencia a vários homens,
consequências da natureza humana da época;
 Depreende-se da teoria matriarcal que era um estágio após a promiscuidade sexual,
onde a mulher era o centro da sociedade tribal, até porque, muitas vezes a
paternidade do filho por ela gerado, era desconhecida em razão daquela
promiscuidade sexual.

Importa ressaltar aqui sobre a estrutura familiar a partir de Roma, já que o Direito
brasileiro tem sua origem no sistema jurídico romano. Cumpre demonstrar que no direito
romano a família era fundada na autoridade de um chefe, família patriarcal, e este era
soberano. O chefe do lar possuía o pater família, quer dizer que este representava todo o
poder, exercendo sobre os filhos o direito de vida e de morte, podendo realizar neles
qualquer ato, como vendê-los, maltratá-los e até mesmo tirar-lhes a vida, sendo assim, os
filhos eram para sempre incapazes, até mesmo os bens que adquirissem pertenciam ao pater
famílias, DIAS, (2008).

Afirma PEREIRA (2006) que o pater exercia sobre os filhos direito de vida e de
morte (ius vitae ac necis), podia impor-lhes pena corporal, vendê-los, tirar-lhes a vida. A
mulher vivia in loco filiae, totalmente subordinada à autoridade marital (in manu mariti),
nunca adquirindo autonomia, pois passava da condição de filha para a de esposa, sem
alteração na sua capacidade; não tinha direitos próprios [...]. "Podia ser repudiada por ato do
marido”.

A mulher jamais iria elevar-se à posição de pater família, estando sempre


subordinada à autoridade do marido e ao que ele assim ordenasse, podendo o marido
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desprezá-la a qualquer momento, era um relacionamento de total submissão por parte da
mulher, que desempenhava apenas um papel de mãe e de esposa, ou melhor, de escrava de
seus próprios sentimentos, LOBO (2006).

A família tinha uma formação extensiva, verdadeira comunidade rural, que formava
uma unidade de produção integrada por parentes, que era sua força de trabalho, o que levava
ao amplo incentivo à procriação. O crescimento da família ensejava melhores condições de
sobrevivência a todos, (PEREIRA 2006, p, 42)

Já na Idade Média, as relações familiares tiveram grande influência do Cristianismo,


mais especificamente da Igreja Católica. A Igreja Católica passou a tratar de alguns temas
com o estabelecimento de normas, denominados cânones (GAMA, 2007, p.18). A família
foi fundamentada no casamento religioso, que passou a não ser um acordo de vontades, mas
também um sacramento. Com relação aos efeitos patrimoniais decorrentes do casamento, o
direito canónico instituiu a comunhão de bens, dando à esposa direitos sobre parte do
património do marido, porém, deve-se ressaltar que a família ainda continua sendo regida
pelo seu chefe (figura do homem), só que com poderes mais restritos e menos autoritários.

Com a Revolução Industrial, esse quadro familiar patriarcal não prosperou, pois
havia necessidade de aumento de mão-de-obra, principalmente nas actividades terciárias, o
que levou a mulher ingressar no mercado de trabalho, deixando o homem de ser a única
fonte de renda da família. Acabou a prevalência do carácter produtivo da família, que
migrou para as cidades e passou a conviver em espaços menores. Isso levou a aproximação
dos seus membros, sendo mais prestigiado o vínculo afectivo que envolve seus integrantes.

“O afecto de que se trata não pode ser confundido com a noção da afecção, presente
já no modelo romano. Este, no modelo patriarcal, era presumido e condicionado à existência
de uma situação juridicamente reconhecida: o casamento, que trazia consigo a afecção,
justificando a necessidade de continuidade da relação”, (LOBO, 2006, p. 33).

As uniões sem casamento foram gradativamente aceitas pela sociedade, ao passo que
novas famílias estruturaram-se independentemente das núpcias, conduzidas por um único
membro, o pai ou a mãe (família monoparental). Diante disso e das demais transformações
sociais, o modelo legal codificado tornou-se insuficiente, cada vez mais distante da
pluralidade social existente, (ibidem).

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Deu-se, então, a passagem do modelo patriarcal a outro em que são dominantes as
relações de solidariedade e cooperação. A perda da característica de unidade de produção,
por conta da fase industrial, pôs fim ao papel económico da família. Sua rígida concepção
deu lugar à sensibilidade. A família moderna, em oposição àquela, valoriza um elemento
abstracto, que até então estava à sombra: o sentimento DIAS (2008).

Com o passar do tempo, as relações familiares afirmam, com unanimidade, os


valores afectivos que a família unida consegue trazer para a sociedade, o bem estar de cada
indivíduo integrante desta. Desde a apreciação mútua cultivada pelos seus membros até a
capacidade de resolverem juntos os conflitos através de uma comunicação, sem tabus e sem
rancores, que impera em prol da família saudável, onde emana carinho, respeito e
afectividade (GAMA, 2007, p. 48).

“A família moderna valoriza o sentimento. Este, por sua vez, traduz a noção de
afecto, elemento propulsor da actual relação familiar. Sendo o afecto um substantivo
abstracto, pode ser trazido para o mundo concreto através da demonstração do desejo de
estar junto a outrem, constituindo, pois, o alicerce de uma família”. (PEREIRA 2006, p, 48)

Ainda há que salientar, que em nosso direito actual não apenas é reconhecido o
casamento e a união estável, como fato constitutivo de uma entidade familiar, mas também
outros modelos de família.

2.3. A Paternidade

O papel de pai pode não ser uma das tarefas mais fáceis, no entanto, muito mais
relevante do que reconhecê-la, é se conscientizar que será com base no desempenho desse
papel que surgirá ou não, ao novo ser, a oportunidade de uma vida digna, não só enquanto
filho, mas também e principalmente enquanto ser humano, CIANCI (2003).

“O pai, no desempenho de sua figura paterna, coloca em concorrência outros


interesses e ocupações, sendo por estes absorvidos de tal forma que se afasta do filho,
ignorando que este não tem apenas o direito, mas também a necessidade de ter um pai”
(COMEL, 2001, p. 40).

O afastamento do pai conduz a situações desastrosas, as quais só podem ser evitadas


se os pais assumirem sua função, de forma a garantir que na formação da personalidade de

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seus filhos estejam compreendidas tarefas que permitam assegurar a estes, de forma plena, a
educação intelectual, física, moral, cívica e, também, religiosa, NICK, (1999).

A paternidade deve ser exercida de maneira a contribuir para a felicidade do filho.


Esse reconhecimento implica numa relação pautada no afecto paterno-filial, que embora não
encontre o fundamento em uma norma expressa, dispõe de argumentos decorrentes do
próprio exercício do poder familiar, MARQUES (1999).

“O conceito de paternidade em sua evolução histórica tem passado por diversas


mudanças, registradas em virtude das modificações económicas, sociais e culturais
vivenciadas pela família ao longo do tempo”, NOGUEIRA, (2001)

Discorrendo em breve apanhado, nos séculos VXII e XVIII cabia à figura paterna a
manutenção das necessidades materiais e a prestação da assistência educacional, moral e
religiosa aos filhos. Nesse período os pais mantinham um contacto frequente com a família,
posto que desempenhavam seu trabalho em zonas rurais, próximo às suas residências.

No entanto, a partir do século XIX, devido a ocorrência da industrialização e da


urbanização, os pais passaram a trabalhar em indústrias, submetendo-se a uma carga horária
excessiva, reduzindo dessa maneira o convívio com sua família, gerando consequentemente
maior responsabilidade às mães nos cuidados com os filhos.

Pesquisas revelavam que nos anos de 1950 e 1960, o pai possuía uma participação
muito restrita no desenvolvimento da criança. Por volta de 1960 e 1976, demonstravam que
o papel do pai era de brincar com seus filhos, incluindo ainda a “promoção do
desenvolvimento social das meninas e a formação de identidade sexual dos meninos”
(PEREIRA 2006).

“A partir da revolução feminista ocorrida em 1970, um grande número de mulheres


passaram a exercer actividades remuneradas, e por conseguinte começaram a contribuir no
pagamento de despesas da família” NICK (1999, p. 9).

Essa ajuda económica contribuiu para a transformação do papel atribuído aos pais.
Dessa forma, até a década de 1970, o homem ocupava na estrutura familiar a posição de
maior status no grupo familiar, situação que foi modificada com o crescente poder das
mulheres que passaram a exigir para si as mesmas prerrogativas reservadas aos homens,
deixando assim de assumir a totalidade da responsabilidade em relação aos filhos, (Ibidem).

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“Os homens e mulheres passaram a ser provedores de seus lares, surgindo por
conseguinte a necessidade de ambos conciliarem os cuidados com os filhos e promoverem a
reformulação de suas funções”, MARQUES (1999, p. 25).

Surge daí uma nova concepção da paternidade, que traz como característica uma
valorização da presença do pai na vida do filho, incorporando valores distintos dos das
gerações anteriores. De acordo com esse direccionamento, cumpre destacar a importância do
afecto paternal na vida do filho.

2.4 Da Importância do Afecto Paternal na Vida do Filho

A função paterna sempre esteve vinculada a ideia de sustento, de autoridade sobre os


demais componentes da família, situação que perdurou até o reconhecimento da igualdade
entre homens e mulheres. Mas, apesar dessa igualdade é a figura que ainda traduz a sensação
de segurança, protecção, e acolhimento. Na identificação de tais elementos se tem presente a
afectividade, consagrada indispensável para o desenvolvimento saudável dos filhos, desde o
início de sua existência, SACCHETTO (2007).

Ao assumir a paternidade o pai deve se responsabilizar pela vida do filho


desempenhando seu papel de maneira a transmitir toda a segurança que o filho requer. Nesse
ponto, Pereira, (2006) apud Alves (2002, p.37) destaca:

É fácil pensar na imagem de um pai conduzindo seu filho à escola, segurando-o


pela mão. O filho, confiante, irradia segurança ao ser conduzido seguramente pelo
pai, certo de que nada de mau lhe poderá acontecer. Fundem-se nessa imagem e
segurança, a direcção e o acompanhamento do pai, para o filho que o observa no
dia-a-dia, referência e exemplo.

Em síntese, importa destacar que o afecto paternal é o maior bem que um filho pode
receber de seu pai, o qual se traduz em compreensão, carinho, respeito, capaz de propiciar ao
filho o direito de conhecer, conviver, amar e ser amado, de ser cuidado, alimentado, e de
aprender no colo do pai, lições de vida, sob as quais poderá alicerçar o seu futuro.

Pelos argumentos dos autores, é possível perceber, que o afecto, assim praticado pelo
pai é capaz de contribuir para o desenvolvimento do ser humano, o respeitando em sua
dignidade. Várias podem ser as demonstrações do afecto paternal, que na maioria das vezes
podem estar representadas por pequenos gestos, mas de significativa importância.

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Em apropriada síntese, BOEIRA, (1999, p.16) declara que a questão do afecto é
compreendida em muitas vezes através de letras anónimas que tratam do tema, assinalando
em sua transcrição o texto simploriamente denominado Nó de Afecto:

Em uma reunião de pais numa escola da periferia, a directora ressaltava o apoio que
os pais devem dar aos filhos. Pedia-lhes, também, que se fizessem presentes o
máximo de tempo possível. Ela entendia que, embora a maioria dos pais e mães
daquela comunidade trabalhasse fora, deveria achar um tempinho para se dedicar e
entender as crianças. Mas a directora ficou muito surpresa quando um pai se
levantou e explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o
filho, nem de vê-lo durante a semana. Quando ele saía para trabalhar era muito
cedo e o filho ainda estava dormindo. Quando voltava do serviço era muito tarde e
o garoto não estava mais acordado. Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim
para prover o sustento da família. Mas ele contou, também, que isso o deixava
angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava se redimir indo beijá-lo
todas as noites quando chegava em casa. E, para que o filho soubesse da sua
presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria. Isso acontecia
religiosamente todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o
nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio
de comunicação entre eles. A directora ficou emocionada com aquela singela
história. E ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos
melhores alunos da escola. O fato nos faz reflectir sobre as muitas maneiras das
pessoas se fazerem presentes, de se comunicarem com os outros. Aquele pai
encontrou a sua, que era simples, mas eficiente. E o mais importante é que o filho
percebia através do nó afectivo, o que o pai estava lhe dizendo. Por vezes, nos
importamos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos o principal, que é a
comunicação através do sentimento. Simples gestos como um beijo e um nó na
ponta do lençol, valiam, para aquele filho, muito mais que presentes ou desculpas
vazias. É válido que nos preocupemos com as pessoas, mas é importante que elas
saibam que elas sintam isso. Para que haja a comunicação é preciso que as pessoas
"ouçam" a linguagem do nosso coração, pois, em matéria de afecto, os sentimentos
sempre falam mais alto que as palavras. É por essa razão que um beijo, revestido
do mais puro afecto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o medo do escuro.
As pessoas podem não entender o significado de muitas palavras, mas sabem
registrar um gesto de amor. Mesmo que esse gesto seja apenas um nó. Um nó
cheio de afecto e carinho.

Com efeito, cumpre ressaltar que o afecto paternal tem fundamental importância nas
relações familiares, posto que conforme já dito, com a nova ordem constitucional o
legislador consagrou a família como base da sociedade.

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“A figura paterna ao desempenhar o seu papel tendo como alicerce o princípio da
afectividade no seu relacionamento paterno – filial, estará contribuindo para que se tenha
uma sociedade fortalecida” (COMEL, 2001, p. 18).

Tal conclusão advém do fato de que o homem ao nascer tem seu primeiro contacto
com a família, na qual irá desenvolver a sua vida, a sua auto estima, ocasiões em que será
imprescindível a demonstração pelos seus pais de quanto é amada e querida, (ibedem).

No iniciar da vida humana o filho descobrirá o seu valor a partir do valor que os
outros lhe atribuírem. Se o pai negar afecto àquele que representa a sua própria continuação,
tratando o como um ser insignificante, isso certamente o fará sentir-se desvalorizado e
desmotivado para a vida. DIAS (2008).

Nessa trilha, cabe salientar a importância do pai no desenvolvimento social dos


filhos, Cia, Williams, Aiello, (2005) apud Feldman e Klein (2003):

Em relação à importância do pai para o desenvolvimento social dos filhos,


Feldman e Klein (2003) estudaram a relação pai/mãe-bebé, no momento em que as
crianças estavam aprendendo a andar [...]. Os objectivos desse estudo foram os de
verificar o grau se segurança que as crianças tinham em ambos os pais ao
apreender a andar, sendo que as informações foram obtidas por meio da
observação de situações entre ambos os pais e a criança. Os resultados mostram
que o pai foi significativamente mais sensível (mais caloroso e disciplinado) na
interacção quando a criança era do sexo feminino e, o pai oferecia maior liberdade
para a criança andar do que a mãe. As crianças mostraram-se mais seguras e
envolvidas mais emocionalmente com o pai do que com a mãe. Esses
pesquisadores concluíram que o pai foi um importante agente.

Destarte, passamos em linhas gerais examinar paternidade sócio-afectivo.

2.5. Paternidade Sócio-afectivo

Muito se avançou no mundo no que a doutrina jurídica especializada denomina


paternidade (e filiação) sócio-afectiva, assim entendida a que se constitui na convivência
familiar, independentemente da origem do filho.

A denominação agrupa duas realidades observáveis: uma, a integração definitiva da


pessoa no grupo social familiar; outra, a relação afectiva tecida no tempo entre quem assume
o papel de pai e quem assume o papel de filho.

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Cada realidade, por si só, permaneceria no mundo dos fatos, sem qualquer relevância
jurídica, mas o fenómeno conjunto provocou a transferência para o mundo do direito, que o
atraiu como categoria própria.

A sócio-afectividade tornou-se então uma das maiores características da família


actual e se assenta nas relações familiares onde o amor é cultivado cotidianamente. A partir
desse contexto é que s funda a família actual e que surge o Princípio Jurídico da
Afectividade, que decorrendo de outros Princípios Constitucionais, como o Princípio da
Dignidade da Pessoa Humana, é considerado princípio implícito, LOBO (2006).

A relação de paternidade não depende mais da exclusiva relação biológica entre pai e
filho. Toda paternidade é necessariamente sócio-afectiva, podendo ter origem biológica ou
não-biológica; em outras palavras, a paternidade sócio-afectiva, é género do qual são
espécies a paternidade biológica e a paternidade não-biológica, DIAS (2008).

Tradicionalmente, a situação comum é a presunção legal de que a criança nascida


biologicamente dos pais que vivem unidos em casamento adquire o statu jurídico de filho.
Paternidade biológica aí seria igual à paternidade sócio-afectiva, PEREIRA (2006).

De acordo com FACHIN (1992):

"Pai é o que cria. Genitor é o que gera. Esses conceitos estiveram reunidos,
enquanto houve primazia da função biológica da família. Afinal, qual a diferença
razoável que deva haver, para fins de atribuição de paternidade, entre o homem
doador de esperma, para inseminação heteróloga, e o homem que mantém uma
relação sexual ocasional e voluntária com uma mulher, da qual resulta concepção?
Tanto em uma como em outra situação, não houve intenção de constituir família.".

É importante ressaltar que o estado de filiação, compreendido como o que se


estabelece entre o filho e o pai, como sendo a qualificação jurídica dessa relação de
parentesco, compreendendo um complexo de direitos e deveres reciprocamente
considerados. O filho é titular do estado de filiação, da mesma forma que o pai é titular do
estado de paternidade em relação a ele. Assim, onde houver paternidade juridicamente
considerada haverá estado de filiação. O estado de filiação é presumido em relação ao pai
registra, FRAGA (2005).

É fruto de um querer, onde o desejo de ser pai se constrói na via do querer ser filho.
Assim, a verdade sócio-afectiva, nem sempre é verdade desde logo, nem sempre se

26
apresenta desde a concepção ou do nascimento, ela se constrói e refina-se no seio da
vivência familiar (FACHIN, 1996).

O ponto visa abordar a paternidade socio-afectiva, ou seja, a valorização dos laços


que criam-se na relação pai e filho, independente de terem o mesmo laço sanguíneo.

2.6. Paternidade Real (ou biológica) e Paternidade Sócio-afectiva,

No que refere-se à paternidade e maternidade, antes de qualquer coisa imperioso


reconhecer que esses dados integram o complexo subjectivos formador da personalidade do
indivíduo razão pela qual revela-se da máxima importância a justa aplicação e interpretação
das normas que disciplinam a matéria.

Importante a distinção entre a paternidade/maternidade biológica, sócio-afectiva e


jurídica para melhor entendimento das diversas correntes doutrinárias e jurisprudenciais que
tratam do assunto.

“A paternidade biológica refere-se ao laço genético que liga a prole aos genitores,
aferível através da exame do Ácido Desoxirribo Nucléico (ADN), a jurídica, é decorrente do
registro civil e a sócio-afectiva, oriunda dos vínculos de afectividade entre as figuras
paterna/materna e o filho”, LOBO (2003, p. 52).

O ideal é a coincidência dessa três vertentes em uma dada situação fática em que os
fornecedores do material genético exerçam o parentesco de forma consciente, afectivamente
envolvidos no seu mister, conscientes de seus deveres de sustento, alimentação, educação,
instrução, apoio à prole (seres humanos em formação física, psicológica, mental e espiritual)
constando no respectivo registro civil como pai e mãe, respectivamente, DIAS (2008).

“Mediante essa linha de raciocínio, verifica-se que o modelo puramente genético


para identificação da paternidade é insuficiente tendo em vista que estes têm componentes
outros que não só uma sequência de bases químicas (genoma humano codificado) ”, FARIA
(2006, p. 30).

Oportuno mencionar o posicionamento de FACHIN segundo o qual:

"As decisões calcadas no critério biologista da paternidade merecem


questionamento. De verdade proibida, a 'voz de sangue' resta reputada o elemento
definidor da relação paterno-filial; paradoxalmente, resultados injustos, similares
àqueles derivados do sistema clássico, serão obtidos, eis que a questão central está

27
no equilíbrio dos critérios de estabelecimento da filiação e não na incontrolada
supremacia de um sobre o outro" in "Da Paternidade - Relação Biológica e
Afectiva", p. 186.

A paternidade envolve a construção de um amor filial, a criação de ambiente


propício para o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual, cultural e social da pessoa
em formação, a educação da prole de forma sadia e em condições de liberdade e dignidade.

2.6.1. Posse de estado de filho

DIAS (2007), afirma que a noção de posse de estado de filho não estabelece-se com
o nascimento, mas num acto de vontade, que se sedimenta no terreno da afectividade,
colocando em xeque tanto a verdade jurídica, quanto à certeza científica no estabelecimento
da filiação.

“O parentesco sócio-afectiva possui elementos que caracterizam a posse do estado de


filho. Embora não haja legislação específica, grande parte dos doutrinadores os identifica: a
tractatio, a nominatio e a reputatio”, (GONÇALVES, 2005, p.291).

Com relação ao trato, conforme se infere do próprio termo, este se configura através
do tratamento que é dispensado na relação paterno-filial, ou seja, dá-se por meio da
convivência. Não é de toda descabida a afirmação de que o elemento trato (tractatus)
representa o “carro chefe” dos elementos constitutivos da posse de estado de filho. Tal
assertiva encontra-se embasada no próprio conceito de filiação, sendo este único o de
natureza sócio-afectiva, desenvolvido na convivência familiar, consolidando-se, portanto, na
afectividade, FACHIN (1992)

Deste modo, o estado de filho encontra-se completamente ligado com a própria


relação vivenciada com o pai, na medida em que este revela os sentimentos que nutre pelo
filho através da preocupação com o seu bem-estar, cuidando de sua saúde, promovendo a
sua educação, e também zelando a todo instante pela boa informação do filho. Portanto, o
elemento tractatus é aquele que se dá no conviver, ou seja, manifesta-se nos atos do dia-a-
dia, no educar, no instruir, no se divertir, no chorar e no sorrir, enfim, o trato representa a
manifestação fática da mais pura e verdadeira prova de filiação: aquela que se constrói e que
se encontra alicerçada na afectividade, GONÇALVES (2005).

28
O segundo significa a utilização pelo filho do patronímico pertencente ao pai, afinal
é razoável que se pretenda que o nome da família seja utilizado pelo indivíduo ou,
erroneamente como afirma alguns, pelo suposto filho. Entretanto, o elemento nome é de
somenos importância, uma vez que a paternidade poderá ser comprovada apenas com os
outros dois elementos. Coaduna-se com referida posição às lições de Pimenta, para quem “o
elemento nome encontra-se materializado sempre que exista entre as partes interessadas o
simples chamamento recíproco de pai e filho”. Corroborando com o mesmo posicionamento
está também BOEIRA (1999), ao afirmar que:

A doutrina reconhece em sua maioria, o fato de o filho nunca ter usado o


patronímico do pai, não enfraquece a posse do estado de filho se concorrerem os
demais elementos – trato fama – a confirmarem a verdadeira paternidade. Na
verdade, esses dois elementos são os que possuem densidade suficiente capaz de
informar e caracterizar a posse de estado."

E, por fim, como terceiro elemento tem-se a fama ou a reputação. Esta nada mais é
que a notoriedade acerca da filiação. Tal notoriedade não permanece circunscrita apenas no
lar em que vivem pais e filhos, devendo transcendê-lo tanto a outros familiares quanto à
sociedade como um todo, (ibidem).

Mister enfatizar que esta clássica trilogia não se trata de algo taxativo ou, recorrendo-
nos a uma terminologia mais técnica, não se constitui em “numerus clausus”, pois, conforme
bem expõe FACHIN (1992):

"Outros fatos podem preencher o seu conteúdo quanto à falta de algum desses
elementos. É inegável, porém, que naquele tríplice elenco há o mérito de descrever
os elementos normais que de modo corrente demonstram a presença da posse de
estado".

Assente-se com clareza, porém, que esses requisitos são meramente exemplificativos
e devem ser analisados com temperança, sem excessiva rigidez, com a atenção de tentar
delinear sem formalismos o exercício fático da paternidade, que é o que importa ao melhor
interesse da criança.

A esse respeito, GOLÇALVES já apontava com boa dose de precisão que "as
pessoas agem diferentemente em relação aos filhos, uns sendo mais emotivos e sentimentais,
e outros mais fechados" (1995 p. 276). Essas diferenças não elidem a natureza da relação,
que é paternal, e por isso não se pode trabalhar com conceitos fechados ou situações pré-

29
modeladas: as vicissitudes do caso concreto ditarão a qualificação da relação fática e sua
legalização enquanto a filiação sócio-afectiva.

É de lembrar-se que se insere na temática da posse de estado a chamada "adopção à


brasileira", consistente no registro de uma criança por aqueles que não são seus pais
biológicos e o consequente estabelecimento de uma relação paterno-filial afectiva (LÔBO,
2003, p. 140).

2.7. Práticas Educativas

A psicologia e as demais áreas de conhecimento que têm no ser humano seu objecto
de estudo têm trabalhado nas últimas décadas para entender os determinantes do surgimento
do comportamento pró-social e anti-social.

Pesquisas têm apontado a grande importância da relação pai-filho e principalmente


para as práticas utilizadas por esses pais na educação de seus filhos, PEREIRA (2006),
DIAS (2008) E GOLÇALVES (1999).

São essas estratégias utilizadas pelos pais com o objectivo de promover a


socialização de seus filhos que recebem o nome de práticas educativas (REPPOLD ET AL.,
2002, APUD PEREIRA, 2006).

As práticas parentais podem desenvolver tanto comportamentos pró- sociais quanto


anti-sociais, dependendo da frequência e intensidade com que o casal parental as utiliza
(Gomide 2003, apud FORMOSINHO, 2003).

E é ao resultado do uso desse conjunto de práticas educativas que a autora denomina


estilo parental. As práticas educativas que podem levar ao desenvolvimento de
comportamentos anti-sociais são chamadas de práticas educativas negativas, sendo seis as
mais encontradas na literatura: negligência, abuso físico e psicológico, disciplina relaxada,
punição inconsistente e monitoria estressante.

“Quanto às práticas educativas positivas, que colaboram para o adequado


desenvolvimento pró-social da criança, destacam-se a monitoria positiva e o comportamento
moral (Gomide, 2003).

30
A monitoria positiva é definida como o conjunto de práticas parentais que envolvem
atenção e conhecimento dos pais acerca do local onde o filho se encontra e das actividades
que são desenvolvidas pelo mesmo (Weber, 2004; Gomide, 2001; Gomide, 2003).

Os estudos de Wright e Cullen (2001) revelam que práticas parentais como a


monitoria positiva, o estabelecimento de regras e o relacionamento estreito entre os
membros da família podem reduzir a possibilidade de engajamento em comportamentos de
risco por parte do adolescente, ou seja, apontam para a efectividade da monitoria positiva na
prevenção de comportamentos anti-sociais, demonstrando haver correlação positiva entre
apego familiar e comportamentos pró-sociais.

Ainda segundo Gomide (2004), são ainda componentes da monitoria positiva as


demonstrações de afecto e carinho dos pais, principalmente as relaciona- das aos momentos
de maior necessidade da criança, quando, por exemplo, eventos aversivos ocorrem com ela.
O apoio e o amor dos pais são a base da monitoria positiva, que, unida ao interesse real pela
criança, cria o ambiente propício para a revelação infantil e afasta a necessidade da
fiscalização estressante por parte dos pais. O comportamento moral foi definido por Gomide
(2001) como sendo o processo de modelagem de papéis na identificação e nas interacções
humanas, no que se refere principalmente a normas e valores transmitidos através do modelo
parental.

Dessa forma, essa prática educativa está ligada aos comportamentos morais
transmitidos aos filhos pelos pais, através de seus próprios comportamentos, diálogos etc.,
referentes a temas como justiça, generosidade, empatia entre outros. Pesquisas apontam para
alguns componentes essenciais para a existência do comportamento moral, sendo eles:

Sentimento de culpa (Hoffmann, 1975; Loos, Ferreira & Vasconcelos, 1999),


vergonha (Araújo, 1999), empatia (Falcone, 2000), acções honestas (Araújo, 1999; Comte-
Sponville, 2000), acções generosas (Araújo,1999; Comte-Sponville, 2000), crenças positivas
sobre o trabalho (Mussen, Conger & Kagan,1974) e a ausência de práticas anti-sociais
(Patterson, Reid & Dishion,1992).

Todos esses componentes vão sendo desenvolvidos através das relações da criança
com o ambiente, onde os pais podem ser os melhores mediadores para favorecer a
discriminação e a aquisição de repertório moral.

31
FORMOSINHO, (2003), salienta a importância de os pais reflectirem junto à criança
sobre seus comportamentos, ensinando-a a se colocar no lugar dos outros e propiciando
situações para que ela repare seus actos no intuito de promover reflexões, desenvolver a
empatia e em consequência o comportamento moral.

Ausência é a acção e o efeito de se ausentar ou de estar ausente, ou seja o tempo


durante o qual alguém se ausenta. A falta ou a privação de algo também se pode considerar
ausência.

Há muito tempo pesquisadores do comportamento humano têm considerado a


negligência como factor de risco para o desenvolvimento da criança e do adolescente
(BOWLBY, 1990; DODGE, PETTIT & BATTES, 1994, APUD, FORMOSINHO, 2003).

Em relação à punição inconsistente, segundo GOMIDE (2001), a falha em se usar


eficazmente a punição, independente do humor do agente punidor, é a principal
característica dessa prática educativa, ou seja, a punição inconsistente caracteriza-se pela
punição dependente do humor dos pais e não em contiguidade ao comportamento da criança;
assim, havendo inconstância nas consequências do comportamento do filho, este não sabe
como agir e aprende mais a discriminar o humor dos pais do que a agir de forma correta.

A permanência do comportamento indesejado também é uma consequência da


punição inconsistente, já que ora é punido, ora não (GOMIDE, 2003). Em oposição à
monitoria positiva, a monitoria negativa se caracteriza pelo excesso de fiscalização da vida
dos filhos e pela grande quantidade de instruções repetitivas, que não são seguidas pelos
filhos. Essa prática educativa causa ambientes familiares estressados e sem diálogo, uma vez
que os filhos podem fazer uso de comportamentos agressivos para proteger dos pais sua
privacidade (GOMIDE, 2003).

A monitoria negativa está intimamente ligada também ao controle psicológico.


Segundo PINHEIRO (2001), o controle psicológico refere-se às tentativas de controlo que
inibem ou interferem no desenvolvimento de independência e auto-direccionamento da
criança pelo fato de manter a dependência emocional dos pais.

Dessa forma, o uso extensivo do controle psicológico comportamental (indução de


culpa, retirada de amor) impediria a emergência da autonomia psicológica, contribuindo
ainda para sentimentos de angústia e inadequação. A disciplina relaxada é caracterizada, por
GOMIDE (2003), pelo não cumprimento de regras estabelecidas.

32
Os pais ameaçam e quando se confrontam com comportamentos opositores e
agressivos dos filhos omitem-se, não fazendo valer as regras Na análise do comportamento é
aceito que a família, como primeiro contexto socializador da criança, estabelece a base para
os padrões comportamentais infantis (GOMIDE, 2001).

As crianças expostas constantemente a práticas educativas de disciplina relaxada


estarão em potencial situação de risco para o desenvolvimento de comportamentos
delinquentes, uma vez que os comportamentos de agressividade e de oposição encontram em
tais práticas campos propícios para o seu desenvolvimento, PINHEIRO (2004).

O abuso físico infantil tem a literatura mais completa em termos de factores de risco
do que qualquer outra forma de violência familiar pesquisada. A punição corporal
diferencia-se do abuso físico uma vez que a primeira se caracteriza pelo uso da força física
para corrigir ou controlar um comportamento, mas sem a intenção de machucar. (GOMIDE,
2001).

O resultado potencial da punição corporal, que resulta das práticas de punição


administradas pelos pais e que ferem a criança. São essas práticas que podem desencadear
comportamentos delinquentes, distúrbios psiquiátricos etc. (SILVARES, 2004, p. 25)

Além dessas possíveis consequências, SILVARES (2004) afirma que crianças que
sofrem abuso físico dos pais têm mais probabilidade de sofrerem problemas de saúde,
problemas de comportamentos e deficits cognitivos e sócio-emocionais.

GOMIDE (2004) salienta que tais práticas podem também gerar crianças apáticas,
medrosas, desinteressadas, já que a criança que é espancada frequentemente pelos pais não
discrimina “o certo do errado” em seu comportamento, ficando sem acção no intuito de
evitar a surra. Esse tipo de comportamento dos pais atinge o ser da criança e não o mau
comportamento.

Diversas pesquisas (PINHEIRO, 2003; WEBER, 2004) procuram demonstrar como


as práticas educativas positivas e negativas podem levar ao desenvolvimento de comporta-
mentos pró-sociais e anti-sociais. Observa-se, de forma geral, que os pais, ao utilizarem com
maior frequência de uma ou outra prática, contribuem para que o repertório da criança se
desenvolva para um ou outro extremo.

33
WEBER (2004) comparou famílias com alto e baixo índice de comportamento moral
no INVENTÁRIO DE ESTILOS PARENTAIS (IEP) (GOMIDE, 2003) e encontrou
correlação positiva entre o comportamento dos pais e dos filhos.

Pinheiro (2003), Sabbag (2003) e Salvo (2003) trabalharam com famílias com alto e
baixo índice de estilo parental no IEP (Gomide, 2003), e constataram que práticas negativas
estavam positivamente correlacionadas ao comportamento anti-social, bem como ao
estresse, ansiedade, agressividade e baixo índice de habilidades sociais, enquanto as práticas
parentais positivas estavam correlacionadas positivamente com comportamentos pró-sociais
e habilidades sociais.

Nesses quatro estudos, observaram-se altas correlações entre as práticas parentais e o


comportamento dos filhos. A fim de ampliar o conhecimento dessas relações, optou-se neste
estudo por trabalhar com dois inventários distintos a fim de observar a possível predição de
problemas de comportamento e competência social através das práticas educativas
levantadas pelo IEP (Gomide, 2003). Assim, o presente artigo tem como objectivo
averiguar, através do método de regressão stepwise, quais práticas educativas do IEP
(Gomide, 2003) são preditoras de quais problemas de comportamento e competência social
descritos pelo Child Behavior Check List (CBCL) (Achenbach, 1991).

34
CAPÍTULO III – METODOLOGIA

3.1 População e Amostra

Toda pesquisa científica precisa atender um público-alvo, pois é com base nesse
conjunto de pessoas que os dados são colectados e analisados de acordo com o princípio da
pesquisa. A esse princípio da pesquisa chama-se imparcialidade. Esse público-alvo recebe o
nome de população e constitui um conjunto de pessoas que apresentam características
próprias. (Gil, 2002, p. 82).

A população do estudo é constituída pelos 240 alunos da Escola 1185 no Distrito


Urbano do Range, Município de Luanda, Província de Luanda.

“Amostra do presente estudo caracteriza-se como sendo Probabilística, segundo


Richardson (1999, p. 60) amostra probabilística é o procedimento em que todos os
elementos da população têm uma probabilidade conhecida e superior a zero de integrar. a
amostra é a parte do conjunto (população).

A amostra do presente trabalho são os 20 alunos da escola 1185 com idades


compreendidas dos 12 aos 14anos.

A amostragem probabilística é objectiva, pois não é influenciada pela pessoa que


conduz a pesquisa. Nesse tipo de amostragem, os elementos da amostra são seleccionados
aleatoriamente e todos eles possuem probabilidade conhecida de serem escolhidos.

3.2 Variáveis

Variável independente “é aquela que é factor determinante para que ocorra um


determinado resultado; é a condição ou causa para um determinado efeito ou consequência;
é o estímulo que condiciona uma resposta” Richardson (1999, p. 65).

As variáveis independentes são:

 Alto desempenho escolar;


 Desvios comportamental.
 Auto-estima.

A variável dependente do presente estudo é Consequências da ausência paterna nas


competências sócio-emocionais da criança.

35
3.3 Modelo e Pesquisa

O método de abordagem escolhido para realização dessa pesquisa foi misto


(qualitativo e quantitativo).

Para Lakatos e Marconi (1987), a pesquisa de quantitativa é modalidade que requer o


uso de estatísticas e de recursos, como percentagens, média, mediana, coeficiente de correlação,
entre outros, com o objectivo de apurar as opiniões explícitas dos entrevistados. A pesquisa
quantitativa tem um carácter descritivo

“Na pesquisa qualitativa, os dados, em vez de serem tabulados, de forma a apresentar


um resultado preciso, são retratados por meio de teórias, levando-se em conta aspectos tidos
como relevantes, como as opiniões, documentários e bibligrafias” Richardson (1999, p. 45).

Quanto aos procedimentos técnicos a pesquisa do estudo, utilizou-se o estudo de


caso, por meio de um questionário na Escola 1185, no Distrito Urbano do Rangel, Província
de Luanda, que de acordo com Gil (2002, p.p. 85-87), consiste no estudo profundo e
exaustivo de um ou poucos objectos, de maneira que permita seu amplo e detalhado
conhecimento.

3.4 Técnicas e Instrumentos

A recolha de dados processou-se através da pesquisa bibliográfica, documental e por


meio da aplicação da entrevista sobre o estudo de caso. Por meio deste estudo de caso
apresenta-se a oportunidade de lidar com indícios baseados em experiências vivenciais dos
inqueridos, relacionado com o contacto/atendimento no banco em questão.

A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado,


constituído principalmente de livros e artigos científicos. Os estudos exploratórios podem
ser definidos como pesquisas bibliográficas, (Gil, 2007).

A Pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A diferença


essencial entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica utiliza-
se fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a
pesquisa documental vale-se de materiais que não recebem ainda um tratamento analítico,
ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objectos da pesquisa, Lakatos e
Marconi (1987).

36
Richardson (1999) define a entrevista como a técnica de pesquisa que cumpre as
funções de descrever as características e medir determinadas variáveis de um grupo social, e
considera que todo aspecto incluído constitui uma hipótese, devendo portanto, ser possível
de defender.

3.5 Procedimentos e dificuldades encontradas

3.5.1 Procedimentos

O método de procedimento escolhido para realização dessa pesquisa foi misto


(descritivo e exploratório).

Pesquisa descritiva, segundo Almeida (1996), a pesquisa descritiva observa, registra,


analisa e ordena dados, sem manipulá-los, isto é, sem interferência do pesquisador. Assim,
para colectar tais dados, utiliza-se de técnicas específicas, tais como: entrevista, formulário,
questionário e observação, leitura analítica.

Pesquisas exploratórias têm como objectivo proporcionar maior familiaridade com o


problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que
estas pesquisas têm como objectivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de
intuições. Seu planeamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a
consideração dos mais variados aspectos relativos ao facto estudado. Na maioria dos casos,
essas pesquisas envolvem: (a) levantamento bibliográfico; (b) levantamento documental; e
(c) análise de exemplos que "estimulem a compreensão" (Selltiz et ai., 1967, p. 63, apud Gil,
2007).

Os procedimentos adoptados são os que decorrem das normas de elaboração do


trabalho de fim de curso vigentes na Universidade Metodista de Angola (UMA),
designadamente:

 Pergunta de partida
 Justificativa/ Objectivos/Hipóteses
 Fundamentação teórica
 Metodologia
 Estudo de Caso/Questionário
 Análise das informações

37
 Conclusões/ Recomendações

3.5.2. Dificuldades Encontradas

A nível nacional existe pouca produção científica referente ao tema do estudo. As


empresas angolanas ainda não possuem a cultura de fornecer dados para produção de artigos
científicos e outros projectos de estudo. Porém a dificuldade de obtenção de materiais
técnicos, a indisponibilidade dos funcionários/responsáveis afectos a empresa de estudo em
fornecer as informações necessárias, acabam por constituir as grandes dificuldades
encontradas para a realização do presente trabalho.

A perspectiva esperada é que a análise dos dados obtidos forneça bases para a melhor
elaboração do relacionamento pai-filho e definições de padrões para o sucesso deste
relacionamento.

38
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O estudo foi realizado na Escola 1185 no Distrito Urbano do Range, Município de


Luanda, Província de Luanda, afecto ao Governo de Luanda da República de Angola. A
escola tem 250 alunos, 40 funcionários entre técnicos administrativos e professores.

O resultado obtido através do questionário aplicado, em termos de género, mostrou


predominância dos homens que representam 76% dos entrevistados e as mulheres somente
24%.

39
Perguntas
Seu pai impõe limites Dados Mantem diálogo consigo Dados
(0) Nunca 4 (0) Nunca 2
(1) Uma vez por ano 1 (1) Uma vez por ano 3
(2) Uma vez por mês 2 (2) Uma vez por mês 1
(3) Uma vez por semana 6 (3) Uma vez por semana 2
(4) Várias Vezes por semana 2 (4) Várias Vezes por semana 8
(5) Todos os dias 5 (5) Todos os dias 4
Oferece-te ajuda quando precisas Dados Pergunta sobre os aspectos do dia-a-dia Dados
(0) Nunca 2 (0) Nunca 3
(1) Uma vez por ano 2 (1) Uma vez por ano 3
(2) Uma vez por mês 2 (2) Uma vez por mês 3
(3) Uma vez por semana 1 (3) Uma vez por semana 4
(4) Várias Vezes por semana 8 (4) Várias Vezes por semana 5
(5) Todos os dias 5 (5) Todos os dias 2
Pergunta o que aconteceu na escola Dados Faz-te elogios Dados
(0) Nunca 2 (0) Nunca 2
(1) Uma vez por ano 2 (1) Uma vez por ano 3
(2) Uma vez por mês 2 (2) Uma vez por mês 2
(3) Uma vez por semana 6 (3) Uma vez por semana 5
(4) Várias Vezes por semana 4 (4) Várias Vezes por semana 4
(5) Todos os dias 4 (5) Todos os dias 4
Dá-te carinho, abraços Dados Conta-te coisas boas Dados
(0) Nunca 3 (0) Nunca 3
(1) Uma vez por ano 3 (1) Uma vez por ano 1
(2) Uma vez por mês 1 (2) Uma vez por mês 1
(3) Uma vez por semana 3 (3) Uma vez por semana 4
(4) Várias Vezes por semana 4 (4) Várias Vezes por semana 6
(5) Todos os dias 6 (5) Todos os dias 5
Te incentiva nas tarefas escolares Dados Te acompanha no teu progresso escolar Dados
(0) Nunca 2 (0) Nunca 6
(1) Uma vez por ano 3 (1) Uma vez por ano 3
(2) Uma vez por mês 4 (2) Uma vez por mês 3
(3) Uma vez por semana 1 (3) Uma vez por semana 2
(4) Várias Vezes por semana 5 (4) Várias Vezes por semana 4
(5) Todos os dias 5 (5) Todos os dias 2
Incentiva o teu contacto com os teus familiares Dados Assiste programas televisivos consigo Dados
(0) Nunca 3 (0) Nunca 3
(1) Uma vez por ano 3 (1) Uma vez por ano 1
(2) Uma vez por mês 3 (2) Uma vez por mês 2
(3) Uma vez por semana 3 (3) Uma vez por semana 1
(4) Várias Vezes por semana 4 (4) Várias Vezes por semana 5
(5) Todos os dias 4 (5) Todos os dias 8
Passeia consigo (Shopping, casa de
Te auxilia nas lições de casa Dados Dados
família)
(0) Nunca 4 (0) Nunca 3
(1) Uma vez por ano 2 (1) Uma vez por ano 3
(2) Uma vez por mês 3 (2) Uma vez por mês 7
(3) Uma vez por semana 3 (3) Uma vez por semana 2

40
(4) Várias Vezes por semana 6 (4) Várias Vezes por semana 4
(5) Todos os dias 2 (5) Todos os dias 1
Fonte: Paidéia, 2004
Gráfico 1 – “Seu pai impõe limites”

Seu pai impõe limites

(0) Nunca
20%
(5) Todos os dias
25% (1) Uma vez por ano
5%

(4) Várias Vezes por semana (2) Uma vez por mês
10% 10%
(3) Uma vez por semana
30%

Fonte: Paidéia, 2004

Como resultado da pergunta da imposição de limites por parte do pai, 20% dos
entrevistados responderam que Nunca, 5% uma vez por ano; 10% uma vez por mês; 30%
uma vez por semana; 10% várias vezes por semana e 25% todos os dias.

Gráfico 2 – Mantem dialogo consigo

Mantem dialogo consigo


(0) Nunca
(5) Todos os dias 10%
20%
(1) Uma vez por ano
15%

(2) Uma vez por mês


5%

(3) Uma vez por semana


10%
(4) Várias Vezes por semana
40%

Fonte: Paidéia, 2004

No gráfico 2- A ideia é perceber se o pai mantem dialogo consigo, 10% dos


entrevistados responderam que Nunca, 15% uma vez por ano; 5% uma vez por mês; 10%
uma vez por semana; 40% várias vezes por semana e 20% todos os dias.

41
Gráfico 3– Oferece-te ajuda quando precisas

Oferece-te ajuda quando precisas

(0) Nunca
10%
(1) Uma vez por ano
(5) Todos os dias 10%
25%
(2) Uma vez por mês
10%

(3) Uma vez por semana


5%

(4) Várias Vezes por semana


40%

Fonte: Paidéia, 2004

Quando questionados se o pai oferece-lhes ajuda quando precisam, 10% dos


entrevistados responderam que Nunca, 10% uma vez por ano; 10% uma vez por mês; 5%
uma vez por semana; 10% várias vezes por semana e 25% todos os dias.

Ajudar os filhos é um dever dos pais, mesmo quando estes não necessitam de ajuda.
Mas é de extrema importância o apoio dos pais, sejas psicológico, moral, material ou
material.

Gráfico 4 – Pergunta sobre aspecto do dia-a-dia

Pergunta sobre os aspecto do dia-a-dia


(5) Todos os dias (0) Nunca
10% 15%

(4) Várias Vezes por semana (1) Uma vez por ano
25% 15%

(2) Uma vez por mês


15%
(3) Uma vez por semana
20%
Fonte: Paidéia, 2004

42
Saber dos aspectos do dia-a-dia é importante para os pais, permite saber o que os
filhos tem feito em casa, na rua ou na escola, 15% dos entrevistados responderam que
Nunca, 15% uma vez por ano; 15% uma vez por mês; 20% uma vez por semana; 25% várias
vezes por semana e 10% todos os dias.

Gráfico 5– Pergunta o que aconteceu na escola

Pergunta o que aconteceu na escola

10%
20% (0) Nunca
10% (1) Uma vez por ano
(2) Uma vez por mês
(3) Uma vez por semana
10% (4) Várias Vezes por
semana
20% (5) Todos os dias

30%

Fonte: Paidéia, 2004

Muitos pais tem pouca preocupação com a escola do filhos, pois o seu nível muita
das vezes é baixo e não compreende a importância da escola na vida dos filhos, 10% dos
entrevistados responderam que Nunca, 10% uma vez por ano; 10% uma vez por mês; 30%
uma vez por semana; 20% várias vezes por semana e 20% todos os dias.

Gráfico 6 – Faz-te elogios

Faz-te elogios

(0) Nunca
(5) Todos os dias 10%
20%
(1) Uma vez por ano
15%

(4) Várias Vezes por semana (2) Uma vez por mês
20% 10%

(3) Uma vez por semana


25%

Fonte: Paidéia, 2004

43
Fazer elogios a uma criança é levantar a sua auto-estima. A auto-estima é
importante para afirmação da personalidade e do carácter das crianças quando adultas. 10%
dos entrevistados responderam que Nunca, 15% uma vez por ano; 10% uma vez por mês;
25% uma vez por semana; 20% várias vezes por semana e 20% todos os dias.

Gráfico 7 – Dá-te carinho, abraços

Dá-te carinho, abraços


(0) Nunca
15%
(5) Todos os dias
30% (1) Uma vez por ano
15%

(2) Uma vez por mês


5%
(4) Várias Vezes por semana
20% (3) Uma vez por semana
15%

Fonte: Paidéia, 2004

O gráfico ilustra que, 15% dos entrevistados responderam que Nunca, 15% uma vez
por ano; 5% uma vez por mês; 15% uma vez por semana; 20% várias vezes por semana e
30% todos os dias.

Importa destacar que o afecto paternal é o maior bem que um filho pode receber de
seu pai, o qual se traduz em compreensão, carinho, respeito. 30% dos entrevistados
responderam que recebem carinho todos os dias, isso mostra que os pais têm percebido a
importância de mostra afecto aos filhos.

Gráfico 8 – Conta-te coisas boas

Conta-te coisas boas


(0) Nunca
15%
(1) Uma vez por ano
(5) Todos os dias 5%
25%
(2) Uma vez por mês
5%

(3) Uma vez por semana


(4) Várias Vezes por semana 20%
30%

Fonte: Paidéia, 2004

44
Segundo autores acima apresentado, conta coisas boa aos filhos, ajuda-os a serem
óptimas e positivos na vida, 15% dos entrevistados responderam que Nunca, 5% uma vez
por ano; 5% uma vez por mês; 20% uma vez por semana; 30% várias vezes por semana e
25% todos os dias.

Gráfico 9 – Te incentiva nas tarefas escolares

Te incentiva nas tarefas escolares


(0) Nunca
(5) Todos os dias 10%
25% (1) Uma vez por ano
15%

(4) Várias Vezes por semana (2) Uma vez por mês
25% 20%
(3) Uma vez por semana
5%
Fonte: Paidéia, 2004

O gráfico mostra o incentivo do pai em relação a actividade escolar, 10% dos


entrevistados responderam que Nunca, 15% uma vez por ano; 10% uma vez por mês; 20%
uma vez por semana; 25% várias vezes por semana e 25% todos os dias.

De acordo com Zenhas (2004), o envolvimento dos pais dos alunos nas actividades
da escola proporciona um recíproco conhecimento entre pais e professores, assim como uma
mudança na forma como se percepcionam podendo deste modo, melhorar a compreensão e
mesmo a validação das acções do outro.

Gráfico 10 – Te acompanha no teu progresso escola

Te acompanha no teu progresso escolar

(5) Todos os dias


10% (0) Nunca
30%
(4) Várias Vezes por semana
20%

(3) Uma vez por semana


10% (1) Uma vez por ano
15%
(2) Uma vez por mês
15%
Fonte: Paidéia, 2004

45
Dos 20 alunos entrevistado, 30% dos entrevistados responderam que Nunca, 15%
uma vez por ano; 15% uma vez por mês; 10% uma vez por semana; 20% várias vezes por
semana e 10% todos os dias.

As práticas de envolvimento parental na escola, abrangem a comunicação, o


voluntariado, o apoio, a participação, as tomadas de decisões, entre outras. De forma
consistente.

Gráfico 11 – Incentiva o teu contacto com os teus familiares

Incentiva o teu contacto com os teus familiares

(0) Nunca (1) Uma vez por ano


(2) Uma vez por mês (3) Uma vez por semana
(4) Várias Vezes por semana (5) Todos os dias

20% 15%

15%

20%
15%
15%

Fonte: Paidéia, 2004

Como resultado da pergunta da imposição de limites por parte do pai, 15% dos
entrevistados responderam que Nunca, 15% uma vez por ano; 15% uma vez por mês; 15%
uma vez por semana; 20% várias vezes por semana e 20% todos os dias.

O contacto com a família manifestar-se-á na melhoria dos resultados escolares sendo


que haverá um melhor entendimento por parte dos pais, no que concerne ao trabalho
desempenhado pelos professores, bem como ao esforço que o aluno efectua, verificando-se
um apoio mútuo entre professores e pais, nesta tarefa tão importante que é a educação das
crianças e jovens.

Gráfico 12 – Assiste programa televisivos consigo

46
Assiste programa televisivos consigo

15%
(0) Nunca
5% (1) Uma vez por ano
40% (2) Uma vez por mês
(3) Uma vez por semana
10%
(4) Várias Vezes por
semana
(5) Todos os dias
5%

25%

Fonte: Paidéia, 2004

É importantes os pais tirarem um tempo para fazer programas com os filhos,


principalmente em casa, conhecer os programas televisivos que os filhos gostam. 15% dos
entrevistados responderam que Nunca, 5% uma vez por ano; 10% uma vez por mês; 5% uma
vez por semana; 25% várias vezes por semana e 40% todos os dias.

Gráfico 13 – Te auxilia nas lições de casa

Te auxilia nas lições de casa

(5) Todos os dias


10%
(0) Nunca
20%

(4) Várias Vezes por semana (1) Uma vez por ano
30% 10%

(2) Uma vez por mês


15%
(3) Uma vez por semana
15%
Fonte: Paidéia, 2004

Questionados se o pai, 20% dos entrevistados responderam que Nunca, 10% uma vez
por ano; 15% uma vez por mês; 15% uma vez por semana; 30% várias vezes por semana e
10% todos os dias.

47
Este gráfico mostra que muitos pais andam desatento a situação escolar dos filhos. O
ideal seria que os pais auxiliassem os filhos nas tarefas de casa todos os dias, mas isto, torna-
se difícil devido as várias situações de vida dos pais.

Gráfico 14 – Passeia consigo (Shoping, casa de família)

Passeia consigo (shoping, casa de família)


(5) Todos os dias
5%
(0) Nunca
(4) Várias Vezes por semana
15%
20%

(1) Uma vez por ano


15%
(3) Uma vez por semana
10%
(2) Uma vez por mês
35%

Fonte: Paidéia, 2004

O gráfico mostra que, 15% dos entrevistados responderam que Nunca, 15% uma vez
por ano; 35% uma vez por mês; 10% uma vez por semana; 20% várias vezes por semana e
5% todos os dias.

O envolvimento parental é um aspecto importante na eficácia das escolas e na


melhoria da qualidade do ensino. As crianças de que os seus pais se envolvem na escola e na
educação, têm vantagens em relação às restantes, pois as famílias podem, através da maior
proximidade com os professores e com a escola, aumentar as suas expectativas em relação
ao sucesso escolar dos seus filhos (Marques, 2001).

CONCLUSÃO

Este estudo foi destinado a Alunos e Professores de Ensino Regular, com o intuito de
analisar e compreender as perspectivas acerca do envolvimento parental e a sua repercussão

48
nas competências socio-emocional da criança. A recolha dos dados foi realizada através de
dois questionários, um dirigido aos alunos e outro a Professores de Ensino Regular.

A informação latente desta análise expressa-se na relação aluno, escola e sociedade,


no qual podemos concluir que o encarregado de educação que mais vezes se dirige por
iniciativa própria à escola é o que mantém melhor relação com a mesma. Os pais/cuidadores
participam activamente na vida escolar dos seus educandos, porém é possível constatar que a
maioria não se envolve na organização de eventos, nem estão interessados em participar na
resolução de eventuais problemas que surjam em meio escolar.

O envolvimento parental em contexto educativo é essencial para o desenvolvimento


escolar e emocional do aluno. Assim sendo, é fulcral que o professor envolva os pais e
promova a comunicação, uma vez que estes são os que melhor conhecem o seu educando.
Esta comunicação possibilita que o professor avalie de forma mais aprofundada as
dificuldades e necessidades do aluno, podendo deste modo utilizar as estratégias mais
adequadas para cada um.

Com este estudo também foi possível constatar que para a maioria dos professores é
importante orientar os encarregados de educação para apoiar de forma adequada o seu
educando na realização dos trabalhos de casa, porém também é referido que a escola deve
oferecer acções de formação para ajudar os pais/cuidadores no acompanhamento do seu
educando. Sabe-se que são muitos os pais/cuidadores que não conseguem auxiliar o seu
educando na realização de trabalhos escolares, uma vez que estes não têm os conhecimentos
adequados.

Em suma, através desta investigação conseguimos perceber que o envolvimento


parental é importante, mas nem todos os pais/cuidadores participam activamente em todo o
tipo de actividades do meio escolar. Portanto, é relevante que o professor incentive e solicite
a realização de actividades de âmbito escolar com o aluno no seio familiar.

Com este estudo foi possível consolidar que a família e a escola são as instituições
mais marcantes e importantes no percurso de uma criança, uma vez que estas promovem a
socialização e estimulam a vida em sociedade.

Deste modo, é importante que pais e professores trabalhem em conjunto para que os
alunos tenham maior sucesso tanto a nível escolar como social, sendo assim indispensável

49
esta aproximação que deve ser considerada como um factor fulcral para o desenvolvimento
do aluno.

Este estudo possibilitou, quer a nível da pesquisa bibliográfica, como no estudo


descritivo (através dos questionários), averiguar que de algum modo esta relação demonstra
tendências positivas. É possível confirmar uma crescente consciencialização de que pais e
professores têm papéis complementares na educação da criança, os quais partilham
objectivos e finalidades em comum. Ainda assim, concluímos, que na realidade, ainda temos
de trabalhar com o intuito de esta relação se concretize correctamente na prática.

Por fim, observa-se que este é um estudo abrangente que poderá envolver avaliações
de outros dados, investigações acerca dos relacionamentos de outras variáveis. É importante
ressaltar que por se tratar de um estudo complexo, há limitações de alguns dados, que
poderiam extrapolar os resultados alcançados. Sugere-se que novos estudos acerca do
relacionamento entre empreendedorismo e o crédito bancário sejam ampliados, a fim de
verificar outros meandros e possibilidades de relacionamentos entre os mesmos.

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