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Psicologia
comportamental, também
conhecida como
behaviorismo, é uma
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perspectiva que se tornou
dominante durante a primeira
metade do século 20, graças a
pensadores proeminentes tais
como BF Skinner e John B.
Watson. A base da psicologia
comportamental sugere que
todos os comportamentos são
aprendidos.
Psicologia comportamental sugere que todos os comportamentos são
aprendidos, mas como exatamente esse aprendizado acontece? Dois desses
processos-chave envolvem a aprendizagem por associação e aprendizagem
através de reforço e punição.
Psicologia Comportamental
Análise comportamental
Enquanto o domínio da
psicologia comportamental foi corroído
depois de 1950, princípios
comportamentais continuam a ser
importantes hoje. Hoje, a análise do
comportamento é frequentemente
utilizada como uma técnica terapêutica
para ajudar crianças com autismo e
atrasos de desenvolvimento a adquirir
novas habilidades.
Muitas vezes envolve processos
como modelagem (recompensar aproximações cada vez mais perto do
comportamento desejado) e acorrentar (dividir uma tarefa em partes menores
e, em seguida, ensinar e acorrentar os passos subsequentes juntos).
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Estímulo incondicionado
No condicionamento clássico, o estímulo incondicionado (EI) é aquele
que incondicionalmente, provoca uma resposta natural e automática. Por
exemplo, quando você cheira um de seus alimentos favoritos, você pode
imediatamente sentir muita
fome e salivar. Neste
exemplo, o cheiro da
comida é o estímulo não
condicionado.
No experimento
clássico de Ivan Pavlov
com cães, o cheiro de
comida era o estímulo
incondicionado. Os cães
em seu experimento
sentiam o cheiro da
comida, e então, naturalmente, começam a salivar em resposta. Esta resposta
não requer aprendizagem, ela simplesmente acontece automaticamente.
Outro exemplos de estímulo incondicionado
• Uma pena que irrita seu nariz faz com que você espirre. A pena que faz
cócegas no seu nariz é o estímulo incondicionado.
• Pólen de flores faz você espirrar. O pólen de flores é o estímulo
incondicionado.
Em cada um destes
exemplos, o estímulo
incondicionado naturalmente
desencadeia uma resposta
incondicionada. Você não tem que
aprender para responder.
Estímulo condicionado
No condicionamento clássico, o estímulo condicionado é um estímulo
previamente neutro que, após tornar-se associado com o estímulo
incondicionado, eventualmente, desencadeia uma resposta condicionada.
Exemplos de estímulo condicionado
Por exemplo, suponha que o cheiro de comida é um estímulo
incondicionado e uma sensação de fome é a resposta incondicionada. Agora,
imagine que quando você sentiu o cheiro de uma lasanha maravilhosa, você
também ouviu o som de um apito.
O apito não está
relacionado com o cheiro
da comida, mas se o som
do apito for emparelhado
várias vezes com o cheiro,
o som acaba por
desencadear a resposta
condicionada. Neste caso,
o som do apito é o estímulo
condicionado.
O exemplo é muito
semelhante à da primeira
experimentação realizada pelo fisiologista russo Ivan Pavlov.
Os cães em seu experimento salivavam em resposta à comida, mas
depois de emparelhar repetidamente a apresentação de alimentos com o som
de um sino, os cães começaram a salivar só com o barulho do sino. Neste
exemplo, o som da campainha foi o estímulo condicionado.
Resposta incondicionada
De fome em resposta ao cheiro
da comida é a resposta não
condicionada.
Mais Exemplos de respostas
incondicionadas
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• Tirar a mão rapidamente
depois de tocar em uma
panela quente no forno.
• Pular ao se assustar com
barulho alto.
Em cada um dos exemplos
acima, a resposta ocorre
naturalmente e
automaticamente.
Ao lado exemplo de reflexo
incondicionado: tirar a mão
rápido da panela quente
Resposta condicionada
No condicionamento
clássico, a resposta condicionada
é a resposta aprendida ao estímulo anteriormente neutro. Por exemplo, vamos
supor que o cheiro de comida é um estímulo incondicionado, a sensação de
fome em resposta ao cheiro é uma resposta incondicionada, e um som de um
apito é o estímulo condicionado. A resposta condicionada estaria em sentir
fome quando ouviu o som do apito. O termo reflexo condicionado também é
usado.
Exemplos de respostas condicionadas
Muitas fobias começam depois que uma pessoa teve uma experiência negativa
com o objeto de medo. Por exemplo, depois de testemunhar um terrível
acidente de carro, uma pessoa pode desenvolver um medo de dirigir. Isto é
uma resposta condicionada.
Em um ambiente de
laboratório: Imagine que
você está treinando um rato
para pressionar uma
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alavanca, mas você só
reforça a primeira resposta
após um intervalo de dez
minutos. O rato não
pressione a muito a barra
durante os primeiros 5
minutos após o reforço, mas
começa a pressionar a
alavanca mais e mais vezes
quanto mais perto chega
da marca de dez minutos.
No mundo real: Um salário semanal é um bom exemplo de um esquema de
intervalo fixo. O empregado recebe reforço a cada sete dias, o que pode
resultar numa maior taxa de resposta próximo ao dia de pagamento.
Razão fixa
Em um esquema de
razão fixa (FR: Fixed Ratio),
o reforço é apresentado
após um número fixo de
respostas. Geralmente, este
esquema é representado,
colocando-se o número de
respostas exigidas para
apresentação do reforço,
após a sigla FR. Por
exemplo: FR-10 significa
que a cada 10 respostas
emitidas pelo organismo, é
apresentado o reforço.
O esquema de reforçamento em razão fixa tem como resultado uma
freqüência alta e constante de respostas e uma pausa após a apresentação do
reforço. A duração desta pausa dependerá da razão; quanto maior a razão,
maior será a pausa após o reforçamento.
Razão variável
No condicionamento operante, um esquema de razão variável é um
esquema de reforçamento onde uma resposta é reforçada após um número
imprevisível de respostas. Este esquema cria uma alta taxa de resposta
constante. Jogos de azar e loterias são bons exemplos de reforços baseados
em um esquema de razão variável. Programas de reforço desempenham um
papel central no processo de condicionamento operante. A frequência com que
um comportamento é reforçado pode ajudar a determinar a rapidez com que
uma resposta é aprendida, bem como o quão forte a resposta poderia ser.
Cada esquema de reforço tem seu próprio conjunto de características.
Características do esquema de razão variável
• Leva a a taxa de resposta constante, em um nível elevado
• Resultados em apenas uma breve pausa após reforço
• As recompensas são fornecidas depois de um número imprevisível de
respostas
Ao identificar diferentes programas de reforço, pode ser muito útil começar
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por olhar para o nome do próprio esquema. No caso de esquemas de razão
variável, o termo variável indica que o reforço é fornecido depois de um número
imprevisível de respostas. Razão sugere que o reforço é dado depois de um
determinado número de respostas. Assim, em conjunto, o termo significa que o
reforço é fornecido depois de um número variado de respostas.
Ele também pode ser útil para ver as diferenças entre esquema de reforço
de razão variável e esquema de reforço de razão fixa. Em um esquema reforço
de razão fixa o reforço é fornecido após um determinado número de respostas.
Assim, por exemplo, em um esquema de razão variável com um
cronograma VR 5, um animal pode receber uma recompensa para cada cinco
respostas, em média. Isto significa que, por vezes, a recompensa pode vir após
três respostas, às vezes, depois de sete respostas, às vezes após cinco
respostas e assim por diante. O esquema de reforço, em média, recompensa
por cada cinco respostas, mas o cronograma de entrega real permanecerá
completamente imprevisível.
Num esquema de razão fixa, por outro lado, o esquema de reforço pode ser
fixado em um FR 5. Isto significa que, para cada cinco respostas, uma
recompensa é apresentada. Enquanto o esquema de razão variável é
imprevisível, o esquema de razão fixa é definido a uma taxa fixa.
Exemplos de esquema de reforçamento de razão variável na vida real
Máquinas caça-níqueis: Os
jogadores não têm nenhuma
maneira de saber quantas vezes
eles têm que jogar antes de ganhar.
Tudo o que se sabe é que,
eventualmente, alguém vai ganhar.
É por isso que máquinas caça-
níqueis são tão eficazes, e os
jogadores são muitas vezes
relutantes em sair. Há sempre a
possibilidade de que a próxima
moeda que a pessoa colocar trará o
prêmio.
Bônus de vendas: Call centers muitas vezes oferecem bônus aleatórios para
os funcionários. Os trabalhadores nunca sabem quantas chamadas eles
precisam fazer para receber o bônus, mas eles sabem que aumentam suas
chances ao fazer mais chamadas ou mais vendas.
O PSICÓLOGO COMPORTAMENTAL
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O Psicólogo Comportamental
– ou terapeuta comportamental - é o
profissional de psicologia que orienta
sua intervenção clinica baseado na
análise do comportamento de seu
paciente aplicando a Análise
Experimental do Comportamento.
Possibilita ao paciente a
identificação dos seus
comportamentos disfuncionais, ou
seja os comportamentos que
causam sofrimento e trazem
prejuízos à saúde, prejuízos sociais,
emocionais ou comportamentais.
Com este protocolo de trabalho o psicólogo comportamental ajuda a
desenvolver formas mais adaptativas e positivas de interação a partir da
criação da possibilidade de novo repertório de atitudes e comportamentos ao
seu paciente.
A Terapia Comportamental baseia-se nas propostas do Behaviorismo de
Skinner - Os comportamentos disfuncionais que fazem as pessoas sofrerem
são aprendidos, e neste sentido a terapia é a “escola” para a aprendizagem de
novos comportamentos mais adaptativos. O psicólogo comportamental
desenvolve novos repertórios, ensina a identificar o que determinou o
aparecimento de tais comportamentos disfuncionais e o quê os mantêm.
A Terapia
Comportamental faz uso
de técnicas específicas,
sendo a mais importante a
análise funcional , ou seja,
identifica como, quando e
onde tais comportamentos
ocorrem e que função tem
estes comportamentos
para seu paciente. Que
valor determinado
comportamento tem para a pessoa.
A psicologia comportamental leva em conta que a pessoa tem uma
historia de vida e está inserida em uma comunidade. A psicologia
comportamental se faz muito eficiente em quadros clínicos de ansiedade,
Pânico, fobias, transtornos do afeto como depressão, transtorno bipolar,
transtornos de personalidade, etc.
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O psicólogo comportamental atende crianças, adolescentes e adultos
A Psicologia comportamental dá estuda e trabalha as interações entre as
emoções, pensamentos,
comportamento e estados
fisiológicos. O comportamento
tende a se repetir, se for
recompensado (reforço
positivo) ou se for capaz de
eliminar um estímulo aversivo
(reforço negativo) assim que
emitir o comportamento. Por
outro lado, o comportamento
tenderá a não acontecer, se o
organismo for castigado
(punição) após sua ocorrência. Pela lei do reforço irá associar essas situações
com outras semelhantes, generalizando essa aprendizagem para um contexto
mais amplo.
O psicólogo comportamental descobre, juntamente com seu cliente, os
eventos que determinam seus comportamentos-problema e o que os mantém.
Assim, um transtorno como a depressão passa a ser entendido como um
conjunto de
comportamentos, como
por exemplo, alterações
no sono e apetite,
desesperança, choro
excessivo, ideação suicida
e outros. Tais
comportamentos são
analisados e serão
identificadas tanto as
situações que os determinaram como as situações atuais que os mantém. Para
o psicólogo comportamental , pensamentos, sentimentos e comportamentos
são acessíveis pelo relato que o paciente faz em terapia. Pensamentos e
sentimentos são analisados e passíveis das intervenções do terapeuta
comportamental. “Combate-se” os comportamentos-problema, ao mesmo
tempo em que busca-se instalar e aumentar a frequência de comportamentos
adequados ao contexto, desejáveis, funcionais e geradores de satisfação e
felicidade.
A terapia comportamental tem um conjunto considerável de técnicas
derivadas de pesquisas, em laboratório ou no próprio consultório. É a soma de
pesquisa científica, rigor no levantamento de informações no momento inicial
do processo e a utilização
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de técnicas e intervenções
consolidadas que faz com
que as pessoas tenham se
beneficiado, de forma
considerável, quando
buscam a Terapia
Comportamental. O
Psicólogo Comportamental
nos mostra que ao
promovermos nosso
autoconhecimento, é possível aumentar nossa habilidade para agirmos da
maneira que queremos.
Podemos melhorar nossos pensamentos e sentimentos, em relação aos
outros e a nós mesmos. Mesmo que algumas causas dos nossos problemas
possam estar na infância, é intervenção em seus comportamentos e
sentimentos atuais que fornecerá a possibilidade de mudança que você tanto
necessita. O psicólogo comportamental não é um conselheiro como também
não apenas ouve e interpreta: ele busca, junto com aquele que procura a ajuda
psicoterapêutica, encontrar novas formas de agir, visando produzir mudanças
reais em sua vida.
A atuação do psicólogo comportamental se faz muito eficiente em
transtornos de ansiedade, depressão, stress, doenças psicossomáticas e
sexuais, ou diante de problemas difíceis de especificar. O psicólogo
comportamental será sempre uma importante fonte de auxílio, sempre que não
nos percebemos capazes de lidar sozinhos com questões impostas pelas mais
complicadas situações do dia a dia. Já se comprovou haver relação entre a
saúde física e o bem-estar psicológico, então sabemos que não faz sentido nos
preocuparmos com uma única dimensão do ser humano.
O psicólogo comportamental se apoia em um campo da Psicologia
denominado Análise do Comportamento - estudo do comportamento humano
de maneira cientifica. Não segue crenças, dogmas ou o senso comum, a
Análise do Comportamento faz pesquisas criteriosas e conta com
pesquisadores academicamente conceituados em diversas Universidades ao
redor do mundo inteiro.
Condicionamento operante
O conceito-chave do
pensamento de Skinner é o
de condicionamento
operante, que ele
acrescentou à noção de
reflexo condicionado,
formulada pelo cientista
russo Ivan Pavlov. Os dois
conceitos estão
essencialmente ligados à
fisiologia do organismo,
seja animal ou humano. O
reflexo condicionado é uma reação a um estímulo casual. O condicionamento
operante é um mecanismo que premia uma determinada resposta de um
indivíduo até ele ficar condicionado a associar a necessidade à ação. É o caso
do rato faminto que, numa experiência, percebe que o acionar de uma
alavanca levará ao recebimento de comida. Ele tenderá a repetir o movimento
cada vez que quiser saciar sua fome.
A diferença entre o reflexo condicionado e o condicionamento operante é
que o primeiro é uma resposta a um estímulo puramente externo; e o segundo,
o hábito gerado por uma ação do indivíduo. No comportamento respondente
(de Pavlov), a um estímulo segue-se uma resposta. No comportamento
operante (de Skinner), o ambiente é modificado e produz conseqüências que
agem de novo sobre ele, alterando a probabilidade de ocorrência futura
semelhante.
O condicionamento operante é um mecanismo de aprendizagem de
novo comportamento - um processo que Skinner chamou de modelagem. O
instrumento fundamental de modelagem é o reforço - a consequência de uma
ação quando ela é percebida por aquele que a pratica. Para o behaviorismo em
geral, o reforço pode ser positivo (uma recompensa) ou negativo (ação que
evita uma consequência indesejada). Skinner considerava reforço apenas as
contingências de estímulo. "No condicionamento operante, um mecanismo é
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fortalecido no sentido de tornar uma resposta mais provável, ou melhor, mais
frequente", escreveu o cientista.
Sem livre-arbítrio
Segundo Skinner,
a ciência psicológica - e
também o senso comum
- costumava, antes do
aparecimento do
behaviorismo, apelar
para explicações
baseadas nos estados
subjetivos por causa da
dificuldade de verificar as
relações de
condicionamento
operante - ou seja, todas as circunstâncias que produzem e mantêm a maioria
dos comportamentos dos seres humanos. Isso porque elas formam cadeias
muito complexas, que desafiam as tentativas de análise se elas não forem
baseadas em métodos rigorosos de isolamento de variáveis.
Nos usos que projetou para suas conclusões científicas - em especial na
educação -, Skinner pregou a eficiência do reforço positivo, sendo, em
princípio, contrário a punições e esquemas repressivos. Ele escreveu um
romance, Walden II, que projeta uma sociedade considerada por ele ideal, em
que um amplo planejamento global, incumbido de aplicar os princípios do
reforço e do condicionamento, garantiria uma ordem harmônica, pacífica e
igualitária. Num de seus livros mais conhecidos, Além da Liberdade e da
Dignidade, ele rejeitou noções como a do livre-arbítrio e defendeu que todo
comportamento é determinado pelo ambiente, embora a relação do indivíduo
com o meio seja de interação, e não passiva. Para Skinner, a cultura humana
deveria rever conceitos como os que ele enuncia no título da obra.
Máquinas para fazer o aluno estudar
APRENDIZAGEM E COMPORTAMENTO
Entender o comportamento
humano (e mesmo o
comportamento animal) é de
grande utilidade para a sociedade
como um todo e de especial
importância para a psicologia.
Quanto maior o saber da psicologia
sobre o comportamento e a
aprendizagem de novos
comportamentos, maior a
possibilidade de mudança, visando
o bem-estar de todos.
Neste texto, vamos apresentar três conceitos da psicologia
comportamental que são muito importantes:
1) o comportamento e condicionamento respondente,
2) o comportamento operante e
3) a modelagem.
A psicologia comportamental procura estudar e compreender o
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comportamento. Em inglês, esta abordagem da psicologia é chamada
behaviorismo (behavior + ismo; a palavra inglesa behavior significa
comportamento).
Neste ponto, podemos nos perguntar: como se dá a aprendizagem de novos
comportamentos?
A aprendizagem pode se entendida enquanto uma mudança no
comportamento, mudança esta que se mantêm relativamente estável no futuro.
Ou seja, havia uma série comportamentos, e agora encontramos no repertório
um novo comportamento – o organismo aprendeu e manteve um nova
possibilidade de alterar o seu meio ambiente.
Pode ser dizer que a aprendizagem dos seres humanos, peculiar e com
grande potencial, representa a sua possibilidade de evoluir, e ter sucesso em
seu processo evolutivo. É esse potencial de aprendizagem que permite as
transformações sociais, culturais e tecnológicas, que levam a espécie humana
a modificações importantes em seus meio.
Condicionamento respondente
O condicionamento
respondente é particularmente
importante no que diz respeito à
sobrevivência do organismo, além
da manutenção do seu bom
funcionamento, pois possibilita
uma aprendizagem rápida e
relativamente simples.
Nos seres humanos, o
condicionamento respondente
permite ao organismo uma
adaptação bem sucedida ao
ambiente, como por exemplo,
temos o caso de uma pessoa que comeu feijoada, que foi consequenciada por
mal-estar.
Posteriormente, o leve cheiro de feijoada elicia respostas no organismo
de mal-estar, o que lhe permitia se preservar de um possível mal-estar, se
comesse aquele prato.
Comportamento Operante
O comportamento operante – o
comportamento que opera no meio e,
portanto, o modifica – é controlado
principalmente pelas consequência que
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ocasiona a resposta do organismo no
meio.
A diferença entre o operante e o
respondente é que o primeiro produz
comportamento original, ou seja, passível
de mudança ao serem mudadas as
consequências, enquanto que o
respondente apenas coloca o
comportamento reflexo sob o controle de
novos estímulos.
O comportamento operante possui três componentes:
1) O estímulo antecedente
2) Resposta
3) Consequências
Ou seja: o estímulo antecedente, que estabelece ocasião para a
resposta que por sua vez produzirá consequências. A maior parte dos
comportamentos dos seres humanos podem ser descritos como
comportamentos operantes.
Se há a introdução de uma nova consequência, há mudança na
resposta. Ou, ao contrário, se há a retirada de uma determinada consequência,
há a probabilidade de que a pessoa não apresente mais a mesma resposta.
Por exemplo, um casal de namorados se ama muito. Um belo dia, por uma
série de motivos, ela termina com ele.
No começo, com a ausência dela (estímulo antecedente), ele liga (resposta)
para ela (que o atendia quando namoravam).
Como eles terminaram, ela não mais atende suas ligações. O que acontece?
Ele passa a ter, aos poucos, um novo comportamento – o de não ligar para ela.
Modelagem
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Sobre ciência
COMPORTAMENTO SUPERSTICIOSO
Muitos dependentes
químicos acreditam estar no
controle da situação, porém
o uso recreativo de
substâncias entorpecentes
pode ser um caminho para o
vício. A dependência
química é um problema real
que aflige várias pessoas no
Brasil e no mundo. As
causas são as mais diversas
possíveis: a morte de uma
pessoa próxima, problemas
financeiros ou amorosos, más influências, contexto familiar problemático, entre
tantas outras.
Lidar com essa situação tão complicada é, na maioria das vezes, um
grande desafio e surgem muitas dúvidas quanto às abordagens mais
adequadas. Mas a dependência não é impossível de ser superada.
Atualmente, existem diferentes métodos de tratamento para alcançar a
reabilitação em dependência de drogas. Recentemente, médicos e psicólogos
vêm realizando pesquisas para conseguir definir quais perfis de dependentes
se adequam melhor a cada alternativa de tratamento.
Veja a seguir as principais opções de recuperação existentes:
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Terapia em grupo
Tratamento ambulatorial
Essa abordagem
permite que o dependente faça
o tratamento por meio de
medicações quando necessário
e seja acompanhado por uma
equipe multidisciplinar em um
ambulatório especializado.
É vantajosa porque
mantém o paciente inserido no
ambiente familiar, evitando
mudanças bruscas em seu
contexto social. Pode ser incerta já que o dependente vivenciará situações de
risco por não ser monitorado o tempo todo. Mas é também encorajadora
porque dá um voto de confiança e mais autocontrole à pessoa em tratamento.
Internação involuntária
Comunidade terapêutica
As comunidades
terapêuticas são centros de
recuperação para
dependentes químicos que
prezam pela reabilitação
por meio do trabalho, da
religiosidade e do
acompanhamento com
uma equipe
multidisciplinar.
O tratamento pode
durar de três a nove meses e o dependente passa a conviver cotidianamente
com outras pessoas em situação similar à sua. A convivência com outros
dependentes é uma proposta interessante em que o paciente consegue
perceber sua própria realidade e se espelhar na luta do outro.
Com a troca de experiências e o acompanhamento profissional, a
recuperação se torna bastante viável e o paciente, após alguns meses, poderá
ser reinserido no meio familiar.
Esses são os métodos mais conhecidos para a reabilitação em
dependência química. Mas também há outras alternativas que vêm sendo cada
vez mais difundidas no meio médico.
Independentemente do tratamento eleito, é importante ressaltar que
nenhuma abordagem será totalmente eficaz se o paciente não for amparado
por uma equipe especializada e multidisciplinar. Isso porque, muitas vezes, os
dependentes químicos apresentam outros problemas para além do abuso de
drogas, como a depressão.
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Portanto, é muito importante que a família e os amigos das pessoas em
recuperação saibam como apoiá-las. Assim, estarão mais próximas de
finalmente superar o vício.
Cada dependente
químico estabelece uma
relação diferente com a
droga e cada dependente
apresenta necessidades
diferentes. Isso acontece
porque a dependência
química resulta da
interação de vários
aspectos da vida do
indivíduo: biológico,
psicológico e social. Desse modo, as intervenções devem ser diferenciadas
para cada indivíduo e devem considerar todos os aspectos envolvidos. Não
existe, assim, um tratamento único para a dependência química. Na maior
parte dos casos as técnicas usadas para o tratamento precisam ser
constantemente reavaliadas durante o tratamento e adaptadas ao momento do
paciente.
A dependência
química é uma doença
que interfere em todos os
aspectos da vida do
paciente dependente. A
interrupção do uso da
droga é apenas um
primeiro passo de um o
processo de tratamento
que pode durar em média
de 1 a 5 anos. O
tratamento do paciente
dependente deve ser
planejado buscando-se não somente interromper o uso da droga, mas visando
a reinserção do paciente em novas atividades sociais, profissionais, familiares
e a prevenção de recaídas. Como a dependência afeta vários aspectos da vida
do paciente ela demanda uma abordagem multidisciplinar por uma equipe
composta ao menos por médicos, enfermeiros, psicólogos, neuropsicólogos,
terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e outros profissionais.
Pode-se dividir o tratamento dos dependentes em cinco etapas de
acordo com a fase de motivação para a mudança em que o paciente se
encontra abaixo. As fases não são necessariamente seqüenciais, e os
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indivíduos usualmente passam por eles várias vezes durante o tratamento, em
ordens aleatórias. A motivação para tratar sua doença varia no paciente com
uma dependência. Pode-se encontrar o paciente dependente em uma de seis
fases.
Pré-contemplação
O paciente dependente não
percebe os malefícios e prejuízos
relacionados ao uso da
droga. Segue com seu uso e não
planeja parar nos próximos seis
meses.
O que fazer: Convidar ao indivíduo à
reflexão; evitar a confrontação,
remover barreiras ao tratamento e
propor medidas de controle do
dano;
Contemplação
O indivíduo percebe os problemas e prejuízos relacionados ao uso da droga,
mas não toma nenhuma ação para interromper o uso da droga. Pensa em
parar de usar drogas nos próximos seis meses.
O que fazer: Discutir prós e contras do uso das drogas; ajudar o paciente
dependente a perceber a incompatibilidade do uso de drogas e seus objetivos
de vida.
Preparação
O paciente dependente continua usando a droga, porém já fez ao menos uma
tentativa de parar a droga, no último ano. Pensa em parar o uso da droga
(abstinência) nos próximos 30 dias.
O que fazer: Remover barreira ao tratamento e ajudar o paciente ativamente a
se tratar. Deve-se demonstrar interesse e apoio a atitude do paciente
dependente de se tratar.
Ação
O paciente aceitou e conseguiu parar completamente o uso da droga durante
ao menos seis meses;
O que fazer: Implementar e ajustar o projeto terapêutico do paciente.
Manutenção
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O paciente mantem-se sem usar a droga por ao menos seis meses.
O que fazer: Colaborar na construção de um novo estilo de vida mais
responsável e autônomo.
Recaída
O paciente dependente volta a consumir a droga.
O que fazer: Reavaliar o estágio motivacional do paciente
A PROBABILIDADE DO COMPORTAMENTO
Voltando ao
nosso exemplo, como
poderemos saber a
probabilidade, a chance,
de uma determinada
pessoa beber um copo
de água? Como
podemos estudar as
variáveis independentes
que vão influenciar?
Bem, podemos fazer um
experimento em
laboratório e estudar –
quantitativamente – a influência do aumento da temperatura na probabilidade
de alguém beber água. Ou seja, o pesquisador pode estudar com diversas
pessoas ou com uma mesma pessoa em vários momentos a influência de uma
variável independente (a temperatura da sala, medida através de um ar
condicionado) sobre a variável dependente, o comportamento de beber água.
Alterando a temperatura do ambiente, o pesquisador vai chegar à
conclusão de que, quanto maior a temperatura maior a probabilidade de um
sujeito experimental beber água.
Este, evidentemente, é um exemplo simples mas serve para demonstrar
como é possível estabelecer variáveis independentes e probabilidades
estatísticas para o controle, análise e estudo do comportamento dos indivíduos.
Como temos notado já há muitas décadas desde as primeiras
elaborações de Skinner, a análise do comportamento vem se mostrando útil
para a emissão de comportamentos que são benéficos individual e
socialmente.
Por exemplo, na Universidade Federal de São João del-Rei, havia um
programa para treinamento comportamental de autistas graves, ou seja,
autistas com um grau tão severo da doença que se auto agrediam de forma
violenta. Nestes casos extremos de autismo, a autoagressão é tão séria que o
indivíduo pode chegar a se matar batendo frequentemente a cabeça na parede.
Ora, utilizando o modelo simples acima (e com as outras elaborações
teóricas da psicologia comportamental mais complexas, é claro), os
pesquisadores estudavam e interviam no comportamento destes indivíduos
autistas graves. Assim, ao invés de analisar um simples comportamento de
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beber água, eles estudavam a probabilidade de autoagressão, por exemplo.
Como fazer com que eles parassem de se auto agredir? Como fazer
para que eles, gradualmente, pudessem sair da clínica e andar normalmente
de ônibus? Como fazer para que eles ao invés de se auto agredirem para pedir
comida começassem a verbalizar, a dizer o que estavam querendo?
Evidentemente que há um salto de um comportamento simples para
comportamentos complexos nos quais uma série de variáveis estariam
presentes. Se o comportamento de sair para dar uma volta estava sendo
mantido através de sucessivos reforços, poderia intervir uma outra variável
como um som ambiente incômodo. Quer dizer, na prática, o comportamento é
muito mais fluido, rápido, complexo.
Porém, mesmo em casos tão graves de doenças mentais como o
autismo severo é possível estudar o porque de um comportamento existir (em
um dado momento), as probabilidades, inclusive com a visualização através de
gráficos e estatísticas detalhadas), como alterar o comportamento e como
controlá-lo alterando alguma variável específica.
Ou seja, se no exemplo de tomar um copo de água a
temperatura é uma variável que aumenta a probabilidade, em
outros comportamentos é possível que uma ou duas variáveis
independentes sejam fundamentais para que o comportamento
seja emitido.
Um outro exemplo, digamos que você precise ler um livro para
a escola ou para a faculdade. Mas você não tem tanto
interesse na leitura, pois é mais uma obrigação do que um
prazer.
Comportamento a ser estudado: ler um livro (variável
dependente). Agora, digamos, que acabe a luz, a energia
elétrica, em seu bairro. Você vai ficar sem TV, sem
internet, sem computador, sem celular ou tablet
(digamos que estejam descarregados). Retirando todos estes
estímulos – apenas através do apagão de energia – o que
acontecerá? A probabilidade de ler o livro aumentará, não é mesmo?
PSICOLOGIA ANIMAL
A Psicologia
Animal ou psicologia
comparada, muitas vezes
subestimada e
menosprezada, porém é
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fundamental para
“solidificar” as restantes
áreas da psicologia.
A Psicologia
animal e a etologia são
fundamentais para
compreendermos o
comportamento humano. Muitas vezes confundidas, porém distintas, visto que
a psicologia animal ou comparada o comportamento animal é observado em
laboratório, enquanto a etologia observa-os no seu ambiente natural. Contudo
possuem um objetivo comum: compreender o comportamento humano.
Observando os comportamentos no seu ambiente e em laboratório os
investigadores podem generalizar e extrapolar esse mesmo comportamento
para outros ambientes e outras espécies, como o ser humano.
Muitas vezes
subestimada e
questionada quanto à
sua importância e
contribuições para as
outras áreas da
psicologia “humana”.
Porém essas
contribuições são
inquestionáveis, um
bom exemplo foi a
experiência de Pavlov,
embora inda não integrada oficialmente na Psicologia Animal, atualmente é
reconhecida como tal, pois foi a observação de comportamento animal em
laboratório e posteriormente generalização para o comportamento humano.
Para quem não sabe Pavlov foi um investigador na área da psicologia de
descobriu “o condicionamento”. O condicionamento é uma continência criada
entre dois estímulos, realizada de forma involuntária e inconsciente. A
experiência de Pavlov
é clássica na
psicologia, contribuiu
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em muito na
compreensão do
comportamento
humana.
Resumidamente,
na experiência de
Pavlov, existia um cão
que cada vez que era
alimentado, no momento exatamente antes, era tocada uma campainha, como
se de um aviso prévio se trata-se. Após algumas repetições, bastava a
campainha tocar (sem qualquer alimento) para provocar salivação no animal.
Assim concluiu que o animal estabeleceu uma contingência ou associação
entre dois “momentos”, mesmo retirando o estímulo intermédio. Este fenômeno
pode ser replicado aos seres humanos na explicação de várias patologias.
Outras experiências menos “populares”, mas não menos importantes de
experiências com macacos e a vinculação. Concluindo que na vinculação, a
satisfação da necessidade alimentar é importante, porém as necessidades de
aconchego ou “carinho”, podemos chamar-lhes necessidades emocionais, são
tão ou mais importantes.
Além das conclusões retiradas das experiências e observações, a
psicologia animal e etologia contribuíram para a concessão de ser humano
como atualmente a conhecemos, pois muitas vezes o ser humano era visto
uma espécie singular, muito distante e diferente de todas as restantes, agora
sabe-se que não somos assim tão diferentes.
A principal componente no comportamento humano que difere dos
restantes é a incrível capacidade de aprender e de se adaptar ao meio
ambiente. Em contrapartida no momento do nascimento, somos o ser mais
frágeis, mais dependentes e que necessitamos de mais cuidados e durante
mais tempo. Nenhuma outra espécie nasce tão frágil e permanece nessa
“fragilidade” tanto tempo como o ser humano.
Tanto para os animais como para os seres humanos, o comportamento
é resultado da mistura entre os genes e o meio. Um meio ambiente mais rico
de estímulos dá origens a comportamentos mais inteligentes. Verifica-se
igualmente na formação neurológica, tanto em animais como em seres
humanos. Experiências com ratos monozigóticos, mostraram que os que
tinham um meio mais estimulante tinham um cérebro mais robusto dos
restantes.
inegável a importância de compreender o comportamento animal para
compreendermos o comportamento do ser humano, não devemos esquecer
que embora um pouco diferente continuamos a ser “animais”.
Adestramento de Animais
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O adestramento de
animais é uma técnica que
remonta a tempos
imemoráveis. Antigamente, a
principal função do
adestramento de animais era
totalmente utilitária: cavalos
usados para puxar o arado,
combater nas guerras; cães
usados para caça ou
proteção, aves, suínos e
ovinos criados para
alimentação.
Depois os animais passaram a ser usados em espetáculos e circos. As
técnicas usadas para treinar eram aprendidas na tentativa ou erro, ou
repassados pela tradição, como acontecia com os ciganos. A maioria dessas
técnicas usava castigos físicos, extração de garras e dentes e até tortura para
adestrar os animais.
Contudo, foi a evolução da psicologia experimental, especialmente os
trabalhos de Thornidike e, posteriormente, de Skinner, que deram uma novo
significado para o treinamento de animais. Foi Watson que fez a ponte de
ligação das técnicas
psicológicas descobertas
em laboratório para o
terreno do entretenimento
e do treinamento dos
animais domésticos.
O treino por
Reforço Positivo
revolucionou as técnicas
de adestramento. Todos
sabemos que seria bem
arriscado para um
treinador punir uma baleia
de seis toneladas e ficar
vivo para contar a história. Com as técnicas de reforçamento positivo a punição
tornou-se coisa do passado.
O treinamento de cães com o uso do Clicker é um exemplo do treino por
reforçamento positivo. Atualmente, muitos adestradores de animais usam esta
técnica, mas ainda é muito comum cometerem erros nos esquemas e nos
padrões de reforço por desconhecimento das bases da psicologia
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experimental. Um exemplo de erro desta natureza é a prática de reforço
contínuo dos animais, ou seja, o animal é recompensado continuamente
sempre que realiza um comando. A utilização correta do esquema de
reforçamento não só dispensa o reforço contínuo, como também fortalece o
comportamento evitando a sua extinção.
Etologia
Agora entramos
no terreno das Ciências
Biológicas, área que o
objeto de estudo é a
vida e as suas
interrelações. O
etologista é o
profissional, geralmente
um biólogo,
especializado em
observar o
comportamento dos animais em seu ambiente natural, ou em parques e
zoológicos. O etólogo não interage com os animais e o seu trabalho deve ser
feito de forma mais discreta possível.
O trabalho do etólogo é documentar com precisão os padrões de
comportamento emitidos pelos animais, como as danças de acasalamento de
algumas aves, as brigas por território dos felinos, o comportamento de caça,
entre outros.
As descobertas da etologia também são importantes para a psicologia
experimental e para o adestramento de animais. Para que um animal seja
condicionado a realizar uma tarefa específica, o comportamento em questão
deve fazer parte do seu repertório natural. Isto é, um gato não pode latir,
porque latidos não fazem parte do seu repertório comportamental (tudo o que é
possível para uma espécie realizar). No entanto, algumas raças de cães uivam
que nem lobos, sendo este comportamento mais comum na raça Husky
Siberiano, o que o torna uma raça adequada para o treinamento de uivos.
As baleias e golfinhos saltam e usam raciocínio e cooperação em seu
ambiente natural para caçar cardumes. Portanto, esse potencial natural pode
ser treinado por adestradores usando as técnicas da psicologia experimental.
Os exemplos mais surpreendentes são os dos chimpanzés que realizam contas
matemáticas, aprendem linguagem de sinais e possuem, inclusive, raciocínio
abstrato.