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 CANTIGA DE AMOR DE D.

DINIS  (1261-1325)

O QUE VOS NUNCA QUE NUNCA


CUIDEI A DIZER PENSEI DE VOS DIZER

O que vos nunca cuidei a dizer, O que nunca pensei de vos dizer,
com gram coita, senhor, vo-lo direi, com mágoa, senhor, vo-lo direi,
porque me vejo já por vós morrer; porque me vejo já por vós morrer;
ca sabedes que nunca vos falei e sabeis que nunca vos falei
de como me matava voss'amor; de como me matava o vosso amor;
ca sabe Deus bem que doutra senhor, sabe bem Deus que, de outro senhor,
que eu nom havia, mi vos chamei. que eu não tinha, eu vos chamei.

E tod[o] aquesto mi fez fazer E tudo isto que me fez ter


o mui gram medo que eu de vós hei tão grande medo que de vós tenho
e des i por vos dar a entender e também por vos dar a entender
que por outra morria - de que hei, que por outra morria - de que tenho,
bem sabedes, mui pequeno pavor; bem sabeis, muito pouco pavor;
e des oimais, fremosa mia senhor, e desde agora, formoso senhor,
se me matardes, bem vo-lo busquei. se me matardes, tal busquei com
empenho.
E creede que haverei prazer
de me matardes, pois eu certo sei E crede que eu terei prazer
que esso pouco que hei de viver por me matardes, certamente sei
que nẽum prazer nunca veerei; que esse pouco que hei-de viver
e porque sõo desto sabedor, que nenhum prazer nunca verei;
se mi quiserdes dar morte, senhor, e porque disto ser sabedor,
por gram mercee vo-lo [eu] terrei. se me quiserdes dar morte, senhor,
por grande mercê o considerarei.
 PORTUGUÊS DE PORTUGAL

O PASTOR E aquele menino canta


A cantiga do pastor
(Madredeus)
Ao largo ainda arde
A barca da fantasia
Ai que ninguém volta E o meu sonho acaba tarde
Ao que já deixou Deixa a alma de vigia
Ninguém larga a grande roda Ao largo ainda arde
Ninguém sabe onde é que A barca da fantasia
andou E o meu sonho acaba tarde
Ai que ninguém lembra Acordar é que eu não queria
Nem o que sonhou
 CRIOULO PORTUGUÊS DE CABO VERDE

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