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O CPP vai sofrendo atualizações fracionadas, flexibilizando regras restritivas do direito à

liberdade. Com a lei 12.403/11 vai se alinhado às determinações constitucionais, ao menos em


temas essenciais: prisões provisórias devem ser sempre a exceção, devendo o magistrado
preferir as medidas cautelares diversas.

Constituição da Republica e o Processo Constitucional

Perspectiva teórica do CPP era autoritária, prevalencendo sempre a preocupação com a


segurança pública, e a CF/88 caminhou em direção oposta

CPP pautava-se pelo princípio da culpabilidade e da periculosidade do agente, e o texto


constitucional instituiu um sistema de amplas garantias individuais, a começar pelo art. 5º LVII
“ninguém sera considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal
condenatória”

Sistema inquisitivo x sistema acusatório (Art. 3º-A do CPP)

No sistema acusatório, além de se atribuírem a órgãos diferentes as funções de acusação (e


investigação) e de julgamento, o processo, rigorosamente falando, somente teria início com o
oferecimento da acusação;

No sistema inquisitório, como o juiz atua também na fase de investigação, o processo se


iniciaria com a notitia criminis, seguindo-se a investigação, acusação e julgamento.

OBS: O modelo brasileiro.

A doutrina costuma se referir ao modelo brasileiro de sistema processual, no que diz respeito a
atuação do juiz criminal, como sendo um sistema de natureza mista, com feições acusatórias e
inquisitórias.

Alegam que a existência do inquérito policial na fase pré-processual já seria, por si só,
indicativa de uma sistema mistro.

Mas ele é na vdd, ACUSATÓRIO

LEI PROCESSUAL NO TEMPO

Art. 2º CPP

Por atos praticados, entende-se também os respectivos efeitos e/ou consequências jurídicas.

Ex: sentenciados o processo e em curso o prazo recursal, a nova lei processual que alterar o
aludido prazo não será aplicada, respeitando-se os efeitos preclusivos da sentença tal como
previstos na época de sua prolação.

No nosso direito, foi adotado o princípio da aplicação imediata


das normas processuais, sem efeito retroativo. É o que estampa
o art. 2º do CPP: “A lei processual penal aplicar-se-á desde,
sem prejuízo dos atos realizados sob a vigência da lei
anterior”. Não há efeitos retroativos na lei processual, somente
na lei penal (material) quando mais benéfica. Ex: perdão,
anistia, indulto, graça, livramento condicional etc.
Aplica-se, portanto, o princípio do tempus regit actum, ou seja,
o tempo rege a ação. Desse princípio, derivam 2 efeitos:
1. As normas processuais têm aplicação imediata, regulado o
desenrolar restante do processo, respeitados o ato jurídico
perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada
(art. 5º, XXXVI, CF; LICC art. 6º, CPP, art. 2º).
2. Os atos realizados sob a vigência da lei anterior são
considerados válidos.

Deve-se ressaltar, mais uma vez, que a lei processual penal se


aplica para o futuro, isto é, não é retroativa, uma vez que só se
aplica aos fatos processuais que ocorrerem após a sua entrada
em vigor.

Ultratividade consiste na ação de aplicar uma lei (ou dispositivo de lei) que
já foi revogada em casos que ocorreram durante o período em que esta
estava vigente.
Caso um delito seja cometido antes da revogação de determinada lei, o mesmo
será regido e tratado com base nas normas estabelecidas pela lei revogada, e
não pela atual.

Neste caso, a lei revogada age em caráter ultrativo, pois continua a valer
mesmo após a sua anulação, mas apenas para os crimes que foram cometidos
durante o período em que estava em vigência.

Há, porém, uma ressalva, que diz respeito às normas mistas,


ou seja, de caráter processual e material, conjuntamente
– Normas Heterotópicas. Se a norma contiver disposições
de ordem material e processual, deve prevalecer a norma de
caráter material, aplicando-se o art. 2º e parágrafo único
do CP: se beneficiar o acusado, retroage. Se não beneficiar, não
retroage. Ex: prisão; Liberdade Provisória; Fiança; Progressão;
se vai responder solto ou não etc.

LEI PROCESSUAL NÃO RETROAGE


LEI MATERIAL PODE RETROAGIR

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